5 Reads
Horácio, personagem-protagonista de O jogo da amarelinha, num dos capítulos mais insólitos, o capítulo 56, arma, em seu quarto, uma estrutura de teia, com fios e restos de barbantes, que partem de um ponto a outro. Nesta cena, encontramos citações que se prestam a exemplificar o modelo de romance que é o alvo desta tese, o romance hipertextual. Divagando sobre o próprio ato, Horácio afirma que "tudo acabava sempre por encontrar-se [...] e os fios se encontravam no final do raciocínio, e não no princípio" (CORTÁZAR: [s/ d], p. 340). Uma luta que ele declara ser contra a unidade e o território: era estranho bancar a aranha indo de um lado para o outro com os fios, da cama para a porta, da pia para o armário, estendendo de cada vez cinco ou seis fios e retrocedendo com muito cuidado para não pisar nos rolamentos. (...) Entre a porta e a última linha, Anuário de Literatura 10, 2002, p. 73-90.