April 2007
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BIBLOS
RESUMO A vila do Rio Grande de São Pedro foi palco de intensas disputas entre Portugal e Espanha desde sua fundação pelos portugueses em 1737. Essas disputas tiveram seu momento culminante na invasão espanhola a Rio Grande em 1763 e que se prolongou numa ocupação que durou até 1777. Esse conflito mostra-nos uma idéia de fronteira de litígio constante entre portugueses e espanhóis. Ora, a historiografia regional brasileira, ao estudar a formação do Rio Grande do Sul, excluiu por muito tempo a presença espanhola na formação da Capitania. Neste trabalho pretendemos mostrar a importância da presença espanhola na formação da capitania, mas principalmente a sua presença na vila do Rio Grande de São Pedro, inclusive antes mesmo da ocupação. Para isso nos utilizamos de levantamento demográfico da região e de bibliografia especializada no assunto. INTRODUÇÃO No âmbito das lutas coloniais entre as coroas ibéricas pelo domínio do que seria o Prata e o atual Rio Grande do Sul, vale destacar a ação de Portugal, em 1737, ao fundar o Presídio Jesus-Maria-José, que se tornaria mais tarde na vila do Rio Grande de São Pedro. Essa vila-porto foi motivo de muitos conflitos com a Espanha, que via na localidade uma ameaça aos seus territórios na Banda Oriental do Prata, já ameaçados pela presença portuguesa na Colônia do Sacramento. Essa preocupação espanhola levou à invasão e ocupação de Rio Grande de São Pedro em 1763 pelos espanhóis – ocupação que duraria até 1777. Muito se escreveu acerca dos aspectos diplomáticos e militares, das ações de guerra, dos tratados entre Portugal e Espanha para tentar estabelecer fronteiras fixas e intransponíveis na região.