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BOLETIM AGRONÔMICO

Authors:
AGRONÔMICO
AGRONÔMICO
BOLETIM
BOLETIM
Ano 2 | Nº 6 | Dezembro de 2024
PRODUZINDO CONHECIMENTO PARA O CAMPO!
PRODUZINDO CONHECIMENTO PARA O CAMPO!
Projeto Agro Extensão
Projeto Agro Exteno
Faculdade de Agronomia - UFRGS
Faculdade de Agronomia - UFRGS
ISSN 2965-6389
Boletim Informativo
Boletim Informativo
EDITORES
Editor
Prof. Dr. André Luis Vian
Departamento de Plantas de Lavoura da FAGRO/UFRGS.
Editoras Assistentes
Thauhana Cássia Gasparotto Kuhn
Anna Elisa Petersen Gatelli
Teresa Enderle
Graduandas em Agronomia FAGRO/UFRGS.
Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
- UFRGS
Na 6° edição do Boletim Agronômico apresentamos:
Desejamos uma boa leitura a todos!
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A produção de alimento começa com conhecimento!
A produção de alimento começa com conhecimento!
Boletim Agronômico | ISSN 2965-6389 | Nº 6 | 2024
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1 - Produção de sementes de soja na safrinha;
2 - Yield gap: convergência de informações para a máxima
eficiência na agricultura;
3 - Boas práticas para manejar a brusone no arroz irrigado.
CONTEÚDO
Produção de sementes de soja na safrinha
PG. 4
PG. 4
PG. 8
PG. 8
Rafael Battisti, Júlia de Oliveira Mendes, Felipe Puff Dapper,
Everlin Castro de Oliveira, Thaynara Garcia Santos
Boletim Agronômico | Ano 2 | Nº 6 |Dezembro de 2024
Yield gap: convergência de informações para
a máxima eficiência na agricultura
Tiago Pedó e Tiago Zanatta Aumonde
O conteúdo dos textos é de responsabilidade exclusiva dos(as)
autores(as). Permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Boletim Agronômico | ISSN 2965-6389 | Nº 6 | 2024
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Dr. Marcelo Gravina de Moraes, Dra. Débora Favero e Juan
Santos da Silva
Boas práticas para manejar a brusone no
arroz irrigado
PG. 15
PG. 15
André Luis Vian; Thauhana Cássia Gasparotto Kuhn
Evolução da safra agrícola 2024/2025
PG. 23
PG. 23
Boletim Agronômico | ISSN 2965-6389 | Nº 6 | 2024 PG. 4
PRODUÇÃO DE SEMENTES DE SOJA NA
SAFRINHA
A soja é a principal planta de lavoura
do Brasil, estacando-se na produção
de óleo e farelo. Na região sul do Brasil
a semeadura da cultura é realizada
nos meses de outubro e novembro,
devido as condições agroclimáticas
favoráveis ao crescimento e
desenvolvimento das plantas (Meotti et
al., 2012), o que reflete na quantidade e
qualidade do produto colhido. A
produção de sementes é dependente
da época de semeadura, resultando
em variações de produtividade (Ferrari
et al., 2018).
A semeadura em épocas distintas
pode ocasionar alterações no ciclo da
cultura devido às mudanças do
fotoperíodo, que afetam
principalmente a produtividade da soja
(Szareski et al., 2018).
INTRODUÇÃO
Desse modo, o estudo da
variabilidade da produção e da
resposta das plantas aos diferentes
fotoperíodos e temperaturas é um fator
determinante para a avaliação do
desempenho das plantas (Meotti et al.,
2012) e na qualidade das sementes
produzidas.
O vigor das sementes produzidas é
determinado pelo ambiente (Aumonde
et al., 2017) e pelo manejo das plantas.
Sendo assim, a época de semeadura
pode afetar a qualidade fisiológica das
sementes de soja (Aisenberg et al.,
2019). Tendo a temperatura e o
fotoperíodo como os principais fatores
ambientais que influenciam o
desenvolvimento do processo de
floração das plantas de soja (Ting-Ting
et al., 2015).
Tiago Pedó e Tiago Zanatta Aumonde
Tiago Pedó e Tiago Zanatta Aumonde
Departamento de Fitotecnia, PPGCT de Sementes da FAEM UFPel.
Departamento de Fitotecnia, PPGCT de Sementes da FAEM – UFPel.
Boletim Agronômico | ISSN 2965-6389 | Nº 6 | 2024 PG. 5
Nas últimas safras, condições
ambientais desfavoráveis durante a
semeadura e colheita das sementes da
soja têm gerados inúmeros desafios
aos produtores, tendo assim, na época
da entressafra uma alternativa para a
produção de sementes. Perante o
exposto, o objetivo deste trabalho foi
avaliar a influência de diferentes
épocas de semeadura na cultura da
soja produzidas na entressafra.
(2009) e a primeira contagem de
germinação foi realizada nas mesmas
condições do teste de germinação,
sendo avaliada aos cinco dias após a
semeadura (Brasil, 2009). Os dados
foram submetidos à análise de
variância e, quando significativos pelo
teste F, as médias foram comparadas
pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade (p <0,05).
A altura da planta (H) foi reduzida
pelo atraso da época de semeadura
em ambos os anos agrícolas (Figura
1a). A redução da altura das plantas
da cultivar C1 da primeira para a
segunda época de semeadura foi de
19,0% no ano um e de 38% no segundo
ano. Para a C2 a altura das plantas foi
reduzida em 14,0% no primeiro ano,
enquanto que, no segundo ano a
redução foi de 19,0%.
A redução nos atributos de
crescimento pode estar atribuída às
variações de ambiente, como
diminuição da radiação solar, ao
fotoperíodo e à temperatura (Kolesny
et al., 2022), que influenciam nas taxas
de desenvolvimento dos primórdios
reprodutivos (Jiang et al., 2011).
O número de sementes por planta
diminuiu nas plantas de ambas as
cultivares com o atraso na semeadura
em ambos as épocas de semeadura
(Figura 1b). A redução no NS da
cultivar C1 da primeira para a segunda
época de semeadura foi de 41% no ano
um e de 24% no segundo ano. Para a
C2 o NS foi reduzido em 40,0% no
primeiro ano, enquanto que, no
segundo ano a redução foi de 21%.
A massa de mil sementes (MMS)
mostrou tendencia distinta entre as
épocas de semeadura e safras
agrícolas (Figura 1c). Ao analisar a
MMS aumentou da primeira para a
segunda época de semeadura para
ambas as cultivares no primeiro ano.
Embora, no segundo ano a MMS
reduziu da primeira época para a
DESENVOLVIMENTO
O trabalho foi conduzido na
Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
na Universidade Federal de Pelotas, no
município de Capão do Leão, RS. O
clima da região é caracterizado por ser
temperado com chuvas bem
distribuídas e verão quente, sendo do
tipo Cfa pela classificação de Köppen.
A semeadura foi realizada em duas
safras consecutivas (ano 1 e ano 2) no
período de entressafra (primeira
quinzena de janeiro e de fevereiro). O
delineamento experimental foi
inteiramente casualizado. Foram
utilizadas duas cultivares de soja C1
(GMR 6.9) e C2 (GMR 6.6), sendo
semeadas em um Planossolo Háplico
Eutrófico, previamente corrigido de
acordo com análise de solo e com
base no Manual de Adubação (CQFS
RS/SC, 2004).
As sementes foram colhidas com
teor de água de 16% e, assim como a
trilha, realizada manualmente. Foram
avaliados: a altura da planta (H) sendo
determinada com fita métrica do nível
do solo até a extremidade superior do
caule mais longo, e os resultados foram
expressos em centímetros, sementes
por planta (NS), obtido por contagem
direta, massa de mil sementes (MMS)
conforme Brasil (2009), teste de
germinação realizado com oito
amostras de 50 sementes, em papel
germinativo Germitest, conforme Brasil
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O baixo número de sementes por
planta, devido às diferentes épocas
de semeadura, pode ser atribuído às
condições ambientais (Kolesny et al.,
2022), que são fatores importantes
para o desempenho produtivo da
cultura (Vargas et al., 2018), o que
pode refletir na massa de mil
sementes.
segunda em ambas as cultivares.
Estas variações podem estar
relacionadas a redução da produção
de sementes, o que refletiu em menos
drenos, o que refletiu na redução do
NS aumentando o MMS. Além disso, as
variações de ambiente podem
ocasionar mudança de rendimentos
de sementes.
Figura 1. Altura de planta (H), número de sementes por planta (NS) e massa de mil sementes (MMS) de
plantas de soja semeadas em dois anos e duas safras no período de entressafra, UFPel, Pelotas.
O atraso na época de semeadura
pode levar a uma redução de até
50% na produtividade de sementes
(Braccini et al., 2004). Embora
épocas diferencias ocorre redução
no rendimento, as mesmas tornam-
se importante para a manutenção
do mercado de sementes, quando a
semeadura em outubro e novembro
sofre com condições ambientais
desfavoráveis (Kolesny et al., 2022).
A germinação das sementes (%G)
aumentou na cultivar C1 da primeira
para a segunda época de semeadura
(Figura 2a). Enquanto que, para a
cultivar C2 a germinação reduziu da
primeira para a segunda época no
primeiro ano. Já, para o segundo ano
a germinação aumentou da primeira
para a segunda época em ambas as
cultivares. A primeira contagem de
germinação (%PCG) aumentou em
ambas as cultivares da primeira para
a segunda época de semeadura em
ambos os anos agrícolas (Figura 2b).
Boletim Agronômico | ISSN 2965-6389 | Nº 6 | 2024 PG. 7
O ambiente de produção influencia o crescimento, floração e enchimento das
sementes, por causar alterações nas taxas fotossintéticas, na absorção de água e
nutrientes (Ferreira et al., 2007), o que pode ocasionar melhorias na qualidade
fisiológicas das sementes produzidas.
Figura 2. Germinação (%G) e primeira contagem de germinação (%PCG) de sementes de soja
semeadas em dois anos e duas safras no período de entressafra, UFPel, Pelotas.
A produção de sementes de soja na safrinha é reduzida, contudo a qualidade das
mesmas pode ser favorecida em virtude das condições ambientais favoráveis para a
formação e enchimento das sementes.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
AISENBERG, et. al. Sowing periods, agronomic
performance and seed quality of soybean
cultivars in the Planosol soil. Australian Journal
of Crop Science, p.348-353, 2019.
AUMONDE, et. al. Estresses ambientais e a
produção de sementes: Ciência e aplicação.
Pelotas: Cópias Santa Cruz, p. 313, 2017.
BRACCINI, et. al. Características agronômicas e
rendimento de sementes de soja na semeadura
realizada no período de safrinha. Bragantia,
p.81-92, 2004.
BRASIL, Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento. Regras para análise de
sementes. Brasília, DF: Mapa/ACS, p. 395, 2009.
CQFS. Manual de adubação e calagem para os
Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. Porto
Alegre, p. 400, 2004.
FERRARI, et. al. Path analysis and phenotypic
correlation among yield components of
soybean using environmental stratification
methods. Australian Journal of Crop Science,
p.93-202, 2018.
FERREIRA, et. al. Modelo de estimativa de produti
vidade da soja {Glicine max (L.) Merril} em
função da variabilidade da temperatura.
Engenharia na Agricultura, p.400-407, 2007.
JIANG, et. al. Long day effects on the terminal
inflorescence development of a photoperiod-
sensitive soybean [Glycine max (L.) Merr.]
variety. Plant Science, p.504-510, 2011.
KOLESNY, et. al. Development and productivity of
soybean sown in the off-season. Scientia Agraria
Paranaensis, p. 319–322, 2022.
MEOTTI, et. al. Épocas de semeadura e
desempenho agronômico de cultivares de soja.
Pesquisa Agropecuária Brasileira, p.14-21, 2012.
SZARESKI, et. al. Path analysis applied to
agronomic traits of contrasting growth habit
soybeans. Australian Journal of Crop Science,
p.531-538, 2018.
TING-TING, et. al. Analysis of the independent-
and interactive-photo-thermal effects on
soybean flowering. Journal of Integrative
Agriculture, p.622–632, 2015.
VARGAS, et. al. Macronutrients and
Micronutrients Variability in Soybean Seeds.
Journal of Agricultural Science, p.209-222, 2018.
Boletim Agronômico | ISSN 2965-6389 | Nº 6 | 2024 PG. 8
“YIELD GAP”: CONVERGÊNCIA DE
INFORMAÇÕES PARA A MÁXIMA EFICIÊNCIA
NA AGRICULTURA
Rafael Battisti¹, Júlia de Oliveira Mendes², Felipe Puff Dapper³, Everlin
Rafael Battisti¹, Júlia de Oliveira Mendes², Felipe Puff Dapper³, Everlin
Castro de Oliveira³, Thaynara Garcia Santos³
Castro de Oliveira³, Thaynara Garcia Santos³
¹Professor Adjunto na Escola de Agronomia, ²Graduanda em Agronomia, ³PPG em
¹Professor Adjunto na Escola de Agronomia, ²Graduanda em Agronomia, ³PPG em
Agronomia - Universidade Federal de Goiás
Agronomia - Universidade Federal de Goiás
Yield gap tem sido um tema
amplamente abordado nos últimos
anos em todo o mundo, garantindo
uma produção mais eficiente e
sustentável, e contribuindo de forma
efetiva com a segurança alimentar e
energética mundial. A relação entre os
diferentes tipos de produtividade e os
fatores que as determinam, define o
que se denomina quebra de
produtividade, ou yield gap.
Em um ideal de yield gap, o clima
deve ser o principal fator limitante de
produtividade, uma vez que ele
apresenta uma variabilidade intrínseca
do local e, por isso, não é controlável.
Por exemplo, ao comparar os estados
do Rio Grande do Sul e Mato Grosso, o
desvio padrão da produtividade real de
soja foi de, respectivamente, 434 kg
ha-1 e 192 kg ha-1, entre as safras de
1973/74 e 2019/20, indicando maior
variação para o Rio Grande do Sul, e
consequentemente maior risco
climático.
Apesar disto, de acordo com Battisti
et al. (2018), cerca de 90% das áreas
produtoras de soja no Brasil tem
apresentado como fator limitante de
produtividade, o manejo, gerando um
yield gap de 30% a 50% do potencial
produtivo, embora o manejo seja um
fator controlável. Entre esses manejos,
destacam-se a compactação do solo,
disponibilidade de nitrogênio, manejo
INTRODUÇÃO
fitossanitário e nutricional, entre outras
práticas que causam redução da
produtividade.
Diante desse contexto, o yield gap
visa quantificar a redução de
produtividade ocasionada por fatores
limitantes e redutores de produção e
estabelecem relação a um potencial
de referência, promovendo
planejamento e tomada de decisão
mais assertiva quanto ao manejo e às
práticas a serem adotadas, para que
se obtenha maiores produtividades,
explorando ao máximo o que o
ambiente dispõe.
Para melhor compreensão desse
conceito, é necessário compreender os
principais tipos de produtividade e a
relação de eficiência climática e
agrícola com o conceito de yield gap, a
fim de encontrar estratégias que
possam mitigar os fatores relacionados
ao manejo que levam a quebra de
produtividade. Ainda pode-se
identificar estratégias para reduzir o
risco climático e aumentar o potencial
produtivo. Ao entender como esses
elementos interagem, pode-se
desenvolver abordagens eficazes para
otimizar a produção agrícola no Brasil.
Boletim Agronômico | ISSN 2965-6389 | Nº 6 | 2024 PG. 9
Considerada uma produtividade
teórica, a produtividade potencial
raramente se concretiza. Muitas vezes,
a produção ocorre em regime de
sequeiro, o que implica variações
constantes nas condições climáticas,
especialmente em relação ao déficit
hídrico. Mesmo em propriedades que
contam com irrigação, a produtividade
potencial esporadicamente é atingida
devido as limitações de manejo. É
importante destacar que a
produtividade potencial é influenciada
pela data de semeadura, localização
do cultivo e o ciclo da variedade
empregada. Assim, a escolha das
cultivares para cada talhão também
desempenha um papel crucial para
máxima produtividade.
A produtividade atingível é um tipo
de produtividade de menor magnitude
em comparação à produtividade
potencial. A produtividade atingível é
influenciada pelos fatores limitantes de
produção relacionados ao déficit
hídrico e à disponibilidade de água no
solo, resultado do tipo e textura do solo.
A produtividade agrícola pode ser
classificada em diferentes tipos e níveis,
considerando fatores como genótipo,
clima e manejo. Segundo Lobell et al.
(2009), essa classificação abrange três
diferentes níveis, sendo a produtividade
potencial, atingível e real os mais
difundidos (Figura 1).
A produtividade potencial refere-se
à máxima produtividade que uma
cultura pode atingir em condições
ideais, sem limitações relacionadas a
aspectos nutricionais, fitossanitários e
hídricos, função dos fatores
determinantes. Esse conceito resulta da
interação de fatores climáticos, como
radiação solar, temperatura, fotoperíodo
e disponibilidade de CO, além das
características genéticas da cultivar
utilizada. Apesar de não ser possível
alterar diretamente esses elementos, o
ajuste da data de semeadura pode ser
uma estratégia eficaz para assegurar
que o cultivo ocorra em períodos de
maior oferta de radiação solar ou em
condições de fotoperíodo favoráveis ao
desenvolvimento vegetativo.
TIPOS DE PRODUTIVIDADE E SEUS FATORES CONDICIONANTES
Figura 1. Níveis e tipos de produtividade agrícola com seus fatores determinantes, limitantes e redutores,
com os respectivos tipos de yield gap entre os níveis de produtividade. Fonte: Adp. Battisti et al. (2018).
Boletim Agronômico | ISSN 2965-6389 | Nº 6 | 2024 PG. 10
Além do solo, a quantidade e
distribuição da chuva impacta a
disponibilidade de água no solo e o
último tipo de produtividade é a
produtividade real, a qual sofre influência
de fatores redutores, resultante do
manejo. Esses incluem limitações físicas
e químicas do solo, competição
interespecífica e intraespecífica,
limitações biológicas, como a fixação
biológica de nitrogênio, e pragas e
doenças. Com base no exposto,
entende-se que a produtividade real
depende dos fatores determinantes,
limitantes e redutores.
Na Figura 1, as diferenças entre as
barras verticais expressam as quebras
de produtividade, que podem advir de
fatores associados a disponibilidade de
água ou ao manejo agrícola da cultura.
Assim, como observado por van Ittersum
et al. (2013), a quebra de produtividade
entre produtividade potencial e atingível
demonstra o efeito do déficit hídrico,
associado a quantidade e distribuição de
chuvas e água no solo. a diferença
entre produtividade atingível e real
resulta de uma quebra de produtividade
proveniente do manejo realizados na
propriedade.
O primeiro nível de manejo redutor de
produtividade é a limitação por raiz,
quantificado através da limitação de
crescimento radicular no solo para
acessar água disponível no perfil do solo,
em que o aprofundamento radicular é
limitado devido a compactação do solo,
presença de alumínio e baixo teor de
cálcio. O segundo nível classificado
como perda por ambiente, engloba
limitações físicas e químicas do solo
associado ao tipo de solo, formação e
capacidade de absorção de nutrientes,
os quais precisam de médio a longo
prazo para ser corrigido.
Já o terceiro nível considera de forma
geral o manejo, caracterizado por
competição interespecífica (plantas
daninhas) e intraespecífica (população
de plantas ótimas),
limitações biológicas (fixação biológica
de nitrogênio para soja), e a ocorrência
de pragas e doenças, entre outros
manejos. Nesse contexto, o yield gap
busca quantificar a influência de cada
fator - climático ou manejo - na
produtividade, possibilitando o
planejamento e tomada de decisões
assertivas.
Eficiência agrícola x eficiência
climática
Atrelados ao conceito de yield gap
e os tipos de produtividade, existem
dois importantes índices que auxiliam
na comparação do manejo agrícola e
condições climáticas de diferentes
áreas e safras, a eficiência agrícola e a
eficiência climática (BATTISTI et al., 2012;
2013). A eficiência climática é a relação
entre as produtividades atingível e
potencial, definindo em termos
quantitativos, o efeito do déficit hídrico
sob a produtividade. a eficiência
agrícola, é a relação entre as
produtividades real e atingível, utilizada
como um indicador da eficiência do
manejo agrícola realizado pelo
produtor.
Para compreender os fatores que
mais influenciam a produtividade das
áreas agrícolas (clima ou manejo), o
conceito de yield gap é uma
ferramenta essencial que contribui
para a separação do impacto de cada
fator na produtividade. No exemplo
real, apresentado na Figura 2, observa-
se duas áreas com produtividade real
de 99 sc ha-1 e 83 sc ha-1,
respectivamente, em Capão Bonito, SP,
e Correntina, BA. Com base nesses
valores, é possível indicar que o
produtor de Capão Bonito, SP, obteve
melhor manejo pela maior
produtividade real. Mas, ao analisar os
níveis produtivos, observa-se que a
produtividade potencial, foi de 126 sc
ha-1 e 169 sc ha-1, respectivamente,
para Capão Bonito, SP, e Correntina, BA,
Boletim Agronômico | ISSN 2965-6389 | Nº 6 | 2024 PG. 11
mas ao aplicar a perda por déficit
hídrico, ocorreu a redução da
produtividade potencial para atingível
de 120 sc ha-1e 101 sc ha-1,
respectivamente.
Nestas condições, verifica-se que o
clima disponibilizou maior
produtividade atingível para Capão
Bonito, SP, do que para Correntina, BA.
Para identificar a fonte da redução da
produtividade potencial pode se utilizar
a eficiência climática, que em
Correntina, BA, foi de 0,60, ou seja, 40%
da produtividade potencial foi reduzida
pelo déficit hídrico, enquanto que
apenas 5% em Capão Bonito, SP.
Ao avaliar a eficiência agrícola, que
indica a qualidade do manejo, ambos
produtores apresentaram o mesmo
valor, de 0,82, ou seja, ambos
exploraram 82% da produtividade
atingível disponibilizada pelo clima,
indicando que o yield gap promovido
pelas práticas de manejo foi igual a
18%. Esses valores estão de acordo com
os limites estabelecidos por Lobell et al.
(2013), que indicam um yield gap
máximo de 20%.
Figura 2 Produtividade potencial, atingível, real e eficiência agrícola e climática para soja em áreas
produtivas de Capão Bonito, SP, e Correntina, BA, durante a safra 2015/16.
Na Figura 3, um estudo conduzido
por Battisti et al. (2018), que analisou
200 áreas do Comitê Estratégico Soja
Brasil (CESB) ao longo de três safras,
distribuídas por diversas regiões do
Brasil, observou-se a eficiência
climática e agrícola e seus respectivos
impactos sobre a produtividade real.
Os resultados apresentados indicam
que independente da condição
climática ser limitante (< 0,60),
intermediária (0,60-0,80) ou favorável
(> 0,80), expressada pela eficiência
climática, houve um aumento de
produtividade com a melhoria do
manejo, representado pela eficiência
agrícola (Figura 3).
Ao analisar os ganhos em sacas por
hectare em resposta a cada
percentual de incremento na eficiência
agrícola, observou-se que a melhoria
da eficiência agrícola resultou em
ganhos de 1,0, 1,3 e 1,5 sc ha-1 por
percentual de aumento na eficiência
agrícola (Figura 3), respectivamente,
para eficiência climática limitante,
intermediária e favorável. Tal
constatação demonstra que maior
eficiência no manejo leva os recursos
disponíveis no ambiente serem
explorados de maneira mais eficaz.
Boletim Agronômico | ISSN 2965-6389 | Nº 6 | 2024 PG. 12
Esses resultados evidenciam a
necessidade permanente de
intensificar os ganhos por meio de um
manejo agrícola mais eficiente, com o
intuito de mitigar os impactos
negativos do déficit hídrico. Tal
estratégia envolve explorar de maneira
otimizada o potencial produtivo
durante anos de condições climáticas
favoráveis ao cultivo, maximizando os
benefícios proporcionados por um
manejo aprimorado, e,
consequentemente, diminuir os
impactos do clima em safras
climaticamente limitantes. Isso se deve
ao fato de que é o manejo agrícola que
determina e define o potencial
produtivo da cultura, sendo
fundamental para a maximização da
produtividade real.
Figura 3. Produtividade real de soja em função da eficiência agrícola para diferentes níveis de
eficiência climática para 200 áreas registradas no campeonato brasileiro da produtividade do Comitê
Estratégico Soja Brasil (CESB), nas safras de 2013/14, 2014/15 e 2015/16. Fonte: Adaptado de Battisti et al.
(2018).
Manejo decisivos aplicados a redução
do Yield Gap
O yield gap permite, por meio de
equações de modelagem que simulam
o crescimento das plantas e suas
respostas a diversos fatores, como
data de semeadura e condições
climáticas, determinar os valores dos
tipos de produtividade potencial e
atingível. Ao comparar esses valores
com os dados reais, é possível
identificar os fatores que determinam,
limitam e reduzem a produtividade.
Dentre os fatores que afetam o
potencial produtivo e o yield gap
destaca-se a data de semeadura,
grupo de maturação, população de
plantas, número de aplicações de
fungicidas e inseticidas, e o uso de
fertilizantes. A definição da janela de
semeadura afeta o potencial produtivo
da cultura em conjunto com o a
escolha do grupo de maturação e a
população de plantas. Nesse sentido, a
escolha de diferentes combinações
auxilia na redução da vulnerabilidade
da cultura às variações climáticas,
uma vez que dilui os riscos climáticos
ao longo do ciclo da cultura.
Boletim Agronômico | ISSN 2965-6389 | Nº 6 | 2024 PG. 13
Outro aspecto importante é a
seleção e alocação adequada de
cultivares de acordo com o ambiente
produtivo (BATISTTI e SENTELHAS, 2015).
Na Figura 4 observa-se que,
dependendo do déficit hídrico, a perda
de produtividade varia conforme o tipo
de cultivar. Cultivares com alta
tolerância ao déficit hídrico podem
perder cerca de 22% do seu potencial
produtivo (seta verde), enquanto
cultivares com baixa tolerância podem
perder até 30% (seta vermelha), em um
nível de déficit hídrico de 30% no
período reprodutivo.
Por outro lado, cultivares com
menor tolerância ao déficit hídrico
respondem melhor em ambientes de
boa disponibilidade hídrico, resultando
em maior produtividade real. Dessa
forma, é reforçada a importância de
selecionar cultivares levando em
consideração suas características e o
ambiente de cultivo (Battisti et al., 2017).
Figura 4. Relação entre déficit hídrico na fase reprodutiva e perda relativa de produtividade para
quatro grupos de cultivares quanto a tolerância ao déficit hídrico. Fonte: Battisti e Sentelhas (2015).
Ao conhecer o potencial produtivo da
cultura no ambiente em que será
cultivada, é possível realizar um ajuste
adequado na oferta de nutrientes,
através da correção fatores limitantes
de solo, como presença de alumínio e
compactação do solo. Nesse sentido, o
balanço de nitrogênio do sistema
produtivo em associação com a
evolução do teor de matéria orgânica
no solo, tem apresentado importância
na composição de yield gap. La Menza
et al. (2017) demonstrou perdas de
produtividade de soja chegando a 30 sc
ha-1 em ambientes que a oferta de
nitrogênio endógeno do solo era baixa.
Isso ocorre, pois, a fixação biológica de
nitrogênio da soja não é capaz de suprir
a demanda total da cultura ao
ultrapassar o teto produtivo de 50 sc
ha-1. Por exemplo, para a produtividade
de 80 sc ha-1, com uma alta eficiência
de fixação biológica de nitrogênio,
ainda são necessários 50 kg ha-1 de
nitrogênio via suprimento natural do
solo (Ciampitti e Salvagiotti, 2018).
Destaca-se ainda a qualidade de
semeadura que irá afetar a distribuição
das plantas, impactando diretamente
a interceptação de radiação solar e de
exploração do solo.
A interceptação de radiação solar é
essencial em ambientes com boa
disponibilidade hídrica, uma vez, que
irá elevar o potencial produtivo
(Tagliapietra et al., 2018), enquanto que
Boletim Agronômico | ISSN 2965-6389 | Nº 6 | 2024 PG. 14
a exploração do solo pelas raízes
garante melhor suprimento hídrico
(Battisti e Sentelhas, 2017). O yield gap
também está ligado com perdas de
produtividade durante a colheita, seja
pela eficiência da máquina ou pelo
atraso da colheita, resultando em
perdas que podem chegar a 20% com
atraso de 15 dias da data ótima de
colheita (Tsukahara et al., 2016).
Geralmente o atraso da colheita está
associado a excesso de chuva, o que
pode potencializar a ocorrência de
doenças e dificultar os manejos da
área de cultivo.
CONCLUSÕES
O conceito yield gap busca englobar
inúmeras informações e dados de
diferentes níveis para entender o
potencial produtivo e os fatores que
determinam, limitam e reduzem a
produtividade das culturas, para que a
partir de informações adequadas e de
elevada abrangência possa se
elaborar um planejamento de forma
adequada, resultando em maior
eficiência no uso dos recursos
disponíveis na propriedade.
Nesse sentido, a adoção de
ferramentas e softwares especializados
facilita o planejamento e tomada de
decisões ao integrar informações sobre
a localização geográfica, a variabilida-
de climática local e as especificidades
da janela de semeadura, além de
alinhar a semeadura e janela de cultivo
ao sistema de produção, aumentando
a resiliência aos fatores limitantes e
redutores. Portanto, yield gap é uma
ferramenta de gestão produtiva, que
utiliza da modelagem para analisar,
interpretar e quantificar os fatores que
determinam, limitam e reduzem a
produtividade agrícola.
Esta ferramenta auxilia o produtor a
elaborar as melhores estratégias de
manejo afim de se obter resultados
mais expressivos de produção,
econômicos e de sustentabilidade.
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nas áreas de competição de produtividade no
Brasil. Int. J. Plant Prod. p. 159–168, 2018.
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Boletim Agronômico | ISSN 2965-6389 | Nº 6 | 2024 PG. 15
BOAS PRÁTICAS PARA MANEJAR A
BRUSONE NO ARROZ IRRIGADO
O arroz é considerado alimento
base para a população brasileira, além
de contribuir para a economia,
especialmente da metade sul do Rio
Grande do Sul (RS), onde ocupa
aproximadamente um milhão de
hectares de terras baixas. Nos últimos
40 anos, avanços tecnológicos, como o
uso de cultivares altamente produtivas,
elevada resposta à adubação
nitrogenada, controle eficiente de
plantas daninhas, melhorias nos
sistemas de irrigação e drenagem e a
antecipação do período de semeadura
contribuíram para a duplicação da
produtividade do arroz no RS.
As áreas de terras baixas,
anteriormente ocupadas pelo
monocultivo de arroz irrigado, também
passaram por uma transformação
significativa, sendo esse
INTRODUÇÃO
em grande parte, substituído por
sistemas de rotação de culturas com
soja e, mais recentemente, também
com milho. Durante o outono/inverno
ocorreu um aumento do uso de
pastagens de azevém em sucessão e a
introdução da pecuária, além da
cultura do trigo. Esta diversificação
trouxe benefícios, como a melhoria das
propriedades físicas, químicas e
biológicas dos solos, e o aumento na
renda dos produtores. No entanto, o
aumento da intensificação e
diversificação das culturas nessas
áreas trouxe novos desafios, como o
aumento da ocorrência de doenças
causadas por patógenos adaptados
aos múltiplos hospedeiros. Um exemplo
é o caso da brusone, que afeta não
somente o arroz, mas também outras
gramíneas, como o azevém e o trigo.
Marcelo Gravina de Moraes¹, Débora Favero² e Juan Santos da Silva³
Marcelo Gravina de Moraes¹, Débora Favero² e Juan Santos da Silva³
¹Consultor Técnico Doutor IRGA, ²Pesquisadora Doutora IRGA, ³aluno de Iniciação
¹Consultor Técnico Doutor IRGA, ²Pesquisadora Doutora IRGA, ³aluno de Iniciação
Científica e estudante de Agronomia da UFRGS
Científica e estudante de Agronomia da UFRGS
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Dependendo do momento da
infecção e da severidade, a doença
pode resultar na perda total da
produtividade.
P. oryzae é um patógeno que possui
grande adaptabilidade a trocas de
hospedeiros devido as frequentes
alterações genéticas que modificam
sua patogenicidade e virulência. A
escolha da espécie de gramínea para
uso em sucessão ou rotação com o
arroz, e, principalmente, da própria
cultivar de arroz influenciam a seleção
de variantes do fungo, resultando em
maior severidade da doença.
A brusone é a doença com maior
potencial destrutivo do arroz irrigado,
não apenas no Brasil, mas em todas as
regiões produtoras do mundo. A
brusone, causada pelo fungo
Pyricularia oryzae, pode infectar
diversas partes da planta, incluindo
folhas, colmos e panículas. Nas folhas,
a brusone forma lesões elípticas com
bordas de coloração marrom e centros
acinzentados. Durante a fase
reprodutiva, pode resultar em grãos
chochos ou malformados (Figura 1) e,
em casos mais severos, o colmo pode
romper-se na base da panícula.
DESENVOLVIMENTO
Figura 1. Plantas de arroz com sintomas de brusone na panícula.
Boletim Agronômico | ISSN 2965-6389 | Nº 6 | 2024 PG. 17
P. oryzae não possui estruturas de
sobrevivência, o que faz com que
dependa da presença de hospedeiros
vivos (gramíneas) ou de restos
culturais destes para persistir no
ambiente (Figura 2). Sua principal
forma de dispersão são os conídios,
que podem ser transportados pelo
vento, a curtas distâncias que
geralmente não excedem um raio de
200 metros da fonte de inóculo.
As sementes também não
representam uma fonte de inóculo
importante para iniciar uma epidemia,
apesar de contribuírem para a
introdução de variantes do fungo que
podem se estabelecerem e aumentar
a intensidade da doença após alguns
anos. Isso significa que a área de
cultivo é o local mais importante para
monitorar o patógeno e manejar a
brusone.
Figura 2- Plantas de azevém não inoculadas (vaso à direita) e inoculadas (vaso à esquerda) com
esporos de Pyricularia oryzae.
Para o manejo de brusone as
seguintes estratégias devem ser
observadas:
Escolher sempre cultivares
resistentes sempre que possível
A escolha de cultivares resistentes
ao patógeno é a medida mais
importante para o manejo de brusone.
Além de apresentar um baixo custo
ela é a única ferramenta que garante,
isoladamente, um menor risco de
ocorrência da doença, devido à
eficiência dos genes conhecidos de
resistência ao patógeno. Por esse
motivo, os programas de
melhoramento genético de arroz
Boletim Agronômico | ISSN 2965-6389 | Nº 6 | 2024 PG. 18
irrigado das instituições públicas de
pesquisa têm desenvolvido cultivares
resistentes à brusone no Brasil. Um
exemplo é o programa de
melhoramento genético do Instituto Rio
Grandense do Arroz (IRGA), que
desenvolve um monitoramento de
longo prazo do patógeno, além de
conduzir um processo de seleção de
genótipos de arroz que combinam
genes de resistência importantes (às
raças que ocorrem no RS) em
genótipos com resistência durável
(Figura 3).
Figura 3- Seleção no viveiro de brusone. Linhagem de arroz resistente (linha central) e linhagens
suscetíveis (linhas à esquerda e à direita da linha central).
Desse processo de seleção, no
denominado de “viveiro de brusone”,
resultam as principais cultivares
resistentes à brusone do IRGA, que
estão entre as mais cultivadas no RS
(Tabela 1). No viveiro também são
detectados os primeiros focos de
doença em uma cultivar. Um exemplo
histórico é caso da cultivar IRGA 424 RI,
lançada em 2013, que além de
altamente produtiva e adaptada a
todas as regiões produtoras de arroz
no RS, apresentou elevada resistência
ao patógeno durante um longo
período, sendo os primeiros casos em
lavouras comerciais registrados na
safra 2018/19.
Boletim Agronômico | ISSN 2965-6389 | Nº 6 | 2024 PG. 19
A resistência das cultivares de arroz
à brusone, entretanto, é dependente
da frequência de determinadas raças
do patógeno no campo. O uso
prolongado de uma única cultivar em
grandes extensões, como é o caso da
IRGA 424 RI, que ocupa mais de 50% da
área semeada com arroz no RS
várias safras (Figura 4), pode levar à
quebra da resistência. Portanto, é
fundamental alternar cultivares, se
possível com distintas fontes de
resistência genética, para evitar a
seleção de patógenos adaptados.
Tabela 1 - Monitoramento da ocorrência de brusone em cultivares de arroz do IRGA no Viveiro de
Brusone em Torres e em lavouras do RS nas safras de 2016/17 a 2022/23.
Observar as práticas culturais
fundamentais
A umidade e a temperatura
desempenham um papel crítico no
desenvolvimento de brusone. O fungo
prospera em temperaturas ao redor de
25°C e com umidade relativa acima de
89%, sendo a presença de água na
superfície das folhas um fator
determinante para a infecção. Isso
explica por que a brusone é mais
frequente em lavouras de sequeiro ou
irrigadas por aspersão, onde o
molhamento foliar é mais duradouro.
Boletim Agronômico | ISSN 2965-6389 | Nº 6 | 2024 PG. 20
Figura 4- Percentual de área utilizada com as cultivares de arroz no RS na safra 2023/2024. Fonte:
adaptado do IRGA.
em sistemas de irrigação por
inundação as falhas no controle da
lâmina de água é que podem criar
condições favoráveis ao
desenvolvimento da doença. Por isso é
importante manter uma lâmina de
água adequada, reduzindo a oscilação
de temperatura, que favoreceria o
molhamento foliar e a infecção pelo
patógeno.
A época de semeadura tem um
papel crucial no manejo de brusone. A
semeadura no início do período
recomendado para cada região e para
cada cultivar, combina as condições
ideias para maior produtividade e
evitam que os períodos mais críticos do
desenvolvimento da cultura, como o
emborrachamento e a floração,
coincidam com os períodos climáticos
mais favoráveis à doença. Nesse
sentido, por exemplo, nas condições do
RS, semeaduras realizadas em outubro
tendem uma menor predisposição à
ocorrência de doenças.
O uso excessivo de nitrogênio nas
lavouras de arroz é apontado como um
fator que aumenta a predisposição das
plantas à brusone. Isso ocorre porque o
excesso de nitrogênio estimula o
crescimento vegetativo da planta,
criando condições mais favoráveis
para a infecção do fungo. Por outro
lado, nutrientes como o potássio e o
cálcio são essenciais para o
fortalecimento das defesas naturais da
planta. Portanto é fundamental utilizar
uma adubação equilibrada, seguindo
as recomendações dos laudos de
análise de solo e respeitando os
valores recomendados para as
cultivares escolhidas, além do histórico
de ocorrência da doença no local de
cultivo.
Outras práticas culturais como o
uso de sementes certificadas e sadias,
a escolha de densidade de semeadura
adequada e o controle de gramíneas
espontâneas contribuem para o
sucesso do manejo de brusone.
Boletim Agronômico | ISSN 2965-6389 | Nº 6 | 2024 PG. 21
Planejar adequadamente culturas
para sucessão e rotação
Conforme citado anteriormente, a
ocorrência e manutenção da brusone
na área depende em maior parte da
palha e das espécies vegetais
presentes na própria lavoura. Portanto,
a escolha de cultivos para sucessão e
rotação é determinante para reduzir ou
aumentar a intensidade da doença. A
chave, nesse caso, é diversificar as
espécies, incluindo plantas que não
hospedem o patógeno. Um exemplo
positivo, que reduz o inóculo de
brusone, é a rotação com a soja, que
além de não hospedar o patógeno,
contribui para a atividade microbiana
no solo, que aumenta a degradação
da fonte de inóculo. Durante o inverno,
o uso de um mix de plantas de
cobertura que inclua também
leguminosas, como o trevo-persa,
também auxilia na degradação do
inóculo na palha do arroz, além de não
aumentar a multiplicação do inóculo.
Já a sucessão com culturas muito
suscetíveis à brusone, como o azevém
e o trigo, exige uma atenção especial,
pois pode aumentar a quantidade de
inóculo do patógeno. Além das perdas
importantes nessas culturas devido à
brusone, elas permitem uma grande
multiplicação do inóculo durante o
período hibernal, resultando em uma
quantidade de inóculo inicial mais
elevada durante o estabelecimento
inicial da cultura do arroz. O resultado
disso é a ocorrência de brusone em
estádios iniciais da cultura do arroz
irrigado, o que aumenta as
probabilidades de perda da resistência
das cultivares e diminui o sucesso de
outras medidas de controle.
O uso de fungicidas em cultivares
resistentes à brusone somente
deve ocorrer caso seja indicado
pelo monitoramento da ocorrência
da doença
O uso de fungicidas é uma medida
complementar no manejo de brusone e
deve ser utilizada quando as demais
práticas, como a escolha de cultivares
resistentes e o manejo correto da
semeadura e adubação, não forem
suficientes para controlar a doença. O
monitoramento da lavoura é essencial,
especialmente no período vegetativo.
No reprodutivo, são dois os períodos
críticos: o final do emborrachamento
(R2) e a floração/enchimento de grãos
(R4-R5), onde o risco de infecção pela
brusone é maior.
Quando usadas cultivares resistentes
as aplicações de fungicidas podem ser
dispensadas nesse período desde que
sejam observada a ausência de
sintomas e considerado o histórico de
brusone na área. O uso de fungicidas
nestes estádios pode ajudar a controlar
a doença e garantir uma colheita
segura, desde que sejam observadas o
momento correto, a dosagem
recomendada, a alternância de
princípios ativos e o período de
carência de cada produto. O uso de
fungicidas deve ser feito de forma
estratégica, também considerando as
perdas por outras doenças como as
manchas de grãos que não
apresentam resistência genética
adequada nas cultivares.
CONCLUSÕES
A brusone do arroz é uma doença
complexa, cuja severidade é
amplamente influenciada por fatores
ambientais, práticas de manejo e
características genéticas tanto da
planta hospedeira quanto do patógeno.
A falta de controle adequado não
apenas reduz a produtividade, mas
também pode resultar em grãos de
baixa qualidade, inadequados para o
consumo ou comercialização.
Além disso, o aumento da pressão de
Boletim Agronômico | ISSN 2965-6389 | Nº 6 | 2024 PG. 22
doenças em áreas mal manejadas
pode favorecer a emergência de novas
linhagens patogênicas mais agressivas
e resistentes aos fungicidas disponíveis,
agravando ainda mais a situação.
O sucesso no manejo de doenças do
arroz, como a brusone, depende de
uma abordagem integrada e
multidisciplinar, envolvendo práticas
agronômicas, uso de cultivares
resistentes e monitoramento contínuo
das condições de cultivo. A
intensificação agrícola, quando
diversificada e bem manejada, pode
garantir maior produtividade e
sustentabilidade ao longo do tempo. O
futuro do manejo de doenças no arroz
irrigado passa pelo monitoramento
constante do patógeno, incluindo um
sistema de previsão de risco de
ocorrência de brusone que leve em
consideração fatores meteorológicos e
práticas culturais também, o
desenvolvimento de cultivares com
distintos mecanismos de resistência,
que permitam uma rotação adequada,
e o uso de bioinsumos que tenham
eficiência para o controle de brusone.
REFERÊNCIAS
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Boletim Agronômico | ISSN 2965-6389 | Nº 6 | 2024 PG. 23
EVOLUÇÃO DA SAFRA AGRÍCOLA 2024/2025
LEVANTAMENTO - DEZEMBRO 2024
André Luis Vian¹ &
André Luis Vian¹ &
Thauhana Cássia Gasparotto Kuhn²
Thauhana Cássia Gasparotto Kuhn²
¹
¹ Prof. Dr. Faculdade de Agronomia - UFRGS; ² Graduanda em Agronomia - UFRGS
Prof. Dr. Faculdade de Agronomia - UFRGS; ² Graduanda em Agronomia - UFRGS
Evolução das safras de arroz e de milho no Brasil comparando com a safra
Evolução das safras de arroz e de milho no Brasil comparando com a safra
2023/2024. Informações IRGA e CONAB.
2023/2024. Informações IRGA e CONAB.
Com o retorno da normalidade das chuvas dentro da média histórica, houve uma
aceleração da área semeada de soja, comparando com a safra 2023/2024, onde no
último levantemento para as principais culturas agrícolas, a área de cultivo se aproxima
da finalização da semeadura.
A safra de arroz superou os 90% da área semeada no Brasil, sendo que Santa Catarina
e Rio Grande do Sul (maiores produtores) semearam 100% e 99% da área,
respectivamente. Atualmente o ritmo de semeadura no Brasil está mais acelerado que a
safra 2024.
A 1° safra de milho concentrada na região sudeste e sul do Brasil, conta com mais de
100% de área semeada, apenas o Rio Grande do Sul faltando 10% área para finalizar a
semeadura. Atualmente contamos com um ritmo de semeadura superior a da safra 2024.
Boletim Agronômico | ISSN 2965-6389 | Nº 6 | 2024 PG. 24
A safra de soja atingiu 97,8% da área semeada no Brasil. Dentro dos estados produtores
destacamos Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Paraná
que concluiram a semadura em área total. Demais estados produtores estão próximos de
finalizar a área de cultivo para 2024/2025.
As expectativas da safra de soja em termo de produtividade e produção são altas em
função da área semeada e do potencial produtivo da safra 2024/2025. Porém, o que
chama a atenção são os mercados da China e dos Estados Unidos da América que
influenciam diretamente no valor da saca de soja, sendo que as bolsas indicam um
redução dos valores pagos. Os valores projetados por saca são menores de US$ 22,00
(Agrolink, 2024).
Evolução das safras de soja no Brasil comparando com a safra 2023/2024.
Evolução das safras de soja no Brasil comparando com a safra 2023/2024.
Informações CONAB.
Informações CONAB.
AGRONÔMICO
AGRONÔMICO
BOLETIM
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Ano 2 |
Ano 2 |
Nº 6 | Dezembro de 2024
Nº 6 | Dezembro de 2024
PRODUZINDO CONHECIMENTO PARA O CAMPO!
PRODUZINDO CONHECIMENTO PARA O CAMPO!
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2965-6389
2965-6389
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Article
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The newly emerged wheat blast fungus Magnaporthe oryzae Triticum (MoT) is a severe threat to global wheat production. The fungus is a distinct, exceptionally diverse lineage of the M. oryzae, causing rice blast disease. Genome-based approaches employing MoT-specific markers are used to detect MoT field isolates. Sequencing the whole genome indicates the presence of core chromosome and mini-chromosome sequences that harbor effector genes and undergo divergent evolutionary routes. Significant genetic and pathotype diversity within the fungus population gives ample potential for evolutionary change. Identifying and refining genetic markers allows for tracking genomic regions with stable blast resistance. Introgression of quantitative and R gene resistance into popular cultivars is crucial to controlling disease in areas where the pathogen population is diverse and well established. Novel approaches such as CRISPR/Cas-9 genome editing could generate resistant varieties in wheat within a short time. This chapter provides an extensive summary of the genetic and genomic aspects of the wheat blast fungus MoT and offers an essential resource for wheat blast research in the affected areas.
Article
Full-text available
In southeastern U.S., oat (Avena sativa L.) is predominantly grown as a grain or forage crop due to its exceptional palatability (Buntin et al. 2009). In November 2020, leaf spot symptoms were observed in an oat field (cv. Horizon 720) in Screven County, Georgia (GPS: 32°38'57.6"N 81°31'32.178"W). Lesions were oblong, whitish to gray in color, and surrounded by dark brown borders. Symptomatic oat leaves were sampled from the field and cut into 1 cm2 sections that were surface sterilized, plated onto Potato Dextrose Agar (PDA) media and incubated in the dark at 23°C. To obtain pure cultures, fungal hyphal tips were transferred onto fresh PDA plates 3 times. The pathogen was identified as Pyricularia (Magnaporthe) based on typical conidial morphology (Ellis 1971). Conidia were hyaline, pyriform, 2-septate, and displayed a basal hilum. Conidia measured 5.32 to 10.64 μm (average 8.24 μm) wide by 15.96 to 29.26 μm (average 25.40 μm) long. The identification of Pyricularia was further confirmed genetically via PCR amplification followed by sequencing. Genomic DNA was extracted from a 14-day old pure culture using a CTAB method (Doyle and Doyle 1987). The internal transcribed spacer (ITS) region of ribosomal DNA, calmodulin (CaM) gene, and -tubulin (TUB) gene were amplified using ITS5-ITS4 (White et al. 1990), CMD5-CMD6 (Hong et al. 2005), and Bt2a- Bt2b (Glass and Donaldson 1995) primer sets, respectively. Amplicons were Sanger sequenced and blasted against the NCBI database. Results exhibited 100% (ITS), 100% (CaM), and 99.61% (TUB) homology with Pyricularia oryzae Cavara (GenBank accession no. LC554423.1, CP050920.1, and CP050924.1, respectively). The ITS, CaM, and TUB sequences of the isolate were deposited in GenBank as MZ295207, MZ342893, and MZ342894, respectively. In a greenhouse (23°C, 80% RH), Koch’s postulates were carried out by using oat seedlings cv. Horizon 270 grown in Kord sheet pots filled with Sun Gro professional growing mix, and a P. oryzae spore suspension containing 104 conidia ml−1. The spore suspension (10 ml) was sprayed with an air sprayer onto 7 pots of oat seedlings at the two-leaf stage. Seven supplementary pots of oat seedlings of the same cultivar were sprayed with sterile water to act as controls. After inoculation, plants were covered with black plastic bags that had been sprayed with sterile water to maintain high humidity and incubated overnight in the greenhouse. The bags were removed the next day, and plants were evaluated for symptoms in the following days. Seven days after inoculation, plants displayed symptoms similar to those found in the original field sample. Control plants showed no symptoms. Pyricularia oryzae was consistently re-isolated from inoculated symptomatic oat tissues. To our knowledge, this is the first report of gray leaf spot caused by P. oryzae on oat in the state of Georgia and in the continental United States. Pyricularia oryzae can infect several graminaceous plants, including agronomically important crops such as rice (Oryza sativa) and wheat (Triticum spp.) (Chung et al. 2020). Phylogenetic analysis on the ITS region using 6 different host lineages was performed and revealed that this oat isolate was most closely related to the Lolium lineage. This outbreak could have economic implications in oat production.
Article
The effects of three nitrogen fertilization treatments on the development of rice blast were studied on eight cultivars under field conditions in Arkansas in 1995 and 1996. The eight cultivars (Kaybonnet, Cypress, Lacassine, Mars, Adair, Alan, Newbonnet, and RT7015) ranged from resistant to susceptible to blast according to previous field observations. The recommended nitrogen levels for the eight cultivars varied from 123 to 168 kg/ha/year. Three treatments, consisting of different rates and timing of nitrogen applications, were tested over 2 years at one location. The first treatment consisted of a single nitrogen (N) application applied to plots at the recommended rate at preflood during the midtillering stage. The second treatment consisted of applying nitrogen as a single preflood application but at 1.5 times the recommended N rate used in treatment one. The third treatment (control) consisted of applying the recommended amount of nitrogen fertilizer used in treatment one, but in a three-way-split application with 56 to 100 kg/ha (depending on the cultivar) of urea applied at preflood followed by the application of 34 kg/ha of N applied approximately 10 and 20 days after the panicle differentiation (PD) growth stage. Inoculated spreader plots were used to initiate rice blast epidemics in the test plots. The results indicate that the disease progress for rice blast, regardless of N treatments, followed a unimodal curve, whereby disease incidence and total lesion area per plant reached a maximum near midseason (PD growth stage) and then gradually declined. This decline in disease was attributed to adult resistance, leaf senescence, and the formation of new (noninfected) leaves. Application of nitrogen above the recommended rate for any given cultivar significantly increased disease incidence and total lesion area per plant on all cultivars except Kaybonnet, a highly resistant cultivar. Furthermore, a differential cultivar response to nitrogen was observed when measuring both disease incidence and total lesion area per plant. Leaf blast was significantly more severe on the susceptible and very susceptible cultivars when N fertilizer was applied as a single application at preflood than in the split application treatment. Nitrogen treatments did not significantly affect the incidence of collar rot or neck blast.
Efeito da Época e Número de Aplicações de Fungicidas no Controle de Brusone e Rentabilidade do Arroz Irrigado na Região Sul do Rio Grande do Sul
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