ArticlePDF Available

Assistência Pré-Hospitalar à Pessoa Vítima de Trauma Alicerçada na Teoria de Conforto de Kolcaba

Authors:
  • Polytechnic University of Viseu, School of Health
pp. 1 - 5
Revista de Enfermagem Referência 2024, Série VI, n.º 4: e37070
DOI: 10.12707/RVI24.85.37070
Assistência Pré-Hospitalar à Pessoa Vítima de
Trauma Alicerçada na Teoria de Conforto de
Kolcaba
Pre-Hospital Care for Trauma Victims Based on Kolcaba’s eory of Comfort
Asistencia Prehospitalaria a Víctimas de Traumatismos Basada en la Teoría del
Confort de Kolcaba
REVISTA DE ENFERMAGEM REFERÊNCIA
homepage: https://rr.esenfc.pt/rr/
ISSNe: 2182.2883
ARTIGO TEÓRICO/ENSAIO
Como citar este artigo: Melo, F., Mota, M., Santos, M. R., & Branco, M. C. (2024). Assistência Pré-Hospitalar
à Pessoa Vítima de Trauma Alicerçada na Teoria De Conforto de Kolcaba. Revista de Enfermagem Referência,
6(4), e37070. https://doi.org/10.12707/RVI24.85.37070
Filipe Melo 1, 2, 3
https://orcid.org/0000-0001-7713-4371
Margarida Reis Santos 6, 3, 1
https://orcid.org/0000-0002-7948-9317
Miguel Castelo Branco 7, 8
https://orcid.org/0000-0002-6191-5912
Mauro Mota 4, 3, 5
https://orcid.org/0000-0001-8188-6533
1 Universidade do Porto, Instituto de
Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS),
Porto, Portugal
2 Centro de Competências de
Envelhecimento Ativo, Loulé, Portugal
3 Universidade do Porto, Centro de
Investigação em Tecnologias e Serviços de
Saúde, (CINTESIS), Porto, Portugal
4 Instituto Politécnico de Viseu, Escola
Superior de Saúde de Viseu, Viseu, Portugal
5 Escola Superior de Enfermagem
de Coimbra (ESEnfC), Unidade de
Investigação em Ciências da Saúde:
Enfermagem (UICISA: E), Coimbra,
Portugal
6 Escola Superior de Enfermagem do Porto,
Porto, Portugal
7 Universidade da Beira Interior, Faculdade
de Ciências da Saúde, Covilhã, Portugal
8 Centro Académico Clínico das Beiras,
Covilhã, Portugal
Resumo
Enquadramento: Os desconfortos físico, emocional e psicológico das vítimas de trauma no pré-hospi-
talar são frequentemente negligenciados, com foco apenas no ABCDE e na dor aguda. Uma abordagem
mais abrangente ao desconforto é essencial para um cuidado humanizado às vítimas de trauma em
contexto pré-hospitalar.
Objetivo: Analisar criticamente a Teoria do Conforto de Kolcaba na gestão do desconforto durante o
socorro pré-hospitalar a vítimas de trauma.
Discussão: A Teoria do Conforto de Kolcaba é valiosa para os cuidados de enfermagem no pré-hos-
pitalar, abrangendo conforto físico, emocional e espiritual. Baseada nos tipos de conforto — alívio,
tranquilidade e transcendência — a teoria propõe avaliação holística, comunicação empática, apoio
psicológico, respeito espiritual, ambiente confortável e continuidade do cuidado. Isso permite cuidados
abrangentes e centrados na pessoa, promovendo recuperação humanizada em emergências pré-hospitalares.
Conclusão: A Teoria do Conforto de Kolcaba orienta prossionais de saúde na melhoria da recuperação
física, emocional e espiritual das vítimas de trauma, proporcionando uma abordagem humanizada e
completa em emergências extra-hospitalares.
Palavras-chave: teoria de enfermagem; modelos de enfermagem; enfermagem; assistência pré-hospitalar;
conforto do paciente; trauma
Abstract
Background: e physical, emotional, and psychological discomfort of pre-hospital trauma victims
is often neglected by focusing only on the ABCDE approach and acute pain. A more comprehensive
approach to discomfort is essential for humanizing the care of trauma victims in pre-hospital settings.
Objective: To critically analyze Kolcaba’s theory of comfort in the management of discomfort in the
pre-hospital care of trauma victims.
Discussion: Kolcaba’s theory of comfort is valuable for pre-hospital care, covering physical, emotional,
and spiritual comfort. Based on the types of comfort - relief, ease, and transcendence - the theory
suggests holistic assessment, empathic communication, psychological support, spiritual respect, a
comfortable environment, and continuity of care. is allows for comprehensive, person-centered care
that promotes humanized recovery in pre-hospital emergencies.
Conclusion: Kolcaba’s theory of comfort guides healthcare professionals in improving the physical,
emotional, and spiritual recovery of trauma victims by providing a humanized and comprehensive
approach to pre-hospital emergencies.
Keywords: nursing theory; models, nursing; nursing; prehospital care; patient comfort; trauma
Resumen
Marco contextual: El malestar físico, emocional y psicológico de las víctimas de traumatismos en
el entorno prehospitalario suele descuidarse y se centra únicamente en el ABCDE y el dolor agudo.
Es esencial adoptar un enfoque más integral del malestar para ofrecer una atención humanizada a las
víctimas de traumatismos en el entorno prehospitalario.
Objetivo: Analizar críticamente la teoría del confort de Kolcaba en la gestión del malestar durante la
atención prehospitalaria a víctimas de traumatismos.
Discusión: La teoría del confort de Kolcaba es valiosa para los cuidados de enfermería prehospitala-
rios, ya que abarca el confort físico, emocional y espiritual. Basada en los tipos de confort —alivio,
tranquilidad y trascendencia—, la teoría propone la evaluación holística, la comunicación empática, el
apoyo psicológico, el respeto espiritual, el entorno confortable y la continuidad de los cuidados. Esto
permite una atención integral y centrada en la persona, que promueve una recuperación humanizada
en las urgencias prehospitalarias.
Conclusión: La teoría del confort de Kolcaba guía a los profesionales sanitarios en la mejora de la
recuperación física, emocional y espiritual de las víctimas de traumatismos y proporciona un enfoque
humanizado y completo en las urgencias extrahospitalarias.
Palabras clave: teoría de enfermería; modelos de enfermería; enfermería; atención prehospitalaria;
comodidad del paciente; trauma
Autor de correspondência
Filipe Correia de Melo
E-mail: l_cm@hotmail.com
Recebido: 14.08.24
Aceite: 06.01.25
2
Melo, F. et al.
Revista de Enfermagem Referência 2024, Série VI, n.º 4: e37070
DOI: 10.12707/RVI24.85.37070
Introdução
As vítimas de trauma socorridas no pré-hospitalar repor-
tam frequentemente diferentes tipos de desconfortos, que
podem ser físicos, emocionais e psicológicos. Diagnosticá-
-los e denir planos de intervenção especícos e dirigidos
a cada um é essencial para fornecer um atendimento ecaz
(Mota, Santos et al., 2022). A comunidade cientíca e
clínica, cada vez mais, tende a apontar outros focos de
sofrimento além da dor aguda, que se assumia, até há
bem pouco tempo, como a principal entidade nosológica
causadora de desconforto nas vítimas de trauma (Mota
et al., 2024).
A dor é um conceito subjetivo, complexo e com várias
dimensões, sendo denida como uma experiência sensorial
desagradável, associada a danos reais ou potenciais nos
tecidos (Yam et al., 2018). Mais de 70% das vítimas de
trauma socorridas no pré-hospitalar relatam dor aguda
e aproximadamente metade descrevem a intensidade da
dor como igual ou superior a 7 numa escala de 0 a 10
(Mota, Cunha et al., 2022) Além da dor, as vítimas de
trauma socorridas no pré-hospitalar também podem
enfrentar desconfortos adicionais, como o causado pelo
frio, o desconforto associado à imobilização e, sofrimento
psicológico, incluindo medo, ansiedade e tristeza (Mota
et al., 2023). Estudos recentes, que exploraram a relação
entre a dor aguda no trauma e as outras modalidades
de desconforto, concluíram que vítimas imobilizadas
e vítimas com sensação de desconforto provocado pelo
frio, tristeza ou medo, tendem a apresentar níveis de dor
mais elevados (Mota et al., 2023).
O atendimento pré-hospitalar a vítimas de trauma é um
desao complexo que vai além da gestão de uma abor-
dagem ABCDE, deve atender ao tratamento da dor, ao
desconforto provocado pelo frio e pela imobilização, ao
medo, à ansiedade e a outras entidades que frequente-
mente atentam ao conforto da pessoa vítima de trauma
socorrida no pré-hospitalar (Mota et al., 2023). Assim,
torna-se determinante a operacionalização de um modelo
teórico de enfermagem que dê ferramentas para potenciar
a ecácia da gestão do desconforto nas vítimas de trauma.
Os modelos teóricos de enfermagem que foram opera-
cionalizados para a prática clínica dos enfermeiros pré-
-hospitalares durante o socorro às vítimas de trauma
assentaram o seu foco essencialmente na gestão da insta-
bilidade hemodinâmica e controlo hemorrágico (Mota et
al., 2019). Teoria do Conforto de Kolcaba, desenvolvida
por Katharine Kolcaba, é uma estrutura conceptual que
visa melhorar a qualidade dos cuidados de enfermagem,
sendo o conforto o conceito teórico central na satisfação
(ativa, passiva ou cooperativa) das necessidades humanas
básicas, baseada em três tipos de conforto: alívio, tran-
quilidade e transcendental (Kolcaba, 1994). Este modelo
conceptual tem sido adaptado a diversos enquadramentos
clínicos (Lin et al., 2023) todavia, acreditamos que a sua
utilização para a denição de um modelo de cuidados
no atendimento a vítimas de trauma nos cuidados pré-
-hospitalares pode constituir-se como uma importante
ferramenta para melhorar a qualidade no socorro. Assim,
deniu-se como objetivo para esta investigação analisar
criticamente a Teoria do Conforto de Kolcaba na gestão
do desconforto durante o socorro pré-hospitalar a vítimas
de trauma.
Desenvolvimento
A análise reexiva da Teoria do Conforto de Kolcaba,
no âmbito da gestão do desconforto no socorro às pes-
soas vítimas de trauma, teve como suporte o método de
análise crítica de Chinn et al. (2022), primeiro, com a
descrição da teoria, tendo em consideração o objeto pelo
qual será operacionalizado, conceitos, denições, relações,
estrutura e pressupostos, e, segundo, com uma reexão
crítica, considerando os componentes Importância e Apli-
cabilidade do modelo para que a teoria esteja ligada com
a importância clínica e aplicação na prática prossional.
Descrição da teoria
O conceito conforto reúne diferentes perspetivas à luz das
diferentes teorias de enfermagem, contudo consideramos
que é nas teorias de Leininger, de Watson, de Morse e
de Kolcaba que encontra maior robustez. Para Watson e
Leininger o cuidar tem uma importância central e o con-
forto é um dos seus componentes, enquanto para Morse
o cuidar é um construto do conforto, que carece das ações
dos enfermeiros. Todavia, não se vê explorada, à luz desta
teoria, a avaliação desses mesmos resultados. Kolcaba, por
outro lado, defende que se deve estudar o processo do
conforto com a avaliação dos resultados, assente na sua
conceptualização e operacionalização (Apóstolo, 2009).
A Teoria do Conforto de Kolcaba propõe uma aborda-
gem holística e multidimensional para compreender e
promover o bem-estar das pessoas cuidadas (Castro et
al., 2021). Dene conforto como um estado em que
estão satisfeitas as necessidades de alívio, tranquilidade e
transcendência nos contextos físico, psicoespiritual, social
e ambiental (Kolcaba, 2003). Kolcaba criou um quadro
conceptual para mostrar como a sua teoria se enquadra
no uxo de cuidados no contexto da prática e descreve-o
como o produto de uma prática de enfermagem holística
(Kolcaba, 2003). A teoria conceptualiza o conforto como
sendo um estado complexo que abrange as dimensões
física, psicológica, social e espiritual (Kolcaba, 1994).
Elenca três tipos de conforto: conforto alívio, relaciona-
do com a redução ou eliminação do desconforto físico;
conforto tranquilidade, direcionado para a promoção de
um ambiente que proporcione tranquilidade e bem-estar
psicológico; e conforto transcendental que promove o
propósito e a paz espiritual (Kolcaba, 2003). Alicerça-se,
ainda, em quatro dimensões fundamentais, (1) a Física, no
alívio básico do corpo; (2) a Psicológica e Espiritual, pelo
equilíbrio mental e emocional, na procura de propósito
e signicado da vida; (3) a Social, patente nas relações
interpessoais e no apoio social e, por m, (4) a Ambiental
(Gaibor et al., 2021).
O conforto físico está relacionado com factores siológicos
como o repouso e o relaxamento, as respostas à doença, a
nutrição e a homeostasia ou até à própria dor, sendo aliás,
esta, um dos principais fatores que comprometem o con-
3
Melo, F. et al.
Revista de Enfermagem Referência 2024, Série VI, n.º 4: e37070
DOI: 10.12707/RVI24.85.37070
forto físico (Kolcaba, 1994). O conforto psicoespiritual
incopora a vertente mental e espiritual, as emoções que
denem o sentido de vida do indivíduo, como a auto-
estima, o auto-conceito e a auto-consciência (Kolcaba,
2003). O conforto social está associado ao ambiente social
e cultural da pessoa, com respeito pelas tradições, hábitos
e crenças religiosas da pessoa e família e estende-se desde
a oferta de serviços de apoio nanceiro, ao planeamento
da alta e/ou sua preparação até aos cuidados no domicílio
(Kolcaba, 1994, 2003). Por último, o conforto ambiental
está relacionado com o ambiente externo do indivíduo,
como a luz, o ruído, a temperatura ou a segurança do
ambiente (Kolcaba, 2001).
O impacto da Teoria de Conforto de Kolcaba foi signi-
cativo na prática de enfermagem, inuenciando a forma
como os enfermeiros abordam o cuidado centrado na
pessoa. Contribuiu, por isso, de forma decisiva para a
promoção de uma abordagem holística e compassiva no
campo do cuidar, destacando a importância de considerar
não apenas a dimensão física, mas também as necessidades
emocionais, sociais e espirituais das pessoas durante o
processo de cuidado (Bice & Bramlett, 2019). Este mo-
delo de cuidados tem vindo a ser aplicado em diferentes
contextos clínicos, em diferentes tipologias de doentes,
desde a pediatria oncológica (Ebrahimpour & Hoseini,
2018), até à ginecologia e tecnologias de reprodução
assistida (Schoener & Krysa, 1996) e à geriatria (Oliveira
et al., 2020).
A denição de conforto é complexa e difícil de concep-
tualizar, no entanto, é, desde há muito, o mais elementar
dos objetivos dos cuidados de saúde, sendo entendido
como o oposto de entidades nosológicas como a dor ou
quaisquer outras fontes de desconforto (Gonzalez-Baz et
al., 2023). O conforto, enquanto antítese do desconforto,
alencado nas quatro independentes mas complementares
estruturas, é objetivo dos cuidados de enfermagem em
todos os contextos clínicos e, como tal, e também, no
socorro de vítimas de trauma na emergência pré-hospitalar.
Reexão crítica
A prestação de cuidados pré-hospitalares às pessoas vítimas
de trauma deve atender não apenas a uma abordagem
ABCDE, normalmente com foco na estabilidade hemo-
dinâmica e controlo de hemorragias, determinantes para
a sobrevida da pessoa, mas também, e porque a saúde é
mais que a ausência de doença, ao alívio do sofrimento,
independentemente da sua origem, seja ele dor aguda,
desconforto provocado pelo frio ou pela imobilização,
ansiedade ou tristeza (Mota et al., 2023).
A aplicação da Teoria do Conforto de Kolcaba, no con-
texto pré-hospitalar, a pessoas vítimas de trauma, deve
envolver a integração de estratégias e abordagens que
abranjam os três tipos de conforto: alívio, tranquilidade
e transcendental (Kolcaba, 2003).
O conforto de alívio, nas pessoas vítimas de trauma,
que é experimentado quando um estado especíco de
desconforto é aliviado, pode ser conseguido através da
administração de diversas medidas, tais como: medidas
analgésicas farmacológicas e não farmacológicas, que
diminuam a dor física aguda; redução, estabilização e
imobilização dos membros com fraturas, que minimizem
o desconforto físico (Mota et al., 2024); ou aquecimento
com medidas ativas e passivas a pessoas em hipotermia,
que diminuíam o desconforto provocado pelo frio (Mota
et al., 2021).
A dimensão Psicológica e espiritual exige, também, uma
abordagem multidisciplinar. Dado que o contexto clínico
em que a pessoa vítima de trauma se encontra pode ser
revestido por grande hostilidade (Mota et al., 2019), re-
querem-se intervenções de cariz mais especico, dirigidas
para a gestão da ansiedade e do medo (Mota et al., 2023),
que podem ser conseguidas com técnicas comunicacionais
ajustadas, baseadas, por exemplo, em informações claras e
compreensíveis sobre a situação de saúde da pessoa, com
o objetivo de proporcionar alívio psicológico e espiritual
(Eadie et al., 2013).
A dimensão Ambiental pode ser assegurada pela promoção
de um ambiente calmo e confortável, onde se consiga
gerir a temperatura ambiente (ambulância, por hipótese),
reduzir ruídos desnecessários, proporcionando o alívio
que o ambiente ameaça (Péculo-Carrasco et al., 2020).
Respeitar os valores, as questões culturais e a condição
social da vítima é basilar para que se consiga criar um
ambiente de conança e segurança entre enfermeiro e a
pessoa vítima de trauma, permitindo, entre outros, que a
dimensão social seja respeitada (Bergstrom et al., 2018).
O conforto de tranquilidade assenta na sensação de tran-
quilidade e de satisfação, e na sua dimensão física podem
ser implementadas técnicas de posicionamento para evitar
desconforto adicional, oferecendo apoio postural e con-
forto físico durante o transporte e/ou imobilização (Mota
et al., 2019; Mota, Cunha et al., 2022) Já na dimensão
Psicológica e Espiritual do conforto tranquilidade, a em-
patia e a escuta ativa são ferramentas que permitem que
a pessoa expresse as suas preocupações e desconfortos,
enquanto facilitar a comunicação entre a pessoa e a sua
família é elementar para garantir o apoio social necessário,
promovendo a sua dimensão social (Müller et al., 2023).
A criação de um ambiente tranquilo e acolhedor, com
iluminação suave e controle de estímulos externos, per-
mitindo que a pessoa se sinta mais relaxada e confortável
durante a prestação de cuidados pré-hospitalares permite
controlar a dimensão ambiental (Péculo-Carrasco et al.,
2020).
O conforto de transcendência, que é a capacidade de
superar problemas ou dor, requer, também, uma aborda-
gem multidisciplinar, capaz de ser representativa, que dê
resposta à dimensão física, através de técnicas especicas de
controlo respiratório e técnicas de relaxamento muscular
(Miri et al., 2023), na dimensão Psicológica e Espiritual,
com a criação de um espaço seguro e próprio para mo-
mentos de reexão e de busca de signicado (Goldin et
al., 2023). Na dimensão Ambiental deve promover-se o
apoio social e a interação com a família e amigos, criar-se
um ambiente de paz e serenidade, com elementos naturais
e acolhedores, ajudar a pessoa a fazer a transição para
a sua situação atual e encontrar conforto e esperança
(Nascimento et al., 2023).
Ao abordar as necessidades de conforto das pessoas vítimas
de trauma nos cuidados pré-hospitalares com base na
4
Melo, F. et al.
Revista de Enfermagem Referência 2024, Série VI, n.º 4: e37070
DOI: 10.12707/RVI24.85.37070
Teoria do Conforto de Kolcaba, será possível melhorar
a experiência da pessoa, promovendo não apenas a sua
recuperação física, mas também o seu bem-estar emo
-
cional e espiritual. Isso contribuirá para uma aborda-
gem mais abrangente e humanizada no atendimento das
pessoas vítimas de trauma em situações de emergência
pré-hospitalar (Goldin et al., 2023). Ao integrar estas es-
tratégias, os enfermeiros do pré-hospitalar podem oferecer
um atendimento mais abrangente e centrado na pessoa,
alinhado com os princípios da Teoria do Conforto de
Kolcaba. A adoção dos princípios orientadores da teoria
visa não apenas tratar as lesões físicas, mas também abor-
dar as necessidades emocionais, psicológicas e espirituais
das pessoas vítimas de trauma, contribuindo para uma
abordagem holística e uma recuperação mais completa
e humanizada.
Conclusão
Tendo em conta os desaos complexos enfrentados na
prestação de cuidados a pessoas vítimas de trauma no
pré-hospitalar, a abordagem carece de reforçar variáveis
emocionais e psicológicas responsáveis, também, por
desconforto, além das variáveis de cariz físico e mais
facilmente mensuráveis. Neste contexto, a Teoria do Con-
forto de Kolcaba emerge como uma valiosa estrutura
conceptual, identicando o conforto como o resultado
fundamental e desejável, fruto da resposta a diferentes
entidades nosológicas.
A teoria baseada nos princípios de alívio, tranquilidade e
transcendentalidade, pode assumir-se como uma estrutura
valiosa para orientar a prática clínica dos enfermeiros no
socorro a pessoas vítimas de trauma. A sua aplicação na
prestação de cuidados no pré-hospitalar pode constituir-se
como uma mais-valia para a recuperação física e para o
bem-estar emocional e espiritual das pessoas.
A integração prática da teoria envolve a adoção de estraté-
gias especícas, desde a avaliação holística, passando pelo
desenvolvimento de novas ferramentas de diagnóstico,
à criação de ambientes confortáveis e à promoção da
continuidade do cuidado. Essas práticas, alinhadas com
os princípios da Teoria do Conforto de Kolcaba, podem
capacitar os enfermeiros do pré-hospitalar a oferecer um
atendimento centrado na pessoa, reconhecendo e respon-
dendo às necessidades físicas, emocionais e espirituais
das pessoas vítimas de trauma. Ao fazê-lo, a recuperação
mais completa e humanizada pode ser potenciada, mol-
dando um novo paradigma no cuidado de emergência
extra-hospitalar.
Contribuição de autores
Conceptualização: Melo, F., Mota, M., Santos, M. R.,
Branco, M. C.
Tratamento de dados: Melo, F., Mota, M.
Análise formal: Melo, F., Mota, M., Santos, M. R.
Investigação: Melo, F., Mota, M., Santos, M. R., Branco,
M. C.
Metodologia: Melo, F., Mota, M., Santos, M. R.
Administração do projeto: Santos, M. R., Branco, M. C.
Recursos: Melo, F., Mota, M.
Software: Melo, F., Mota, M.
Supervisão: Santos, M. R., Branco, M. C.
Validação: Santos, M. R., Branco, M. C.
Visualização: Santos, M. R., Branco, M. C.
Redação - rascunho original: Melo, F., Santos, M. R.,
Branco, M. C.
Redação - análise e edição: Melo, F., Santos, M. R., Bran-
co, M. C.
Referências bibliográcas
Apóstolo, J. L. (2009). O conforto nas teorias de enfermagem–análise
do conceito e signicados teóricos. Revista de Enfermagem Referên-
cia, 2(9), 61-67. https://rr.esenfc.pt/rr/index.php?module=rr&-
target=publicationDetails&pesquisa=&id_artigo=2133&id_re
-
vista=4&id_edicao=26
Bergstrom, A., Hakansson, A., Stomberg, M. W., & Bjersa, K. (2018).
Comfort theory in practice-nurse anesthetists’ comfort measures
and interventions in a preoperative context. Journal of Perianes-
thesia Nursing, 33(2), 162-171. https://doi.org/10.1016/j.jop-
an.2016.07.004
Bice, A. A., & Bramlett, T. (2019). Teaching nurses from a holistic
comfort perspective. Holistic Nursing Practice, 33(3), 141-145.
https://doi.org/10.1097/HNP.0000000000000325
Castro, M., Fuly, P., Santos, M., & Chagas, M. C. (2021). Total
pain and comfort theory: Implications in the care to patients
in oncology palliative care. Revista Gaúcha de Enfermagem, 42,
e20200311. https://doi.org/10.1590/1983-1447.2021.20200311
Chinn, P. L., Kramer, M. K., & Sitzman, K. (2022). Knowledge
development in nursing: eory and process (11th ed.). Elsevier.
Eadie, K., Carlyon, M. J., Stephens, J., & Wilson, M. D. (2013).
Communicating in the pre-hospital emergency environment. Aus-
tralian Health Review, 37(2), 140-146. https://doi.org/10.1071/
AH12155
Ebrahimpour, F., & Hoseini, A. S. (2018). Suggesting a practical
theory to oncology nurses: Case report of a child in discom-
fort. Journal of Palliative Care, 33(4), 194-196. https://doi.
org/10.1177/0825859718763645
Gaibor, D. M., Auquilla, J. Y., Sinche, N. P., & Paredes, N. V. (2021).
Stories of the elderly in relation to Katharine Kolcaba’s theory
(Chillanes-Ecuador). Journal of Advanced Pharmacy Education
& Research, 11(1), 48-52. https://doi.org/10.51847/rl1a4hm
Goldin, D., Maltseva, T., Scaccianoce, M., & Brenes, F. (2023).
Holistic psychosocial approaches in the care of hispanic victims
of trauma: An overview.Journal of Holistic Nursing,41(1), 7-16.
https://doi.org/10.1177/08980101221083162
Gonzalez-Baz, M. D., Pacheco del Cerro, E., Ferrer-Ferrándiz, E.,
Araque-Criado, I., Merchán-Arjona, R., Rubia Gonzalez, T., &
Moro Tejedor, M. N. (2023). Psychometric validation of the
Kolcaba general comfort questionnaire in critically ill patients. Aus-
tralian Critical Care, 36(6), 1025-1034. https://doi.org/10.1016/j.
aucc.2022.12.013
Kolcaba, K. (2001). Evolution of the mid range theory of comfort
for outcomes research. Nursing Outlook, 49(2), 86-92. https://
doi.org/10.1067/mno.2001.110268
Kolcaba, K. (2003). Comfort theory and practice: A vision for holistic
health care and research. Springer Publishing Company.
Kolcaba, K. Y. (1994). A theory of holistic comfort for nursing.
5
Melo, F. et al.
Revista de Enfermagem Referência 2024, Série VI, n.º 4: e37070
DOI: 10.12707/RVI24.85.37070
Journal of Advanced Nursing, 19(6), 1178-1184. https://doi.
org/10.1111/j.1365-2648.1994.tb01202.x
Lin, Y., Zhou, Y., & Chen, C. (2023). Interventions and practices
using comfort theory of Kolcaba to promote adults’ comfort:
An evidence and gap map protocol of international eectiveness
studies. Systematic Reviews, 12(33), 1-10. https://doi.org/10.1186/
s13643-023-02202-8
Miri, S., Hosseini, S. J., Vajargah, P. G., Firooz, M., Takasi, P., Mollaei,
A., Ramezani, S., Tolouei, M., Zeydi, A. E., Osuji, J., Farzan, R.,
& Karkhah, S. (2023). Eects of massage therapy on pain and
anxiety intensity in patients with burns: A systematic review and
meta-analysis.International Wound Journal,20(6), 2440-2458.
https://doi.org/10.1111/iwj.14089
Mota, M., Cunha, M., Santos, E., Abrantes, T., Melo, F., Monteiro,
M., & Santos, M. R. (2022). Prehospital interventions to reduce
discomfort caused by immobilization in adult trauma victims: A
scoping review protocol. JBI Evidence Synthesis, 20(11), 2743-
2750. https://doi.org/10.11124/JBIES-22-00021
Mota, M., Cunha, M., Santos, M. R., Silva, D., & Santos, E. (2019).
Non-pharmacological interventions for pain management in adult
victims of trauma: A scoping review protocol. JBI Database of
Systematic Reviews and Implementation Reports, 17(12), 2483-2490.
https://doi.org/10.11124/JBISRIR-2017-004036
Mota, M., Melo, F., Castelo-Branco, M., Campos, R., Cunha, M., &
Santos, M. R. (2024). Construction of the discomfort assessment
scale for immobilized trauma victims (DASITV).International
Emergency Nursing,76(101501), 1-9. https://doi.org/10.1016/j.
ienj.2024.101501
Mota, M., Melo, F., Henriques, C., Matos, A., Castelo-Branco, M.,
Monteiro, M., Cunha, M., & Santos, M. R. (2023). e re-
lationship between acute pain and other types of suering in
pre-hospital trauma victims: An observational study. International
Emergency Nursing, 71(101375), 2-6. https://doi.org/10.1016/j.
ienj.2023.101375
Mota, M., Santos, M. R., Santos, E., Henriques, C., Matos, A., &
Cunha, M. (2022). Tratamento pré-hospitalar da dor traumá-
tica aguda: Um estudo observacional. Acta Paulista de Enfer-
magem, 35, eAPE039001834. https://doi.org/10.37689/acta
-
-ape/2022AO001834
Mota, M., Santos, M. R., Santos, E., Henriques, C., Matos, A.,
& Cunha, M. (2021). Trauma prehospital hypothermia pre-
vention and treatment: An observational study. Journal of
Trauma Nursing, 28(3), 194-202. https://doi.org/10.1097/
JTN.0000000000000583
Müller, F., Schröder, D., & Noack, E. M. (2023). Overcoming lan-
guage barriers in paramedic care with an app designed to improve
communication with foreign-language patients: Nonrandomized
controlled pilot study.JMIR Formative Research,7, e43255. https://
doi.org/10.2196/43255
Nascimento, B. A., Lima, D. M., & Passos, S. G. (2023). Humanização
da assistência de enfermagem na unidade de terapia intensiva.
Revista JRG de Estudos Acadêmicos, 6(13), 2024-2032. https://
revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/815
Oliveira, S. M., Costa, K. N., Santos, K. F., Oliveira, J. S., Pereira,
M. A., & Fernandes, M. G. (2020). Comfort needs as perceived
by hospitalized elders: An analysis under the light of Kolcaba’s
theory. Revista Brasileira de Enfermagem, 73(suppl 3), e20190501.
https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0501
Péculo-Carrasco, J. -A., Sola, H., Casal-Sánchez, M. -M., Rodríguez-
-Bouza, M., Sánchez-Almagro, C. -P., & Failde, I. (2020). Feeling
safe or unsafe in prehospital emergency care: A qualitative study
of the experiences of patients, carers and healthcare professionals.
Journal of Clinical Nursing, 29(23-24), 4720-4732. https://doi.
org/10.1111/jocn.15513
Schoener, C. J., & Krysa, L. W. (1996). e comfort and discomfort of
infertility. Journal of Obstetric Gynecologic & Neonatal Nursing, 25(2),
167-172. https://doi.org/10.1111/j.1552-6909.1996.tb02421.x
Yam, M. F., Loh, Y. C., Tan, C. S., Adam, S. K., Manan, N. A., &
Basir, R. (2018). General pathways of pain sensation and the
major neurotransmitters involved in pain regulation. Interna-
tional Journal of Molecular Sciences, 19(8), 2164. https://doi.
org/10.3390/ijms19082164
ResearchGate has not been able to resolve any citations for this publication.
Article
Full-text available
Background: Immobilization is an intervention widely administered to trauma victims and aims to reduce the victim’s movements, ensuring the alignment of anatomical structures suspected of being injured. Despite the benefits of immobilization, it is responsible for the occurrence of pressure injuries, increases in intercranial pressure, pain, and discomfort. Aim: To develop an instrument to assess the discomfort caused by immobilization in trauma victims - Discomfort Assessment Scale for Immobilized Trauma Victims (DASITV). Methods: A sequential mixed-methods design was used, divided into three distinct but complementary phases: (1) Conceptualization Phase - Construction of the DASITV; (2) Focus Group with a Panel of ten Technical Experts in the care of immobilized trauma victims to approve the DASITV proposal; (3) Acceptance of the scale proposal using a modified e-Delphi technique with 30 pre-hospital health professionals. Results: The first phase led to the construction of a scale made up of two sub-scales. The Numerical Discomfort Scale assesses the level of discomfort the person reports from 0 to 10, with 0 being no discomfort and 10 being maximum discomfort. The second evaluation parameter gives the level of pressure in mmHg that the body exerts on the surface where it is immobilized. The combined interpretation of these two sub-scales leads to 4 different possibilities - ordered by level of severity. The Focus Group made it possible to improve the scale, with input from the group of experts and, using the modified e-Delphi technique, a wider group of professionals showed agreement with the DASITV. Conclusion: This study allowed us to propose a preliminary scale to assess the discomfort felt by victims of trauma caused by immobilization.
Article
Full-text available
Background: Acute pain is an important complaint reported by trauma victims, however, the relationship betweenit and other types of discomfort, such as discomfort caused by cold, discomfort caused by immobilization, andpsychological distress such as fear, anxiety, and sadness is limitedly studied and documented.Aim: To assess the relationship between acute trauma pain and other types of suffering in pre-hospital traumavictims.Methods: This is a prospective multicentre cohort study conducted in Immediate Life Support Ambulances inPortugal. All adult trauma victims with a mechanism of blunt and penetrating injuries, falls, road accidents andexplosions, were included.Results: 605 trauma victims were included, mainly male, with a mean age of 53.4 years. Before the interventionof the rescue teams, 90.5 % of the victims reported some level of pain, 39.0 % reported discomfort caused bycold, while 15.7 % felt fear, 8.4 % sadness, 49.8 % anxiety and 4.5 % apathy. Victims with high discomfortcaused by cold tend to have higher pain levels. Significantly higher pain intensity were observed in victims withfear and anxiety. Univariate and multivariate analysis indicates that immobilization is associated with increasedpain levels.Conclusions: There is a statistically significant relationship between acute trauma pain, anxiety, fear, cold andimmobilization.
Article
Full-text available
Background: Communication across language barriers is a particular challenge for health care providers. In emergency medical services, interpreters are mostly not available on rescue scenes, which jeopardizes safe and high-quality medical care. In a cocreative process together with paramedics and software designers, we developed a fixed-phrase translation app with 600 phrases and 18 supported languages that supports paramedics when providing care to foreign-language patients. This paper reports on the results of a pilot study to evaluate the app's effect on paramedic-patient communication. Objective: This study aims to gain insights into the efficacy and feasibility of a multilingual app that helps paramedics to communicate with patients who are not proficient in the local language. Methods: A 3-armed nonrandomized interventional pilot study was conducted in 4 rescue stations in the German Federal State of Lower Saxony: 3 rural areas and 1 in urban environment. The intervention group comprised rescue missions with patients with limited German language proficiency (LGP) with whom the app was used; control group 1 comprised LGP patients without app usage; and control group 2 consisted of rescue missions with German-speaking patients. For each rescue operation with LGP patients, paramedics filled out questionnaires about the communications with patients. From standardized Rescue Service Case Protocols, we extracted information on patient demographics (age and sex), clinical aspects (preliminary diagnosis and Glasgow Coma Scale), and rescue operation characteristics (time spent on emergency scene and additional dispatch of emergency physicians). The primary outcome was the paramedics' perceived quality of communication with LGP patients. The secondary outcome was the ability to obtain necessary information from patients and the ability to provide important information to patients. A linear regression model was applied to assess the impact of the app on perceived communication, controlling demographic factors, and severity of illness. Results: A total of 22 LGP patients were recruited into the intervention group and 122 into control group 1. The control group 2 included 27,212 German-speaking patients. LGP patients were more than 2 decades younger than German-speaking patients. App usage among LGP patients was associated with higher perceived overall quality of communication (0.7 points on a 5-point Likert scale, P=.03). Applying a linear regression model controlling for age, sex, and Glasgow Coma Scale, the quality of communication was associated with an increase of 0.9 points (95% CI 0.2-1.6, P=.01). Compared to either German-speaking patients or LGP patients, paramedics spent 6-7 minutes longer on an emergency scene when the app was used (P=.24). Conclusions: The use of the app suggests a relevant improvement in communication with patients with limited proficiency in the locally spoken language in paramedic care. The small sample size and the lack of randomization reduce the generalizability of the findings. Trial registration: German Clinical Trials Register DRKS00016719; https://drks.de/search/de/trial/DRKS00016719.
Article
Full-text available
Background Comfort is a primary patient objective and central to patient experience, and thus, maximising comfort is a universal goal for healthcare. However, comfort is a complex concept that is difficult to operationalise and evaluate, resulting in a lack of scientific and standardised comfort care practices. The Comfort Theory developed by Kolcaba has been the most widely known for its systematisation and projection and most of the global publications regarding comfort care were based on this theory. To develop international guidance on theory-informed comfort care, a better understanding about the evidence on the effects of interventions guided by the Comfort Theory is needed. Objectives To map and present the available evidence on the effects of interventions underpinned by Kolcaba’s Comfort theory in healthcare settings. Methods The mapping review will follow Campbell Evidence and Gap Maps guideline and Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Reviews Protocols guidelines. An intervention-outcome framework has been developed based on Comfort Theory and the classification of pharmacological and non-pharmacological interventions via consultation with stakeholders. Eleven electronic databases (MEDLINE, CINAHL, PsycINFO, Embase, AMED, Cochrane Library, JBI Library of Systematic Reviews, Web of Science, Scopus, CNKI and Wan Fang) and grey literature sources (Google Scholar, Baidu Scholar and The Comfort Line) will be searched for primary studies and systematic reviews between 1991 and 2023 written in English and Chinese as the papers regarding Comfort Theory were first published in 1991. Additional studies will be identified by reference list review of included studies. Key authors will be contacted for unpublished or ongoing studies. Two independent reviewers will screen and extract data using piloted forms with discrepancies resolved by discussion with a third reviewer. A matrix map with filters of study characteristics will be generated and presented through software of EPPI-Mapper and NVivo. Discussion More informed use of theory can strengthen improvement programmes and facilitate the evaluation of their effectiveness. Findings from the evidence and gap map will present the existing evidence base for researchers, practitioners and policy-makers and inform further research as well as clinical practices aiming at patients’ comfort enhancement.
Article
Full-text available
This systematic review and meta‐analysis aimed to examine the effects of massage therapy on pain and anxiety intensity in patients with burns. A comprehensive, systematic search was conducted in various international electronic databases, such as Scopus, PubMed, Web of Science, and Persian electronic databases such as Iranmedex, and Scientific Information Database using keywords extracted from Medical Subject Headings such as ‘Massage therapy’, ‘Musculoskeletal manipulations’, ‘Acute pains’, ‘Burning pain’, and ‘Burn’ from the earliest to October 17, 2022. Cochran's tool is used to check the risk of bias for randomised clinical trial (RCT) articles. The methodological index for non‐randomised studies was used to assess the risk of bias in quasi‐experimental studies. STATA version 14 software was used to perform the meta‐analysis. A 95% confidence interval (CI) was used to determine statistical significance. Heterogeneity was investigated with I2. A P‐value less than .1 was considered statistically significant for publication bias value. A total of 733 patients with burns were included in seven studies. Five studies had an RCT design and two studies had a quasi‐experimental design. The duration of the study was reported in five studies, with a mean of 42.40 weeks. The duration of the intervention was reported in seven studies with a mean of 22.86 minutes. The results of the meta‐analysis showed using various types of massage therapy interventions significantly reduced pain intensity in the intervention group compared with the control group (weighted mean difference: −2.08, 95% CI: −2.55 to −1.62, Z = 8.77, I2: 67.1%, P < .001). Massage therapy intervention significantly reduced the intensity of anxiety in burn patients (standard mean difference: −7.07, 95% CI: −10.13 to −4.01, Z = 4.53, I2: 98.2, P < .001). Overall, the present systematic review and meta‐analysis showed that massage therapy can reduce the intensity of pain and anxiety in burn patients. Therefore, it is recommended that health managers and policymakers pay special attention to massage therapy as a simple, low‐cost, and efficient non‐pharmacological treatment to relieve pain and anxiety in burn patients.
Article
Full-text available
Objetivo Descrever e analisar a eficácia das intervenções levadas a cabo pelos enfermeiros para reduzir a dor dos doentes com lesões traumáticas. Métodos Estudo de coorte prospetivo realizado junto das Ambulâncias de Suporte Imediato de Vida em Portugal, entre 1 de março de 2019 e 30 de abril de 2020. Foram recolhidos dados sobre o tipo de intervenções implementadas e sobre o tempo que durou a aplicação dos procedimentos de salvamento. De forma a poder estudar a evolução das dores traumáticas agudas, foi utilizada uma Escala de Classificação Numérica composta por 11 pontos. As alterações do nível de dor registadas ao longo dos três momentos de avaliação realizados foram estudadas utilizando modelos lineares mistos com interceptos aleatórios para se poder analisar as medidas repetidas aplicadas ao mesmo paciente. Estas alterações foram avaliadas antes e depois da aplicação das intervenções para alívio da dor. Resultados 596 pacientes foram incluídos neste estudo. A maioria era do sexo masculino (65,9%) e tinha média de idade de 53,05±19,72 anos. Houve redução na intensidade média da dor na ordem dos 2,44 pontos (p<0,005) entre o início e o fim da avaliação, e redução de 39,62% entre os pacientes que apresentavam nível de dor igual ou superior a 7 (46,7% contra 7,08%, p<0,05). As medidas que envolvem o uso de morfina, crioterapia e intervenções de suporte emocional provaram ser eficazes. As medidas de conforto como um todo não parecem ser capazes de ter um impacto significativo no alívio da dor. Conclusão As intervenções pré-hospitalares farmacológicas e não farmacológicas levadas a cabo pelos enfermeiros provaram ser eficazes na redução da dor. As medidas de conforto não provaram ser eficazes, pelo que o seu potencial deve ser repensado e reforçado.
Article
Full-text available
Objective: To reflect on the possible connections between Katharine Kolcaba's Theory of Comfort and Cicely Saunders’s concept of Total Pain and the implications to the care of the oncology palliative care patient. Method: Theoretical reflection based on a literature review carried out in May 2020, in the PubMed and LILACS databases, which sought to answer the question: “Are there any theoretical-conceptual connections between Kolcaba's Theory of Comfort and the concept of Total Pain by Saunders?” Results: The knowledge of the concepts presented allows redirecting the focus of care towards individualized actions to strengthen the patient and his participation in the choices of comfort interventions. Conclusion: Understanding the connections between the concept and theory presented provides the patient in oncology palliative care with individualized and qualified care, focused on the person and not on the disease and can contribute to a greater effectiveness of nursing interventions aimed at the relief of suffering.
Article
Background There is a lack of validated tools to measure comfort in critically ill patients. Objective The objective of this study was to evaluate the psychometric properties of the General Comfort Questionnaire (GCQ) in patients admitted to intensive care units (ICUs). Methodology A total of 580 patients were recruited, randomising the sample into two homogeneous subgroups of 290 patients for exploratory factor analysis and confirmatory factor analysis, respectively. The GCQ was used to assess patient comfort. Reliability, structural validity, and criterion validity were analysed. Results The final version included 28 of the 48 items from the original version of the GCQ. This tool was named the Comfort Questionnaire (CQ)-ICU, maintaining all types and contexts of the Kolcaba theory. The resulting factorial structure included seven factors: psychological context, need for information, physical context, sociocultural context, emotional support, spirituality, and environmental context. A Kaiser–Meyer–Olkin value of 0.785 was obtained, with Bartlett's sphericity test (0.000) being significant, and the total variance explained was 49.750%. The Cronbach's alpha was 0.807, with subscale values ranging from 0.788 to 0.418. Regarding convergent validity, high positive correlations were obtained between the factors and the GCQ score, the CQ-ICU score, and the criterion item GCQ31: “I am content”. In terms of divergent validity, correlations were low with the APACHE II scale and with the NRS-O except for physical context (−0.267). Conclusion The Spanish version of the CQ-ICU is a valid and reliable tool to assess comfort in an ICU population 24 h after admission. Although the resulting multidimensional structure does not replicate the Kolcaba Comfort Model, all types and contexts of the Kolcaba theory are included. Therefore, this tool enables an individualised and holistic evaluation of comfort needs.
Article
Objective: The objective of this review is to identify the level of discomfort caused by immobilization as reported by trauma victims, and to map all the interventions in the prehospital context where they have been implemented and evaluated in order to reduce discomfort in adult victims of trauma. Introduction: Immobilization is a cause of discomfort for trauma victims, which has important implications for the deterioration of vital signs and quality of life. However, discomfort caused by immobilization remains an under-explored topic by the scientific community. Inclusion criteria: This scoping review will consider studies of adult victims of trauma, aged 18 years or over, in prehospital emergency care. Studies that focused on interventions designed to reduce immobilization discomfort, implemented and evaluated by health professionals, of any form, duration, frequency, and dose will be considered. Methods: An initial search of PubMed and CINAHL will be undertaken, followed by a second search for published and unpublished studies without time restrictions, in major health care-related electronic databases. Studies in English, French, Spanish, and Portuguese will be included. Data extraction will be performed independently by two reviewers in a tabular format and will include details about the level of discomfort, interventions, populations, study methods, and outcomes of interest. A narrative synthesis will accompany the results and will describe how they relate to the review objectives. Review registration number: OSF https://osf.io/4scg5/.
Article
The collapse of the Champlain Towers South (CTS), a condominium in Miami, Florida, left a diverse group of survivors and healthcare clinicians tasked with finding ways of coping with the disaster. Within seconds, the CTS collapse became a global tragedy due to the coastal neighborhood's rich international mix of residents. Although this tragedy impacted communities across globe, a large population of Hispanic victims lived in CTS that were deeply affected. Culturally adaptive interventions and holistic healthcare for Hispanic individuals are highly relevant because Hispanic Americans represent one of the fastest growing demographic groups in the United States. To reach, engage, and address the needs of Hispanic victims, this article provides an overview of psychosocial factors that influence Hispanic victims with trauma and discusses holistic psychotherapeutic approaches in nursing care that can be applied to improve victims’ well-being. Culture is an important consideration in health; therefore, this article highlights and operationalizes culturally tailored holistic nursing care that draws from the physical, mental, emotional, and spiritual dimensions of health and well-being that can be used in clinical settings with Hispanic clients who have experienced trauma.