As relações entre museu, universidade e escola, como parte da cultura, são ainda pouco estudadas, sobretudo no contexto das Ciências Físicas. Analisamos, em abordagem qualitativa, elementos museológicos (arquitetura; material documental, bibliográfico e instrumental; objetos científicos; mediação pedagógica) do Museu de Ciências do Observatório Astronômico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (MOA-UFRGS). Amparados nas discussões sobre as relações étnico-raciais, em referenciais teóricos da museologia e de outras ciências sociais e humanas, classificamos o MOA-UFRGS como um exemplo típico de museu colonial de ciências. Com base em questões históricas, de memória e de educação patrimonial, refletimos a partir da definição mais atual de museu, o papel dos museus de ciências na desarticulação do racismo epistêmico e do compromisso ético com epistemologias outras que são historicamente negligenciadas nas ciências. Respaldados na ideia de antimuseu, articulada pelo pensador africano Achille Mbembe, apresentamos uma proposta alternativa de narrativa museológica para o MOA-UFRGS que leva em conta perspectivas inclusivas e descolonizadoras da ciência.