August 2024
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Introdução: Sinusite se refere à inflamação da cavidade nasal e dos seios paranasais. Quando aguda, é inferior a quatro semanas e possui etiologia viral associada ao resfriado comum. Quando crônica, persiste por mais de 12 semanas e dita recorrente quando ocorrem 4 ou mais episódios por ano, com resolução parcial de sintomas. Os fatores de risco incluem: idade, tabagismo, viagens aéreas, natação, asma e alergias, doenças dentárias e imunodeficiência. Objetivo: discutir o quadro clínico da sinusite aguda em adultos e seu diagnóstico. Metodologia: Revisão de literatura a partir de bases de dados da Scielo, da PubMed e da BVS, de janeiro a abril de 2024, com descritores “acute sinusitis”, “clinical features” e “diagnosis”. Incluíram-se artigos de 2019-2024 (total 43), com exclusão de outros critérios, com 05 artigos na íntegra. Resultados e Discussão: Há inoculação viral via contato direto com a mucosa conjuntiva ou nasal, sendo mais comum o rinovírus, o vírus da gripe e o vírus da parainfluenza. Segue-se a inflamação, com hipersecreção sinonasal e permeabilidade vascular, levando à transudação de líquido para cavidade nasal e seios nasais. A patogênese envolve edema da mucosa, secreções espessadas e discinesia ciliar, resultando em obstrução sinusal que perpetua o processo da doença. Em 0,5-2% dos casos, há infecção secundária bacteriana, como Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis, (os dois primeiros, em 75% dos casos). Os sintomas são congestão/obstrução nasal, corrimento nasal purulento, desconforto dentário maxilar e dor/pressão facial. Além disso, pode haver febre, fadiga, tosse, hiposmia/anosmia, pressão no ouvido, dor de cabeça e halitose. Há resolução parcial/completa dos sintomas em 7-10 dias. Aqueles com padrão bifásico sugerem etiologia bacteriana ou pacientes sintomáticos por 10 dias sem melhora. Complicações secundárias ocorrem quando a infecção se espalha para sistema nervoso central, órbita ou tecidos circundantes: celulite pré-orbitária, celulite orbital, abscesso subperiosteal e intracraniano, meningite, osteomielite, trombose do seio cavernoso séptica. O diagnóstico é clínico, não sendo indicado imagem se não complicada. A tomografia computadorizada (TC) é padrão-ouro, com níveis de fluido-ar, edema da mucosa e bolhas de ar dentro dos seios paranasais. As radiografias simples possuem baixa sensibilidade e especificidade. Conclusão: A sinusite (viral ou bacteriana) é dada por clínica compatível: drenagem nasal purulenta, obstrução nasal grave e dor ou pressão facial. Em maioria, possui etiologia viral e associada ao resfriado comum. Pode ocorrer infecção bacteriana e complicações no sistema nervoso central e órbitas. Ressalta-se a importância do seu reconhecimento e manejo.