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40ª Jornada SulBrasileira de Cirurgia Plástica – 2025 - Florianopolis SC Arq. Catarin. Med. 2025 abr; 54(1 Supl. 1): 14-18
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RESUMO EXPANDIDO
AMPLIANDO A INDICAÇAO DA FLANCOPLASTIA PARA CONTORNO CORPORAL
EXPANDING THE INDICATION OF FLANKOPLASTY FOR BODY CONTOURING
Hilario Santos do Carmo1
Hilario Santos de Camargo2
Enzo Lucca Abrão Juliato3
RESUMO
A flacidez de cintura e glúteos representa um desafio por décadas de grandes nomes da cirurgia
plástica mundial no contorno corporal de abdômen, flancos e glúteos. O objetivo deste estudo foi
ressaltar os resultados da flancoplastia, seja ela isolada ou associada a alguma correção do abdômen.
Em uma análise retrospectiva dos prontuários da clínica privada do autor, foram analisados 40
pacientes, de 2017 a 2025, sendo separados em 3 grupos. Grupo 1: flancoplastia (n=9); Grupo 2:
flancoplastia + correção de cicatriz abdominal (n=15) e Grupo 3: flancoplastia + abdominoplastia
(n=16). Houve hipertrofia cicatricial em 20%, seguido de seroma 15% e deiscência 12,5%. A
flancoplastia promove grandes resultados no contorno corporal, melhorando graus de celulite e
flacidez dos glúteos, representando uma valiosa técnica a ser promovida não só apenas entre as
pacientes pós bariátricas, mas também em pacientes pós gestação ou pós abdominoplastias.
Descritores: Contorno Corporal. Região Glútea. Grau de celulite
ABSTRACT
Waist and buttock flaccidity represents a challenge for decades by big names in world plastic surgery
in the body contouring of the abdomen, flanks and buttocks. The objective of this study was to
highlight the results of flankoplasty, whether alone or associated with some correction of the
abdomen. In a retrospective analysis of the medical records of the author's private clinic, 40 patients
were analyzed, from 2017 to 2025, being separated into 3 groups. Group 1: flankoplasty (n=9);
Group 2: flankoplasty + abdominal scar correction (n=15) and Group 3: flankoplasty +
abdominoplasty (n=16). There was scar hypertrophy in 20%, followed by seroma in 15% and
dehiscence in 12.5%. Flankoplasty promotes great results in body contouring, improving degrees of
cellulite and sagging buttocks, representing a valuable technique to be promoted not only among post-
bariatric patients, but also in post-pregnancy or post-abdominoplasty patients.
Keywords: Body Contouring. Buttocks. Cellulite.
INTRODUÇÃO
A flacidez de pele que pode existir na região do abdômen e flanco oriundos de grandes perdas
ponderais ou devido a estados pós-operatórios de lipoaspiração e abdominoplastia, representa uma
grande indicação para a cirurgia do contorno corporal denominada abdominoplastia circunferencial1-4.
1 Membro Titular SBCP. Clínica Privada - Curitiba - PR – Brasil. Email: hilariocarmo@msn.com
2 Estudante de Medicina. Pontifícia Universidade Católica do Paraná PUCPR, Curitiba, PR, Brasil. Email: hilario1311@gmail.com
3 Estudante de Medicina Pontifícia Universidade Católica do Paraná PUCPR, Curitiba, PR, Brasil. Email: enzoabrao@hotmail.com
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A possibilidade de poder melhorar tanto o abdômen, flacidez dos flancos, depósitos de gordura,
flacidez, estrias e celulite glútea num tempo cirúrgico só não representa nenhuma novidade técnica,
vistos que grandes nomes da cirurgia plástica mundial como os renomados professores Dr Ivo
Pitanguy5 Dr Mario González- Uloa6 e Dr Ricardo Baroudi7 já planejavam técnicas de flancoplastia,
respectivamente na década de 60 e 80, associadas a abdominoplastia.
OBJETIVO
Identificar o padrão de pacientes que procuraram realizar a cirurgia de flancoplastia na
experiência cirúrgica do autor, demonstrando as principais indicações da técnica, marcação cirúrgica,
assim como avaliação de complicações.
MÉTODO
No período de 2017 a 2025, realizou-se análise retrospectiva de 40 pacientes que fizeram a
cirurgia de flancoplastia, na clínica privada de um único cirurgião, autor deste trabalho. Todos os
pacientes realizaram assinatura de termo de consentimento cirúrgico e de participação em publicação
de trabalho científico, tomando devido cuidado com a integridade física e moral, sem expor áreas
íntimas, nem identificação do paciente, segundo a Lei Geral de Proteção de Dados. Os pacientes foram
separados em 3 grupos, conforme a cirurgia realizada, sendo assim: Grupo 1: apenas flancoplastia com
9 pacientes; Grupo 2: flancoplastia +correção de cicatriz abdominal com 15 pacientes e Grupo 3:
flancoplastia + abdominoplastia = 16 pacientes. Cada parâmetro do grupo geral de 40 pacientes foi
estudado com análise estatística para evidenciar relevância dos achados em cada Grupo. Todos os
pacientes receberam prevenção de tromboembolismo pulmonar. TÉCNICA CIRURGICA A marcação
da paciente em pé com 3 linhas verticais no dorso e 3 em cada lateral. A linha tracejada da posição
desejável da cicatriz dentro da marca do biquíni da paciente. A linha superior e paralela pouco acima
dessa tracejada, representa a linha superior da incisão e a linha inferior da incisão por deslizamento da
pele até atingir a tracejada. A cirurgia se inicia com a lipoaspiração de flancos. Realizada a incisão
superior da marcação e inferior até a fáscia muscular. Hemostasia e dreno de portovac 4,8 mm com
saída na frente. Sutura por planos. Enxerto glúteo é realizado após a sutura subdérmica estar
concluída. Paciente virada para decúbito dorsal, para seguir das etapas próprias de cada grupo. O
dreno foi retirado pela pube.
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RESULTADOS
Os achados gerais apresentados em valores do grupo total de 40 pacientes mostraram uma taxa
geral de infecção de 5%, taxa de deiscência cicatricial de 12,5% e seroma 15%. No período pós-
operatório foram analisados: uso de dreno; dias drenando; infecção; necrose; isquemia; deiscência;
seroma; hematoma; alargamento da cicatriz; hipertrofia da cicatriz; formação de queloide; necessidade
de reoperação. Não houve caso de tromboembolismo pulmonar no estudo. Nenhuma das complicações
apresentou diferença estatisticamente significativa entre os grupos (p > 0.05 em todas). Seroma foi
mais frequente no Grupo 3 (25%) em comparação aos demais. Hipertrofia da cicatriz foi mais evidente
no Grupo 2 (26,67%), mas também ocorreu no Grupo 3 (18,75%). Infecção apareceu apenas no Grupo
3 (12,5%). Análise Estatística da Melhora do Grau de Celulite. Houve redução significativa no grau de
celulite no grupo geral (p < 0.05). Escala de Nurnberger-Müller que foi utilizada para tal avaliação.
DISCUSSÃO
Com o aumento expressivo de pacientes com grandes perdas ponderais, criou-se a escala de
Pittsburgh8, classificando a flacidez como ausente, leve, moderada ou severa, o que permitiu a
aplicação de técnicas específicas para cada grau. A flancoplastia ressurgiu como procedimento de
destaque, especialmente em pacientes pós-bariátricos, sendo resgatadas abordagens clássicas já
consagradas na literatura1-6. Autores como Al Aly4 e Dennis Hurwitz8 defenderam abordagens
cirúrgicas combinadas para tratar simultaneamente abdome, púbis, flancos e glúteos. Este trabalho
enfatiza a experiência do autor com a flancoplastia não apenas em casos pós-bariátricos, mas também
em pacientes com queixas estéticas dos flancos, culotes e celulite, mesmo sem perda ponderal
significativa. A técnica foi aplicada, majoritariamente, em pacientes sem histórico de cirurgia
bariátrica, demonstrando sua versatilidade. A técnica preferida baseou-se nos princípios descritos por
Pascal e Louarn3, com modificações que permitiram maior simetria e reprodutibilidade. A
contribuição de Lockwood9 ao ancorar a fáscia superficial também foi incorporada à técnica adotada.
Nas complicações, os índices observados foram consistentes com a literatura: deiscência (até 25%),
seroma (15%), infecção (5%) e hipertrofia cicatricial (20%)11-13. Não foram observados casos de
trombose ou embolia pulmonar, reforçando a eficácia da rotina de profilaxia adotada. O principal
achado estatisticamente significativo (p).
CONCLUSÃO
Demonstrou-se que a flancoplastia pode ser usada não só para pacientes com grandes perdas
ponderais, mas também para pacientes já operadas de abdominoplastia, que podem se beneficiar desta
técnica e melhorar seus resultados de contorno corporal.
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massive weight loss patient. Plast Reconstr Surg. 2006;117:414
FIGURAS
Figura 1: Marcação: foto superior esquerda mostra as 3 linhas verticais
posteriores e as linhas horizontais da flancoplastia, linha cheia do corte e
tracejada representa suposta posição final desejada da cicatriz. Foto
superior direita na vista lateral mostra as linhas axilares posterior e anterior
em verde e a linha axilar média com uma dupla linha azul.
Gráfico Comparativo de Complicações por Grupo
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Figura 3: Paciente Grupo 1, com abdominoplastia prévia e realizou a
cirurgia de flancoplastia.
Figura 4: Paciente Grupo 2, onde realizou a flancoplastia com
revisão da cicatriz do abdômen inferior.
Figura 5: Paciente Grupo 3, fez abdominoplastia circunferencial.