O Encontro Sergipano de Educação Ambiental (ESEA) teve início
em 2008 através das ações promovidas pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Ambiental de Sergipe (GEPEASE) e pelo Projeto
Sala Verde na UFS, a fim de proporcionar um momento de reflexão
coletiva na perspectiva de construção de novos rumos à atuação na
Educação Ambiental no estado de Sergipe. Em 2015, em parceria com
a Sociedade SEMEAR, o GEPEASE e a Sala Verde na UFS realizaram a
5º edição do evento com o tema: “FORMAÇÃO DE EDUCADORES
AMBIENTAIS: CAMINHOS PARA A PRÁXIS”, tendo como objetivo
fomentar o debate sobre quais caminhos os educadores vêm buscando para desenvolver sua práxis, considerando o modelo de
desenvolvimento adotado pela nossa sociedade em que a técnica, a
fragmentação e a exploração do ser humano por outros seres humanos estão cada vez mais presentes e precisam ser superados. O ESEA
trouxe à tona, nesta edição, a inquietação pela busca da compreensão entre o distanciamento que se faz presente entre os avanços na
teoria e na prática em Educação Ambiental.
A fim de fomentar a construção da práxis na formação dos educadores ambientais, o evento promoveu conferências, mesas-redondas,
grupos de trabalhos – GT, oficinas e mostra audiovisual. Em todos os
momentos, a perspectiva crítica fez-se presente em torno dos eixos
norteadores do evento nos campos da educação formal, não-formal, da
pesquisa, da formação de professores, das metodologias e das diversi-
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dades, que se encontram materializados neste livro, a fim de socializar e
divulgar as experiências vivenciadas no encontro.
O livro está dividido em três partes: Da Teoria; Da Prática; Da Construção do Conhecimento. Na primeira, foram reunidos os trabalhos
referentes às discussões promovidas durante as mesas redondas e conferências do evento. Na segunda, estão presentes os artigos referentes
às oficinas e mostra audiovisual. Por fim, na terceira, encontram-se os
artigos selecionados que foram apresentados e debatidos nos grupos
de trabalho do evento.
O livro se inicia com o capítulo “Limites da Mudança e Propostas
Vagabundas: Perspectivas Práxicas da Educação Ambiental” no qual
Cae Rodrigues fala sobre uma nova metodologia para a pesquisa em
Educação Ambiental por meio da abordagem “vagabonding”, que
busca desconstruir o distanciamento entre sujeito de pesquisa e o
fenômeno pesquisado.
Na sequência temos “A Perspectiva das Pedras: Considerações sobre
os Novos Materialismos e as Epistemologias Ecológicas”. O artigo subsidiou a fala de Isabel Cristina Moura Carvalho durante a conferência de
encerramento do ESEA e aborda as bases para a compreensão do conceito de epistemologias ecológicas.
O capítulo “Educação Ambiental Emancipatória pelo Ecoturismo
Marinho de Base Comunitária: Uma Proposta Metodológica com Sustentabilidade Socioambiental”, de autoria de Alexandre Pedrini, Marta
Rhormens e Daniel Brotto. O artigo subsidiou a fala de Pedrini durantea
palestra proferida no evento e aborda as possibilidades de desenvolvimento de uma Educação Ambiental que promova a sustentabilidade em
áreas de ecoturismo marinho.
Finaliza-se a primeira parte do livro com o artigo de Cristyano Ayres
Machado, nomeado “Mitos e Realidades: Do Cenário Nacional, Internacional ao Local, Uma Reflexão sobre a Bacia Hidrográfica do Rio São
Francisco”, o qual traz um apanhado geral sobre os recursos hídricos no
Brasil, ampliando o debate sobre a gestão e os problemas presentes nos
cursos d’água da região Nordeste, em especial do Rio São Francisco.
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A segunda parte traz inicialmente o trabalho de Nayara Siqueira
Melo, “Recursos Metodológicos para o Ensino de Ciências com Ênfase na
Educação Ambiental”, tratando da importância acerca da utilização dos
recursos audiovisuais como metodologia para a Educação Ambiental
realizada através do ensino de ciências.
O artigo de Daniele Santana de Melo, Mônica Andrade Modesto e
Tatiana Ferreira dos Santos, intitulado “Stop Motion: Uma Proposta Metodológica Interativa e Dialógica para a Educação Ambiental” aborda a técnica de Stop Motion como uma ferramenta metodológica diferenciada
que integra teorias, conceitos e representações da Educação Ambiental
ao universo das tecnologias da informação e da comunicação (TIC).
Em sequência temos o capítulo “Legislação Ambiental como Ferramenta de Educação Ambiental”, de Cristiano Cunha Costa, o qual relaciona
o diagnóstico ambiental aos aspectos legais e alternativas mitigadoras às
ações antrópicas no campus da Universidade Federal de Sergipe.
No capítulo seguinte, “Ferramentas para o Trabalho Socioambiental”,
Juliana Oliveira Barreto Silva Araújoe Paula Ellen Silva Oliveira abordam
novas metodologias participativas voltadas para a temática socioambiental em todos os espaços de trabalho no intuito de proporcionar o
reconhecimento dos problemas, a sensibilização e a busca de soluções.
Para finalizar a segunda parte deste livro, no artigo “Contribuições
do Circuito Tela Verde (CTV) para a Formação de Futuros Educadores Ambientais”, as autoras Daiane Gomes Silva, Francielly Silva Goes,
Mariana Reis Fonseca, Thamires Guimarães Santa Rosa e Aline Lima de
Oliveira Nepomuceno relatam a experiência de apresentação do CTV
durante o V ESEA e expõem a importância de utilização deste recurso
didático como proposta de discutir e dialogar sobre a EA de forma
lúdica, reflexiva e participativa.
A terceira parte do livro inicia com o capítulo “Guia de Campo para a
Prática da Educação Ambiental na Trilha da Mata Boa Vista, Nossa Senhora
das Dores – Sergipe”. Os autores Gealisson Santos Silva e Claudio Sérgio
Lisi relatam a elaboração e validação de um guia de campo para a trilha da
Mata Boa Vista localizada no município de Nossa Senhora das Dores/SE.
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Em seguida encontra-se o trabalho de Danilo Mota de Jesus e Anderson de Araújo Reis, sob o título “O Impacto Ambiental da Odontologia”
que se trata de uma revisão de literatura com objetivo de entender o
impacto ambiental da odontologia e descrever as medidas que podem
ser adotadas pela equipe odontológica para diminuir a produção de
resíduos potencialmente prejudiciais ao meio ambiente.
O texto seguinte “A Política Municipal de Educação Ambiental de Aracaju (Lei N° 3.309/2005) no Contexto das Políticas Nacional e Estadual:
Um Diploma Legal para o Desenvolvimento da Educação Ambiental em
Âmbito Local”, dos autores Cleverton Costa Silva e Alana Danielly Vasconcelos, trata da tríade das leis que refletem as políticas de Educação
Ambiental da União, do Estado de Sergipe e do Município de Aracaju.
O capítulo “Visões de Desenvolvimento Sustentável por Professores
de Química do Ensino Superior”, escrito por Ângelo Francklin Pitanga e
Maria Inêz Oliveira Araújo apresenta as concepções sobre desenvolvimento sustentável de professores do curso de licenciatura em Química
da Universidade Federal de Sergipe - UFS.
Dando sequência temos o trabalho dos autores José Wlamir Barreto
Soares, Silvio Santos Sandes, Ingrid Maria Oliveira de Almeida e Tiffany
Brunelly Fontes Sacramento, intitulado “O Professor de Edificações do
IFS-Campus Lagarto e a Questão da Sustentabilidade”, o qual relata de
que forma os técnicos em edificações do Instituto Federal - Campus
Lagarto são formados sob a égide da sustentabilidade, observando
ainda como o corpo docente da instituição aborda questões dessa natureza em seus conteúdos programáticos.
No capítulo seguinte, nomeado “Coleta Seletiva do Óleo de Cozinha
no Bairro Jabutiana”, os autores Flávia Dantas Moreira, Maria Helena
Andrade Santos e Lucas Santos da Silva discutem acerca do registro da
primeira coleta seletiva do óleo de cozinha saturado em uma área residencial situada o bairro Jabutiana, na cidade de Aracaju.
Por fim, temos Micaele Karolaine Pereira dos Santos e Daniela
Teodoro Sampaio, analisando estudos publicados referentes à caça de
animais silvestres que indicam a Educação Ambiental como ferramenta
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para o combate a essa prática no capítulo “A Educação Ambiental como
Ferramenta Contra a Caça e o Tráfico de Animais Silvestres”.
Esperamos que a socialização de nossas experiências imbrincadas
em cada um dos capítulos desse livro renove a confiança depositada no
grupo e propicie maior visibilidade à produção no campo da Educação
Ambiental, a fim de contribuir para a formação crítica de educadores
ambientais preocupados em unir a teoria e a prática da Dimensão Ambiental. Boa leitura!