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Contribuição do Pronaf e do acesso à internet no valor da produção e venda da agroindústria brasileira
ISSN 1806-9479
Artigo
Revista de Economia e Sociologia Rural 63: e285711, 2025 | https://doi.org/10.1590/1806-9479.2025.285711
Este é um artigo publicado em acesso aberto (
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, que permite uso, distribuição e reprodução
em qualquer meio, sem restrições desde que o trabalho original seja corretamente citado.
Contribuição do Pronaf e do acesso à internet
no valor da produção e venda da agroindústria
brasileira
Contribution of Pronaf and internet access to the value of
production and sale in Brazilian agroindustry
Nataniele dos Santos Alencar1* , Jair Andrade de Araujo1 , Wellington Ribeiro Justo2
1Programa de Pós-graduação em Economia Rural, Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza (CE), Brasil. E-mails: nataniele-
santos@hotmail.com; jairandrade@ufc.br
2Programa de Pós-graduação em Economia Regional e Urbana, Universidade Regional do Cariri (URCA), Crato (CE), Brasil. E-mail:
justowr@yahoo.com.br
Como citar: Alencar, N. S., Araujo, J. A., & Justo, W. R. (2025). Contribuição do Pronaf e do acesso à internet no valor
da produção e venda da agroindústria brasileira. Revista de Economia e Sociologia Rural, 63, e285711. https://doi.
org/10.1590/1806-9479.2025.285711
Resumo: Investiga os efeitos diretos e indiretos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar (Pronaf) nos valores de produção e venda da agroindústria rural nos estados brasileiros,
considerando o papel do mediador, acesso à Internet. Utiliza-se o método de Efeito Mediação Causal,
aplicado aos dados do Censo Agropecuário de 2017. Os resultados revelam que uma parcela significativa
do impacto do Pronaf nos valores de produção e venda ocorre indiretamente, pela mediação da informação
técnica obtida pela Internet. O fato de não considerar essa mediação conduz a uma superestimação dos
resultados. Além disso, constata-se que os valores obtidos não são apenas atribuíveis ao Pronaf, mas
também são influenciados pela disponibilidade de informação técnica acessada pela Internet. Portanto,
este experimento destaca a importância, não apenas do Pronaf, mas, também, do acesso à Internet, para
o desenvolvimento da agroindústria rural nos estados brasileiros. Os resultados indicam a necessidade de
os produtores receberem assistência técnica, tanto por meio do Pronaf quanto por intermédio da Internet
para melhorar seus resultados de produção e venda. Essas contribuições têm implicações importantes para
políticas e práticas destinadas à promoção do desenvolvimento sustentável.
Palavras-chave: agroindústria, agricultura familiar, internet, efeito mediação causal.
Abstract: Investigates the direct and indirect effects of the National Family Farming Strengthening Program
(PRONAF) on the production and sale values of rural agro-industry in the Brazilian states, considering the role
of the mediator, access to the internet. The Causal Mediation Effect Method, applied to the 2017 Agricultural
Census data, is used. The results reveal that a significant portion of Pronaf’s impact on production and
sale values occurs indirectly, by mediation of technical information obtained over the internet. The fact
that it does not consider this mediation leads to overestimation of results. In addition, it is found that the
values obtained are not only attributable to Pronaf, but are also influenced by the availability of technical
information accessed over the internet. Therefore, this experiment highlights the importance, not only from
Pronaf, but also of internet access to the development of rural agro-industry in the Brazilian states. The
results indicate the need for producers to receive technical assistance, both through Pronaf and through
the Internet to improve their production and sale results. These contributions have important implications
for policies and practices aimed at promoting sustainable development.
Keywords: agroindustry, family farming, internet, causal mediation effect.
1 INTRODUÇÃO
Preocupações com o aumento do consumo, mudanças climáticas e a desertificação de áreas
em todo o mundo são persistentes e demandam novas inovações e soluções para atender à
demanda do presente e do futuro. Esses problemas são amenizáveis com o uso da Agricultura
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Contribuição do Pronaf e do acesso à internet no valor da produção e venda da agroindústria brasileira
4.0 ou Agricultura Inteligente, a qual se baseia na agricultura de precisão e de novas tecnologias,
com vistas a poupar recursos, reduzir os custos e ampliar a produtividade.
Consoante expressam Pereira & Castro (2022), a Agricultura 4.0 tem como proposta utilizar os
dados e as informações em tempo real, para, assim, otimizar as etapas do processo produtivo.
A garantia eficiente dessa gestão precisa de computadores,
softwares
e do acesso aos serviços
digitais, por meio da Internet, para que seja possível obter e registrar os dados relativos às
etapas dos ciclos produtivos, como temperatura, previsões de chuvas, monitoramento de
pragas e doenças, entre outros. Para a prática da Agricultura Inteligente, são necessários, não
apenas, os computadores com acesso à Internet, mas, também, impõe-se a participação das
pessoas em treinamentos.
Essas novas tecnologias reforçam as desigualdades no País, já que não são acessíveis a todos
os agricultores, por terem altos custos de acesso e precisarem de infraestrutura de Internet,
que são precárias na maioria dos estados brasileiros, principalmente para os produtores de
áreas mais vulneráveis.
Dada a extensão territorial do Brasil, suas dificuldades e heterogeneidades entre os 27
estados, é importante destacar a criação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar (Pronaf) em 1995, para prestar suporte financeiro aos agricultores familiares, custear a
aquisição de insumos, safras e novas tecnologias. Apesar do sucesso relacionado à abrangência
do Programa, conquistado em sua existência, quase universal, não é sinônimo de sucesso na
diminuição da desigualdade tecnológica brasileira (Pereira & Castro, 2022).
Quanto ao enquadramento dos produtos agroindustriais nas trajetórias tecnológicas específicas,
por meio de interesses tecnológicos agroindustriais em relação à matéria-prima, Favro & Alves
(2020) evidenciam que a agroindústria é passível de ser entendida como um componente do
setor de manufatura, no qual o valor é adicionado às matérias-primas agropecuárias, por meio
das operações de processamento e manuseio dos produtos agrícolas, nos variados níveis de
transformação para os consumos intermediários ou finais, ou seja, atividades industriais de
origens agropecuárias, até o segundo ou terceiro grau de beneficiamento.
Reconhecendo a importância da agroindústria familiar para o desenvolvimento socioeconômico
e rural dos estados brasileiros, o acesso à Internet é havido como um dos meios e caminho
para o alcance das novas tecnologias e técnicas produtivas (Pereira & Castro, 2022), porquanto
é uma alternativa que pode propiciar aos agricultores acesso às informações atualizadas
sobre a adoção de melhores práticas agrícolas e técnicas de manejo, bem como aumenta a
produtividade e a qualidade dos produtos. Alternativa essa para a própria discussão presente
na literatura, sobre a política de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) e a carência da
assistência técnica para os agricultores familiares.
A Internet, também, contribui com a comercialização e a identificação das oportunidades
de mercado, por meio da obtenção de informações sobre demanda. É habilitada a viabilizar o
acesso a serviços financeiros, como contas bancárias, pagamentos eletrônicos e plataformas de
empréstimos
online
. De tal maneira, facilita o alcance do crédito agrícola por meio do acesso à
informação e conhecimento, mesmo o crédito agrícola sendo negociado presencialmente na
instituição financeira. Possibilitando assim a obtenção de recursos financeiros para investimentos
na produção, como aquisição de insumos, implementação de tecnologias e expansão das
atividades agroindustriais.
Com efeito, o Pronaf constitui meio importante para o êxito do que foi abordo até aqui, além
das evidências presentes na literatura possibilitarem afirmar que o acesso à Internet influi
positivamente no valor de produção e da venda, além de viabilizar a utilização de recursos
financeiros necessários para aprimorar a produção. Assim, surgem alguns questionamentos,
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Contribuição do Pronaf e do acesso à internet no valor da produção e venda da agroindústria brasileira
tais como: - Qual o efeito do Pronaf no valor da produção e venda dos produtos agroindustriais
rurais dos estados brasileiros? Demais disso, esses efeitos são heterogêneos quando se
considera também o acesso à Internet? Nessa perspectiva, este estudo tem como objetivo
avaliar o efeito do Pronaf, via mediação do acesso à Internet, no valor da produção e venda
agroindustrial1 rural da agricultura familiar, nos estados brasileiros.
Para responder a esses questionamentos, a estratégia empírica adotada é baseada nos
modelos de Efeito Mediação Causal, mediante o qual se estima a parcela do efeito do Pronaf
nos valores agroindustriais, explicados pelo acesso à Internet. Assim, o fato de ter Pronaf ou
não é entendido como a variável de tratamento, na qual o efeito é decomposto em duas partes.
A primeira parcela remete ao efeito do Pronaf no valor da produção e venda agroindustrial
rural, ao passo que a segunda mensura o efeito indireto, por meio do acesso à Internet. Os
dados utilizados foram do Censo Agropecuário de 2017 no Brasil.
Diversificados estudos analisam a relação do Pronaf com o valor da produção, produtividade
e renda em distintas áreas e períodos, como, por exemplo, trabalhos dos autores Kageyama
(2003), Magalhãesetal. (2006), Guanziroli (2007), Pereira & Nascimento (2014), Rodrigues (2019).
Nenhum deles, entretanto, examina o acesso à Internet como uma mediação do Pronaf em
relação ao seu efeito no valor da produção e venda agroindustrial rural, sendo essa análise
uma das principais contribuições desta proposta.
Além dessa introdução, o artigo ora sob relato é formado pela revisão de literatura,
procedimentos metodológicos, resultados e discussões e considerações finais.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A primeira subseção a seguir, sobre as desigualdades e benefícios das tecnologias no cenário
produtivo, enquanto, na seguinte, foram ensaiados os benefícios, dificuldades e limitações do
Pronaf, para, na derradeira, se estudar o perfil produtivo da agroindústria brasileira, regional e
estadual, com arrimo em investigações que recorreram a informações do censo agropecuário.
2.1 Desigualdades e benefícios das tecnologias no âmbito produtivo
Na literatura internacional, os autores Muto & Yamano (2009) consideram o aumento do
fluxo de informações uma estratégia importante para a redução da pobreza rural. Abordam a
expansão da cobertura de aparelhos celulares, que possibilitam o aumento da participação dos
agricultores nos mercados, já que novas informações obtidas por meio desses instrumentos
ajudam os comerciantes a transportar e comercializarem, rapidamente, os produtos,
principalmente os mais perecíveis, com vistas, assim, a evitar estragos. Demais disso, auxiliam
na decisão de tomada de preço ofertada pelos comerciantes, ao experimentarem a capacidade
de obter informações quanto aos preços de outras fontes.
Na mesma perspectiva, Deichmannetal. (2016) argumentam que, malgrado as tecnologias
digitais superarem os problemas de informação que dificultam o acesso ao mercado,
principalmente aos pequenos agricultores, resta aumentado o conhecimento por meio das
novas maneiras de fornecimento dos serviços de extensão e da melhoria do gerenciamento
da cadeia de suprimentos agrícola. A tecnologia, no entanto, ainda não é propícia a solucionar
todas as barreiras enfrentadas pelos agricultores de países pobres.
1
No âmbito da agroindústria familiar, os agricultores produzem, processam ou transformam as matérias-primas agrícolas
(Imlau & Gasparetto, 2014). São “considerados como produção da agroindústria rural os produtos do estabelecimento
agropecuário que foram beneficiados ou transformados, no período de referência” (Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatísticas, 2017, p. 38).
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Contribuição do Pronaf e do acesso à internet no valor da produção e venda da agroindústria brasileira
O acesso à Internet, nas áreas rurais, contribui com o aumento da adoção de práticas agrícolas
sustentáveis, já que os formuladores de políticas fornecem informações por essa via, mas, para isso,
são necessários investimentos de acesso ao instrumento. Evidências de efeitos negativos na adoção
dessas práticas na renda agrícola e familiar sugerem o fornecimento de programas de treinamento
agrícola, para aprimoramento do conhecimento dos agricultores, quanto aos benefícios associados
às práticas sustentáveis e como adotar as tecnologias adequadamente (Ma & Wang, 2020).
A Internet representa oportunidades de crescimento econômico em áreas rurais (Aldashev
& Batkeyev, 2021), com efeitos positivos e significativos no desempenho do setor agrícola,
consideravelmente maior para os países em desenvolvimento (Surosoetal., 2022), constituindo,
assim, um relevante auxílio para reduzir a desigualdade de eficiência técnica entre os produtores
(Lietal., 2024).
Na opinião de Buainainetal. (2021), no contexto tecnológico produtivo do País, também
ocorrem as heterogeneidades e desigualdades, mesmo com a rápida difusão das tecnologias
digitais e suas mudanças significativas. Releva evidenciar, entretanto, o fato de que elas não
são neutras, ou seja, seus influxos são diferenciados e beneficiam alguns produtores mais
do que outros, em decorrência de suas habilidades ou condições e etapas de investimentos.
Corroborando semelhante evidência, conforme Pereira & Castro (2022), os produtores, ao
utilizarem as tecnologias, intensificam os ganhos de produtividade, poupam a terra e levam
em conta os efeitos ambientais e os modos de produção mais sustentáveis. O investimento no
acesso à Internet também é importante para o desenvolvimento sustentável, pois possibilita
a obtenção de bons frutos da produção agrícola e do meio ambiente.
Autores como Barros (2022), Ferreira & Corral (2022) consideraram as novas oportunidades
introduzidas com a revolução digital para os pequenos e médios produtores rurais que
tornaram mais dinâmicas suas negociações. Entre essas oportunidades, Buainainetal. (2021)
já haviam destacado a superação de algumas desvantagens de escala, a redução dos custos
de transações na conexão com mercados que ainda não haviam sido alcançados. Assim, como
estão expressos na literatura, estudos sobre essas oportunidades também são partes das
inquietações e preocupações sobre a exclusão deste processo, principalmente dos produtores
que não conseguirem se adaptar, se apropriar e se inserir nas cadeias produtivas dominantes.
A capacidade de inovação dos agricultores com menores níveis de renda, na adoção das tecnologias
complexas que precisam de apoio externo, é limitada pela qualidade ou ausência da assistência
técnica. Com as complexidades, os produtores precisam de acesso aos serviços de treinamento
contínuo para obterem autonomia e conseguirem gerir/operar as novas tecnologias. Tais informações
podem ser obtidas em treinamentos, até mesmo pela Internet. Importa, por ser oportuno o momento,
exprimir a ideia de que resta cada vez mais evidente a importância da educação, principalmente
com a inovação e a economia digital (Buainainetal., 2021). Como está exposto na Figura1, muitos
dos municípios brasileiros ainda não possuíam acesso à Internet em 2019.
As tecnologias colaboram com as posições produtivas e no comércio mundial ocupadas pelo
País, além de aumentar a diferença entre pequenos e grandes produtores, principalmente
quanto à capacidade dos primeiros de participarem das cadeias produtivas e comercializarem
seus produtos em mercados cada vez mais competitivos. Os resultados obtidos vão depender
do modo como serão implantadas essas novas tecnologias no campo (Pereira & Castro, 2022).
As regiões brasileiras mais modernizadas são as que recebem maiores volumes de crédito
e assistência técnica, todavia, o número de agricultores com acesso à assistência técnica ainda
é considerado pequeno, apesar de ser um importante instrumento para o desenvolvimento
rural, por auxiliar e orientar os produtores quanto aos melhores aperfeiçoamentos dos sistemas
produtivos, principalmente no concernente às práticas sustentáveis (Monteiroetal., 2023).
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Contribuição do Pronaf e do acesso à internet no valor da produção e venda da agroindústria brasileira
Figura 1. Municípios com e sem acesso à Internet nas áreas rurais brasileiras em 2019.
Fonte: Buainain, Cavalcante & Consoline, 2021
Como o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores mundiais de
commodities
agrícolas, além de um dos principais responsáveis pela segurança alimentar global, para
garantir a competitividade da agricultura nacional, é necessário intensificar a tecnificação das
propriedades rurais (Massruháetal., 2023).
2.2 Benefícios, dificuldades e limitações do Pronaf
O Brasil é marcado historicamente por desigualdades, inclusivamente a de renda, na qual
a população mais vulnerável tem dificuldade de obter alimentos em quantidade e qualidade
suficientes para garantir uma nutrição adequada.
Acredita-se que, com a elevação da renda média e a redução da concentração de renda, o
Pronaf tende a reduzir a pobreza, pois o efeito do Programa na renda
per capita
média e na
desigualdade de renda está condicionado às especificidades socioeconômicas (Batista & Neder,
2014). Entre os benefícios do Pronaf, é de relevância destacar as mudanças positivas nos perfis
socioeconômicos e na qualidade de vida dos beneficiários (Valadares, 2021). A viabilidade do
Pronaf também foi evidenciada pelos autores Silva & Ciríaco (2022), que observaram relevantes
modificações positivas na renda dos beneficiários.
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Contribuição do Pronaf e do acesso à internet no valor da produção e venda da agroindústria brasileira
O Pronaf conforma uma das principais políticas públicas de incentivo e estímulo ao
desenvolvimento da produção familiar brasileira (Bonnal & Maluf, 2009; Sambuichietal.,
2012; Bustamante, 2022). Conveniente é ressaltar que as inovações realizadas pelo Programa
ainda não foram suficientes na edificação das bases de mudanças consistentes no meio rural,
principalmente quanto ao modelo de produção dos segmentos que compõem a agricultura
familiar - sendo um segmento produtivo da agropecuária marcado por discriminação e exclusão.
A própria lógica operacional do Pronaf, junto aos interesses bancários, serve de instrumento
para exclusão das partes da agricultura familiar e fortalecimento do modelo dominante
agropecuário (Mattei, 2015).
Conquanto o Programa seja de caráter nacional, os efeitos entre as regiões são heterogêneos,
de sorte que as mudanças e melhorias no Pronaf precisam ser conduzidas de maneira
individualizada para cada região, e com recursos descentralizados (Marionietal., 2016).
A evolução da linha de crédito rural teve como objetivo contribuir com a modernização
dos setores agrícolas e pecuários, como também aprimorar a utilização de novas tecnologias
obtidas por meio dos investimentos e custeios, para, assim, expandir as práticas produtivas,
aumentar as oportunidades de emprego e renda na economia agrícola de cada setor (Vieira
Filho & Fishlow, 2017).
A maioria dos agricultores familiares está nos limites do Pronaf B e os resultados produtivos
médios por estabelecimento foram baixos em 2017 (Aquinoetal., 2020). O Pronaf B tem por
finalidade investir em atividades agropecuárias e não agropecuárias. É destinado aos agricultores
familiares com renda bruta anual familiar de até R$ 20 mil. Já no Pronaf V estão os agricultores
familiares com rendas variáveis mais elevadas (Freitas & Castro, 2020).
Para melhor compreender a relação entre produtores familiares com e sem o Pronaf, é
importante alcançar a ideia de que, além das dificuldades e limitações encontradas para
obtenção das linhas de créditos, também há estabelecimentos com agricultores que não
usam financiamento, por não considerarem isso necessário ou por falta de informação.
Sendo consequência, por exemplo, do nível de instrução, acesso à assistência técnica, padrão
tecnológico ou do acesso às fontes externas aos estabelecimentos (Souzaetal., 2015).
O meio rural não é, todavia, apenas fonte de problemas, pobreza e/ou produção, mas
também portador de soluções relacionadas à melhoria do emprego, da renda, da qualidade de
vida, da preservação ambiental (uma das principais preocupações dos últimos tempos). Para
o bom êxito do desenvolvimento rural, fazem-se necessários investimentos governamentais
e reconhecimento da atividade agrícola familiar, que já existe, mas ainda são indispensáveis
a desburocratização do sistema e a facilitação para os trabalhadores com pouco grau de
instrução (Henig & Santos, 2016). O campo agora é visto como
locus
multifuncional, onde os
agentes têm a possibilidade de criar condições de procederem à própria reprodução (Colnago
& Medeiros Hespanhol, 2017).
Está crescentemente manifesto na literatura o papel da criação e desenvolvimento do
Pronaf no desenvolvimento rural, para os agricultores familiares brasileiros, e redução da
pobreza rural (Schneider, 2005; Tonneauetal., 2005; Hespanhol, 2010; Schneider, 2010; Mattei,
2014; Niederle, 2014). Em decorrência, porém, da extensão territorial do País, é importante
sua evolução, para ter a condição de atender igualmente os produtores de todos os estados
e regiões. Tal evolução precisa estar direcionada para diminuir as desigualdades sociais e
a pobreza no campo, estimulando a produção sustentável, além de cuidar da preservação
ambiental (Monteiro & Lemos, 2019).
Para readequação, quanto a desigualdade, é necessária a promoção da inclusão dos produtores
mais vulneráveis nos processos produtivos. Enquanto isso, à assistência técnica, principalmente
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Contribuição do Pronaf e do acesso à internet no valor da produção e venda da agroindústria brasileira
dos órgãos públicos, é dado incrementar a orientação e fomentar o acompanhamento de projetos,
que, a igual ao ocorrente com o Pronaf, sejam viáveis e/ou sustentáveis (Fossáetal., 2022).
Com os custos das tecnologias digitais e a necessidade de investimentos altos, os grandes
produtores acessam, financiam e contratam pessoas capacitadas para trabalhar na área,
com maior facilidade, mas é importante ressaltar que os pequenos produtores contam com
o financiamento do Pronaf, que promove o acesso aos recursos para o custeio e investimento
por meio de linhas de crédito (Buainainetal., 2021).
2.3 Perfil produtivo da agroindústria brasileira
As agroindústrias são responsáveis por produzirem alimentos saudáveis, sustentáveis e
de boa qualidade, além de serem garantias de segurança alimentar, principalmente para as
famílias que trabalham na agricultura (Gazollaetal., 2022).
Nos Censos Agropecuários de 1960 a 2017, os produtos brasileiros agroindustrializados
com informações para todos os anos foram: “farinha de mandioca, fubá (farinha de milho),
queijo e requeijão, manteiga, vinho, aguardente de cana (cachaça), rapadura, fumo de corda
e beneficiamento do arroz e do café” (Wesz Junior, 2023, p. 7). Os embutidos só apareceram
em 1975. Outros produtos exibiram instabilidades, ou seja, apareceram em poucas edições. O
queijo foi o único produto que teve o maior volume de produção em 2017, os demais produtos
tiveram decrescimento.
No ano de 2006, as regiões brasileiras com agroindústria mais capitalizada e com maiores
escalas de produção foram Centro-Oeste e Sudeste, enquanto as unidades familiares que
processavam menores quantidades, ou apenas para autoconsumo, estavam no Nordeste, Norte
e Sul, o que, consequentemente, ocasionou redução das médias dos valores de comercialização
e agregado, por estabelecimento (Waquiletal., 2013).
Já em 2017, foi a região Nordeste que concentrou o maior número de estabelecimentos
com agroindústrias familiares e não familiares. Entrementes, o Sudeste teve os maiores
valores de produção e venda, enquanto o Sul foi onde mais se utilizou o autoconsumo dos
alimentos familiares, e, no Centro-Oeste2, houve o menor número de estabelecimentos com
agroindústrias (Gazollaetal., 2022).
No concernente às grandes bases estaduais da agroindústria brasileira, tem-se: Alagoas,
contando mais de 90% da produção do fumo no País, produzido pela agroindústria; o Rio
Grande do Norte teve uma produção de 12 toneladas de creme de leite por estabelecimento;
São Paulo, em apenas 104 estabelecimentos, conseguiu uma média superior a 45 mil litros
de sucos de frutas, por estabelecimento, superando 95% da produção quanto à integração
ao mercado; Minas Gerais destacou-se na agroindústria de laticínios e na produção de carvão
vegetal. O Rio Grande do Sul foi o estado com maior número de estabelecimentos, além de
ter sido responsável por metade da produção de carnes bovinas, suínas e embutidos (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatísticas, 2020).
3 METODOLOGIA
Nessa seção, descreve-se o método econométrico utilizado nas estimações. Inicialmente,
destaca-se a informação de que, para Soares Netoet al. (2013), os estudos causais, que se
2 Dado o pequeno número de estabelecimentos agroindustriais, em 2017, a região Centro-Oeste não se destacou
no quadro da produção agroindustrial. Importa ressaltar, entretanto, o seu relevante papel quanto à produção e
produtividade da soja e milho.
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Contribuição do Pronaf e do acesso à internet no valor da produção e venda da agroindústria brasileira
fazem necessários em razão das particularidades das produções desiguais, são fundamentais no
planejamento e execução de políticas públicas para a melhoria das condições de vida das pessoas.
Para atender à proposta do estudo, perfilhou-se a estratégia empírica com o escopo de
analisar os efeitos de mediação causal. O método utilizado, desenvolvido pelos autores
Imaietal. (2010a), identifica variáveis mediadoras, postadas entre o tratamento e o resultado,
de sorte a se avaliar se a variável mediadora explica a relação entre as variáveis dependente e
independente. Esse método é aplicável para modelos lineares, não lineares, paramétricos e não
paramétricos para os mediadores contínuos e discretos, e destinado à estrutura contrafactual.
As abordagens padrões têm limitações, como, por exemplo, a ausência de uma definição
para os efeitos de mediação causal. A alternativa é utilizar a abordagem contrafactual, baseada
no conceito de resultados potenciais (Imaietal., 2010a, 2010b), que visa estimar a mediação
causal, mensurando o efeito causal do tratamento sobre o resultado, ou seja, estimar como o
valor do resultado (Y) é afetado pelo tratamento (T) de modo causal, via variável intermediária
(M), ou seja, a mediação que se encontra entre o tratamento e a variável de resultado.
Para obter a estimativa causal do Pronaf no valor da produção e venda dos produtos
agroindustriais rurais, são criados grupos de tratados e controles. Isto porque os efeitos de
mediação causal são definidos por meio de estruturas e notações contrafactuais. O grupo de
tratados constituído pelos produtores familiares estaduais com Pronaf.
Imaietal. (2010b) demonstram a suposição de ignorabilidade sequencial, dividida em
duas partes. Na primeira, espera-se que a atribuição do tratamento seja estatisticamente
independente, dos resultados e mediadores. Já com relação à segunda parte da suposição,
a espera é de que o tratamento seja randomizado e todas as covariáveis observadas sejam
controladas. A segunda parte da suposição, porém, não necessariamente, precisa ser satisfeita,
pois a randomização da atribuição do tratamento não implica que essa parte seja válida.
Como já expresso, a intenção do experimento é de mostrar como o Pronaf causalmente
influencia os valores da produção e venda da agroindústria rural dos estados brasileiros,
por meio da variável mediadora, conformada no que é o acesso à Internet. Espera-se que os
estabelecimentos estaduais com Pronaf tenham obtido maiores valores, sob potencialização
desse acesso.
Sendo a variável dependente influenciada, direta e indiretamente, pela variável independente,
recorre-se à mediação causal, onde a variável de resultado (
i
Y
) é função da condição de
tratamento (
i
T
), e da variável mediadora ( i
M). Segundo Imaietal. (2010b), e Caro (2015), as
equações de mediação na estrutura causal são representadas pelas Equações 1, 2 e 3:
( )
11 1 1
T
ii i i i
YT T X
αβ ξ ε
=++ +
(1)
( )
22 2 2
T
ii i i i
MT T X
αβ ξ ε
=++ +
(2)
( )
( )
33 3 3
,
T
ii ii i i i i
YTM T T M X
αβ γ ξ ε
=+++ +
(3)
Os efeitos totais do tratamento são representados por
1
β
,
3
β
os
average direct effect
(ADE)
e
3
βγ
ou
13
ββ
−
são os efeitos de mediação,
i
X
representa as variáveis controle,
( )
11
0,
iN
εσ
,
( )
22
0,
i
N
εσ
e
( )
33
0,
i
N
εσ
.
Para Imaietal. (2010a, 2010b) é possível estimar os
average causal mediation effect
(ACME),
para cada unidade
i
, por meio da Equação 4:
( )
( )
( )
( )
( )
,,
ii ii i ii i
T EYTM t Y TM t
δ
= −
(4)
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Contribuição do Pronaf e do acesso à internet no valor da produção e venda da agroindústria brasileira
O efeito de mediação causal das variáveis de tratamento é representado por
( )
.
ii
T
δ
( )
1
i
δ
constitui o resultado do efeito indireto, sendo a diferença no valor da produção e venda
agroindustrial (tratados) os quais são os que têm Pronaf. Considerando o mesmo tratamento,
ocorre a variação do mediador.
Já no efeito causal indireto, o que varia é a mediação. O tratamento é o mesmo e, no efeito
causal direto, apenas a variável de tratamento varia e o mediador é constante, como observável
na Equação 5:
( ) ( )
( )
( )
( )
,,
i ii i ii i
t YTM t YTM t
ζ
= −
(5)
O valor da produção (Y) e da venda (y3) agroindustrial rural dos estabelecimentos estaduais
com Pronaf e acesso à Internet é representado por
( )
( )
1,
ii
Y Mt
, e
( )
( )
0,
ii
Y Mt
é o valor da produção
e venda agroindustrial rural dos estabelecimentos estaduais que não têm Pronaf, mas tem
acesso à Internet. Assim, a diferença entre os dois é o efeito direto. Analisa-se o efeito no valor
da produção e da venda agroindustrial rural dos estabelecimentos estaduais, com Pronaf ou
não, e com acesso à Internet.
O efeito total do tratamento é exprimido na Equação 6 e é obtido por meio da mediação
causal e do efeito direto:
( )
( )
i ii i
Tt
τδ ζ
= +
(6)
Pelo efeito indireto, examina-se, para determinado tratamento, uma modificação na variável
mediadora, que muda o resultado da variável dependente. Já no efeito direto, dado que o valor
do mediador é fixo, o que muda é a variável tratamento.
Para garantir a robustez dos resultados e a fim de não violar a suposição de ignorabilidade
sequencial, também foi investigada a análise de sensibilidade, esta que depende dos tipos de
modelos paramétricos usados para o mediador e os modelos de resultados.
Nesta experimentação, o mediador e a variável de resultado são contínuos. Portanto, foram
modelados por Mínimo Quadrado Ordinário (MQO), e o termo de erro é para ser independente
e identicamente distribuído como uma normal padrão e uma regressão normal linear com
variação de erro igual a
2
3
σ
para uma variável de resultado contínuo (Imaietal., 2010a).
Em efeitos de mediação causal, a análise de sensibilidade é necessária para avaliação da
robustez dos resultados, possibilitando a verificação da violação da ignorabilidade sequencial e da
suposição de identificação necessária para validação das estimativas. Os resultados encontrados
são considerados sensíveis se os efeitos variarem em função de rho (
ρ
) (Tingleyetal., 2019),
ou seja, o grau de violação pode ser obtido pelo coeficiente de correlação entre os dois termos
de erro,
( )
23
,
ii
Corr
ρ εε
=
.
A importância de um fator de confusão, para explicar o mediador ou a variável de resultado
no efeito de mediação causal médio, também é observável em função do
2
R
. Logo, a análise
de sensibilidade é a proporção da variação original, explicada pelo fator de confusão não
observado nas regressões do mediador e dos resultados.
3. 1 Base de dados e variáveis utilizadas no modelo
Para atender o objetivo proposto, louvou-se no modelo econométrico, e as variáveis
dependentes constituem o valor da produção e venda agroindustrial rural dos estados brasileiros,
3 As variáveis dependentes do estudo são duas, porém como o método é o mesmo, por falta de espaço foi apenas
distinguido por Y e y, já que todo processo metodológico de Y se aplica para y.
10/19Revista de Economia e Sociologia Rural 63: e285711, 2025
Contribuição do Pronaf e do acesso à internet no valor da produção e venda da agroindústria brasileira
disponíveis no Censo Agropecuário de 2017, no Brasil, e disponibilizadas no Sistema IBGE
de Recuperação Automática (Sistema IBGE de Recuperação Automática, 2021). As variáveis
explicativas utilizadas dispõem-se no Quadro1 sequente.
Quadro 1. Descrição das Variáveis, por estados
Variável dependente Valor da produção e venda dos produtos da
agroindústria rural (Mil Reais)
Tratamento Tem Pronaf=1; Caso contrário=0
Mediação Número de estabelecimentos estaduais que obtiveram informações
técnicas pela Internet (NET)(a)
Variáveis explicativas
Faixa etária de idade dos produtores
Sexo dos produtores Masculino=1; Caso contrário=0
Produtores que sabem ler
Produtores com Ensino Fundamental (EF)(b)
Produtores com Ensino Médio completo ou incompleto (EM)(c)
Produtores com Ensino Superior (ES)
Número de estabelecimentos estaduais com energia elétrica
Número de estabelecimentos estaduais com uso de irrigação
Valor das despesas realizadas pelos estabelecimentos estaduais (Mil Reais) com adubos e corretivos
Valor das despesas realizadas pelos estabelecimentos estaduais (Mil Reais) com transporte da
produção
Fonte: Elaboração própria, com suporte nos dados do Censo Agropecuário (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas,
2017). (a) Variável utilizada como proxy para identificar o acesso à Internet. (b) EF = Antigo primário (elementar) + Regular
do ensino fundamental ou 1º grau + Educação de jovens e adultos e supletivo do ensino fundamental ou do 1º grau.
(c) EM = Antigo científico, clássico etc. (médio 2º ciclo) + Regular de ensino médio ou 2º grau + Técnico de ensino médio
ou do 2º grau + Educação de jovens e adultos e supletivo do ensino médio ou do 2º grau.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Procedeu-se, neste módulo capitular, a uma análise descritiva e empírica das variáveis
utilizadas no estudo, com vistas a demonstrar seu objetivo.
4.1 Análise Descritiva
Os resultados das estatísticas descritivas das variáveis utilizadas no estudo estão contidos
na Tabela1. O número de observações dos estabelecimentos estaduais com tratamento foi
de 54 e 108 de controle. A um nível de significância de 5%, apenas as variáveis: produtores da
agricultura familiar com idades de 45 a 55 anos; níveis de escolaridades médio e superior; e
sexo masculino não tiveram as diferenças médias estatisticamente significantes.
Observa-se que os valores da produção e da venda dos produtos da agroindústria rural,
e do número de estabelecimentos estaduais com acesso à Internet que tiveram assistência
técnica foram, em média, maiores para os estabelecimentos familiares estaduais com Pronaf.
Havendo sido as diferenças entre os grupos de tratados e controle, de R$101.263.100 para
o valor da produção e R$65.259.440 para a venda, e, em média, 12.181,26 estabelecimentos
estaduais com acesso à Internet.
Revista de Economia e Sociologia Rural 63: e285711, 2025 11/19
Contribuição do Pronaf e do acesso à internet no valor da produção e venda da agroindústria brasileira
Tabela 1 - Estatística descritiva das variáveis
Tratamento Controle Diferença
Valor da Produção (R$) 112.167,9 10.904,74 101.263,1**
(21.641,75) (2.204,516) (15.571,42)
Valor de Venda da
Produção (R$)
72.093,11 6.833,667 65.259,44**
(13.884,14) (1.875,683) (10.141,04)
Internet 17.876,57 5.695,31 12.181,26**
(3.086,49) (872,75) (2.502,32)
45 a 55 anos 0,2409 0,3038 -0,0629
(0,0045) (0,0045) (0,007)
55 a 65 anos 0,239 0,2037 0,0357**
(0,0047) (0,0049) (0,0077)
Sabe ler 0,779 0,9055 -0,1269
(0,0196) (0,0084) (0,0182)
EF 0,2735 0,2923 -0,0189**
(0,0076) (0,0052) (0,0092)
EM 0,1517 0,2677 -0,1159
(0,0065) (0,0051) (0,0086)
ES 0,0383 0,1119 -0,0736
(0,0034) (0,005) (0,0075)
Homens 0,8259 0,9157 -0,0898
(0,0089) (0,0039) (0,0084)
Energia 59.410,37 877,37 58.533**
(10.098,59) (143,639) (7.121,338)
Irrigação 6.165,296 146,148 6.019,148**
(1.045,264) (20,283) (737,36)
Adubos e corretivos 119.854,8 27.793,85 92.060,98**
(36.196,99) (4.520,514) (26.306,16)
Transporte 12.458,59 3.704,778 8.753,815**
(3.334,93) (511,076) (2.459,704)
N. Obs. 54 108
Fonte: Elaboração própria, com arrimo nos indicadores do Censo Agropecuário (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísticas, 2017). **
p
< 0,05
Os valores da produção no grupo de tratamento e de controle foram maiores do que os
importes da venda. Logo, é necessário considerar que essa diferença é suscetível de estar
relacionada aos produtos que não foram vendidos, ou seja, da produção não comercializada,
destinada, por exemplo, para o próprio consumo.
Tratando-se das características dos produtores, sua maioria tinha de 45 a 65 anos, sabe ler,
tem o ensino fundamental e são homens. Quanto ao nível de escolaridade, as proporções com
maiores níveis de educação que sabem ler são dos produtores não pronafianos. É importante
salientar que, quanto menor a escolaridade, maior é a necessidade de assistência técnica
(Reisetal., 2017). Em adição, são as pessoas com maiores níveis de educação que tendem a
conter mais informação (Mendesetal., 2014; Rocha Junioretal., 2019).
Os produtores dos estabelecimentos estaduais com Pronaf eram, aproximadamente, 4% mais
velhos do que os produtores não pronafianos. Foram eles, também, que tiveram, em média,
58.533 estabelecimentos estaduais a mais com energia, 6.019,15 com irrigação, gastaram R$
92.060.980,00 a mais com adubos/corretivos e R$ 8.753.815,00 com transporte da produção.
Após traçar os perfis registrados nos estados brasileiros, foram analisados na próxima seção
os resultados empíricos do estudo.
12/19Revista de Economia e Sociologia Rural 63: e285711, 2025
Contribuição do Pronaf e do acesso à internet no valor da produção e venda da agroindústria brasileira
4.2 Análise Empírica
Os resultados dos coeficientes dos efeitos total, direto e indireto (mediação) do Pronaf no
valor da produção e venda dos produtos da agroindústria rural dispõem-se na Tabela2. Todos
os efeitos são positivos e estatisticamente significantes a 5%, ou seja, a correlação é positiva
entre as variáveis: ter Pronaf ou não; acesso à Internet e os valores da produção e venda dos
produtos da agroindústria rural.
Tabela 2 - Efeitos do Pronaf no valor da produção e da venda dos produtos da agroindústria rural.
VP VVP
Mediação 7,91e+03 7,83e+03
[1,94e+03; 1,65e+04] [1,98e+03; 16.142,46]
Direto 5,38e+04 3,05e+04
[1,49e+04; 9,62e+04] [3,86e+03; 79.258,60]
Total 6,17e+04 3,84e+04
[2,32e+04; 1,02e+05] [8,16e+03; 86.468,74]
Proporção da mediação 1,10e-01 2,06e-01
[3,45e-02; 3,90e-01] [4,12e-02; 0,53]
Fonte: Elaboração própria, com base nos dados do Censo Agropecuário (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas,
2017). Nota: Os valores entre colchetes representam o intervalo de confiança.
Considerando a mesma tipologia, a análise do efeito de mediação é conduzida, levando-se
em conta o acesso à Internet, enquanto o efeito direto se refere às diferenças na tipologia, ou
seja, se há ou não participação no Pronaf. O efeito total médio representa o influxo médio do
tratamento. Em adição, nota-se a proporção do efeito de mediação relativamente ao efeito total.
Os estabelecimentos estaduais com Pronaf receberam mais de R$ 53.800.000,00 e R$ 30.500.000,00,
respectivamente, dos valores da produção e venda agroindustrial rural, a mais do que os não
pronafianos. Ao se considerar, porém, a mediação, os valores são de mais de R$ 7.910.000,00 e
R$ 7.830.000,00. Portanto, o efeito do Pronaf nos valores da produção e venda agroindustrial rural
seriam passíveis de superestimação e de significação, se não contabilizar o acesso à Internet.
Os efeitos apresentados na Tabela2 foram maiores no valor da produção, enquanto a
proporção do efeito mediação foi maior no valor da venda, representando mais de 20% do
efeito total, confirmando a importância da Internet, conforme já destacado na literatura por
estudos, como dos autores Carvalhoetal. (2015), Schneider & Conceição (2019).
A Internet contribui com os produtores nas tomadas de decisões, ao ser um veículo que
possibilita pesquisarem distintos tipos de informações, ampliarem a comunicação, melhorarem
as práticas e aumentarem a eficiência da produção. Por meio dela, é realizado o recebimento da
assistência técnica remota, reduzindo, então, a distância entre os produtores, as informações
e o público que demanda suas mercadorias – contribuindo, assim, com o desenvolvimento
rural, com a construção de mercados, melhores preços e maiores oportunidades de vendas
(Cunhaetal., 2013; Schneider & Conceição, 2019).
Com o avanço tecnológico, cada vez é mais difícil discutir abordagens socioeconomias,
sem levar em consideração a Internet e seus efeitos. Segundo os autores Luchiari Junioretal.
(2015, p. 1), a Internet é utilizada, por exemplo, para: “previsão do tempo, manejo de frota de
veículos, rastreamento de produtos agrícolas, informações sobre preço de insumos, serviços,
produtos, acesso a mercados, variedades, técnicas de produção, serviços de armazenamento,
processamento, etc.”.
Apesar de os efeitos diretos do Pronaf nos valores da produção e venda da agroindústria rural
terem sido maiores do que os efeitos indiretos, os valores obtidos com a agroindústria rural
Revista de Economia e Sociologia Rural 63: e285711, 2025 13/19
Contribuição do Pronaf e do acesso à internet no valor da produção e venda da agroindústria brasileira
nos estados brasileiros não foram resultados apenas do Pronaf, pois também são explicados
pela informação técnica recebida pela Internet.
Os resultados da função de mediação também são expressos graficamente, conforme se
encontra na Figura2. O ACME é o efeito indireto e o ADE o de ordem direta, enquanto a terceira
linha é o efeito total. As linhas representam, por sua vez, os intervalos de confiança de 95%, ao
passo que o ponto preto em formado de diamante denota a estimativa pontual.
Figura 2. Resultados dos efeitos da função de mediação do valor da produção e da venda dos
produtos da agroindústria rural. Fonte: Elaboração própria, com amparo nos indicativos do Censo
Agropecuário (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, 2017).
Como os efeitos são positivos e maiores do que zero, ressalta-se que, quanto mais produtores
tiverem acesso à assistência técnica pela Internet e forem optantes pelo Pronaf, maiores serão
os valores da produção e venda da agroindústria rural nos estados brasileiros.
Para garantir a robustez dos resultados, na próxima seção, foi procedida à análise de
sensibilidade, o que é decisivo para mitigar possíveis influências de fatores não observados,
que, decerto, confundiriam a relação entre o mediador e a resolução. É importante observar
que, mesmo em estudos experimentais (Imaietal., 2011; Keeleetal., 2015), não há garantia
absoluta de que essa condição seja plenamente atendida.
4.3 Análise de sensibilidade
A importância da análise de sensibilidade é inegável na avaliação da fortaleza dos achados
deste estudo, particularmente no que se refere à violação da hipótese de identificação. A garantia
de que as estimativas dos efeitos mediadores não são tendenciosas é crucial, considerando,
especialmente, a interação potencial dos termos de erro das equações de mediação e o
resultado. Em outras palavras, é possível que informações não observadas e características
preexistentes tenham influenciado tanto o acesso à Internet quanto os valores da produção
e venda agroindustrial rural nos estados brasileiros. Portanto, é essencial considerar esses
fatores ao interpretar os resultados.
A Figura3 comporta os gráficos resultantes da análise de sensibilidade, conforme descrito
no trabalho dos autores Keeleetal. (2015). Essa foi realizada em relação ao resultado do valor
da produção e venda da agroindústria rural brasileira, considerando o mediador contínuo de
acesso à Internet.
14/19Revista de Economia e Sociologia Rural 63: e285711, 2025
Contribuição do Pronaf e do acesso à internet no valor da produção e venda da agroindústria brasileira
Figura 3. Análise de sensibilidade do resultado do valor da venda dos produtos da agroindústria
rural para o mediador acesso à Internet. Fonte. Elaboração própria, com base nos dados do Censo
Agropecuário (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, 2017). Nota. A correlação dos termos
de erro das equações de mediação e resultado é medida pelo parâmetro ρ.
2
R
M
e
2
R
M
representa
os coeficientes de determinação, ou seja, a proporção da variância explicável pelo fator de confusão
omitido dos modelos de mediação e resultado.
Os dois primeiros gráficos da Figura3 representam os resultados do valor da produção e
os outros dois do importe de venda. Os gráficos com base no parâmetro ρ são mostrados do
lado esquerdo, enquanto os do lado direito expressam o grau de sensibilidade em termos
dos parâmetros do
2
R
.
Em relação aos efeitos mediados, estimados com base no parâmetro ρ, o efeito mediado
estimado para ρ = 0 é ilustrado pela linha pontilhada, enquanto a linha decrescente representa
os distintos valores de ρ, todos dentro do intervalo de confiança de 95% indicado pela área
cinza. O Efeito Causal de Mediação (ACME) é nulo quando o valor do parâmetro ρ é 0,2, tanto
para o valor da produção quanto para o importe de venda da agroindústria rural brasileira.
A hipótese de identificação chave permanece intacta quando ρ é igual a zero, e o verdadeiro
efeito de mediação corresponde ao valor exprimido na Tabela2.
Para os valores analisados, os resultados são robustos quanto à existência de fatores de
confusão não observados que afetem o mediador (acesso à Internet) e os resultados (valores
da produção e de venda da agroindústria rural estadual) em direções contrárias, pois, nesse
caso, a estimativa do ACME é sempre positiva, desde que ρ seja menor do que 0,2.
Revista de Economia e Sociologia Rural 63: e285711, 2025 15/19
Contribuição do Pronaf e do acesso à internet no valor da produção e venda da agroindústria brasileira
Tratando-se dos gráficos do lado direito que representam o grau de sensibilidade em termos
dos parâmetros do
2
R
, as linhas em negrito representam as combinações dos valores dos
2
R
da
Mediação e do Resultado para os quais o ACME seria 0. Para que essa conclusão seja diferente,
é necessário que os valores de
2
R
M
e
2
R
Y
sejam relativamente altos. Ou seja, os resultados
são menos robustos à violação da suposição de ignorabilidade sequencial, havendo fatores
de confusão capazes de afetar o mediador e as variáveis de resultados na mesma direção. Até
nessa situação, porém, ainda é possível garantir o ACME positivo, se o produto das variações
observadas nas variáveis de mediação (
2
R
M
) e resultado (
2
R
Y
), explicadas pelo fator de confusão
não observado, for maior do que 0,0046 e 0,0077, para os valores da produção e de venda.
A análise de sensibilidade enseja assinalar que o efeito de mediação é positivo para o efeito
do Pronaf nos valores da produção e venda da agroindústria rural dos estados brasileiros, além
de ser moderadamente robusto para possíveis confusões não observadas do pré-tratamento.
5 CONCLUSÕES
O objetivo deste estudo foi estimar a influência do Pronaf, mediado pelo acesso à Internet,
nos valores da produção e venda agroindustrial rural brasileira no ano de 2017. Para alcançar
esse propósito, foi utilizada a estratégia empírica do método de Efeito Mediação Causal,
desenvolvida por Imaietal. (2010a), utilizando dados do Censo Agropecuário de 2017 no Brasil.
Este método se distingue das abordagens tradicionais, ao dar ensejo à complexidade do
efeito do Pronaf em duas parcelas: os efeitos diretos e indiretos (mediado). Assim, este estudo
contribui para a literatura, ao estimar as orientações do efeito do Pronaf nos valores da
produção e venda agroindustrial rural dos estados brasileiros, identificando a parte do efeito
explicada pelo acesso à Internet.
Com base nos resultados descritivos, foram identificados os perfis estaduais dos
estabelecimentos, quais os valores de produção, venda de produtos da agroindústria rural;
e os números de estabelecimentos com acesso à Internet que receberam assistência técnica
foram, em média, maiores para os estabelecimentos familiares estaduais com Pronaf.
Os estabelecimentos estaduais com Pronaf tiveram, em média, idade 4% maior do que os não
pronafianos, além de terem mais estabelecimentos estaduais com energia, segurança, maiores
gastos com adubos/corretivos e transporte da produção. A maioria dos produtores tinha de
45 a 65 anos, sabia ler, possuíam ensino fundamental e eram do sexo masculino. Quanto ao
nível de escolaridade, as proporções com maiores níveis de educação e alfabetização foram
baixas entre os produtores não pronafianos.
Os resultados empíricos evidenciam que uma parte substancial da influência do Pronaf nos
valores da produção e venda da agroindústria familiar rural ocorre de maneira indireta, pela
mediação da informação técnica acessada pela Internet. Assim, o fato de não considerar essa
mediação é capaz de resultar em uma superestimação significativa dos resultados.
Os resultados obtidos com a agroindústria rural nos estados brasileiros não são meramente
atribuíveis ao Pronaf, porquanto, também, são influenciados pela disponibilidade de informação
técnica acessada pela Internet. Portanto, é essencial que os produtores recebam, não apenas,
assistência técnica por meio do Pronaf, mas, também, tenham acesso à Internet para otimizar
seu desempenho na produção e venda agroindustrial.
Contribuições dos autores:
NSA: Concepção e desenho do estudo, Coleta de dados, Análise e interpretação, Redação do
manuscrito, e Revisão crítica. JAA: Análise e interpretação, Redação do manuscrito, e Revisão
crítica. WRJ: Análise e interpretação, Redação do manuscrito, e Revisão crítica.
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Contribuição do Pronaf e do acesso à internet no valor da produção e venda da agroindústria brasileira
Suporte financeiro:
Nada a declarar.
Conflitos de interesses:
Nada a declarar.
Aprovação do conselho de ética:
Não se aplica.
Disponibilidade de dados:
Os dados da pesquisa estão disponíveis sob consulta.
*Autor correspondente:
Nataniele dos Santos Alencar. nataniele-santos@hotmail.com
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Recebido: 24 de abril de 2024.
Aceito: 11 de outubro de 2024.
JEL Classification: O13; Q12; O33; Q18; C21.
Editor associado: Prof. Dr. Daniel Arruda Coronel (Editor da RESR/SOBER)