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MAFFINI, Júlia Oliveira; GRIGOLETTI, Giane de Campos. Valorização de atributos sustentáveis em habitações
multifamiliares em quatro cidades do Rio Grande do Sul. Gestão & Tecnologia de Projetos. São Carlos, v19,
n3, 2024. https://doi.org/10.11606/gtp.v19i3.228896
VALORIZAÇÃO DE ATRIBUTOS SUSTENTÁVEIS EM HABITAÇÕES
MULTIFAMILIARES EM QUATRO CIDADES DO RIO GRANDE DO SUL
SUSTAINABLE ATTRIBUTES VALUATION IN MULTI-FAMILY BUILDINGS IN FOUR CITIES IN
RIO GRANDE DO SUL
VALORACIÓN DE LOS ATRIBUTOS SOSTENIBLES EN LA VIVIENDA PLURIFAMILIAR EN
CUATRO CIUDADES DEL RIO GRANDE DO SUL
Júlia Oliveira Maffini1, Giane de Campos Grigoletti1
RESUMO:
A construção civil, responsável pelo ambiente construído, gera grandes impactos ambientais. Como uma
forma de incentivar a redução desses impactos, o mercado verde é uma importante estratégia. Contudo, é
necessário investigar os consumidores e a sua preferência por produtos do mercado verde no setor da
construção civil, para criar e fortalecer produtos voltados para esse mercado. O presente artigo tem como
objetivo apresentar pesquisa encaminhada sobre a preferência e a valoração de moradores de quatro cidades
do Estado do Rio Grande do Sul (Caxias do Sul, Passo Fundo, Pelotas e Santa Maria) em relação à presença de
itens sustentáveis em empreendimentos habitacionais multifamiliares, buscando compreender se, no
momento da escolha de um imóvel, eles consideram esses itens como quesitos determinantes para a decisão.
O método baseou-se na aplicação de questionário de perguntas fechadas e resposta simples, aplicado de
forma online via Google Formulários, junto a moradores das cidades citadas. Os dados foram tratados de
forma descritiva e por correlação entre as variáveis valoração e precificação. Como resultados, observou-se
que os atributos sustentáveis apresentados não possuem prioridade. Os entrevistados apontaram área do
imóvel, número de cômodos, vizinhança e posição da unidade habitacional em relação ao sol como fatores
decisivos. Além disso, quanto à precificação, o fator mais relevante foram os materiais de acabamento. Dentre
os itens considerados sustentáveis, os mais valorados foram aqueles que proporcionam redução no consumo
de água e energia. Conclui-se que, para o grupo estudado, ainda não há a percepção da importância da
construção civil para a sustentabilidade ambiental. Desta forma, é importante que a educação ambiental
reforce o papel das edificações nos impactos ambientais da sociedade.
PALAVRAS-CHAVE: Construção sustentável; Mercado verde; Apartamentos.
ABSTRACT:
Construction is primarily responsible for the built environment. However, the built environment entails major
environmental impacts. In order to reduce these impacts, sustainable buildings and the green market are
emerging. However, it is necessary to investigate the sustainable user and the preference for green market
products in the construction sector, in order to create consumer-facing products. The present study aims to
investigate the preference and valuation of residents of four cities in southern Brazil in relation to presence of
sustainable items in multifamily housing, seeking to understand whether, at the time of the decision to choose
a property, they consider these items as determinant requirements for the choice. The method is based on
the application of an online closed-ended question and simple answer questionnaire using Google Forms to
the residents of the cities analyzed. The data were treated descriptively and by correlation between the
valuation and pricing variables. As a result, it was observed that sustainable attributes are not considered
determinant at the time of choice. The interviewees pointed out the area of the property, number of rooms,
neighborhood and position of the housing unit in relation to the sun as determining factors. Also, as for pricing,
the determining factor is the finishing materials. Among the items considered sustainable, the most valued
were those that provide a reduction in water and energy consumption. It is concluded that, for the group
studied, there is still no perception of the importance of civil construction for environmental sustainability. It
1Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM).
Fonte de Financiamento:
O presente trabalho foi
realizado com apoio da
Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior – Brasil
(CAPES) – Código de
Financiamento 001.
Conflito de Interesse:
Declara-se não haver conflito
de interesses.
Ética em Pesquisa:
Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM). CAAE:
66312522.5.0000.5346
Submetido em: 30/08/2024
Aceito em: 10/11/2024
Valorização de atributos sustentáveis em habitações multifamiliares em quatro cidades do Rio Grande do Sul
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Gestão & Tecnologia de Projetos
is necessary that environmental education reinforces the role of buildings in the environmental impacts of
Society.
KEYWORDS: Sustainable construction; Green market; Apartments.
RESUMEN:
La construcción civil genera grandes impactos ambientales. Como una forma de fomentar la reducción de
estos, el mercado verde es una estrategia importante. Sin embargo, es necesario investigar a los consumidores
y su preferencia por productos del mercado verde en el sector de construcción, con el fin de crear y fortalecer
productos dirigidos a este mercado. Este artículo tiene como objetivo presentar una investigación sobre
preferencia y valoración de los residentes de cuatro ciudades del Estado de Rio Grande do Sul (Caxias do Sul,
Passo Fundo, Pelotas y Santa Maria) en relación a la presencia de elementos sostenibles en viviendas
multifamiliares, buscando comprender si, al momento de elegir un inmueble, consideran estos elementos
como requisitos determinantes para la decisión. El método se basó en la aplicación de cuestionario de
preguntas cerradas y respuestas simples, aplicado en línea a través de Google Forms, a residentes. Los datos
fueron tratados de manera descriptiva y por correlación entre las variables valoración y precio. Como
resultado, se observó que los atributos sostenibles no tienen prioridad. Los entrevistados señalaron como
factores decisivos el área del inmueble, el número de habitaciones, el barrio y la posición de la vivienda en
relación con el sol. Además, en cuanto a los precios, el factor más relevante fueron los materiales de acabado.
Entre los ítems considerados sostenibles, los más valorados fueron aquellos que proporcionan una reducción
en el consumo de agua y energía. Se concluye que, para el grupo estudiado, aún no existe una percepción de
la importancia de la construcción civil para la sostenibilidad ambiental. Por lo tanto, es importante que la
educación ambiental refuerce el papel de los edificios en los impactos ambientales de la Sociedad.
PALABRAS CLAVE: Construcción sostenible; Mercado verde; Apartmentos.
INTRODUÇÃO
Mercado verde pode ser definido como um segmento da indústria de bens de consumo
ambientalmente mais sustentáveis. Neste segmento, caracterizam-se os comerciantes como
empreendedores verdes, os compradores como consumidores verdes e os bens de consumo,
como produtos verdes (Alves; Jacovine; Nardelli, 2012). Estudos têm sido desenvolvidos, em
vários setores da economia, para entender o comportamento do consumidor frente ao
mercado verde, fator importante para atingir uma sociedade mais sustentável (Barber; Bishop;
Gruen, 2014; Biswas; Roy, 2015; Kumar; Manrai; Manrai, 2017; Bleidorn; Lenhausen;
Hopwood, 2021).
A indústria da construção civil é a maior responsável pelo ambiente construído (GBC Brasil,
2023a). No entanto, desempenha um papel preponderante na geração de resíduos, na emissão
de gases de efeito estufa e na utilização de recursos naturais (GBC Brasil, 2023b). Neste
contexto, como forma de minimizar os impactos gerados no ambiente construído, definem-se
as construções sustentáveis, as quais caracterizam-se como produtos do setor da construção
civil que mantém os padrões de uma construção convencional em termos de qualidade, mas
incorporam soluções de menor impacto ambiental (Pinheiro, 2006). De acordo com a agência
de proteção ambiental americana (EPA, 2015), construções sustentáveis correspondem à
prática de criar estruturas e usar processos que são ambientalmente responsáveis e eficientes
no uso dos recursos naturais durante todo o ciclo de vida dessas construções. Entretanto,
construções sustentáveis podem acarretar maiores custos e a necessidade de mão de obra
especializada (Piccoli, 2009), necessitando, da mesma forma que para outros produtos, em um
primeiro momento, de maior interesse, tanto dos empreendedores, quanto dos consumidores.
Júlia Oliveira Maffini, Giane de Campos Grigoletti
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Gestão & Tecnologia de Projetos
Para edificações, a conscientização ambiental envolve vários elementos da cadeia de produção
e consumo. Com a procura dos consumidores por produtos verdes, os empreendedores são
impulsionados a atender essa demanda e, para que isto ocorra de maneira ambientalmente
responsável, exigem dos fornecedores a produção de produtos mais sustentáveis. Portanto, a
integração dos que constroem, projetam, divulgam e utilizam os produtos deve ocorrer
continuamente (Jobim, 1997, OECD, 2008; Bellen, 2015, Chekima et al., 2016). Focando nos
consumidores, para o setor da construção civil, pode-se citar estudos de Souza (2015), no
Brasil, Luo, Kanzaki e Matsushita (2016), na China, Jat e Mane (2018), na Índia, Rosner, Amitay
e Perlman (2022), em Israel, Nguyen, Do e Nguyen (2023), no Vietnã.
Considerando o exposto, a conscientização e a procura do consumidor por itens sustentáveis
em empreendimentos imobiliários ocasiona a expectativa de que as organizações também se
comprometam com as causas ambientais. Isto fortalece a responsabilidade ambiental, a qual
deixa de ser uma escolha e torna-se essencial para as empresas (TEIXEIRA, 2010). Com isso, é
necessário criar maior conhecimento quanto à preferência e à valorização do público
consumidor por sustentabilidade no setor da construção civil, de forma a tornar possível o
desenvolvimento de produtos voltados para ele. A redução dos impactos ambientais depende
dos esforços tanto dos empreendedores, como dos consumidores. No momento que os
responsáveis por empreendimentos da construção civil compreendem a valorização do
público por atributos ligados ao desenvolvimento sustentável, surge um maior interesse em
conhecer as preferências do consumidor e implementar esses atributos nas construções,
promovendo assim maior preservação ambiental e fortalecendo a integração dos agentes para
atingir esse objetivo.
De acordo com Li et al. (2020), os quais analisaram mais de 3.000 artigos publicados entre
1990 e 2019 sobre construções verdes (green building em inglês), políticas para o incentivo de
maior sustentabilidade no setor da construção civil estão divididas em dois grupos básicos:
incentivo financeiro e não-financeiro. O incentivo financeiro envolve subsídios, tanto para
empresas, quanto para consumidores, e incentivos fiscais, como redução de impostos, dentre
outros. Ficou demonstrado, por meio das pesquisas estudadas, que tais incentivos promovem
a sustentabilidade do setor. Os incentivos não-financeiros dizem respeito a assistência técnica,
estratégias de marketing e índices urbanísticos mais favoráveis. Os incentivos não-financeiros
são mais flexíveis e envolvem o conhecimento do público-alvo a fim de definir qual a melhor
estratégia para incentivar as construções mais sustentáveis. Os autores sugeriram grupos de
barreiras ao desenvolvimento sustentável do setor da construção civil, demonstrando que tais
barreiras se interconectam e devem ser enfrentadas em conjunto. Ou seja, os autores propõem
cinco níveis de enfrentamento: (1) nível corporativo (empreendedores), (2) nível dos atributos
(tecnologias mais sustentáveis viáveis), (3) nível do projeto (equipes capacitadas para o
desenvolvimento de projetos que incorporem as tecnologias), (4) nível individual
(conscientização do consumidor) e (5) interferência do estado. O estudo aponta, para além de
incentivos financeiros ou leis mais rígidas, a necessidade de maior conscientização e educação
ambiental dos consumidores.
Em relação ao mercado verde, Hartmann e Ibáñez (2006) apontaram as principais variáveis
que impulsionam o consumo verde: consciência ambiental, economia de energia e hábitos de
reciclagem e reaproveitamento de produtos. Também apontaram a importância de pesquisas
de mercado para definir de forma mais precisa as necessidades dos consumidores e seus
comportamentos a fim de fortalecer o mercado verde, respeitando especificidades culturais, e
campanhas massivas e contínuas para manter e desenvolver a conscientização. Outro aspecto
apontado diz respeito a capacidades cognitivas que permitem que os indivíduos façam a
ligação entre atitudes ambientais e seu padrão de consumo. Muitas vezes, segundo estudos
apontados pelos autores citados, esses comportamentos são contraditórios, demonstrando a
Valorização de atributos sustentáveis em habitações multifamiliares em quatro cidades do Rio Grande do Sul
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Gestão & Tecnologia de Projetos
incapacidade do indivíduo em ligar causa e efeito para sistemas mais complexos, como o da
construção civil.
Quanto à influência de valores culturais no comportamento do consumidor, Nguyen, Lobo e
Greenland (2017) expõem como estes podem definir a sua postura frente ao apelo do mercado
verde. Valores culturais de uma sociedade baseados no coletivismo (não individualismo) e
decisões baseadas em efeito de longo prazo (durabilidade dos produtos) são cruciais para o
mercado verde. Essas características não são apenas individuais, mas estão associadas a
grupos, regiões e mesmo países. O sentido do coletivo, de pertencimento a um grupo que
transcende as relações sociais mais próximas e o sentido de durabilidade e continuidade, o qual
mantém o indivíduo consciente da relação entre passado, presente e futuro, promovem
atitudes pró-ambientais.
Segundo Souza (2015), que investigou os fatores que influenciam a decisão de compra de
imóveis residenciais em São Paulo, aspectos como durabilidade e qualidade da construção,
área construída, suíte, salão de festas, parquinho para crianças, orientação solar, vistas,
mobilidade urbana e número reduzido de unidades habitacionais no condomínio são os
principais atributos buscados pelos compradores. A pesquisa não apontou explicitamente
atributos de sustentabilidade, embora alguns itens considerados podem ser a ela associados,
como a mobilidade urbana.
No Brasil, o marketing verde tem se tornado uma estratégia importante para fomentar a
sustentabilidade da construção civil e, em geral, baseia-se em certificações ambientais (Klein
et al., 2022; Oliveira; Alves, 2023). Porém, há poucos estudos que avaliam como o mercado
consumidor se comporta frente à sustentabilidade em edificações (Antunes; Cordeiro, 2011;
Kirby, 2018; Pinto; Punhagui, 2023). Tendo em mente a importância do consumidor para o
desenvolvimento sustentável do setor da construção civil e os poucos estudos que se
encontram com foco no tema, o objetivo deste artigo é apresentar uma investigação quanto à
valorização de moradores de quatro cidades do Rio Grande do Sul (Caxias do Sul, Passo Fundo,
Pelotas e Santa Maria) de itens sustentáveis em empreendimentos habitacionais
multifamiliares. Busca-se, assim, compreender se, no momento da escolha de um imóvel, eles
considerariam esses itens como quesitos determinantes para a sua tomada de decisão. A
pesquisa foi desenvolvida no âmbito de uma dissertação de mestrado.
MÉTODO
O método adotado foi dividido em três etapas: preparatória (definição dos objetos de estudo),
coleta de dados (aplicação de questionários) e análise de dados (tratamento e resultados).
ETAPA PREPARATÓRIA
As cidades Caxias do Sul, Passo Fundo, Pelotas e Santa Maria, do Rio Grande do Sul, foram
escolhidas por serem centros regionais, de acordo com classificação do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) (Rio Grande do Sul, 2021) (Figura 1) e possuírem bases
econômicas diferentes entre si. A cidade de Caxias do Sul tem base econômica voltada para
indústria, possuindo grande número delas e alto índice de importação e exportação. A
atividade econômica predominante em Passo Fundo é o agronegócio, possuindo grande
diversidade econômica e importantes serviços de saúde na escala regional. Pelotas e Santa
Maria possuem a mesma base econômica, ambas com atividades predominantes de serviços e
comércio. No entanto, Santa Maria caracteriza-se pela parcela da população de jovens devido
a presença de muitas instituições de ensino superior (IES) (IBGE, 2022). Desta forma, busca-se
Júlia Oliveira Maffini, Giane de Campos Grigoletti
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Gestão & Tecnologia de Projetos
diferentes percepções dos habitantes, possibilitando uma análise mais abrangente da opinião
do público-alvo.
ETAPA DE COLETA DE DADOS
A coleta de dados baseou-se na ferramenta questionário aplicado junto a habitantes das
cidades selecionadas. De acordo com dados do IBGE (2022), o número de moradores com idade
superior a dezoito anos é de 971.055 habitantes, considerando as quatro cidades (vide Quadro
1).
Cidade
Total habitantes com idade > 18 anos
Total de respondentes
Caxias do Sul
356.075 habitantes
23
Passo Fundo
155.374 habitantes
12
Pelotas
250.322 habitantes
8
Santa Maria
209.283 habitantes
43
Total: 971. 055 habitantes
86
Como a pesquisa estendeu-se por várias cidades, não foi possível aplicar uma abordagem
direta, como, por exemplo, distribuindo-se o questionário de forma presencial. Então buscou-
se o contato de instituições de ensino superior e administradoras de condomínios (imobiliárias
locais com páginas eletrônicas na internet), via correio eletrônico, e solicitou-se a ampla
divulgação da pesquisa.
Os respondentes foram abordados através de correio eletrônico e redes sociais através das
fontes contactadas. O questionário foi aplicado entre os meses de maio a agosto de 2023
usando-se o Google Formulários e foi mantido o anonimato dos respondentes. A pesquisa foi
aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (número do parecer 5.847.251).
Figura 1. Localização das
cidades no Estado do Rio
Grande do Sul
Fonte: adaptado de Google
Maps, 2024
Quadro 1. Quantificação
habitantes com idade
acima de 18 anos e número
de respondentes por cidade
Fonte: IBGE, 2022
Valorização de atributos sustentáveis em habitações multifamiliares em quatro cidades do Rio Grande do Sul
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Gestão & Tecnologia de Projetos
O questionário foi dividido em quatro tópicos: caracterização do respondente, perguntas
específicas, valoração e precificação. No tópico de caracterização do respondente, as perguntas
são de múltipla escolha ou resposta simples. O tópico de perguntas específicas possui uma
única pergunta com 36 alternativas de respostas formadas por caixa de seleção. O tópico de
valoração possui resposta a partir de escala Likert de importância, assim como o tópico de
precificação, relacionada à porcentagem em relação ao custo total do imóvel. Os itens foram
indicados em ordem alfabética, a fim de não induzir respostas dos respondentes. Os itens foram
baseados em bibliografia específica que trata da sustentabilidade em edificações, tais como
Agopyan e John (2011), Leite Jr. (2013), Souza (2015) e Nascimento, Morais e Lopes (2022), e
materiais publicitários de construtoras e imobiliárias do RS (obtidos diretamente das
construtoras e imobiliárias ou por meio de suas páginas eletrônicas). As perguntas não faziam
referência direta a algum imóvel adquirido pelo respondente, apenas buscavam apurar
quesitos que este consideraria para escolha de um imóvel habitacional.
ETAPA DE TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
Os dados obtidos através do questionário foram analisados descritivamente por meio da
frequência de respostas para cada item considerado na pesquisa. O tratamento utilizou as
próprias ferramentas do Google Formulários. Após, analisou-se as pontuações médias da
escala Likert, valoração e precificação, e comparou-se com caracterização do respondente
(faixa etária, grau de escolaridade, renda familiar mensal, atividade econômica e cidade em que
reside). Foi analisada a correlação entre as variáveis valoração e precificação. Estas duas
últimas etapas usaram a linguagem R de análise estatística (THE R PROJECT..., 2024).
O segundo tópico do questionário continha a questão de múltipla escolha: ‘marque as
alternativas que induzem você a escolher um imóvel’ com as 36 alternativas relacionadas a
características de empreendimentos habitacionais considerados itens de sustentabilidade ou
não. O segundo questionamento, sobre valoração dos 36 itens, pedia ao respondente para
valorar, numa escala de 5 valores, os itens da pergunta anterior. A escala usada é apresentada
na Figura 2.
O terceiro questionamento, sobre precificação, também usou a escala Likert, porém em
porcentagem, a qual indica quanto o cliente pagaria a mais por uma unidade habitacional, em
relação ao custo total do imóvel, quando houvesse o item indicado na pergunta. Esse tópico é
composto pela pergunta ‘em uma escala de porcentagem de valores, quanto você pagaria a
mais por um apartamento que tivesse algum dos itens indicados a seguir’ e, na sequência, 11
questões, com a escala mostrada na Figura 3. As percentagens foram obtidas a partir de
consulta com agentes que atuam em empreendimentos habitacionais, conforme sua visão de
possíveis custos incorporados com diferenciais do produto (fonte omitida para avaliação cega).
Foi elaborada uma tabela para a identificação de cada pergunta do questionário, quanto aos
tópicos de valoração e precificação (Quadro 2). Usando-se o software em linguagem R para
análise estatística, inicialmente, foram determinadas as médias das pontuações das respostas
fornecidas pelos participantes, para cada item relativo à valoração e à precificação, levando em
consideração as respostas obtidas. Esta análise foi realizada com o propósito de entender a
distribuição das variáveis, utilizando tabelas de frequência, medidas de tendência central e
Figura 2. Escala Likert de
valoração
Fonte: autores, 2024
Figura 3. Escala Likert de
precificação por
percentagem sobre o
custo total da unidade
Fonte: autores, 2024
Júlia Oliveira Maffini, Giane de Campos Grigoletti
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Gestão & Tecnologia de Projetos
medidas de dispersão. Foi utilizado o teste normalidade de Shapiro-Wilk. A hipótese nula é
quando os dados seguem a distribuição normal, sem diferença entre os grupos. Em caso de
normalidade, foi utilizada a análise de variância (ANOVA), caso contrário, o teste de Kruskal-
Wallis, para avaliar as diferenças entre grupos. Adotou-se um nível de significância de α = 0,05.
Para p-valor ≥ 5%, não se deve rejeitar a hipótese nula. Na tabela, em cinza, estão destacados
os itens considerados sustentáveis.
Valoração
Id.
Pergunta
V1
A beleza do edifício
V2
A construtora é reconhecida por sua postura ambiental e por seus empreendimentos
ambientalmente mais corretos
V3
A incorporadora ou construtora, no momento da venda, informou que o
apartamento era eficiente do ponto de vista do consumo de água
V4
A incorporadora ou construtora, no momento da venda, informou que o
apartamento era eficiente no ponto de vista do consumo de energia elétrica,
reduzindo a conta mensal de energia
V5
A incorporadora ou construtora, no momento da venda, informou que o
apartamento é silencioso, não se ouve o ruído dos vizinhos
V6
A incorporadora ou construtora, no momento da venda, informou que o edifício
possui plano de gerenciamento de resíduos e descarte responsável de materiais de
obra
V7
A incorporadora ou construtora, no momento da venda, informou que o edifício
preservou a vegetação nativa do entorno e terreno no momento da construção
V8
Área do apartamento e número de cômodos
V9
Áreas comuns do edifício possuem estratégias para reduzir o consumo de energia,
como sensores de presença e sistemas de iluminação por lâmpadas LED
V10
Áreas comuns possuem espaço com vegetação
V11
Custo do metro quadrado do imóvel, comparado com outros empreendimentos
similares
V12
Elevadores diferenciados, para uso social e de serviços
V13
Infraestrutura coletiva disponível, como piscina e salão de festas
V14
Localização do imóvel próximo a áreas de lazer, ao ar livre, como praças, parques e
pracinhas para crianças
V15
Localização do imóvel próximo a comércios cotidianos, como supermercados,
padarias e farmácias
V16
Localização do imóvel próximo a escolas
V17
Localização do imóvel, próximo ao local onde trabalho
V18
Medidor individual de água
V19
Número de apartamentos por pavimento
V20
Número de vagas de garagem
V21
O edifício conta com elementos que ajudam a controlar a insolação nas fachadas,
reduzindo consumo do ar-condicionado
V22
O edifício possui detalhes de fachada com elementos de vegetação
V23
O edifício possui selo de certificação e qualidade ambiental
V24
Paisagismo funcional, como hortas e árvores frutíferas
V25
Ponto para recarga de automóvel elétrico
V26
Posição do apartamento em relação ao sol (ensolarado no inverno)
V27
Posição do apartamento em relação ao sol (sombreado no verão)
V28
Possibilidade de compostagem do lixo orgânico gerado nos apartamentos, no
próprio condomínio, para adubar os jardins
V29
Proximidade a ponto de transporte urbano coletivo (ônibus)
Quadro 2. Identificação
das perguntas de
valoração e precificação
Fonte: autores, 2024
Valorização de atributos sustentáveis em habitações multifamiliares em quatro cidades do Rio Grande do Sul
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Gestão & Tecnologia de Projetos
V30
Qualidade de construção e acabamentos
V31
Sistema de aquecimento de água das unidades feito por placas solares
V32
Sistema de aquecimento de água por unidades e por aquecedor de passagem a gás
V33
Sistema de captação das águas da chuva, e uso delas, para alguma finalidade dentro
do condomínio
V34
Sistema hidrossanitário possui estratégias de redução de consumo, como caixas de
descarga econômicas
V35
Vistas do apartamento
V36
Vizinhança, bairro é conhecimento por ser tranquilo e seguro
Precificação
Id
Pergunta
P1
A construtora é reconhecida no mercado por suas ações ambientais e sociais, como
redução de desperdício de materiais de obra, uso de materiais de menor impacto
ambiental, qualidade de vida dos seus empregados, etc
P2
A vista do apartamento apresenta visual para uma região valorizada e bonita da
cidade
P3
O empreendimento apresenta um visual estético agradável e bonito
P4
O empreendimento está localizado próximo a áreas de lazer (praças e parques) e a
comércios cotidianos, como supermercados e farmácias
P5
O empreendimento está localizado próximo ao local onde trabalho
P6
O empreendimento possui áreas de lazer comum, como piscina, academia e salão de
festas
P7
O empreendimento possui áreas de lazer verdes com vegetação nativa, assim como,
paisagismo funcional, como pomar, horta, compostagem e áreas frutíferas
P8
O empreendimento possui estratégias para captação e aproveitamento da água das
chuvas, reduzindo o consumo de água nas áreas comuns do condomínio
P9
O empreendimento possui estratégias para reduzir o consumo de energia das
unidades e do condomínio, como um todo, como painéis fotovoltaicos e
aquecedores solares para a água
P10
O empreendimento possui materiais de acabamento e construção com qualidade
acima da média do mercado
P11
O empreendimento possui poucas unidades habitacionais, se tornando um edifício
mais exclusivo
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O número total de participantes da pesquisa foi de 86 indivíduos (distribuídos conforme
Quadro 1). Considerando a totalidade de habitantes com idade superior a 18 anos, 971.055,
obteve-se grau de confiança dos resultados de 80% e 7% de margem de erro (cálculo obtido
com a ferramenta Survey Monkey).
CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
Os respondentes possuem idade entre 25 e 34 anos, em sua maioria (40 indivíduos), são do
gênero feminino (62 indivíduos), grau de escolaridade pós-graduação em andamento ou
completa (68 indivíduos). Houve maior participação de moradores da cidade de Santa Maria
(50% ou 43 indivíduos) (Figura 4).
Júlia Oliveira Maffini, Giane de Campos Grigoletti
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Gestão & Tecnologia de Projetos
Em relação à renda familiar mensal e à atividade econômica, 45% dos respondentes (39
indivíduos) têm renda familiar entre 4 e 10 salários-mínimos. Quanto à atividade econômica,
22% (26 indivíduos) atuam no ramo da educação, o que é resultado do método usado para
atrair os respondentes, com o auxílio das instituições de ensino superior para divulgação da
enquete. Apesar dessa tendência, há significativa participação de outros ramos, como serviços
(17,5% ou 15 indivíduos) e construção civil (13,9% ou 12 indivíduos).
Na Figura 5, é possível observar a média das respostas, ordenadas do maior para o menor, nos
dois questionamentos. Esse resultado permite comparar, em termos médios, a preferência dos
respondentes, item a item.
Nos gráficos referentes à análise de valoração, as médias das pontuações variaram entre 2,3
(no item V12 – Elevadores diferenciados para uso social e de serviços) e 4,8 (no item V36 –
Vizinhança, bairro é conhecimento por ser tranquilo e seguro). Essa média, de 0 a 5, foi obtida
partir da escala Likert de ‘não é importante’ até ‘muito importante’. Dos 36 itens de valoração,
11 receberam pontuações médias acima de ‘importante’ (4), 20 itens receberam pontuações
médias entre ‘indiferente’ (3) e ‘importante’ (4), e 5 itens receberam pontuações médias abaixo
de ‘indiferente’ (3).
Figura 4. Gráficos da
caracterização da amostra
quanto: idade, gênero, grau
de escolaridade, cidade de
origem, renda familiar e
atividade econômica
Fonte: autores, 2024
Valorização de atributos sustentáveis em habitações multifamiliares em quatro cidades do Rio Grande do Sul
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Gestão & Tecnologia de Projetos
Considerando-se pontuações acima de 4,0, os itens mais valorizados pelos respondentes foram,
em ordem decrescente: vizinhança, qualidade e acabamentos, sol no inverno, área do imóvel e
número de cômodos, silêncio, proximidade a serviços cotidianos, custo do imóvel, medidor
individual de água, vistas, sombreamento no verão, menor custos com energia. Dentre estes,
apenas o último item (eficiência energética) faz referência direta a atributos ambientais mais
sustentáveis. Isto demonstra que, na opinião dos respondentes, atributos que colaboram com
uma maior sustentabilidade ambiental do setor (redução de gastos energéticos na operação da
edificação) ainda não são percebidos como um valor importante. Alguns itens traduzem o
contexto estudado, como a presença de sol no inverno. Como a pesquisa foi feita em cidades do
RS, onde há um inverno marcado por baixa temperaturas, a captação de radiação solar direta
é uma importante estratégia para aquecimento, reduzindo custos de energia para esse fim.
Nos gráficos referentes à análise de precificação, é possível observar que as médias de valores
atribuídos variaram entre 5,4% (no item P1 – ‘A construtora é reconhecida no mercado por
suas ações ambientais e sociais, como redução de desperdício de materiais de obra, uso de
materiais de menor impacto ambiental, qualidade de vida dos seus empregados, etc.’) à 11,3%
(no item P10 – ‘O empreendimento possui materiais de acabamento e construção com
qualidade acima da média do mercado’). Para a análise do questionário de precificação, as
respostas iguais a ‘não pagaria diferença de valor’ foram consideradas como 0%. Novamente
aqui, nota-se que os respondentes preocupam-se com atributos tradicionais da construção
civil, como qualidade da obra, não demonstrando atenção a atributos relacionadas mais
diretamente com a sustentabilidade da construção civil.
A seguir, na Tabela 1, apresenta-se as médias das respostas fornecidas por cada participante
nos questionamentos de valoração e precificação. Para cada participante, foram calculadas as
médias das respostas atribuídas aos 36 itens de valoração e aos 11 itens de precificação. Dessa
forma, o estudo avaliou as pontuações médias de forma estatística descritiva, conforme
apresentado na Tabela 1.
Figura 5. Média das respostas
por item de valoração e
precificação
Fonte: autores, 2024
Júlia Oliveira Maffini, Giane de Campos Grigoletti
15
Gestão & Tecnologia de Projetos
Questionamento
Mínimo
Média
Mediana
Máximo
Desvio-
padrão
Valoração
2,1
3,7
3,8
4,9
0,6
Precificação
0%
8,4%
7,5%
23,6%
5,3%
A valoração mede o grau de importância que o participante atribui à presença dos itens
apresentados a eles, variando em uma escala de ‘não é importante’ (1) a ‘muito importante’
(5). Os resultados da Tabela 1 mostram que, no geral, as avaliações dos participantes variam
entre 2,1 e 4,9, com uma média de 3,7, mediana de 3,8 e desvio-padrão de 0,6. A média de 3,7
e a mediana de 3,8 sugerem que os dados estão distribuídos em torno destes valores de
tendência central. Além disso, os valores de média e mediana foram próximos de 4, o que indica
que, em média, os participantes consideram importantes os itens estudados, apesar das
variações observadas entre os respondentes. Considera-se este resultado positivo, pois existe
a percepção de valor para certos itens apresentados. Se houver uma maior conscientização,
através da educação ambiental, por exemplo, dos benefícios individuais e coletivos dos
atributos sustentáveis, já há predisposição para sua valoração. Desde 2010, a Organização das
Nações Unidas salienta a importância da educação para a sustentabilidade do ambiente
construído, com foco em vários atores: empresários do setor, profissionais, estudantes,
financiadores, governos e a população em geral. E este tema ainda é atual. Para a Finlândia,
Kinnunen et al. (2022) demonstraram que o marketing é uma das mais importantes estratégias
para atingir a sustentabilidade do setor. Ahmmed et al. (2023) apontaram, para uma pesquisa
feita com foco em materiais de construção mais sustentáveis para o contexto da Índia, que a
consciência ambiental e a informação dos consumidores também são fatores relevantes para a
sustentabilidade do setor da construção civil.
A precificação indica o quanto o participante pagaria a mais por uma unidade habitacional que
tivesse algum dos itens avaliados no estudo, variando de 0% (não pagaria diferença) até 25%.
Os resultados da Tabela 1 apontam que, no geral, as respostas dos entrevistados variam de 0%
(não pagaria diferença) a 23,6%, com uma média de 8,4%, mediana de 7,5% e desvio-padrão
de 5,3%. A mediana inferior à média sugere que há uma maior concentração de valores
inferiores, próximos de 0% no conjunto de dados, o que indica haver uma maior concentração
de participantes que não pagariam diferença de valor pelos itens avaliados no estudo.
Tratando-se da valorização econômica dos itens de sustentabilidade, este resultado é
indicativo que, numa primeira etapa, o setor da construção civil deve focar em estratégias mais
sustentáveis que não representem custos elevados para o cliente final, como redução de
resíduos e desperdícios no canteiro de obras, eficiência energética na operação da edificação,
melhoria das condições de trabalho, dentre outros itens que vão ao encontro da maior
sustentabilidade do setor, sem implicar custos elevados. Investir em informação para o
consumidor da importância e benefícios de itens de sustentabilidade que não representam
custos altos para o setor, mas são fundamentais para sua maior sustentabilidade é uma forma
de universalizar tais ações, estabelecendo um padrão de atuação que, com o tempo, irá
agregando outros itens de maior custo.
A seguir foi realizada uma comparação das pontuações dos questionários de valoração e
precificação. Com os resultados dos cálculos das médias, foi feito o teste de normalidade de
Shapiro-Wilk, como comentado no método, com o intuito de comparar as médias entre os
grupos de participantes utilizando testes estatísticos.
Para a pesquisa adotou-se nível de significância de α = 0,05. Observou-se que as pontuações de
valoração possuem distribuição normal com p = 0,36, sendo maior que o nível de significância
Tabela 1. Estatísticas
descritivas dos
questionamentos de
valoração e precificação
Fonte: autores, 2024
Valorização de atributos sustentáveis em habitações multifamiliares em quatro cidades do Rio Grande do Sul
16
Gestão & Tecnologia de Projetos
adotado, e que as pontuações de precificação não possuem distribuição normal, com p = 0,021,
menor que o nível de significância adotado.
Neste sentido, adotou-se abordagem paramétrica, usando a Análise de Variância (ANOVA),
para comparação das médias de valoração, e abordagem não paramétrica, utilizando o teste de
Kruskal-Wallis, para as médias de precificação. Na Tabela 2, é apresentado o resultado da
análise comparativa, conforme caracterização do respondente, com a média e desvio-padrão
de valoração e precificação associados a cada grupo investigado e o valor p, do teste de
significância estatística, para determinar se há diferenças entre os grupos.
Variável
Grupo
Valoração
Precificação
Média
DP
p
Média
DP
p
Idade
18-24
3,37
0,6
0,18
8,51
5,4
0,75
25-34
3,69
0,6
8,83
5,2
35-44
3,64
0,7
6,66
4,3
45-54
3,83
0,4
7,47
6,7
55-64
3,84
0,4
8,1
6,0
65+
4,13
0,5
10,45
6,4
Grau de
escolaridade
Ensino médio completo
3,99
0,1
0,48
11,82
12,2
0,97
Ensino superior
incompleto
3,88
0,5
7,92
4,7
Ensino superior completo
3,40
0,1
7,27
4,5
Pós-graduação
3,69
0,6
8,4
5,4
Renda
Classe A
3,81
0,6
0,18
11,21
6,6
0,69
Classe B
3,68
0,7
8,96
4,2
Classe C
3,58
0,6
8,11
5,1
Classe D
3,94
0,4
7,42
4,5
Classe E
3,10
0,7
6,36
7,1
Ramo de
atividade
econômica
Agrícola
3,39
0,1
0,51
10,45
0,0
0,66
Aposentado
3,96
0,4
8,95
7,6
Autônomo/Empresário
3,80
0,3
9,09
5,6
Construção civil
3,58
0,5
9,02
5,4
Educação
3,63
0,7
7,07
5,1
Indústria
3,58
0,5
9,09
4,6
Saúde
3,64
0,7
9,19
6,0
Servidor público
3,63
0,6
5,4
3,5
Serviços
3,96
0,4
9,32
5,1
Cidade
Caxias do Sul
3,64
0,6
0,47
6,88
4,1
0,18
Passo Fundo
3,56
0,6
10,45
5,9
Pelotas
3,82
0,4
6,19
4,3
Santa Maria
3,80
0,5
9,01
5,7
Na Tabela 2, ‘variável’ correspondente à categoria de caracterização do respondente; ‘grupo’
corresponde às opções disponíveis para marcação daquela categoria; ‘média’ é o valor médio
de todas as respostas dos respondentes; DP significa desvio-padrão; e p é p-valor da Análise de
Variância (ANOVA), para valoração e p-valor do teste de Kruskal-Wallis, para precificação.
A partir dos resultados obtidos, constatou-se que não há diferenças estatisticamente
significativas entre os grupos, uma vez que todos os valores apresentam um valor superior a
p=0,05. Isso indica que as variáveis como idade, grau de escolaridade, renda, ramo de atividade
econômica e cidade não diferem estatisticamente entre si, considerando os 86 respondentes
do estudo. Esperava-se que, devido ao fortalecimento de políticas de governo para a educação
Tabela 2. Comparação das
pontuações médias
Fonte: autores, 2024
Júlia Oliveira Maffini, Giane de Campos Grigoletti
17
Gestão & Tecnologia de Projetos
ambiental a partir de 1991 (Brasil, 2005), haveria uma tendência, entre os mais jovens, na
valorização dos atributos de sustentabilidade. Isto indica que as políticas de educação
ambiental devem incluir explicitamente impactos relacionados ao produto edificação,
formando consumidores mais conscientes em relação ao tema.
Na Figura 6, apresenta-se graficamente a comparação das pontuações médias entre os
diferentes grupos do questionamento de valoração. Embora as diferenças não sejam
estatisticamente significativas, é possível extrair informações sobre o padrão de avaliação dos
participantes com base na caracterização pessoal do respondente.
Para a caracterização idade, há um padrão de aumento das médias, conforme maiores as faixas
etárias, de modo que os respondentes com faixa etária de ‘65+’, correspondendo a 65 anos ou
mais, tem a média mais alta (4,13), enquanto a faixa etária de ‘18-24’ anos tem a média mais
baixa (3,37).
Além disso, foram analisadas variações médias, de acordo com diferentes níveis de
escolaridade. Observa-se um padrão de diminuição na valoração, conforme mais elevado é o
nível de escolaridade, em que pessoas com ‘ensino médio completo’ têm uma média de 3,99,
enquanto aqueles com ‘pós-graduação completa ou incompleta’ têm uma média de 3,69, sendo
o ‘ensino superior incompleto’ o menor valor médio (3,4). Essa média volta a crescer para
pessoas que possuem nível de pós-graduação. O gráfico pode indicar que, para todos os níveis
Figura 6. Média das
pontuações de valoração
Fonte: autores, 2024
Valorização de atributos sustentáveis em habitações multifamiliares em quatro cidades do Rio Grande do Sul
18
Gestão & Tecnologia de Projetos
da educação, as políticas devem incluir a reflexão sobre a importância do setor da construção
civil na sustentabilidade econômica, social e ambiental.
As médias das avaliações também variam de acordo com diferentes níveis de renda, havendo
um padrão de diminuição, enquanto a renda diminui, havendo um aumento para a classe D.
Porém, como já mencionado, essas diferenças não são significativas. Nota-se, ainda, ligeiras
variações nas médias, ao se comparar os grupos conforme ramo de atividade econômica, de
forma que os grupos ‘serviços’ e aposentado’ possuem a maior média (3,96 cada), enquanto o
grupo ‘agrícola’ possui o menor valor médio (3,39). As médias das avaliações também variaram
ligeiramente entre as cidades. A maior média (3,82) foi em Pelotas, e a menor média foi em
Passo Fundo (3,56), o que era esperado, considerando os resultados da valoração por ramo de
atividades e a base econômica dessas cidades.
Na Figura 7, observa-se os gráficos do questionamento de precificação.
Ao avaliar a faixa etária dos participantes, as médias das pontuações de precificação variaram
de 6,66%, nos respondentes de 35-44 anos, a 10,45%, nos respondentes de 65 anos ou mais;
havendo uma tendência geral de aumento da média, conforme, aumento da idade, exceto pelo
grupo de 35-44 anos. A estabilidade econômica das famílias, normalmente alcançada na idade
adulta, pode influenciar esse resultado, na medida em que é possível fazer um planejamento
de gastos e há uma maior tendência a valorizar produtos com melhor desempenho frente ao
de menor custo.
Figura 7. Média das
pontuações de precificação
Fonte: autores, 2024
Júlia Oliveira Maffini, Giane de Campos Grigoletti
19
Gestão & Tecnologia de Projetos
Quanto ao grau de escolaridade, a maior média de precificação está associada aos participantes
com ensino médio completo (11,82%), seguida por pós-graduação (8,40%), ensino superior
completo (7,92%) e ensino superior incompleto (7,27%). Na análise quanto à caracterização
de renda, é possível observar uma tendência de queda na média da precificação, à medida que
a renda diminui, indo de 11,21%, na renda A, para 6,36% na renda E. No entanto, um estudo
realizado por Akhtar et al. (2021), na Malásia, demonstrou não haver correlação entre faixa de
renda e tendência ao consumo mais sustentável, prevalecendo a ética e a atitude pró-ambiental
como principais fatores de influência.
Em relação à atividade econômica, o grupo que atua no setor agrícola apresentou as maiores
médias na avaliação de precificação (10,45%), enquanto ‘educação’ (7,07%) e ‘serviços
públicos’ (5,40%) mostraram as menores médias. Os demais grupos variam entre esses
extremos.
Quando analisada a caracterização quanto à cidade, a avaliação média da precificação variou
entre as diferentes cidades consideradas, com Passo Fundo (10,45%) e Santa Maria (9,01%)
possuindo as maiores médias, e Caxias do Sul (6,88%) e Pelotas (6,19%) com as menores.
A última análise realizada teve o intuito de avaliar a correlação entre os questionamentos de
valoração e precificação, sendo realizada uma análise de associação usando o coeficiente linear
de Spearman, a um nível de significância de 5%.
Os resultados podem variar de -1 a 1 e, quanto mais próximos destes valores, maior é
considerada a força de correlação linear entre as variáveis, podendo ser negativa (-1) ou
positiva (1). Também, quanto mais próximo de zero, menor a correlação linear entre as
variáveis.
Inicialmente, os itens do questionamento de valoração foram analisados. A Figura 8 apresenta,
graficamente, a relação entre as respostas dos questionários na forma de uma matriz de
correlação. Essa matriz é uma representação gráfica das correlações entre pares de diferentes
variáveis em um conjunto de dados. Cada célula da matriz representa um gráfico de dispersão
entre dois itens, exibido na forma de uma elipse. Nesse contexto, a elipse indica o valor da
correlação: quanto mais achatada for a elipse, mais forte é a correlação, seja ela positiva ou
negativa, e vice-versa. O valor do coeficiente de Spearman também é indicado pela cor,
variando de vermelho (-1) a azul (1), sendo que as correlações estatisticamente não
significativas não são mostradas.
Valorização de atributos sustentáveis em habitações multifamiliares em quatro cidades do Rio Grande do Sul
20
Gestão & Tecnologia de Projetos
Na matriz, foram identificadas correlações significativas estatisticamente entre itens do
questionamento de valoração, com p > 0,05. Isso sugere que existem evidências estatísticas
que apontam que as respostas de alguns itens estão correlacionadas de maneira não aleatória,
ou seja, que existem relações reais entre elas. Considerando os 36 itens disponíveis para
marcação do questionamento de valoração, as correlações foram negativas e positivas,
variando entre fracas, moderadas e fortes, e assumindo valores entre -0,29 e 0,77.
Uma correlação positiva entre dois itens sustentáveis indica que, à medida que a valoração de
um item aumenta, a do outro item também tende a aumentar. Por outro lado, uma correlação
negativa significa que, à medida que a valoração de um item aumenta, a do outro tende a
diminuir, e vice-versa.
Nota-se forte correlação positiva entre o questionamento V2 (A construtora é reconhecida por
sua postura ambiental e por seus empreendimentos ambientalmente mais corretos) com os
questionamentos V6 (A incorporadora ou construtora, no momento da venda, informou que o
edifício possui plano de gerenciamento de resíduos e descarte responsável de materiais de
obra), V7 (A incorporadora ou construtora, no momento da venda, informou que o edifício
preservou a vegetação nativa do entorno e terreno, no momento da construção) e V23 (O
edifício possui selo de certificação e qualidade ambiental), sendo analisada similaridade nas
marcações dos respondentes, quanto à importância do comportamento da construtora, em
relação à sustentabilidade e certificação ambiental. Portanto, houve coerência entre as
respostas, marcando a tendência de valoração para itens mais sustentáveis relacionados ao
marketing da construtora.
Figura 8. Matriz de
correlação entre as
respostas
Fonte: autores, 2024
Júlia Oliveira Maffini, Giane de Campos Grigoletti
21
Gestão & Tecnologia de Projetos
Quando analisada a correlação de modo negativo, é possível observar fraca relação no
questionamento V5 (A incorporadora ou construtora, no momento da venda, informou que o
apartamento é silencioso, não se ouve o ruído dos vizinhos) com os questionamentos V24
(Paisagismo funcional, como hortas e árvores frutíferas, por exemplo), V27 (Posição do
apartamento em relação ao sol (sombreado no verão)) e V32 (Sistema de aquecimento de água
por unidades e por aquecedor de passagem a gás). Essa fraca correlação entre os
questionamentos de temáticas distintas permite a visualização da relação de marcações dos
respondentes, nos itens disponíveis de uma mesma caracterização.
Na avaliação de correlação para o questionamento de precificação, a Figura 9 mostra na matriz
que todas as correlações entre os itens foram significativas estatisticamente (p > 0,05).
Considerando os 11 itens do questionamento, as correlações foram positivas, variando entre
fracas, moderadas e fortes, e assumindo valores entre 0,25 e 0,81. Este resultado sugere que
existe uma relação direta entre os itens do questionamento de precificação; de forma geral,
quando a precificação atribuída a um item aumenta, a precificação dos outros itens também
tende a aumentar, sem haver necessariamente uma relação de causa e efeito entre os itens.
Através da Figura 9, pode-se observar que as correlações mais fortes ocorreram entre P8 (O
empreendimento possui estratégias para captação e aproveitamento da água das chuvas,
reduzindo o consumo de água nas áreas comuns do condomínio) e P9 (O empreendimento
possui estratégias para reduzir o consumo de energia das unidades e do condomínio, como um
todo, como painéis fotovoltaicos e aquecedores solares para a água), e P9 e P10 (O
empreendimento possui materiais de acabamento e construção com qualidade acima da média
do mercado). Quando analisada a relação entre P8 e P9, este resultado indica que os
respondentes que possuem a mesma análise de precificação nas estratégias de menor consumo
de água também possuem nas estratégias de menor consumo de energia, sendo
correspondentes na relação de opinião quanto a atributos de sustentabilidade. Também, os
Figura 9. Matriz de
correlação entre itens
estatisticamente
significativos
Fonte: autores, 2024
Valorização de atributos sustentáveis em habitações multifamiliares em quatro cidades do Rio Grande do Sul
22
Gestão & Tecnologia de Projetos
respondentes que valorizam estratégias de energia consideram, da mesma maneira, a
qualidade dos materiais do empreendimento.
Quando analisada a correlação fraca, observa-se os questionamentos P1 (O empreendimento
está localizado próximo a áreas de lazer (praças e parques) e a comércios cotidianos, como
supermercados e farmácias) e P6 (O empreendimento possui áreas de lazer comum, como
piscina, academia e salão de festas), ocorrendo variação na percepção dos respondentes
quanto a essas duas alternativas.
Por fim, a última análise avalia a correlação entre os questionamentos de valoração e
precificação. Para isto, foi calculado o coeficiente de correlação de Spearman entre as médias,
destacando a significância estatística da correlação. A Figura 10 mostra o gráfico de dispersão
entre as pontuações médias. Destaca-se que a linha do gráfico representa a reta do modelo de
regressão linear simples ajustado aos dados, com o respectivo intervalo de confiança, para
mostrar a tendência geral dos dados.
O coeficiente de Spearman foi calculado em 0,14, sugerindo uma correlação fraca entre as
variáveis de valoração e precificação médias. Essa correlação foi positiva, indicando que, à
medida que uma variável aumenta, a outra tende a aumentar também, porém a força dessa
relação é considerada fraca. Além disso, o valor p associado à correlação é de 0,188, excedendo
o nível de significância adotado de 0,05. Essa constatação sugere que não há evidências
estatisticamente significativas para rejeitar a hipótese nula, que afirma não haver correlação
entre as variáveis. Isto é, não existem provas suficientes para concluir que a correlação
observada entre valoração e precificação não ocorre devido ao acaso.
Figura 10. Relação de
correlação de valoração e
precificação
Fonte: autores, 2024
Júlia Oliveira Maffini, Giane de Campos Grigoletti
23
Gestão & Tecnologia de Projetos
CONCLUSÃO
O objetivo da pesquisa foi compreender se os moradores das cidades selecionadas como objeto
de estudo (Caxias do Sul, Passo Fundo, Pelotas e Santa Maria) valorizam e considerariam
atributos sustentáveis incorporados em edificações como critérios determinantes para a
escolha de um imóvel. De acordo com os resultados, baseados em amostra com 80% de
confiança e margem de erro de 7%, não existe uma valorização forte para itens de
sustentabilidade, podendo-se afirmar que, para o público estudado, outros valores são mais
decisivos, do ponto de vista do investimento feito no imóvel.
Nas análises estatísticas descritivas, ficou destacado nos questionamentos com escala Likert
de valoração e precificação, a relação com elementos que possibilitem sensação de satisfação
ao respondente. Entretanto, foi possível perceber que, quanto ao questionamento de valoração,
ocorre interesse dos respondentes nos itens apresentados, porém, na análise de precificação,
ficou destacado que, apesar do respondente demonstrar interesse em edificações que possuem
itens considerados mais sustentáveis, ele não estaria disposto a pagar um valor a mais por
esses itens presentes na unidade habitacional.
Em relação aos itens mais valorizados pelos respondentes, foi verificado que a área do
apartamento e o número de cômodos, a vizinhança e a posição do apartamento em relação ao
sol (ensolarado no inverno) são características presentes que mais induzem os habitantes no
momento da escolha. Quanto ao nível de precificação, foi observado que o empreendimento
possuir materiais de acabamento com qualidade acima da média do mercado é o item pelo qual
os respondentes estariam dispostos a pagar mais. Porém, a diferença que os respondentes
estariam dispostos a pagar corresponde ao menor valor da escala apresentada.
Quanto aos dados demográficos (idade, escolaridade, faixa de renda, origem), embora tenha
sido observado tendências esperadas quanto à faixa de renda e à escolaridade para
precificação, o estudo não permite uma conclusão, sendo indicado a ampliação da amostra em
pesquisas futuras.
Com os resultados obtidos a partir da aplicação da ferramenta questionário, o presente estudo
demonstra que, para o público estudado, os itens de sustentabilidade em empreendimentos
habitacionais, embora tenham reconhecida sua importância, não são fatores decisivos na
aquisição de um imóvel. No entanto, devido à baixa adesão de respondentes e ao número de
cidades envolvidas na pesquisa, os resultados não são conclusivos, mas indicativos de
possibilidade a serem exploradas pelo setor e pelo governo a fim de alcançar maior
sustentabilidade. Também aponta-se, como limitação da pesquisa, a relativa homogeneidade
dos respondentes em relação à origem (cidade), ao gênero, à idade e ao grau de escolaridade,
devido à dificuldade de atingir um público mais amplo. Sugere-se que, ao se aumentar a
variedade do grupo, incluindo outras regiões do Brasil, fazer-se análises relacionadas a
preferências dos itens por perfil do respondente, como localidade (clima). Também pesquisas
que foquem nas motivações para adotar atitudes pró-sustentabilidade de forma a conhecer
quais ações seriam mais eficazes para o setor.
Os resultados indicam que a educação ambiental deve fortalecer o conhecimento no impacto
da construção civil sobre o meio ambiente e sobre a qualidade de vida. A percepção dessa
importância por parte dos consumidores é vital para incentivar o setor na adoção e aplicação
de práticas de sustentabilidade no ambiente construído. A pesquisa contribui para a percepção
da importância de um consumidor consciente para o fortalecimento da sustentabilidade
ambiental no setor da construção civil. Ou seja, depreende-se a necessidade de maior
investimento em educação ambiental que inclua o produto ‘edifício’ como um objeto que
também necessita atender padrões mínimos de sustentabilidade.
Valorização de atributos sustentáveis em habitações multifamiliares em quatro cidades do Rio Grande do Sul
24
Gestão & Tecnologia de Projetos
Agradecimentos
À consultoria estatística prestada pela Biomed Stat.
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Júlia Oliveria Maffini
Autora principal
juliaomaffini@gmail.com
Giane de C. Grigoletti
Supervisora e Orientadora
giane.c.grigoletti@ufsm.br