Adriana Pozzani’s research while affiliated with Federal University of Rio Grande do Sul and other places
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Neste trabalho, repensamos a prática de ensino de Português, especialmente o estatuto comumente dado ao chamado “erro de Português”. Nessa direção, a teoria de Émile Benveniste serve de base para abordar a relação entre, de um lado, saber língua e, de outro, saber sobre língua. Após ler um texto escrito por L.F.Verissimo e repensar a prática docente a fim de nela inserir uma reflexão acerca da singularidade do homem na língua, indicamos algumas contribuições que um ponto de vista teórico enunciativo pode oferecer a essa atividade de ensino. Em linhas muito gerais, demonstramos o fato de que o ensino de língua não pode apagar a (inter)subjetividade inerente ao ato de colocar em funcionamento a língua.
A Análise do Discurso (tal como desenvolvida especialmente por Pêcheux, Orlandi e Indursky) é base teórica para uma discussão sobre a reformulação de livros e o estatuto da chamada “edição revista”. Uma vez que nos interessam reconfigurações científicas internas (ou seja: aquelas que operam sobre saberes e posições ideológicas), tomamos a reformulação como um processo discursivo. Nosso propósito, no presente artigo, é observar o trabalho de autoria na materialidade linguístico-histórica de pares de edições (a edição “de partida” e a revista), a fim de examinar, de um lado, as relações entre o sujeito-autor e as duas versões de um livro seu, e, de outro lado, o estatuto discursivo da edição revista. Em linhas gerais, nossas principais questões norteadoras são: como pensar discursivamente a edição revista? Trata-se ainda do mesmo livro? Trata-se de um outro disfarçado sob o mesmo e antigo título? Tem ela uma identidade contraditória? Este artigo pretende responder a essas indagações.
Resumo: O campo teórico da Análise do Discurso sustenta a presente discussão sobre o processo discursivo de reformulação de livros. Ao focar o eixo sujeito-sentido-versões – com uma ênfase pontual nos mecanismos sócio-históricos constitutivos do trabalho de autoria –, buscamos explicitar o modo como o acontecimento enunciativo (INDURSKY, 2008), uma vez que é responsável pela emergência da chamada "edição revista", afeta o enunciável próprio a uma dada formação discursiva e reconfigura as redes de memória. O sujeito-autor, tomado na teia das contradições históricas do campo em que se constitui, entra num jogo de repetir-deslocar-esquecer. A reflexão em pauta ganha um matiz a mais quando a identidade polêmica da "edição revista" entra em cena nos encaminhamentos finais. Palavras-chave: Análise do Discurso. Autoria. Contradição. 1 INTRODUÇÃO O processo discursivo de reformulação de livros, eleito objeto analítico de minha Dissertação de Mestrado – a saber: "Entretextualidade nas fronteiras do enunciável: um olhar sobre o processo discursivo de reformulação de livros" (cf. SILVA, 2009), orientada pela Profa. Dra. Freda Indursky (UFRGS) –, aqui se faz novamente objeto de reflexão, desta vez para um enfoque específico (tanto quanto breve) do eixo sujeito-sentido-versões, com ênfase pontual sobre o trabalho do sujeito em ressignificar termos e entretecer "novos" saberes. Interessa-nos capturar o sujeito na teia de contradições históricas em que ele se vê enredado, e fazê-lo a fim de explicitar o modo pelo qual o acontecimento enunciativo (INDURSKY, 2008), responsável pela emergência da chamada "edição revista", afeta o enunciável próprio a uma formação discursiva e instaura novas redes de memória.
Resumo: Ao tomar por pressuposto o fato de que o texto materializa o discurso, e ao sustentar que a língua deve ser ensinada no/pelo texto, este artigo discute as especificidades e semelhanças do exercício da autoria não só pelo sujeito-pesquisador, mas, também, pelo sujeito-aluno. Nessa direção, analisa a reconfiguração do saber científico e examina, notadamente, os efeitos de sentido produzidos pela materialidade linguístico-histórica das diferentes versões de livro, com vistas a oferecer alguns procedimentos teórico-metodológicos que, uma vez sustentados pela Análise do Discurso tradicionalmente pecheutiana e incorporados à prática docente nas aulas de Língua Portuguesa, contribuem para o aprimoramento da competência discursiva discente. Palavras-chave: Reescrita. Ensino. Discurso. Para iniciar O presente artigo toma por base algumas reflexões provenientes de minha Dissertação de Mestrado, intitulada "Entretextualidade nas fronteiras do enunciável: um olhar sobre o processo discursivo de reformulação de livros" (SILVA, 2009a), Pesquisa essa que, apoiada pela CAPES, foi elaborada sob a orientação da Prof.ª Dr.ª Freda Indursky e defendida em janeiro do corrente ano pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O propósito que ora nos mobiliza consiste em apontar algumas das contribuições teórico-metodológicas que uma análise do processo discursivo de reformulação de livros (SILVA, 2009a; 2009b) pode oferecer ao docente de Língua Portuguesa, na medida em que esta última seja abordada no/pelo texto (como, aliás, tanto se vê preconizado). Nessa direção, acreditamos que a reformulação de textos, de modo geral, é algo em cujo funcionamento complexamente se veem entrelaçados os elementos língua, sujeitos, história e efeitos de sentido. Não bastasse isso, defendemos que a reformulação de textos consiste num valioso recurso didático. 1 Vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestre em Estudos da Linguagem pela mesma Universidade, com apoio da CAPES e orientação da Prof.ª Dr.ª Freda Indursky. Professora de Língua Portuguesa.