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Desigualdades de Renda e Riqueza na Região Metropolitana de Curitiba

Authors:
  • Kurytiba Metropole

Abstract

Este artigo investiga as desigualdades de renda e riqueza num recorte da região metropolitana de Curitiba, utilizando mapas para demonstrar as disparidades entre áreas urbanas e periféricas. As análises abordam também as causas históricas e atuais dessas desigualdades, destacando a necessidade de políticas públicas focadas em justiça social e equidade. A pesquisa propõe uma abordagem integrada e inclusiva no desenvolvimento urbano para mitigar essas desigualdades, enfatizando a importância de considerar as dimensões sociais e econômicas no planejamento urbano.
ET2. Inovação em políticas públicas
DESIGUALDADES DE RENDA E RIQUEZA NA
REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA
INCOME AND WEALTH INEQUALITIES IN CURITIBA’S
METROPOLITAN REGION
DESIGUALDADES DE INGRESOS Y RIQUEZA EN LA REGIÓN
METROPOLITANA DE CURITIBA
Rafael Gomes de Oliveira
Diretor Executivo - Kurytiba Metropole
rafael@kurytibametropole.org
Aluno de Graduação em Direito - UniCuritiba
Aluno de Pós-graduação em Políticas e
Instrumentos para Gestão Urbana - PUCPR
2
RESUMO
Este artigo investiga as desigualdades de renda e riqueza num recorte da
região metropolitana de Curitiba, utilizando mapas para demonstrar as
disparidades entre áreas urbanas e periféricas. As análises abordam também
as causas históricas e atuais dessas desigualdades, destacando a necessidade
de políticas públicas focadas em justiça social e equidade. A pesquisa propõe
uma abordagem integrada e inclusiva no desenvolvimento urbano para mitigar
essas desigualdades, enfatizando a importância de considerar as dimensões
sociais e econômicas no planejamento urbano.
Palavras-chave:
Desigualdade social; Curitiba; Renda; Riqueza; Região Metropolitana.
ABSTRACT
This article investigates income and wealth inequalities in a subset of Curitiba’s
metropolitan region, using maps to demonstrate disparities between urban and
peripheral areas. The analysis also addresses the historical and current causes
of these inequalities, highlighting the need for public policies focused on social
justice and equity. The research proposes an integrated and inclusive approach
to urban development to mitigate these inequalities, emphasizing the
importance of considering social and economic dimensions in urban planning.
Keywords:
Social Inequality; Curitiba; Income; Wealth; Metropolitan Region.
RESUMEN
Este artículo investiga las desigualdades de ingresos y riqueza en un área
específica de la región metropolitana de Curitiba, utilizando mapas para
demostrar las disparidades entre áreas urbanas y periféricas. Los análisis
también abordan las causas históricas y actuales de estas desigualdades,
destacando la necesidad de políticas públicas centradas en la justicia social y
la equidad. La investigación propone un enfoque integrado e inclusivo en el
desarrollo urbano para mitigar estas desigualdades, enfatizando la importancia
de considerar las dimensiones sociales y económicas en la planificación
urbana.
Palabras clave:
Desigualdad Social; Curitiba; Ingresos; Riqueza; Región Metropolitana.
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Neste artigo, são abordados os níveis de desigualdades de renda e riqueza em
Curitiba e parte de sua região metropolitana, um fenômeno social que reflete
disparidades econômicas significativas. Utilizando como base o documento dos
Mapas das Desigualdades de Renda e Riqueza de Curitiba e Região (Garcia &
3
Oliveira, 2023), são exploradas como essas desigualdades se manifestam
geograficamente entre a área urbana central e periférica, oferecendo uma
perspectiva da distribuição desigual de recursos. A análise é aprofundada ao
investigar algumas das causas históricas e contemporâneas dessas
disparidades, incluindo gênero e raça, destacando-se a urgente necessidade
de políticas públicas eficazes focadas em justiça social e equidade. Este estudo
não apenas apresenta um panorama atual das desigualdades em Curitiba, mas
também propõe possíveis caminhos para abordagens mais integradas e
inclusivas no planejamento e desenvolvimento urbano, enfatizando a
importância do equilíbrio entre as dimensões sociais e econômicas na gestão
das cidades e metrópoles.
2 CONTEXTUALIZAÇÃO ONTOLÓGICA E CONCEITUAL DOS MAPAS
DAS DESIGUALDADES DE CURITIBA E SUA REGIÃO
METROPOLITANA
Para melhor compreensão das origens dos mapas das desigualdades, escopo
territorial selecionado e conceitos utilizados ao longo do artigo, é descrito
abaixo um breve contexto.
2.1 ORIGEM DOS MAPAS DAS DESIGUALDADES NO BRASIL E EM
CURITIBA
Em agosto de 2023, a Kurytiba Metropole, organização da qual o autor é
fundador e diretor executivo, em parceria com o Grupo de Estudos em
MacroEconomia Ecológica (GEMAECO), da Universidade Federal do Paraná
(UFPR), publicou seus dois primeiros documentos relacionados às
desigualdades em Curitiba e sua Região Metropolitana. Um dos documentos
contém conceitos sobre desigualdade (Garcia & Oliveira, 2023), enquanto o
outro contém os mapas de desigualdades de renda e riqueza da região (Garcia
& Oliveira, 2023).
Olhando para o cenário global, o Brasil é considerado um dos países mais
desiguais do mundo (Chancel et al., 2022), e, portanto, necessita um
enfrentamento amplo nacional e local para suas desigualdades.
Até onde o autor tem conhecimento, os primeiros mapas das desigualdades
municipais produzidos por uma organização da sociedade civil no Brasil foram
produzidos pela Rede Nossa São Paulo em 2013, com o objetivo final de expor
e reduzir as desigualdades, diminuindo a distância entre os indicadores
melhores e piores nas regiões (RNSP, 2024). Estes mapas das desigualdades,
que vêm sendo elaborados anualmente para a cidade de São Paulo, retratam
apenas as desigualdades entre as subprefeituras do município, não se
estendendo para sua região metropolitana.
Uma vez que a Rede Nossa São Paulo e a Kurytiba Metropole, assim como
organizações como a Casa Fluminense (RJ), Movimento Nossa BH (MG),
Nossa Ilhéus (BA), entre outras, fazem parte da mesma rede de organizações,
a Rede Brasileira por Territórios Justos, Democráticos e Sustentáveis, é
esperado que os projetos dessas organizações, que compartilham valores, mas
são independentes entre si, convirjam na mesma direção.
4
Este movimento de organizações que monitoram indicadores locais e
influenciam políticas públicas é um fenômeno que pode ser observado por toda
a América Latina (Niemann & Hoppe, 2021).
Após mapas das desigualdades serem publicados para São Paulo, Brasília, Rio
de Janeiro e Belo Horizonte ao longo dos anos por organizações da rede
supracitada, Curitiba recebe também documentos para melhor compreender
suas desigualdades, com o propósito de enfrentá-las através de políticas
públicas e projetos de impacto.
Os mapas das desigualdades de renda e riqueza de Curitiba foram publicados
sem muitas análises mais aprofundadas do seu conteúdo dentro do
documento, com o intuito de publicar os dados sem um viés interpretativo, para
que pudessem ser utilizados pelo maior número possível de pessoas em suas
diversas interpretações.
As análises feitas neste trabalho refletem apenas os posicionamentos da
Kurytiba Metropole, e não do GEMAECO e da UFPR.
2.2 RECORTE TERRITORIAL METROPOLITANO
Ao entender que os problemas relacionados às desigualdades se estendem
para além do limite administrativo municipal, foi definido um recorte
metropolitano para a elaboração dos mapas das desigualdades de Curitiba
com o objetivo de buscar capturar o cotidiano dos cidadãos que habitam a
região e produzem o espaço, inspirado no direito à cidade de Lefebvre.
Dito isso, a atual região metropolitana de Curitiba inclui ao todo 29 municípios,
indo do limite do estado do Paraná com Santa Catarina ao sul até o limite com
o estado de São Paulo ao norte. Para poder focar apenas nos municípios com
maior interação pendular com o polo metropolitano, o recorte foi diminuído para
13 municípios, incluindo Curitiba.
Esse recorte metropolitano parcial de 13 municípios é derivado a partir do
documento “Ações estruturantes e informações de região metropolitana - Atlas
2018” (PMC, 2018), realizado no âmbito da iniciativa Pró-Metrópole, que inclui
diversos representantes dos setores público e privado de Curitiba.
No documento, a região metropolitana de Curitiba é dividida em 4 núcleos
(Curitiba, Central, Norte e Sul). Para o escopo dos mapas das desigualdades
de Curitiba, são considerados os núcleos Curitiba e Central como apenas um
núcleo, chamado daqui para frente apenas de Núcleo Territorial Central (NTC).
Os núcleos territoriais Norte e Sul não são incluídos no escopo de coleta de
dados e análises.
Cabe diferenciar este Núcleo Territorial Central (NTC), área que faz parte do
escopo dos mapas das desigualdades de Curitiba, do Núcleo Urbano Central
(NUC), que é um recorte bastante utilizado para a região. O NUC, diferente do
NTC, não inclui Balsa Nova, mas inclui outros dois municípios ao norte, sendo
composto de 14 municípios no total.
Vale também ressaltar que atualmente, através do processo de elaboração do
novo Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI) para Curitiba, existe
a possibilidade de revisão e mudança de quais municípios integram
5
oficialmente a Região Metropolitana de Curitiba, levantando questões sobre o
que pode ser considerado de fato, e o que não, parte da região metropolitana.
2.3 SELEÇÃO TEMÁTICA E CONCEITOS RELEVANTES À JUSTIÇA E
EQUIDADE
Diferente da abordagem dos demais municípios, que trazem indicadores de
variados eixos como saúde, educação, mobilidade, etc., em um mesmo
documento, a abordagem para Curitiba envolve a elaboração de documentos
temáticos separados, como uma forma de facilitar a compreensão do seu
conteúdo, sem esquecer que estas temáticas urbanas estão interconectadas. A
primeira temática abordada para Curitiba foi a temática de renda e riqueza.
Para um conjunto mais completo sobre definições conceituais, é recomendada
a leitura do documento conceitual dos mapas das desigualdades (Garcia &
Oliveira, 2023).
Isso posto, cabe compartilhar e comentar alguns fragmentos e conceitos
relacionados à justiça e equidade como forma de gerar um embasamento e
direcionamento principiológico do atual trabalho.
2.3.1 Justiça
Sueli Carneiro compartilha a necessidade do rompimento com o “conforto” do
mito da democracia racial, em prol do reconhecimento de que é essencial a
correção das injustiças sociais motivadas pela exclusão da população negra,
em especial das mulheres negras na sociedade. (Carneiro, 2019).
Iris Marion Young define a justiça, em seu livro Justice and the Politics of
Difference (Young, 1990), como a ausência de formas de dominação
(exploração, marginalização, desempoderamento, imperialismo cultural,
violência).
John Rawls defendeu a ideia de que a alocação de recursos em uma
sociedade deve ser regida pelo 'princípio da diferença', onde as medidas
devem beneficiar os mais bem posicionados se isso também ajudar os mais
desfavorecidos (Rawls, 1971). Ele sugere que, em uma situação hipotética
chamada 'posição original', onde um 'véu de ignorância' impede as pessoas de
conhecerem sua futura posição social, elas optariam por uma distribuição mais
equitativa dos recursos. Essa abordagem indica que adotar a equidade social é
uma decisão lógica e racional para os indivíduos.
A definição de justiça de Amartya Sen não se concentra na sociedade "justa"
ideal, mas sim nas maneiras de reduzir a injustiça no mundo real. Sen
argumenta que a justiça deve ser medida pela remoção de injustiças e pelo
aumento das liberdades e capacidades dos indivíduos (Sen, 2011).
De acordo com Thomas Piketty, se não for possível avaliar as rendas, entender
a desigualdade na distribuição delas e como a desigualdade evolui ao longo do
tempo, torna-se complexo estabelecer padrões de justiça que direcionem a
atenção para a reformulação do sistema econômico mundial de uma maneira
que seja justa para os mais desfavorecidos (Piketty, 2022).
6
Os conceitos supracitados podem ser representados de uma certa forma na
frase: "A verdadeira avaliação de qualquer sociedade pode ser encontrada na
maneira como ela trata suas partes mais vulneráveis (ou mais
vulnerabilizadas).", frequentemente atribuída a Hubert Humphrey.
2.3.2 Interseccionalidade
Kimberlé Crenshaw cunhou o termo interseccionalidade em 1989 para
descrever a sobreposição da dupla discriminação de raça e gênero. Em uma
palestra em 2016, Crenshaw demonstra a expansão do conceito para incluir a
sobreposição de outros tipos de discriminação:
“Aprendi que as mulheres afro-americanas, assim como outras mulheres de cor e
outros grupos marginalizados socialmente ao redor do mundo, enfrentam diversos
dilemas e desafios como resultado da interseccionalidade, que envolve a intersecção
de raça e gênero, heterossexismo, transfobia, xenofobia e capacitismo. Todas essas
dinâmicas sociais se combinam e criam desafios que podem ser bastante específicos.”
(Crenshaw, 2016, palestra em vídeo).
É necessária uma avaliação interseccional das desigualdades para a melhor
compreensão dos dados e melhor perspectiva para a modificação ou proposta
de políticas públicas eficazes.
2.3.3 Igualdade, desigualdade e equidade
Igualdade é compreendida como valor ou importância equivalente. No entanto,
quando essa igualdade não leva em consideração as diferenças entre pessoas,
grupos e sistemas, ela pode perpetuar injustiças. (Garcia & Oliveira, 2023)
A desigualdade é definida como atributo de elementos distintos;
dessemelhança; diferença; disparidade. No contexto de uma sociedade, a
desigualdade social é a relação de diferença de distribuição de bens, status e
oportunidades entre pessoas ou grupos. (Garcia & Oliveira, 2023)
A equidade pode ser vista como uma adaptação da norma geral de igualdade a
situações específicas em busca de um resultado mais justo e inclusivo. Por
exemplo, ao invés de distribuir o orçamento público de uma cidade de forma
igualitária para cada bairro, investir mais do orçamento em regiões mais
vulneráveis. (Garcia & Oliveira, 2023)
2.3.4 Renda e riqueza
Define-se renda como valor monetário que uma pessoa ou uma instituição
recebe, regular ou não, como pagamento por trabalho ou serviços prestados,
incluindo juros.
a riqueza representa o estoque de recursos econômicos tangíveis (imóveis,
carros e outros bens duráveis) e intangíveis (recursos monetários e financeiros,
como dinheiro na caderneta de poupança, ações de empresas e títulos
diversos) que tenham valor monetário. (Garcia & Oliveira, 2023)
3
ANÁLISE DOS DADOS DO
RENDA E RIQUEZA DE CURITIBA E SUA REGIÃO METROPOLITANA
Nesta seção, serão apresentadas as análises realizadas a partir dos mapas
das desigualdades de Curitiba, primeiro referente aos mapas de
contextualização do território e depo
de renda e riqueza.
3.1
MAPAS DE CONTEXTUALIZAÇÃO
Antes de avaliar indicadores espeficos de renda e riqueza, o avaliados
indicadores correspondentes ao contexto demográfico do território em escopo.
Algumas const
atações e observações serão relativamente óbvias. Mas, ao
explicitar o óbvio, será posvel chegar a novas perspectivas.
3.1.1
População residente, densidade demográfica, taxa de urbanização
Fonte: Mapa das Desigualdades
ANÁLISE DOS DADOS DO
MAPA DAS DESIGUALDADES DE
contextualização do território e depo
is aos mapas com indicadores espeficos
MAPAS DE CONTEXTUALIZAÇÃO
explicitar o óbvio, será possível chegar a novas perspectivas.
Figura N°: 1
População residente
Fonte: Mapa das Desigualdades
na Região de Curitiba -
Renda e Riqueza
Garcia & Oliveira (2023)
7
MAPA DAS DESIGUALDADES DE
RENDA E RIQUEZA DE CURITIBA E SUA REGIÃO METROPOLITANA
Nesta seção, serão apresentadas as análises realizadas a partir dos mapas
das desigualdades de Curitiba, primeiro referente aos mapas de
is aos mapas com indicadores específicos
Antes de avaliar indicadores espeficos de renda e riqueza, são avaliados
indicadores correspondentes ao contexto demográfico do território em escopo.
atações e observações serão relativamente óbvias. Mas, ao
População residente, densidade demográfica, taxa de urbanização
Renda e Riqueza
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de Curitiba
Fonte: Mapa das
Desigualdades na Região de Curitiba
De acordo com dados atualizados do Censo 2022 (IBGE, 2023), o munipio de
Curitiba é o oitavo mais populoso do país, com 1.773.718 habitantes. a
região metropolitana de Cur
habitantes, ocupando também a oitava posição no ranking populacional de
regiões metropolitanas do Brasil.
Num contexto global, a região metropolitana de Curitiba estaria entre as 150
regiões metropolitanas
mais populosas do mundo, ocupando a posição 136
segundo o ranking do site Macrotrends (Macrotrends, 2024).
Figura N°: 2
Densidade demográfica
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de Curitiba
-
Renda e Riqueza
Garcia & Oliveira (2023)
Figura N°: 3
Taxa de urbanização
Desigualdades na Região de Curitiba
-
Renda e Riqueza
Garcia & Oliveira (2023)
região metropolitana de Cur
itiba, com seus 29 municípios, totaliza 3.560.258
regiões metropolitanas do Brasil.
segundo o ranking do site Macrotrends (Macrotrends, 2024).
8
Renda e Riqueza
Renda e Riqueza
De acordo com dados atualizados do Censo 2022 (IBGE, 2023), o município de
Curitiba é o oitavo mais populoso do país, com 1.773.718 habitantes. a
itiba, com seus 29 munipios, totaliza 3.560.258
habitantes, ocupando também a oitava posição no ranking populacional de
Num contexto global, a região metropolitana de Curitiba estaria entre as 150
mais populosas do mundo, ocupando a posição 136
9
O recorte territorial do mapa das desigualdades, com 13 municípios, incluindo
Curitiba, soma 3.253.569 habitantes, ou seja, 91,3% da população da região
metropolitana como um todo.
Dentro deste recorte de 13 municípios, chamado aqui de Núcleo Territorial
Central, Curitiba representa 54,5% da população total, e os cinco municípios
mais populosos somados, incluindo Curitiba, representam 81% do total.
Tabela N°: 1
Distribuição Populacional Núcleo Territorial Central
MUNICÍPIO
POPULAÇÃO
PERCENTUAL
DO TOTAL
PER
CENTUAL
AGREGADO
Curitiba (PR) 1.773.718 54,5% 54,5%
São José dos Pinhais (PR) 329.628 10,1% 64,6%
Colombo (PR) 232.212 7,1% 71,8%
Araucária (PR) 151.666 4,7% 76,4%
Fazenda Rio Grande (PR) 148.873 4,6% 81,0%
Campo Largo (PR) 136.327 4,2% 85,2%
Pinhais (PR) 127.019 3,9% 89,1%
Almirante Tamandaré (PR) 119.825 3,7% 92,8%
Piraquara (PR) 118.730 3,6% 96,4%
Campina Grande do Sul (PR) 47.825 1,5% 97,9%
Campo Magro (PR) 30.160 0,9% 98,8%
Quatro Barras (PR) 24.191 0,7% 99,6%
Balsa Nova (PR) 13.395 0,4% 100,0%
Fonte:
Elaborada com base em IBGE - Censo 2022 (2023)
A partir destes dados, é observada a concentração elevada da população no
polo metropolitano de Curitiba e também nas cidades mais próximas a este
polo, algo esperado. Entretanto, é interessante a formação de 4 faixas
populacionais: a primeira com Curitiba e mais de 50% da população, a segunda
com população entre 5 e 10% (2 municípios), a terceira com população entre
3.5% e 5% (6 municípios), e a quarta com população abaixo dos 2% (4
municípios). Outras áreas metropolitanas no Brasil e no mundo também
seguem um padrão similar quanto a distribuição populacional? Qual seria a
melhor forma de distribuição de recursos orçamentários metropolitanos dada
esta distribuição?
10
Quanto à densidade demográfica, os valores variam entre 38,4 habitantes por
quilômetro quadrado em Balsa Nova e 4.078,5 para Curitiba. Num contexto
nacional, Curitiba ocupa a 23ª posição no ranking de densidade demográfica.
A primeira posição pertence a Taboão da Serra, município da região
metropolitana de São Paulo, com uma densidade de 13.416,8 habitantes por
quilômetro quadrado. o município de São Paulo, na 10ª colocação, tem
7.528,2 habitantes por quilômetro quadrado.
Na lista dos 10 municípios com maior densidade demográfica do Brasil, 8 são
municípios metropolitanos periféricos, ou seja, não são o polo metropolitano da
região (IBGE, 2023). Isso reforça a necessidade de estudos e políticas
metropolitanas, uma vez que estes municípios periféricos abrigam uma
concentração elevada de pessoas que interagem com os polos.
Num contexto global, Manila, nas Filipinas, possui a maior densidade
demográfica do mundo, com mais de 40,000 pessoas por quilômetro quadrado.
Outras cidades relevantes com grande densidade incluem Paris (cerca de
20,000 hab/km2), Barcelona (cerca de 16,000 hab/km2), Buenos Aires (cerca de
15,000 hab/km2) e Nova Iorque (cerca de 11,000 hab/km2).
Ao investigar cidades frequentemente listadas pela mídia como tendo melhor
qualidade de vida, a densidade demográfica tipicamente varia entre 4.000 e
13.000 hab/km2. Curitiba atualmente se encontra na parte inferior desta faixa.
Ao se falar em densidade, também cabe a discussão sobre verticalização de
edificações. Como cidades como Barcelona e Paris, que impuseram limites
de altura das edificações (16 metros ou 4 andares para Barcelona e 37 metros
ou 12 andares para Paris) conseguem ser tão densas? A maior densidade
seria mais uma questão de zoneamento e uso do solo do que de
verticalização? Que perfil de densidade é mais adequado para Curitiba e os
demais municípios do NTC e como atingi-lo?
Seria preferível uma verticalização maior em eixos estruturantes de transporte
ou uma verticalização menor distribuída mais equitativamente por toda a
cidade? Quais são as necessidades de infraestrutura nestes casos? As
edificações construídas nos eixos de transporte são habitadas por pessoas que
utilizam o transporte público?
Sobre a taxa de urbanização, com dados ainda do Censo de 2010 (IBGE,
2012), se observa um eixo norte-sul extremamente urbanizado (entre 91 a
100%). Parte da razão para os municípios do leste e oeste não estarem mais
urbanizados se dá pela presença de Áreas de Proteção Ambiental.
Mesmo com parques planejados para conter o efeito de enchentes, os efeitos
de uma urbanização não permeável geram diversos pontos de alagamentos na
cidade de Curitiba. Onde estão e que qualidade têm os rios de Curitiba e
região? Por que eles não integram o cotidiano dos habitantes como um ativo
ambiental e cultural?
11
Figura N°: 4
Rio Cheonggyecheon, Seul, Coreia do Sul, noite
Fonte:
Autor desconhecido (2024)
https://koreabyme.com/wp-content/uploads/2020/08/IMG_7664.jpg
Figura N°: 5
Rio Cheonggyecheon, Seul, Coreia do Sul, dia
Fonte:
Autor desconhecido (2024)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cheonggyecheon#/media/Ficheiro:Korea-Seoul-Cheonggyecheon-
2008-01.jpg
Outro ponto relevante é a discussão entre os limites do urbano e do rural, e
suas faixas periurbanas de transição. Quais políticas públicas o mais
adequad
as para as áreas rurais e periurbanas para satisfazer um bom padrão
de qualidade de vida? A expectativa para o futuro é um aumento da mancha
urbana?
Como é o ecossistema de produção de alimentos da região? Quais efeitos
teriam políticas de agricultura urb
alimentos? Quais os riscos de abastecimento alimentar com o avanço de
mudanças climáticas? Como a necessidade de transporte muda num cenário
com trabalho remoto ou instalação de serviços urbanos complexos fora do
polo?
3.1.2
População preta ou parda
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de Curitiba
Ao investigar os dados da Figura 6, fica primeiramente explícita uma
segregação entre pessoas brancas e negras entre o polo e os munipios
periféricos do NTC.
Curitiba tem 24,1% de sua população declarada como preta ou parda. O
município que contém o mai
que abriga menos pessoas negras em termos percentuais.
A maioria dos municípios periféricos possuem uma população negra entre 30,1
a 40%, enquanto Fazenda Rio Grande e Piraquara ficam entre 40,1 a 42,2%.
Um dos possíveis motivos para tal diferença entre o polo e demais munipios
seria a diferença de renda entre negros e brancos, abordada em outro mapa
mais adiante, levando a população negra a buscar moradias mais acessíveis
nos municípios periféricos.
teriam políticas de agricultura urb
ana para os municípios que hoje produzem
População preta ou parda
Figura N°: 6
População preta ou parda
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de Curitiba
-
Renda e Riqueza
Garcia & Oliveira (2023)
munipio que contém o mai
or número de serviços e equipamentos urbanos é o
que abriga menos pessoas negras em termos percentuais.
nos munipios periféricos.
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Outro ponto relevante é a discussão entre os limites do urbano e do rural, e
suas faixas periurbanas de transição. Quais políticas públicas são mais
as para as áreas rurais e periurbanas para satisfazer um bom padrão
de qualidade de vida? A expectativa para o futuro é um aumento da mancha
Como é o ecossistema de produção de alimentos da região? Quais efeitos
ana para os munipios que hoje produzem
alimentos? Quais os riscos de abastecimento alimentar com o avanço de
mudanças climáticas? Como a necessidade de transporte muda num cenário
com trabalho remoto ou instalação de serviços urbanos complexos fora do
Renda e Riqueza
Ao investigar os dados da Figura 6, fica primeiramente explícita uma
segregação entre pessoas brancas e negras entre o polo e os municípios
Curitiba tem 24,1% de sua população declarada como preta ou parda. O
or número de serviços e equipamentos urbanos é o
A maioria dos munipios periféricos possuem uma população negra entre 30,1
a 40%, enquanto Fazenda Rio Grande e Piraquara ficam entre 40,1 a 42,2%.
Um dos possíveis motivos para tal diferença entre o polo e demais municípios
seria a diferença de renda entre negros e brancos, abordada em outro mapa
mais adiante, levando a população negra a buscar moradias mais acessíveis
13
Trazendo um contexto histórico sobre a migração forçada da população
africana para o Brasil e para o Paraná, Ruy Wachowicz escreve em seu livro
História do Paraná (Wachowicz, 2002) que no Brasil:
Em 1660 havia 184.000 habitantes, dos quais 110.000 eram
escravizados;
Em 1816 havia 3.360.000 habitantes, dos quais 1.930.000 eram
escravizados.
Wachowicz relata que no Paraná, o trabalho escravizado instalou-se
primeiramente como o início da mineração de ouro no litoral. Também conta
Wachowicz que o trabalho escravizado no Paraná no século XVII baseava-se
sobretudo no trabalho dos povos originários indígenas (Wachowicz, 2002).
Já no final deste século, foi trazido um maior número de escravizados africanos
devido a maior produção de ouro nas minas paranaenses. No século XVIII, em
razão da decaída da mineração, o trabalho escravizado foi transferido para a
agricultura e pecuária do planalto (Wachowicz, 2002).
Mesmo após a lei Eusébio Queiroz, em 1850, que proibiu qualquer tráfico de
escravizados africanos ao Brasil, o comércio (des)humano de escravizados
continuou em Paranaguá, tendo indícios de denúncias ainda em 1861
(Wachowicz, 2002).
Um episódio, de 1850 em Paranaguá, que ilustra a crueldade desta época
remete a um comandante de um navio brasileiro escolhendo afundar seu navio
com dezenas de escravizados africanos dentro ao invés de ter seu navio
apreendido por navegantes ingleses (Wachowicz, 2002).
No livro Desigualdade em Foco: Curitiba (Arboleya et al., 2022), o capítulo
“Identidade Cultural e Invisibilidade de Negros: As Semânticas de um
Pertencimento Exclusivista” por Marcilene Garcia de Souza traz um contexto
sobre a formação da identidade cultural paranaense e curitibana: “...não é
incomum assistirmos a uma sistemática tentativa, por parte dos meios de
comunicação e reforçada pelas estratégias do poder local, de insistir em uma
única identidade cultural para Curitiba: “população branca, descendente de
europeu, católica, alfabetizada e urbana.””, (Arboleya et al., 2022, p. 187).
Marcilene continua: “Historicamente, por parte das elites paranaenses,
especialmente as intelectuais (regionalistas), houve um esforço em
consubstanciar uma identidade cultural branca-europeia para o Paraná, tendo
Curitiba, a sua capital, como cerne a partir da insistência de invisibilizar e negar
o quão negra-africana a cidade também é.”, (Arboleya et al., 2022, p. 187).
E complementa: “... a construção da identidade do estado, tendo Curitiba como
centro, esteve baseada na ideia de raça, eugenia, determinismo geográfico e
da negação do valor e da contribuição dos povos indígenas, africanos e seus
descendentes na sua formação social, econômica e cultural.”, (Arboleya et al.,
2022, p. 187-188).
Um dos apontamentos do texto relata como a urbanização da região reservou
bairros mais afastados, bem como Região a Metropolitana, para as pessoas
em situação de pobreza e as pessoas negras.
Na própria estrutura política da região, vemos câmaras de vereadores e
prefeituras com predominância de pessoas brancas em cargos de
representação política.
Se faz necessário somar esforços para, entre outras ações, uma compreensão
de reparações históricas, a valorização das contribuições da população negra
(e indígena) à construção material e imaterial da cidade (como faz o projeto
Linha
Preta em Curitiba (Arboleya et al., 2022)), assim como a conquista de
uma representação política com maior diversidade e uma ocupação do território
que não exclua a população negra para sua periferia.
3.1.3
Razão de dependência
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de Curitiba
Num contexto global, segundo o Banco Mundial (The World Bank, 2024),
alguns países com os altos valores de razão de dependência no ano de 2022
incluem Níger (105,1%), Mônaco (95,9%), Angola (90,9%) e Japão (70,1%). O
valor para o Brasil como um todo é de 43,2%. O dado considera a população
em idade de trabalho entre 15 e 64 anos.
Abaixo seguem alguns valores fictícios para melhor interpretação da
de Dependência para uma população fictícia total de 1.000.000 de habitantes:
Razão de dependência para uma população fictícia de 1.000.000 de habitantes
RAZÃO DE
DEPENDÊNCIA
POPULAÇÃO
0,5 = 50%
1.000.000
1,0 = 100%
1.000.000
que não exclua a população negra para sua periferia.
Rao de dependência
Figura N°: 7
Razão de dependência
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de Curitiba
-
Renda e Riqueza
Garcia & Oliveira (2023)
em idade de trabalho entre 15 e 64 anos.
Tabela N°: 2
POPULAÇÃO
TOTAL
HABITANTES EM
IDADE DE
TRABALHO
HABITANTES
DA IDADE DE
TRABALHO
1.000.000
Aprox. 666.666
Aprox. 333.333
1.000.000
500.000
500.000
14
Na própria estrutura política da região, vemos câmaras de vereadores e
prefeituras com predominância de pessoas brancas em cargos de
Se faz necessário somar esforços para, entre outras ações, uma compreensão
de reparações históricas, a valorização das contribuições da população negra
(e indígena) à construção material e imaterial da cidade (como faz o projeto
Preta em Curitiba (Arboleya et al., 2022)), assim como a conquista de
uma representação política com maior diversidade e uma ocupação do território
Renda e Riqueza
Num contexto global, segundo o Banco Mundial (The World Bank, 2024),
alguns países com os altos valores de razão de dependência no ano de 2022
incluem Níger (105,1%), Mônaco (95,9%), Angola (90,9%) e Japão (70,1%). O
valor para o Brasil como um todo é de 43,2%. O dado considera a população
Abaixo seguem alguns valores fictícios para melhor interpretação da
s Razões
de Dependência para uma população fictícia total de 1.000.000 de habitantes:
Razão de dependência para uma população fictícia de 1.000.000 de habitantes
HABITANTES
FORA
DA IDADE DE
TRABALHO
Aprox. 333.333
500.000
1,5 = 150%
1.000.000
Os valores da Figura 7 foram omitidos porque precisam ser atualizados, mas
como referência, o dado atual para o munipio de Curitiba é de 40,5%.
Em números totais, Curitiba tem, em 2022, 511.132 habitantes fora da idade de
trabalho e 1.262.586 habitantes
Dos 511.132 fora da idade de trabalhar,
têm
65 anos ou mais. Ou seja, para Curitiba, a população abaixo dos 14 anos é
maior que a de 65 anos e acima, e pesa mais no lculo da razão de
dependência.
Na Figura 8 (onde a faixa superior de corte é 60 anos e acima e não 65 anos e
acima), observa-se que
a expectativa para o futuro é que esse quadro mude.
Razão de dependência projeta até 2040
Os dados da Figura 8 o projetados pelo IPARDES até 2040 (IPARDES,
2024). Abaixo será elaborada uma estimativa com os percentua
em determinados grupos etários para comparar 2022 e 2040 para o munipio
de Curitiba.
Como a tabela utiliza os dados de população em idade de trabalho entre 15 e
59 anos, será feita uma adaptação para também investigar esta faixa (60 ou
mai
s), e não a faixa indicada no mapa das desigualdades (65 ou mais).
1.000.000
Aprox. 333.333
Aprox. 666.666
Fonte:
Elaboração própria
trabalho e 1.262.586 habitantes
em idade de trabalho.
Dos 511.132 fora da idade de trabalhar,
56,2% têm
14 anos ou menos e
Figura N°: 8
Razão de dependência projeta até 2040
Fonte: IPARDES (2024)
15
Aprox. 666.666
Os valores da Figura 7 foram omitidos porque precisam ser atualizados, mas
como referência, o dado atual para o munipio de Curitiba é de 40,5%.
Em números totais, Curitiba tem, em 2022, 511.132 habitantes fora da idade de
14 anos ou menos e
43,8%
65 anos ou mais. Ou seja, para Curitiba, a população abaixo dos 14 anos é
maior que a de 65 anos e acima, e pesa mais no lculo da razão de
Na Figura 8 (onde a faixa superior de corte é 60 anos e acima e não 65 anos e
a expectativa para o futuro é que esse quadro mude.
Os dados da Figura 8 o projetados pelo IPARDES até 2040 (IPARDES,
2024). Abaixo será elaborada uma estimativa com os percentua
is de pessoas
em determinados grupos etários para comparar 2022 e 2040 para o município
Como a tabela utiliza os dados de população em idade de trabalho entre 15 e
59 anos, será feita uma adaptação para também investigar esta faixa (60 ou
s), e não a faixa indicada no mapa das desigualdades (65 ou mais).
16
Tabela N°: 3
Distribuição populacional em faixas etárias para Curitiba 2022 e 2040
ANO
(FONTE)
POPULAÇÃO 0
A 14 ANOS
POPULAÇÃO 15
A 59 ANOS
POPULAÇÃO
60 ANOS OU
MAIS
RAZÃO DE
DEPENDÊNCIA
2022
(Censo
2022)
287.405
(16,2%)
1.164.636
(65,7%)
321.677
(18,1%)
52,29%
2040
(Projetada
pelo
IPARDES)
294.151
(14,7%)
1.164.444
(58,1%)
546.144
(27,2%)
72,16%
Fonte:
Elaborada com base em IBGE - Censo 2022 (IBGE, 2023)
Como é observado, se a faixa de recorte diminui para 60 anos ao invés de 65
anos, a população 60 ou mais é maior que a população 14 ou menos para
Curitiba em 2022, apesar de ainda estarem próximas.
na projeção para 2040, a população 60 ou mais terá uma composição
significativamente maior que a de 14 menos. E a população em idade de
trabalho é a que mais reduzirá em termos percentuais.
No contexto metropolitano, mesmo os mapas precisando de uma atualização
em seus valores, o que pode ser observado é que os municípios mais
periféricos apresentam uma dependência maior entre sua população fora da
idade de trabalhar em relação à população em idade de trabalhar.
Os outros municípios do NTC seguem a mesma tendência que Curitiba para o
futuro? Quais são as políticas públicas necessárias para uma sociedade mais
envelhecida? Para além de 2040, a tendência é continuar uma aproximação a
uma razão de dependência de 100% ou mais? A população mais envelhecida
se concentrará em Curitiba, enquanto a mais jovem irá para as periferias da
cidade ou para os municípios periféricos?
3.2
MAPAS DE DESIGUALDADES DE RENDA
Passam a ser avaliados abaixo os
3.2.1
Coeficiente de Gini / renda domiciliar per capita
Coeficiente de Gini / renda domiciliar per capita
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de Curitiba
O
Coeficiente de Gini indica o grau de concentração de uma distribuição.
Quanto mais próximo do valor zero (0), maior a igualdade da distribuição.
Quanto mais próximo de um (1), maior a desigualdade.
Um dos usos mais comuns do Coeficiente de Gini é para mens
concentração de renda numa determinada região.
Ainda com dados de 2010, se observa no mapa da Figura 9 que Curitiba é o
município com maior concentração de renda na região, ocupando uma
categoria própria na legenda, entre 0,551 e 0,570.
O valor par
a o Brasil em 2022 segundo a PNAD Contínua Anual do IBGE é de
0,518. E para o estado do Paraná, no mesmo ano, de 0,470.
Segundo dados do site Our World in Data (Figura 10), no ano de 2019 os
Coeficientes de Gini de vários dos países do mundo variaram entr
Para este ano, o Brasil apresentava o valor de 0,53 (World Bank Poverty and
Inequality Platform, 2023).
MAPAS DE DESIGUALDADES DE RENDA
Passam a ser avaliados abaixo os
indicadores específicos de renda.
Coeficiente de Gini / renda domiciliar per capita
Figura N°: 9
Coeficiente de Gini / renda domiciliar per capita
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de Curitiba
-
Renda e Riqueza
Garcia & Oliveira (2023)
Quanto mais próximo de um (1), maior a desigualdade.
concentração de renda numa determinada região.
categoria própria na legenda, entre 0,551 e 0,570.
0,518. E para o estado do Paraná, no mesmo ano, de 0,470.
Inequality Platform, 2023).
17
indicadores espeficos de renda.
Renda e Riqueza
Coeficiente de Gini indica o grau de concentração de uma distribuição.
Quanto mais próximo do valor zero (0), maior a igualdade da distribuição.
Um dos usos mais comuns do Coeficiente de Gini é para mens
urar a
Ainda com dados de 2010, se observa no mapa da Figura 9 que Curitiba é o
munipio com maior concentração de renda na região, ocupando uma
a o Brasil em 2022 segundo a PNAD Contínua Anual do IBGE é de
Segundo dados do site Our World in Data (Figura 10), no ano de 2019 os
Coeficientes de Gini de vários dos países do mundo variaram entr
e 0,25 e 0,65.
Para este ano, o Brasil apresentava o valor de 0,53 (World Bank Poverty and
Fonte: (World Bank Poverty and Inequality Platform, 2023)
Apesar da necessária atual
próximo ao valor de 2010, de 0,57, Curitiba se revela como um munipio
extremamente desigual em termos de concentração e distribuição de renda
entre sua população.
Se comparado com os valores dos outros pa
desigualdade de renda de Curitiba relacionado ao Coeficiente de Gini se
aproximaria do nível de desigualdade da Namíbia (World Bank Poverty and
Inequality Platform, 2023).
Outro dado a considerar em conjunto nesta análise é o dado
Curitiba descrevendo a “renda municipal apropriada pelos 20% mais pobres”. O
valor para Curitiba em 2010 segundo o Instituto Cidades Sustentáveis (ICD) era
de 3,54%. Já o valor considerado como referência para este indicador segundo
o ICD era
de 10% (Instituto Cidades Sustentáveis, 2024). Estes dados têm
como base o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil.
Quais são as causas dessa grande desigualdade em Curitiba enquanto a
grande maioria dos outros munipios periféricos do NTC possuem valo
menores? Como está distribuída a renda entre os 50% menos favorecidos, os
40% intermediários e os 10% e 1% mais favorecidos economicamente? Quais
são as consequências em termos de segurança e
e/ou riqueza são concentradas no topo
Dito isso, cabe salientar que um local com maior desigualdade não
necessariamente significa um local com menor qualidade de vida absoluta. A
Figura N°: 10
Coeficiente de Gini pelo Mundo
Fonte: (World Bank Poverty and Inequality Platform, 2023)
Apesar da necessária atual
ização do dado para Curitiba, se ele se manteve
Se comparado com os valores dos outros pa
íses do mundo, o nível de
Inequality Platform, 2023).
Outro dado a considerar em conjunto nesta análise é o dado
como base o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil.
o as consequências em termos de segurança e
bem-estar
e/ou riqueza o concentradas no topo
?
18
ização do dado para Curitiba, se ele se manteve
próximo ao valor de 2010, de 0,57, Curitiba se revela como um município
extremamente desigual em termos de concentração e distribuição de renda
íses do mundo, o nível de
desigualdade de renda de Curitiba relacionado ao Coeficiente de Gini se
aproximaria do nível de desigualdade da Namíbia (World Bank Poverty and
de 2010 para
Curitiba descrevendo a renda municipal apropriada pelos 20% mais pobres”. O
valor para Curitiba em 2010 segundo o Instituto Cidades Sustentáveis (ICD) era
de 3,54%. Já o valor considerado como referência para este indicador segundo
de 10% (Instituto Cidades Sustentáveis, 2024). Estes dados m
Quais o as causas dessa grande desigualdade em Curitiba enquanto a
grande maioria dos outros munipios periféricos do NTC possuem valo
res
menores? Como está distribuída a renda entre os 50% menos favorecidos, os
40% intermediários e os 10% e 1% mais favorecidos economicamente? Quais
quando renda
Dito isso, cabe salientar que um local com maior desigualdade não
necessariamente significa um local com menor qualidade de vida absoluta. A
qualidade de vida em uma cidade que acaba de ser completamente consumida
por um grande incêndio (todos perderam t
estão numa posição equitativa e não desigual) é muito pior que ter menos que
outros em uma cidade bem abastecida com serviços públicos e infraestrutura
urbana.
Por isso é importante que as avaliações de desigualdade e equidad
acompanhadas de um contexto mais amplo em termos de qualidade de vida e
bem-estar social.
Voltando ao Coeficiente de Gini para a região Curitiba, o IDSC coloca como
meta satisfatória o valor de 0,3. Ou seja, Curitiba precisa reduzir sua
desigualdade de renda em 0,27 pontos. Já os demais munipios precisam
reduzir entre 0,2 e 0,1 pontos para atingir a meta. Estes são desafios
demasiadamente grandes, mas não impossíveis. O primeiro passo é o
reconhecimento deste problema.
3.2.2 Rendimento
dio real mensal das pessoas celetistas e
estatutárias
Rendimento médio real mensal das pessoas celetistas e estatutárias
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de Curitiba
Novamente, para este ma
no município polo, com valores acima de R$4.000. oito dos munipios do
NTC possuem valores abaixo de R$3.000.
Vale ressaltar que celetistas e estatutários compõem a parcela de empregados
do mercado formal de emprego.
No mapa de renda dia geral, também contido neste documento, o valor
médio para Curitiba por exemplo é de cerca de R$3,4 mil.
por um grande inndio (todos perderam t
udo e ninguém tem nada
reconhecimento deste problema.
Figura N°: 11
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de Curitiba
-
Renda e Riqueza
Garcia & Oliveira (2023)
Novamente, para este ma
pa, Figura 11, nota-
se uma concentração dos valores
NTC possuem valores abaixo de R$3.000.
do mercado formal de emprego.
médio para Curitiba por exemplo é de cerca de R$3,4 mil.
19
qualidade de vida em uma cidade que acaba de ser completamente consumida
udo e ninguém tem nada
- todos
estão numa posição equitativa e não desigual) é muito pior que ter menos que
outros em uma cidade bem abastecida com serviços públicos e infraestrutura
Por isso é importante que as avaliações de desigualdade e equidad
e sejam
acompanhadas de um contexto mais amplo em termos de qualidade de vida e
Voltando ao Coeficiente de Gini para a região Curitiba, o IDSC coloca como
meta satisfatória o valor de 0,3. Ou seja, Curitiba precisa reduzir sua
desigualdade de renda em 0,27 pontos. Já os demais municípios precisam
reduzir entre 0,2 e 0,1 pontos para atingir a meta. Estes são desafios
demasiadamente grandes, mas não impossíveis. O primeiro passo é o
médio real mensal das pessoas celetistas e
Rendimento médio real mensal das pessoas celetistas e estatutárias
Renda e Riqueza
se uma concentração dos valores
no munipio polo, com valores acima de R$4.000. oito dos municípios do
Vale ressaltar que celetistas e estatutários compõem a parcela de empregados
No mapa de renda média geral, também contido neste documento, o valor
3.2.3 Percentu
al do rendimento médio real mensal das mulheres em
relação ao dos homens
Percentual do rendimento médio real mensal das mulheres em relação ao dos homens
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de Curitiba
Para este mapa, Figura 12, era esperado dado o histórico de desigualdade de
gênero no país e em muitos outros lugares no mundo que em todos os
municípios os homens possuíssem renda maior que as mulheres.
Entretanto, em alguns municípios como Campo
mulheres possuem um rendimento maior. E em outros, como Colombo e
Campina Grande do Sul, os valores estão entre 90,1 e 100%.
Dito isso, a grande maioria dos munipios infelizmente ainda demonstra uma
significativa disparidade quanto
Para Curitiba, este valor está entre 80,1 e 90%, enquanto para outros
municípios grandes como São José dos Pinhais e Arauria, os valores ficam
entre 70,7 e 80%.
Existiram políticas públicas ou outras iniciativas implemen
Campo Magro que influenciaram a igualdade salarial nestes munipios?
Quanto do trabalho não remunerado de cuidado de familiares e dos afazeres
domésticos ainda estão sendo desempenhados por mulheres? Que tipo de
direcionamento para fo
rmação profissional recebem mulheres e homens?
A partir de dados da PNAD Contínua Anual para Curitiba para 2022, cerca de
6% a mais de mulheres realizam afazeres domésticos ou cuidados de outras
relação ao dos homens
Figura N°: 12
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de Curitiba
-
Renda e Riqueza
Garcia & Oliveira (2023)
Entretanto, em alguns municípios como Campo
Magro e Piraquara, as
Campina Grande do Sul, os valores estão entre 90,1 e 100%.
significativa disparidade quanto
à igualdade salarial de gênero.
Existiram políticas públicas ou outras iniciativas implemen
tadas em Piraquara e
20
al do rendimento médio real mensal das mulheres em
Percentual do rendimento médio real mensal das mulheres em relação ao dos homens
Renda e Riqueza
Para este mapa, Figura 12, era esperado dado o histórico de desigualdade de
gênero no país e em muitos outros lugares no mundo que em todos os
munipios os homens possuíssem renda maior que as mulheres.
Magro e Piraquara, as
mulheres possuem um rendimento maior. E em outros, como Colombo e
Dito isso, a grande maioria dos munipios infelizmente ainda demonstra uma
Para Curitiba, este valor está entre 80,1 e 90%, enquanto para outros
munipios grandes como São José dos Pinhais e Arauria, os valores ficam
tadas em Piraquara e
Campo Magro que influenciaram a igualdade salarial nestes municípios?
Quanto do trabalho não remunerado de cuidado de familiares e dos afazeres
domésticos ainda estão sendo desempenhados por mulheres? Que tipo de
rmação profissional recebem mulheres e homens?
A partir de dados da PNAD Contínua Anual para Curitiba para 2022, cerca de
6% a mais de mulheres realizam afazeres domésticos ou cuidados de outras
pessoas que homens. Mesmo nos casos
cuidados e afazeres domésticos, como é distribuída essa carga entre as
partes?
3.2.4
Percentual do rendimento médio real mensal das pessoas pardas e
pretas em relação ao das pessoas brancas
Percentual do rendimento médio real mensal
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de Curitiba
Percentual do rendimento médio real mensal das pessoas pretas
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de Curitiba
pessoas que homens. Mesmo nos casos
em que
ambos contribuem p
pretas em relação ao das pessoas brancas
Figura N°: 13
Percentual do rendimento médio real mensal
das pessoas pardas
em relação ao das pessoas brancas
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de Curitiba
-
Renda e Riqueza
Garcia & Oliveira (2023)
Figura N°: 14
em relação ao das pessoas brancas
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de Curitiba
-
Renda e Riqueza
Garcia & Oliveira (2023)
21
ambos contribuem p
ara os
cuidados e afazeres domésticos, como é distribuída essa carga entre as
Percentual do rendimento médio real mensal das pessoas pardas e
das pessoas pardas
Renda e Riqueza
Percentual do rendimento médio real mensal das pessoas pretas
Renda e Riqueza
22
Para a renda de pessoas pretas e pardas em relação às pessoas brancas, se
observa que em ambos os mapas, Figuras 13 e 14, o polo metropolitano,
Curitiba, e a segunda mais populosa cidade da região, São José dos Pinhais,
estão na faixa com maior nível de desigualdade de renda, com as rendas das
pessoas negras equivalendo a não mais que 80% das pessoas brancas.
No caso das pessoas pardas, somente em um município, Campo Magro, elas
recebem maior renda que as pessoas brancas.
E para a população preta, esse é o caso para Almirante Tamandaré e
Piraquara.
Piraquara é um dos dois únicos municípios do NTC, junto a Fazenda Rio
Grande, que tem a população preta ou parda maior de 40%. Isso pode explicar
parte da razão da renda da população negra neste município ser maior.
Entretanto, em Fazendo Rio Grande, mesmo com praticamente o mesmo
percentual populacional, a renda das pessoas negras não ultrapassa 90% da
renda das pessoas brancas.
Para ambos os casos de desigualdade de gênero e étnico-racial, no caso de
uma igualdade perfeita na prática não ser imediatamente viável, uma possível
meta intermediária poderia ser que não existisse nenhum município onde a
proporção de renda entre estes grupos e suas contrapartes seja menos de
90%.
23
3.2.5
Renda média da população e renda média dos declarantes do IRPF
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de
Renda média dos declarantes do IRPF
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de Curitiba
Primeiramente, cabe ressaltar que para a região em
declarantes do IRPF varia entre 10% e 30,4%, com Curitiba sendo o único
município onde a porcentagem é maior que 25%.
Os valores de renda para cada munipio foram ocultados dos mapas porque
precisam ser atualizados.
Isso posto, são
descritos
dos grupos pesquisados:
Figura N°: 15
Renda média da população
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de
Curitiba -
Renda e Riqueza
Garcia & Oliveira (2023)
Figura N°: 16
Renda média dos declarantes do IRPF
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de Curitiba
-
Renda e Riqueza
Garcia & Oliveira (2023)
Primeiramente, cabe ressaltar que para a região em
escopo, o percentual de
munipio onde a porcentagem é maior que 25%.
precisam ser atualizados.
descritos
abaixo
os valores mínimos e máximos para cada um
dos grupos pesquisados:
24
Renda média da população e renda média dos declarantes do IRPF
Renda e Riqueza
Renda e Riqueza
escopo, o percentual de
declarantes do IRPF varia entre 10% e 30,4%, com Curitiba sendo o único
Os valores de renda para cada munipio foram ocultados dos mapas porque
os valores mínimos e máximos para cada um
Faixa de renda para diferentes grupos nos munipios do NTC
GRUPO DE RENDA
Renda média dos
celetistas e estatutários
Renda média da
população
Renda média dos
declarantes do IRPF
Elaborada com base em Mapas das Desigualdades na Região
Quais são as consequências na qualidade de vida das pessoas a partir destas
disparidades entre os valores que chegam a quase 7,5 vezes no caso da renda
média da população?
3.3
MAPAS DE DESIGUALDADES DE RIQUEZA
Passam a ser avaliados abaixo os indicadores espeficos de riqueza.
3.3.1
Percentual de domicílios com bens duráveis
Percentual de domilios com bens duráveis
Fonte: Mapa das
Desigualdades na Região de Curitiba
O conceito de bens duráveis é utilizado como uma equivalência para
determinar a distribuição parcial de riqueza entre os munipios.
Tabela N°: 4
VALOR MÍNIMO
(R$)
VALOR MÁXIMO
(R$)
DESIGUALDADE
Renda média dos
2,5 mil 4,4 mil
1,76 vezes
0,46 mil 3,4 mil
7,46 vezes
4,2 mil 11,2 mil
2,62 vezes
Fonte:
Elaborada com base em Mapas das Desigualdades na Região
de Curitiba -
Renda e Riqueza
Garcia & Oliveira (2023); e
Mapa da Riqueza no Brasil
Neri (2023)
MAPAS DE DESIGUALDADES DE RIQUEZA
Percentual de domicílios com bens duráveis
Figura N°: 17
Percentual de domicílios com bens duráveis
Desigualdades na Região de Curitiba
-
Renda e Riqueza
Garcia & Oliveira (2023)
determinar a distribuição parcial de riqueza entre os municípios.
25
Faixa de renda para diferentes grupos nos munipios do NTC
DESIGUALDADE
1,76 vezes
7,46 vezes
2,62 vezes
Renda e Riqueza
Quais o as consequências na qualidade de vida das pessoas a partir destas
disparidades entre os valores que chegam a quase 7,5 vezes no caso da renda
Passam a ser avaliados abaixo os indicadores espeficos de riqueza.
Renda e Riqueza
O conceito de bens duráveis é utilizado como uma equivalência para
Os dados ainda são de 2010, alguns bens como rádio e telefone fixo já caíram
em desuso, e os dados incluem bens como computador, automóvel e
motocicleta.
Com essas ressalvas, observa
menor valor e o maior (IPARDES,
Os menores valores estão em munipios mais periféricos, enquanto os
maiores estão no polo, Curitiba, e em Pinhais.
Como seria essa distribuição se as pessoas nos munipios periféricos
recebessem uma maior renda para a aquisição destes bens?
3.3.2
Número de veículos por pessoa
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de Curitiba
O dado da Figura 18 sobre veículos automotores individuais por pessoa é de
2021. Qu
ando é avaliada a propriedade apenas deste tipo de bem, os valores
ficam entre 0,45 e 0,78, com os maiores valores em Curitiba e Quatro Barras, e
o menor em Piraquara.
Para um contexto nacional, olhando para toda a frota de veículos, Belo
Horizonte aparece
como um dos valores mais altos, com cerca de 1,12
veículos por pessoa, segundo dados do IBGE (IBGE, 2024).
Já Curitiba, quando considerados todos os tipos de veículos, fica com um valor
de 0,96 veículos por pessoa (IBGE, 2024).
Independente da composição
nas primeiras posições das estatísticas em termos das capitais.
A cidade de Curitiba, que tem um histórico e reputação sobre transporte e
mobilidade coletiva, no caso do BRT, ainda utiliza demasiadamente o
automotores individuais. Os demais munipios utilizam um pouco menos, mas
ainda assim possuem valores elevados.
Com essas ressalvas, observa
-
se uma diferença de cerca de 17% entre o
menor valor e o maior (IPARDES,
2024).
maiores estão no polo, Curitiba, e em Pinhais.
recebessem uma maior renda para a aquisição destes bens?
Número de veículos por pessoa
Figura N°: 18
Número de veículos por pessoa
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de Curitiba
-
Renda e Riqueza
Garcia & Oliveira (2023)
veículos por pessoa, segundo dados do IBGE (IBGE, 2024).
de 0,96 veículos por pessoa (IBGE, 2024).
Independente da composição
da frota de veículos utilizada, Curitiba aparece
nas primeiras posições das estatísticas em termos das capitais.
ainda assim possuem valores elevados.
26
Os dados ainda são de 2010, alguns bens como rádio e telefone fixo já caíram
em desuso, e os dados incluem bens como computador, automóvel e
se uma diferença de cerca de 17% entre o
Os menores valores estão em munipios mais periféricos, enquanto os
Como seria essa distribuição se as pessoas nos munipios periféricos
Renda e Riqueza
O dado da Figura 18 sobre veículos automotores individuais por pessoa é de
ando é avaliada a propriedade apenas deste tipo de bem, os valores
ficam entre 0,45 e 0,78, com os maiores valores em Curitiba e Quatro Barras, e
Para um contexto nacional, olhando para toda a frota de veículos, Belo
como um dos valores mais altos, com cerca de 1,12
Curitiba, quando considerados todos os tipos de veículos, fica com um valor
da frota de veículos utilizada, Curitiba aparece
A cidade de Curitiba, que tem um histórico e reputação sobre transporte e
mobilidade coletiva, no caso do BRT, ainda utiliza demasiadamente o
s veículos
automotores individuais. Os demais munipios utilizam um pouco menos, mas
Apesar do veículo automotor pessoal representar um fator de riqueza, a
utilização excessiva desta forma de transporte pode gerar di
consequências negativas.
Como realizar a gestão no transporte público coletivo para reduzir estes valores
para um patamar mais próximo a 0,4 veículos por habitante? Quais o os
efeitos para a segurança e saúde dos habitantes, uma vez que Curitiba
t
ambém figura nas posições mais altas da lista das capitais brasileiras com
mais acidentes por habitantes? Quais o os efeitos para as condições
climáticas, uma vez que para Curitiba, cerca de 2 terços das emissões vêm do
setor de transporte (RECC, 2021)?
3.3.3
Percentual de declarantes do IRPF na população
Percentual de declarantes do IRPF na população
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de Curitiba
É reiterada aqui a informação sobre o percentu
IRPF, que fica entre 10 e 30,4% para o ano de 2020, segundo dados da FGV.
Como referência, a faixa para obrigatoriedade da declaração para 2020 era
para rendimentos acima de R$28.559,70 (teto anual) no ano anterior, cerca de
R$2.380 por mês.
A partir destes dados, não levando em conta quem era obrigado a declarar e
não declarou, é possível refletir que pelo menos aproximadamente 70% da
população de Curitiba não ganhou mais do teto anual em 2019. E que para a
maioria dos municí
pios periféricos do NTC, 80 a 90% da população não atingiu
o valor do teto anual em 2019.
Cálculos realizados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (DIEESE, 2020) indicam que o valor mínimo necessário para
uma família bra
sileira de 4 pessoas suprir seus gastos com alimentação,
moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e demais
necessidades é de aproximadamente R$ 4.342,57, tendo como base o
consequências negativas.
setor de transporte (RECC, 2021)?
Percentual de declarantes do IRPF na população
Figura N°: 19
Percentual de declarantes do IRPF na população
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de Curitiba
-
Renda e Riqueza
Garcia & Oliveira (2023)
É reiterada aqui a informação sobre o percentu
al da população que declarou o
o valor do teto anual em 2019.
27
Apesar do veículo automotor pessoal representar um fator de riqueza, a
utilização excessiva desta forma de transporte pode gerar di
versas
Como realizar a gestão no transporte público coletivo para reduzir estes valores
para um patamar mais próximo a 0,4 veículos por habitante? Quais são os
efeitos para a segurança e saúde dos habitantes, uma vez que Curitiba
ambém figura nas posições mais altas da lista das capitais brasileiras com
mais acidentes por habitantes? Quais o os efeitos para as condições
climáticas, uma vez que para Curitiba, cerca de 2 terços das emissões vêm do
Renda e Riqueza
al da população que declarou o
IRPF, que fica entre 10 e 30,4% para o ano de 2020, segundo dados da FGV.
Como referência, a faixa para obrigatoriedade da declaração para 2020 era
para rendimentos acima de R$28.559,70 (teto anual) no ano anterior, cerca de
A partir destes dados, não levando em conta quem era obrigado a declarar e
não declarou, é possível refletir que pelo menos aproximadamente 70% da
população de Curitiba não ganhou mais do teto anual em 2019. E que para a
pios periféricos do NTC, 80 a 90% da população não atingiu
Cálculos realizados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (DIEESE, 2020) indicam que o valor mínimo necessário para
sileira de 4 pessoas suprir seus gastos com alimentação,
moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e demais
necessidades é de aproximadamente R$ 4.342,57, tendo como base o
município do Rio de Janeiro. Este valor corresponde a 4,35 ve
mínimo da época.
Se colocarmos este valor do DIEESE como base, grande parte da população
do NTC vivia com rendimentos abaixo do necessário para uma vida digna em
2020. Adicionada a pandemia de 2020 e a automação de muitos sistemas com
a vida da inteligência artificial gene
de lá para o atual momento.
3.3.4
Patrimônio líquido médio da população e patrimônio líquido médio
dos declarantes do IRPF
Patrimônio líquido médio da população
Fonte: Mapa das Desigualdades n
a vida da inteligência artificial gene
rativa, este quadro pode ter sido agravado
de lá para o atual momento.
dos declarantes do IRPF
Figura N°: 20
Patrimônio líquido médio da população
Fonte: Mapa das Desigualdades n
a Região de Curitiba -
Renda e Riqueza
Garcia & Oliveira (2023)
28
munipio do Rio de Janeiro. Este valor corresponde a 4,35 ve
zes o salário
Se colocarmos este valor do DIEESE como base, grande parte da população
do NTC vivia com rendimentos abaixo do necessário para uma vida digna em
2020. Adicionada a pandemia de 2020 e a automação de muitos sistemas com
rativa, este quadro pode ter sido agravado
Patrimônio líquido médio da população e patrimônio líquido médio
Renda e Riqueza
Patrimônio líquido médio dos declarantes do IRPF
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de Curitiba
As legendas e valores das Figuras 20 e 21 foram omitidos por necessitarem de
atualização. Ainda assim, a proporção de valores entre os munipios divididos
nestas faixas de cores se mantém inalterada, com os tons mais escuros
representando maiores valores
Ao avaliar os dados de patrimônio líquido dos habitantes, observa
do patrimônio líquido médio que o polo metropolitano, Curitiba, novamente
concentra o maior valor, neste caso, de 158 mil reais. o menor v
cerca de 10 mil reais, para Piraquara. Ou seja, a desigualdade entre o maior e
menor valor é de quase 16 vezes.
para o patrimônio líquido dos declarantes do IRPF, o valor mais alto
pertence a Almirante Tamandaré, com o valor de 738 mil reais.
corresponde a 71 mil reais, para Fazenda Rio Grande. A desigualdade aqui
chega a ser mais de 10 vezes.
Faixa de patrimônio líquido para diferentes grupos nos munipios do NTC
GRUPO DE
RIQUEZA
VALOR MÍNIMO
Patrimônio líquido
médio da
população
10 mil
Patrimônio líquido
médio dos
declarantes do
IRPF
71 mil
Elaborada com base em Mapas das Desigualdades na Região de Curitiba
Figura N°: 21
Patrimônio líquido médio dos declarantes do IRPF
Fonte: Mapa das Desigualdades na Região de Curitiba
-
Renda e Riqueza
Garcia & Oliveira (2023)
representando maiores valores
e tons mais claros, menores valores.
menor valor é de quase 16 vezes.
chega a ser mais de 10 vezes.
Tabela N°: 5
VALOR MÍNIMO
(R$)
VALOR MÁXIMO
(R$)
DESIGUALDADE
10 mil
158 mil
15,7 vezes
71 mil
738 mil
10,4 vezes
Fonte:
Elaborada com base em Mapas das Desigualdades na Região de Curitiba
-
Renda e Riqueza
Garcia & Oliveira (2023)
29
Renda e Riqueza
As legendas e valores das Figuras 20 e 21 foram omitidos por necessitarem de
atualização. Ainda assim, a proporção de valores entre os municípios divididos
nestas faixas de cores se mantém inalterada, com os tons mais escuros
e tons mais claros, menores valores.
Ao avaliar os dados de patrimônio líquido dos habitantes, observa
-se no caso
do patrimônio líquido médio que o polo metropolitano, Curitiba, novamente
concentra o maior valor, neste caso, de 158 mil reais. o menor v
alor é de
cerca de 10 mil reais, para Piraquara. Ou seja, a desigualdade entre o maior e
para o patrimônio líquido dos declarantes do IRPF, o valor mais alto
pertence a Almirante Tamandaré, com o valor de 738 mil reais.
o menor
corresponde a 71 mil reais, para Fazenda Rio Grande. A desigualdade aqui
Faixa de patrimônio líquido para diferentes grupos nos munipios do NTC
DESIGUALDADE
15,7 vezes
10,4 vezes
Renda e Riqueza
30
Segundo dados da FGV (Neri, 2023), o município de Aporé (GO) está no topo
do ranking do Brasil tanto para patrimônio líquido médio da população quanto
para patrimônio líquido médio dos declarantes de IRPF com valores de 837 mil
reais e 6,8 milhões de reais, respectivamente.
Como mais um parâmetro, o município de São Paulo ocupa a 9ª colocação no
ranking de patrimônio líquido médio da população, com o valor de 188 mil, e a
23ª colocação no ranking de patrimônio líquido dos declarantes, com 695 mil
reais.
Curitiba ocupa as posições 18 e 46 do mesmo ranking para os respectivos
indicadores avaliados.
Apesar da surpresa dos valores de patrimônio líquido dos declarantes de IRPF
de Almirante Tamandaré, no quesito riqueza, a desigualdade entre os
municípios periféricos do NTC e Curitiba ainda é bastante significativa.
A atual elaboração do Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI) de
Curitiba é um momento essencial para compreender melhor as causas e
consequências destas desigualdades e pensar em um sistema metropolitano
de gestão econômica, tributária, ambiental e orçamentária que seja capaz de
enfrentá-las.
4 REFLEXÕES E RECOMENDAÇÕES PARA FUTURAS PESQUISAS.
AÇÕES E POLÍTICAS PÚBLICAS
Ao analisar apenas os mapas de contextualização, aponta-se primeiramente
uma preocupação com o atual modelo de urbanização de Curitiba e região.
Com as ocorrências frequentes de enchentes, são necessárias novas
propostas e políticas públicas para evitar maiores danos aos habitantes das
regiões que alagam.
Uma avaliação mais aprofundada e integrada dos sistemas de abastecimento
alimentar, de saneamento e resíduos, energético e drico, para o polo e os
demais municípios também é necessária, além de melhor compreender os
limites e as áreas de transição entre o urbano e o rural na região.
Quanto aos atuais níveis de densidade demográfica, existe possibilidade de
maior adensamento. Entretanto, se questiona se o modelo de verticalização e
zoneamento dos eixos estruturais de transporte público está atualmente sendo
efetivo.
Existe uma segregação da população preta e parda, que habitam mais os
municípios periféricos do NTC, que origina de um contexto histórico de
exclusão e exploração. São necessárias iniciativas para reverter este quadro
excludente.
Quanto à razão de dependência, a tendência é para o aumento da população
fora da idade de trabalhar, seja esse recorte de 0 a 14 anos e 65 ou mais, ou
de 0 a 14 e 60 ou mais. A tendência é que o número de pessoas acima de 60 e
acima de 65 aumente bastante percentualmente, o de 0 a 14 caia um pouco, e
a população entre 15 e 60 diminua bastante percentualmente. Os planos
setoriais de Curitiba colocam em pauta a questão do envelhecimento. É
necessária que essa seja uma pauta metropolitana para que esse
31
envelhecimento populacional possa estar amparado em investimentos e
adaptações.
Ao olhar os indicadores de renda, se observa uma Curitiba e região ainda
bastante desiguais. Para o Coeficiente de Gini, ainda que de 2010, os valores
de desigualdade estão na faixa de 0,57 para Curitiba e acima de 0,45 para
muitos outros municípios do NTC. Reduzir estes níveis de desigualdade de
renda para valores pelo menos abaixo de 0,4 precisa ser um imperativo para a
região.
Para a comparação entre desigualdade de renda nos âmbitos de gênero e
raça, em muitos municípios do NTC os valores dessas desigualdades atingem
patamares de 70 ou 80% de diferença para menos. Como uma primeira meta
de redução de desigualdades nestes contextos, seria necessário que as
diferenças não ficassem abaixo de 90%.
Ao observar a relação da renda média entre os municípios do NTC, tanto da
população em geral quanto apenas dos declarantes do IRPF, existe ainda uma
concentração em Curitiba. No caso da população geral, cerca de 7,5 vezes
entre o maior e menor valor. E entre os declarantes do IRPF, cerca de 2,6
vezes entre os valores maior e menor.
para os celetistas e estatutários, esse valor de desigualdade cai para 1,76
vezes. Ou seja, os empregados do mercado formal não apresentam uma
desigualdade tão grande quanto a renda média geral da população. Ao
observar dados sobre o percentual de pessoas no mercado formal para
celetistas e estatutários para 2021 (RAIS, 2021), Curitiba é o único município
com um percentual acima dos 60%. 8 dos 13 municípios do NTC possuem
valores menores que 40%. Sendo assim, grande parte da força de trabalho dos
municípios periféricos pode estar na informalidade ou trabalhando por conta
própria.
Para a renda média da população, se comparada com o salário mínimo em
2020, que era de R$1.039,00, apenas 5 dos 13 municípios possuíam renda
média acima do salário mínimo.
Mesmo com os custos de vida sendo geralmente maiores na cidade polo da
metrópole, ainda é necessário que em todos os municípios seja possível uma
renda média mínima para uma vida digna. Isso significa não apenas o valor do
salário mínimo, mas um valor que possibilite acesso aos serviços essenciais
para o desenvolvimento humano pleno.
Para as desigualdades de riqueza, em 2010 Curitiba ainda concentrava uma
maior quantidade de domicílios com bens duráveis, com cerca de 69%,
enquanto muitos dos outros municípios do NTC estavam na faixa entre 55% e
65%. Seria interessante observar como estão estes dados para o Censo de
2022 para saber se essa disparidade aumentou, se manteve ou diminuiu.
Quanto ao número de veículos por pessoa, apesar de servir como uma
equivalência para mensuração de riqueza, com Curitiba no topo com cerca de
0,78 e a maioria dos outros municípios com valores entre 0,5 e 0,7, talvez a
reflexão mais pertinente é sobre a dependência do automóvel individual como
meio de transporte, uma vez que Curitiba figura entre as capitais com valores
32
mais altos para número de veículo per capita. Como reduzir a dependência do
veículo individual no NTC?
O número de declarantes do IRPF para 2020 variou entre 10% a 30,4% para os
municípios do NTC. Como seria a arrecadação se essa faixa mudasse para 40
ou 50% para todos os municípios do NTC?
Quanto aos dados de patrimônio líquido médio da população em geral e dos
declarantes, o nível de desigualdade é ainda maior entre os municípios do
NTC, correspondendo a 15,7 e 10,4 vezes, respectivamente.
Seria a solução do problema da desigualdade de riqueza uma das principais
chaves para a redução também do problema da desigualdade de renda? Uma
população que possui bens e propriedade está menos sujeita a aceitar salários
abaixo do que corresponde ao necessário para uma vida digna.
Em termos de futuras pesquisas e recomendações, é extremamente importante
uma construção de uma série histórica para cada um destes indicadores para
melhor compreender como eles evoluíram no tempo e quais mudanças de
políticas públicas ou cenário econômico melhoraram ou pioraram as
desigualdades entre os municípios.
Além disso, apesar de desafiador, é necessária a elaboração de uma política
tributária, orçamentária e econômica metropolitana (através do estado do
Paraná com a AMEP e os governos de cada município) que reconheça e
enfrente essas desigualdades com metas e prazos claros e possíveis.
Um possível caminho passa pela territorialização orçamentária baseada em
critérios demográficos e de vulnerabilidade urbana e social, como no caso
aplicado no município de São Paulo para seu Plano Plurianual (PMSP, 2021),
inspirado em estudo da Fundação Tide Setubal (Fundação Tide Setubal, 2020).
Outra maneira informativa de demonstrar as desigualdades da região seria
determinar, conforme faz Piketty em seus estudos, quanto da renda e da
riqueza estão concentradas nas camadas 50% mais economicamente
vulneráveis, 40% intermediária, e 10 e 1% mais economicamente elevadas, e
com estes dados, avaliar quais as consequências para a segurança pública e
bem-estar de uma maior ou menor concentração nas camadas de 10 e 1% em
comparação com as outras camadas.
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Article
Full-text available
Since the 1990s, many countries have witnessed the emergence of organizations publishing environmental, social, and quality-of-life indicators at a city level in order to promote public awareness, democratic participation, and sustainability policies. Many such initiatives are short-lived, however, and reasons for their success and failure under-researched. Using interviews, surveys, and documental data, we explored the survival rates, obstacles, and achievements of 49 initiatives in 10 Latin American countries. Contrary to those in other world regions, most initiatives have civil society stakeholders (notably universities, media, and businesses), excluding governments. Implementing citizen perception surveys proved effective to gain public attention. Several initiatives obtained name recognition and policy influence, which are significant achievements in megacities such as Bogotá, São Paulo, and Lima, where numerous NGOs vie for attention. Frequent obstacles include a lack of finances. After a seven-year period (2014–2021), 55% of the sampled initiatives remained active, ranging from 90% in Colombia to none in other countries. Organizational continuity appeared to be associated with network membership and discontinuity with diverging obstacles, including political pressures in some countries (e.g., Mexico), data scarcity in poorer ones (e.g., Bolivia), and a lack of sustained interest in relatively richer ones (e.g., Chile). Recent increases in socio-economic inequalities are strengthening the potential of community indicators.
Article
In this classic work of feminist political thought, Iris Marion Young challenges the prevailing reduction of social justice to distributive justice. It critically analyzes basic concepts underlying most theories of justice, including impartiality, formal equality, and the unitary moral subjectivity. The starting point for her critique is the experience and concerns of the new social movements about decision making, cultural expression, and division of labor--that were created by marginal and excluded groups, including women, African Americans, and American Indians, as well as gays and lesbians. Iris Young defines concepts of domination and oppression to cover issues eluding the distributive model. Democratic theorists, according to Young do not adequately address the problem of an inclusive participatory framework. By assuming a homogeneous public, they fail to consider institutional arrangements for including people not culturally identified with white European male norms of reason and respectability. Young urges that normative theory and public policy should undermine group-based oppression by affirming rather than suppressing social group difference. Basing her vision of the good society on the differentiated, culturally plural network of contemporary urban life, she argues for a principle of group representation in democratic publics and for group-differentiated policies. This is a superb book which opens up many new vistas for theorists of justice. Young makes a number of insightful arguments both about the issues that need to be addressed by a theory of justice, and about the kind of theory capable of addressing them.
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