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Revista de Ciências Agrárias
,
2024,
47(3): 479-490
Resina natural em Portugal – desaos estratégicos
Natural resin in Portugal - strategic challenges
Paula Soares1,*, Carla Ribeiro2, Marco Ribeiro3 e Maria Emília Silva4
1 Centro de Estudos Florestais, Laboratório Associado TERRA, Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal
2 RESIPINUS – Associação de Destiladores e Exploradores de Resina, Leiria, Portugal
3 Raízes Independentes Lda, Vila Real, Portugal
4 Depart Ciências Florestais e Arquitetura Paisagista, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, Portugal
(*E-mail: paulasoares@isa.ulisboa.pt)
https://doi.org/10.19084/rca.37958
Recebido/received: 2024.09.30
Aceite/accepted: 2024.10.25
RESUMO
Na década de 70 do século XX, Portugal era um dos maiores produtores mundiais de resina natural. A concorrência de
países como a China e o Brasil e a falta de mão-de-obra nacional, resultaram na diminuição da atividade de exploração
com um impacto signicativo na indústria portuguesa, que passou a ser dependente da importação de resina.
No entanto, sendo a resina natural um recurso renovável e uma alternativa aos combustíveis fósseis, há, atualmente,
a possibilidade de enquadrar este recurso no âmbito da bioeconomia. Neste artigo apresentam-se alguns dos desaos
estratégicos para a leira da resina, em particular, ao nível da produção e exploração da oresta de pinheiro-bravo.
Realça-se a necessidade de: (a) desenvolver modelos de silvicultura para povoamentos geridos simultaneamente para
madeira e resina; (b) desenvolver modelos de produção de resina, que considerem zonas de produtividade e os fatores
que inuenciam a produção; (c) adaptar a legislação que regula a atividade de resinagem em função dos avanços do
conhecimento; (d) dar formação aos resineiros e condições de trabalho que tornem a atividade atrativa; (e) valorizar
os serviços indiretos para a oresta e sociedade associados à prática da resinagem; (f) desenvolver um programa de
melhoramento genético para a produção de resina.
Palavras-chave: leira resina, resineiro, pinheiro-bravo, modelos de silvicultura, melhoramento genético para a
produção de resina
ABSTRACT
In the 1970s, Portugal was one of the world’s largest producers of natural resin. Competition from countries like China
and Brazil, along with a lack of domestic labor, resulted in a decrease in extraction activities, signicantly impacting
the Portuguese industry, which became dependent on resin imports. However, as natural resin is a renewable resource
and an alternative to fossil fuels, there is currently the possibility of integrating this resource within the bioeconomy.
This article presents some of the strategic challenges for the resin sector, particularly in terms of the production and
exploitation of maritime pine forests. It highlights the need to: (a) develop silvicultural models for stands managed
simultaneously for wood and resin; (b) develop resin yield models that consider productivity zones and factors
inuencing production; (c) adapt legislation regulating resin tapping activities in line with advances in knowledge; (d)
provide training and working conditions for resin tappers to make the activity aractive; (e) value the indirect services
to the forest and society associated with resin tapping; (f) develop a genetic improvement program for resin production.
Keywords: resin sector, resin worker, maritime pine, silvicultural models, genetic improvement for resin production
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DESCRIÇÃO E IMPORTÂNCIA
HISTÓRICA DA RESINA EM PORTUGAL
A resina pode ter origem sintética ou orgânica.
A resina sintética é produzida através de proces-
sos químicos em laboratório. A resina orgânica
ou natural é produzida naturalmente pelas árvo-
res, maioritariamente, pelas gimnospérmicas e,
em particular, pelas espécies da família Pinaceae,
a qual inclui 10 géneros e 230 espécies (Wu e Hu,
1997). Dentro da família Pinaceae, o género Pinus
destaca-se como aquele com a maior produção de
resina.
Nalgumas espécies de resinosas, a resina encontra-
-se nos canais de resina (Graça, 1984). É o caso de
espécies dos géneros Pinus (pinheiros), Picea (abe-
tos), Larix (lariços) e a espécie Pseudotsuga menziesii
(pseudotsuga, abeto-de-Douglas ou pinheiro-do-
-Oregon) (Kolosova e Bohlmann, 2012). Nas espé-
cies dos géneros Abies, Tsuga e Cedrus, entre outros,
os canais de resina não existem (Graça, 1984) e a
produção de resina é a resposta a fatores abióticos
e bióticos, podendo constituir um mecanismo de
defesa a ataques de agentes patogénicos e insetos.
Nos pinheiros, a resina é produzida e acumulada
em altas concentrações (até 10-20% da matéria seca)
em todas as componentes da árvore (caules, raízes,
ramos, folhas e pinhas) (Vázquez-González et al.,
2020).
A resina é um produto viscoso, translúcido, de cor
desde branca a amarela acastanhada e com um
odor característico. É uma mistura complexa de
terpenos voláteis (mono – C10 e sesquiterpenos –
C15) e de ácidos resínicos não voláteis (abiético e
pimárico, entre outros) (Rosa, 2014). A proporção
de terpenos e ácidos resínicos na resina varia com
a espécie (Lopes, 2008; Rodríguez-García, 2023).
Deste conjunto de compostos, e por destilação,
obtém-se a fração não volátil (colofónia ou pez) e
a fração volátil (terebentina ou aguarrás) (Lopes,
2008). O processamento da colofónia e da tereben-
tina dá origem a um número alargado de outras
substâncias que podem ser utilizadas em várias
indústrias.
Nas espécies do género Pinus a síntese da resina
ocorre nos canais resiníferos, que são estruturas
tubulares alongadas e que estão dispostas quer
paralelas quer perpendiculares ao eixo da árvore,
formando uma rede interligada de canais onde cir-
cula a resina. As células epiteliais - células especia-
lizadas que rodeiam o canal - sintetizam a resina
a partir dos fotoassimilados produzidos pela árvo-
re (Rodrigues-Corrêa e Fe-Neto, 2012) (Figura 1).
Figura 1 - Representação esquemática da madeira de Pinus spp., onde é possível ver a rede de canais de resina horizontais
e verticais (adaptado de Suzuki, 2004). Corte histológico transversal de madeira de pinheiro-bravo com canais de
resina axiais (A); corte transversal de pormenor de canal de resina com as células epiteliais (segregadoras de resina)
a rodearem o canal (B).
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A resina produzida vai cando acumulada nestes
canais e, quando os tecidos são danicados, ela é
conduzida até ao local e é libertada, atuando co-
mo proteção ao criar uma barreira física ao ataque,
mas também formando uma capa cicatrizadora
que protege o local do traumatismo (Phillips e Cro-
teau, 1999).
A resinagem em Portugal é a atividade de aprovei-
tamento da resina, através da estimulação articial
de pinheiros em pé. Embora esta seja a forma mais
vulgarizada no mundo de obter resina não é a úni-
ca, sendo identicadas três fontes de obtenção de
colofónia e terebentina (CESEFOR, 2009):
- resina obtida por extração em árvores vivas (de-
signada por gema);
- resina obtida através de um processo tecnológico
de secagem e extração de resina diretamente da
madeira com aplicação de solventes;
- a partir de resina de tall oil (crude tall oil), um
subproduto da transformação da madeira em ce-
lulose, pelo processo sulfatado (kraft). Neste pro-
cesso obtém-se a terebentina sulfatada e a colofó-
nia de tall oil que, não sendo exatamente iguais à
terebentina e colofónia obtidas a partir da gema,
para algumas aplicações são um substituto apro-
priado. Este processo é importante nos EUA e nos
países nórdicos europeus, onde se produz pasta
de papel a partir de madeira de resinosas.
A história da resinagem em Portugal está ligada à
exploração das orestas de pinheiro-bravo. Deve-
-se a Bernardino José Gomes, em 1857, a origem da
exploração da resina a partir de árvores vivas no
Pinhal do Rei, em Leiria (Radich, 1995). Em 1858,
José Melo Gouveia ordenou a montagem da pri-
meira fábrica de destilação na Marinha Grande
(Gusmão, 1940). No entanto, a referência mais anti-
ga de produção de produtos resinosos em Portugal
é de 1475 (Radich, 1995). Nessa altura, o pez era
obtido a partir de pedaços de madeira de pinheiro.
Nos séculos XVI e XVII, em Portugal, a indústria
da resina teve um crescimento muito signicati-
vo, impulsionado pelo orescimento da navega-
ção e comércio marítimo. Nessa época, a resina
portuguesa era altamente valorizada pela sua
qualidade e era exportada para outros países eu-
ropeus (Anastácio e Carvalho, 2008). No nal do
século XVIII e início do século XIX, a indústria da
resina começou a desenvolver-se de forma mais
organizada. Em 1790, um mestre alcatroeiro de Ra-
gusa foi contratado para iniciar a produção de al-
catrão em Portugal, na região da Marinha Grande
(Radich, 1995). Essa iniciativa marcou o início de
uma atividade que se tornaria importante para a
economia do país. No século XX, após a primeira
guerra mundial, dá-se um aumento signicativo
da quantidade de resina recolhida e do número de
fábricas de transformação industrial da resina (Pi-
nho et al., 2013). A resinagem teve o seu auge na dé-
cada de 70 do século passado, tendo o seu máximo
histórico de produção em 1974, com 146.968 tonela-
das de resina (INE) (Figura 2). No nal da década
de 80 e início da década de 90 do século XX, dá-se
o declínio desta atividade como resultado da en-
trada de matéria-prima oriunda da China, a qual,
com mão-de-obra mais barata, praticava preços de
venda que não permitiam competição.
Um fator que contribuiu para a evolução anterior-
mente apresentada do setor da resina foi a intro-
dução, nos anos 50 do século XX, pelos Serviços
Florestais, do método de “resinagem química” ou
resinagem “à americana”. Este método permitiu
ganhos de eciência na extração de resina, com
aumentos na produção média por ferida e na pro-
dutividade do resineiro (Palma, 2007). No século
passado, a partir dos anos 70, foram introduzidos
sacos de plástico como alternativa ao púcaro de
barro.
Na última década, houve um ressurgimento da
indústria da resina em Portugal, impulsionado
por uma crescente procura por produtos naturais
Figura 2 - Produção de resina nacional no período 1971-2023
(Fonte: INE).
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renováveis e sustentáveis. Muitas comunidades ru-
rais voltaram a resinar, contribuindo para a criação
de valor e de emprego em meio rural. Em 2023, a
produção de resina natural nacional foi de 5.354
toneladas (INE, 2024). Este valor reete a (re)ocor-
rência de incêndios orestais em áreas de pinhei-
ro-bravo, o desinvestimento na produção de resina
e a concorrência do Brasil e da China com a comer-
cialização de resina nos mercados internacionais a
preços 20% inferiores.
ESPÉCIES RESINADAS EM PORTUGAL
– DOMINÂNCIA DO PINHEIRO-BRAVO
Apesar de todas as espécies do género Pinus terem
capacidade de exsudar resina, apenas algumas são
exploradas para obtenção deste produto (Goes,
1991). As razões são várias: históricas, represen-
tatividade da espécie de pinheiro na região/País,
quantidade de resina produzida por ano, eciência
de trabalho na realização da resinagem (por ve-
zes condicionada por características intrínsecas à
espécie como seja a espessura da casca, maior fa-
cilidade de descarrasque, número de andares de
ramos, retidão do fuste), distância à unidade in-
dustrial de primeira transformação e requisitos da
indústria (Soares et al., 2023).
Na Europa, a principal espécie explorada para pro-
dução de resina é o pinheiro-bravo (P. pina s te r A it.)
apesar de, no passado, também outras espécies te-
rem sido resinadas. Vasconcellos (1949) refere co-
mo espécies resinadas na Europa o pinheiro-bravo,
o pinheiro-de-Alepo (P. halepensis), o pinheiro-sil-
vestre (P. sylvestris) e o pinheiro-larício (P. nig r a).
Goes (1991) acrescenta o pinheiro-manso (P. pinea)
para Portugal continental.
Em Portugal continental, o pinheiro-bravo distri-
bui-se desde as bacias dos rios Tejo e Sado até ao
rio Minho e no interior das regiões norte e centro
(Figura 3). É uma espécie de clima predominante-
mente atlântico, pouco resistente aos frios conti-
nentais, com ótimos de temperatura média anual
entre 11-15ºC e de precipitação média anual entre
550-1200 mm. Resiste bem aos déces hídricos es-
tivais. Em altitudes superiores a 900 m apresenta
graves limitações sendo as altitudes mais favorá-
veis até aos 400 m, embora possa ir até aos 700 m.
Esta espécie, com comportamento pioneiro, tem
capacidade de colonizar quaisquer condições edá-
cas exceto solos com calcário solúvel (pH eleva-
do), solos hidromórcos ou solos com má drena-
gem (Alves, 1982). Apresenta preferência por solos
permeáveis de textura ligeira, apresentando algu-
ma suscetibilidade à compactação (Correia e Oli-
veira, 2003).
O pinheiro-bravo é a espécie resinosa com maior
área em Portugal continental ocupando, de acordo
com o último inventário orestal nacional (ICNF,
2019), 713 mil hectares. Relativamente à capacida-
de de produção de resina, o pinheiro-bravo é a es-
pécie com melhor aptidão da oresta portuguesa
(Graça, 1984) associando-se às maiores produções.
Oliveira et al. (2000) indicam valores médios entre
2-2.5 kg por árvore e por ferida.
Figura 3 - Distribuição do pinheiro-bravo em Portugal
continental (IFN6) (Soares et al., 2023).
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Soares et al., Resina natural em Portugal – desaos estratégicos
GESTÃO DE POVOAMENTOS
DE PINHEIRO-BRAVO E RESINAGEM
Os povoamentos de pinheiro-bravo em Portugal
continental são obtidos por regeneração articial
(plantação ou sementeira) ou pelo aproveitamen-
to da regeneração natural, dando origem a povoa-
mentos puros regulares. O aproveitamento da re-
generação natural é a modalidade de rearborização
que tem sido incentivada junto dos proprietários
orestais, porque os custos iniciais de instalação
do povoamento – mobilização do solo, plantação
e adubação – não existem. Nesta modalidade –
frequentemente associada a situação pós-fogo ou
pós-tempestade – a gestão inicia-se na fase do nas-
cedio ou do novedio (até aos 10 anos). Procede-se à
abertura das entrelinhas e à redução da densidade
nas faixas ou linhas, deixando o povoamento com
densidades entre as 1600-2500 árvores/ha. Nesta
modalidade é expectável uma potencial valoriza-
ção económica antecipada pelo aproveitamento
das árvores para a produção de postes e varas.
A redução da densidade em povoamentos com ori-
gem por regeneração natural deve ser adaptada às
caraterísticas edafoclimáticas dos locais e às densi-
dades dos povoamentos: a intervenção em pinhais
litorais em areia é diferente da intervenção em pi-
nhais em montanha (Soares et al., 2020).
O Decreto-Lei n.º 181/2015 dene como dimensão
mínima da árvore, para a resinagem efetuada ao
longo da vida do povoamento, 63 cm de períme-
tro medido a 1.30 m do solo. No caso da resinagem
à morte o número de anos até ao corte da árvore
não pode ser superior a 4, independentemente da
dimensão da árvore. Os modelos gerais de silvicul-
tura e de gestão para o pinheiro-bravo referencia-
dos em Portugal (Capítulo E dos Planos Regionais
de Ordenamento Florestal – PROF e disponíveis
no portal do ICNF), consideram a gestão dos po-
voamentos de pinheiro-bravo exclusivamente com
objetivo de produção de lenho. A resina, quando
considerada, aparece como produto secundário.
Baskent et al. (2014) distinguem modelos de silvi-
cultura para povoamentos de pinheiro-bravo com
o objetivo principal de produção de lenho e de le-
nho e resina (Quadro 1). Os modelos apresentados
consideram o efeito da densidade na forma da ár-
vore e no coeciente de adelgaçamento, no diâme-
tro quadrático médio e na altura da árvore média
(Pedrico, 2019) e a inuência da resinagem no cres-
cimento em diâmetro da árvore (Palma, 2007; Ro-
dríguez-Garcia, 2016). Este último aspeto reete-se
em rotações mais longas, para um mesmo valor de
diâmetro da árvore no corte nal.
A Junta da Galiza (Espanha) apresenta um modelo
de silvicultura para produção mista de lenho-resina
em povoamentos de pinheiro-bravo e de pinheiro-
-insigne, com rotação de 40-45 anos e 400 árv/ha
no corte nal (www.xunta.gal/dog/Publicados/
2021/20210226/AnuncioG0426-110221-0005_es.html).
Martínez-Chamorro et al. (2019) apresentam uma
proposta de modelo de silvicultura para povoa-
mentos de pinheiro-bravo obtidos por regenera-
ção natural ou plantação, combinando a produção
Quadro 1 - Modelo de silvicultura para povoamentos puros regulares de pinheiro-bravo com o objetivo principal de obtenção
de lenho (A) e de obtenção de lenho e resina (B); apresenta-se só para classe de qualidade alta (Baskent et al., 2014)
Idade
(anos)
Nº árv
(ha-1)(A) - Operação Idade
(anos)
Nº árv
(ha-1)(B) - Operação
0-20 1500
Limpeza se N>1500 (árv/ha)
Desramação até 2.5 m quando as árvores têm 7
m de altura (em 900 árv/ha)
0-20 1000
Limpeza se N>1000 (árv/ha)
Desramação até 2 m quando as árvores têm 6 m
de altura (em 500 árv/ha)
20 850-900
Desbaste sistemáco
Desramação até 5.5 m quando as árvores têm 15
m de altura (em 400-500 árv/ha)
20 500
Desbaste pelo baixo
Desramação até 4 m quando as árvores têm 12 m
de altura (em 300 árv/ha)
30 550-600 Desbaste pelo baixo 25 250 Desbaste pelo baixo
40 350-400 Desbaste pelo baixo 30 200 Desbaste pelo baixo
Inicío da resinagem (Ø>20 cm)
50 250-300 Desbaste pelo baixo 80-100 -Corte nal: corte raso ou corte sucessivo
uniforme
60-70 - Corte nal: corte raso ou corte sucessivo
uniforme
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de lenho e resina, considerando a resinagem três
antes do corte das árvores, independentemente de
serem árvores removidas em desbastes ou no corte
nal. Nesta proposta, são sugeridos dois desbastes
(aos 15 e 25 anos) e o corte nal aos 40 anos, com
400 árvores/ha.
COMPATIBILIDADE ENTRE A PRÁTICA
DA RESINAGEM E O USO DA MADEIRA
PARA SERRAÇÃO
A resinagem explora a parte do tronco da árvore
com maior diâmetro e maior valor comercial. Uma
das questões que se coloca quando se toma a deci-
são de resinar o pinhal, prende-se com a possível
alteração das características mecânicas, físicas e
químicas da madeira resinada, comprometendo a
sua posterior utilização e, desta forma, desvalori-
zando a madeira.
São vários os trabalhos que estudaram a inuên-
cia da resinagem na qualidade da madeira. Num
trabalho com madeira de pinheiro-bravo, Silva
et al. (2018) referem não existirem diferenças sig-
nicativas nas propriedades físicas da madeira
de árvores resinadas e não resinadas. A exceção
é a densidade que é maior nas árvores resinadas,
principalmente na zona do tronco onde foi feita a
incisão, possivelmente pela maior concentração de
resina nessa zona. Ao nível do comportamento me-
cânico, Kopaczyk et al. (2023) armam não existir
um efeito signicativo da resinagem na resistência
mecânica da madeira de Pinus sylvestris, resultado
concordante com Silva et al. (2018). Quimicamente,
a madeira das árvores resinadas apresenta, na fa-
ce da ferida, um teor de resina signicativamente
maior do que no lado oposto à incisão ou do que
em árvores não resinadas. Esta madeira torna-se
mais resistente à biodegradação mas pode apre-
sentar problemas nos processos de transformação
da madeira maciça, como por exemplo na secagem
e nos acabamentos superciais das tábuas, nomea-
damente nas operações de pintura, envernizamen-
to e de tratamentos de preservação. No entanto,
para painéis ou papel não existirá nenhum tipo de
problema na utilização desta madeira (Silva et al.,
2018). Já Cademartori et al. (2012), num trabalho
realizado no Brasil com a Pinus ellioii, concluíram
que a resinagem contribui substancialmente para
o aumento da quantidade de bolsas de resina nas
peças de madeira do toro da base o que é um fator
de depreciação da madeira para utilização maciça.
A FILEIRA DA RESINA
A resinagem, de uma forma mais prossional e in-
dustrializada, teve a sua origem em Portugal ainda
no século XIX, tendo a sua evolução sido complexa
ao longo de todo o século XX. Por este motivo, as
dinâmicas de organização do setor, bem como a
presença/ausência de alguns atores, foram sendo
ajustadas em função da maior ou menor expressão
que a atividade teve nos territórios.
A leira caracteriza-se pela existência, na base,
dos resineiros, os quais trabalham diretamente na
exploração da matéria-prima nos povoamentos.
Os resineiros podem ser: a) operacionais que tra-
balham em part-time, conjugando a exploração com
outras atividades económicas; b) operacionais que
trabalham a tempo inteiro, mas de forma indivi-
dual; c) operacionais que estão vinculados a em-
presas privadas cujo objetivo principal é a extração
de resina a tempo inteiro. Qualquer um destes, tra-
balha de forma direta e, por vezes, exclusiva, com
as indústrias de primeira transformação existentes
no país. A gura de angariador de resina, que teve
uma forte presença até aos anos 80 do século XX,
já não existe. Na maioria dos casos são os resinei-
ros que contactam diretamente com os proprietá-
rios dos pinhais, com o objetivo de chegarem a um
acordo que lhes permita explorar a resina nas suas
parcelas. Posteriormente, após a colheita, eles ne-
goceiam diretamente com a indústria para proce-
der ao envio da resina para as fábricas. Na maioria
dos casos, o resineiro é também o responsável pelo
carregamento da resina diretamente nas áreas de
exploração.
A atividade nos últimos anos, principalmente após
2017, tem-se baseado na exploração de áreas priva-
das e comunitárias, localizadas no interior e litoral
do país, tendo diminuído de forma muito signica-
tiva a exploração em áreas públicas, nomeadamen-
te nas Matas Nacionais.
A plataforma eletrónica de registos do Sistema de
Informação de Resina (SiResin), do ICNF, apresen-
ta dados para caracterizar o setor da resina, mas
há limitações na sua interpretação, uma vez que
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Soares et al., Resina natural em Portugal – desaos estratégicos
é reconhecida a diculdade de existirem os devi-
dos registos pelos prossionais do setor. No Si-
Resin estão registados 306 operadores de resina
que podem exercer uma ou mais das atividades
abrangidas pelo DL n.º 181/2015 - extração, trans-
porte, armazenamento, primeira transformação,
importação e exportação. De acordo com o SiRe-
sin, a quantidade de resina extraída é maior nas
regiões Centro e Norte do país, principalmente no
litoral dos distritos de Leiria e Coimbra, seguido
dos distritos de Vila Real e Viana do Castelo, onde
o pinheiro-bravo existe em povoamentos puros ou
mistos dominantes.
Na resinagem o resineiro, com ferramentas ma-
nuais, procede à extração, recolha, limpeza e acon-
dicionamento da resina dos pinheiros. Na sua
componente prática, a resinagem consiste na rea-
lização sucessiva de incisões no tronco do pinhei-
ro com ferramenta própria denominada ferro, o
qual remove uma porção da casca e do entrecasco
deixando exposto o lenho (Figura 4). Esta ação es-
timula a libertação da resina presente nos canais
resiníferos da árvore. A resina é recolhida num re-
cipiente xado na árvore e, no nal da campanha
de resinagem, é recolhida pelo resineiro.
O tipo de recipiente usado para recolha da resina
varia com a região, sendo mais comum o uso do
púcaro das regiões centro/sul do país e o uso do
saco plástico agrafado à árvore nas regiões norte
(Figura 5). Um dos aspetos a melhorar é, justamen-
te, o recipiente utilizado para a colheita de resina.
As duas opções atualmente existentes têm proble-
mas relacionados com a limpeza da resina recolhi-
da, o acondicionamento e o transporte. Ao serem
sistemas abertos permitem a contaminação da resi-
na com impurezas, a entrada de água e a libertação
da componente volátil da resina. À utilização do
saco de plástico acresce o facto de este constituir
um resíduo no m da campanha, com o custo da
incineração imputado ao resineiro. Em Espanha,
Figura 4 - Realização de renovas (Almeida, 2023).
Figura 5 - Recolha de resina em recipientes de plástico e de barro e em sacos de plástico.
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já se utilizam técnicas alternativas de resinagem,
associadas à utilização de sacos ou recipientes de
plástico fechados, visando a obtenção de uma resi-
na limpa, sem água e com aproveitamento total da
componente volátil (ex., Rodríguez-García, 2023).
A adoção destes sistemas em Portugal implica a
alteração do DL n.º 181/2015.
Para maximizar a exsudação de resina, aplica-se
uma pasta na parte superior da incisão de modo a
retardar a cristalização da resina. Esta pasta, maio-
ritariamente composta por um ácido, prolonga o
período de escorrimento de resina aumentando a
quantidade produzida por árvore. Adicionalmen-
te, a pasta também contém um produto que pro-
move a sua adesão na incisão (Rodríguez-García,
2023).
Quinzenalmente ou de 21 em 21 dias o resineiro
volta ao pinhal e faz a renovação da incisão vol-
tando a aplicar o estimulante. Por campanha de
resinagem faz-se uma média de 9 a 10 renovas.
A campanha não tem meses obrigatórios de início
e de m. Por norma, vai de março a outubro/no-
vembro, função da precipitação e temperatura do
ano da campanha.
A exploração da resina em Portugal é legislada
pelo Decreto-Lei n.º 181/2015 de 28 de agosto, que
estabelece o regime jurídico da resinagem e da cir-
culação da resina de pinheiro no território do Con-
tinente. A resinagem à vida consiste na exploração
de resina ao longo da vida do pinheiro. Os requisi-
tos desta modalidade são:
- o tronco dos pinheiros a resinar deve ter perí-
metro ≥ 63 cm (Ø 20 cm), medido sobre a casca a
1.30 m do solo;
- nos troncos com perímetro ≤ 78.5 cm (Ø 25 cm),
medidos sobre a casca a 1.30 m do solo, apenas
pode ser realizada uma ada de incisões;
- a largura da incisão não pode ultrapassar 12 cm
no primeiro, segundo e terceiro anos e 11 cm a
partir do quarto ano de exploração;
- as feridas são iniciadas na base do tronco a uma
altura não superior a 20 cm e prolongadas nas
campanhas futuras, formando uma ada contí-
nua, na direção do eixo da árvore, até ao máximo
de dois metros de altura;
- a dimensão entre adas (presas) não pode ser in-
ferior a 10 cm.
Este tipo de resinagem, sendo de baixa a moderada
intensidade, é efetuada a longo prazo.
A resinagem à morte está limitada até aos 4 anos
que antecedem o corte dos pinheiros, seja por des-
baste ou por corte nal. Nesta modalidade é per-
mitida a exploração simultânea de várias adas na
mesma árvore desde que a dimensão das presas
seja igual ou superior a oito centímetros.
De acordo com a legislação, pinheiros com sinto-
mas de declínio, por ação de agentes bióticos ou
abióticos, só podem ser resinados se esta prática
for compatível com as práticas exigidas para o con-
trolo do agente físico ou patogénico.
Após a recolha da resina no pinhal, esta é arma-
zenada em bidões de metal de 200 litros, os quais
devem ser internamente revestidos com um saco
de plástico, de modo a evitar contaminações. Os bi-
dões são armazenados em estaleiros ou armazéns
ou podem car temporariamente no pinhal. Mais
tarde, a resina é transportada para a fábrica de
primeira transformação onde se inicia o processo
industrial com vista à obtenção dos derivados da
resina. Aí permanece até à destilação.
A primeira etapa industrial designa-se por tere-
bintinagem, a qual engloba cinco operações dis-
tintas (Soares e Pestana, 2023): malaxagem, criva-
gem, ltração, decantação e lavagem. O objetivo da
terebintinagem é transformar a gema semi-sólida
e cheia de impurezas em gema limpa, liquefeita e
pronta a ser destilada. No trabalho de Soares e Pes-
tana (2023) são apresentados os diversos aparelhos
usados na destilação com referência às vantagens e
desvantagens. No nal vai-se obter a colofónia (ou
pez louro) e a essência de terebentina (ou aguar-
rás). Os derivados da resina são encaminhados pa-
ra a indústria de segunda transformação para pos-
teriormente se fabricar bens de consumo e outros
produtos (Figura 6).
A atividade económica ligada à resina é vasta e di-
versicada e engloba um conjunto de agentes que
vão desde a oresta até ao consumidor nal. A ver-
satilidade tecnológica da resina permite a obten-
ção de um grande número de compostos derivados
que, por sua vez, possibilitam levar ao consumidor
nal produtos de alto valor agregado.
487
Soares et al., Resina natural em Portugal – desaos estratégicos
No início da cadeia está o resineiro e a atividade
de resinagem que é praticada de uma forma ain-
da muito rudimentar, com a utilização de pouca
ou nenhuma tecnologia e de muita mão-de-obra.
A atividade do resineiro está associada a grande
instabilidade económica pela diculdade que este
tem em negociar um preço para a resina no início
da campanha. Este valor tem que permitir superar
a competição das resinas sintéticas e das resinas
naturais provenientes de outros países, as quais
chegam a Portugal com preços muito competiti-
vos. Rodríguez-García (2023) realça a importância
de inverter esta situação, reconhecendo os fatores
sociais e ecológicos externos positivos da ativida-
de e reduzindo a concorrência de produtos não-re-
nováveis. E aponta algumas medidas: regulariza-
ção e prossionalização do trabalho, regime scal
adaptado e denição de modelos de negócio com
capacidade de gerar rendimentos a todos os níveis
da cadeia de valor.
Na Figura 6 apresenta-se a cadeia de valor da resi-
na natural em Portugal. Não estão representados
os serviços indiretos para a oresta e para a socie-
dade associados à prática da resinagem - vigilân-
cia da oresta, redução da carga de combustível
resultante da limpeza necessária para permitir a
deslocação do resineiro na oresta e a consequente
diminuição do risco de incêndio.
DESAFIOS ESTRATÉGICOS
A resina é um recurso endógeno renovável, estan-
do na base da produção de produtos industriais de
qualidade e de alto valor acrescentado, reconheci-
dos nacional e internacionalmente. Em Portugal, o
regime jurídico da resinagem e da circulação da re-
sina de pinheiro está denido por um Decreto-Lei
publicado em 2015. O aumento do conhecimento
sobre práticas de resinagem e o desenvolvimento
de novas técnicas deve, sempre que se justique,
Figura 6 - Cadeia de valor da resina natural em Portugal (adaptado de Resinacyl www.resinacyl.es/contenido/la-cadena-valor-
la-resina-natural).
488 Revista de Ciências Agrárias
,
2024,
47(3): 479-490
resultar na atualização da legislação, permitindo a
modernização e diversicação do setor e o aumen-
to da produtividade do resineiro. Uma produção
anual mínima associada à garantia de um rendi-
mento mínimo para o resineiro – num recurso em
que a produção é altamente dependente das carac-
terísticas meteorológicas da campanha – é essencial
para tornar a atividade atrativa e justicar o inves-
timento do resineiro no alargamento da equipa e
na aquisição e manutenção de equipamentos mais
ergonómicos e que permitam a rastreabilidade da
resina desde a oresta até à unidade de transforma-
ção, passo essencial, para a implementação da certi-
cação da atividade de resinagem. Estudos realiza-
dos em diversas espécies do género Pinus indicam
que a produção de resina é uma característica com
um elevado controlo genético (Vázquez-Gonzá-
lez et al., 2021). No trabalho de Almeida (2023) foi
detetada uma considerável variabilidade genética
em povoamentos de pinheiro-bravo, o que indica
haver oportunidade para o melhoramento genético
para a produção de resina. Os valores adimensio-
nais estimados pelo autor para a heritabilidade em
sentido lato variaram entre 0,77 e 0,88, indicando a
existência de um forte controlo genético para esta
característica. O programa de melhoramento ge-
nético permitirá, no futuro, constituir povoamen-
tos com árvores boas produtoras de resina. Neste
sentido, justica-se o desenvolvimento de mode-
los de silvicultura e gestão para povoamentos de
pinheiro com o objetivo principal de produção de
resina. Aumentar o conhecimento sobre as carac-
terísticas do povoamento e da árvore que afetam
a produção de resina passa pela instalação de uma
rede de parcelas permanentes, em que a produção
anual de resina (por campanha) seja quanticada
e em que se possa analisar o efeito da resinagem
no crescimento do lenho, ao longo de um gradiente
climático. Deste modo, poder-se-ão denir zonas
de produtividade para a resina e modelos de pro-
dução, os quais são essenciais para a realização de
estudos prospetivos que possibilitem antecipar as
necessidades de matéria-prima do setor.
Atualmente, existe um elevado déce de prossio-
nalização dos resineiros, o qual deve ser colmatado
com um programa de formação e capacitação devi-
damente reconhecido e orientado para estes ope-
racionais, por forma a garantir melhores práticas
e maior rentabilidade na sua atividade. Deveria
ser considerada a remuneração das externalidades
positivas geradas pela atividade, sendo exemplo a
xação da população no meio rural, a criação de
economia de base local, o combate à desertica-
ção, a presença humana na oresta nos meses de
maior risco de incêndio, a gestão de combustíveis e
o aproveitamento de matérias naturais que substi-
tuem os derivados do petróleo.
Dentro dos desaos estratégicos para a leira da
resina está a criação de uma organização interpro-
ssional e intersetorial com todos os agentes da -
leira da resina natural, com o objetivo de constituir
uma plataforma de entendimento que permita de-
nir estratégias nacionais e regionais para o setor,
regular e regulamentar o setor e negociar a estabi-
lização de preços, entre outros objetivos.
AGRADECIMENTOS
Este trabalho foi desenvolvido no âmbito do Pro-
jeto Integrado RN21 – Inovação na Fileira da Re-
sina Natural para o Reforço da Bioeconomia Na-
cional, nanciado pelo Fundo Ambiental através
da Componente 12 – Promoção da Bioeconomia
Sustentável (Investimento TC-C12-i01 – Bioeco-
nomia Sustentável - Avisos N.º 01/C12- i01/2021 e
N.º 02/C12- i01/2022), dos fundos europeus atri-
buídos a Portugal pelo PRR, no âmbito do Me-
canismo de Recuperação e Resiliência (MRR) da
União Europeia (EU), enquadrado no Next Gene-
ration UE, para o período de 2021 -2026. O traba-
lho da 1ª autora insere-se dentro das atividades
do Centro de Estudos Florestais (CEF) do Institu-
to Superior de Agronomia, nanciado por fundos
nacionais através da FCT – Fundação para a Ciên-
cia e a Tecnologia, I.P., no âmbito dos Projetos UI-
DB/00239/2020 (DOI 10.54499/UIDB/00239/2020) e
UIDP/00239/2020 (DOI 10.54499/UIDP/00239/2020),
e das atividades do Laboratório Associado TERRA,
LA/P/0092/2020. O trabalho da última autora inse-
re-se dentro das atividades do Centro de Investiga-
ção e de Tecnologias Agro-Ambientais e Biológicas
(CITAB), nanciado por fundos nacionais através
da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnolo-
gia, I.P., no âmbito do Projeto UIDB/04033/2020
(DOI 10.54499/UIDB/04033/2020).
489
Soares et al., Resina natural em Portugal – desaos estratégicos
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