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O gênero neotropical Cresera (Lepidoptera, Arctiinae, Phaegopterini)

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Abstract

Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal, 2006. O gênero neotropical Cresera Schaus, 1894 é revisado e suas 14 espécies são redescritas. São apresentadas uma chave, ilustrações das genitálias masculinas e femininas dos adultos, bem como venação alar e mapas de distribuição geográfica. Dois sinônimos são estabelecidos: C. simillima (Rothschild, 1933) Syn. n. = C. optima (Butler, 1877); C. intermedia (Rothschild, 1922) Syn. n. = C. hieroglyphica (Schaus, 1905). Duas espécies novas semelhantes a C. ilus (Cramer, 1776) e C. annulata Schaus, 1894 são descritas, sendo que a distinção entre estas espécies baseia-se principalmente nas diferenças entre suas genitálias, antenas e uns poucos caracteres cromáticos. _____________________________________________________________________________ ABSTRACT The neotropical genus Cresera Schaus, 1894 is revised and its 14 species are redescribed. A key for species, male and female genitalia of adults, as well as wing venation and geographic distribution maps, are provided. Two synonyms are stablished: C. simillima (Rothschild, 1933) Syn. n. = C. optima (Butler, 1877); C. intermedia (Rothschild, 1922) Syn. n. = C. hieroglyphica (Schaus, 1905). Two new species very similar to C. ilus (Cramer, 1776) and C. annulata Schaus, 1894 are described. These species have different antenna, genitalia and a few cromatic characters.
i
Universidade de Brasília
Instituto de Ciências Biológicas
Programa de Pós-graduação em Biologia Animal
O gênero neotropical Cresera (Lepidoptera,
Arctiinae, Phaegopterini)
Eduardo de Oliveira Emery
2006
ii
Universidade de Brasília
Instituto de Ciências Biológicas
Programa de Pós-graduação em Biologia Animal
O gênero neotropical Cresera (Lepidoptera,
Arctiinae, Phaegopterini)
Eduardo de Oliveira Emery
Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação
em Biologia Animal do Instituto de Ciências
Biológicas da Universidade de Brasília como
requisito parcial para a obtenção do título de
Doutor em Biologia Animal, sob orientação da
Prof(a). Dra. Ivone Rezende Diniz e co-orientação
do Dr. Vitor Osmar Becker.
Brasília, DF
2006
iii
Agradecimentos
Agradeço à minha orientadora Prof.(a) Dra. Ivone Rezende Diniz (UnB) e ao meu
co-orientador Doutor Vitor Osmar Becker (Pesquisador Associado/UnB) pela orientação e
incentivo e ao Prof. Dr. Carlos Eduardo Guimarães Pinheiro pela orientação no primeiro
projeto de tese. Pelo empréstimo de exemplares, acesso às coleções e doação de referências
bibliográficas agradecemos aos pesquisadores: Prof. Dr. Olaf Hermann Hendrik Mielke
(DZUP), ao biólogo Alexandre Soares (MNRJ), Prof. Dr. Marcelo Duarte (MZSP), Dr.
Sérgio Ito (IBSP), Dr. Amabílio José Aires de Camargo (CPAC), Prof. Dr. Sebastião José
Oliveira (IOC), Eurides Furtado, Alfred Moser, Dr. Benoit Vincent (Museu Nacional de
História Natural de Paris, França), Dr. Juan Grados (MHNP) e Dr. Gerardo Lamas
(MHNP). Agradecimentos ao fotógrafo do IB, Fausto Gonçalves de Menezes e à aluna
Viviane Ferro, do Doutorado em Ecologia da UnB, pelas fotografias, Prof.(a) Dra. Rosana
Tidon por autorizar gentilmente o uso de equipamento de laboratório, Prof. Dr. André
Victor Lucci Freitas (Unicamp), Prof. Dr. Paulo César Motta, Prof. Dr. Reginaldo
Constantino, Prof. Dr. José Roberto Pujol Luz pelas correções e sugestões e Professor Dr.
Jader Soares Marinho pela colaboração e aos funcionários do IB, UNB pelas facilidades.
Aos técnicos da EMBRAPA: Jânio Fonseca da Silva (CPAC), que preparou as genitálias
em lâminas e Wellington Cavalcanti (CPAC) que as ilustrou. Agradeço especialmente à
minha família, namorada e amigos por todo apoio e compreensão, em todos os momentos.
Apoio financeiro da CAPES (bolsa de doutorado) e CNPq (Edital Universal).
iv
Sumário
Introdução......................................................................................................................... 1
Material e Métodos........................................................................................................... 4
Cresera.............................................................................................................................. 6
1. Cresera affinis............................................................................................................... 13
2. Cresera annulata........................................................................................................... 19
3. Cresera espiritosantensis.............................................................................................. 27
4. Cresera hieroglyphica................................................................................................... 33
5. Cresera ilioides............................................................................................................. 39
6. Cresera ilus................................................................................................................... 45
7. Cresera intensa............................................................................................................. 52
8. Cresera ockendeni......................................................................................................... 58
9. Cresera optima.............................................................................................................. 64
10. Cresera silvestrii......................................................................................................... 71
11. Cresera similis............................................................................................................ 78
12. Cresera tinguaensis..................................................................................................... 84
13. Cresera sp. 1............................................................................................................... 90
14. Cresera sp. 2............................................................................................................... 96
Conclusões........................................................................................................................ 102
Chave dicotômica para os adultos de Cresera.................................................................. 103
Referências Bibliográficas................................................................................................ 108
v
Lista de Figuras
Figuras 1-8. Cresera (Arctiidae, Arctiinae, Phaegopterini). 1, C. affinis macho, Vilhena,
Rondônia; 2, C. annulata macho, Teresópolis, Rio de Janeiro; 3, C.
espiritosantensis, fêmea, Linhares; 4, C. hieroglyphica fêmea, Belém, Pará; 5, C.
ilioides macho, Linhares, Espírito Santo; 6, C. ilus macho, Fonte Boa Amazonas; 7,
C. intensa macho, Pico da Neblina, Venezuela; 8, C. ockendeni macho, Cuzco,
Peru. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .113
Figuras 9-16. Cresera (Arctiidae, Arctiinae, Phaegopterini). 9, C. optima macho, Porto
Velho, Rondônia; 10, C. silvestrii macho, Brasília, DF; 11, C. silvestrii fêmea,
Brasília, DF; 12, C. similis macho, Porto Velho, Rondônia; 13, C. tinguaensis
macho Linhares, Espírito Santo; 14, C. tinguaensis fêmea, Linhares, Espírito Santo;
15, Cresera sp. 1 macho, Costa Rica; 16, Cresera sp. 2. macho, Alagoas. . . . . . 114
Figuras 17-20. Venação alar de Cresera. 17, C. affinis, Loreto, Peru; 18, C. annulata,
Boracéia, São Paulo. A venação alar de C. ilus, Cresera sp. 1 e Cresera sp. 2 são
idênticas à de C. annulata; 19, C. espiritosantensis, Linhares, Espírito Santo; 20, C.
hieroglyphica, Cuzco, Peru . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .115
Figuras 21-24. Venação alar de Cresera. 21, C. ilioides, Benjamin Constant, Amazonas;
22, Asa posterior de C. intensa, Loreto, Peru, sendo que a asa anterior é semelhante
à de C. optima; 23, C. ockendeni, SM, Peru, 24, C. optima, Amazonas, Peru . . .116
Figuras 25-27. Venação alar de Cresera. 25, C. silvestrii, Formosa, Goiás; 26, C. similis,
Madre de Dios, Peru; 27, C. tinguaensis, Petrópolis, Rio de Janeiro . . . . . . . . . . 117
Figuras 28-29. Genitália masculina de C. affinis, Marabá, Pará; 28, vista ventral sem o
edeago; 29, edeago e estruturas associadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .118
Figuras 30-33. Genitália masculina de Cresera. 30, 31, C. annulata, Alto da Serra, São
Paulo; 32, 33, C. espiritosantensis, Linhares, Espírito Santo . . . . . . . . . . . . . . . . 119
Figuras 34-37. Genitália masculina de Cresera. 34, 35, C. hieroglyphica, Belém, Pará; 36,
37, C. ilioides, Linhares, Espírito Santo . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . .120
Figuras 38-41. Genitália masculina de Cresera. 38, 39, C. ilus, Fonte Boa, Amazonas; 40,
41, C. intensa, Pico da Neblina, Venezuela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .121
Figuras 42-45. Genitália masculina de Cresera. 42, 43, C. ockendeni, San Martin, Peru;
44, 45, C. optima, Cacaulândia, Rondônia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
Figuras 46-49. Genitália masculina de Cresera. 46, 47, C. silvestrii, Brasília, DF; 48, 49,
C. similis, Marabá, Pará . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .123
Figuras 50-53. Genitália masculina de Cresera. 50, 51, C. tinguaensis Petrópolis, Rio de
Janeiro; 52, 53, Cresera sp. 1, Costa Rica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .124
vi
Figuras 54-55. Genitália masculina de Cresera sp. 2, Ibateguara, Alagoas . . . . . . . . . . 125
Figura 56. Genitália feminina de C. affinis, Marabá, Pará . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .126
Figuras 57-60. Genitália feminina de Cresera. 57, C. annulata, Petrópolis, Rio de Janeiro;
58, C. espiritosantensis, Linhares, Espírito Santo; 59, C. hieroglyphica, Belém,
Pará; 60, C. ilus, Serra do Navio, Amapá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
Figuras 61-64. Genitália feminina de Cresera. 61, C. ockendeni, Cuzco, Peru; 62, C.
optima, Vilhena, Rondônia; 63, C. silvestrii, Petrópolis, Rio de Janeiro; 64, C.
similis, Marabá, Pará . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .128
Figura 65. Distribuição geográfica de C. affinis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
Figura 66. Distribuição geográfica de C. annulata, C. ilus, Cresera sp. 1, Cresera sp. 2. . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130
Figura 67. Distribuição geográfica de C. ilioides . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .131
Figura 68. Distribuição geográfica de C. intensa e C. silvestrii . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .132
Figura 69. Distribuição geográfica de C. optima e C. tinguaensis . . . . . . . . . . . . . . . . . .133
Figura 70. Distribuição geográfica de C. hieroglyphica e C. ockendeni . . . . . . . . . . . . .134
Figura 71. Distribuição geográfica de C. espiritosantensis e C. similis . . . . . . . . . . . . . .135
vii
Abstract
The neotropical genus Cresera Schaus, 1894 is revised and its 14 species are
redescribed. A key for species, male and female genitalia of adults, as well as wing
venation and geographic distribution maps, are provided. Two synonyms are stablished: C.
simillima (Rothschild, 1933) Syn. n. = C. optima (Butler, 1877); C. intermedia
(Rothschild, 1922) Syn. n. = C. hieroglyphica (Schaus, 1905). Two new species very
similar to C. ilus (Cramer, 1776) and C. annulata Schaus, 1894 are described. These
species have different antenna, genitalia and a few cromatic characters.
KEYWORDS. Arctiidae, New Synonym, New Species, Taxonomic Revision.
viii
Resumo
O gênero neotropical Cresera Schaus, 1894 é revisado e suas 14 espécies são
redescritas. São apresentadas uma chave, ilustrações das genitálias masculinas e femininas
dos adultos, bem como venação alar e mapas de distribuição geográfica. Dois sinônimos
são estabelecidos: C. simillima (Rothschild, 1933) Syn. n. = C. optima (Butler, 1877); C.
intermedia (Rothschild, 1922) Syn. n. = C. hieroglyphica (Schaus, 1905). Duas espécies
novas semelhantes a C. ilus (Cramer, 1776) e C. annulata Schaus, 1894 são descritas,
sendo que a distinção entre estas espécies baseia-se principalmente nas diferenças entre
suas genitálias, antenas e uns poucos caracteres cromáticos.
PALAVRAS-CHAVE. Arctiidae, Espécie Nova, Revisão Taxonômica, Sinônimo Novo.
1
Introdução
São conhecidas aproximadamente 11.000 espécies de Arctiidae, com adultos
geralmente coloridos, em geral de tamanho médio a pequeno (Scoble, 1992). As larvas
possuem aparência pilosa e setosa e também podem ser fortemente coloridas, com cutícula
vermelha ou amarela e com setas pretas. A família é distribuída em todo o mundo, sendo
cerca de 6.000 espécies na região neotropical (Heppner, 1991) e 2.000 espécies no Brasil
(Brown & Freitas, 1999). Muitas espécies de Arctiidae diurnos (Arctiinae, Pericopini)
mimetizam borboletas tóxicas, como Parides Hübner, [1819] (Papilionidae), várias
espécies de Ithomiinae (Nymphalidae) e até mesmo espécies de Riodinidae, como no
gênero Chamaelymnas C. Felder & R. Felder, 1865. Em outro anel mimético, estão os
Ctenuchini (Arctiinae), que mimetizam vespas (Hymenoptera). A farmacofagia é um
hábito bastante difundido e foi documentado em Arctiinae africanos do gênero Amerila
(Häuser & Boppré, 1997). A coloração de muitos Arctiidae noturnos é considerada
aposemática e está associada ao seqüestro pelas larvas de substâncias secundárias de suas
plantas hospedeiras, como alcalóides pirrolizidínicos (Nishida, 2002). A aquisição de
compostos secundários das plantas hospedeiras, assim como o uso de ultrasom como sinal
de aviso aos predadores, foram incorporados e utilizados no comportamento de corte nas
linhagens de Arctiidae (Weller et al., 1999).
Tradicionalmente, as espécies de Arctiidae foram agrupadas em cinco subfamílias:
Arctiinae, Ctenuchinae, Lithosiinae, Pericopinae e Thyretinae. Recentemente, Jacobson &
Weller (2002: 50) propuseram Arctiidae como um grupo monofilético dividido em três
subfamílias, também monofiléticas: Syntominae, Lithosiinae e Arctiinae, sendo que
Syntominae e Lithosiinae foram considerados grupos irmãos. Por sua vez, os Arctiinae
foram divididos em seis tribos: Arctiini, Calimorphini, Pericopini, Phaegopterini,
2
Ctenuchini e Euchromiini. Os Arctiinae compreendem cerca de 3.662 espécies mundiais
(Heppner, 1991), cujos adultos apresentam a asas anteriores longas, o corpo robusto e
atividade noturna (Scoble, 1992). As larvas são cobertas com pêlos densos e são
freqüentemente polífagas, consumindo uma grande variedade de famílias de plantas (Silva
et al., 1968; Scoble, 1992). A maioria das espécies incluídas em Phaegopterini são
noturnas, coloridas, com variações de amarelo, vermelho e castanho. Phaegopterini é
considerado um grupo monofilético, próximo de Ctenuchini e Euchromiini. Dentre as
1.939 espécies de Arctiinae neotropicais (Heppner, 1991: 11), 1.593 são Phaegopterini,
distribuidas em aproximadamente 145 generos (Watson & Goodger, 1986).
Neste estudo é revisado o gênero neotropical Cresera Schaus, 1894 (Arctiidae,
Arctiinae, Phaegopterini), do qual não se tem conhecimento sobre a biologia das larvas e
adultos. O gênero Cresera foi proposto por Schaus (1894: 232), tendo como espécie-tipo
C. annulata, proveniente do Rio de Janeiro. Hampson (1901: 39) tratou Cresera e vários
outros gêneros, também mais recentes, como sinônimos de Automolis Hübner [1819: 170].
O conceito de Automolis Hübner tem sido muito discutido. Walker (1854), primeiramente,
designou Glaucopis sphingidea Perty, 1833 como tipo do gênero, espécie descrita
posteriormente e, portanto, não incluída originalmente em Automolis. Hampson (1901: 39)
agravou a discussão ao designar Sphinx sypilus Cramer, 1777 como tipo do gênero,
ignorando a designação anterior de Kirby (1892: 220), que havia escolhido Sphinx meteus
Stoll, 1781 como tipo do gênero, uma espécie africana de Thyretidae. Este conceito foi
seguido por Seitz (1921: 365) e autores subsequentes. Coube a Travassos (1943: 454)
chamar a atenção para a invalidade do conceito de Hampson e retirar tais gêneros,
incluindo Cresera, da sinonímia de Automolis, decisão correta e observada pelos autores
subsequentes (Watson 1975: 4; Watson et al. 1980: 21; Watson & Goodger, 1986: 11–13).
C. ilus (Cramer, 1776) foi considerada por Travassos (1944) como sinônimo sênior de C.
3
annulata. Esta última foi revalidada por d’Almeida (1967: 3–7), que descreveu
características morfológicas e de distribuição geográfica para separá-la de C. ilus.
Travassos (1944: 445–450) ainda redescreveu Cresera, e mais tarde (Travassos, 1956:
451–459) descreveu C. silvestrii.
O estudo de Cresera continuou com Rego-Barros que descreveu C. tinguaensis
(Rego-Barros, 1957: 1–9) e C. espiritosantensis (Rego-Barros, 1958: 381–387). Além
disso, Rego-Barros (1958: 363–390) fez uma nova diagnose de Cresera e incluiu mais três
espécies neste gênero: Elysius optimus Butler, 1877, Prumala affinis Rothschild, 1909 e P.
similis Rothschild, 1909. Prumala hieroglyphica Schaus, 1905 foi incluída em Cresera por
Watson (1971: 43) e Automolis ilioides Schaus, 1905 por Watson (1975). Watson &
Goodger (1986) ainda incluíram em Cresera mais três espécies: Prumala intensa
Rothschild, 1909, P. intermedia Rothschild, 1922 e P. ockendeni Rothschild, 1909. No
catálogo de Watson & Goodger (1986: 14), 14 espécies de Cresera foram relacionadas.
Este estudo se justifica por ser a primeira revisão taxonômica do gênero Cresera.
Os objetivos são revisar o gênero e redescrevê-lo, assim como todas as espécies incluídas,
utilizando caracteres cromáticos e morfológicos dos adultos; fornecer os meios para a
identificação das espécies através de fotografias, ilustrações da venação alar, das genitálias
masculinas e femininas, além de uma chave dicotômica baseada em caracteres dos adultos
e mapas com a distribuição geográfica.
4
Material e Métodos
Lista das siglas para as coleções examinadas.
BM(NH) – Museu Britânico (História Natural), Londres, Inglaterra.
VOB – Coleção Vitor Becker, Camacan, Bahia, Brasil.
CPAC – Centro de Pesquisas Agropecuárias do Cerrado, Planaltina, DF, Brasil.
DZUP – Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná, Brasil.
INPA – Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas, Manaus, Brasil.
IOC – Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Rio de janeiro, Brasil.
MHNP – Museu de História Natural do Peru, Lima.
MNRJ – Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil.
MZSP – Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, Brasil.
USNM – Museu de História Natural dos Estados Unidos, Washington.
O material-tipo das espécies de Cresera foi examinado previamente pelo Dr. Vitor
Osmar Becker. Uma coleção de referência foi então identificada com base no material-tipo.
O material-tipo de C. ilus (Cramer, 1776), C. tinguaensis Rego-Barros, 1957, C. silvestrii
Travassos, 1956 e C. espiritosantensis Rego-Barros, 1958 não foi encontrado. Não foram
designados neótipos por haver a possibilidade de que o material-tipo ainda esteja
disponível em alguma coleção não visitada. Visto que o material tipo de algumas espécies
não foi encontrado, fez-se então a identificação do material da coleção de referência
através de cuidadosa análise baseada nas descrições originais ou através de comparação
com fotografias dos tipos ou mesmo comparando-se com material de outras instituições
confiáveis em que haviam exemplares previamente identificados por especialistas. A
coleção de referência assim identificada serviu como base para a identificação do material
depositado em instituições brasileiras.
5
Dos museus brasileiros, foram examinados cerca de 209 machos e 85 fêmeas de
Cresera. No total, foram examinadas as genitálias de 32 machos e de 19 fêmeas de
Cresera. A genitália de pelo menos um exemplar macho e uma fêmea, exceto as fêmeas de
C. ilioides (Schaus, 1905), C. intensa (Rothschild, 1905) e C. tinguaensis Rego-Barros,
1957, foram ilustradas. A genitália da fêmea de C. tinguaensis não foi preparada porque
havia apenas um exemplar disponível. Uma boa ilustração da genitália da fêmea de C.
tinguaensis pode ser vista em Rego-Barros (1958: 389). As genitálias foram dissecadas
seguindo-se o método descrito em Robinson (1976) e ilustradas a nanquim em vista
ventral, e em seguida digitalizadas com 600×600 dpi de resolução. As asas anteriores e
posteriores direitas ou esquerdas, de um exemplar de cada espécie foram extraídas,
clareadas com solução de hipoclorito de sódio 2% e enxaguadas abundantemente. Depois,
foram coradas com solução de mercúrio cromo, desidratadas em etanol absoluto e xilol,
consecutivamente, e montadas em lâminas de vidro com Bálsamo do Canadá.
A terminologia para os caracteres dos adultos foi baseada em Travassos (1956),
Rego-Barros (1958), Scoble (1992) e Camargo et al. ( 2005a,b) com adaptações de alguns
termos para o português. Os mapas foram obtidos através da digitalização com 600×600
dpi de resolução da imagem de Heppner (1991: 38) e os pontos de ocorrência foram
colocados manualmente orientando-se através de referências hidrográficas e os limites de
estados. As espécies muito semelhantes foram colocadas no mesmo mapa a fim de se
comparar suas distribuições geográficas. Referências adicionais foram utilizadas para
complementar a distribuição geográfica (Piñas, 2000; Toulgöet & Navatte, 2006),
ordenadas de norte a sul e de oeste para leste. As descrições das espécies são para machos
e fêmeas, e os casos de dimorfismo sexual, que são poucos, são mencionados nos locais
apropriados do texto. A nomenclatura da venação está escrita por extenso na descrição do
gênero e, portanto, na descrição das espécies foi usada apenas uma abreviatura da mesma.
6
Cresera Schaus, 1894
Cresera Schaus, 1894: 232; Travassos, 1943: 457 [revalidação]; Travassos, 1944: 445
[redescrição]; Rego-Barros, 1958: 364 [rediagnose]. Espécie-tipo: Cresera annulata
Schaus, 1894, por designação original e monotipia.
Automolis Hübner, sensu Hampson, 1901: 39 [catálogo]; Strand, 1919: 14 [catálogo];
Seitz, 1921: 365. Em parte.
Machos e fêmeas semelhantes. Fêmeas tendem a ser mais avermelhadas, maiores, com
abdomes mais arredondados e antenas com ramificações mais curtas do que os machos, de
aspecto serrilhado.
Cabeça
Espirotromba castanha, não ultrapassa o tórax. Antena bipectinada. Cada
flagelômero é duplamente ramificado e cada ramificação apresenta duas séries de cerdas
pequenas e delgadas voltadas ventralmente e uma grande cerda apical. Ramificações basais
pequenas, crescem nos primeiros segmentos e diminuem gradualmente em direção ao
ápice, onde são rudimentares. Flagelo castanho em sua maior parte. Flagelômeros apicais
esbranquiçados. Palpo labial com artículo mediano curvado dorsalmente e segmento basal
com escamas dorsais e ventrais longas. Fronte com escamas longas na margem dorsal.
Vértice com escamas longas.
7
Tórax
No tórax as ornamentações assumem a forma de flecha (½) anteriormente e
posteriormente podem ser visualizadas faixas castanhas ou avermelhadas que formam
figuras em forma de “V” invertido ou mesmo cruciformes. Estas formas estão melhor
demonstradas nas Figs. (17 e 18).
Asas anteriores (Figs. 1-27)
Asa anterior relativamente alongada em relação à posterior, trigonal, com margens
arredondadas, coloração de fundo amarela com a venação delineada em vermelho ou
marrom (Fig. 1-16). As ornamentações são muito semelhantes a uma folha morta e
amarelada em que ficam evidentes as nervuras. Margem costal da asa anterior com duas
manchas castanhas distintas. Estas manchas podem ser constituídas por áreas amarelas ou
esbranquiçadas circulares inseridas em máculas ou faixas castanhas, ou ainda, constituídas
por áreas poligonais formadas pela anastomose de faixas castanhas finas. A forma destas
manchas pode servir para a identificação das espécies de Cresera. A mancha basal ocorre à
altura do ponto médio da célula discal e a mancha apical ocorre na altura da margem
externa da célula discal. As espécies de Cresera apresentam faixas castanhas sob as
manchas costais que interligam as mesmas. Estas faixas podem assumir um aspecto
cruciforme, em forma de “H” ou mesmo arredondado. Em C. annulata, C. ilus, Cresera sp.
1 e Cresera sp. 2 (Figs. 2, 4, 15, 16) não são visíveis porque existem manchas marrons
muito densas nestas áreas. Estas faixas podem ser mais ou menos conspícuas. No restante
da asa, a venação é delineada de vermelho ou marrom. A venação delineada de vermelho
ou marrom, juntamente com outras faixas marrons contrastam com o fundo amarelo e
formam ornamentações poligonais ou circulares. Em C. ilioides, C. ilus, C. silvestrii,
Cresera sp. 1, Cresera sp. 2 (Figs. 4, 6, 10, 15, 16) ocorrem áreas circulares e poligonais.
8
No restante das espécies do gênero ocorrem predominantemente áreas poligonais. O
interior destes polígonos ou círculos podem ser esbranquiçados, amarelos ou amarelo-
avermelhados com escamas vermelhas dispersas e/ou escamas vermelhas concentradas na
forma de manchas discretas. Em C. espiritosantensis e C. similis (Figs. 3, 12) estes
polígonos têm o interior branco brilhante. Em C. intensa ocorre um polígono amarelo
intenso, bastante distinto, no fim do terço basal, adjacente à margem posterior da asa (Fig.
7). Outra faixa marrom constante nas espécies de Cresera é a faixa pós-mediana. Esta faixa
pode ser mais ou menos conspícua nas espécies e sempre está ligada à faixa marrom
subapical. A faixa marrom subapical assume diversas formas. Mas pode ser agrupada em
dois tipos: com ângulo maior que 90º ou com ângulo de 90º. Ainda na asa anterior,
observa-se uma faixa castanha contínua que passa pela borda da margem posterior e
margem externa. Esta faixa é homóloga nas espécies de Cresera e pode ser mais ou menos
larga na margem externa. Quando sua largura é muito estreita na margem externa, esta
faixa assume uma forma intermitente, com o aspecto de estrias finas. Neste caso, as estrias
formadas preservam mais ou menos a borda interna da faixa marrom externa, de maneira
que quase se forma outra faixa marrom submarginal mais fina. Na margem posterior esta
faixa também varia em sua largura. Sobre esta faixa, na margem externa, próximo ao
ângulo anal, pode haver um brilho esbranquiçado em C. ilus (Fig. 6) e espécies
semelhantes, ou um brilho rosado em C. ilioides (Fig. 5), que são aparentemente
homólogos. O mesmo tipo de brilho pode ser encontrado em Graphaea Schaus. A Asa
posterior é trigonal com margens arredondadas, semitransparente. A coloração varia do
amarelo ao amarelo-avermelhado, e em alguns exemplares chega a ser vermelha e opaca.
A margem posterior é na maioria dos exemplares de Cresera levemente avermelhada, com
escamas filiformes próximas à margem posterior.
9
Radio (R) com cinco ramificações. Subcosta (Sc) e R1 totalmente separadas até a
margem. Sc termina no início da curvatura apical, no terço apical da asa. Célula discal
trigonal, mais próxima da margem costal, com comprimento pouco superior ao da metade
do comprimento da asa. R1 origina-se no terço apical da célula discal. R2, R3, R4 e R5 com
tronco comum que se origina no ângulo costal da célula discal. R4 termina antes do ápice e
R5 termina na margem externa. Média (M) com três ramificações. M1 origina-se no ângulo
costal da célula discal. M2 e M3 originam-se no ângulo posterior da célula discal. Cubital
anterior 1 (CuA1) origina-se na margem posterior da célula discal, próxima ao ângulo
posterior. CuA2 origina-se na margem posterior da célula discal, próxima ao ponto médio.
A anal (3A) origina-se na base da asa, acompanha a margem posterior e termina no ângulo
anal (Figs. 17-27).
Asas posteriores (Figs. 1-27)
Asa posterior com Sc+R1 presente ou ausente. Quando presente, origina-se entre o
ponto médio e o ângulo posterior da célula discal e termina no quarto apical da margem
costal. O ponto terminal de Sc pode ser mais próximo ou menos próximo do ápice
dependendo da espécie. Rs e M1 com tronco comum que se origina no ângulo costal da
célula discal. Em C. espiritosantensis e C. optima (Fig. 19-24) as veias Rs e M1 originam-
se separadamente no ângulo costal da célula discal ou a partir de um tronco comum que se
ramifica em seu terço basal. Rs termina pouco antes do ápice e M1 termina na margem
externa. M3 e CuA1 originam no ângulo posterior da célula discal. CuA2 origina-se no
início do terço apical da célula discal. As anais 1 e 2 encontram-se fundidas (1A+2A) e a
anal 3A origina-se na base da asa. 1A+2A levemente curvada em posição intermediária
entre a célula discal e a margem posterior, com término na margem externa. 3A
acompanha a margem posterior da célula discal e termina no ângulo anal.
10
Pernas
Pernas amarelo-avermelhadas, ornamentadas com faixas transversais ou manchas
castanhas e vermelhas. Tíbia protorácica com epífise pouco menor que a metade do
comprimento da tíbia. Tíbia mesotorácica com um par de esporões apicais, tíbia
metatorácica com dois pares de esporões, mediano e apical, com um dos esporões um
pouco menor que o outro. Tarso com espinhos na face ventral. Abdome vermelho
dorsalmente, com segmentos basais rosados e apicais amarelados, ventralmente amarelo.
Genitália (Figs. 28-55)
Unco com extremidade voltada ventralmente. Valvas com dois processos apicais,
um fino e esclerotinizado, outro grosso e membranoso. Saco com formato variável, pode
apresentar pequena ponta afilada ou ser mais arredondado. Edeago retilíneo ou levemente
ondulado. Vesica lobada, com espinhos pequenos (0,2 mm) e/ou grandes (>0,2 mm), com
ou sem um espinho grande e diferenciado, com formato variável por espécie, que pode
chegar a 1 mm de comprimento em C. similis. Na vesica, pode haver ainda uma área de
tamanho variável, com tuberculos esclerotinizados que em alguns locais tem a forma de
espinhos diminutos.
Genitália (Figs. 56-64)
Papila anal com duas glândulas glossiformes alongadas. Óstio pregueado ou não. O
duto tem formato variável em sua extensão, sendo mais estreito próximo ao óstio e dilatado
próximo às bolsas. Próximo à bolsa pode ser muito dilatado, semelhante a uma terceira
bolsa. A porção posterior do duto pode ser afunilada ou alargada antes do óstio, ou ainda
11
esclerotinizada ou não. Bolsa copuladora globular com dois signos pequenos, formados
cada um por uma placa, de formato estreito ou arredondado, constituída de espinhos
diminutos. A Bolsa acessória é globular e pode ser igual ou maior que a bolsa copuladora.
Apófise posterior mais longa que a anterior.
Discussão
Todas as espécies de Cresera apresentam o terminal da valva na genitália
masculina com dois processos, um fino e esclerotinizado outro grosso e membranoso. Por
outro lado, todas as fêmeas possuem uma bolsa suplementar. Cresera se aproxima de
Araeomolis Hampsom no padrão de coloração, venação das asas e na genitália. Todas as
espécies de Cresera têm coloração de fundo amarelo-avermelhada, com faixas castanhas e
vermelhas que formam ornamentações circulares ou poligonais. Além disso, todas as
espécies de Cresera apresentam uma faixa castanha desde a base da asa anterior, que passa
pela borda da margem posterior e margem externa e sua venação delineada de castanho ou
marrom. Esta faixa varia em largura nas espécies, e pode ser intermitente na margem
externa. Na asa anterior, próximo ao ângulo anal, pode haver um brilho esbranquiçado ou
rosado sobre esta faixa em C. ilioides e C. ilus, respectivamente (Figs. 5, 6). Exemplares de
Graphaea Schaus apresentam um brilho esbranquiçado próximo ao ângulo anal, muito
semelhante àquele encontrado em exemplares de C. ilus. Uma faixa bastante semelhante
ocorre em Araeomolis rhodographa Hampson, 1920. No dorso do tórax de A. rhodographa
ocorrem faixas marrons e vermelhas em posição, forma e largura semelhantes àquelas das
espécies de Cresera. Em A. rodographa e A. propinqua Toulgoët, 1998, as pernas são
amarelo-avermelhadas, ornamentadas com faixas transversais ou manchas castanhas e
vermelhas, assim como as espécies de Cresera. C. intensa não apresenta a veia Sc+R1
(Figs. 22), assim como exemplares de A. rhodographa e A. propinqua. No arranjo
12
taxonômico de Watson & Goodger (1986), Cresera é próxima de Ernassa Rothschild,
Echeta Schaus, Castrica Drury e Hipidalia Schaus.
O gênero Cresera ocorre na região neotropical, com distribuição conhecida desde a
Nicarágua até São Paulo e desde o Equador até Alagoas, Brasil (Figs. 65-71). Suas
espécies podem apresentar distribuição ampla ou restrita, com provável endemismo em
algumas regiões. A ocorrência de Cresera é restrita a habitats florestais. Mesmo na região
do Cerrado ou outras savanas, sua ocorrência está restrita a ambientes florestais, como
florestas de galeria e florestas semidecíduas. O seu centro de distribuição parece ser a
Floresta Pluvial Amazônica, onde a maioria das espécies pode ser encontrada. Em Fonte
Boa, AM, Brasil, foram registradas cinco espécies deste gênero.
Dentre as espécies de Cresera, destaca-se um grupo de espécies muito semelhantes
com as asas anteriores predominantemente marrons. Este grupo é formado por C. ilus, C.
annulata, Cresera sp. 1 e Cresera sp. 2. Estas espécies podem ser diferenciadas, pelos
caracteres da genitália, pela antena e uns poucos caracteres cromáticos. Estas espécies
ocorrem em regiões relativamente isoladas por barreiras geográficas, como os Andes e
extensas áreas de savana, como os llanos venezuelanos, o Cerrado e a Caatinga brasileira
(Fig. 66).
13
1. Cresera affinis (Rothschild, 1909)
(Figs. 1, 17, 28, 29, 56, 65)
Prumala affinis Rothschild, 1909: 268; Rothschild, 1910: 10 [lista]; Rothschild 1911, est.
5, fig. 7; Strand, 1919, 22: 7 [catálogo]; Hampson, 1920: 39 [redescrição]; Seitz, 1921:
347, est. 44k [redescrição]. Lectótipo , PERU: Carabaya, S. Domingo (Ockenden),
designado por Hampson, 1920: 39 [examinado].
Cresera affinis (othschild) Rego-Barros, 1958: 370 [redescrição]; Watson & Goodger,
1986: 14 [catálogo]; Piñas et al., 2000: est. 33: 263 [adulto].
Cabeça
Olhos margeados ventralmente por escamas amarelo-avermelhadas e poucas
escamas castanhas. Espirotromba castanha, não ultrapassa o tórax. Antena bipectinada.
Cada flagelômero tem duas ramificações, cada ramificação apresenta duas séries de cerdas
laterais, pequenas e delgadas voltadas ventralmente e uma grande cerda apical. As
ramificações crescem nos primeiros segmentos e atingem o tamanho maior no terço basal,
e diminuem gradualmente em direção ao ápice, onde são rudimentares. Fêmea com
ramificações menores. Flagelo predominantemente castanho, mas com coloração amarelo-
avermelhada dorsalmente e na pectinação lateral externa da metade basal. Flagelômeros
apicais esbranquiçados. Escapo amarelo-avermelhado, com vermelho mais intenso
dorsalmente. Fronte com a margem dorsal amarela. Abaixo da margem dorsal, uma faixa
castanha ondulada. A margem ventral da fronte é amarelo-avermelhada. Margem dorsal da
fronte com escamas mais longas. Vértice amarelo com ornamentação em forma de coroa
vermelha. Palpo labial com o primeiro segmento amarelo-avermelhado, vermelho mais
14
intenso lateralmente. Segundo segmento amarelo-avermelhado, com vermelho mais
intenso lateralmente e dorsalmente e com uma mancha castanha ventral na metade apical.
Terceiro segmento amarelo-avermelhado dorsalmente e castanho ventralmente.
Tórax
Tórax amarelo-avermelhado, ornamentado na porção anterior do dorso com faixas
cruciformes castanho-avermelhada. Na face posterior do tórax, uma faixa castanha
transversal em forma de “V” invertido. Patágio amarelo com um círculo vermelho central,
margem interna e externa castanha-avermelhada e margem anterior vermelha, a qual pode
ser levemente castanha. Margem posterior amarela. Tégula amarela, com a margem
anterior castanha e com uma mancha vermelha elíptica no centro e a margem interna e
posterior com longas escamas vermelho intenso. Margem externa amarelo-avermelhada
com escamas longas.
Asas anteriores (Figs. 1, 17)
Comprimento da asa anterior (CAA) : 14,0 – 16,5 mm; CAA : 14,5 – 16,5 mm.
Asa anterior amarela com ornamentações poligonais irregulares formadas pela anastomose
de faixas castanhas e vermelhas de larguras variáveis. No centro das ornamentações
poligonais ocorrem áreas mais avermelhadas bastante definidas, mas em alguns indivíduos
esta coloração é obliterada. Venação delineada de vermelho. Margem costal com uma
pequena faixa obliqua basal e duas manchas castanho-escuras, que só ocorre nesta espécie,
sendo, portanto, usadas para diferenciá-la das outras espécies. Margem externa com uma
borda castanha intermitente. Uma faixa castanha fina pós-mediana, intermitente, ligada à
faixa castanha subapical. Faixa subapical fina, castanha, forma ângulo maior que 90º, que
liga a margem costal à margem externa. Margem posterior com uma faixa castanha de
15
largura variável, interrompida próxima à base por duas áreas amarelas com o centro
vermelho. Face ventral mais avermelhada na metade basal, com ornamentações pálidas,
semelhantes à face dorsal, margem costal com uma mancha castanha mais intensa na
porção pós-mediana. Sc paralela à margem costal e término na curvatura apical. Célula
discal trigonal, com comprimento pouco superior ao da metade do comprimento da asa. R1
origina-se no terço apical da célula discal. R2, R3, R4 e R5 com tronco comum que se
origina no ângulo costal da célula discal. R5 origina-se antes que R2. R4 termina antes do
ápice e R5 termina na margem externa. M1 origina-se no ângulo costal da célula discal. M2
e M3 origina-se no ângulo posterior da célula discal. CuA1 origina-se na margem posterior
da célula discal, próxima ao ângulo posterior. CuA2 origina-se na porção média da margem
posterior da célula discal. 3A origina-se na base da asa, acompanha a margem posterior e
termina no ângulo anal.
Asas posteriores (Figs. 1-17)
Asa posterior pouco maior que a metade do comprimento da asa anterior, vermelha-
clara e semitransparente. Asa posterior com Sc+R1 origina-se muito próxima ao ângulo
costal da célula discal e termina pouco antes do ápice na margem costal da asa. Rs e M1
com tronco comum que se origina no ângulo anterior da célula discal e ramifica-se em seu
terço inicial. Rs termina pouco antes do ápice, na margem costal e M1 termina na margem
externa. M3 e CuA1 originam-se no ângulo posterior da célula discal. CuA2 originam-se na
metade apical da margem posterior da célula discal. 1A+2A e 3A originam-se na base da
asa. 1A+2A levemente curvada em posição média entre a célula discal e a margem
posterior. 3A acompanha a margem posterior da asa e termina no ângulo anal.
16
Pernas
Coxa protorácica amarelo-avermelhada. Fêmur protorácico avermelhado na face
externa, amarelo na face interna, com uma mancha castanho-clara na metade apical da face
lateral, ápice castanho. Tíbia protorácica amarelo-avermelhada com uma grande área
circular castanha que ocupa as superfícies laterais e externas. Epífise pouco menor que a
metade do comprimento da tíbia. Primeiro tarsômero avermelhado, com faixa larga
castanha nos dois terços apicais. Segundo e terceiro tarsômeros amarelo-avermelhados.
Quarto tarsômero castanho. Quinto tarsômero castanho. Fêmur mesotorácico amarelo-
avermelhado com uma mancha castanha na metade apical e o ápice castanho. Tíbia
mesotorácica amarelo-avermelhada com duas faixas castanhas em cada metade. Tíbia
mesotorácica com um par de esporões tibiais no ápice, e com o esporão tibial interno maior
que o externo. Primeiro tarsômero avermelhado, com faixa larga castanha nos dois terços
apicais. Segundo e terceiro tarsômeros amarelo-avermelhados. Quarto tarsômero castanho.
Quinto tarsômero castanho com o ápice com escamas avermelhadas. Fêmur metatorácico
amarelo-avermelhado. Tíbia metatorácica amarelo-avermelhada com duas pequenas
manchas castanhas. Tíbia metatorácica com dois pares de esporões tibiais, mediano e
apical, com os esporões tibiais internos maiores que os externos. Primeiro tarsômero
amarelo-avermelhado, com faixa larga castanha nos dois terços apicais. Segundo e terceiro
tarsômeros amarelo-avermelhados. Quarto tarsômero amarelo-avermelhado com faixa
castanha. Quinto tarsômero castanho com o terminal avermelhado.
Abdome (Fig. 1)
Abdome vermelho dorsalmente e amarelo ventralmente. Alguns indivíduos
apresentam duas manchas castanho-claras lateralmente.
17
Genitália (Figs. 28, 29)
Unco longo, com pequena carena dorsal, terminal com ponta voltada ventralmente,
margens laterais quase paralelas e recobertas com cerdas em toda a sua extensão. Tegume
dividido longitudinalmente em duas metades, mais largas na junção com o unco e afinadas
na junção com o braço do saco. Saco ponteagudo e relativamente curto. Braços do saco
estreitos. Valvas assimétricas, base alargada, margem costal com um pequeno processo
digitiforme coberto com cerdas e o terminal formado por dois processos revestidos por
cerdas. Processo dorsal levemente curvado, esclerotinizado, com cerca da metade do
comprimento da valva e com cerdas no terço apical. Processo ventral membranoso, coberto
com cerdas e pouco menor que o processo dorsal. Juxta quitinosa com concavidade
mediana. Edeago com margens aproximadamente paralelas. Vesica com duas séries de
espinhos, uma de espinhos maiores, e outra de espinhos menores próximas ao edeago.
Existe, ainda, uma placa de espinhos diferenciados que podem ser numerosos, curtos e
grossos em alguns indivíduos, ou em número de dois ou três, e nesse caso mais alongados.
Genitália (Fig. 56)
Papila anal com duas glândulas glossiformes muito alongadas. Apófises posteriores
mais longas que as anteriores. Óstio pregueado. Antro largo e afunilado. Duto muito largo,
semelhante a uma bolsa. Bolsa copuladora globular, com parede relativamente fina e
tuberculada, com dois signos pequenos, formados cada um por uma placa de espinhos
diminutos. Bolsa acessória globular com paredes relativamente finas e tuberculadas e
tamanho semelhante ao da bolsa copuladora. A bolsa acessória encontra-se ligada ao duto
por outro duto próximo ao duto da bolsa, relativamente longo, alargado e tuberculado.
18
Discussão
C. affinis pode ser facilmente identificada pelas manchas costais na asa anterior,
que são distintas das outras espécies do gênero por serem mais intensas e totalmente
preenchidas com castanho (Fig. 1). Apresenta ainda uma pequena variação morfológica
entre alguns indivíduos nos espinhos da vesica.
Distribuição geográfica (Fig. 65)
GUIANA FRANCESA; EQUADOR; PERU; BRASIL: Amapá, Pará, Amazonas,
Rondônia, Mato Grosso, Distrito Federal, Goiás.
Material examinado
10 , 6 (4 , 3 genitálias em lâmina). PERU: 1 , 1 , LO, Coconilla, 130
m, 20.vii.2003, 28.vii.2003 (Ramirez) (MHNP); 1 , San Regis, Albergue La Posada, 130
m, 17.v.2002 (Ramirez) (MHNP); 1 , AM, Cordillera Del Cóndor, PV 12 de enero (PV
32), 03º39’30”/78º18’52”, 700 m, 23.xi.2003 (Grados & Asenjo) (MHNP). BRASIL: 2 ,
Amapá, Serra do Navio, Icomi, 13.ix.1963, 15.ix.1963, 21.ix.1963 (D’Almeida & Berla)
(DZUP); 1 , Pará, Marabá, 50 m, 09.i.1977 (Becker) (VOB); 1 , Pará, Capitão Poço,
25–31.i.1984 (Becker) (VOB); 1 , Amazonas, Manaus, Estrada Manaus-Itacoatiara Km
70, viii.1971 (Becker & Roppa) (MNRJ); 1 , 1 , Amazonas, Fonte Boa, 20.x.2004
(Emery) (VOB); 1 , Rondônia, Vilhena, 600 m, 2– 4.xii.1994 (Becker) (VOB); 1 , Mato
Grosso, Chapada dos Guimarães, 25– 30.xi.1997 (Becker) (VOB); 1 exemplar,
Diamantino, Mato Grosso, 21–24.ix.1995 (Moser); 1 , Distrito Federal, 25.ii.1966
(Gagarin) (DZUP); 1 , Distrito Federal, Planaltina, 3.viii. 1978 (Becker) (VOB); 1 ,
Goiás, Goiás Velho, 13–15.x.1984 (Becker) (VOB).
19
2. Cresera annulata Schaus, 1894
(Figs. 1, 18, 30, 31, 57, 66)
Cresera annulata Schaus, 1894: 232; D’Almeida, 1967: 3 [redescrição]; Watson 1971: 12,
ests 19a, 232b; Watson & Goodger, 1986: 14 [catálogo]. Lectótipo , BRASIL: Rio de
Janeiro, (Schaus) (USNM), designado por Watson, 1971: 12 [redescrição, fêmea adulta,
genitália] [examinado].
Automolis annulata (Schaus) Hampson, 1901: 67, fig. 50 [catálogo].
Cresera ilus (Cramer) Travassos, 1943: 457 [sinonímia]; Travassos, 1944: 445
[redescrição]; Rego-Barros, 1958: 387 [genitália feminina]; D’Almeida, 1967: 3
[redescrição]; Watson & Goodger, 1986: 14 [catálogo].
Cabeça
Olhos margeados ventralmente por escamas castanhas. Espirotromba castanha, não
ultrapassa o tórax. Antena bipectinada. Cada flagelômero tem duas ramificações, cada
ramificação apresenta duas séries de cerdas pequenas e delgadas voltadas ventralmente e
uma cerda apical grande. Ramificações basais pequenas, tornan-se maiores nos primeiros
segmentos e diminuem gradualmente em direção ao ápice, onde são rudimentares. Fêmeas
com ramificações menores, de aspecto serrilhado. Flagelo castanho. Flagelômeros apicais
esbranquiçados. Escapo amarelo-avermelhado e castanho. Fronte predominantemente
castanha com a margem dorsal com duas manchas amarelo-avermelhadas e uma faixa
ondulada subjacente castanho-escura. Centralmente, a fronte tem coloração castanha e nos
ângulos ventrais é castanha-avermelhada. Ângulos dorsais da fronte com escamas
alongadas, e no restante escamas curtas. Vértice amarelo, tingido de vermelho, com
20
escamas amarelas com o ápice vermelho e escamas castanhas que margeiam o escapo e os
ângulos posteriores. Palpo labial com o primeiro segmento amarelo com uma faixa
castanho-escura transversal que se alarga dorsalmente. Segundo segmento com o mesmo
padrão de coloração, mas com uma faixa castanha mais larga. Terceiro segmento castanho.
Tórax (Fig. 2)
Tórax com escamas amarelas com o ápice vermelho e ornamentação dorsal com
escamas castanhas que formam duas faixas finas em forma de “V” invertido. Patágio com a
margem externa castanha e a margem interna amarelo-avermelhada. Tégula
predominantemente castanha, com a margem interna amarelo-avermelhada e uma pequena
mancha amarelo-avermelhada na margem anterior. Margem posterior e externa castanha,
com escamas longas.
Asas anteriores (Figs. 2, 18)
CAA : 18,5 – 21,0 mm. CAA : 19,0 – 23,0 mm. Asa anterior
predominantemente castanho-escura, com coloração de fundo amarelo-avermelhada. As
ornamentações alares são variáveis entre indivíduos de uma mesma população ou até
mesmo nas asas direita e esquerda de um mesmo indivíduo. Margem costal com áreas
amarelas fortemente tingidas de vermelho e duas manchas castanhas de forma irregular.
Em cada mancha existem áreas circulares com o interior amarelo-esbranquiçado, com as
bordas interna e externa também enegrecidas, o que aumenta o contraste com as áreas
amarelas externas adjacentes. Venação delineada por escamas vermelhas e castanhas. Em
C. annulata também ocorrem áreas poligonais, delimitadas por faixas castanhas e
vermelhas, principalmente próximo à margem externa. Margem externa com faixa
castanha contínua até próximo ao ápice, interrompida próxima ao ápice por duas pequenas
21
manchas amareladas conspícuas. Na margem externa, próximo ao ângulo anal, ocorre um
brilho esbranquiçado. Faixa subapical fina, castanha, forma um ângulo maior que 90º, que
liga a margem costal à larga faixa castanha na margem externa. Em todas as espécies do
gênero visualiza-se uma fina faixa marrom pós-mediana ligada à faixa marrom subapical,
porém nessa espécie esta faixa é pouco conspícua. Da área amarelo-avermelhada pós-
mediana até a faixa subapical, ocorrem círculos castanhos pequenos e definidos, em
número e formato variável de indivíduo para indivíduo e em um mesmo indivíduo, de asa
para asa. Pontos claros definem o término da venação na margem externa. Margem
posterior com coloração castanha estende-se anteriormente até as manchas costais. Nesta
grande área marrom posterior que ocupa a maior parte da asa, destacam-se áreas
enegrecidas ou castanho-escuras, que ocorrem principalmente sob a mancha marrom costal
apical e na base da asa em torno dos pontos amarelo-esbranquiçados. Margem posterior
basal com uma área amarela e uma área com escamas filiformes avermelhadas. Face
ventral da asa com ornamentações pálidas correspondentes às da face dorsal e margem
posterior amarelada. Sc com término no início da curvatura apical, no terço apical da asa.
Célula discal trigonal, mais próxima da margem costal, com comprimento pouco superior
ao da metade do comprimento da asa. R1 origina-se no terço apical da célula discal. R2, R3,
R4 e R5 com tronco comum que se origina no ângulo costal da célula discal. R2 origina-se
antes que R5. R4 termina antes do ápice e R5 termina na margem externa. M1 origina-se no
ângulo costal da célula discal. M2 e M3 origina-se no ângulo posterior da célula discal.
CuA1 origina-se na margem posterior da célula discal, próxima ao ângulo posterior. CuA2
origina-se na porção média da margem posterior da célula discal e termina na margem
externa. 3A origina-se na base da asa, acompanha a margem posterior e termina no ângulo
anal.
22
Asas posteriores (Figs. 2, 18)
Asa posterior com cerca de metade do comprimento da asa anterior, vermelha-clara
e semitransparente e margem posterior mais avermelhada, com concentração de escamas
filiformes vermelhas. Face ventral com mancha castanha na margem costal, próxima ao
ápice e célula discal com margem externa com uma mancha castanha. Sc+R1 origina-se
pouco depois do ponto médio da margem costal da célula discal e termina no início do
quarto apical da margem costal da asa. Rs e M1 com tronco comum que se origina no
ângulo costal da célula discal e ramifica-se em seu terço basal. Rs termina antes do ápice e
M1 termina na margem externa. M2 vestigial pode ser visualizada em alguns exemplares.
M3 e CuA1 origina-se no ângulo posterior da célula discal. CuA2 originan-se no terço
apical da célula discal, na margem posterior. 1A+2A e 3A originam-se na base da asa.
1A+2A levemente curvada em posição intermediária entre a célula discal e a margem
posterior. 3A acompanha a margem posterior da asa e termina no ângulo anal.
Pernas
Coxa protorácica bastante desenvolvida, amarelo-avermelhada com uma mancha
castanho-escura circular na porção basal. Fêmur protorácico amarelo-avermelhado, com
uma faixa transversal na metade apical e uma mancha castanha no ápice. Tíbia protorácica
com os ápices amarelo-avermelhados e duas faixas castanhas muito largas em cada
metade, separadas no centro por uma área circular amarela tingida de vermelho, delineada
por escamas castanho-escuras. Epífise pouco menor que a metade do comprimento da tíbia.
Primeiro tarsômero amarelo-avermelhado, com faixa castanha central larga. Segundo
tarsômero amarelo-avermelhado com faixa castanha central. Terceiro e quarto tarsômeros
amarelo-avermelhados. Quinto tarsômero castanho. Fêmur mesotorácico amarelo-
avermelhado com uma faixa castanha transversal na metade apical e uma mancha castanha
23
no ápice. Tíbia mesotorácica amarelo-avermelhada com duas faixas castanhas em cada
metade, separadas no centro por uma área amarela tingida de vermelho. Tíbia mesotorácica
com um par de esporões tibiais no ápice, com o esporão interno é maior que o externo.
Primeiro tarsômero amarelo-avermelhado, com faixa castanha central larga. Segundo
tarsômero amarelo-avermelhado com faixa castanha central. Terceiro tarsômero amarelo-
avermelhado com faixa castanha. Quarto tarsômero amarelo-avermelhado. Quinto
tarsômero castanho. Fêmur metatorácico amarelo-avermelhado, com uma faixa castanha
transversal na metade apical e uma mancha castanha no ápice. Tíbia metatorácica amarelo-
avermelhada com duas faixas castanhas em cada metade, separadas por área amarela
levemente tingida de vermelho. Tíbia metatorácica com dois pares de esporões tibiais,
mediano e apical, com os esporões internos maiores do que os externos. Primeiro
tarsômero amarelo-avermelhado, com faixa castanha central larga. Segundo e terceiro
tarsômeros amarelo-avermelhados com faixa castanha central. Quarto tarsômero amarelo-
avermelhado. Quinto tarsômero castanho.
Abdome (Fig. 2)
Abdome vermelho dorsalmente e amarelo ventralmente com dois pontos castanhos
em cada segmento lateral.
Genitália (Figs. 30, 31)
Unco fino e alongado, voltado ventralmente, revestido de cerdas, com uma pequena
saliência ventral na porção média, onde as cerdas estão mais concentradas. Tegume com
margens paralelas em exemplares da Costa Rica e Amazonas, ou com margens oblíquas
em exemplares da Floresta Atlântica Brasileira. Braço do saco em forma de “U”, mais ou
menos alargado. Saco apresenta pequena ponta. Valva coberta com cerdas, margem costal
24
intumescida próxima à base. Ápice da valva formado por dois processos revestidos por
cerdas. Processo dorsal mais esclerotinizado, podendo ser assimétrico, com metade do
comprimento da valva, com forte curvatura ventral. Processo ventral membranoso, com um
terço do comprimento do processo apical, simétrico ou não. Diafragma com juxta e anellus
esclerotinizados. Edeago com margens levemente onduladas. Vesica lobada com ou sem
tubérculos e apresentar espinhos pequenos ou médios concentrados no lóbulo. Unco muito
largo, com a região média dilatada, onde há concentração de cerdas e com carena dorsal
em toda a sua extensão. Vesica com um lóbulo com concentração de espinhos pequenos.
Genitália (Fig. 57)
Papila anal com duas glândulas glossiformes alongadas. Apófises posteriores
maiores que as anteriores. Antro esclerotinizado, de margens quase paralelas. Duto
tuberculado, um pouco mais largo que o antro e de margens quase paralelas. Bolsa
copuladora globular, com dois signos pequenos, cada um formado por uma placa de
espinhos diminutos. Bolsa acessória globular, ligada ao duto por um duto relativamente
longo e fino, tuberculado próximo à bolsa copuladora.
Discussão
C. ilus foi considerada por Travassos (1944) como sinônimo sênior de C. annulata.
Dentre vários exemplares examinados por Travassos, a maioria era procedente dos estados
do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo e apenas um exemplar era procedente do
Amazonas, Brasil. Portanto, Travassos não analisou os exemplares de C. ilus do nordeste,
centro-oeste e norte, ou mesmo os exemplares da América Central. d’Almeida (1967), que
dispunha de exemplares amazônicos, percebeu as diferenças de coloração e genitália entre
estas populações e as populações do sudeste, e revalidou C. annulata. De um modo geral,
25
as diferenças externas entre C. annulata e C. ilus resumem-se à intensidade da coloração e
genitália, que são variáveis. C. annulata ocorre nas áreas correspondentes aos refúgios do
pleistoceno nos estados da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo (Prance,
1982) e C. ilus ocorre na região amazônica (Fig. 66). A asa anterior de C. annulata é
relativamente clara e ambos, asa posterior e o abdome, possuem uma coloração vermelha
mais intensa em relação a C. ilus. Muito parecidos com estas espécies são os exemplares
encontrados em Alagoas e na Costa Rica. Os exemplares destas regiões, em uma primeira
análise, são semelhantes a C. annulata e C. ilus, no entanto, apresentam diferenças
significativas em suas antenas (Fig. 15) (os exemplares da Costa Rica apresentam
ramificações mais longas nos flagelômeros das antenas) (Fig. 30, 31, 38, 39, 52-55), nas
suas genitálias e mesmo em sua coloração e tamanho (Figs. 2, 6, 15, 16).
Distribuição geográfica (Fig. 66)
BRASIL: Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo.
Material examinado
41 , 32 (4 ,1 genitálias em lâmina). BRASIL: 5 e 4 , Bahia, Camacan,
800 m, 27.xi–14.xii.2005 (Emery), (VOB); 1 , Bahia, Camacan, 21.vii.1977 (Mielke,
Moure & Elias) (DZUP); 1 , Espírito Santo, Linhares, 40 m, 25–30.i.1998 (Becker)
(VOB); 1 , Espírito Santo, Santa Tereza, 1967 (Elias) (MNRJ); 1 , Espírito Santo,
Parque Soóretama, ii–iii.1948 (Travassos, Freitas & H. Travassos) (MZSP); 4 , 2 ,
Tirol, Santa Leopoldina, Espírito Santo, 600–800 m, 24–29.i.1997, x.1998, 25–28.vi.1998,
i.1999, iii.1999 (Thoeny & Moser); 2 , Rio de Janeiro, Corcovado, vii-1932, 1932
(D’Almeida) (DZUP); 1 , viii-1932 (L. T) (DZUP); 2 , Rio de Janeiro, Angra dos Reis,
IV-1934 (D’Almeida, Travassos & Penido) (MZSP); 1 , idem, 20–25.x.1951 (Travassos
26
Filho) (MZSP); 3 , 1 , Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Jussaral, 09–12.iv.1934,
20.viii.1935, 24.xi.1935 (D’Almeida) (DZUP); 1 , idem, 6.iv.1935 (Travassos &
D’Almeida) (DZUP); 1 , Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Japuhyba, 24.iv.1936
(Travassos & D’Almeida) (DZUP); 1 , Rio de Janeiro, Sahy, Ramal de Mangaratiba,
06.x.1932 (D’Almeida) (DZUP); 1 , 1 , Rio de Janeiro, Petrópolis, ix.1932, 1930
(D’Almeida) (DZUP); 1 , idem, 900m, 14.xii.1938 (Gagarim) (DZUP); 1 , idem, 650
m, 10–20.x.1985 (Becker) (VOB); Exemplar sem abdome, Rio de Janeiro, Parque Nacional
do Itatiaia, 900 m, 28.xii.1962 (Tanjerini & Mielke) (DZUP); 1 , idem, 900 m, 01.x.1962
(D’Almeida & Mielke) (MNRJ); 1 exemplar, idem, vii.1961 (Mielke) (IOC); 1 , 2 ,
idem, iii.1926, x.1939 (Pohl) (MZSP); 2 , Rio de Janeiro, Cachoeiras do Macacu, 600–
700 m, 23.i.1998, 1.x.1986 (Becker) (VOB); 1 , Rio de Janeiro, Nova Friburgo, 800 m,
(Becker), (VOB); 1 , 2 , São Paulo, Salesópolis, Boracéa, 30.xi.1941, 15–16.iv.1942
(D’Almeida) (DZUP), 2 , idem, 31.viii.1967, 24.v.1967 (Barroso & Travassos Filho)
(MZSP); 3 , 1 , idem, 16 –17.viii.1969 (Bernardi, Kloss & Papavero) (MZSP); 4 , 1
, idem, 22.iv.1965, 19.viii.1965, 850 m, 12.i.1966, 13.vii.1967 (Rabello) (MZSP); 1 ,
idem, 9.iv.1948 (Travassos, Travassos Filho & Rabello) (MZSP); 1 , idem, 14.viii.1947
(Rabello, Travassos Filho & Lane) (MZSP); 2 , idem, 5–9.x.1949, 9.vii.1959 (Travassos
Filho) (MZSP); 1 , idem, 04.i.1962 (Santos) (MZSP); 1 , idem, 24.iv.2004 (Duarte,
Castelani & Rodriguez) (MZSP); 1 , São Paulo, Juquiá, 03.xi.1940 (Travassos &
Travassos Filho) (MZSP); 3 , 1 , idem, 1–5.x.1940 (C. D. Z.) (MZSP); 1 , idem,
(MZSP); 1 , São Paulo, Caraguatatuba, 18.ii.1942 (D’Almeida) (DZUP); 1 , São Paulo,
Juquei, 10.ii.1976 (Gagarim) (DZUP); 1 , São Paulo, Pedreira do Miracatu, 9.ii.1967
(Mielke, Laroca & Brown) (DZUP); 1 , São Paulo, Alto da Serra, (IBSP).
27
3. Cresera espiritosantensis Rego Barros, 1958
(Figs. 3, 19, 32, 33, 58, 71)
Cresera espiritosantensis Rego-Barros, 1958: 381 [adulto, venação alar, genitália]; Watson
& Goodger, 1986: 14 [catálogo]. Holótipo , BRASIL: Espírito Santo, Santa Tereza
(Cruz, Alceu, Machado, Rego-Barros) xi.1955 [não encontrado].
Cabeça
Olhos margeados ventralmente por escamas amarelo-avermelhadas. Espirotromba
castanho, não ultrapassa o tórax. Antena bipectinada. Cada flagelômero tem duas
ramificações e cada ramificação apresenta duas séries de cerdas laterais e uma grande
cerda apical. As ramificações crescem nos primeiros segmentos, ficam maiores no terço
basal e diminuem gradualmente em direção ao ápice. Fêmeas com ramificações menores.
Flagelo castanho, com as ramificações externas da metade basal, amarelo-avermelhadas.
Flagelômeros apicais esbranquiçados e segmentos basais amarelo-avermelhados. Escapo
amarelo-avermelhado. Fronte com a margem dorsal amarela. Abaixo da margem dorsal,
uma faixa castanha ondulada larga e margem ventral amarelo-avermelhada. Vértice
amarelo com ornamentação em forma de coroa vermelha. Palpo labial com o primeiro
segmento amarelo-avermelhado, vermelho mais intenso lateralmente. Segundo segmento
amarelo-avermelhado, com vermelho mais intenso lateralmente e dorsalmente e com uma
mancha castanha ventral na metade apical. Terceiro segmento amarelo-avermelhado
dorsalmente e castanho ventralmente.
28
Tórax (Fig. 3)
Tórax amarelo e branco, com ornamentação em forma de seta castanho-
avermelhada. Na face anterior do tórax, margeando o patágio, ocorrem grandes
quantidades de escamas vermelhas. Na face posterior do tórax, uma faixa vermelha
transversal em forma de “V” invertido. Patágio amarelo com escamas brancas e carmins
dispersas, margem anterior e margem interna finamente delineadas de castanho. Tégula
amarela, com a margem anterior castanha, centralmente com uma mancha vermelha
elíptica que delimita uma área interna branca brilhante, margem interna e posterior com
longas escamas vermelhas intensas. Margem externa amarelo-avermelhada com escamas
longas.
Asas anteriores (Figs. 3, 19)
CAA : 14,0 mm; CAA : 15,5 – 15,5 mm. Asa anterior amarela com
ornamentações poligonais irregulares formadas pela anastomose de faixas castanhas e
vermelhas de larguras variáveis. No centro das ornamentações poligonais ocorrem máculas
avermelhadas bastante definidas. Algumas áreas poligonais são preenchidas internamente
por escamas brancas brilhantes. Venação delineada de vermelho. Margem costal delineada
de castanho, com uma pequena faixa obliqua basal e duas manchas castanhas formadas por
faixas castanhas anastomosadas em fundo amarelo. Margem externa com uma borda
castanha intermitente. Faixa castanha fina pós-mediana, intermitente, ligada à faixa
castanha subapical. Faixa subapical fina, castanha, forma um ângulo de 90º que liga a
margem costal à margem externa. Margem posterior com uma faixa castanha de largura
variável, interrompida próxima à base por uma área amarela com o centro vermelho e outra
área branca brilhante mais apical, sublinhada com uma faixa vermelha. Face ventral mais
avermelhada nos três quartos basais, com ornamentações pálidas, semelhantes à face
29
dorsal; margem costal delineada de castanho, com uma mancha castanha mais intensa na
porção pós-mediana e uma faixa obliqua subapical correspondentes àquelas da face dorsal.
Sc paralela à margem costal, termina no início da curvatura apical no terço apical da asa.
Célula discal trigonal, com comprimento pouco superior ao da metade do comprimento da
asa. R1 origina-se no terço apical da célula discal. R2, R3, R4 e R5 com tronco comum que
se origina no ângulo costal da célula discal. R5 origina-se antes que R2. R4 termina antes do
ápice e R5 termina na margem externa. M1 origina-se no ângulo costal da célula discal. M2
e M3 origina-se no ângulo posterior da célula discal. CuA1 origina-se na margem posterior
da célula discal, próxima ao ângulo posterior. CuA2 origina-se na porção média da margem
posterior da célula discal. 3A origina-se na base da asa, acompanha a margem posterior e
termina no ângulo anal.
Asas posteriores (Figs. 3, 19)
Asa posterior pouco maior que a metade do comprimento da asa anterior, vermelha-
clara, semitransparente, com escamas filiforesna margem posterior. Asa posterior com
Sc+R1 origina-se no início do terço apical da célula discal e termina no início do quarto
apical da margem costal da asa. Rs e M1 com tronco comum originam-se no ângulo
anterior da célula discal e com ramificação muito próxima à célula discal. Rs termina
pouco antes do ápice, na margem costal e M1 termina na margem externa. M3 e CuA1
originam-se no ângulo posterior da célula discal. CuA2 origina-se no início do terço apical
da margem posterior da célula discal. 1A+2A e 3A origina-se na base da asa. 1A+2A
levemente curvada em posição intermediária entre a célula discal e a margem posterior. 3A
acompanha a margem posterior da asa e termina no ângulo anal.
30
Pernas
Coxa protorácica amarelo-avermelhada. Fêmur protorácico avermelhado na face
externa, amarelo na face interna, com uma mancha castanho-clara na metade apical da face
lateral, ápice castanho. Tíbia protorácica com a face interna castanha e a face externa muito
avermelhada, com duas faixas transversais castanhas que delimitam uma área circular
interna muito avermelhada. Epífise pouco menor que a metade do comprimento da tíbia.
Todos os tarsômeros muito avermelhados, cada um com uma faixa castanha transversal.
Fêmur mesotorácico amarelo-avermelhado com uma mancha castanha na metade apical e o
ápice castanho. Tíbia mesotorácica amarelo-avermelhada com duas faixas castanhas em
cada metade. Tíbia mesotorácica com um par de esporões tibiais apicais, com o esporão
interno maior que o externo. Todos os tarsômeros muito avermelhados, cada um com uma
faixa castanha. Fêmur metatorácico amarelo-avermelhado, com uma mancha castanha
apical quase imperceptível. Tíbia metatorácica amarelo-avermelhada, com duas faixas
avermelhadas distintas e com duas pequenas manchas castanhas apicais. Tíbia
metatorácica com dois pares de esporões tibiais, mediano e apical, com os esporões
internos maiores que os externos. Todos os tarsômeros são amarelo-avermelhados com
uma faixa castanha, mais obliterados que os tarsômeros protorácicos e mesotorácicos.
Abdome (Fig. 3)
Abdome vermelho dorsalmente e amarelo ventralmente.
Genitália (Figs. 32, 33)
Unco longo e fino, com carena dorsal, terminal com dilatação dorso-ventral e com
ponta voltada ventralmente, margens laterais paralelas, recobertas com cerdas em toda a
31
sua extensão. Tegume com extensões laterais de largura constante, divididas próximas ao
unco. Saco apresentou terminal côncavo. Valvas estreitas e revestidas por cerdas; terminal
formado por dois pequenos processos apicais. Processo dorsal esclerotinizado e menor que
o processo ventral. Processo ventral membranoso e pouco maior que o processo dorsal.
Juxta quitinosa com concavidade mediana membranosa. Edeago levemente dilatado
anteriormente. Vesica com duas placas de espinhos grandes e um espinho grande e
diferenciado pontiagudo.
Genitália (Fig. 58)
Papila anal com duas glândulas glossiformes muito alongadas. Apófises posteriores
mais longas que as anteriores. Óstio pregueado. Antro esclerotinizado, alongado,
pregueado no terço anterior e com dilatação na porção média. Duto muito largo,
semelhante a uma bolsa. Bolsa copuladora globular, tuberculada, com dois signos,
formados cada um por uma placa estreita de espinhos diminutos. A bolsa acessória
globular apresenta-se com uma parede fina e muito tuberculada, com tamanho semelhante
ao da bolsa copuladora. A mesma está ligada ao duto da bolsa por outro duto relativamente
longo, alargado e tuberculado em sua base.
Discussão
C. espiritosantensis é muito semelhante a C. similis (Figs. 3, 12), com tórax e asas
com áreas brancas. Nas asas anteriores, as escamas brancas localizam-se no interior de
algumas áreas poligonais. Ambas possuem a faixa castanha subapical com ângulo de 90o.
Uma característica fundamental para diferenciar C. espiritosantensis de C. similis são as
manchas costais com aspecto borrado da primeira, que em C. similis tem um aspecto
cruciforme. Também se diferencia de C. similis pela genitália (Figs. 32, 33, 48, 49).
32
As distribuições geográficas do par C. similis e C. espiritosantensis (Fig. 71), são
complementares, e não sobrepostas e estão separadas pelo corredor de vegetação xérica
constituído pelo Cerrado e Caatinga brasileiros. C. similis ocorre amplamente na região
Amazônica chegando até o Planalto Central através das florestas de Galeria do Cerrado. A
distribuição geográfica de C. espiritosantensis é aparentemente endêmica ao Espírito
Santo, Brasil. Pode ser observado ainda que a distribuição geográfica de C.
espiritosantensis está bastante sobreposta ao refúgio de floresta tropical do pleistoceno
chamado de Refúgio do Rio-Espírito Santo, proposto por Haffer (1969), Brown (1977) e
Prance (1982).
Distribuição geográfica (Fig. 71)
BRASIL: Espírito Santo.
Material examinado
15 , 2 (1 , 1 , genitálias em lâmina). BRASIL: 15 , 2 , Espírito Santo,
Linhares, 40 m, 20–29.ii.1992 (Becker) (VOB); 5 exemplares, Espírito Santo, Santa
Leopoldina, 24–29.i.1997 (Thoeny & Moser).
33
4. Cresera hieroglyphica (Schaus, 1905)
(Figs. 4, 20, 34, 35, 59, 70)
Prumala hieroglyphica Schaus, 1905: 209; Rothschild, 1910: 11 [catálogo]; Seitz, 1921:
347, est. 44k. Holótipo , GUIANA FRANCESA: St. Laurent du Maroni (USNM)
[examinado].
Prumala intermedia Rothschild, 1922: 462 [lista]. Syn. n.
Cresera hieroglyphica Watson, 1971: 43, ests.19c, 232c [redescrição]; Watson & Goodger,
1986: 14 [catálogo].
Cresera intermedia (Rothschild) Watson & Goodger, 1986: 14 [catálogo].
Cabeça
Olhos margeados ventralmente por escamas amarelo-avermelhadas. Espirotromba
castanho, não ultrapassa o tórax. Antena bipectinada. Cada flagelômero tem duas
ramificações e cada ramificação apresenta duas séries de cerdas laterais pequenas e
delgadas, voltadas ventralmente, e uma grande cerda apical. As ramificações crescem nos
primeiros segmentos, atingem o maior comprimento na porção média e diminuem
gradualmente em direção ao ápice, onde são rudimentares. Fêmea com ramificações
menores. Flagelo castanho, com a lateral externa da metade basal amarelo-avermelhada.
Flagelômeros apicais brancos e flagelômeros basais amarelo-avermelhados. Escapo
amarelo-avermelhado. Fronte com a margem dorsal amarela. Abaixo da margem dorsal,
uma faixa larga castanha ondulada e margem ventral amarelo-avermelhada. Vértice
amarelo com ornamentação em forma de coroa vermelha. Palpo labial com o primeiro
segmento amarelo com uma mancha vermelha dorsal. Segundo segmento amarelo, com
34
mancha vermelha nas faces dorsais e laterais basais e com uma mancha castanha ventral na
metade apical. Terceiro segmento avermelhado dorsalmente e castanho ventralmente.
Tórax
Tórax amarelo com escamas vermelhas dispersas, com uma ornamentação castanha
em forma de seta e na face posterior uma faixa vermelha semicircular. Patágio amarelo
com escamas vermelhas dispostas em círculo, margens anterior e interna finamente
delineadas de castanho e vermelho e a margem externa castanha. Tégula amarela,
centralmente com uma mancha vermelha elíptica obliterada, margem interna e posterior
com escamas longas vermelhas. Margem externa amarelo-avermelhada com escamas
longas.
Asas anteriores (Figs. 4, 20)
CAA : 14,0 – 16,0 mm; CAA : 14,5 – 14,5 mm. Asa anterior amarela com
numerosas escamas vermelhas dispersas, com ornamentações poligonais irregulares
formadas pela anastomose de faixas castanhas e vermelhas de largura variável. Venação
delineada de vermelho. Margem costal delineada de castanho, com uma pequena faixa
obliqua basal e duas ornamentações formadas por faixas castanhas finas anastomosadas,
semelhantes a C. similis. Margem externa com uma borda castanha contínua, um pouco
mais fina no ápice. Uma faixa castanha fina pós-mediana, intermitente, ligada à faixa
castanha subapical. Faixa subapical fina, castanha, forma ângulo maior que 90º e liga a
margem costal à margem externa. Margem posterior com uma faixa castanha de largura
variável, interrompida próxima à base por uma área amarela com o centro vermelho e outra
área mais apical amarela, sublinhada com uma faixa vermelha. Face ventral muito
avermelhada na metade basal, com ornamentações castanhas pálidas, semelhantes à face
35
dorsal. Margem costal delineada de castanho e uma faixa castanha obliqua subapical. Sc
termina no início da curvatura apical no terço apical da asa. Célula discal trigonal, com
comprimento pouco superior ao da metade do comprimento da asa. R1 origina-se no início
do terço apical da célula discal. R2, R3, R4 e R5 com tronco comum que se origina no
ângulo costal da célula discal. R5 origina-se antes que R2. R4 termina antes do ápice e R5
termina na margem externa. M1 origina-se no ângulo costal da célula discal. M2 e M3
originam-se no ângulo posterior da célula discal. CuA1 origina-se na margem posterior da
célula discal, próxima ao ângulo posterior. CuA2 origina-se na porção média da margem
posterior da célula discal. 3A origina-se na base da asa, acompanha a margem posterior e
termina no ângulo anal.
Asas posteriores (Figs. 4, 20)
Asa posterior pouco maior que a metade do comprimento da asa anterior, vermelha-
clara, semitransparente. Asa posterior com Sc+R1 origina-se no ângulo costal da célula
discal e termina no início do quarto apical da margem costal da asa. Rs e M1 com tronco
comum origina-se no ângulo anterior da célula discal e com ramificação próxima à célula
discal. Rs termina pouco antes do ápice, na margem costal e M1 termina na margem
externa. M3 e CuA1 origina-se no ângulo posterior da célula discal. CuA2 origina-se no
início da metade apical da margem posterior da célula discal. 1A+2A e 3A origina-se na
base da asa. 1A+2A levemente curvada em posição intermediária entre a célula discal e a
margem posterior. 3A acompanha a margem posterior da asa e termina no ângulo anal.
Pernas
Coxa protorácica amarelo-avermelhada, mais avermelhada na face externa. Um
exemplar apresentou uma mancha castanha-avermelhada na coxa, semelhante à mancha
36
que ocorrem em C. silvestrii, C. ilus e C. ilioides. Em outro havia uma mancha castanha
muito pálida. Em outros exemplares, esta mancha castanha não foi encontrada. Fêmur
protorácico amarelo-avermelhado com uma grande mancha castanha que ocupa a porção
média da face lateral interna e ápice com escamas castanhas. Epífise pouco menor que a
metade do comprimento da tíbia. Tíbia com a face interna castanha e a externa muito
avermelhada, com duas faixas transversais castanhas que delimitam uma área circular
amarela com o centro vermelho. Primeiro tarsômero avermelhado, com faixa larga
castanha. Segundo e terceiro tarsômeros avermelhados. Quarto tarsômero castanho. Quinto
tarsômero castanho com escamas avermelhadas no ápice. Fêmur mesotorácico amarelo-
avermelhado com uma mancha castanha na metade apical e o ápice castanho. Tíbia
mesotorácica amarelo-avermelhada com duas faixas castanhas em cada metade e com um
par de esporões tibiais apicais, com o esporão interno maior que o externo. Primeiro
tarsômero avermelhado, com faixa larga castanha. Segundo e terceiro tarsômeros
avermelhados. Quarto tarsômero castanho. Quinto tarsômero castanho com escamas
avermelhadas no ápice. Fêmur metatorácico amarelo-avermelhado, mais obliterado, com
mancha castanha apical quase imperceptível. Tíbia metatorácica amarelo-avermelhada,
mais obliterada, com duas faixas avermelhadas distintas e com duas pequenas manchas
castanhas apicais. Tíbia metatorácica com dois pares de esporões tibiais, mediano e apical,
com os esporões internos maiores do que os externos. Primeiro tarsômero avermelhado,
com faixa castanha larga. Segundo e terceiro tarsômeros avermelhados. Quarto tarsômero
avermelhado com mancha castanha dorsal. Quinto tarsômero avermelhado com mancha
castanha dorsal.
Abdome (Fig. 4)
Abdome vermelho dorsalmente e amarelo ventralmente.
37
Genitália (Figs. 34, 35)
Unco curto coberto com cerdas, terminal com pequena ponta voltada ventralmente
e margens laterais paralelas. Tegume muito largo na junção com o unco e afinado na
junção com o braço do saco. O Saco é relativamente alongado e termina em ponta. Valva
com a base larga, terminal formado por dois processos. Processo dorsal esclerotinizado,
muito longo e fino, com o terminal curvado internamente e revestido de cerdas. Processo
ventral membranoso relativamente curto, e também fino, com a base intumescida. Juxta
quitinosa, semi-anular. Edeago com as margens quase paralelas. Vesica com duas placas
de espinhos grandes, duas placas de espinhos pequenos (cerca de 0,2 mm) e um espinho
grande diferenciado, com formato ondulado e com ponta dupla, semelhante ao de C.
ockendeni.
Genitália (Fig. 59)
Papila anal com duas glândulas glossiformes alongadas. Apófises posteriores mais
longas que as anteriores. Antro largo e curto, muito esclerotinizado, afunilado em direção
ao duto. Duto muito largo, semelhante a uma bolsa. Bolsa copuladora globular com dois
signos, formados cada um por uma placa arredondada de espinhos diminutos. Bolsa
acessória globular, com parede fina e tuberculada.
Discussão
C. hieroglyphica tem coloração amarela forte, com grande quantidade de escamas
vermelhas dispersas, semelhante a C. silvestrii (Figs. 4, 10). Também ocorre em C.
hieroglyphica, uma faixa castanha larga na margem externa da asa anterior, contínua,
semelhante à C. ilus (Figs. 4, 6). Ainda ocorrem alguns indivíduos com uma mancha
38
castanha na coxa semelhante a C. silvestrii, C. ilus e C. ilioides. Em C. hieroglyphica, as
faixas castanhas nas asas anteriores podem ser pouco conspícuas. O material tipo de
Cresera intermedia (Rothschild, 1922) Syn. n. é na realidade um exemplar de C.
hieroglyphica (Schaus, 1905) com aspecto desbotado. Portanto, C. hieroglyphica (Schaus,
1905) é sinônimo sênior de C. intermedia (Rothschild, 1922) Syn. n..
Distribuição geográfica (Fig. 70)
VENEZUELA; GUIANA FRANCESA; PERU; BRASIL: Amapá, Amazonas,
Pará, Rondônia, Mato Grosso, Goiás.
Material examinado
6 , 2 (1 , 1 genitálias em lâmina). PERU: 1 , Cuzco, Campamento
Paratori, 690 m, 26.x.2002 (Grados) (MNHL). BRASIL: 1 Amazonas, Estrada Manaus-
Itacoatiara KM 26, Reserva Ducke, (Nilton) (DZUP); 1 , Amazonas, Estrada Manaus-
Itacoatiara Km 70, i.1975 (Nilton) (DZUP); 1 , idem, viii.1971 (Becker & Roppa)
(MNRJ); 1 , Amapá, Serra do Navio, Icomi, 25.ix.1963 (D’Almeida & Berla) (DZUP); 1
, Pará, Belém, 70 m, i.1984 (Becker) (VOB); 1 , Goiás, Goiás Velho, 13–15.x.1984
(Becker) (VOB); 1 exemplar, Mato Grosso, Diamantino, Rio Arinos, (Moser); 1 ,
Rondônia, Vilhena, 600 m, 2–4.vii.1994, (Becker) (VOB).
39
5. Cresera ilioides (Schaus, 1905)
(Figs. 5, 21, 36, 37, 67)
Automolis ilioides Schaus, 1905: 219; Rothschild, 1910: 29 [catálogo]; Hampson, 1920:
170, est. 47, fig. 3 [redescrição]; Seitz, 1921: 370, est. 51a [redescrição]; Watson, 1971:
45 est. 19b, 109e,f [redescrição]. Holótipo , GUIANA: Omai (USNM) [examinado].
Cresera ilioides Watson, 1975: 69 [reclassificação]; Watson & Goodger, 1986: 14
[catálogo]; Piñas et al, 2000: est. 33: 264 [adulto].
Fêmea não examinada.
Cabeça
Olhos margeados ventralmente por escamas castanhas. Espirotromba castanho, não
ultrapassa o tórax. Antena bipectinada. Flagelômeros com duas ramificações, cada
ramificação apresenta duas séries de cerdas pequenas e delgadas voltadas ventralmente e
uma grande cerda apical. Ramificações basais pequenas, tornam-se maiores nos primeiros
segmentos e diminuem gradualmente em direção ao ápice, onde são rudimentares. Flagelo
castanho. Flagelômeros do terço basal amarelados na lateral externa. Flagelômeros apicais
esbranquiçados. Escapo amarelo. Fronte amarela com ornamentação castanha em forma de
T”. Margem dorsal com escamas amarelas alongadas. Vértice amarelo. Palpo labial com o
primeiro segmento amarelo com uma faixa castanho-escura transversal que se alarga
dorsalmente. Segundo segmento com o mesmo padrão de coloração, mas com uma faixa
castanha mais larga. Terceiro segmento castanho.
40
Tórax (Fig. 5)
Tórax amarelo com ornamentação dorsal castanha formando faixas finas em forma
de “Y” e “V” invertido. O conjunto assemelha-se a uma flecha. Patágio amarelo com as
margens castanhas, com uma área central circular avermelhada. Tégula com a margem
interna amarelo-avermelhada. Margem posterior e externa castanha, com escamas longas.
Asas anteriores (Figs. 5, 21)
CAA : 17,5 – 19,5 mm. Asa anterior predominantemente amarela. Margem costal
amarela com duas manchas castanhas irregulares. Em cada mancha existem áreas
circulares amarelas. Margem externa com uma faixa castanha interrompida no ápice por
manchas amarelas. Nesta mesma faixa ocorre um brilho rosado próximo ao ângulo anal.
Faixa subapical fina, castanha, que forma ângulo maior que 90º e liga a margem costal à
margem externa. Área amarelo-avermelhada pós-mediana até a faixa subapical com
círculos castanhos pequenos e definidos, de formato variável de indivíduo para indivíduo.
Círculos castanhos finos, mais irregulares e maiores, ocorrem subjacentes às manchas
castanhas da margem costal. Margem posterior basal com uma área amarela e uma área
avermelhada com escamas filiformes próximas à base da asa. Entre as ornamentações
circulares e a faixa castanha da margem externa há uma região com grande quantidade de
escamas castanhas dispersas. Venação delineada por escamas vermelhas. Face ventral
semelhante à dorsal, mais pálida, com a margem posterior amarelada. Face ventral com
faixa castanha curta na margem costal próxima ao ápice e célula discal com margem
externa com uma mancha castanha. A veia Sc é paralela à margem costal e termina no
início da curvatura apical, no terço apical da asa. Célula discal trigonal, mais próxima da
margem costal, com comprimento pouco superior ao da metade do comprimento da asa. R1
origina-se no início do terço apical da célula discal. R2, R3, R4 e R5 com tronco comum que
41
se origina no ângulo costal da célula discal. R2 origina-se antes que R5. R4 termina antes do
ápice e R5 termina na margem externa. M1 origina-se no ângulo costal da célula discal. M2
e M3 originam-se no ângulo posterior da célula discal. CuA1 origina-se na margem
posterior da célula discal, no ângulo inferior. CuA2 origina-se na porção média da margem
posterior da célula discal. 3A origina-se na base da asa, acompanha a margem posterior e
termina no ângulo anal.
Asas posteriores (Figs. 5-21)
Asa posterior pouco maior que a metade do comprimento da asa anterior, vermelha-
clara, semitransparente. Asa posterior com Sc+R1 que se origina pouco depois do ponto
médio da margem costal da célula discal e termina no início do quarto apical da margem
costal da asa. Rs e M1 com tronco comum que se origina no ângulo costal da célula discal e
ramifica-se em seu terço basal. Rs termina antes do ápice e M1 na margem externa. M3 e
CuA1 origina-se separadamente no ângulo posterior da célula discal. CuA2 origina-se no
terço apical da margem posterior da célula discal. 1A+2A e 3A originam-se na base da asa.
1A+2A levemente curvada em posição intermediária entre a célula discal e a margem
posterior. 3A acompanha a margem posterior da asa e termina no ângulo anal.
Pernas
Coxa protorácica desenvolvida, amarela com uma mancha castanho-escura circular
na porção basal. Fêmur protorácico amarelo, com uma faixa transversal na metade apical e
uma mancha castanha no terminal. Tíbia protorácica com os ápices amarelos e duas faixas
castanhas muito largas em cada metade, separadas no centro por uma área circular amarela.
Epífise pouco menor que a metade do comprimento da tíbia. Primeiro tarsômero amarelo,
com faixa castanha central larga. Segundo tarsômero amarelo com faixa castanho central.
42
Terceiro e quarto tarsômeros amarelos. Quinto tarsômero castanho. Fêmur mesotorácico
amarelo com uma faixa castanha transversal na metade apical e uma mancha castanha no
terminal. Tíbia mesotorácica amarela com duas faixas castanhas em cada metade,
separadas no centro por uma área amarela. Tíbia mesotorácica com um par de esporões
tibiais no terminal, com o esporão interno maior que o externo. Primeiro tarsômero
amarelo, com faixa castanha central larga. Segundo tarsômero amarelo com faixa castanha
central. Terceiro tarsômero amarelo com faixa castanha. Quarto tarsômero amarelo. Quinto
tarsômero castanho. Fêmur metatorácico amarelo, com uma faixa castanha transversal na
metade apical e uma mancha castanha no terminal. Tíbia metatorácica amarela com duas
faixas castanhas em cada metade. Tíbia metatorácica com dois pares de esporões tibiais,
mediano e apical, com os esporões internos maiores que os externos. Primeiro tarsômero
amarelo, com faixa castanha central larga. Segundo e terceiro tarsômeros amarelos com
faixa castanho central. Quarto tarsômero amarelo. Quinto tarsômero castanho.
Abdome (Fig. 5)
Abdome vermelho dorsalmente e amarelo ventralmente. Em cada um dos
segmentos abdominais há, lateralmente, um ponto castanho.
Genitália (Figs. 36, 37)
Unco longo e fino, voltado ventralmente, revestido com cerdas, mais concentradas
em torno da dilatação central. Tegume longo e delgado. Saco triangular, com pequena
ponta. Valva coberta com cerdas, margem costal intumescida. Terminal formado por dois
processos revestidos por cerdas. Processo dorsal com metade do comprimento da valva,
com forte curvatura ventral, muito grosso e esclerotinizado, com concentração de cerdas
dorsais. Processo ventral membranoso, grosso, coberto com cerdas menores e mais finas,
43
com metade do comprimento do processo apical. Margem sacullar com pequena saliência
na metade apical. Juxta quitinosa com estreitamento central. Annelus esclerotinizado.
Edeago com margens quase paralelas. Vesica com extensa placa de espinhos pequenos.
Discussão
Espécie muito semelhante à C. ilus, C. annulata, Cresera sp. 1 e Cresera sp. 2,
tanto na genitália como nos aspectos cromáticos. No entanto, C. ilioides apresenta a asa
anterior mais clara e com poucas escamas marrons se comparada com as espécies
semelhantes a C. ilus (Figs. 2, 5, 6, 15, 16). Além disso, na genitália ocorre uma extensa
placa de espinhos pequenos e bastante pontiagudos, que ocorre em C. annulata, porém um
pouco diferente (Fig. 31, 37). O tegume é bastante delgado se comparado com as outras
espécies semelhantes a C. ilus e o edeago apresenta-se mais retilíneo.
Distribuição geográfica (Fig. 67)
VENEZUELA; GUIANA; GUIANA FRANCESA; EQUADOR; PERU;
BOLÍVIA; BRASIL: Amapá, Amazonas, Rondônia, Alagoas, Bahia, Espírito Santo.
Material examinado
22 (2 genitálias em lâmina). PERU: 1 , Cuzco, Cashiriahi, 690 m, 04.xii.97
(Grados) (MHNP); 1 , Madre de Dios, Rio Tambopata Research Station 30 air Km SW,
Subtropical Moist Forest, 11–15.xii.1975 (Heppner) (USNM). BOLÍVIA: 1 ,
Cochabamba, Carasco, El Sacta, 220 m, 23.ix.2002 (Ledezma & Moser). BRASIL: 6 ,
Amapá, Serra do navio, ICOMI, 12–22.ix.1963 (D’Almeida & Berla) (DZUP); 2 ,
Amazonas, Fonte Boa, 20.x.2004 (Emery) (VOB); 1 , Amazonas, Benjamin Constant,
44
Rio Javary, xii.1963, (Dirings) (MZSP); 1 , Rondônia, Porto Velho, Rio Madeira, i.1944
(Pohl) (MZSP); 1 , Cacaulândia, Rondônia, 1–5.ix.1997 (Moser); 1 , Rondônia, Porto
Velho, 30.iv.1989 (Becker) (VOB); 1 , Alagoas, Ibateguara, 400 m, 10–20.iii.1994
(Becker) (VOB); 3 , Bahia, Camacan, 800 m, 27.xi–14.xii.2005 (Emery), (VOB); 1 ,
Bahia, Camacan, 400–700 m, 21–30.ix.1991 (Becker) (VOB); 1 , Espírito Santo,
Linhares, 20–29.ii. 1992 (Becker) (VOB); 1 , Tirol, Santa Leopoldina, Espírito Santo,
600 m, 25–28.vi.1998 (Thoeny & Moser).
45
6. Cresera ilus (Cramer, 1776)
(Figs. 6, 18, 38, 39, 60, 66)
Phalaena ilus Cramer, 1776: 145, 153, est. XCII, fig. E. Tipo , SURINAME: [nenhuma
informação adicional] [não encontrado].
Pitane ilus Kirby, 1892: 220 [catálogo].
Automolis ilus (Cramer) Rothschild, 1910: 29 [catálogo]; Hampson, 1920: 177; Seitz,
1921: 370, est. 51b [redescrição].
Prumula [sic] ilus (Cramer) Strand, 1919: 178 [catálogo].
Cresera ilus (Cramer) Travassos, 1943: 457 [sinonímia]; Travassos, 1944: 445
[redescrição]; Rego-Barros, 1958: 387 [genitália feminina]; D’Almeida, 1967: 3
[redescrição]; Watson & Goodger, 1986: 14 [catálogo].
Cabeça
Olhos margeados ventralmente por escamas castanhas. Espirotromba castanho, não
ultrapassa o tórax. Antena bipectinada. Cada flagelômero tem duas ramificações, cada
ramificação apresenta duas séries de cerdas pequenas e delgadas voltadas ventralmente e
uma cerda apical grande. Ramificações basais pequenas, tornam-se maiores nos primeiros
segmentos e diminuem gradualmente em direção ao ápice, onde são rudimentares. Fêmeas
com ramificações menores. Flagelo castanho. Flagelômeros apicais esbranquiçados.
Escapo amarelo-avermelhado e castanho. Fronte predominantemente castanha com a
margem dorsal com duas manchas amarelo-avermelhadas e uma faixa ondulada subjacente
castanho-escura. Centralmente, a fronte tem coloração castanha e nos ângulos ventrais é
castanha-avermelhada. Ângulos dorsais da fronte com escamas alongadas, e no restante
46
escamas curtas. Vértice amarelo, tingido de vermelho, com escamas amarelas com o ápice
vermelho e escamas castanhas margeando o escapo e os ângulos posteriores. Palpo labial
com o primeiro segmento amarelo com uma faixa castanho-escura transversal que se alarga
dorsalmente. Segundo segmento com o mesmo padrão de coloração, mas com uma faixa
castanha mais larga. Terceiro segmento castanho.
Tórax (Fig. 6)
Tórax com escamas amarelas com o ápice vermelho e ornamentação dorsal com
escamas castanhas formando duas faixas finas em forma de “V” invertido. Patágio com a
margem externa castanha e a margem interna amarelo-avermelhada. Tégula
predominantemente castanha, com a margem interna amarelo-avermelhada e uma pequena
mancha amarelo-avermelhada na margem anterior. Margem posterior e externa castanha,
com escamas longas.
Asas anteriores (Figs. 6, 18)
CAA : 17,5 - 21,0 mm ; CAA : 18,5 – 22,5 mm. Asa anterior
predominantemente castanho-escura. As ornamentações alares são variáveis entre
indivíduos de uma mesma população ou até mesmo entre as asas direita e esquerda de um
mesmoindivíduo. Margem costal com áreas amarelas fortemente tingidas de vermelho e
duas manchas castanhas de forma irregular. Em cada mancha existem áreas circulares com
o interior amarelo-esbranquiçado e as bordas internas enegrecidas. As bordas externas das
manchas também são enegrecidas, o que aumenta o contraste com as áreas amarelas
externas adjacentes. Venação delineada por escamas vermelhas e castanhas. Em C. ilus
também ocorrem áreas poligonais, delimitadas por faixas castanhas e vermelhas,
principalmente próximo à margem externa. Margem externa com faixa castanha contínua
47
até o ápice, sendo menos conspícua que em outras espécies semelhantes, como C.
annulata, Cresera sp. 1 e Cresera sp. 2. Na margem externa, próximo ao ângulo anal,
ocorre um brilho esbranquiçado. Faixa subapical fina, castanha, que forma ângulo maior
que 90º, que liga a margem costal à larga faixa castanha na margem externa. Nessa espécie
há uma fina faixa marrom pós-mediana ligada à faixa marrom subapical, que ocorre em
todas as espécies do gênero e pode ser visualizada, porém é pouco conspícua. Área
amarelo-avermelhada pós-mediana até a faixa subapical com círculos castanhos pequenos
e definidos, em número e formato variável de indivíduo para indivíduo e em um mesmo
indivíduo, de asa para asa. Pontos claros definem o término da venação na margem
externa. Margem posterior com coloração castanha que se estende anteriormente até as
manchas costais. Nesta grande área marrom posterior que ocupa a maior parte da asa, única
no gênero, destacam-se áreas enegrecidas ou castanho-escuras, que ocorrem
principalmente sob a mancha marrom costal apical e na base da asa em torno dos pontos
amarelo-esbranquiçados. No mesmo local desta grande mancha marrom em C. ilioides,
escamas castanhas dispersas deixam a região levemente castanha. Margem posterior basal
com uma área amarela e uma área com escamas avermelhadas longas. Face ventral da asa
com ornamentações pálidas correspondentes às da face dorsal e margem posterior
amarelada. Face ventral com faixa castanha curta na margem costal, próxima ao ápice e
célula discal com margem externa com uma mancha castanha. Sc paralela à margem
costal, termina no início da curvatura apical, no terço apical da asa. Célula discal trigonal,
mais próxima da margem costal, com comprimento pouco superior ao da metade do
comprimento da asa. R1 origina-se no terço apical da célula discal. R2, R3, R4 e R5 com
tronco comum que se origina no ângulo costal da célula discal. R2 origina-se antes que R5.
R4 termina antes do ápice e R5 termina na margem externa. M1 origina-se no ângulo costal
da célula discal. M2 e M3 originam-se no ângulo posterior da célula discal. CuA1 origina-se
48
na margem posterior da célula discal, próxima ao ângulo posterior. CuA2 origina-se na
porção média da margem posterior da célula discal e termina na margem externa. 3A
origina-se na base da asa, acompanha a margem posterior e termina no ângulo anal.
Asas posteriores (Figs 6, 18)
Asa posterior com cerca de metade do comprimento da asa anterior, vermelha-clara
e semitransparente e margem posterior mais avermelhada. Sc+R1 origina-se pouco depois
do ponto médio da margem costal da célula discal e termina no início do quarto apical da
margem costal da asa. Rs e M1 com tronco comum que se origina no ângulo costal da
célula discal e ramifica-se em seu terço basal. Rs termina antes do ápice e M1 termina na
margem externa. M2 vestigial pode ser visualizada em alguns exemplares. M3 e CuA1
origina-se no ângulo posterior da célula discal. CuA2 origina-se no terço apical da célula
discal, na margem posterior. 1A+2A e 3A originam-se na base da asa. 1A+2A levemente
curvada em posição intermediária entre a célula discal e a margem posterior. 3A
acompanha a margem posterior da asa e termina no ângulo anal.
Pernas
Coxa protorácica desenvolvida, amarelo-avermelhada com uma mancha castanho-
escura circular na porção basal. Fêmur protorácico amarelo-avermelhado, com uma faixa
transversal na metade apical e uma mancha castanha no terminal. Tíbia protorácica com os
ápices amarelo-avermelhados e duas faixas castanhas muito largas em cada metade,
separadas no centro por uma área circular amarela tingida de vermelho, delineada por
escamas castanho-escuras. Epífise pouco menor que a metade do comprimento da tíbia.
Primeiro tarsômero amarelo-avermelhado, com faixa castanha central larga. Segundo
tarsômero amarelo-avermelhado com faixa castanha central. Terceiro e quarto tarsômeros
49
amarelo-avermelhados. Quinto tarsômero castanho. Fêmur mesotorácico amarelo-
avermelhado com uma faixa castanha transversal na metade apical e uma mancha castanha
no terminal. Tíbia mesotorácica amarelo-avermelhada com duas faixas castanhas em cada
metade, separadas no centro por uma área amarela tingida de vermelho. Tíbia mesotorácica
com um par de esporões tibiais no terminal, com o esporão interno maior que o externo.
Primeiro tarsômero amarelo-avermelhado, com faixa castanha central larga. Segundo
tarsômero amarelo-avermelhado com faixa castanha central. Terceiro tarsômero amarelo-
avermelhado com faixa castanha. Quarto tarsômero amarelo-avermelhado. Quinto
tarsômero castanho. Fêmur metatorácico amarelo-avermelhado, com uma faixa castanha
transversal na metade apical e uma mancha castanha no terminal. Tíbia metatorácica
amarelo-avermelhada com duas faixas castanhas em cada metade, separadas por área
amarela levemente tingida de vermelho. Tíbia metatorácica com dois pares de esporões
tibiais, mediano e apical, com os esporões tibiais internos maiores que os externos.
Primeiro tarsômero amarelo-avermelhado, com faixa castanha central larga. Segundo e
terceiro tarsômero amarelo-avermelhado com faixa castanha central. Quarto tarsômero
amarelo-avermelhado. Quinto tarsômero castanho.
Abdome (Fig. 6)
Abdome vermelho dorsalmente e amarelo ventralmente. Lateralmente existem
pontuações castanhas duplas e irregulares em cada segmento.
Genitália (Figs. 38, 39)
Unco fino e alongado, voltado ventralmente, revestido de cerdas, com uma pequena
saliência ventral na porção média, onde cerdas estão mais concentradas. Tegume
relativamente pequeno com margens paralelas. Braço do saco em forma de “U”, mais ou
50
menos alargado. Saco apresenta pequeno bico. Valva coberta com cerdas, margem costal
com alargada próxima à base. Terminal formado por dois processos revestidos por cerdas.
Processo dorsal mais esclerotinizado, podendo ser assimétrico, com metade do
comprimento da valva, com curvatura ventral. Processo ventral membranoso, com um
terço do comprimento do processo apical, podendo ser assimétrico. Diafragma com juxta e
anellus esclerotinizados. Edeago com margens levemente onduladas. Vesica lobada e
tuberculada, com espinhos diminutos.
Genitália (Fig. 60)
Papila anal com duas glândulas glossiformes alongadas. Apófises posteriores
maiores que as anteriores. Antro tuberculado, pouco esclerotinizado, afunilado, muita largo
no óstio e estreito anteriormente. Duto tuberculado, afinado na ligação com o antro e largo
anteriormente, de margens quase paralelas, mais largo que em C. annulata, mas não chega
a formar uma bolsa. Bolsa copuladora globular, com dois signos pequenos, cada um
formado por uma placa de espinhos diminutos. Bolsa acessória globular, ligada ao duto por
outro duto relativamente longo, fino e tuberculado.
Discussão
C. ilus está distribuída na região Amazônica, florestas de galeria e matas ciliares
(Fig. 66). C. ilus está separada das populações de Cresera sp. 1 ao norte, espécie muito
semelhante a C. ilus, pelos Andes e pelos Llanos venezuelanos. Cresera sp. 1 ocorre na
Nicarágua, Costa Rica e Equador e tem a pectinação das antenas mais longas que C. ilus,
além de espinhos maiores no lóbulo da vesica e outras características na genitália
masculina. As populações de C. ilus estão separadas de C. annulata, na Floresta Atlântica
Brasileira, pelo corredor de vegetação xérica constituído pelo Cerrado e Caatinga. C. ilus
51
apresenta-se um pouco mais escura que C. annulata, sendo que as principais diferenças
cromáticas são a coloração relativamente menos avermelhada das asas posteriores e
abdome se comparadas com C. annulata. Além disso, C. ilus possui todo o unco fino e
longo, enquanto C. annulata possui a metade basal do unco bastante robusta e a metade
apical mais fina. Também pode ser observado um tegume com margens quase paralelas,
enquanto que em C. annulata apresenta-se mais triangular. C. ilus tem uma vesica
tuberculada com poucos, ou nenhum espinho pequeno no lóbulo enquanto que em C.
annulata estes espinhos são um pouco mais abundantes e um pouco maiores (Figs. 31, 39).
Distribuição geográfica (Fig. 66)
GUIANA FRANCESA; SURINAME; PERU; BOLÍVIA; BRASIL: Amapá,
Roraima, Amazonas, Mato Grosso, Distrito Federal.
Material examinado
38 , 18 (5 , 1 genitálias em lâmina). PERU: 1 , Cuzco, Campamento
Comerciato, 1350 m, 25.xi.2002 (Grados) (MHNP); 1 , MD, Tambopata Research
Center, 11.ii.2004 (Grados) (MHNP). BRASIL: 8 , 3 , Amapá, Serra do Navio, 12-
24.ix.1963 (D’Almeida & Berla) (DZUP); 1 , Amazonas, Manaus, i.1975 (Nilton, T.)
(DZUP); 1 , idem, vi.1972 (DZUP); 1 , idem, 25.iii.1982 (Ribeiro) (INPA); 1 ,
Amazonas, Parque Nacional do Jaú, Igarapé Miratuca, 14–29.vii.1993 (Andreazze, Costa
& Aquino) (INPA); 1 , 1 , Amazonas, Estrada Manaus–Itacoatiara, Km 26, Reserva
Ducke, 1–5.ii.1975 (Gagarin) (DZUP); 3 , 3 , Estrada Manaus–Boa Vista, BR 174, Km
173, vi.1972 (Roppa) (IOC); 1 , Amazonas, Benjamin Constant, Rio Javary, 06.x.1942
(Pohl) (MZSP); 10 , 2 , Amazonas, Fonte Boa, 20.x.2004 (Emery) (VOB); 5 ,
Roraima, Alto Alegre, Ilha de Maracá, 26.xi–02.xii.1987 (Mielke & Casagrande) (DZUP);
52
3 , 6 , Mato Grosso, Estrada Cuiabá–Santarém, Km 500, xi.1971 (Roppa) (MNRJ); 2
, Mato Grosso, Diamantino, Alto Rio Arinos, 4.i.1994, 30.xii.1995 (Furtado) (VOB); 1
, Tocantins, Ilha do Bananal, 4–8.ix.1977 (Becker) (VOB); 1 , Distrito Federal, 28-IV-
1976 (Becker) (VOB).
7. Cresera intensa (Rothschild, 1909)
(Figs. 7, 22, 40, 41, 68)
Prumala intensa Rothschild, 1909: 51, est. IV, fig. 19; 1910 10 [lista]; Hampson, 1920: 37
[redescrição]; Seitz, 1921: 347, est. 44k. Lectótipo , BRASIL: Amazonas, Fonte Boa
(Klages) v–viii.1907, designado por Hampson, 1920: 37 [examinado].
Cresera intensa (Rothschild) Watson & Goodger, 1986: 14 [catálogo].
Fêmea não examinada.
Cabeça
Olhos margeados ventralmente por escamas amarelo-avermelhadas. Espirotromba
castanho, não ultrapassa o tórax. Antena bipectinada. Cada flagelômero tem duas
ramificações, cada ramificação apresenta duas séries de cerdas laterais, pequenas e
delgadas voltadas ventralmente e uma grande cerda apical. As ramificações crescem nos
primeiros segmentos, atingem o tamanho maior no terço basal e diminuem gradualmente
em direção ao ápice, onde são rudimentares. Flagelo predominantemente castanho,
fortemente avermelhado dorsalmente e na pectinação lateral externa da metade basal.
Flagelômeros apicais esbranquiçados, segmentos basais vermelhos. Escapo amarelo-
53
avermelhado, com vermelho mais intenso dorsalmente. Fronte delineada de amarelo na
margem dorsal e com uma faixa larga vermelha submarginal. Subjacente à faixa vermelha,
ocorre uma outra faixa castanha ondulada com largura e forma semelhante à faixa anterior.
Margem dorsal da fronte com escamas longas. No centro e na margem ventral da fronte
ocorrem escamas finas apontadas para o centro. Vértice amarelo com ornamentação em
forma de coroa vermelha. Palpo labial com o primeiro segmento amarelo-avermelhado,
vermelho mais intenso lateralmente. Segundo segmento amarelo-avermelhado
ventralmente, com vermelho mais intenso lateralmente e dorsalmente e com uma mancha
castanha ventral que ocupa a metade apical. Terceiro segmento vermelho dorsalmente e
castanho ventralmente.
Tórax (Fig. 7)
Tórax revestido com escamas longas amarelas com o ápice vermelho e escamas
castanhas que formam faixas. Na face dorsal anterior do tórax, uma faixa castanha
longitudinal com uma bifurcação que forma um “Y” invertido. Na face posterior do tórax
há uma faixa castanha fina em forma de “V” invertido. O conjunto assemelha-se a uma
flecha. Patágio amarelo com um círculo vermelho central, margem interna e externa
castanho-avermelhadas, delineadas internamente com vermelho; margem anterior
vermelha e margem posterior amarelo-avermelhada. Tégula amarelo-avermelhada. A
margem anterior da tégula é larga, castanha, com uma faixa vermelha subjacente e possui
outra faixa amarela subjacente. Na área central da tégula, uma mancha vermelha irregular
e, posteriormente, uma área mais clara. Margens interna, externa e posterior da tégula com
escamas vermelhas longas.
54
Asas anteriores (Figs. 7, 22)
CAA : 12,5 – 14,5 mm. Asa anterior amarela com ornamentações poligonais
irregulares formados pela anastomose de faixas castanhas e vermelhas de larguras
variáveis. No centro das ornamentações poligonais ocorrem largas áreas vermelhas
bastante definidas. Venação delineada de vermelho. Margem costal delineada de castanho,
interrompida próxima à base por uma área amarelo-avermelhada. Ainda na margem costal
uma pequena faixa castanha obliqua basal e duas manchas castanhas-avermelhadas
grandes, distintas e irregulares, à altura da porção média e apical da célula discal. Margem
externa com uma borda castanha-avermelhada intermitente que forma estrias entre as
nervuras. Na área pós-mediana apresenta faixas castanhas muito irregulares e pouco
conspícuas. Faixa subapical muito larga, castanha, forma ângulo maior que 90º e liga a
margem costal à margem externa. Margem posterior com uma faixa castanha de largura
variável, interrompida próxima à base por uma área amarela e outra área avermelhada com
escamas longas. Face ventral mais avermelhada nos dois terços basais, com ornamentações
pálidas, semelhantes à face dorsal, margem costal com uma mancha castanha mais intensa
na porção pós-mediana. A veia é Sc paralela à margem costal e termina no início da
curvatura apical no terço apical da asa. Célula discal trigonal, mais próxima da margem
costal, com comprimento pouco superior ao da metade do comprimento da asa. R1 origina-
se no terço apical da célula discal. R2, R3, R4 e R5 com tronco comum que se origina no
ângulo costal da célula discal. R5 origina-se antes que R2. R4 termina antes do ápice e R5
termina na margem externa. M1 origina-se no ângulo costal da célula discal. M2 e M3
originam-se no ângulo posterior da célula discal. CuA1 origina-se na margem posterior da
célula discal, próxima ao ângulo posterior. CuA2 origina-se na porção média da margem
posterior da célula discal. 3A origina-se na base da asa, acompanha a margem posterior e
termina no ângulo anal.
55
Asas posteriores (Fig. 7, 22)
Asa posterior triangular, alongada no ápice, pouco maior que a metade do
comprimento da asa anterior, vermelha-clara, semitransparente. Na asa posterior, as veias
Sc+R1 não ocorrem nos dois exemplares examinados. Rs e M1 originam-se de um tronco
comum do ângulo costal da célula discal que se ramifica muito próximo ao ângulo. Rs
termina pouco antes do ápice, na margem costal e M1 termina na margem externa. M3
origina-se no ângulo posterior da célula discal. CuA1 e CuA2 originam-se na margem
posterior da célula discal. CuA1 origina-se próxima ao ângulo posterior da célula discal e
CuA2 origina-se pouco depois da metade da margem posterior da célula discal. 1A+2A e
3A originam-se na base da célula discal. 1A+2A levemente curvada em posição
intermediária entre a célula discal e a margem posterior. 3A acompanha a margem
posterior da asa e termina no ângulo anal.
Pernas
Coxa protorácica desenvolvida, amarelo-avermelhada, com a face externa basal
vermelha. Fêmur protorácico avermelhado, com uma mancha castanha na lateral apical,
mais intensa na porção média e na porção apical. Tíbia protorácica bastante avermelhada
com duas faixas transversais castanhas largas em cada metade. Epífise pouco menor que a
metade do comprimento da tíbia. Primeiro tarsômero amarelo-avermelhado, com faixa
castanha central larga. Segundo e terceiro tarsômeros amarelo-avermelhados. Quarto
tarsômero amarelo-avermelhado com uma faixa castanha apical. Quinto tarsômero
castanho com o ápice amarelo-avermelhado. Fêmur mesotorácico avermelhado com
mancha castanha no terço apical. Tíbia mesotorácica amarelo-avermelhada com duas
faixas castanhas em cada metade, separadas no centro por uma área amarela com uma
56
faixa vermelha central. Tíbia mesotorácica com um par de esporões tibiais no terminal,
com o esporão interno maior que o externo. Primeiro tarsômero avermelhado, com faixa
castanha central larga. Segundo e terceiro tarsômero avermelhado. Quarto tarsômero
amarelo-avermelhado com o ápice castanho. Quinto tarsômero castanho com o terminal
avermelhado. Fêmur metatorácico avermelhado. Tíbia metatorácica amarelo-avermelhada
com duas manchas castanhas. Tíbia metatorácica com dois pares de esporões tibiais,
mediano e apical, com os esporões tibiais internos maiores que os externos. Primeiro
tarsômero avermelhado, com faixa castanha central larga. Segundo e terceiro tarsômeros
avermelhados. Quarto tarsômero avermelhado com terminal castanho. Quinto tarsômero
castanho com o terminal avermelhado.
Abdome (Fig. 7)
Abdome vermelho dorsalmente e amarelo ventralmente.
Genitália (Figs. 40, 41)
Unco intumescido, coberto com cerdas pequenas e finas, mais largo na metade
basal e afina na metade apical em direção ao ápice, termina em ponta voltada ventralmente.
Tegume arqueado. Saco alongado com terminal subulado. Valvas muito largas na base,
com o terminal formado por dois processos. Processo dorsal esclerotinizado curvado para
dentro com terminal subulado, com mais que a metade do comprimento da valva e com
cerdas apicais. Processo ventral membranoso, mais largo, com um terço do comprimento
do processo apical. Juxta e anellus esclerotinizados. Edeago com margens levemente
onduladas e alargamento próximo à vesica. Vesica tuberculada com espinhos diminutos e
com uma série de espinhos de tamanhos variáveis próxima ao edeago. Há também uma
57
série com quatro a nove espinhos muito grandes, isolados em um lóbulo não tuberculado
da vesica.
Discussão
C. intensa tem, como o próprio nome diz, a coloração vermelha mais intensa no
gênero. As áreas castanhas das asas anteriores são delineadas de vermelho, e a faixa
castanha pós-mediana é pouco conspícua. No terço basal da asa anterior, adjacente à faixa
castanha da margem posterior, ocorre uma pequena área retangular amarela única no
gênero. Pode ser diagnosticada pela faixa castanha larga subapical na asa anterior, pela
intensidade da coloração vermelha e pela genitália. É a única espécie do gênero que não
apresenta a Sc+R1 na asa posterior.
Distribuição geográfica (Fig. 68)
VENEZUELA; GUIANA FRANCESA; PERU; BRASIL: Amazonas.
Material examinado
2 (2 genitálias em lâmina). VENEZUELA: 1 , T. F. Amazonas, Pico da
Neblina, 0o 50’N, 66º 9’ 44’’ W, 140 m, 1–10.iii.1984 (Davis & McCabe) (USNM);
PERU, 1 , Loreto, Callicebus Res. Station, Mishana, Rio Nanay, 25 km. Sw. Iquitos, 120
m, floresta tropical úmida, 10–17.i.1980 (Heppner) (USNM).
58
8. Cresera ockendeni (Rothschild, 1909)
(Figs. 8, 23, 42, 43, 61, 70)
Prumala ockendeni Rothschild, 1909: 268; 1910: 10 [lista]; Seitz, 1921: 347, est. 44k
[redescrição]. Lectótipo , PERU: Rio Inambari, La Oroya (Ockenden), designado por
Hampson, 1920: 39.
Prumala occendeni (Rothschild) Hampson, 1920: 38 [redescrição]. Correção ortográfica
desnecessária.
Cresera ockendeni (Rothschild) Watson & Goodger, 1986: 14 [catálogo]; Piñas et al,
2000: est. 33: 262 [adulto].
Cabeça
Olhos margeados ventralmente por escamas amarelas, avermelhadas e castanhas.
Espirotromba castanha, não ultrapassa o tórax. Antena bipectinada. Cada flagelômero tem
duas ramificações muito longas, que crescem progressivamente até alcançar seu maior
comprimento na porção média e diminuir gradualmente em direção ao ápice, onde são
rudimentares. Cada ramificação possui duas séries de cerdas laterais e uma grande cerda
apical. Fêmea com ramificações menores. Flagelo predominantemente castanho, amarelo-
avermelhado dorsalmente e na lateral externa da metade basal. Flagelômeros apicais
esbranquiçados, segmentos basais avermelhados. Escapo amarelo-avermelhado. Fronte
com a margem dorsal amarela, escamas longas, uma faixa castanha ondulada larga no
centro e fracamente delineada de vermelho, margem ventral castanho-clara tendendo ao
amarelo. Vértice amarelo com ornamentação em forma de coroa vermelha. Palpo labial
com o primeiro segmento amarelo-avermelhado, vermelho mais intenso lateralmente.
59
Segundo segmento amarelo-avermelhado, com vermelho mais intenso lateralmente e
dorsalmente e com uma mancha castanha ventral que ocupa a metade apical. Terceiro
segmento amarelo avermelhado dorsalmente e castanho ventralmente.
Tórax (Fig. 8)
Tórax amarelo-avermelhado, revestido com escamas longas amarelas com o ápice
vermelho e escamas castanhas formando faixas. Na face dorsal anterior do tórax, uma faixa
castanha longitudinal que encontra outra faixa castanha transversal posteriormente. Na face
posterior do tórax, uma faixa transversal em forma de “V” invertido. Patágio amarelo com
um círculo vermelho central; margem anterior castanha, com um segmento vermelho
intenso; margem posterior externa amarela; margem interna e posterior com escamas
longas de coloração vermelha intensa. Tégula amarelo-avermelhada; margem anterior
castanha larga; margem externa amarelo-avermelhada com escamas longas. No centro da
tégula ocorre uma mancha vermelha elíptica.
Asas anteriores (Figs. 8, 23)
CAA : 15,5 – 17,5 mm; CAA : 17,5 – 17,5 mm. Asa anterior amarela com
ornamentações poligonais irregulares formadas pela anastomose de faixas castanhas e
vermelhas de largura variável. No centro das ornamentações poligonais ocorrem áreas mais
avermelhadas bastante definidas. Venação delineada de vermelho. Margem costal
delineada de castanho, interrompida por áreas amarelas. Ainda na margem costal há uma
pequena faixa castanha obliqua basal, e duas manchas castanhas costais, distintas,
formadas por faixas castanhas anastomosadas, à altura da porção média e apical da célula
discal. Margem externa com uma faixa castanha intermitente, formando estrias. Há uma
faixa castanha pós-mediana fina, intermitente, ligada à faixa castanha subapical fina, forma
60
um ângulo maior que 90º, que liga a margem costal à margem externa. Margem posterior
com uma faixa castanha de largura variável, interrompida próxima à base por duas áreas
amarelas com o centro vermelho. Face ventral mais avermelhada nos dois terços basais,
com ornamentações pálidas, semelhantes à face dorsal, margem costal com uma mancha
castanha mais intensa na porção pós-mediana. A veia Sc é paralela à margem costal e
termina no início da curvatura apical no terço apical da asa. Célula discal trigonal, com
comprimento pouco superior ao da metade do comprimento da asa. R1 origina-se no terço
apical da célula discal. R2, R3, R4 e R5 com tronco comum que se origina-se no ângulo
costal da célula discal. R5 origina-se antes que R2. R4 termina antes do ápice e R5 termina
na margem externa. M1 origina-se no ângulo costal da célula discal. M2 e M3 originam-se
no ângulo posterior da célula discal. CuA1 origina-se na margem posterior da célula discal,
próxima ao ângulo posterior. CuA2 origina-se na porção média da margem posterior da
célula discal. 3A origina-se na base da asa, acompanha a margem posterior e termina no
ângulo anal.
Asas posteriores (Figs. 8, 23)
Asa posterior com cerca de metade do comprimento da asa anterior, vermelha-
clara, semitransparente. Asa posterior com Sc+R1 origina-se no início do terço apical da
célula discal e termina no início do quarto apical da margem costal da asa. Rs e M1 com
tronco comum que se origina no ângulo costal da célula discal e se ramifica próxima ao
ângulo. Rs termina pouco antes do ápice, na margem costal e M1 termina na margem
externa. M3 e CuA1 com tronco comum que se origina no ângulo posterior da célula discal
e se ramifica próximo ao ângulo. CuA2 origina-se no terço apical da margem posterior da
célula discal. 1A+2A e 3A originam-se na base da célula discal. 1A+2A levemente curvada
61
em posição intermediária entre a célula discal e a margem posterior. 3A acompanha a
margem posterior da asa e termina no ângulo anal.
Pernas
Coxa protorácica desenvolvida, avermelhada. Fêmur protorácico avermelhado, com
uma mancha castanho-clara na lateral apical e o terminal castanho. Tíbia protorácica
amarelo-avermelhada com duas faixas largas transversais e castanhas em cada metade.
Epífise pouco menor que a metade do comprimento da tíbia. Primeiro tarsômero
avermelhado, com faixa castanha central larga. Segundo e terceiro tarsômeros
avermelhados. Quarto tarsômero castanho. Quinto tarsômero castanho com escamas
avermelhadas no ápice. Fêmur mesotorácico avermelhado com uma mancha castanho na
metade apical e com o terminal castanho. Tíbia mesotorácica avermelhada com duas faixas
castanhas em cada metade, separadas no centro por uma área amarela com uma faixa
vermelha central. Tíbia mesotorácica com um par de esporões tibiais no terminal, com o
esporão interno maior que o externo. Primeiro tarsômero avermelhado, com faixa castanha
central larga. Segundo e terceiro tarsômeros avermelhados. Quarto tarsômero castanho.
Quinto tarsômero castanho com o terminal com escamas avermelhadas. Fêmur
metatorácico avermelhado. Tíbia metatorácica amarelo-avermelhada com duas manchas
castanhas pequenas. Tíbia metatorácica com dois pares de esporões tibiais, mediano e
apical, com os esporões tibiais internos maiores que os externos. Primeiro tarsômero
avermelhado, com faixa castanha central larga. Segundo e terceiro tarsômeros
avermelhados. Quarto tarsômero avermelhado com terminal castanho. Quinto tarsômero
castanho com o terminal avermelhado.
62
Abdome (Fig. 8)
Abdome vermelho dorsalmente e amarelo ventralmente. Lateralmente com
pontuação castanha dupla em cada segmento.
Genitália (Figs. 42, 43)
Unco curto e revestido de cerdas, intumescido, afina-se gradualmente em direção
ao ápice e termina em ponta voltada ventralmente. Tegume com extensões laterais
amplamente ligadas próximas ao unco, muito largas na junção com o unco e afinadas na
junção com o braço do saco. Saco longo com terminal anterior arredondado. Valvas
assimétricas, base alargada, margens laterais relativamente paralelas, terminal formado por
dois processos revestidos por cerdas. Processo dorsal fino e esclerotinizado, com cerca de
metade do comprimento da valva e revestido por cerdas. Processo ventral membranoso,
muito largo, em forma de polegar, com menos que a metade do comprimento do processo
apical e base intumescida semelhante a C. hieroglyphica. Juxta pouco quitinosa. Edeago
com margens quase paralelas. Vesica tuberculada, com três séries de espinhos pequenos
(cerca de 0,2 mm) e um espinho muito grande, diferenciado, ondulado, com ponta dupla.
Genitália (Fig. 61)
Papila anal com duas glândulas glossiformes muito alongadas. Apófises posteriores
mais longas que as anteriores. Óstio pregueado. Antro alongado, pregueado próximo ao
óstio. Duto muito largo, de maneira que é difícil distinguí-lo da bolsa copuladora. Bolsa
copuladora globular, paredes mais quitinosas que a bolsa acessória, tuberculado, com dois
signos pequenos, formados cada um por uma placa de espinhos diminutos. Bolsa acessória
63
globular, paredes relativamente finas e tuberculadas, tamanho semelhante ao da bolsa
copuladora, ligada ao duto por outro duto relativamente longo e alargado na base.
Discussão
C. ockendeni é muito semelhante pela coloração e ornamentação a C. optima e C.
tinguaensis, porém maior que ambas. Estas três espécies podem ser facilmente separadas
por caracteres da genitália. Aproxima-se de C. hieroglyphica pelo espinho grande e
diferenciado na vesica. É uma espécie andina com distribuição restrita ao Equador e Peru,
em altitudes elevadas (Fig. 70).
Distribuição geográfica (Fig. 70)
EQUADOR; PERU.
Material examinado
5 , 2 (1 , 1 genitálias em lâmina). PERU: 1 , SM, Carretera Tarapoto–
Yurimaguas, 1.000 m, 14.xi.98 (Grados) (MHNP); 1 , 1 , Cuzco, Campamento
Segakiato, 1.850 m, 07.xi.2002, 02.xi.2002 (Grados) (MHNP); 1 , Cuzco, San Pedro,
1.400m, 05.xi.2001 (Grados) (MHNP); 1 , Cuzco, Campamento Mangoriari, 1.500 m,
08.xii.2002 (Grados) (MHNP); 1 , AM, Cordilhera Del Cóndor, P.V. 12 de enero (P.V.
32) 03º 39’ 30”/78º 18’52”, 700 m, 23.xi.2003 (Grados & Asenjo) (MHNP). EQUADOR:
1 , Past. Mera, 1.300 m, xii.1992 (Becker) (VOB).
64
9. Cresera optima (Butler, 1877)
(Figs. 9, 24, 44, 45, 62, 69)
Elysius optimus Butler, 1877 [adulto]: 51; Kirby, 1892: 219 [catálogo]. Holótipo ,
BRASIL, Rio Juruá, 31.x.1874 (Trail) (BM(NH)) [examinado].
Prumala ilus (Cramer) Hampson, 1901: 26, fig. 17 [redescrição]. Identificação incorreta.
Prumala optimus Rothschild, 1909: 268; Rothschild, 1910: 11 [catálogo]; Strand, 1919,
22: 8 [catálogo], Hampson, 1920: 36 [catálogo]; Seitz, 1921: 347, est. 44k [redescrição].
Prumala simillima Rothschild, 1933: 168. Holótipo , COLOMBIA: Muzo, Rio
Cantinero, 400 m (Fassl), [examinado] Syn. n.
Cresera optimus Rego-Barros, 1958: 376 [redescrição]; Watson & Goodger, 1986: 14
[catálogo].
Cresera hieroglyphica (Schaus) Piñas et al, 2000: est. 33: 261[adulto]. Identificação
incorreta.
Cabeça
Olhos margeados ventralmente por escamas amarelo-avermelhadas e escamas
castanhas. Espirotromba castanho, não ultrapassa o tórax. Antena bipectinada. Cada
flagelômero tem duas ramificações, cada ramificação apresenta duas séries de cerdas
laterais, pequenas e delgadas voltadas ventralmente e uma grande cerda apical. As
ramificações crescem nos primeiros segmentos e atingem o tamanho maior no terço basal,
e diminuem gradualmente em direção ao ápice, onde são rudimentares. Fêmea com
ramificações menores. Flagelo predominantemente castanho, fortemente avermelhado
dorsalmente e na pectinação lateral externa da metade basal. Flagelômeros apicais
65
esbranquiçados, segmentos basais vermelhos. Escapo amarelo-avermelhado, com vermelho
mais intenso dorsalmente. Fronte com a margem dorsal amarela ondulada, com uma faixa
vermelha submarginal. Na área central uma faixa larga castanha ondulada. Margem ventral
amarelo-avermelhada. Margem dorsal da fronte com escamas longas. Vértice amarelo com
ornamentação em forma de coroa vermelha. Palpo labial com o primeiro segmento
amarelo-avermelhado, vermelho mais intenso lateralmente. Segundo segmento amarelo-
avermelhado, com vermelho mais intenso lateralmente e dorsalmente e com uma mancha
castanha ventral que ocupa a metade apical. Terceiro segmento amarelo-avermelhado
dorsalmente e castanho ventralmente.
Tórax (Fig. 9)
Tórax revestido com escamas longas amarelas com o ápice vermelho e escamas
castanhas que formam faixas. Na face dorsal anterior do tórax, uma faixa longitudinal
castanha com uma bifurcação forma um “Y” invertido. Na face posterior do tórax, uma
faixa transversal em forma de “V” invertido. O conjunto assemelha-se a uma flecha.
Patágio amarelo com um círculo vermelho central, margem interna e externa castanha-
avermelhada, margem anterior castanha-avermelhada, com um segmento vermelho
intenso, margem posterior amarelo-avermelhada. Tégula amarelo-avermelhada, com
margem anterior castanha larga, centralmente com uma mancha vermelha elíptica, margem
interna e posterior com escamas longas de coloração vermelha intensa. Margem externa
amarelo-avermelhada com escamas longas.
Asas anteriores (Figs. 9, 24)
CAA : 13,0 – 14,5 mm; CAA : 14,5 – 14,5 mm. Asa anterior amarela com
ornamentações poligonais irregulares formadas pela anastomose de faixas castanhas e
66
faixas vermelhas. No centro de cada ornamentação poligonal ocorre uma área avermelhada
bastante definida. Venação delineada de vermelho. Margem costal delineada de castanho,
interrompida por áreas amarelas. Ainda na margem costal uma pequena faixa basal,
obliqua e castanha, e duas manchas castanhas distintas e irregulares à altura da porção
média e apical da célula discal. Margem externa com uma borda castanha intermitente,
formando estrias entre as veias. Uma faixa castanha fina pós-mediana, intermitente, ligada
à faixa castanha subapical. Faixa subapical fina, castanha, forma ângulo maior que 90º, que
liga a margem costal à margem externa. Margem posterior com uma faixa castanha de
largura variável, interrompida próxima à base por duas áreas amarelas com o centro
vermelho. Face ventral mais avermelhada nos dois terços basais, com ornamentações
pálidas, semelhantes à face dorsal, margem costal com uma mancha castanha mais intensa
na porção pós-mediana. A veia Sc é paralela à margem costal e termina no início da
curvatura apical no terço apical da asa. Célula discal trigonal, mais próxima da margem
costal, com comprimento pouco superior ao da metade do comprimento da asa. R1 origina-
se no terço apical da célula discal. R2, R3, R4 e R5 com tronco comum que se origina no
ângulo costal da célula discal. R5 origina-se antes que R2. R4 termina antes do ápice e R5
termina na margem externa. M1 origina-se no ângulo costal da célula discal. M2 e M3
originam-se no ângulo posterior da célula discal. CuA1 origina-se na margem posterior da
célula discal, próxima ao ângulo posterior. CuA2 origina-se na porção média da margem
posterior da célula discal. 3A origina-se na base da asa, acompanha a margem posterior e
termina no ângulo anal.
Asas posteriores (Figs. 9, 24)
Asa posterior pouco maior que a metade do comprimento da asa anterior, vermelha-
clara, semitransparente. Asa posterior com Sc+R1 que se origina no ângulo costal da célula
67
discal e termina no início do quarto apical da asa. Rs e M1 originam-se separadamente do
ângulo costal da célula discal. Rs termina pouco antes do ápice, na margem costal e M1
termina na margem externa. M3 origina-se no ângulo posterior da célula discal. CuA1 e
CuA2 originam-se na margem posterior da célula discal. CuA1 origina-se próxima ao
ângulo posterior da célula discal e CuA2 origina-se pouco depois da metade da margem
posterior da célula discal. 1A+2A e 3A origina-se na base da célula discal. 1A+2A
levemente curvada em posição intermediária entre a célula discal e a margem posterior. 3A
acompanha a margem posterior da asa e termina no ângulo anal.
Pernas
Coxa protorácica desenvolvida, avermelhada. Fêmur protorácico avermelhado, com
uma mancha castanho-clara na lateral apical e o terminal castanho. Tíbia protorácica
amarelo-avermelhada com duas largas faixas transversais castanhas em cada metade.
Epífise pouco menor que a metade do comprimento da tíbia. Primeiro tarsômero
avermelhado, com faixa castanha central larga. Segundo e terceiro tarsômeros
avermelhados. Quarto tarsômero castanho. Quinto tarsômero castanho com escamas
avermelhadas no ápice. Fêmur mesotorácico avermelhado com uma mancha castanha na
metade apical e o terminal castanho. Tíbia mesotorácica avermelhada com duas faixas
castanhas em cada metade, separadas no centro por uma área amarela com uma faixa
vermelha central. Tíbia mesotorácica com um par de esporões tibiais terminais, com o
esporão interno maior que o externo. Primeiro tarsômero avermelhado, com faixa castanha
central larga. Segundo e terceiro tarsômeros avermelhados. Quarto tarsômero castanho.
Quinto tarsômero castanho com o terminal avermelhado. Fêmur metatorácico
avermelhado. Tíbia metatorácica amarelo-avermelhada com duas pequenas manchas
castanhas. Tíbia metatorácica com dois pares de esporões tibiais, mediano e apical, com os
68
esporões internos maiores que os externos. Primeiro tarsômero avermelhado, com faixa
castanha central larga. Segundo e terceiro tarsômeros avermelhados. Quarto tarsômero
avermelhado com terminal castanho. Quinto tarsômero castanho com o terminal
avermelhado.
Abdome (Fig. 9)
Abdome vermelho dorsalmente e amarelo ventralmente.
Genitália (Figs. 44, 45)
Unco estreitado na porção média, metade apical intumescida, com cerdas curtas,
termina em ponta voltada ventralmente. Tegume com margens oblíquas, mais largo na
junção com o unco e afinado na junção com o braço do saco. Saco alongado com terminal
arredondado. Valvas assimétricas, estreitas, com margens laterais relativamente paralelas e
terminal formado por dois processos revestidos por cerdas. Processo dorsal assimétrico,
levemente curvado para dentro, esclerotinizado, com cerca de um terço do comprimento da
valva e terminal arredondado. Processo ventral membranoso, em forma de polegar, com
menos que a metade do comprimento do processo apical. Juxta quitinosa com concavidade
membranosa na porção mediana. Edeago com margens levemente curvadas e com
alargamento próximo à vesica. Vesica tuberculada e uma série de espinhos grandes e finos.
No lóbulo, um espinho grande e diferenciado sobre uma placa quitinosa que pode
apresentar um espinho menor, ou também apresentar outros espinhos menores em alguns
exemplares. O espinho grande e diferenciado apresenta-se com a base larga e torna-se
bastante pontiagudo.
69
Genitália (Fig. 62)
Papila anal com duas glândulas glossiformes alongadas. Apófises posteriores mais
longas que as anteriores. Antro esclerotinizado, afunilado em direção à porção anterior,
que se apresenta muito larga. Bolsa copuladora globular com dois signos, formados cada
um por uma placa estreita de espinhos diminutos. Bolsa acessória globular, com paredes
finas.
Discussão
Esta espécie é muito semelhante a C. tinguaensis, diferindo somente pela genitália,
pela presença de um espinho diferenciado na vesica de C. optima que não ocorre em C.
tinguaensis e outros caracteres menos perceptíveis. A distribuição geográfica de ambas
também é complementar, sendo que C. optima tem distribuição amazônica e C. tinguaensis
ocorre na Floresta Atlântica Brasileira, desde Alagoas até o Rio de Janeiro. A distribuição
geográfica conhecida de C. tinguaensis se sobrepõe muito justamente aos refúgios do
pleistoceno do Pernambuco e do Rio-Espírito Santo (Fig. 69). Assemelha-se ainda, pelas
ornamentações e coloração alares, a C. ockendeni, embora C. ockendeni seja maior que C.
optima e difira muito pela genitália. C. optima assemelha-se a C. affinis pelos tipos de
espinhos na vesica.
Não foram detectados caracteres para diferenciar C. simillima (Rothschild, 1933) de
C. optima (Butler, 1877). O holótipo (BM(NH)) de C. simillima, com a seguinte etiqueta:
“Type specimen – Prumala simillima, Type Rothschild – Muzo, Rio Cantinero 400m, col.,
(A. H. Fassl)”, uma fêmea, tem ornamentações, coloração e tamanho semelhante às fêmeas
de C. optima. Foram comparados os caracteres externos e da genitália de um macho
procedente de Medina, Colômbia (Col. Fassl), que é a suposta região de ocorrência de C.
simillima, e outro macho procedente de São Paulo de Olivença (típico de C. optima) e
70
constatou-se que são iguais. As genitálias de duas fêmeas procedentes da Colômbia, uma
delas procedente do local tipo de C. simillima (Muzo, Coletado por Fassl) com
ornamentação e coloração semelhante ao holótipo foram comparadas com as genitálias das
fêmeas de C. optima procedentes da Guiana e Chapada dos Guimarães (VOB 75258),
concluindo que também são iguais. Portanto, C. simillima (Rothschild, 1933) é sinônimo
júnior de C. optima (Butler, 1877)
Distribuição geográfica (Fig. 69)
COLÔMBIA; GUIANA FRANCESA; GUIANA; EQUADOR; PERU; BRASIL:
Amapá, Amazonas, Rondônia, Mato Grosso, Distrito Federal.
Material examinado
22 , 5 (6 , 5 genitálias em lâmina). COLÔMBIA: 1 Medina, (Fassl)
(USNM). EQUADOR: 1 , Napo, Misahualli, 450 m, xii.1992 (Becker) (VOB). PERU: 1
, MD, Reserva de Tambopata, 250 m, 17.xi.97 (Grados) (MHNP); 1 , AM, Cordillera
Del Condor, P. V. Cap. Ponce Antúnez, 16.xi.2003 (Grados & Asenjo) (MHNP); 1 , CU,
Cashiriari, 02.xii.1997 (Grados) (MHNP). BRASIL: 1 , Amapá, Serra do Navio, Icomi,
15.ix.1963 (D’Almeida & Berla) (DZUP); 1 , Amazonas, Manaus, ii.1985, (Peixoto),
sem dados adicionais; 4 , Amazonas, Fonte Boa, 20.x.2004 (Emery) (VOB); 1 ,
Amazonas, Benjamin Constant, Rio Javary, xi.1942 (Pohl) (MZSP); 1 , Amazonas, São
Paulo de Olivença, (USNM); 1 exemplar, Rondônia, Ariquemes, 180 m, 13–16.iv.1989
(Becker) (VOB); 1 , Rondônia, Porto Velho, 180 m, 24–30.iv.1989 (Becker) (VOB); 1 ,
1 , Rondônia, Vilhena, 615 m, 12º34’S / 60º03’W, 11.ix.99 (Camargo) (CPAC); 4 , 1
, Rondônia, Cacaulândia, 140 m, xi.1994, 15–18.x.1993 (Becker) (VOB); 1 , Mato
Grosso, Chapada dos Guimarães, 25.v.1989 (Becker) (VOB); 3 , 1 , Mato Grosso,
71
Diamantino, Alto Rio Arinos, 11.xii.1996, xi.1996, 5.xii.1993 (Furtado) (VOB). 1 ,
Distrito Federal, Planaltina, 5.vi.1989 (Becker) (VOB).
10. Cresera silvestrii Travassos,1956
(Figs. 10, 11, 25, 46, 47, 63, 68)
Cresera silvestrii Travassos, 1956: 451, figs. 1–7; Watson & Goodger, 1986: 14
[catálogo]. Holótipo : BRASIL: Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Jussaral, 29.ix.1935
(Travassos & D’Almeida) (MNRJ) [não encontrado].
Cabeça
Olhos margeados ventralmente por escamas castanhas. Espirotromba castanho, não
ultrapassa o tórax. Antena bipectinada. Cada flagelômero duplamente ramificado e cada
ramificação apresenta duas séries de cerdas voltadas ventralmente e uma grande cerda
apical. As ramificações crescem nos primeiros segmentos e permanecem com tamanho
constante até o terço apical para diminuir gradualmente em direção ao ápice, onde são
rudimentares. Fêmeas com ramificações menores. Flagelo castanho em sua maior parte.
Flagelômeros do terço basal amarelados na lateral externa. Flagelômeros apicais
esbranquiçados. Escapo amarelo com escamas castanhas dorsalmente. Fronte amarela com
a área central mais ou menos castanha em forma de losango ou cruciforme e, na a margem
dorsal, com escamas mais longas. Vértice amarelo-avermelhado, com a margem inferior
castanha e as laterais nas bordas do escapo com escamas castanhas. Palpo labial com o
primeiro segmento amarelo com uma faixa castanho-escura transversal que se alarga
72
dorsalmente. Segundo segmento com o mesmo padrão de coloração, mas com uma faixa
castanha mais larga. Terceiro segmento castanho.
Tórax (Figs. 10, 11)
Na face dorsal anterior do tórax ocorre uma faixa castanha longitudinal que se liga
a outra faixa castanha transversal posteriormente e forma um “T” invertido. Na face
posterior ocorrem duas faixas castanhas que se cruzam para formar um “X”. Patágio
amarelo com as margens castanhas, com uma área circular central avermelhada. Tégula
amarelo-avermelhada com escamas castanhas longas nas margens. Margem externa com
faixa marrom mais larga e com maior concentração de escamas alongadas posteriormente.
Asas anteriores (Figs. 10, 11, 25)
CAA : 16,5 – 19,5 mm; CAA : 16,5 – 22,0 mm. Asa anterior
predominantemente amarela com ornamentações poligonais e circulares delimitadas por
faixas castanhas e vermelhas. As faixas vermelhas ocorrem sobre a venação e delineiam as
veias. Em alguns locais a venação é delineada de castanho. Algumas fêmeas apresentam-se
bastante avermelhadas, com tamanho maior. As áreas circulares são amarelas pálidas
delimitadas por faixas castanhas externas. Em alguns círculos, o amarelo é brilhante e
esbranquiçado. Este padrão é seguido pelas espécies C. ilus e C. ilioides, porém com
menos áreas poligonais. Margem costal amarela com duas manchas castanhas irregulares,
uma basal e outra apical. Estas manchas apresentam círculos castanhos anastomosados ou
uma faixa larga em forma de “V” com pequenos círculos amarelos pálidos inseridos nas
áreas castanhas. Em alguns indivíduos, a mancha castanha basal é reduzida a apenas alguns
círculos castanhos, pouco anastomosados. Margem externa com uma borda castanha muito
fina ligada a estrias castanhas curtas entre as veias. Algumas fêmeas apresentam uma faixa
73
castanha pós-mediana fina ligada à faixa castanha subapical. Nos machos, esta faixa pode
apresentar vários círculos castanhos e ser bastante irregular. Faixa subapical fina, castanha,
forma ângulo maior que 90º e liga a margem costal à margem externa. Na área pós-
mediana próxima ao ápice, ocorrem círculos castanhos pequenos e definidos, em tamanho
e número variável, de indivíduo para indivíduo. Nestes círculos, o amarelo interno é mais
pálido, o que aumenta o contraste. Ocorrem ainda círculos castanhos finos, mais
irregulares e maiores que os círculos do terço apical, subjacentes às manchas castanhas da
margem costal. Margem posterior com uma faixa castanha de largura variável,
interrompida na base da asa por duas manchas pequenas, uma amarela mais apical, e outra
avermelhada, mais basal, com escamas longas. Venação delineada por escamas vermelhas
e castanhas. Face ventral amarela pálida, com ornamentações castanhas pálidas
correspondentes àquelas da margem dorsal. Na margem costal ventral ocorre uma mancha
castanha mais intensa, na porção pós-mediana. Em exemplares de Goiás e Distrito Federal
ocorrem manchas castanho-claras no terminal das veias CuA2 e 1A+2A. Face ventral da
asa posterior com faixa castanha muito curta na margem costal, próxima ao ápice e a célula
discal com uma mancha castanha na margem externa.
Veia Sc paralela à margem costal, inicia-se no terço apical da margem costal da
célula discal e termina no início da curvatura apical, no terço apical da asa. Célula discal
trigonal, mais próxima da margem costal, com comprimento pouco superior ao da metade
do comprimento da asa. R1 origina-se no início do terço apical da margem costal da célula
discal. R2, R3, R4 e R5 com tronco comum que origina no ângulo costal da célula discal. R2
origina-se antes que R5. R4 termina antes do ápice e R5 termina na margem externa. M1
origina-se no ângulo costal da célula discal. M2 e M3 originam-se no ângulo posterior da
célula discal. CuA1 origina-se na margem posterior da célula discal, próxima ao ângulo
74
inferior. CuA2 origina-se na porção média da célula discal. 3A origina-se na base da asa,
acompanha a margem posterior e termina no ângulo anal.
Asas posteriores (Figs. 10, 11, 25)
Asa posterior pouco maior que metade do comprimento da asa anterior, vermelha-
clara, semitransparente, mais avermelhada na margem posterior. Asa posterior com Sc+R1
que se origina no início do terço apical da margem costal da célula discal e termina no
início do terço apical da margem costal da asa. Rs e M1 com tronco comum que se origina
no ângulo costal da célula discal, se ramifica no fim do seu terço basal. M3 e CuA1
originam-se no ângulo posterior da célula discal. CuA2 origina-se no terço apical na
margem posterior da célula discal. 1A+2A e 3A originam-se na base da asa. 1A+2A
levemente curvada em posição intermediária entre a célula discal e a margem posterior. 3A
acompanha a margem posterior da asa e termina no ângulo anal.
Pernas
Coxa protorácica desenvolvida, amarela com uma mancha castanho-escura circular
na porção basal. Fêmur protorácico amarelo-avermelhado, com uma faixa transversal na
metade apical e uma mancha castanha no terminal. Tíbia protorácica amarela com duas
faixas castanhas muito largas em cada metade. Epífise pouco menor que a metade do
comprimento da tíbia. Primeiro tarsômero amarelo, com faixa castanha central larga.
Segundo tarsômero amarelo com faixa castanha central. Terceiro e quarto tarsômeros
amarelos. Quinto tarsômero castanho. Fêmur mesotorácico amarelo com uma faixa
castanha transversal na metade apical e uma mancha castanha no terminal. Tíbia
mesotorácica amarela com duas faixas castanhas em cada metade. Tíbia mesotorácica com
um par de esporões tibiais no terminal, com o esporão interno maior que o externo.
75
Primeiro tarsômero amarelo, com faixa castanha central larga. Segundo tarsômero amarelo
com faixa castanha central. Terceiro tarsômero amarelo com faixa castanha. Quarto
tarsômero amarelo. Quinto tarsômero castanho. Fêmur metatorácico amarelo, com uma
faixa castanha transversal na metade apical e uma mancha castanha no terminal. Tíbia
metatorácica amarela com duas faixas castanhas em cada metade, separadas por área
amarela. Tíbia metatorácica com dois pares de esporões tibiais, mediano e apical, com os
esporões tibiais internos maiores que os externos. Primeiro tarsômero amarelo, com faixa
castanha central larga. Segundo e terceiro tarsômeros amarelos com faixa castanha central.
Quarto tarsômero amarelo. Quinto tarsômero castanho.
Abdome (Figs. 10, 11)
Abdome vermelho dorsalmente e amarelo ventralmente. Lateralmente com
manchas castanhas.
Genitália (Figs. 46, 47)
Unco longo e largo, com margens laterais paralelas revestidas de cerdas e com
dilatação dorsal na metade apical. Tegume mais largo na extremidade posterior e afinado
nas extremidades laterais anteriores. Saco com pequena ponta. Braço do saco triangular.
Valva mais larga apicalmente, com margens costal e saccular com cerdas, margem costal
intumescida com concentração de cerdas pequenas e delgadas. Margem saccular com
ondulação suave na porção média. Terminal formado por dois processos revestidos por
cerdas. Processo dorsal esclerotinizado, longo e fino, mais grosso na base, com um terço
do comprimento da valva. Processo ventral membranoso, com metade do comprimento do
processo apical, muito largo na base, afinando-se para formar um pequeno bico. Diafragma
76
com juxta e anellus esclerotinizados. Edeago com margens onduladas, em forma de
polegar. Vesica tuberculada.
Genitália (Fig. 63)
Papila anal com duas glândulas glossiformes alongadas. Apófises posteriores
maiores que as anteriores. Óstio pregueado. Antro curto, afunilado e esclerotinizado. O
Duto alarga-se em direção à bolsa copuladora. Bolsa copuladora globular, com dois signos
pequenos, formados cada um por uma placa de espinhos diminutos. Bolsa acessória
globular, de tamanho semelhante ao da bolsa copuladora, ligada ao duto por outro duto
tuberculado, relativamente curto.
Discussão
C. silvestrii tem manchas costais semelhantes às de C. ilioides. A asa anterior de C.
silvestrii, com escamas vermelhas dispersas ou delineando nervuras e de maneira que não
forma máculas distintas, assemelha-se a C. hieroglyphica. Em C. silvestrii ocorrem muitas
áreas poligonaiso que a aproxima de espécies como C. intensa e C. optima. A asa anterior
tem uma grande área amarela e um grande número de círculos castanhos finos. Alguns
círculos castanhos têm o interior amarelo mais pálido ou branco brilhante. Em alguns
indivíduos a faixa castanha fina pós-mediana externa, que é ligada à faixa castanha
subapical pós-mediana, é bastante irregular, com círculos anastomosados. Pode haver
diferenças nas ornamentações das asas anteriores. O dimorfismo sexual em C. silvestrii é
mais evidente que em outras espécies de Cresera. As fêmeas são mais amareladas e mais
avermelhadas que os machos. C. ilus e C. ilioides são aparentemente, mais semelhantes
77
entre si do que com C. silvestrii. As duas primeiras possuem uma dilatação na porção
média do unco que não ocorre em C. silvestrii.
Distribuição geográfica (Fig. 68)
BRASIL: Bahia, Espírito Santo, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de
Janeiro.
Material examinado
30 , 9 (genitálias em lâmina: 2 , 2 ). BRASIL: 2 e 1 , Bahia, Camacan,
800 m, 27.xi–14.xii.2005 (Emery), (VOB); 2 , Santa Leopoldina, Espírito Santo,
(Moser); 1 , Distrito Federal, Planaltina, 1.000 m, 15º35’S / 47º42’W, 27.v.1977 (Becker)
(VOB); 1 , idem, 03-VIII-1978 (Becker) (VOB); 1 , idem, 18.vi.1977 (Becker) (VOB),
(CPAC); 1 , Goiás, Formosa, 800 m, 19.iii.1977 (Becker) (CPAC); 1 , Minas Gerais,
Caraça, 1.300 m, 7–10.v.1996 (Becker) (VOB); 2 , Homeótipos, Rio de Janeiro,
Corcovado, vii.1932, iv.1933 (Travassos) (DZUP); 1 , Parátipo, idem, vii.1932
(Travassos) (DZUP); 4 , Rio de Janeiro, Corcovado, iv.1932, x.1932, iv.1933, iv.1934
(Travassos) (IOC); 1 , Parátipo, idem, v.1932 (Travassos) (MZSP); 1 , Parátipo, idem,
vii.1934 (Travassos & Oiticica) (MZSP); 2 , Homeótipos, 1 , Rio de Janeiro,
Petrópolis, 16.viii.1958, 17.ix.1958 (D’Almeida & Nysio-César) (DZUP); 1 , Homeótipo,
idem, 22.vi.1955 (D’Almeida, Berla & Carvalho) (DZUP); 1 Homeótipo, idem,
16.x.1955 (D’Almeida) (DZUP); 2 , 2 , idem, 900 m, 23-vii-1939, 9.x.1961, 23–
24.viii.1962 (Gagarim) (DZUP); 1 , Parátipo, Rio de Janeiro, Angra dos Reis, iv.1934
(Travassos, D’Almeida & Penido) (DZUP); 2 , 2 , Homeótipos, idem, 6–10.ix.1934,
27–28.xi.1935 (D’Almeida) (DZUP); 1 , Parátipo, idem, x.1934 (Travassos & Oiticica)
(DZUP); 2 , Parátipos, idem, viii.1934 (Travassos & Oiticica) (MZSP); 1 , Parátipo,
78
20.ix.1935 (Travassos & D’Almeida) (MZSP); 1 , Homeótipo, Rio de Janeiro, Tijuca,
31.iii.1955 (D’Almeida & Barros) (DZUP); 1 , Rio de Janeiro, Nova Friburgo, 1.000 m
(Becker) (VOB).
11. Cresera similis (Rothschild, 1909)
(Figs. 12, 26, 48, 49, 64, 71)
Prumala similis Rothschild, 1909: 268; 1910: 10 [lista]; Rothschild, 1911: est. V, fig. 8;
Strand, 1919: 8 [catálogo]; Hampson, 1920: 37 [redescrição]; Seitz, 1921: 347;
Rothschild 1922: 462 [lista]; Rothschild, 1933: 118. Lectótipo , BRASIL: AM, Fonte
Boa (Klages), designado por Hampson, 1920: 38.
Cresera similis (Rothschild) Rego-Barros, 1958: 364 [redescrição]; Watson & Goodger,
1986: 14 [catálogo].
Cabeça
Olhos margeados ventralmente por escamas castanhas e amarelo-avermelhadas.
Espirotromba castanho, não ultrapassa o tórax. Antena bipectinada. Cada flagelômero tem
duas ramificações e cada ramificação apresenta duas séries de cerdas laterais e uma grande
cerda apical. As ramificações crescem nos primeiros segmentos, tornam-se maiores no
terço basal e diminuem gradualmente em direção ao ápice. Fêmea com ramificações
menores. Flagelo castanho, com as ramificações amarelo-avermelhadas na lateral externa
da metade basal. Flagelômeros apicais esbranquiçados e segmentos basais amarelo-
avermelhados. Escapo amarelo-avermelhado. Fronte com a margem dorsal amarela.
Abaixo da margem dorsal, uma faixa larga castanha ondulada e margem ventral amarelo-
79
avermelhada. Vértice amarelo com ornamentação em forma de coroa vermelha. Palpo
labial com o primeiro segmento amarelo com uma mancha vermelha dorsal. Segundo
segmento amarelo, com uma mancha vermelha na face dorsal e lateral basais e com uma
mancha castanha ventral na metade apical. Terceiro segmento avermelhado dorsalmente e
castanho ventralmente.
Tórax (Fig. 12)
Tórax amarelo e branco, ornamentado com uma seta castanha-avermelhada. Na
face anterior do tórax, uma fina borda de escamas vermelhas próximas ao patágio. Na face
posterior do tórax, uma faixa vermelha transversal obliterada, em forma de “V” invertido e
no fim do tórax duas manchas claras, uma de cada lado da seta castanha. Patágio amarelo
com escamas brancas e vermelhas dispersas; margens anterior e interna finamente
delineadas de castanho. Tégula amarela, com a margem anterior castanha, centralmente
com uma mancha vermelha elíptica delimitando uma área interna branca brilhante,
margem interna e posterior com escamas longas com coloração vermelha intensa. Margem
externa amarelo-avermelhada com escamas longas.
Asas anteriores (Figs. 12, 26)
CAA : 14,0 – 15,0 mm; CAA : 14,0 – 15,0 mm. Asa anterior amarela com
ornamentações poligonais irregulares formadas pela anastomose de faixas castanhas e
vermelhas, de larguras variáveis. No centro das ornamentações poligonais ocorrem áreas
mais avermelhadas bastante definidas. Algumas áreas poligonais são preenchidas
internamente com escamas brancas brilhantes. Venação delineada de vermelho. Margem
costal delineada de castanho, com uma pequena faixa obliqua basal e duas ornamentações
castanhas em forma de “X”. Estas ornamentações são homólogas às manchas costais
80
formadas por faixas castanhas anastomosadas ou às manchas castanhas com círculos
amarelos encontradas em C. silvestrii, C. ilus e C. ilioides. Margem externa com uma
borda castanha intermitente, caracterizada por finas estrias. Faixa castanha pós-mediana
fina e intermitente, ligada à faixa castanha subapical. Faixa subapical castanha fina, forma
ângulo de 90º e liga a margem costal à margem externa. Margem posterior com uma faixa
castanha de largura variável, interrompida próxima à base por uma área amarela com o
centro vermelho e outra área amarela mais apical com uma mácula vermelha. Face ventral
muito avermelhada nos três quartos basais, com ornamentações pálidas, semelhantes à face
dorsal, margem costal delineada de castanho e com uma mancha castanha mais intensa na
porção pós-mediana e uma faixa obliqua subapical correspondentes àquelas da face dorsal.
A veia Sc é paralela à margem costal e termina no início da curvatura apical da asa no
terço apical da asa. Célula discal trigonal, com comprimento pouco superior ao da metade
do comprimento da asa. R1 origina-se no terço apical da célula discal. R2, R3, R4 e R5 com
tronco comum que se origina no ângulo costal da célula discal. R5 origina-se antes que R2.
R4 termina antes do ápice e R5 termina na margem externa. M1 origina-se no ângulo costal
da célula discal. M2 e M3 originam no ângulo posterior da célula discal. CuA1 origina-se na
margem posterior da célula discal, próxima ao ângulo posterior. CuA2 origina-se na porção
média da margem posterior da célula discal. 3A origina-se na base da asa, acompanha a
margem posterior e termina no ângulo anal.
Asa posteriores (Figs. 12, 26)
Asa posterior pouco maior que a metade do comprimento da asa anterior, vermelha-
clara, semitransparente. Asa posterior com Sc+R1 que se origina pouco depois do ponto
médio da margem costal da célula discal e termina no quarto apical da margem costal da
asa, pouco antes do ápice. Rs e M1 com tronco comum que se origina no ângulo anterior da
81
célula discal e ramifica-se próximo à origem. Rs termina pouco antes do ápice, na margem
costal e M1 termina na margem externa. M3 e CuA1 originam-se separadamente no ângulo
posterior da célula discal. CuA2 origina-se no início do terço apical da margem posterior da
célula discal. 1A+2A e 3A originam-se na base da asa. 1A+2A levemente curvada, em
posição intermediária entre a célula discal e a margem posterior. 3A acompanha a margem
posterior da asa e termina no ângulo anal.
Pernas
Coxa protorácica amarelo-avermelhada, mais avermelhada na face externa. Fêmur
protorácico vermelho com uma pequena mancha castanha na metade apical da face lateral,
terminal castanho. Tíbia protorácica com a face interna castanha e a face externa muito
avermelhada, com duas faixas transversais castanhas que delimitam uma área circular
amarela com o centro vermelho. Epífise pouco menor que a metade do comprimento da
tíbia. Todos os tarsômeros muito avermelhados, cada um com uma faixa castanha dorsal.
Fêmur mesotorácico amarelo-avermelhado com uma mancha castanha na metade apical e o
terminal castanho. Tíbia mesotorácica amarelo-avermelhada com duas faixas castanhas em
cada metade. Tíbia mesotorácica com um par de esporões tibiais no terminal, com o
esporão interno maior que o externo. Todos os tarsômeros muito avermelhados, cada um
com uma faixa castanha. Fêmur metatorácico amarelo-avermelhado, mais obliterado, com
mancha castanha apical quase imperceptível. Tíbia metatorácica amarelo-avermelhada,
mais obliterada, com duas faixas avermelhadas distintas e com duas pequenas manchas
castanhas apicais. Tíbia metatorácica com dois pares de esporões tibiais, mediano e apical,
com os esporões internos maiores que os externos. Todos os tarsômeros são amarelo-
avermelhados com uma faixa castanha, mais obliterados que os tarsômeros protorácicos e
mesotorácicos.
82
Abdome (Fig. 12)
Abdome vermelho dorsalmente e amarelo ventralmente.
Genitália (Figs. 48, 49)
Unco longo e fino, com uma pequena carena dorsal e terminal com pequena ponta
voltada ventralmente, margens laterais paralelas, recobertas com cerdas em toda a sua
extensão. Tegume relativamente fino, com extensões laterais divididas próximas ao unco.
Saco pequeno, tringular. Valvas revestidas por cerdas, com a base estreitada; terminal
formado por dois pequenos processos. Processo dorsal fino e esclerotinizado, pouco maior
que o processo ventral. Processo ventral membranoso, digitiforme. Margem costal com
processo digitiforme relativamente grande, próximo à base dos outros processos da valva.
Juxta quitinosa. Edeago levemente dilatado anteriormente. Vesica com duas placas de
espinhos grandes e um espinho muito grande e diferenciado, pontiagudo.
Genitália (Fig. 64)
Papila anal com duas glândulas glossiformes muito largas e alongadas. Apófises
posteriores mais longas que as anteriores. Óstio pregueado. Antro esclerotinizado,
alongado, pregueado e com dilatação próxima ao óstio. Duto muito largo, semelhante a
uma bolsa. Bolsa copuladora globular, tuberculada, com dois signos, formados cada um
por uma placa estreita de espinhos diminutos. Bolsa acessória globular com parede fina e
tuberculada, tamanho semelhante ao da bolsa copuladora, ligada ao duto por outro duto
relativamente longo, alargado e tuberculado na base.
83
Discussão
C. similis é muito semelhante a C. espiritosantensis. Ambas apresentam áreas
brancas ou esbranquiçadas brilhantes nas asas e tórax e também uma faixa castanha
subapical formando ângulo de 90º e grande quantidade de escamas vermelho-carmim. C.
similis e C. espiritosantensis podem ser facilmente diferenciadas pela forma das manchas
costais das asas anteriores e pela genitália. Em C. similis no lugar das manchas costais
ocorrem ornamentações em forma de “V” formadas por faixas castanhas finas homólogas
às manchas costais das outras espécies. C. similis e C. espiritosantensis apresentam
distribuição geográficas complementares, sendo que C. similis e da região amazônica e C.
espiritosantensis ocorre na floresta atlântica, na área do refúgio do Rio-Espírito Santo.
Distribuição geográfica (Fig. 71)
GUIANA FRANCESA; PERU; BOLÍVIA; BRASIL: Amazonas, Pará, Rondônia.
Material examinado
9 , 7 (2 , 1 , genitálias em lâmina). PERU: 1 , LO, San Regis, Albergue
La Posada, 04º 30’30”/ 73º 54’30”, 130 m, 18.v.2002 (Ramirez) (MHNP), 1 , MD,
Albergue–Posada Amazonas, 300 m, 06.v.2003 (Lescano) (MHNP). BOLÍVIA: 1 ,
Cochabamba, Carasco, El Sacta, 220 m, 23.ix.2002 (Ledezma & Moser). BRASIL: 1 ,
Amazonas, 19.xii.1960 (Cardoso) (DZUP); 1 , Amazonas, Estrada Manaus–Itacoatiara
KM 26, Reserva Ducke, 01–05.ii.1975 (Gagarim) (DZUP); 4 , Amazonas, Fonte Boa,
20.x.2004 (Emery) (VOB); 1 , Benjamin Constant, Rio Javary, 06.xi.1942 (Pohl)
(MZSP); 2 , Amazonas, Parque Nacional do Jaú, Igarapé Miratuca, 1429.vii.1993
84
(Andreazze, Costa & Aquino) (INPA); 1 , Pará, Marabá, 50 m, 09.i.1977 (Becker)
(VOB); 1 , Rondônia, Porto Velho, 180 m, 2430.iv.1989 (Becker) (VOB); 2 ,
Rondônia, Ariquemes, 180 m, 13–16.iv.1989 (Becker) (VOB).
12. Cresera tinguaensis Rego-Barros, 1957
(Figs. 13, 14, 27, 50, 51, 69)
Cresera tinguaensis Rego-Barros, 1957: 1, est. 1, figs. 1–10, est. 2, figs. 11–14; Rego-
Barros, 1958: 388 [fêmea]; Watson & Goodger, 1986: 14 [catálogo]. Holótipo ,
BRASIL: Rio de Janeiro, Tinguá, Represa Boa Esperança, 20–21.v.1955 (Machado,
Rente & Rego-Barros) [não encontrado].
Cabeça
Olhos margeados ventralmente por escamas amarelo-avermelhadas. Espirotromba
castanho, não ultrapassa o tórax. Antena bipectinada. Cada flagelômero tem duas
ramificações, cada ramificação apresenta duas séries de cerdas laterais, pequenas e
delgadas voltadas ventralmente e uma grande cerda apical. Ramificações crescem nos
primeiros segmentos, atingem o tamanho maior no terço basal, e diminuem gradualmente
em direção ao ápice, onde são rudimentares. Fêmea com ramificações menores. Flagelo
predominantemente castanho, fortemente avermelhado dorsalmente e nas ramificações da
lateral externa da metade basal. Flagelômeros apicais esbranquiçados, segmentos basais
vermelhos. Escapo amarelo-avermelhado, com vermelho mais intenso dorsalmente. Fronte
com a margem dorsal amarela ondulada, com uma faixa vermelha submarginal. Na área
central uma faixa larga castanha ondulada e margem ventral amarelo-avermelhada.
85
Margem dorsal da fronte com escamas mais longas. Vértice amarelo com ornamentação
em forma de coroa vermelha. Palpo labial com o primeiro segmento amarelo-avermelhado,
vermelho mais intenso lateralmente. Segundo segmento amarelo-avermelhado, com
vermelho mais intenso lateralmente e dorsalmente e com uma mancha castanha ventral
ocupando a metade apical. Terceiro segmento amarelo-avermelhado dorsalmente e
castanho ventralmente.
Tórax (Figs. 13, 14)
Tórax revestido com escamas amarelas longas com o ápice vermelho e escamas
castanhas formando faixas. Na face dorsal anterior do tórax, uma faixa castanha
longitudinal que encontra outra faixa castanha transversal posteriormente e forma um “Y
invertido. Na face posterior do tórax, uma faixa transversal em forma de “V” invertido. O
conjunto assemelha-se a uma flecha. Patágio amarelo com um círculo vermelho central,
margem interna e externa castanha-avermelhada, margem anterior castanha-avermelhada,
com um segmento vermelho intenso, margem posterior amarelo-avermelhada. Tégula
amarelo-avermelhada, com a margem anterior castanha larga, centralmente com uma
mancha vermelha elíptica, margem interna e posterior com escamas longas, de coloração
vermelha intensa. Margem externa amarelo-avermelhada com escamas longas.
Asa anteriores (Figs. 13, 14, 27)
CAA : 14,0 – 15,0 mm. CAA : 15,5 – 15,5 mm. Asa anterior amarela com
ornamentações poligonais irregulares formadas pela anastomose de faixas castanhas e
vermelhas de larguras variáveis. No centro das ornamentações poligonais ocorrem áreas
mais avermelhadas bastante definidas. Venação delineada de vermelho. Margem costal
delineada de castanho, interrompida por áreas amarelas. Ainda na margem costal uma
86
pequena faixa castanha obliqua basal e duas manchas castanhas distintas e irregulares à
altura da porção média e apical da célula discal. Margem externa com uma borda castanha
intermitente, formando estrias. Ocorre ainda, na asa anterior uma faixa castanha fina pós-
mediana, intermitente, ligada à faixa castanha subapical. Faixa subapical fina, castanha,
que forma um ângulo maior que 90º e ligan a margem costal à margem externa. Margem
posterior com uma faixa castanha de largura variável, interrompida próxima à base por
duas áreas amarelas com o centro vermelho. Face ventral mais avermelhada nos dois terços
basais, com ornamentações pálidas, semelhantes à face dorsal, margem costal com uma
mancha castanha mais intensa na porção pós-mediana. A veia Sc é paralela à margem
costal e termina no início da curvatura apical no terço apical da asa. Célula discal trigonal,
mais próxima da margem costal, com comprimento pouco superior ao da metade do
comprimento da asa. R1 origina-se no terço apical da célula discal. R2, R3, R4 e R5 com
tronco comum que se origina no ângulo costal da célula discal. R5 origina-se antes que R2.
R4 termina antes do ápice e R5 termina na margem externa. M1 origina-se no ângulo costal
da célula discal. M2 e M3 originam-se no ângulo posterior da célula discal. CuA1 origina-se
na margem posterior da célula discal, próxima ao ângulo posterior. CuA2 origina-se na
porção média da margem posterior da célula discal. 3A origina-se na base da asa,
acompanha a margem posterior e termina no ângulo anal.
Asas posteriores (Figs. 13, 14, 27)
Asa posterior pouco maior que a metade do comprimento da asa anterior, vermelha-
clara, semitransparente. Sc+R1 origina-se no ângulo costal da célula discal e termina no
início do quarto apical da margem costal da asa. Rs e M1 originam-se de um tronco comum
do ângulo costal da célula discal que se ramifica em seu terço basal. Rs termina pouco
antes do ápice, na margem costal e M1 termina na margem externa. M3 e CuA1 com tronco
87
comum que se origina no ângulo posterior da célula discal e que se ramifica próximo à
origem. CuA1 e CuA2 originam-se na margem posterior da célula discal. CuA1 origina-se
próxima ao ângulo posterior da célula discal e CuA2 origina-se pouco depois da metade da
margem posterior da célula discal. 1A+2A e 3A originam-se na base da célula discal.
1A+2A levemente curvada em posição intermediária entre a célula discal e a margem
posterior. 3A acompanha a margem posterior da asa e termina no ângulo anal.
Pernas
Coxa protorácica desenvolvida, avermelhada. Fêmur protorácico avermelhado, com
uma mancha castanho-clara na lateral apical e o terminal castanho. Tíbia protorácica
amarelo-avermelhada com duas faixas transversais castanhas largas em cada metade.
Epífise pouco menor que a metade do comprimento da tíbia. Primeiro tarsômero
avermelhado, com faixa castanha central larga. Segundo e terceiro tarsômeros
avermelhados. Quarto tarsômero castanho. Quinto tarsômero castanho com escamas
avermelhadas no ápice. Fêmur mesotorácico avermelhado com uma mancha castanha na
metade apical e o terminal castanho. Tíbia mesotorácica avermelhada com duas faixas
castanhas em cada metade, separadas no centro por uma área amarela com uma faixa
vermelha central. Tíbia mesotorácica com um par de esporões tibiais no terminal, com a
espora interna maior que a externa. Primeiro tarsômero avermelhado, com faixa castanha
central larga. Segundo e terceiro tarsômeros avermelhados. Quarto tarsômero castanho.
Quinto tarsômero castanho com o terminal com escamas avermelhadas. Fêmur
metatorácico avermelhado. Tíbia metatorácica amarelo-avermelhada com duas pequenas
manchas castanhas. Tíbia metatorácica com dois pares de esporões tibiais, mediano e
apical, com os esporões internos maiores que os externos. Primeiro tarsômero
avermelhado, com faixa castanha central larga. Segundo e terceiro tarsômeros
88
avermelhados. Quarto tarsômero avermelhado com terminal castanho. Quinto tarsômero
castanho com o terminal avermelhado.
Abdome (Figs. 13, 14)
Abdome vermelho dorsalmente e amarelo ventralmente.
Genitália (Figs. 50, 51)
Genitália muito semelhante à de C. optima. Em ambas, o unco é estreitado na
porção média, tem a metade apical intumescida e é revestido de cerdas curtas. O unco,
ainda, termina em uma ponta voltada ventralmente. Tegume com margens oblíquas, mais
largo na junção com o unco e afinado na junção com o braço do saco. Saco delgado, em
forma de “V”. Valvas assimétricas, estreitas, com margens laterais relativamente paralelas,
margem costal com pequena saliência com cerdas, e terminal formado por dois processos
revestidos por cerdas. Processo dorsal assimétrico, levemente curvado para dentro,
esclerotinizado, com cerca de um terço do comprimento da valva e com o terminal
arredondado. Processo ventral membranoso, em forma de polegar, com menos que a
metade do comprimento do processo apical. Juxta quitinosa com concavidade membranosa
na porção mediana. Anellus esclerotinizado. Edeago com margens levemente curvadas e
com alargamento próximo à vesica. Vesica tuberculada e duas séries de espinhos grandes e
finos, uma série com grande número de espinhos e outra série semelhante aos espinhos
encontrados no lóbulo da vesica de C. intensa.
89
Discussão
C. tinguaensis é uma espécie muito semelhante a C. optima, diferindo
principalmente pela ausência de um grande espinho diferenciado na vesica e por ser mais
amarelada. Estes foram os únicos caracteres que foram utilizados para separar estas
espécies. É importante, neste caso, coletar na Floresta Atlântica Brasileira, uma série de
exemplares de C. tinguaensis para comparar com uma série de C. optima para definir
outros possíveis caracteres que as separam. Por enquanto, a única forma de distinguí-las é
através do exame da genitália.
Distribuição geográfica (Fig. 69)
BRASIL: Alagoas, Espírito Santo, Rio de Janeiro
Material examinado
3 , 1 (2 genitálias em lâmina). BRASIL: 1 , Alagoas, Maceió, iv.1950
(Cardoso) (DZUP); 1 , 1 , Espírito Santo, Linhares, 40 m, 5– 9.iv.1992, 20–29.ii.1992
(Becker) (VOB); Rio de Janeiro, Petrópolis, 14.v.1962 (Gagarin) (DZUP) DZ 8.845
Genitália examinada.
90
13. Cresera sp. 1
(Figs. 15, 18, 52, 53, 66)
Cresera ilus (Cramer, 1776) Piñas et al., 2000: est. 33: 263 [adulto].
Cabeça
Olhos margeados ventralmente por escamas castanhas. Espirotromba castanha, não
ultrapassa o tórax. Antena bipectinada. Cada flagelômero tem duas ramificações, cada
ramificação apresenta duas séries de cerdas pequenas e delgadas voltadas ventralmente e
uma cerda apical grande. Ramificações basais pequenas, tornam-se maiores nos primeiros
segmentos e diminuem gradualmente em direção ao ápice, onde são rudimentares. Esta
espécie apresenta a pectinação nos flagelômeros maior que as outras espécies deste grupo
(C. annulata, C. ilus, Cresera sp. 2). Fêmeas com ramificações dos flagelômeros menores.
Flagelo castanho. Flagelômeros apicais esbranquiçados. Escapo amarelo-avermelhado e
castanho. Fronte predominantemente castanha com a margem dorsal com duas manchas
amarelo-avermelhadas e uma faixa ondulada subjacente castanho-escura. Centralmente, a
fronte apresenta coloração castanha que se torna castanha-avermelhada nos ângulos
ventrais. Ângulos dorsais da fronte com escamas alongadas, e no restante escamas curtas.
Vértice amarelo, tingido de vermelho, com escamas amarelas com o ápice vermelho e
escamas castanhas margeando o escapo assim como os ângulos posteriores. Palpo labial
com o primeiro segmento amarelo com uma faixa castanho-escura transversal que se alarga
dorsalmente. Segundo segmento com o mesmo padrão de coloração, mas com uma faixa
castanha mais larga. Terceiro segmento castanho.
91
Tórax (Fig. 15)
Tórax com escamas amarelas com o ápice vermelho e ornamentação dorsal com
escamas castanhas que formam duas faixas finas em forma de “V” invertido. Patágio com a
margem externa castanha e a margem interna amarelo-avermelhada. Tégula
predominantemente castanha, com a margem interna amarelo-avermelhada e uma pequena
mancha amarelo-avermelhada na margem anterior. Margem posterior e externa castanha,
com escamas longas.
Asas anteriores (Figs. 15, 18)
CAA : 18,0 mm ; CAA : 23,5 mm. Asa anterior predominantemente castanho-
escura. As ornamentações alares são variáveis entre indivíduos de uma mesma população
ou até mesmo nas asas direita e esquerda de um indivíduo. Margem costal com áreas
amarelas fortemente tingidas de vermelho e duas manchas castanhas de forma irregular.
Em cada mancha existem áreas circulares com o interior amarelo-esbranquiçado e as
bordas internas e externas enegrecidas, o que aumenta o contraste com as áreas amarelas
externas adjacentes. Venação delineada por escamas vermelhas e castanhas. Em C. ilus
também ocorrem áreas poligonais, delimitadas por faixas castanhas e vermelhas,
principalmente próximo à margem externa. Margem externa com faixa castanha contínua
até o ápice. Na margem externa, próximo ao ângulo anal, ocorre um brilho esbranquiçado.
Faixa subapical fina, castanha, forma ângulo maior que 90º e liga a margem costal à larga
faixa castanha na margem externa. Uma fina faixa marrom pós-mediana ligada à faixa
marrom subapical, que ocorre em todas as espécies do gênero, pode ser visualizada, porém
é pouco conspícua. Área amarelo-avermelhada pós-mediana até a faixa subapical com
círculos castanhos pequenos e definidos, em número e formato variável de indivíduo para
indivíduo e em um mesmo indivíduo, de asa para asa. Pontos claros definem o término da
92
venação na margem externa. Margem posterior com coloração castanha que se estende
anteriormente até as manchas costais. Nesta grande área marrom posterior que ocupa a
maior parte da asa, única no gênero, destacam-se áreas enegrecidas ou castanho-escuras,
que ocorrem principalmente sob a mancha marrom costal apical e na base da asa em torno
dos pontos amarelo-esbranquiçados. No mesmo local desta grande mancha marrom em C.
ilioides, escamas castanhas dispersas deixam a região levemente castanha. Margem
posterior basal com uma área amarela e uma área com escamas avermelhadas longas. Face
ventral da asa com ornamentações pálidas correspondentes às da face dorsal e margem
posterior amarelada. Face ventral com faixa castanha curta na margem costal, próxima ao
ápice e célula discal com margem externa com uma mancha castanha.
Sc termina no início da curvatura apical, no terço apical da asa. Célula discal
trigonal, mais próxima da margem costal, com comprimento pouco superior ao da metade
do comprimento da asa. R1 origina-se no terço apical da célula discal. R2, R3, R4 e R5 com
tronco comum que se origina no ângulo costal da célula discal. R2 origina-se antes que R5.
R4 termina antes do ápice e R5 termina na margem externa. M1 origina-se no ângulo costal
da célula discal. M2 e M3 originam-se no ângulo posterior da célula discal. CuA1 origina-se
na margem posterior da célula discal, próxima ao ângulo posterior. CuA2 origina-se na
porção média da margem posterior da célula discal e termina na margem externa. 3A
origina-se na base da asa, acompanha a margem posterior e termina no ângulo anal.
Asas posteriores (Figs. 15, 18)
Asa posterior com cerca de metade do comprimento da asa anterior, vermelha-clara
e semitransparente e margem posterior mais avermelhada. Sc+R1 origina-se pouco depois
do ponto médio da margem costal da célula discal e termina no início do quarto apical da
margem costal da asa. Rs e M1 com tronco comum que se origina no ângulo costal da
93
célula discal e se ramifica em seu terço basal. Rs termina antes do ápice e M1 termina na
margem externa. M2 vestigial pode ser visualizada em alguns exemplares. M3 e CuA1
origina-se no ângulo posterior da célula discal. CuA2 origina-se no terço apical da célula
discal, na margem posterior. 1A+2A e 3A originam-se na base da asa. 1A+2A levemente
curvada em posição intermediária entre a célula discal e a margem posterior. 3A
acompanha a margem posterior da asa e termina no ângulo anal.
Pernas
Coxa protorácica desenvolvida, amarelo-avermelhada com uma mancha castanho-
escura circular na porção basal. Fêmur protorácico amarelo-avermelhado, com uma faixa
transversal na metade apical e uma mancha castanha no terminal. Tíbia protorácica com os
ápices amarelo-avermelhados e duas faixas castanhas muito largas em cada metade,
separadas no centro por uma área circular amarela tingida de vermelho, delineada por
escamas castanho-escuras. Epífise pouco menor que a metade do comprimento da tíbia.
Primeiro tarsômero amarelo-avermelhado, com faixa castanha central larga. Segundo
tarsômero amarelo-avermelhado com faixa castanha central. Terceiro e quarto tarsômeros
amarelo-avermelhados. Quinto tarsômero castanho. Fêmur mesotorácico amarelo-
avermelhado com uma faixa castanha transversal na metade apical e uma mancha castanha
no terminal. Tíbia mesotorácica amarelo-avermelhada com duas faixas castanhas em cada
metade, separadas no centro por uma área amarela tingida de vermelho. Tíbia mesotorácica
com um par de esporões tibiais no terminal, com o esporão interno maior que o externo.
Primeiro tarsômero amarelo-avermelhado, com faixa castanha central larga. Segundo
tarsômero amarelo-avermelhado com faixa castanha central. Terceiro tarsômero amarelo-
avermelhado com faixa castanha. Quarto tarsômero amarelo-avermelhado. Quinto
tarsômero castanho. Fêmur metatorácico amarelo-avermelhado, com uma faixa castanha
94
transversal na metade apical e uma mancha castanha no terminal. Tíbia metatorácica
amarelo-avermelhada com duas faixas castanhas em cada metade, separadas por área
amarela levemente tingida de vermelho. Tíbia metatorácica com dois pares de esporões
tibiais, mediano e apical, com os esporões internos maiores que os externos. Primeiro
tarsômero amarelo-avermelhado, com faixa castanha central larga. Segundo e terceiro
tarsômeros amarelo-avermelhados com faixa castanha central. Quarto tarsômero amarelo-
avermelhado. Quinto tarsômero castanho. Abdome vermelho dorsalmente e amarelo
ventralmente.
Abdome (Fig. 15)
Abdome vermelho dorsalmente e amarelo ventralmente, com duas manchas laterais
castanhas em cada um dos segmentos.
Genitália (Figs. 52, 53)
Unco fino e alongado, como ápice voltado ventralmente, revestido de cerdas, com
uma pequena saliência ventral na porção média, onde cerdas estão mais concentradas.
Tegume delgado e pequeno, com margens paralelas. Braço do saco em forma de “U”, mais
ou menos alargado. Saco oval anteriormente. Valva côncava internamente ao longo do seu
eixo. Terminal formado por dois processos revestidos por cerdas. Processo dorsal muito
esclerotinizado, podendo ser assimétrico, com metade do comprimento da valva, com forte
curvatura ventral. Processo ventral membranoso reduzido. Diafragma com juxta e anellus
esclerotinizados. Edeago com margens levemente onduladas. Vesica lobulada, com
espinhos relativamente grandes concentrados no lóbulo.
95
Discussão
Esta espécie embora seja externamente semelhante em relação às outras espécies do
grupo, como C. ilus, C. annulata e Cresera sp. 2, é considerada espécie nova porque
apresenta diferenças significativas na sua genitália em relação às outras espécies do mesmo
grupo. As características mais marcantes são a pectinação dos flagelômeros da antena que
são muito maiores do que nas outras espécies supracitadas; a genitália apresenta o processo
apical da valva muito maior, esclerotinizado e bastante curvado e a vesica apresenta
espinhos muito maiores do que os das outras espécies aparentadas. Além disso, sua
distribuição geográfica fica separada das populações de C. ilus pelas cadeias montanhosas
andinas do norte e pelos Llanos venezuelanos, um tipo de savana (Fig. 66). Foram
examinados duas fotografias, uma de um exemplar da Nicarágua, identificadas como C.
ilus, uma da Nicarágua (Barnes, 2006) e outra do Equador (Piñas et al., 2000) em que
pode-se observar nitidamente o tipo de antena com a pectinação longa. Esta espécie parece
estar restrita às florestas centro-americanas, florestas pluviais panamenhas e floresta
pluvial costeira colombiana, que se estende até a costa do Equador. Um número maior de
exemplares deve ser considerado a fim de se fixar melhor sua distribuição e caracteres
morfológicos. Por haver apenas uma fêmea disponível não foi feita a dissecção da genitália
feminina.
Distribuição Geográfica (Fig. 66)
NICARÁGUA; COSTA RICA; EQUADOR.
96
Material examinado
2 ,1 (1 genitália 1 em lâmina). COSTA RICA: 1 , Turrialba, 600 m,
vii.1981 (Becker) (VOB); 1 , 1 , Lim. Guapiles, 320 m, 25–28.ix.2000 (Becker) (VOB).
14. Cresera sp. 2
(Figs. 16, 18, 54, 55, 66)
Fêmea não examinada
Cabeça
Olhos margeados ventralmente por escamas castanhas. Espirotromba castanha, não
ultrapassa o tórax. Antena bipectinada. Cada flagelômero tem duas ramificações, cada
ramificação apresenta duas séries de cerdas pequenas e delgadas voltadas ventralmente e
uma cerda apical grande. Ramificações basais pequenas, tornam-se maiores nos primeiros
segmentos e diminuem gradualmente em direção ao ápice, onde são rudimentares. Flagelo
castanho. Flagelômeros apicais esbranquiçados. Escapo amarelo-avermelhado e castanho.
Fronte predominantemente castanha com a margem dorsal com duas manchas amarelo-
avermelhadas e uma faixa ondulada subjacente castanho-escura. Centralmente, a fronte
tem coloração castanha e nos ângulos ventrais é castanha-avermelhada. Ângulos dorsais da
fronte com escamas alongadas, e no restante escamas curtas. Vértice amarelo, tingido de
vermelho, com escamas amarelas com o ápice vermelho e escamas castanhas margeando o
escapo e os ângulos posteriores. Palpo labial com o primeiro segmento amarelo com uma
faixa castanho-escura transversal que se alarga dorsalmente. Segundo segmento com o
97
mesmo padrão de coloração, mas com uma faixa castanha mais larga. Terceiro segmento
castanho.
Tórax (Figs. 16)
Tórax com escamas amarelas com o ápice vermelho e ornamentação dorsal com
escamas castanhas que formam duas faixas finas em forma de “V” invertido. Patágio com a
margem externa castanha e a margem interna amarelo-avermelhada. Tégula
predominantemente castanha, com a margem interna amarelo-avermelhada e uma pequena
mancha amarelo-avermelhada na margem anterior. Margem posterior e externa castanha,
com escamas longas.
Asas anteriores (Figs. 16, 18)
Asa anterior predominantemente castanho-escura. As ornamentações alares são
variáveis entre indivíduos de uma mesma população ou até mesmo nas asas direita e
esquerda de um mesmo indivíduo. Margem costal com áreas amarelas fortemente tingidas
de vermelho e duas manchas castanhas de forma irregular. Em cada mancha existem áreas
circulares com o interior amarelo-esbranquiçado e com as bordas internas e externas
enegrecidas, o que aumenta o contraste com as áreas amarelas externas adjacentes.
Venação delineada por escamas vermelhas e castanhas. Margem externa com faixa
castanha interrompida no ápice por dois pontos amarelos mais ou menos conspícuos, como
em C. annulata. Na margem externa, próximo ao ângulo anal, ocorre um brilho
esbranquiçado. Faixa subapical fina, castanha, forma ângulo maior que 90º e liga a
margem costal à larga faixa castanha na margem externa. Uma fina faixa marrom pós-
mediana ligada à faixa marrom subapical, que ocorre em todas as espécies do gênero, pode
ser visualizada, porém é pouco conspícua. Área amarelo-avermelhada pós-mediana até a
98
faixa subapical com círculos castanhos pequenos e definidos, em número e formato
variável de indivíduo para indivíduo e em um mesmo indivíduo, de asa para asa. Pontos
claros definem o término da venação na margem externa. Margem posterior com coloração
castanha que se estende anteriormente até as manchas costais. Nesta grande área marrom
posterior que ocupa a maior parte da asa, destacam-se áreas enegrecidas ou castanho-
escuras, que ocorrem principalmente sob a mancha marrom costal apical e na base da asa
em torno dos pontos amarelo-esbranquiçados. Margem posterior basal com uma área
amarela e uma área com escamas avermelhadas longas. Face ventral da asa com
ornamentações pálidas correspondentes às da face dorsal e margem posterior amarelada.
A veia Sc termina no início da curvatura apical, no terço apical da asa. Célula discal
trigonal, mais próxima da margem costal, com comprimento pouco superior ao da metade
do comprimento da asa. R1 origina-se no terço apical da célula discal. R2, R3, R4 e R5 com
tronco comum que se origina no ângulo costal da célula discal. R2 origina-se antes que R5.
R4 termina antes do ápice e R5 termina na margem externa. M1 origina-se no ângulo costal
da célula discal. M2 e M3 originam-se no ângulo posterior da célula discal. CuA1 origina-se
na margem posterior da célula discal, próxima ao ângulo posterior. CuA2 origina-se na
porção média da margem posterior da célula discal e termina na margem externa. 3A
origina-se na base da asa, acompanha a margem posterior e termina no ângulo anal.
Asas posteriores (Figs. 16, 18)
Asa posterior com cerca de metade do comprimento da asa anterior, vermelho-
clara, semitransparente e com a margem posterior mais avermelhada. Face ventral com
mancha castanha curta na margem costal, próxima ao ápice e célula discal com margem
externa com uma mancha castanha. Sc+R1 origina-se pouco depois do ponto médio da
margem costal da célula discal e termina no início do quarto apical da margem costal da
99
asa. Rs e M1 com tronco comum que se origina no ângulo costal da célula discal e se
ramifica em seu terço basal. Rs termina antes do ápice e M1 termina na margem externa.
M2 vestigial pode ser visualizada em alguns exemplares. M3 e CuA1 originam-se no ângulo
posterior da célula discal. CuA2 origina-se no terço apical da célula discal, na margem
posterior. 1A+2A e 3A originam-se na base da asa. 1A+2A levemente curvada em posição
intermediária entre a célula discal e a margem posterior. 3A acompanha a margem
posterior da asa e termina no ângulo anal.
Pernas
Coxa protorácica desenvolvida, amarelo-avermelhada com uma mancha castanho-
escura circular na porção basal. Fêmur protorácico amarelo-avermelhado, com uma faixa
transversal na metade apical e uma mancha castanha no terminal. Tíbia protorácica com os
ápices amarelo-avermelhados e duas faixas castanhas muito largas em cada metade,
separadas no centro por uma área circular amarela tingida de vermelho, delineada por
escamas castanho-escuras. Epífise pouco menor que a metade do comprimento da tíbia.
Primeiro tarsômero amarelo-avermelhado, com faixa castanha central larga. Segundo
tarsômero amarelo-avermelhado com faixa castanha central. Terceiro e quarto tarsômeros
amarelo-avermelhados. Quinto tarsômero castanho. Fêmur mesotorácico amarelo-
avermelhado com uma faixa castanha transversal na metade apical e uma mancha castanha
no terminal. Tíbia mesotorácica amarelo-avermelhada com duas faixas castanhas em cada
metade, separadas no centro por uma área amarela tingida de vermelho. Tíbia mesotorácica
com um par de esporões tibiais no terminal, com o esporão interno maior que o externo.
Primeiro tarsômero amarelo-avermelhado, com faixa castanha central larga. Segundo e
terceiro tarsômeros amarelo-avermelhados com faixa castanha. Quarto tarsômero amarelo-
avermelhado. Quinto tarsômero castanho. Fêmur metatorácico amarelo-avermelhado, com
100
uma faixa castanha transversal na metade apical e uma mancha castanha no terminal. Tíbia
metatorácica amarelo-avermelhada com duas faixas castanhas em cada metade, separadas
por área amarela levemente tingida de vermelho. Tíbia metatorácica com dois pares de
esporões tibiais, mediano e apical, com os esporões tibiais internos maiores que os
externos. Primeiro tarsômero amarelo-avermelhado, com faixa castanha central larga.
Segundo e terceiro tarsômeros amarelo-avermelhados com faixa castanha central. Quarto
tarsômero amarelo-avermelhado. Quinto tarsômero castanho.
Abdome (Fig. 16)
Abdome vermelho dorsalmente e amarelo ventralmente. Lateralmente existem
pontuações castanhas duplas e irregulares em cada segmento, mais conspícuas nos
segmentos finais.
Genitália (Figs. 54, 55)
Unco fino e curto, levemente voltado ventralmente, revestido de cerdas, mais
concentradas na porção média. Tegume relativamente robusto, forma um “V” invertido.
Saco bastante alargado com pequeno bico. Braços do saco com uma membrana que liga a
base das duas valvas. Valva coberta com cerdas, margem costal intumescida próxima à
base. Margem sacullar com pequena saliência mediana. Terminal formado por dois
processos revestidos por cerdas. Processo dorsal mais esclerotinizado, com metade do
comprimento da valva, com forte curvatura ventral. Processo ventral membranoso, com um
terço do comprimento do processo apical, pode ser assimétrico. Diafragma com juxta
esclerotinizada e anellus membranoso, como em C. annulata. Edeago com margens
levemente onduladas. Vesica apresenta espinhos pequenos concentrados no lóbulo e
grande área com tubérculos.
101
Discussão
Os exemplares analisados são considerados como espécie nova porque os caracteres
da genitália são muito diferentes das demais espécies deste grupo. No entanto são
necessários mais exemplares para a confirmação das diferenças. As principais diferenças
observadas estão no saco, que em Cresera sp. 2 é bem mais largo do que em C. annulata.
Observa-se ainda, que o braço do saco e o unco são mais delgados do que os de C.
annulata. Observa-se ainda na genitália, que a vesica de Cresera sp. 2 é tuberculada,
enquanto a vesica de C. annulata não o é. Finalmente, observa-se, ainda na genitália,
diferenças na valva, que em Cresera sp. 2 apresenta diferenças morfológicas em suas
margens dorsal e saccular para as outras espécies deste grupo, formado por C. ilus, C.
annulata, Cresera sp. 1 e Cresera sp. 2. Quanto ao aspecto cromático, os exemplares de
Cresera sp. 2 têm um amarelo mais pálido em suas asas anteriores, distinto daquele das
outras espécies. Esta espécie ocorre na Floresta Atlântica, na região do Refúgio do
Pernambuco, no estado de Alagoas (Prance, 1982).
Distribuição geográfica (Fig. 66)
BRASIL: Alagoas.
Material examinado
3 (1 genitália ) BRASIL: 3 , Alagoas, Ibateguara, 400m, 10–20.iii.1994
(Becker) (VOB).
102
Conclusões
(a) Nesse estudo dois sinônimos novos são estabelecidos: C. simillima (Rothschild,
1933) Syn.n= C. optima (Butler, 1877) e C. intermedia (Rothschild, 1922) Syn.
n.=C. hieroglyphica (Schaus, 1905).
(b) Duas novas espécies são descritas: Cresera sp. 1 e Cresera sp. 2, com base nas
diferenças morfológicas. Estas espécies são muito semelhantes a C. ilus e C.
annulata, respectivamente. Cresera sp. 1 ocorre desde a Nicarágua até o Equador,
na parte ocidental dos Andes. Cresera sp. 2 ocorre no nordeste brasileiro, na região
de Alagoas, correspondente à área de endemismo conhecida como refúgio do
Pernambuco. Este grupo, composto por quatro espécies muito semelhantes tem
distribuições geográficas complementares e não sobrepostas.
(c) Antes deste estudo, Watson e Goodger (1986) incluíram 14 espécies em Cresera.
Assim, com o estabelecimento de dois sinônimos novos e a descrição de duas
espécies novas o gênero continua com 14 espécies.
(d) A filogenia de Cresera e a nomeação das espécies novas são objeto de artigo em
fase de conclusão que será enviado para publicação para a validação dos nomes e
sinonímia.
103
Chave dicotômica para as espécies do gênero neotropical Cresera.
1. Asa anterior com ornamentações circulares (Figs. 2, 5, 6, 10,
11, 15, 16) e veia R2 que se origina antes da veia R5 (Figs. 18,
21, 25); Vesica com espinhos pequenos (<0,2 mm) ou
tuberculos (Figs. 31, 37, 39, 46, 53, 55); genitália feminina com
duto tubular, sem alargamento em forma de bolsa ou com
pequeno alargamento próximo à bolsa copuladora (Figs. 57, 60,
63) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2
Asa anterior sem ornamentações circulares, somente
ornamentações poligonais (Figs. 1, 3, 4, 7-9, 12-14) e veia R2
que se origina depois da veia R5 (Figs.17, 19, 20, 22-24); vesica
com espinhos grandes podendo apresentar ou não um espinho
muito grande e diferenciado, e apresentar tubérculos ou não
(Figs. 29, 32, 25, 41, 43, 44, 48, 50); genitália feminina com
duto dilatado anteriormente que se assemelha a uma bolsa
(Figs. 56, 58, 59, 61, 62, 64) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
7
2. Asa anterior predominantemente castanha (Figs. 2, 6, 15, 16.). . 3
Asa anterior predominantemente amarela (Figs. 5, 10, 11). . . . . 6
3. Asa anterior com faixa castanha contínua até o ápice (6, 15);
genitália masculina com tegume pequeno e delgado, de
margens quase paralelas; valva com a face interna côncava;
saco pequeno com a extremidade anterior arredondada (Figs.
38, 52) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4
As anterior com faixa castanha interrompida no ápice por dois
pontos amarelos (2, 16); genitália masculina com tegume
104
grande e robusto, em forma de “V” invertido (Figs. 30, 54);
valva com a margem dorsal alargada na base; vesica somente
com tubérculos ou espinhos pequenos no lóbulo; saco grande
com a extremidade anterior com pequeno bico . . . . . . . . . . . . . .
5
4. Antena com ramificações longas nos flagelômeros (Fig. 15);
vesica com uma placa de espinhos relativamente grandes no
lóbulo da (Fig. 53); processo apical dorsal da valva muito
grande, esclerotinizado e muito curvado ventralmente (Fig. 52)
Cresera sp. 1
Antena com ramificações curtas nos flagelômeros (Fig. 6);
vesica com placa de espinhos relativamente pequenos no lóbulo
da; processo apical dorsal da valva pouco curvado (Fig. 38);
Margem externa da asa com faixa marrom contínua até o ápice,
sem a presença de pontuação amarela no ápice (Fig. 6). . . . . . .
Cresera ilus
5. Asas anteriores castanhas com áreas amarelas pálidas (Fig. 16);
unco relativamente pequeno e delgado (Fig. 54); saco com os
braços unidos na base da valva por uma membrana retilínea e
esclerotinizada (Fig. 54) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Cresera sp. 2
Asas anteriores castanhas com áreas amarelas escuras (Fig. 2);
unco relativamente grande e robusto, principalmente na metade
proximal (Fig. 30); saco com os braços muito largos formando
um “V” (Fig. 30) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Cresera annulata
6. Asa anterior amarela com faixa castanha larga na margem
externa até próximo ao ápice (Fig. 5); vesica com placa extensa
de espinhos pequenos (Fig. 37). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Cresera ilioides
Asa anterior amarela com faixa castanha intermitente na
105
margem externa e ornamentações circulares com o interior
branco brilhante ou amarelo-claro (Figs. 10,11); vesica apenas
tuberculada (Fig. 47) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Cresera silvestrii
7. Veia Sc+R1 presente na asa posterior (Fig. 17-23, 24). . . . . . . . 8
Veia Sc+R1 ausente na asa posterior (Fig. 22); asa anterior com
a faixa castanha subapical muito larga, coloração vermelha
intensa e uma mancha retangular amarela distinta no terço
basal, adjacente à faixa castanha na margem posterior (Fig. 7);
processo apical da valva muito esclerotinizado e curvado para
dentro; unco longo e intumescido, afinando-se gradualmente
até o ápice (Fig. 40) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Cresera intensa
8. Veia Sc+R1 origina-se no ângulo costal da célula discal da asa
posterior (Figs. 17, 20, 24, 27) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
Veia Sc+R1 origina-se antes do ângulo costal da célula discal
da asa posterior (Figs. 18, 19, 21, 23, 25, 26) . . . . . . . . . . . . . . .
10
9. Asa anterior com duas manchas formadas por faixas castanhas
anastomosadas na margem costal (Figs. 4, 9, 13, 14). . . . . . . . .
11
Asa anterior com duas manchas distintas, totalmente castanhas
(Fig. 1); valva com um pequeno processo dorsal basal e um
processo apical ventral membranoso alongado (Fig. 28) . . . . . .
Cresera affinis
10. Asa anterior com a faixa castanha subapical que forma um
ângulo maior que 90o e com ornamentações poligonais brancas
brilhantes (Fig. 3, 12); unco fino e longo, de margens paralelas
e a base da valva muito estreita (Fig. 33, 49); saco com a
extremidade não arredondada; todos os tarsômeros com
106
coloração castanha presente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Asa anterior com a faixa castanha subapical que forma ângulo
maior que 90o e ornamentações poligonais com o interior com
uma mancha avermelhada distinta (Fig. 8); genitália masculina
com o unco curto e bastante intumescido nos dois terços basais;
saco longo com a extremidade anterior arredondada (Fig. 42);
tarsômeros com coloração variável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Cresera ockendeni
11. Asa anterior com as ornamentações poligonais com uma
mancha interna de escamas vermelhas concentradas; margem
externa com uma faixa castanha intermitente, reduzida a estrias
castanhas entre as partes terminais da venação (Fig. 9, 13, 14) .
13
Asa anterior com escamas vermelhas distribuidas
irregularmente no interior dos polígonos; margem externa com
uma faixa larga castanha contínua até o ápice (Fig. 4); alguns
exemplares podem apresentar uma mancha castanha na coxa;
genitália masculina com processo apical dorsal da valva muito
longo e fino, com pequena curvatura apical (Fig. 34); genitália
feminina com o antro afunilado e esclerotinizado, com
pequenas pregas no óstio (Fig. 59) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Cresera hieroglyphica
12. Asa anterior com duas manchas castanhas costais conspícuas
(Fig. 3); unco muito estreito e longo (Fig. 33); valva com
processo apical esclerotinizado muito pequeno, menor que o
processo apical membranoso (Fig. 33) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Cresera espiritosantensis
Asa anterior com duas ornamentações cruciformes castanhas na
margem (Fig. 12); margem costal da valva com processo
107
digitiforme grande, próximo à base dos processos apicais (Fig.
49) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Cresera similis
13 Vesica com duas placas de espinhos grandes e um espinho
pontiagudo e diferenciado, de base larga, sobre uma placa
esclerotinizada basal posicionada em um lóbulo distinto. Em
alguns exemplares esta placa basal pode apresentar outros
espinhos menores (Fig. 44) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Cresera optima
Vesica somente com duas placas de espinhos grandes, em que
não ocorre um espinho isolado, pontiagudo e diferenciado no
lóbulo (Fig. 13, 14, 50, 51) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Cresera tinguaensis
108
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1
2
3
4
5
6
7
8
Figuras 1-8. Cresera (Arctiidae, Arctiinae, Phaegopterini). 1, C. affinis macho, Vilhena, Rondônia;
2, C. annulata macho, Teresópolis, Rio de Janeiro; 3, C. espiritosantensis, fêmea, Linhares;
4, C. hieroglyphica fêmea, Belém, Pará; 5, C. ilioides macho, Linhares, Espírito Santo;
6, C. ilus macho, Fonte Boa Amazonas; 7, C. intensa macho, Pico da Neblina, Venezuela;
8, C. ockendeni macho, Cuzco, Peru.
113
9
10
11
12
13
14
15
16
Figuras 9-16. Cresera (Arctiidae, Arctiinae, Phaegopterini). 9, C. optima macho, Porto Velho, Rondônia;
10, C. silvestrii macho, Brasília, DF; 11, C. silvestrii fêmea, Brasília, DF; 12, C. similis macho,
Porto Velho, Rodônia; 13, C. tinguaensis macho Linhares, Espírito Santo; 14, C. tinguaensis fêmea,
Linhares, Espírito Santo; 15, Cresera sp. 1 macho, Costa Rica; 16, Cresera sp. 2. macho, Alagoas.
114
17
Sc R1R2R3R4
R5
M1
M2
M3
CuA1
CuA2
3A
Sc+R1
Rs
M1
M3
CuA1
CuA2
1A+2A3A 18
19
20
Figuras 17-20. Venação alar de Cresera. 17, C. affinis, Loreto, Peru; 18, C. annulata, Boracéia,
São Paulo, a venação alar de C. ilus, Cresera sp. 1, Cresera sp. 2 é idêntica a C. annulata;
19, C. espiritosantensis, Linhares, Espírito Santo; 20, C. hieroglyphica, Cuzco, Peru.
5 mm
115
21
22
margem costal
ápice
margem externa
ângulo anal
margem
posterior
célula discal
23
24
Figuras 21-24. Venação alar de Cresera. 21, C. ilioides, Benjamin Constant, Amazonas;
22, C. intensa, Loreto, Peru, asa posterior, asa anterior semelhante à asa de C. optima;
23, C. ockendeni, SM, Peru; 24, C. optima, Amazonas, Peru.
5 mm
116
25
26
27
Figuras 25-27. Venação alar de Cresera. 25, C. silvestrii, Formosa, Goiás;
26, C. similis, Madre de Dios, Peru; 27, C. tinguaensis, Petrópolis, Rio de Janeiro.
5 mm
117
unco
processo distal dorsal
processo distal ventral
valva
margem saccular
tegume
anellus
juxta
braço do saco
saco
1 mm
edeago
1 mm
espinhos
vesica
duto ejaculatório
Figuras 28-29. Genitália masculina de C. affinis, Marabá, Pará. 28, Vista ventral sem o edeago.
29. Edeago e estruturas associadas de C. affinis separado do restante da genitália.
29
28
118
32
33
30 31
Figuras 30-33. Genitália masculina de Cresera. 30, 31, C. annulata, Alto da Serra, São Paulo;
32, 33, C. espiritosantensis, Linhares, Espírito Santo.
1 mm
119
34
35
36 37
Figuras 34-37. genitália masculina de Cresera. 34, 35, C. hieroglyphica, Belém, Pará;
36, 37, C. ilioides, Linhares, Espírito Santo.
1 mm
120
38 39
40 41
Figuras 38-41. Genitália Masculina de Cresera. 38, 39, C. ilus, Fonte Boa, Amazonas;
40, 41, C. intensa, Pico da neblina, Venezuela.
1 mm
121
42
43
45
44
Figuras 42-45. genitália masculina de Cresera. 42, 43. C. ockendeni, SM, Peru;
44, 45, C. optima, Cacaulândia, Rondônia.
1 mm
122
46 47
48 49
Figuras 46-49. Genitália masculina de Cresera. 46, 47, C. silvestrii, Brasília, DF;
48, 49, C. similis, Marabá, Pará.
1 mm
123
53
50
51
52
Figuras 50-53. Genitália masculina de Cresera. 50, 51, C. tinguaensis Petrópolis, Rio de Janeiro;
52, 53, Cresera sp. 1. Costa Rica.
1 mm
124
Figuras 54-55. Genitália masculina de Cresera sp. 2, Ibateguara, Alagoas.
54
55
1 mm
125
tubérculos
espinhos
pequenos
56
antro
papila anal
1 mm
glândula glossiforme
duto
signo
bolsa copuladora
bolsa acessória
apófise posterior
Figura 56. Genitália feminina de C. affinis, Marabá, Pará. Nesta lâmina não é possível
visualizar as apófises anteriores (vista ventral).
126
Figuras 57-60. Genitália feminina de Cresera. 57, C. annulata, Petrópolis, Rio de Janeiro;
58, C. espiritosantensis, Linhares, Espírito Santo; 59, C. hieroglyphica, Belém, Pará;
60, C. ilus, Serra do Navio, Amapá (vista ventral).
57 59
59
58
60
1 mm
127
61
62
63
64
Figuras 61-64. Genitália feminina de Cresera. 61, C. ockendeni, Cuzco, Peru; 62, C. optima,
Vilhena, Rondônia; 63, C. silvestrii, Petrópolis, Rio de Janeiro; 64, C. similis, Marabá, Pará
(vista ventral).
1 mm
128
N
C. affinis
Figura 65. Distribuição geográfica de C. affinis.129
N
Cresera sp. 1
Cresera ilus
Cresera annulata
Cresera sp. 2
Figura 66. Distribuição geográfica de Cresera sp. 1, Cresera sp. 2, C. ilus, C. annulata.
130
N
C. ilioides
Figura 67. Distribuição geográfica de C. ilioides. 131
N
Figura 68. Distribuição geográfica de C. intensa e C. silvestrii.
C. silvestrii
C. intensa
132
N
C. optima
C. tinguaensis
Figura 69. Distribuição geográfica de C. optima e C. tinguaensis. 133
N
C. hieroglyphica
C. ockendeni
Figura 70. Distribuição geográfica de C. hieroglyphica e C. ockendeni. 134
N
C. similis
C. espiritosantensis
Figura 71. Distribuição geográfica de C. similis e C. espiritosantensis. 135
Article
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El género Cresera Schaus, 1894 consta de 12 especies, 8 de las cuales ocurren en Perú. Se proporciona una diagnosis de reconocimiento de las especies en base a los caracteres de coloración de las alas, dándose a conocer los patrones de distribuciones geográficas en el Perú.