January 1999
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O objetivo deste estudo foi adaptar e validar para o Brasil o Inventário de Mobilidade (IM) para medir agorafobia (Chambless et al. 1985). Neste sentido, duas amostras foram consideradas, segundo os seguintes propósitos: (1) para conhecer a estrutura fatorial e a consistência interna das possíveis subescalas, analisaram-se as respostas ao inventário de 349 pessoas da população não clínica: e (2) para comprovar sua capacidade discriminativa, analisaram-se as respostas de outras 16 pessoas, das quais oito eram pacientes diagnosticados como agorafóbicos, e os demais provinham da população não clínica. Uma análise fatorial dos eixos principais realizada com a primeira amostra revelou quatro fatores que, embora significativamente correlacionados, expressam aspectos únicos do construto agorafobia. Estes fatores emergem com independência da situação em que se encontra a pessoa: sozinha vs. acompanhada, e apresentam uma consistência interna aceitável (α ≥ 0,85). Quanto ao poder de discriminação do IM, na segunda amostra observou-se que em mais de 75% dos itens os agorafóbicos pontuaram mais que as pessoas da população não clínica. Em síntese, o IM apresenta boa perspectiva de uso no país para fins clínicos e para pesquisa na área do comportamento social: é uma forma objetiva e auto-aplicável de avaliar a agorafobia, e contempla os principais critérios que estabelece o DSM-IV a respeito desta fobia.