ArticlePDF Available

[Bioavailability of dietary calcium]

Authors:

Abstract

Dietary calcium (Ca) is fundamental to the bone's health. Both the purport and the element bioavailability in the food need to be considered. The purpose of this work was to summarize the factors involved in Ca absorption and point out the sources with higher bioavailability. Ca is mostly absorbed in the jejunum and low pH seems to favor its absorption, which is higher during growth, gestation/lactation and Ca and phosphorus (P) deficiency, and lower with aging. The richest and best-absorbed Ca source is cow's milk and its derivatives. Other foods show high Ca concentrations but variable bioavailability: foods rich in phytates and oxalates show a smaller absorption and carbohydrate-rich foods show higher absorption. Since Ca bioavailability in other animal's milk, soymilk and some vegetables is closer to that in cow's milk, adequate amounts of these foods could be used as an alternative.
852 Arq Bras Endocrinol Metab vol 50 nº 5 Outubro 2006
RESUMO
O cálcio (Ca) dietético é fundamental para a saúde óssea. Tanto o teor
como a biodisponibilidade do elemento nos alimentos devem ser con-
siderados. Este artigo objetiva sumarizar os fatores envolvidos na
absorção e destacar os alimentos com melhor disponibilidade do Ca.
Este é absorvido principalmente no jejuno e o pH baixo parece favore-
cer sua absorção, que é maior no crescimento, na gestação/lactação
e na carência de Ca ou fósforo (P), e menor no envelhecimento. As
maiores fontes, e com melhor absorção, são os laticínios bovinos. Outros
alimentos apresentam concentrações elevadas de Ca, mas com
biodisponibilidade variável: os ricos em ácidos oxálico e fítico apresen-
tariam uma menor absorção, enquanto que os ricos em carboidratos
teriam uma absorção maior. Por apresentarem uma biodisponibilidade
do Ca mais próxima da do leite bovino, o leite de outros animais, o de
soja enriquecido e alguns vegetais, em quantidades adequadas, pode-
riam ser usados como alternativas a este. (Arq Bras Endocrinol Metab
2006;50/5:852-861)
Descritores: Biodisponibilidade do cálcio; Absorção do cálcio; Cálcio
dietético; Saúde óssea
ABSTRACT
Bioavailability of Dietary Calcium.
Dietary calcium (Ca) is fundamental to the bone’s health. Both the pur-
port and the element bioavailability in the food need to be considered.
The purpose of this work was to summarize the factors involved in Ca
absorption and point out the sources with higher bioavailability. Ca is
mostly absorbed in the jejunum and low pH seems to favor its absorption,
which is higher during growth, gestation/lactation and Ca and phos-
phorus (P) deficiency, and lower with aging. The richest and best-
absorbed Ca source is cow’s milk and its derivatives. Other foods show
high Ca concentrations but variable bioavailability: foods rich in phy-
tates and oxalates show a smaller absorption and carbohydrate-rich
foods show higher absorption. Since Ca bioavailability in other animal’s
milk, soymilk and some vegetables is closer to that in cow’s milk, ade-
quate amounts of these foods could be used as an alternative. (Arq Bras
Endocrinol Metab 2006;50/5:852-861)
Keywords: Calcium bioavailability; Calcium absorption; Dietary calcium;
Bone health
O
CRESCIMENTO E A MANUTENÇÃO do tecido ósseo dependem de uma
grande variedade de fatores genéticos e ambientais. A hereditariedade
contribui com cerca de 60 a 70% da expressão fenotípica da densidade mi-
neral óssea (DMO), um dos mais importantes marcadores da saúde do
osso. Por outro lado, fatores ambientais tais como dieta e estilo de vida
revisão
Biodisponibilidade do Cálcio Dietético
Elizabeth F. Buzinaro
Renata N. Alves de Almeida
Gláucia M.F.S. Mazeto
Ambulatório de Distúrbios do
Cálcio, Hospital das Clínicas e
Disciplina de Endocrinologia,
Departamento de Clínica Médica,
Faculdade de Medicina de
Botucatu, Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
– UNESP, Botucatu, SP.
Recebido em 23/11/04
Revisado em 17/05/05 e 26/12/05
Aceito em 17/05/06
Biodisponibilidade do Cálcio Dietético
Buzinaro, Almeida & Mazeto
853Arq Bras Endocrinol Metab vol 50 nº 5 Outubro 2006
contribuem com 30 a 40% da DMO (1). A possibili-
dade de alteração destes fatores ambientais, com con-
seqüente melhora do tecido ósseo, torna importante a
caracterização do efeito dos mesmos sobre o esquele-
to. Um dos fatores ambientais de maior relevância para
a saúde óssea é o teor dietético de cálcio (Ca).
Por outro lado, ao discutir-se o papel do Ca
dietético sobre o osso, não se pode ignorar a relevân-
cia de fatores que influenciam na sua absorção e utili-
zação. Desta forma, a influência de outros fatores da
dieta, como a presença de “moduladores” da absorção
e/ou utilização do elemento Ca merecem atenção. Da
mesma forma, aspectos próprios de cada indivíduo
podem influir sobre a biodisponibilidade do elemento
e, conseqüentemente, sobre o metabolismo ósseo (1).
Considerando-se o papel do teor e absorção do
Ca dietético na manutenção da saúde geral dos indiví-
duos, bem como na prevenção e tratamento de doen-
ças tais como a osteoporose, o objetivo do presente
artigo é sumarizar os principais fatores relacionados ao
aproveitamento do Ca presente na dieta, destacando os
alimentos com melhor biodisponibilidade do elemento.
FATORES FISIOLÓGICOS E BIODISPONIBILIDADE
DO CÁLCIO
Fisiologia da absorção do cálcio
A absorção intestinal de Ca pode ser dividida em duas
partes: uma ativa saturável, a qual é mediada pela vita-
mina D e envolve a proteína ligadora de Ca (Ca-Bp)
(2,3), e uma passiva, que pode corresponder a difusão
simples ou facilitada (carreador-mediada).
Provavelmente todo o intestino é capaz de
absorver Ca. Contudo, sob condições normais, acre-
dita-se que apenas o intestino delgado participe nesta
absorção. O local onde a maior parte da absorção do
elemento vai ocorrer depende da capacidade absortiva,
do comprimento do segmento intestinal, do tempo de
trânsito, da biodisponibilidade e da concentração
intraluminal de Ca (3). O duodeno tem a maior
capacidade absortiva por unidade de comprimento,
mas a maioria do Ca é absorvida no jejuno devido ao
seu maior comprimento total (4,5).
O aumento do Ca dietético será seguido de um
aumento proporcional na quantidade do elemento
absorvido por difusão, enquanto que a absorção ativa
será saturada. Assim, a fração dietética de Ca que será
absorvida diminuirá com o aumento da ingestão do
mesmo na dieta (2,6).
A absorção intestinal ativa de Ca é primaria-
mente regulada pela 1,25-dihidroxivitamina D
[1,25(OH)
2
D]. Outros hormônios também podem
influenciar esta absorção, aumentando-a (parator-
mônio – PTH, hormônio do crescimento – GH) ou
diminuindo-a (glicocorticóides, excesso de hormônios
tireoidianos e possivelmente calcitonina), via interação
com a conversão renal de 25-hidroxivitamina D (25-
OHD) a 1,25(OH)
2
D ou com o efeito da
1,25(OH)
2
D sobre o intestino (7), ou ainda por uma
ação hormonal direta (8).
Por outro lado, uma série de cátions, ânions,
proteínas, carboidratos, gorduras e drogas parecem
influenciar na absorção intestinal de Ca. Contudo,
com exceção das gorduras e algumas drogas, estes
compostos têm pouca importância prática na vida
diária (3,4). O Ca e o fósforo (P) absorvidos partici-
pam da manutenção da absorção do Ca devido aos
efeitos do Ca sérico sobre a secreção do PTH e dos
efeitos do P e PTH séricos sobre a produção renal de
1,25(OH)
2
D (9).
O Ca é continuamente perdido no lúmen in-
testinal devido à secreção do suco digestivo. Uma
parte deste é reabsorvido e o resto é excretado nas
fezes (Ca fecal endógeno) (7).
Absorção de cálcio durante a vida
A absorção e os requerimentos de Ca variam conforme
a faixa etária e as condições clínicas dos indivíduos (ta-
bela 1) (10). Em geral, quanto maior a necessidade e
menor o fornecimento dietético, mais eficiente será a
absorção. O aumento das necessidades do elemento
encontrado em situações como crescimento, gravidez,
Tabela 1. Recomendações de cálcio conforme faixas etá-
rias e situações especiais.
Idade ou grupo Recomendações (mg/d)
Idade
0–6 meses 210
6–12 meses 270
1–3 anos 500
4–8 anos 800
9–13 anos 1300
14–18 anos 1300
19–30 anos 1000
31–50 anos 1000
51–70 anos 1200
> 70 anos 1200
Gravidez
18 anos 1300
19–50 anos 1000
Lactação
18 anos 1300
19–50 anos 1000
Fonte: referência 10.
Biodisponibilidade do Cálcio Dietético
Buzinaro, Almeida & Mazeto
854 Arq Bras Endocrinol Metab vol 50 nº 5 Outubro 2006
lactação, deficiência de cálcio, e na atividade física que
resulta em alta densidade óssea, intensifica a absorção
de Ca (11).
Infância
Na infância, o Ca é necessário para a mineralização e
crescimento ósseo adequados. A quantidade real de Ca
necessária depende, além da idade da criança (tabela 1),
das taxas individuais de absorção e de outros fatores
dietéticos. Também a retenção de Ca é variável nos indi-
víduos. Nas crianças entre 2 e 8 anos de idade, por exem-
plo, totaliza aproximadamente 100 mg/dia. Como a
ingestão de Ca tem pouca influência sobre seu grau de
excreção urinária, durante períodos de crescimento rápi-
do as crianças precisam de duas a quatro vezes mais Ca
por Kg de peso do que os adultos (12). Como o leite e
outros produtos lácteos são as fontes principais do ele-
mento, as crianças que não os consomem, ou os ingerem
em quantidades limitadas, estão em risco de deficiência de
Ca (13).
Gravidez e lactação
Na gestação ocorrem mudanças no metabolismo de
Ca que favorecem a transferência deste elemento para
o feto, incluindo alterações nos hormônios regu-
ladores do elemento. A taxa de absorção intestinal é
aumentada, principalmente a partir do 2
º trimestre, de
27% (em mulheres não gestantes) para 54% no 5º ou
6º mês de gestação, sendo de 42% ao termo (40ª
semana gestacional). Também estão aumentados a
reabsorção renal e o turnover do Ca ósseo, favorecen-
do o atendimento dos requerimentos de Ca e a mine-
ralização óssea fetais. Na gestação, também é observa-
do um aumento de Ca urinário, provavelmente devido
ao aumento da taxa de filtração glomerular (14).
Depois do parto, a absorção do Ca e a excreção
urinária do mesmo voltam aos níveis pré-gravídicos.
Alguns estudos relatam que, durante a amamentação,
ocorre uma diminuição na excreção urinária de Ca e de
fosfato (15).
Menopausa/envelhecimento
A absorção de Ca, particularmente a absorção ativa,
declina com o passar da idade (6,16). Este declínio
pode ser causado por deficiência dietética e diminuição
endógena na produção de vitamina D. Esta
diminuição da produção é devida, em parte, à menor
exposição solar nos grupos etários mais avançados.
Além disso, com o processo de envelhecimento, ocor-
rem piora da função renal e diminuição da produção
de vitamina D, com conseqüente hiperparatireoidismo
secundário (17).
Nas mulheres, a diminuição estrogênica obser-
vada após a menopausa também reduzirá a produção
renal de 1,25(OH)
2
D. Por outro lado, o alto turnover
ósseo que ocorre nos primeiros anos da menopausa
pode inibir a absorção intestinal de Ca devido à mobi-
lização do osso mineral, com diminuição da secreção
do PTH e da 1-hidroxilação da 25-OHD (7).
TEOR E BIODISPONIBILIDADE DO CÁLCIO
DIETÉTICO
O Ca é encontrado em maiores ou menores concen-
trações, dependendo do alimento analisado (tabela 2),
sendo, geralmente, mais abundante e biodisponível no
leite bovino e derivados (18,19). Com a mudança dos
costumes e necessidades dietéticas das populações
(com pessoas optando por dietas vegetarianas exclusi-
vas, por exemplo), bem como com o avanço da medi-
cina em diagnosticar e tratar pacientes com distúrbios
como a intolerância à lactose ou a alergia à proteína do
leite de vaca, o estudo de outras fontes biodisponíveis
de Ca tornou-se necessário.
Embora alguns alimentos tenham teores
razoáveis de Ca, sua absorção pode ser bastante variá-
vel. Heaney e cols., em 2000, comparando a
biodisponibilidade do Ca do leite de soja enriquecido
com a do leite de vaca, demonstraram que a do
primeiro correspondia a apenas 75% da do segundo.
Aqueles autores sugerem que, para atingir-se uma
equivalência entre os dois leites, seria necessário que o
de soja fosse enriquecido com 500 mg de Ca/porção
e não apenas com as atuais 300 mg/porção referidas
pela maioria dos fabricantes (20).
Por outro lado, Martini e Wood, em 2002,
estudando a absorção do elemento com a ingestão de
um suco de laranja industrializado, enriquecido com
citrato-malato de Ca, concluíram que a mesma era
semelhante à do leite de vaca (21). O suco de laranja
enriquecido com Ca esteve disponível por algum tem-
po no Brasil mas não tem sido mais encontrado no
comércio atualmente.
O leite de outros animais teve também sua
absorbabilidade averiguada. Shen e cols., em 1995,
comparando os leites de ovelha e cabra com o de vaca,
não encontraram diferenças na biodisponibilidade do
Ca dos mesmos (22).
Os peixes pequenos, quando ingeridos com os
ossos, também poderiam representar uma rica fonte do
elemento. Hansen e cols., em 1998, compararam a
absorção do Ca em humanos com duas refeições dis-
tintas: uma composta de pequenos peixes indígenas
Biodisponibilidade do Cálcio Dietético
Buzinaro, Almeida & Mazeto
855Arq Bras Endocrinol Metab vol 50 nº 5 Outubro 2006
Bengali e outra com leite de vaca. Aqueles autores não
encontraram diferenças nas porcentagens de absorção
das duas refeições (23).
Influência de fatores dietéticos
A eficiência da absorção de Ca é afetada pela presença
intraluminal de outros componentes dietéticos (24).
Cerca de 30% do Ca dietético está biodisponível nos
alimentos. Esta biodisponibilidade refere-se à diges-
tibilidade e absorção do elemento. A digestibilidade
pode ser comparada com solubilidade ou mais precisa-
mente solubilização. Digestibilidade e solubilidade
para todos os nutrientes têm sido discutidas. Aminoá-
cidos e pequenos peptídeos presentes na dieta não cos-
tumam alterá-las. Por outro lado, muitas gorduras,
carboidratos complexos e alguns minerais podem
influenciar tanto na digestibilidade como na bio-
disponibilidade do Ca (25). Já alguns produtos indus-
trializados e enriquecidos, como, por exemplo, a fari-
nha de trigo, apesar de poderem conter Ca, apresen-
tam uma pior biodisponibilidade quando comparados
ao leite (26).
Vitamina D
Como referido anteriormente, a ação da vitamina D é
necessária para que ocorra uma adequada absorção
intestinal de Ca. Como este nutriente também está
disponível a partir da ação da luz solar nos tecidos sub-
cutâneos, a quantidade necessária a partir de fontes
dietéticas depende de fatores não dietéticos, tais como
fatores geográficos e tempo passado fora de casa (13).
Componentes dos vegetais
Nos últimos anos, vem sendo aumentada a indicação
de alimentos ricos em fibras na dieta. Embora isso seja
interessante do ponto de vista das dislipidemias, cons-
tipação e diabetes mellitus, pode prejudicar a absorção
de diversos minerais, entre os quais o Ca (27).
Estudo realizado em pacientes submetidos à
dieta para perda de peso, com elevados teores diários
de Ca (em torno de 1302 mg/dia) e de fibras,
mostrou uma redução no balanço corpóreo de Ca, que
passaria de +32 para -77 mg/dia (24). Além disso, em
pacientes submetidos a uma dieta geral, o simples
acréscimo de frutas e vegetais, apesar de causar um
aumento da ingestão de Ca de 1070 para 1166
mg/dia, também provocaria uma queda no balanço do
elemento, que passaria de +72 para -122 mg/dia (24).
Sendo assim, altas fontes dietéticas de fibras e vegetais
contribuem consideravelmente para diminuir a ab-
sorção de Ca.
Enquanto alguns autores insistem no papel das
fibras como fator principal na diminuição da bio-
disponibilidade do elemento, outros defendem que os
efeitos observados diretamente na absorção do Ca
parecem ser devidos mais a outros fatores alimentares
Tabela 2. Comparação da absorção de cálcio em várias fontes nutricionais.
Alimento Teor de cálcio Absorção Tamanho da porção
(mg/g de alimento) fracional
1
(g) necessária para
(%) substituir 240 g de
leite
Leite integral* 1,25 32,1 240
Iogurte* 1,25 32,1 240
Queijo cheddar* 7,21 32,1 41,7
Queijo branco* 10,0 32,1 30,0
Feijão vermelho 0,24 24,4 1605
Feijão branco 1,03 21,8 437,7
Brócolis 0,49 61,3 321
Suco de frutas 1,25 52,0 148,2
c/ citrato malato de Ca*
Couve 0,72 49,3 275,1
Espinafre 1,35 5,1 1375,7
Batata doce 0,27 22,2 1605,0
Tofú com cálcio* 2,05 31,0 150,5
1
Corrigida para a carga pelo uso da equação para o leite (absorção fracional= 0,889–0,0964 em carga) então
ajustada para a razão de absorção do Ca do alimento-teste, em relação ao leite, testada para a mesma
carga, o índice absortivo. (Fonte: modificada da referência 18).
* A quantidade de Ca contida nestes produtos pode variar consideravelmente dependendo do processo
industrial a que são submetidos. Os teores do elemento devem ser conferidos nas embalagens.
Biodisponibilidade do Cálcio Dietético
Buzinaro, Almeida & Mazeto
856 Arq Bras Endocrinol Metab vol 50 nº 5 Outubro 2006
do que às fibras propriamente ditas (27). Alimentos
ricos em fibras freqüentemente contêm também fitatos
ou ácido oxálico, substâncias que parecem interagir
com o Ca. Contudo, estudos sobre o efeito dos
oxalatos e fitatos no metabolismo do Ca em humanos
são poucos e os resultados contraditórios. Heaney e
cols. (28), em 1988, e Heaney & Weaver (29), em
1990, estudaram a biodisponibilidade de Ca do es-
pinafre e da couve, tendo encontrado uma maior ab-
sorção de Ca a partir da couve do que do espinafre.
Esta diferença na disponibilidade destes dois vegetais
foi atribuída ao alto teor de oxalato contido no es-
pinafre. Realmente, o inibidor mais potente da ab-
sorção de Ca parece ser o ácido oxálico que está pre-
sente na maioria dos vegetais. Este é encontrado em al-
ta concentração no espinafre e no ruibarbo, e em me-
nor quantidade nas batatas doces e feijões secos (6). A
taxa de absorção de Ca do espinafre é de apenas 5%,
enquanto que a do leite, ingerido em quantidades se-
melhantes, é de aproximadamente 30%. Quando esses
dois alimentos, com biodisponibilidades diferentes,
são ingeridos juntos durante a mesma refeição, a fração
de absorção de Ca a partir do leite diminui em 30%
(26). Já outros vegetais como brócolis, couve, repo-
lho, mostarda e folhas de nabo, possuem uma melhor
biodisponibilidade do Ca (18). O ácido fítico, presente
nos alimentos ricos em fibras, é um componente que,
em altas concentrações, afeta o balanço de Ca, uma
vez que fibras purificadas não prejudicariam a absorção
do elemento. Fontes concentradas de fitatos, tais co-
mo farelo de trigo, cereais estruturados ou grão secos,
reduzem substancialmente a absorção de Ca (27).
Realmente, o efeito que os alimentos vegetais
exercem sobre a biodisponibilidade do Ca parece de-
pender de inúmeros fatores. O ácido ascórbico, por e-
xemplo, aumenta a absorção do elemento: a adição de
25 mg desta vitamina (que corresponde a 65 mg de
suco de laranja) a uma dieta contendo 336 mg de Ca,
melhora a absorção do elemento de 50 para 100
mg/dia (30).
Carboidratos
De forma geral, os carboidratos parecem aumentar a
absorção do Ca. Neste aspecto, a lactose seria a mais
eficiente dentre eles.
Lactose
Durante o decorrer de 50 anos, muitos estudos têm sido
publicados sobre a importância da suplementação de lac-
tose na absorção de Ca em dietas de animais. Também
em humanos, inúmeros investigadores têm estudado a
eficácia deste açúcar em uma variedade de experimentos.
Alguns, inclusive, têm sugerido que a osteoporose seria
mais prevalente na deficiência de lactase (24).
Até o momento, contudo, as afirmações sobre a
importância do açúcar do leite na absorção do Ca têm
sido controversas (27). Por exemplo, em estudo sobre
o balanço de Ca em crianças de 8 meses de idade, uti-
lizando-se três fórmulas infantis (uma padrão, uma
livre de lactose e uma fórmula tratada com lactase),
observou-se que a absorção do elemento foi de 60%
para a fórmula padrão, de 36% para a lactose-livre, e de
72% para lactase tratada (31). Estes resultados,
aparentemente contraditórios, sugerem que a glicose e
a galactose liberada da hidrólise da lactose são igual-
mente eficientes na absorção do Ca alimentar (24,27).
Por outro lado, Ziegler e Forman (1983) com-
pararam a absorção de Ca de duas formulações infan-
tis à base de soja: uma cuja a fonte de carboidratos era
a lactose, e a outra cuja fonte era uma mistura de 56%
de amido hidrolisado e 44% de sacarose. A absorção de
Ca foi significantemente mais alta para a fórmula con-
tendo lactose (48% vs. 33%, p< 0,01) (32). Estes acha-
dos sugerem que a absorção de Ca em crianças é mais
alta nas fórmulas infantis à base de soja contendo lac-
tose do que nas fórmulas similares onde a fonte de car-
boidratos é outra.
Outros
Existem evidências de que vários oligossacarídeos não
digeríveis melhoram a absorção de Ca em adolescentes
e adultos.
Coudray e cols., em 1997, estudando o efeito
do acréscimo de insulina na dieta sobre a absorção de
Ca, concluíram que este suplemento provoca um
aumento da absorção do elemento de 21,3% para
33,7% (um aumento de 58%; p< 0,01) (33).
Outros autores têm mostrado que o acréscimo de
oligofrutose aos mais diferentes tipos de alimento tam-
bém pode aumentar a absorção de Ca. Porém, ainda há
dúvidas sobre os reais mecanismos pelos quais isto ocorre
e mais estudos são necessários para provar os benefícios
destes ingredientes sobre absorção do mineral (34).
Gorduras
Estudos têm mostrado que a adição de gordura pode
produzir má absorção, ou esteatorréia, reduzindo a ab-
sorção de Ca (24). Outros investigadores deixam claro
que a ingestão de gordura tem um impacto negativo
sobre o balanço de cálcio somente durante a esteator-
réia (35). Geralmente, isso é o resultado da precipi-
tação do Ca com ácidos de gorduras devido à presença
de sabões insolúveis no lúmen do intestino. A quanti-
dade de sabões formados, paralelamente, é importante
Biodisponibilidade do Cálcio Dietético
Buzinaro, Almeida & Mazeto
857Arq Bras Endocrinol Metab vol 50 nº 5 Outubro 2006
para ionizar os ácidos de gordura, ao mesmo tempo
em que reduz a concentração de Ca (24).
Paradoxalmente, Steggerda e Mitchell, compa-
rando o balanço de Ca de adultos com dietas ricas e
pobres em gorduras, não observaram alteração na
absorção de Ca (36).
Revisando a literatura, fica claro que os efeitos
da gordura dietética sobre a absorção de Ca em hu-
manos são contraditórios (24). Mais estudos são ne-
cessários para que se conclua qual o exato papel dos li-
pídeos na biodisponibilidade do elemento.
Proteínas
Suplementos protéicos ou alimentos enriquecidos com
proteína têm um potencial impacto sobre o balanço de
Ca (27). Alguns autores defendem uma associação
entre aumento da ingestão protéica e piora do meta-
bolismo do Ca, enquanto outros não demonstraram
essa relação.
Estudos epidemiológicos indicam que há uma
relação inversa entre proteína dietética e saúde óssea.
Isso poderia ser evidenciado pela associação positiva
entre fratura de quadril e ingestão protéica, e pela
estimulação da calciúria pelas proteínas (1). Aliás, um
dos aspectos mais pesquisados da interação da ingestão
protéica com o metabolismo do Ca, se refere ao
aumento na excreção de cálcio na urina (24). Estima-
se que haja um aumento da calciúria em 60 mg/d para
cada 50 g de proteína ingerida (1). Cada grama de
proteína metabolizada aumentaria as concentrações
urinárias de Ca em cerca de 1,75 mg. Assim, duplicar
a quantidade de proteínas dietéticas purificadas ou
aminoácidos na dieta aumentaria o Ca urinário em
cerca de 50% (37). O mecanismo que induz a hiper-
calciúria envolve uma redução na reabsorção renal de
Ca. O balanço negativo do elemento induzido pelas
proteínas não seria prevenido pelo aumento das fontes
de Ca (24).
Por outro lado, em um estudo com homens
jovens sob condições dietéticas normais, e mantidos os
níveis de P constantes, o aumento de proteínas de 50
para 150 g/dia em uma dieta com 500 mg de Ca por
dia não alterou significantemente a absorção de Ca
(38). Aparentemente, isto ocorre por um efeito prote-
tor que o P exerceria sobre o metabolismo do Ca, par-
ticularmente, diminuindo a calciúria (27).
Provavelmente, o efeito negativo que as proteínas
exercem sobre a reabsorção renal do Ca e sobre o meta-
bolismo do elemento no geral só seria significante se a
ingestão de Ca fosse baixa. Além disso, dependeria tam-
bém de outros elementos tais como sódio, potássio e P,
estes dois últimos sendo inibidores da resposta hipercal-
ciúrica. Uma relação de Ca para proteína maior que 20:1
provavelmente protegeria o esqueleto (1).
Álcool
Vários estudos já foram realizados para confirmar se a
alta ingestão de álcool causaria uma interferência na
biodisponibilidade do Ca. Esses estudos concluíram
que não há influência direta da ingestão de álcool
sobre a absorção de Ca. Contudo, o álcool, quando
ingerido em grandes quantidades, exerceria outras
ações deletérias sobre o organismo com relação ao
metabolismo do Ca (11) e ao esqueleto (39).
Cafeína
Existem muitas controvérsias sobre a influência da
cafeína na biodisponibilidade do Ca e no aumento da
perda mineral óssea (11). Rapuri e cols. verificaram,
em estudo rea lizado em mulheres menopausadas, que
uma ingestão maior que 300 mg de cafeína por dia
causaria uma perda de Ca a nível ósseo (40).
A maioria dos estudos não é conclusiva sobre a
influência da cafeína na biodisponibilidade do Ca
dietético, mas sugere que a mesma exerceria um efeito
semelhante ao álcool, causando uma maior estimu-
lação da excreção do Ca a nível renal e uma maior
desmineralização óssea (41).
Fósforo
Os fosfatos estão disponíveis em praticamente todos os
alimentos, podendo ser citados como fontes consi-
deráveis o leite, os ovos e as carnes, além das legumi-
nosas e nozes, entre outros alimentos. O simples ato
de alimentar-se propicia uma quantidade bastante
constante de fosfato (aproximadamente 1000 a 1200
mg/dia para mulheres adultas e 1200 a 1400 mg/dia
para homens). Já quantidades proporcionais de Ca não
são consumidas se não houver um esforço consciente
no sentido de selecionar porções suficientes de alguns
alimentos ricos no elemento. Cerca de 70% do P
ingerido é absorvido a nível intestinal (jejuno prefe-
rencialmente). A absorção depende da vitamina D e do
pH intestinal, sendo favorecida pela acidez do meio. O
Ca também influi na absorção de fosfato, estimando-se
que a absorção de ambos os elementos chega a ser
ótima quando a relação Ca/P é igual a 1 (42).
Proporções semelhantes de íons Ca e fosfato são
também necessárias para que ocorra uma adequada
mineralização dos ossos. Tanto a ingestão excessiva de
P como o baixo consumo de Ca podem alterar a pro-
porção Ca/P (43). O excesso de fosfato em relação ao
Ca estimula o PTH e, se este padrão de consumo for
crônico, segue-se a perda óssea (11).
Biodisponibilidade do Cálcio Dietético
Buzinaro, Almeida & Mazeto
858 Arq Bras Endocrinol Metab vol 50 nº 5 Outubro 2006
CARÊNCIAS NUTRICIONAIS, DOENÇAS E
BIODISPONIBILIDADE DO CÁLCIO
Deficiência de cálcio
A eficiência da absorção de Ca aumenta se o indivíduo
é mantido com uma dieta deficiente do elemento pro-
vavelmente porque o processo de transporte saturável,
vitamina D-dependente, está aumentado (44). Não es-
tá claro, contudo, quanto tempo é necessário para que
a adaptação à mudança de ingestão ocorra. A maioria
dos estudos de adaptação em humanos foi feita com
indivíduos adaptados a uma baixa ingestão de Ca por
várias semanas, e a pouca informação disponível de
estudos agudos é confusa. Por exemplo, Birge e cols.
mostraram que a quantidade de Ca (entre 12 e 400
mg) consumida em uma refeição, 2,5 horas antes da
administração oral de
47
Ca, tinha um efeito signifi-
cante sobre o aparecimento plasmático (absorção) do
isótopo (4). Todavia, a infusão intravenosa de hor-
mônio paratireóideo não tinha efeito sobre a absorção
de cálcio por ao menos 4 a 5 horas, no mesmo expe-
rimento. Ireland e Fordtran, estudando indivíduos co-
locados em uma dieta deficiente de Ca por 8 semanas,
investigaram se o jejuno poderia se adaptar rapida-
mente à concentração intraluminal de Ca. Concluíram
que este não reduz sua taxa de absorção imediatamen-
te (em 1:30 horas) em resposta à alta concentração in-
traluminal de Ca (45).
Poderia parecer, pelos dados acima, que são
necessárias muitas horas antes que a taxa de absorção
se adapte à mudança no Ca intraluminal. Além da con-
centração do Ca intraluminal, a ingestão habitual do
elemento afeta a eficiência de absorção, mostrando
que um mecanismo adaptativo de longo prazo tam-
bém atua (24).
A absorção de Ca pelo cólon contribui signifi-
cantemente para a absorção total do elemento em
pacientes com pequenas ressecções intestinais. O cólon
também pode ser importante na recuperação do Ca
liberado de complexos da dieta (tais como fitatos,
ácido urônico e pectina) no intestino grosso pelas bac-
térias colônicas (24).
Já que o intestino pode se adaptar às baixas
ingestões de Ca, acredita-se comumente que a defi-
ciência dietética do elemento per se não leva à desmi-
neralização óssea. Todavia, evidências consideráveis
demonstram que, em algumas situações, a adaptação à
baixa ingestão pode não ser suficiente para prevenir o
balanço negativo de Ca (24). Spencer e cols., em
1969, demonstraram que há um limite inferior de
ingestão de Ca, abaixo do qual a absorção não pode se
adaptar suficientemente para manter o balanço do ele-
mento (44). Marshall e cols., em 1976, estudando ba-
lanço de Ca em adultos, encontraram alta taxa de ba-
lanços negativos quando a ingestão do elemento era de
600 mg/dia, e que 950 mg/dia eram necessários para
atingir um equilíbrio em 95% dos pacientes (46).
Até há alguns anos atrás, acreditava-se que
várias regiões do mundo consumiam consideravel-
mente menos Ca do que nos Estados Unidos, sem
efeitos prejudiciais sobre o crescimento ou mineraliza-
ção óssea. Evidências mais recentes contradizem esta
crença. Um estudo realizado em crianças sul-africanas
mostrou que as que ingeriam uma média de 125
mg/dia de Ca apresentavam hipocalcemia e elevação
da fosfatase alcalina, enquanto que as que ingeriam
337 mg/dia não apresentavam (47). Outro estudo,
realizado com iugoslavos, estudou a mineralização
óssea em dois grupos de indivíduos: um com ingestão
de Ca de 400 mg/dia e outro de 900 mg/dia. O
grupo com menor teor do elemento na dieta teve
menor mineralização óssea, aos 30 anos de idade, e
maior taxa de fraturas (12).
Enfim, aparentemente a absorção de Ca se
adapta às baixas ingestões do elemento. Contudo, esta
adaptação não é suficiente para evitar o balanço nega-
tivo quando a ingestão, a longo prazo, é igual ou infe-
rior a 400 mg/dia (24).
Deficiência de fósforo
Devido ao exposto anteriormente, a ocorrência de
deficiência dietética de P é improvável. Porém, existem
substâncias que limitam sua absorção, como o excesso
de ferro e magnésio, pela formação de fosfatos
insolúveis (42). A deficiência de P também pode resul-
tar de tratamentos prolongados com antiácidos como
o hidróxido de magnésio ou alumínio.
Usando uma deficiência dietética experimental
de P, Dominguez e cols. (1976) mostraram que a pri-
vação de P em humanos resultaria em aumento na
absorção de Ca devido a um aumento na produção de
1,25-diidroxivitamina D3 (48). Todavia, esses autores
demonstraram que ocorreria um balanço de Ca nega-
tivo, pois haveria um aumento na calciúria.
No geral, a deficiência de P pode acarretar em sín-
drome clínica caracterizada por absorção de Ca aumenta-
da, hipofosfatemia, hipercalciúria, dores ósseas, e um
aumento da reabsorção mineral óssea (24).
Acidez gástrica, gastrite atrófica e absorção
de cálcio
Ivanovich e cols., em 1967, estudando a absorção do
Ca em indivíduos normais com síndrome “leite-álcali”
ou com hipocloridria, concluíram que a acidez gástri-
Biodisponibilidade do Cálcio Dietético
Buzinaro, Almeida & Mazeto
859Arq Bras Endocrinol Metab vol 50 nº 5 Outubro 2006
ca precisava estar presente para dissolver o carbonato
de cálcio (CaCO
3
), possibilitando a absorção do ele-
mento (49). Apesar destas conclusões se basearem,
aparentemente, em um único paciente com hipo-
cloridria, serviram como base para anos de crença na
importância do pH estomacal baixo para a biodisponi-
bilidade do Ca (50).
Por outro lado, Bo-Linn e cols., em 1984, estu-
dando a absorção do Ca de refeições suplementadas
com CaCO
3
, antes e após a tomada de cimetidina, um
potente bloqueador H
2
, referiram não ter encontrado
evidências da influência da secreção ácida e acidez
gástrica sobre a absorção do Ca dietético (51). Bo-
Linn e cols. especularam sobre como o relativamente
insolúvel CaCO
3
poderia ter sido absorvido na ausên-
cia de ácido gástrico: 1) o pH luminal do jejuno é
usualmente 6,1, o qual (eles demonstraram in vitro)
liberaria 37% do cálcio do CaCO
3
dentro de duas
horas; 2) o chamado micro-ambiente ácido da superfí-
cie do enterócito pode ser baixo o suficiente para
prover outro possível sítio intestinal de dissolução de
CaCO
3
; 3) a estimulação de secreção biliar e pan-
creática em resposta à refeição poderia resultar na
secreção de fatores que solubilizariam o CaCO
3
.
Talvez os resultados divergentes destes autores
em relação aos primeiros se deva ainda ao conteúdo de
carboidratos presentes nas refeições-teste utilizadas.
Muitos estudos têm demonstrado que vários açúcares,
quando administrados junto a suplementos de Ca,
aumentam a absorção do elemento, talvez por baixar o
pH dos micro-ambientes intestinais (50). Realmente,
uma diferença fundamental entre os dois estudos cita-
dos parece ser o fato de, no último, o CaCO
3
ter sido
administrado com alimentos, não tendo sido avaliada a
absorção de Ca após um período noturno de jejum.
Recker, em 1985, relatou um estudo compa-
rando a absorção de dois sais de Ca, carbonato e citra-
to, após uma noite de jejum, em pacientes-controle ou
com acloridria (52). Quando o sal usado foi o CaCO
3
,
pouco solúvel, os controles absorveram muito mais Ca
que os com acloridria (23% vs. 4%). Por outro lado,
quando foi usado o citrato, mais solúvel, os com
acloridria inesperadamente absorveram Ca quase duas
vezes mais eficientemente do que os controles (45% vs.
24%). Recker especulou que uma mudança na perme-
abilidade do tecido gástrico ao Ca, na gastrite atrófica,
poderia ter aumentado a absorção do citrato de Ca,
mais solúvel, diretamente do estômago. Uma outra
explicação para os resultados inesperados poderia ser
que pacientes com acloridria habitualmente absorvem
mal o Ca da alimentação, mudando assim a home-
ostase do elemento e produzindo máxima estimulação
do transporte de Ca no intestino. Contudo, um dos
pontos mais relevantes do estudo de Recker foi a
demonstração de que a absorção do pouco solúvel
CaCO
3
poderia ser aumentada a níveis normais, em
pacientes com acloridria, caso este fosse administrado
junto a uma refeição. Como este teste não foi realiza-
do também em indivíduos-controle, torna-se difícil
saber se foram os componentes ou a acidez da refeição
(pH= 5,8) os responsáveis pelo aumento da biodis-
ponibilidade do CaCO
3
(50). Recker concluiu que a
absorção de Ca do CaCO
3
está prejudicada na
acloridria, em situação de jejum, e que este suplemen-
to não deveria ser usado em pessoas mais idosas. A
mensagem mais importante é que a absorção do cálcio
do CaCO
3
parece diferir bastante no jejum e no esta-
do alimentado. Esta observação pode explicar porque
alguns estudos indicam um efeito deletério da baixa
produção ácida gástrica sobre a absorção do Ca e ou-
tros indicam uma aparente falta de efeito da acloridria.
Nos casos de acloridria onde o Ca foi pouco absorvi-
do, os indivíduos foram estudados em jejum (50).
Knox e cols., em 1991, estudaram a relação entre
a acloridria, em pacientes idosos, a ingestão de fibras e a
absorção de Ca durante as refeições (53). Poderia ser
hipotetizado que uma refeição rica em fibras acentuaria as
diferenças na absorção do Ca entre indivíduos normais e
com hipocloridria. Todavia, nenhuma diferença foi en-
contrada no percentual de retenção de Ca marcado cor-
póreo, entre os controles e os com gastrite atrófica. Estes
resultados sugerem que, mesmo na presença de uma
refeição rica em fibras (a qual reduziu a biodisponibili-
dade do Ca em 25%), a acidez gástrica não desempenha
um papel importante na determinação da eficiência da
absorção de Ca durante a refeição. Knox e cols. estu-
daram também o efeito da adição de ácido clorídrico
sobre a retenção de Ca nos controles e nos pacientes com
acloridria, consumindo uma refeição rica em fibras. Nova-
mente, nenhum efeito da acidez foi aparente. Estes
autores concluíram que a presença de acloridria em
idosos, endógena ou iatrogênica, não afeta a absorção do
Ca da dieta, mesmo na presença de fibras.
Embora os estudos citados possam ser alvo de
críticas do ponto de vista de seleção de pacientes e carac-
terização da acloridria, no geral pode-se inferir que indi-
víduos com produção ácida reduzida (com gastrite atrófi-
ca ou uso de medicações anti-ulcerosas), sob condições
normais de alimentação, podem ter absorção normal de
Ca. Isso poderia ser devido à ingestão de alimentos ricos
em Ca, tais como derivados lácteos, ou à presença de
fatores dietéticos que aumentem a absorção do elemento,
ou ainda poderia ser devido à secreção ácida gástrica ou
intestinal estimuladas pela refeição (50).
Biodisponibilidade do Cálcio Dietético
Buzinaro, Almeida & Mazeto
860 Arq Bras Endocrinol Metab vol 50 nº 5 Outubro 2006
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando-se o papel que o Ca representa para a
manutenção da saúde óssea e a importância da obten-
ção desta de forma menos invasiva e intervencionista
possível, a relevância da dieta no fornecimento dos re-
querimentos diários do elemento deve ser ressaltada.
Assim, este artigo objetivou sumarizar os principais fa-
tores relacionados ao aproveitamento do Ca presente
nos alimentos, destacando aqueles com melhor bio-
disponibilidade do mineral.
O teor e a biodisponibilidade do Ca variam
muito nos diversos alimentos, sendo que um grande
número de fatores influencia no aproveitamento do
elemento presente nas refeições. O leite de vaca e de-
rivados se constituem nas fontes mais ricas e com ma-
ior percentual de absorção do mineral. Porém, alguns
outros alimentos, quando ingeridos em quantidades
adequadas, podem contribuir consideravelmente para
o seu fornecimento, de forma aproveitável, aos indiví-
duos. Assim, o leite de outros animais (como cabras e
ovelhas, por exemplo) e os queijos e iogurtes feitos a
partir deste leite, poderiam ser usados em porções
equivalentes às dos laticínios de origem bovina, como
substitutos. Já o leite de soja enriquecido com Ca se
constituiria em uma alternativa interessante, desde que
fossem adequados os volumes das porções à bio-
disponibilidade do elemento. Outros alimentos como
o feijão branco, o brócolis, a couve e os peixes peque-
nos inteiros, poderiam ser utilizados em associação
com produtos de maior teor / biodisponibilidade para
atingir-se as metas dietéticas adequadas de Ca nos
indivíduos que não querem ou não podem ingerir o
leite de vaca.
REFERÊNCIAS
1. Fairweather-Tait SJ, Teucher B. Calcium bioavailability in
relation to bone health. Int J Vitam Nutr Res
2002;72(1):13-8.
2. Wilkinson R. Absorption of calcium, phosphorus and
magnesium. In: Nordin BEC (ed). Calcium, phosphate
and magnesium metabolism. Edinburgh/London/New
York: Churchill Livingstone, 1976. pp. 36-112.
3. Kenny AD. Intestinal calcium absorption and its regula-
tion. Boca Raton: CRC Press. Inc., 1982.
4. Birge SJ, Peck WA, Berman M, Whedon GP. Study of cal-
cium absorption in man. A kinetic analysis and physio-
logic model. J Clin Invest 1969;48:1705-13.
5. Wensel RH, Rich C, Brown AC, Volwiler W. Absorption of
calcium measured by intubation and perfusion of the
intact human small intestine. J Clin Invest 1969;48:1768-75.
6. Heaney RP, Weaver CM. Oxalate: effect on calcium
absorbability. Am J Clin Nutr 1989;50:830-2.
7. Charles P. Calcium absorption and calcium bioavail-
ability. J Int Med 1992;231:161-8.
8. Ghyton AC, Hall JE. Hormônio paratireóideo, calcitoni-
na, metabolismo do cálcio e do fosfato, vitamina D,
ossos e dentes. In: Ghyton AC, Hall JE (eds). Tratado de
fisiologia médica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2002. pp. 841-56.
9. Tanaka Y, DeLuca HF. The control of 25-hydroxyvitamin
D metabolism by inorganic phosphorus. Arch Biochem
Biophys 1973;154:566-74.
10. Institute of Medicine. Dietary reference intakes for calci-
um, phosphorus, magnesium, vitamin D, and fluoride.
Washington: National Academy Press, 1997.
11. Anderson JJB. Nutrição para a saúde óssea. In: Mahan
LK, Escott-Stump S (eds). Krause Alimentos, nutrição e
dietoterapia. 10ª ed. São Paulo: Editora Roca, 2003. pp.
591-611.
12. Matkovic V, Kostial K, Simonovic I, Buzina R, Broadarec
A, Nordin BEC. Bone status and fracture rates in two
regions of Yugoslavia. Am J Clin Nutr 1979;92:953-63.
13. Lucas B. Nutrição na infância. In: Mahan LK, Escott-
Stump S (eds). Krause Alimentos, nutrição e dietote-
rapia. 10ª ed. São Paulo: Editora Roca, 2003. pp. 229-46.
14. Saunders C, Neves EQC, Accioly E. Recomendações
nutricionais na gestação. In: Accioly E, Saunders C, La-
cerda EMA (eds). Nutrição em obstetrícia e pediatria. 1ª
ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2002. pp. 145-69.
15. Prentice A. Maternal calcium metabolism and bone
mineral status. Am J Clin Nutr 2000;71:1312-6.
16. Avioli LV, McDonald JE, Lee SW. The influence of age on
the intestinal absorption of
47
Ca in women and its rela-
tion to
47
Ca absorption in postmenopausal osteoporosis.
J Clin Inv 1965;44:1960-7.
17. Vieth R, Ladak Y, Walfish PG. Age-related changes in
the 25-hydroxyvitamin D versus parathyroid hormone
relationship suggest a different reason why older adults
require more vitamin D. J Clin Endoc Metab
2003;88(1):185-91.
18. Weaver CM, Proulx WR, Heaney R. Choices for achiev-
ing adequate dietary calcium with a vegetarian diet.
Am J Clin Nutr 1999;70:543S-8S.
19. Anderson JJB. Minerais. In: Mahan LK, Escott-Stump S
(eds). Krause Alimentos, nutrição e dietoterapia. 10ª
ed. São Paulo: Editora Roca, 2003. pp. 106-45.
20. Heaney RP, Dowell MS, Rafferty K, Bierman J. Bioavail-
ability of the calcium in fortified soy imitation milk, with
some observations on method. Am J Clin Nutr
2000;71:1166-9.
21. Martini L, Wood RJ. Relative bioavailability of calcium-
rich dietary sources in the elderly. Am J Clin Nutr
2002;76:1345-50.
22. Shen L, Robberecht H, Van Dael P, Deelstra H. Estimation
of the bioavailability of zinc and calcium from human,
cow’s, goat, and sheep milk by an in vitro meted. Biol
Trace Elem Res 1995;49(2-3):107-18.
23. Hansen M, Thilsted SH, Sandstrom B, Kongsbak K, Larsen
T, Jensen M, et al. Calcium absorption from small soft-
boned fish. J Trace Elem Med Biol 1998;12(3):148-54.
Biodisponibilidade do Cálcio Dietético
Buzinaro, Almeida & Mazeto
861Arq Bras Endocrinol Metab vol 50 nº 5 Outubro 2006
24. Allen LH. Calcium bioavailability and absorption: a review.
Am J Clin Nutr 1982;35:783-808.
25. Bronner R. Nutrient bioavailability, with special reference to
calcium. J Nutr 1993;123(5):797-802.
26. Weaver CM, Heaney RP. Isotopic exchange of ingested
calcium between labeled sources. Evidence that ingested
calcium does not form a common absorptive pool. Calcif
Tissue Int 1991;49(4):244-7.
27. Miller DD. Calcium in the diet: food sources, recommend-
ed intakes, and nutritional bioavailability. Adv Food Nutr
Res 1989;33:103-56.
28. Heaney RP, Weaver CM, Recker RR. Calcium absorbability
from spinach. Am J Clin Nutr 1988;47:707-9.
29. Heaney RP, Weaver CM. Calcium absorption from kale.
Am J Clin Nutr 1990;51:656-7.
30. Leichsenring JM, Norris LM, Halbert ML. Effect of ascorbic
acid and of orange juice on calcium and phosphorus
metabolism of women. J Nutr 1957;63:425-35.
31. Kabayashi A, Kawai S, Ohbe Y, Nagashima Y. Effects of
dietary lactose and a lactase preparation on the intestinal
absorption of calcium and magnesium in normal infants.
Am J Clin Nutr 1975;28:681-3.
32. Ziegler EE, Forman SJ. Lactose enhances mineral absorp-
tion in infancy. J Pediatr Gastroenterol Nutr 1983;2:288-94.
33. Coudray C, Bellanger J, Castiglia-Delavaud C, Vermorel V,
Rayssignuier Y. Effect of soluble or partly soluble dietary
fibres supplementation on absorption and balance of cal-
cium, magnesium, iron and zinc in healthy young men. Eur
J Clin Nutr 1997;51:375-80.
34. Cashman KD. Calcium intake, calcium bioavailability and
bone health. Br J Nutr 2002;87(S2):S169-77.
35. Weaver CM, Heaney RP. Cálcio. In: Shils ME, Olson JA,
Shike M, Ross AC (eds). Tratado de nutrição moderna na
saúde e na doença. 9ª ed. São Paulo: Manole, 2003.
pp.153-67.
36. Steggerda FR, Mitchell HH. The calcium balance of adult
human subjects on high and low-fat (butter) diets. J Nutr
1951;45:201-11.
37. Heaney RP. Protein intake and the calcium economy. J
Am Diet Assoc 1993;93:1259-60.
38. Hegsted M, Schuette SA, Zemel MB, Linkswiler HM. Urinary
calcium and calcium balance in young men as affected
by level of protein and phosphorus intake. J Nutr
1981;111:553-62.
39. Rapuri PB, Gallagher JC, Balhorn KE, Ryschon KL. Alcohol
intake and bone metabolism in elderly women. Am J Clin
Nutr 2000;72:1206-13.
40. Rapuri PB, Gallagher JC, Kinyamu HK, Ryschon KL. Caf-
feine intake increases the rate of bone loss in elderly
women and interacts with vitamin D receptor geno-
types. Am J Clin Nutr 2001;74:694-700.
41. Berning JR. Nutrição para treinamento e desempenho
atléticos. In: Mahan LK, Escott-Stump S (eds). Krause
Alimentos, nutrição e dietoterapia. 10ª ed. São Paulo:
Editora Roca, 2003. pp. 517-38.
42. Douglas CR. Necessidades minerais. In: Tratado de fisi-
ologia aplicada à nutrição. 1ª ed. São Paulo: Robe Edi-
torial, 2002. pp.135-48.
43. Calvo MS, Park YK. Changing phosphorus content of the
US diet: Potential for adverse effects on bone. Am J Clin
Nutr 1996;126:1168.
44. Spencer H, Lewin I, Fowler J, Samachson J. Influence of
dietary calcium intake on Ca
47
absorption in man. Am J
Med 1969;46:197-205.
45. Ireland P, Fordtran JS. Effect of dietary calcium and age
on jejunal calcium absorption in humans studied by
intestinal perfusion. J Clin Invest 1973;52:2672-81.
46. Marshall DH, Nordin BEC, Speed R. Calcium, phosphorus
and magnesium requirement. Proc Nutr Soc
1976;35:163-73.
47. Pettifor J, Ross P, Moodley G, Shuenyane E. Calcium
deficiency in rural black children in South-Africa: a com-
parison between rural and urban communities. Am J
Clin Nutr 1979;32:2477-83.
48. Dominguez JH, Gray RW, Leman Jr J. Dietary phosphate
deprivation in women and men: effects of mineral and
acid balances, parathyroid hormone and the metabo-
lism of 25-OH vitamin D. J Clin Endocrinol Metab 1976;
43:1056-68.
49. Ivanovich P, Fellows H, Rich C. The absorption of calcium
carbonate. Ann Intern Med 1967;66:917-23.
50. Wood RJ, Serfaty-Lacrosniere C. Gastric acidity, atroph-
ic gastritis, and calcium absorption. Nutr Rev 1992;
50(2):33-40.
51. Bo-Linn GW, Davis GR, Buddrus DJ, Morawski SG, Santa
Ana C, Fordtran JS. An evaluation of the importance of
gastric acid secretion in the absorption of dietary calci-
um. J Clin Invest 1984;73:640-7.
52. Recker RR. Calcium absorption and achlorhydria. N Engl
J Med 1985;313:70-3.
53. Knox TA, Kassarjian Z, Dawson-Hughes B, Golner BB, Dal-
lal GE, Arora S, et al. Calcium absorption in elderly sub-
jects on high and low-fiber diets: effect of gastric acidi-
ty. Am J Clin Nutr 1991;53:1480-6.
Endereço para correspondência:
Gláucia Maria Ferreira da Silva Mazeto
Departamento de Clínica Médica
Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP
18618-000 Botucatu, SP
E-mail: gmazeto@fmb.unesp.br
... Inicialmente se pensó en que la lactosa así como otros azúcares podían actuar directamente sobre el hueso como precursores de proteínas óseas, sin embargo, esta idea cambió al observar efectos a nivel intestinal (39). Las soluciones de alta osmolaridad como las correspondientes a lactosa parecen ser absorbidas lentamente en el íleo, en los mismos sitios de absorción del calcio, prolongando de este modo, la absorción pasiva e independiente de vitamina D (40). Los estudios muestran que las soluciones de lactosa pueden llegar a doblar o triplicar la difusión pasiva, probablemente al incrementar la permeabilidad del calcio en el espacio de las uniones intercelulares (40,41). ...
... Las soluciones de alta osmolaridad como las correspondientes a lactosa parecen ser absorbidas lentamente en el íleo, en los mismos sitios de absorción del calcio, prolongando de este modo, la absorción pasiva e independiente de vitamina D (40). Los estudios muestran que las soluciones de lactosa pueden llegar a doblar o triplicar la difusión pasiva, probablemente al incrementar la permeabilidad del calcio en el espacio de las uniones intercelulares (40,41). ...
... Se ha observado, no obstante, que en adultos sanos con dieta normal, las concentraciones de lactosa presentes regularmente en la leche no parecen afectar la absorción de calcio de manera signifi cativa (45,46) únicamente dosis altas parecen tener efectos benéfi cos, y al parecer puede ser dependiente de la actividad de la lactasa a nivel intestinal (20,40,47,48). Resultados similares se han observado en estudios donde se evalúa la absorción de calcio de yogurt, en el cual la lactosa está parcialmente hidrolizada o en derivados lácteos que no contienen lactosa, observando que el calcio de estos alimentos se absorbe tan efi cientemente como el de la leche (49,50). ...
Article
Full-text available
The whey is defined as a dairy product obtained during the manufacturing of cheese. It is not a substitute for cow's milk because it is a fraction of it. However, the whey contains nutrients and compounds with potential nutritional and functional benefits. Approximately 90% of calcium from milk is present in whey. Some scientific evidence suggests that calcium from whey is more bioavailable, even overpassing the mineral salts that are used for food fortification or nutritional supplements. The enhanced bioavailability is associated with the nutrients present within, especially proteins and lactose. It has also been shown that the technology used for the processing of whey can involve greater or lesser concentration and bioavailability of calcium. Human Investigations are needed to confirm these hypotheses.
... The MetS association among of obesity presence (Table 2) was an expressive form in OG (70%). The data found in this group reiterate studies demonstrating a high prevalence of MetS in obese individual [10,19,20]. ...
... Calcium can be acquired through daily intake of food sources, among which are dairy products which have high bioavailability due to Vitamin D content and presence of lactose, which increases its absorption [20]. However, data on the frequency of dietary intake revealed a very low daily intake of dietary sources of calcium of great bioavailability (from milk and dairy products) in groups, with emphasis on both "rarely" consuming milk and milk products (Table 3). ...
Article
Full-text available
A high prevalence of obese women cannot achieve the recommended daily intake of calcium. The aim of the study is to compare intake of dietary sources of calcium in Brazilian obese and no obese women and relationship between their consumption and metabolic syndrome occurrence. 84 Brazilian women was an assessment by food frequency intake of calcium source stratified into levels and compared to Food Guide for the Brazilian Population. Metabolic syndrome was defined as the presence of ≥ 3 criteria on National Cholesterol Education Program-Adult Treatment Panel III. Anthropometric data were obtained through measurement body weight, height and waist circumference. The subjects were divided into Obese and Eutrophic Group, were matched by age 41 ± 10 and 39 ± 7 years. Were evaluated 44 obese and 40 eutrophics (52.4% obese), weight 112.3 ± 14.8 kg and 63.6 kg ± 8.3, body mass index between 36.6-63.2 kg/m2 and mean 24.3 kg/m2. The association between the presence of metabolic syndrome and obesity was present in 41.7% (P<0.001) of the total sample and an expressive way in obese (71%). When evaluated intake frequency of calcium food sources between groups, were observed the statistical difference in consumption of conventional yoghurt (P=0.021) and sardines (P=0.018). The data revealed very low daily consumption of high bioavailability calcium sources (milk and dairy products); especially in reference to rarely ingest milk and dairy products. No significant difference was found when the presence of criteria of metabolic syndrome was evaluated with consumption of calcium source. Metabolic syndrome was prevalent in obese but it was not possible to infer the relationship between consumption of calcium food sources and metabolic syndrome. Calcium intake was below recommendations in both groups. It becomes an evident need for nutritional education to stimulate consumption of calcium food sources part of an adequate diet to protect for obesity and metabolic syndrome.
... It should be noted that the negative effect of protein on bone metabolism is seen only if the calcium intake is below the ideal level. 19 This finding is in line with the results for the women evaluated in the present study (high protein and low calcium intake). It is estimated that a ratio of calcium to protein greater than 20:1 can protect the bones. ...
... It is estimated that a ratio of calcium to protein greater than 20:1 can protect the bones. 19 In this context, the inadequate intake of calcium and protein represents a greater risk of the development of osteopenia and osteoporosis. This situation can lead to fractures that are often very serious, depending on anatomical location. ...
Article
Full-text available
Introduction: the adequate intake of nutrients involved in bone metabolism can prevent and even reduce the risk of osteoporosis. Objective: verify the intake of total calories, protein and calcium in women diagnosed with osteopenia and osteoporosis after menopause. Method: a study of 25 women diagnosed with osteopenia (n=17) or osteoporosis (n=8) in the postmenopausal period, who were members of the Prática de Exercícios Físicos na Osteoporose (Practice of Physical Exercise Against Osteoporosis) (PEFO) study group of the Universidade Tecnológica Federal do Paraná (the Federal Technology University of Paraná) (UTFPR). The study was divided into two data collection phases: assessment of body composition and bone mineral density by Dual-energy X-ray Absorptiometry (DXA) and the recording of food consumption over the previous 72 hours by means of a structured interview. Results: there was a difference between the reference values and the average values found for caloric, protein and calcium intake. There were higher values for protein, while calcium intake was low. The osteoporosis group (mean 59.24+80.07, p<0.05) ingested significantly more protein than the osteopenia group (mean 15.14+16.53, p<0.05). The results showed a significant negative correlation between protein intake and hip BMD (r=-0.416, p<0.05). Conclusion: adequate intake of protein should be recognized as a protective factor for osteoporosis and considered by nutritionists, as well as being widely featured in public health campaigns. Key words: Osteoporosis; Menopause; Nutrition
... About 20-30% of the calcium ingested in the body is absorbed [14], with the rate of absorption depending on the form in which calcium is present in food, its quantity, solubility, and interaction with other food ingredients. Considering all the above factors, calcium from milk has a high degree of bioavailability [15]. Phosphorus is an element that is associated with a number of important biological functions in the human body. ...
Article
Full-text available
Milk containing aflatoxin M1 (ATM1) in quantities above 0.05 µg/kg is considered unsuitable for consumption. It is possible to use mycotoxin deactivators that bind aflatoxin M1 and allow the further use of milk. The study aimed to examine the impact of selected mycotoxin deactivators (beta-glucan from yeast and oats, and live and dead lactic acid bacteria) on the nutritional composition of milk after binding to aflatoxin M1 intentionally added to milk. The study used consumption milk with 2.8% milk fat intentionally contaminated with aflatoxin M1. Furthermore, 0.05% and 0.1% solutions of beta-glucan from yeast and beta-glucan from oats were added to the contaminated milk, as well as live and dead lactic acid. Concentrations of Na, K, Mg, and Ca were monitored at the zero hour of binding of mycotoxin deactivators and ATM1, after 2 h of binding, and after 4 and 24 h of binding. The largest deviations were found in Na, K, and Mg, while the minimum changes were observed in Ca. Live lactic acid bacteria were found to have the least impact on micronutrients, except in Na (difference = 40, p = 0.029, GES = 0.083), where the 0.1% solution from oats had the least impact on micronutrient content. The results of this study suggest that it is best to use live lactic acid bacteria where the different duration of action regarding nutrients, with the possible exception of Na, is not relevant, which indicates that, when using this mycotoxin deactivator, milk contaminated with ATM1 can be further used.
... They can lead to calcium deficiency because they may contain large amounts of fibers, phytates, and oxalates, compounds capable of chelating calcium and reducing its passive absorption in the distal jejunum and ileum. [33][34][35][36] Cow's milk is a potentially allergenic food, triggering atopic reactions in infants predisposed to lactose intolerance or CMA. 37 Nowadays, more than 60% of the world population has lactose intolerance, and its occurrence generally increases with age. ...
Article
Full-text available
Objective: The objective of this study was to map and synthesize evidence on the adequacy of dietary calcium intake and dairy products in Brazilian preschoolers and schoolchildren. Data source: Evidence searches were performed in the MEDLINE (via PubMed) and Latin American and Caribbean Health Sciences Literature (LILACS; via BVS) databases, with no restriction on date or language of publication. Experimental or observational studies that evaluated healthy Brazilian children between 2 and 12 incomplete years old were included. Data synthesis: A total of 18 studies were included. Seven of 11 studies of 11 studies (63.6%) identified mean values of dietary calcium intake below the age recommendation, especially in schoolchildren, with the progression of the age group. Among preschoolers, studies with direct weighing of food showed higher mean values of dietary calcium ingested compared to those with dietary recall. Children attending public daycare centers on a part-time basis tended to have inadequate calcium intake. The consumption of milk and dairy products was lower among older children, especially schoolchildren. Conclusions: Inadequate dietary calcium intake seems to be prevalent in Brazil during childhood, especially among schoolchildren. Therefore, the evaluation of milk and dairy products intake must be considered in order to desgn appropriate corrective actions.
... Vegetables are dietary items generally high in calcium with moderate phosphorus levels (US FAD Administration 2017; Briggs and Wahlqvist 2010a;Henderson et al. 2002). Although vegetables are high in calcium, the bioavailability of calcium derived from plants is much lower due to fibres, phytates and oxalates, co-factors naturally present in plants (Buzinaro et al. 2006). Also, the plants are often treated with pesticides and the result of that exposure effect the increase of blood phosphorus and a decrease in total blood protein level, which could result in elevated PTH levels (Hu et al. 2015). ...
Article
Full-text available
Although the effect of isolated nutrients on plasma parathyroid hormone (PTH) is somewhat familiar, the effect of multiple nutrients on plasma PTH level has not yet been studied. The aim of this study was to identify groups of food items that are associated with the plasma PTH level in healthy individuals. This cross-sectional study enrolled 1180 healthy individuals from Croatia with plasma PTH levels inside the referent values. A food frequency questionnaire containing 58 food items was completed to evaluate the dietary intake. We used principal component analysis to reduce food items into dietary groups, followed by linear regression analysis to test the association between dietary groups and the level of PTH. The results indicate that different sorts of vegetables (p = .006), sausages, salami, mushrooms, eggs (p = .033), as well as white bread (p = .009) are associated with the increase, while bran bread (p = .009) is associated with the decreased plasma PTH level.
... Dairy is also a main source of the disaccharide lactose, that is, ''milk sugar' '(I.O.M. 2010), although secondary sources of lactose exist (Matthews et al. 2005). The lactase enzyme is essential for the metabolism of lactose (Buzinaro et al. 2006), and the persistence of this enzyme throughout adulthood is strongly genetically controlled. ...
Article
Full-text available
Hypertension and dyslipidemia have traditionally been associated with dietary sodium and fat intakes, respectively; however, they have recently been associated with the consumption of added sugars in adults and older adolescents, but there is no clear indication of how early in the life span this association manifests. This study explored the cross-sectional association between added sugar (sugars not naturally occurring in foods) consumption in children, blood pressure (BP), and fasting blood lipids [triglycerides and total, low-density lipoprotein, and high-density lipoprotein (HDL) cholesterol]. BP, blood lipids, and dietary intakes were obtained in a multiethnic pediatric sample aged 7-12 y of 122 European American (EA), 106 African American (AA), 84 Hispanic American (HA), and 8 mixed-race children participating in the Admixture Mapping of Ethnic and Racial Insulin Complex Outcomes (AMERICO) study-a cross-sectional study conducted in the Birmingham, AL, metro area investigating the effects of racial-ethnic differences on metabolic and health outcomes. Multiple regression analyses were performed to evaluate the relations of added sugars and sodium intakes with BP and of added sugars and dietary fat intakes with blood lipids. Models were controlled for sex, race-ethnicity, socioeconomic status, Tanner pubertal status, percentage body fat, physical activity, and total energy intake. Added sugars were positively associated with diastolic BP (P = 0.0462, β = 0.0206) and serum triglycerides (P = 0.0206, β = 0.1090). Sodium was not significantly associated with either measure of BP nor was dietary fat with blood lipids. HA children had higher triglycerides but lower added sugar consumption than did either the AA or EA children. The AA participants had higher BP and HDL but lower triglycerides than did either the EA or HA children. These data suggest that increased consumption of added sugars may be associated with adverse cardiovascular health factors in children, specifically elevated diastolic BP and triglycerides. Identification of dietary factors influencing cardiovascular health during childhood could serve as a tool to reduce cardiovascular disease risk. This trial was registered at clinicaltrials.gov as NCT00726778.
... As described above, this probably holds true also for pigs and it was supposed that this may be mainly mediated by paracellular pathways (Kaune, 1996). Data regarding effects of protein or lipid intake on Ca 2+ absorption are not clear (Kerstetter et al., 2003;Schlumbohm and Harmeyer 2004;Buzinaro et al., 2006) but should not be excluded a priori. Recently, Conigrave et al. (2009) have reviewed rather new concepts considering the roles of amino acid-sensing mechanisms in coupling dietary protein intake to metabolic change as well as the central role of calcium-sensing receptors (CaRs) in the control of calcium metabolism. ...
Article
Intestinal glucose and calcium (Ca2+) absorption as well as their respective regulatory processes have been studied in detail in different species. Regulation is mediated from the luminal and the blood side of the barrier. For increasing glucose uptake, L-type Ca2+ channels in connection with cytoskeletal rearrangement have been identified as relevant factors for the insertion of glucose transporter 2 (GLUT2) into the apical membrane. Apical located sweet taste receptors can be stimulated by high luminal glucose concentrations or artificial sweeteners which also results in stronger GLUT2 insertion. During long-term adaptation, sweet taste receptors mediate the upregulation of a sodium-dependent glucose transport system (SGLT1), which involves the activation of cAMP pathway. Therefore, it is assumed that sweet taste receptors are able to modulate short-term as well as long-term adaptation through the activation of different pathways. For endocrine regulation glucagon-like peptides, glucose-dependent insulinotropic polypeptide and leptin are under discussion. For Ca2+ para- and transcellular pathways contribute to Ca2+ absorption which includes transient receptor potential channels (TRP). Controversy still exists on the essential role of calbindin-D9k for cellular transfer of Ca2+. Calcitriol, Ca2+ itself and other nutritional factors such as carbohydrates and short-chain fatty acids are involved in regulation of intestinal Ca2+ absorption.
Article
The optimal conditions for preparation of egg white peptides-calcium chelate (EWPs-Ca) were determined by response surface methodology (RSM). Under the optimal condition (mass ratio of peptide: calcium of 4:1 at 53 °C and pH 8.2 for 30 min), the calcium content of EWPs-Ca was 44.1 mg/kg. The results of Ultraviolet–Visible absorption spectroscopy (UV) and Fourier transform infrared spectroscopy (FTIR) indicated that the carboxyl oxygen and amino nitrogen atoms of the egg white peptides (EWPs) may chelate with calcium during the chelation. Amino acid analysis suggested that glutamate, aspartic acid, cysteine, threonine, glycine and lysine played important roles during the chelation. The scanning electron microscopy showed that due to EWPs combined with calcium, the structure of EWPs-Ca became loose porous sponge. Moreover, the amount of transferred calcium of EWPs-Ca was 46.18 ± 2.12, 63.86 ± 0.36, 106.91 ± 0.44, 123.61 ± 1.59 μg/mL at 30, 60, 120, 180 min in Caco-2 cell monolayers, respectively. Compared with the blank control, the proliferation rate of Human fetal osteoblast (HFOB) cells reached the maximum value of 119.55 ± 1.36%, 110.20 ± 1.56% and 112.58 ± 1.62% at 24, 48 and 72 h, respectively and EWPs-Ca also improved the activity of alkaline phosphatase (ALP).
Article
Yogurt is a nutrient-dense probiotic food with unique properties. It has been associated with healthy dietary patterns and postulated as a marker of diet quality. In this report we describe the nutritional composition of yogurt as a good source of several micronutrients, which may help to improve diet quality and maintain metabolic well-being as part of a healthy dietary pattern. The results of this report indicate that yogurt consumers have overall higher diet quality. Increasing yogurt consumption may help to improve the intake of some shortfall vitamins and minerals, as part of a well energy-balanced diet. Further studies such as long-term intervention one, would be useful to explore the effect of yogurt consumption, on nutritional status and health.
Article
Full-text available
The prevalence of biochemical abnormalities usually associated with rickets was investigated in three black school-going populations, one from a rural community, one from a small urban community, and one from a large urban area. A high prevalence of biochemical abnormalities was found in the rural community, where 13.2% of children were hypocalcemic and 41.5% had elevated alkaline phosphatase concentrations. No hypocalcemia was detected in the children from the large urban area. Urinary calcium excretion was lowest in the community with the highest prevalence of hypocalcimia and elevated alkaline phosphatase concentrations. Dietary calcium intake in those children with biochemical abnormalities was estimated at 125 mg/day, compared with 337 mg/day in those children with normal biochemistry. It is suggested that the pathogenesis of the biochemical abnormalities in the rural community is due to a low dietary intake of calcium.
Conference Paper
Background: Published reports on the effect of alcohol consumption on bone mineral density (BMD) are inconsistent. Objective: The objective of this study was to examine the relation between alcohol intake and BMD, calcitropic hormones, calcium absorption, and other biochemical indexes of bone and mineral metabolism in elderly women. Design: The results presented are derived from baseline observations of 489 elderly women (aged 65-77 y) recruited for an osteoporosis study. The nondrinking group comprised 297 women and the drinking group comprised 148 women. Furthermore, the effect of different alcohol intakes (less than or equal to 28.6, >28.6 to less than or equal to 57.2, >57.2 to less than or equal to 142.9, and >142.9 g/wk) was studied. Results: Women who consumed alcohol had significantly higher spine (10%), total body (4.5%), and midradius (6%) BMD than did nondrinkers. An alcohol intake >28.6 g/wk was associated with higher BMD; maximum effect was seen with an intake of >28.6 to less than or equal to 57.2 g/wk (16%, 12%, and 14% increase in spine, total body, and midradius BMD, respectively). There was a marked reduction in bone remodeling markers, serum osteocalcin, and the ratio of urinary cross-linked N-telopeptides of type 1 collagen to creatinine with alcohol consumption, suggesting that increased BMD with alcohol consumption could be due to reduced bone remodeling. Further, serum parathyroid hormone concentrations were significantly lower in alcohol drinkers than in nondrinkers and could be one of the causes of decreased bone resorption. Conclusions: Moderate alcohol intake was associated with higher BMD in postmenopausal elderly women. The protective effect of alcohol may have been a result of lower bone remodeling due to reduced parathyroid hormone concentrations or factors such as increased estrogen concentrations.
Article
To achieve adequate dietary calcium intake, several choices are available that accommodate a variety of lifestyles and tastes. Liberal consumption of dairy products in the diet is the approach of most Americans. Some plants provide absorbable calcium, but the quantity of vegetables required to reach sufficient calcium intake make an exclusively plant-based diet impractical for most individuals unless fortified foods or supplements are included. Also, dietary constituents that decrease calcium retention, such as salt, protein, and caffeine, can be high in the vegetarian diet. Although it is possible to obtain calcium balance from a plant-based diet in a Western lifestyle, it may be more convenient to achieve calcium balance by increasing calcium consumption than by limiting other dietary factors.
Article
Calcium is important for bone health. It has been customary to focus on dietary calcium intake, but of central importance for the body needs in the individual patient is the actual calcium absorption. This absorption consists of an active vitamin D-mediated component and a passive diffusional component. A number of different methods are available for the evaluation of calcium absorption. At present the calcium absorption tests using calcium isotopes (radioactive or stable) appear to be the most reproducible way of determining calcium absorption. The major nutrient sources for calcium are milk and milk products, whereas some of the green vegetables have a low bioavailability of calcium. When deciding whether an increased calcium intake is advisable, the following questions must be answered. What is the calcium absorptive status of the patient? How should the calcium supplement be dispensed? What calcium salt should be used? When should calcium supplements be taken? What is the compliance of the patient? When should the treatment be evaluated? The calcium supplement might be taken as milk (or milk products) or, in patients with lactose intolerance, as calcium supplements. Quite a number of calcium supplements are available on the market, and many of them are marketed without proper knowledge of the bioavailability of the actual preparation. For the benefit of our patients it is now reasonable to demand such investigations before marketing calcium supplements.
Article
The deleterious effects of increased gastric pH on calcium absorption from calcium carbonate supplements were observed about 25 years ago. Increasing use of calcium supplements, especially by the elderly, has raised questions about bioavailability from various calcium sources. Decreased gastric acidity is common in the elderly and in patients taking antiulcer medications. A critical review of the available human studies that have investigated the role of gastric acidity in calcium bioavailability suggests that the effects of increased gastric pH are only apparent when poorly soluble calcium salts are taken after an overnight fast. Soluble calcium sources, such as calcium citrate and calcium from milk, are absorbed normally in elderly subjects with atrophic gastritis. Moreover, calcium carbonate, a relatively insoluble calcium salt, is well absorbed in atrophic gastritis patients if administered with a meal. In order to maximize calcium bioavailability, elderly subjects should increase their calcium intakes to at least recommended levels, preferably by increasing milk consumption. When calcium supplements are used to augment dietary calcium sources, a highly soluble source should be of benefit or calcium carbonate may be taken with a meal.
Article
We evaluated the effects of dietary PO4 restriction on 25-OH-Vitamin D3 metabolism, serum iPTH levels, and mineral balances in healthy women and men. PO4 balances were progressively negative because of fecal losses without sex difference. Turnover of the plasma 25-OH-D pool was increased from 5.8 +/- 0.4 to 12 +/- 1.2 nmol/day; P less than 0.001, despite a fall in serum iPTH of -1.1 +/- 0.3 mulEq/ml; P less than 0.01. In both sexes, net intestinal calcium and magnesium absorption increased in proportion to a more rapid turnover of the plasma 25-OH-D pool, implying increased renal 1,25-(OH)2-D3 production. By contrast, there was a striking sex difference in the response of serum PO4 to dietary PO4 deprivation; the levels falling progressively in women, but remaining at control levels in men. Women demonstrated progressive hypercalciuria and negative Ca balances while in men the increments in intestinal Ca absorption were approximately matched by the increments in urinary Ca excretion so that Ca balances were not different from zero.
Article
Bone status and fracture rates were evaluated in two Yugoslav populations with very different dietary habits. In district A (Podravina) the daily calcium intake was about twice that in district B (Istra). There were similar but smaller differences in the intakes of other nutrients. In district B metacarpal cortical width was reduced in all age groups of both sexes but the difference tended to decrease with age. The proximal femur fracture rate was higher in district B than district A but there was no difference between the forearm fracture rates in the two districts. Our results confirm that bone mass at any age is clearly the result of age and sex and most probably other genetically determined factors but also show that this expression is nutrition related. The data suggest that nutrition (in particular the calcium intake) is an important determinant of bone mass in young adults but seems to have little effect on age-related bone loss in either males or females. The main determinant of cortical bone mass in the elderly seems to be the cortical bone mass in middle life. The proximal femur fractures of old people reflect declining cortical bone mass but the distal forearm fractures of middle-aged women are unrelated to cortical bone mass or nutritional status.
Article
Effects of dietary lactose and a lactase preparation on the intestinal absorption of calcium and magnesium were studied in 3 groups under 8 months of age; infants on a proprietary milk, infants on a lactose-free milk, and infants on a proprietary milk to which a lactase preparation was added. The intestinal absorption of both elements was reduced in infants on a lactose-free milk and enhanced in infants who were fed on a proprietary milk and given a lactase preparation.