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INTERVENÇÕES PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL DE
UNIVERSITÁRIOS
Angellica Fernandes de Oliveira1
Samira Reschetti Marcon2
Moisés Kogien3
Marina Nolli Bittencourt4
Larissa de Almeida Rezio5
RESUMO
Objetivo: Mapear as evidências sobre intervenções de promoção da saúde mental em universitários.
Métodos: Trata-se de uma revisão de escopo orientada pelas diretrizes do Joanna Briggs Institute
e realizada em oito repositórios distintos. Foram selecionados e analisados materiais bibliográcos
que apresentaram intervenções para a promoção da saúde mental de universitários. Resultados: 19
materiais bibliográcos atenderam aos critérios de elegibilidade. Vários construtos foram avaliados
durante as intervenções, onde a maioria não realizou intervenções considerando as peculiaridades de
cada momento para este universitário e não abordou na sua fundamentação uma teoria. Conclusões:
Ainda há uma escassez de estudos que abordem esse tipo de intervenção. Evidencia-se a necessidade
de se elaborar novas propostas de intervenções de promoção para a saúde mental de universitários.
Palavras-chave: Estudos de intervenção, promoção da saúde, saúde mental.
1 Enfermeira. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Mato
Grosso. enfangellica@gmail.com. ORCID 0000-0002-5552-6996.
2 Enfermeira. Docente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Mato
Grosso. ORCID 0000-0002-5191-3331.
3 ORCID 0000-0003-4591-648.
4 ORCID 0000-0002-1660-3418.
5 ORCID 0000-0003-0750-8379.
DOI: 10.5935/1679-4427.v16n30.0012
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INTERVENTIONS FOR THE PROMOTION OF THE MENTAL HEALTH OF
UNIVERSITY STUDENTS
ABSTRACT:
Objective: Map the evidence on interventions to promote mental health in university students.
Methods: This is a scope review guided by the guidelines of the Joanna Briggs Institute and carried
out in two dierent repositories. Bibliographical materials were selected and analyzed that presented
interventions to promote the mental health of university students. Results: 19 bibliographical
materials met the eligibility criteria. Several constructs were evaluated during the interventions,
where the majority did not carry out interventions considering the peculiarities of each moment for
this university student and did not address a theory in its foundation. Conclusions: There is a lack
of studies that address this type of intervention. The need to develop new proposals for interventions
to promote the mental health of university students is evident.
Keywords: Intervention studies, health promotion, mental health.
INTERVENCIONES PARA PROMOVER LA SALUD MENTAL DE
ESTUDIANTES UNIVERSITARIOS
RESUMEN
Objetivo: Mapear la evidencia sobre intervenciones para promover la salud mental en estudiantes
universitarios. Métodos: Se trata de una revisión de alcance guiada por los lineamientos del
Instituto Joanna Briggs y realizada en dos repositorios diferentes. Se seleccionaron y analizaron
materiales bibliográcos que presentaban intervenciones para promover la salud mental de
estudiantes universitarios. Resultados: 19 materiales bibliográcos cumplieron con los criterios de
elegibilidad. Durante las intervenciones se evaluaron varios constructos, donde la mayoría no realizó
intervenciones considerando las peculiaridades de cada momento de este estudiante universitario y
no abordó una teoría en su fundamentación. Conclusiones: Faltan estudios que aborden este tipo
de intervención. Es evidente la necesidad de desarrollar nuevas propuestas de intervenciones para
promover la salud mental de los estudiantes universitarios.
Palabras clave: Estudios de intervención, promoción de la salud, salud mental.
3
INTRODUÇÃO
A entrada no ensino superior é um período de importantes mudanças pessoais para
o estudante universitário, permeado por uma série de desaos singulares como morar
longe da família e amigos, o aumento de atribuições e responsabilidades, a necessidade
do desenvolvimento de uma postura proativa e autônoma, a construção de novas relações
sociais, entre outros (Souza, Lourenço & Santos, 2016). Todas essas situações que a inserção
no contexto universitário propicia podem se congurar como experiências ambíguas,
caracterizando-se como processos construtivos ou adoecedores, neste último caso, com
potencial para comprometer as esferas educativa, social e psicoemocional na vivência
universitária (Castro, 2017).
Na esfera psicoemocional, o estudante pode se encontrar vulnerável na medida em que
vivencia a necessidade de conciliação de atividades da formação universitária com aquelas
de cunho pessoal, muitas vezes, gerando um cenário de sobrecarga Tal condição pode resultar
em experiências estressoras e contribuir para o surgimento do sofrimento mental (Rozeira,
Cruz-Neto, Faria Coelho & Vargas, 2018) como a frequente manifestação de sintomas de
ansiedade, estresse e humor deprimido (Sahão & Kienen, 2018).
Considerando que o sofrimento mental inuencia negativamente a qualidade de vida
(Galvão et al., 2021) e o desenvolvimento acadêmico do estudante universitário (Gaiotto
et al., 2021) , podendo inclusive, comprometer o seu desenvolvimento cognitivo, pessoal e
prossional torna-se imperativo conhecer as necessidades de saúde mental dos estudantes
(Gaiotto et al., 2021) e intervir atempadamente com o intuito de promover boa saúde
mental e mitigar os efeitos patologizantes decorrentes da vasta gama de fatores acadêmicos
estressogênicos, que podem atuar negativamente na saúde mental deste grupo populacional
(Ariño & Bardagi, 2018).
Muitos sofrimentos mentais podem ser mais bem acolhidos e acompanhados,
evitando-se assim a manifestação e/ou a intensicação de sintomas de sofrimento mental,
se prossionais de saúde olharem para esses fenômenos a partir de uma perspectiva mais
integral, ampliada e de promoção da saúde mental (Bittencourt, Marques & Barroso, 2018).
A promoção da saúde mental trata-se de um conceito amplo e que envolve a construção
de ações que respondam às necessidades em saúde mental de uma população, com objetivo
de fortalecer os seus processos de saúde e bem-estar eliminando as desigualdades em saúde
por meio do empoderamento, colaboração e participação dos sujeitos aumentando suas
capacidades e habilidades de gerir situações geradoras de sofrimento (Singh, Kumar &
Kupta, 2022).
No que tange à promoção da saúde mental direcionadas para estudantes universitários,
há o reconhecimento da necessidade da adoção de estratégias e intervenções que os auxiliem
a manejar salutarmente os estressores especícos do ambiente acadêmico com potencial
de conduzir a quadros psicopatológicos ou de sofrimento mental (Rozeira et al., 2018).
Evidências apontam que intervenções precoces de promoção da saúde mental podem melhorar
a qualidade de vida (Kajitani, Higashijima, Kaneko, Matsushita, Fukumori & Kim, 2020)
4
e mitigar o sofrimento mental em estudantes universitários (Harris, Maher & Wentworth,
2022) principalmente porque tais intervenções, em geral, favorecem o bem-estar e vivências
mais positivas no ambiente educacional, fatores que são reconhecidos como passíveis de
modicação (Graner & Ramos-Cerqueira, 2019).
Entretanto, ademais do reconhecimento da importância da implementação de ações de
promoção da saúde no ambiente universitário, reconhece-se, também, que se trata de uma
temática complexa e que precisa ser mais bem explorada e discutida na literatura (Ferreira,
Brito & Santos, 2018), principalmente nas especicidades do contexto da saúde mental.
Neste segmento, até onde é de conhecimento dos autores, foi encontrado apenas um estudo
de revisão que abordou as intervenções de promoção à saúde mental em universitários,
todavia, este estudo deu ênfase apenas às práticas grupais de promoção à saúde mental,
deixando lacunas sobre outras possíveis intervenções, principalmente aqueles de cunho
individual, que poderiam beneciar estudantes universitários (Souza, Favarin & Scorsolini-
Comin, 2021).
Assim, conjectura-se necessário a realização de uma revisão de escopo sobre essa
temática, principalmente por este tipo de revisão tratar-se de um recurso metodológico
sistematizado bastante útil para investigação de temáticas complexas e pouco exploradas,
permitindo desvelar e analisar lacunas existentes na literatura (Peters et al., 2020). O objetivo
deste estudo é mapear as evidências sobre intervenções de promoção da saúde mental em
universitários a m de identicar e caracterizar os estudos existentes e, assim, compreender
o estado atual das evidências disponíveis sobre a temática.
1. MÉTODO
Trata-se de uma revisão de escopo desenvolvida com base na abordagem
metodológica proposta para revisões de escopo do Joanna Briggs Institute (JBI) (Peters et
al., 2020). e recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-
Analyses extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR) (Tricco et al., 2018). A revisão
de escopo possibilita disponibilizar uma visão mais geral sobre o tema investigado sem,
obrigatoriamente, avaliar a qualidade dos estudos (Lockwood, Santos & Pap, 2020).
Para denição da questão de pesquisa foi utilizada a estrutura mnemônica PCC
(População, Conceito e Contexto), elaborando-se a seguinte pergunta: Quais as intervenções
disponíveis na literatura para a promoção da saúde mental de universitários? Estabelecendo-
se, desta forma, População (P): estudantes universitários em qualquer nível de formação;
Conceito (C): intervenções e; Contexto (C): empregadas no âmbito da promoção da saúde
mental. O objetivo do estudo, também, foi alinhado com essas denições.
Para a denição da estratégia de buscas, realizou-se sondagem genérica preliminar
para mapeamento dos principais descritores e sinônimos frequentemente utilizados em
estudos sobre promoção da saúde mental em universitários. Foram escolhidas duas bases de
dados para esta etapa devido, principalmente, sua ampla cobertura de periódicos na área de
saúde mental (SCOPUS), bem como, disponibilidade de estudos publicados originalmente
em português ou espanhol (LILACS). Todos os descritores e/ou palavras-chave recuperados
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foram agrupados para formar uma estratégia de busca mais abrangente e uma nova
sondagem, utilizando esta estratégia ampliada, foi realizada nas bases de dados SCOPUS e
LILACS, acrescentando-se buscas na Pubmed/ Medical Literature Analysis and Retrieval
System Online (Medline), Web of Science, Cumulative Index to Nursing and Allied Health
Literature (CINAHL), PsycInfo da American Psychological Association e nos repositórios
de literatura cinzenta Open Access Thesis and Dissertations (OATD) e Catálogo de Teses
e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (BDTD-
CAPES). As estratégias de busca nais e o número de materiais recuperados estão presentes
na Tabela 1.
Tabela 1. Estratégias de busca adotadas nesta revisão de escopo segundo cada base de dados consultada.
Cuiabá, MT, Brasil, 2024.
Base de
dados Estratégias de busca nal adotada Materiais
recuperados
SCOPUS
((“intervention” OR “program” OR “training” OR “software” OR
“educational technology” ) AND ( “mental health promotion”) AND
( “undergraduate student” OR “college student” OR “university
student” ))
89
LILACS
((“intervention” OR “program” OR “training” OR “software” OR
“educational technology”) AND (“mental health promotion”) AND
(“undergraduate student” OR “college student” OR “university
student”))
((“intervención” OR “programa” OR “capacitación” OR “tecnología
educativa”) AND (“promoción de la salud mental”) AND
(“estudiantes universitarios”))
((“intervenção” OR “programa” OR “treinamento” OR “tecnologia
educacional”) AND (“promoção de saúde mental”) AND
(“universitários”))
04
PsycInfo
((“intervention” OR “program” OR “training” OR “software” OR
“educational technology” ) AND ( “mental health promotion” )
AND (“undergraduate student” OR “college student” OR “university
student”))
07
Web of
Science
((“intervention” OR “program” OR “training” OR “software” OR
“educational technology”) AND (“mental health promotion”) AND
(“undergraduate student” OR “college student” OR “university
student”))
09
Pubmed/
Medline
((“intervention” OR “program” OR “training” OR “software” OR
“educational technology”) AND (“mental health promotion”) AND
(“undergraduate student” OR “college student” OR “university
student”))
01
6
CINAHL
((“intervention” OR “program” OR “training” OR “software” OR
“educational technology”) AND (“mental health promotion” ) AND
(“undergraduate student” OR “college student” OR “university
student”))
17
BDTD-
CAPES
((“intervenção” OR “programa” OR “treinamento” OR “tecnologia
educacional”) AND (“promoção de saúde mental”) AND
(“universitários”))
00
OATD
((“intervention” OR “program” OR “training” OR “software” OR
“educational technology”) AND (“mental health promotion”) AND
(“undergraduate student” OR “college student” OR “university
student”))
02
Fonte: Elaboração dos autores (2024).
Por m, foi realizada a busca manual na lista de referências dos artigos recuperados
com a nalidade de localizar algum estudo de interesse que não tenha sido recuperado a
partir das bases de dados revisadas.
Em relação aos critérios de elegibilidade, consideraram-se artigos, teses ou
dissertações que tenham avaliado intervenções que abordaram a promoção da saúde mental
de universitários, não sendo estabelecidas restrições temporais ou geográcas para seleção
dos estudos. Foram incluídos materiais publicados em português, inglês ou espanhol.
Foram excluídos artigos teóricos que apenas reetiam sobre promoção de saúde mental
em universitários, estudos que abordavam a prevenção da saúde mental, e estudos que não
apresentaram dados originais (livros, estudos de casos, relatos de experiências ou resenhas)
pelo potencial de gerar informações incompletas e imprecisas sobre as intervenções
realizadas.
As etapas de buscas, seleção de evidências, bem como, o processo de extração de
dados foi realizado inicialmente entre junho e julho de 2022, e atualizado entre abril e
maio de 2024.Todas essas etapas foram realizadas por dois revisores atuando de maneira
independente, e posteriormente comparadas. A seleção de estudos encontrados seguiu
estratégia de duas etapas, vericando-se, primeiramente, a elegibilidade inicial a partir da
leitura de títulos e resumos e, posteriormente, a elegibilidade conrmada a partir da leitura
do texto integral. As discordâncias, em quaisquer etapas, foram tratadas por consenso entre
os revisores principais. O gerenciamento das referências foi realizado por meio do software
EndNote X7®. O processo de busca e seleção de estudos seguiu as recomendações do
Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and MetaAnalyses (PRISMA) (Figura 1).
Foram recuperadas 129 publicações provenientes das seguintes bases: SCOPUS (n =
89), LILACS (n = 04), PsycInfo (n = 07), Web of Sciences (n = 09), PubMed/Medline (n
= 01) e CINAHL (n = 17) e OATD (n = 02). Com a aplicação dos critérios de elegibilidade
inicial foram excluídos artigos duplicados (n = 02) e que não passaram na triagem de títulos
e resumos (n = 64). Foram selecionadas 34 publicações para leitura do texto integral. Deste
subtotal, três artigos foram excluídos por tratarem-se de protocolos de estudo, nove por não
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ser possível recuperar o texto para leitura integral, um por ser teste piloto de outro artigo
já selecionado, um por abordar a temática de prevenção, um por ser artigo reexivo sobre
promoção da saúde mental. Por m, foram selecionados 19 materiais para inclusão nesta
revisão.
Figura 1. Fluxograma do processo de buscas e seleção de materiais da revisão. Cuiabá, MT, Brasil,
2024.
Fonte: Elaboração dos autores (2024).
Os dados extraídos foram compilados em planilhas do software Microsoft Excel™
e incluíram as principais características bibliográcas e metodológicas dos estudos
selecionados (autor(es), ano de publicação, título, periódico, tipo de publicação e país) bem
como, características referentes às intervenções de promoção da saúde mental de estudantes
(objetivo, teoria abordada e seu autor, período e curso de graduação que o universitário estava
inserido, tipo de material utilizado na intervenção [material digital, impresso, entre outros],
tamanho amostral, tempo de exposição a intervenção e forma de aplicação da intervenção).
Os dados foram analisados de maneira quantitativa apresentando-se as frequências
absoluta e relativa de ocorrência das principais características compiladas. Em relação à
apresentação dos resultados, nesta revisão de escopo eles foram apresentados em forma de
quadro sintético e em formato descritivo conforme orientações do protocolo PRISMA –
extensão para revisão de escopo (Tricco et al., 2018). Além disso, produziu-se uma síntese
narrativa das características bibliográcas e metodológicas dos estudos selecionados, bem
como, das intervenções encontradas para promoção da saúde mental de estudantes, visando
descrever o mapeamento de evidências encontradas acerca deste panorama.
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2. RESULTADOS
Foram incluídos nesta revisão de escopo 19 materiais bibliográcos, todos
caracterizados como artigos originais. Em relação ao ano de publicação, apesar do mais
antigo datar de 2012, a maioria proporção de materiais foi publicada após o ano de 2020
(73,6%). Os estudos localizados foram oriundos de sete países distintos, sendo a China o país
mais prolíco sobre a temática, responsável por 26,3% dos artigos recuperados (Tabela 2).
Em relação ao tamanho amostral (dados não tabulados) observou-se uma variação de
37 a 1255 participantes por estudo, sendo que 73,6% destes recrutaram amostras menores
que 350 participantes (Moshi, Amiri & Khosravan, 2012; Mak, Chan, Cheung, Lin & Ngai,
2015; Roig et al., 2020; Lee & Lee, 2020; Ahorsu et al., 2021; Cerutti et al., 2021; Gui,
2021; Herbert & Manjula, 2022; Gil & Kim, 2022; Küchler et al., 2022; Viskovich, Fowler
& Pakehnham, 2023; Gao et al., 2024; Till, Hofhans & Niederkrotenthaler, 2024), enquanto
os demais apresentaram amostras acima de 650 participantes (Mak, Chio, Chan, Lui &
Wull, 2017; Bendtsen, Müssener, Linderoth & Thomas, 2020; Reis, Mortimer, Rutherford,
Sperandei & Saheb, 2022; Viskovich, Pakenham & Fowler, 2021; Szeto, Henderson, Lindsay
Knaak & Dobson, 2023). Sobre características dos estudantes inclusos, a maior parte dos
estudos (57,8%) recrutou amostras heterogêneas compostas por estudantes de diferentes
tipos de formação e inseridos em diferentes momentos formativos. Apenas seis estudos foram
homogêneos neste quesito. O primeiro recrutou apenas estudantes do segundo semestre de
duas faculdades de Medicina (Moshi, Amiri & Khosravan, 2012); o segundo, estudantes
do segundo ano de um curso de Engenharia Arquitetônica (Herbert & Manjula, 2022); o
terceiro, estudantes que procuraram o serviço psicológico universitário (Cerutti et al., 2021);
o quarto, estudantes de enfermagem (Silva et al., 2023); o quinto, atletas universitários (Gao
et al., 2024); e o sexto, estudantes de medicina (Till, Hofhans & Niederkrotenthaler, 2024).
Tabela 2. Caracterização dos estudos sobre as intervenções disponíveis para a promoção da saúde
mental de universitários (n=19). Cuiabá, MT, Brasil, 2024.
Autor Tipo de Publicação Ano País
Moshi et al. Artigo 2012 Irã
Mak et al. Artigo 2015 China
Mak et al. Artigo 2017 China
Bendtsen et al. Artigo 2020 Suécia
Roig et al. Artigo 2020 Irlanda
Lee et al. Artigo 2020 Coréia do Sul
Reis et al. Artigo 2020 Austrália
Viskovich et al. Artigo 2021 Austrália
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Ahorsu et al. Artigo 2021 China
Gui et al. Artigo 2021 China
Cerutti et al. Artigo 2021 Itália
Herbert et al. Artigo 2022 Índia
Gil et al. Artigo 2022 Coréia do Sul
Küchl et al. Artigo 2022 Alemanha
Silva et al. Artigo 2023 Brasil
Viskovich et al. Artigo 2023 Austrália
Szeto et al. Artigo 2023 Canadá
Gao et al. Artigo 2024 China
Till et al. Artigo 2024 Áustria
Fonte: Elaboração dos autores (2024).
Alguns dos estudos (21%) trouxeram outros participantes juntamente com os
universitários incluindo, por exemplo, familiares dos universitários (Gil & Kim, 2022),
funcionários das instituições de ensino (Mak et al., 2015), funcionários e parceiros da indústria
de um evento de saúde mental (Reis et al., 2022), e jovens trabalhadores (Mak et al., 2017).
A respeito das intervenções, mesmo todos os estudos tendo sido operacionalizados na
perspectiva da promoção da saúde mental, o direcionamento das intervenções foi diverso.
Alguns autores buscaram promover saúde mental propondo intervenções com potencial para
aumentar características psicoemocionais positivas e protetivas como o bem-estar subjetivo
(Mak et al., 2015; Roig et al., 2020; Mak et al., 2017; Reis et al., 2022), resiliência (Roig et al.,
2020; Herbert & Manjula, 2022; Szeto et al., 2023), autoestima (Moshi, Amiri & Khosravan,
2012; Lee & Lee, 2020; Ahorsu et al., 2021; Herbert & Manjula, 2022), emoções positiva
(Herbert & Manjula, 2022), conscientização sobre a saúde mental (Ahorsu et al., 2021),
relações interpessoais (Lee & Lee, 2020), atenção plena (Küchler et al., 2022; Viskovich
et al., 2023; Gao et al., 2024), estratégias de aceitação e comprometimento (Viskovich et
al., 2023) e por m, formação de rede de apoio durante a pandemia da Covid-19 (Silva
et al., 2023). Outros interveriam buscando mitigar desfechos de sofrimento mental como
ansiedade (Mak et al., 2015; Herbert & Manjula, 2022; Bendtsen et al., 2020; Cerutti et al.,
2021; Gao et al., 2024), depressão (Mak et al., 2015; Lee & Lee, 2020; Bendtsen et al., 2020;
Cerutti et al., 2021), estresse (Mak et al., 2015; Herbert & Manjula, 2022; Till, Hofhans &
Niederkrotenthaler, 2024) e emoções negativas (Herbert & Manjula, 2022).
Também se encontrou grande variabilidade em relação ao formato dos materiais
utilizados nas intervenções (dados não tabulados), bem como na duração das intervenções
testadas. Sobre o primeiro aspecto os estudos compilados apresentaram desde materiais
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digitais compostos por textos, vídeos e cartilhas a materiais como aplicativo para celular e
ocinas. Um deles trouxe como proposta o incentivo a corrida entre os participantes (Gui
et al., 2021), enquanto outro analisou as atividades propostas em um evento nominado de
“Dia Universitário da Saúde Mental”, composto por atividades de recreações terapêuticas,
arte terapia, demonstrações de culinárias de alimentos saudáveis e música ao vivo (Reis et
al., 2022). Um dos estudos não descreveu com clareza o material utilizado na intervenção,
mas tratava-se de um programa educativo-participativo baseado na autoestima e crença no
controle da saúde (Moshi, Amiri & Khosravan, 2012).
Em relação ao tempo de exposição dos participantes às intervenções, 73,6% dos
estudos tiveram uma duração variando de um a três meses (Mak et al., 2015; Roig et al.,
2020; Lee & Lee, 2020; Gui, 2021; Cerutti et al., 2021; Herbert & Manjula, 2022; Gil &
Kim, 2022; Mak et al., 2017; Bendtsen et al., 2020; Viskovich, Pakenham & Fowler, 2021;
Küchler et al., 2022; Silva et al., 2023; Viskovich et al., 2023; Szeto et al., 2023; Gao et
al., 2024). Somente um estudo teve o tempo de duração superior, no caso, durou dois anos
(Moshi, Amiri & Khosravan, 2012). Os estudos com menores tempo de duração, duraram
respectivamente 6,5 horas (Ahorsu et al., 2021), um dia (Reis et al., 2022) e 90 minutos (Till,
Hofhans & Niederkrotenthaler, 2024).
Sobre as teorias abordadas, destaca-se que a maioria dos autores (63%) não apresentou
uma teoria ou modelo teórico na sua fundamentação teórica. Entre aqueles que utilizaram, a
mais frequente foi a abordagem teórica da Psicologia Positiva (Roig et al., 2020; Bendtsen
et al., 2020), seguida da Teoria Comportamental (Mak et al., 2015), Teoria Cognitiva
Comportamental (Lee & Lee, 2020) e Modelo de Fator de Proteção da Resiliência (Herbert
& Manjula, 2022).
Em relação aos resultados encontrados, a maioria dos estudos (94,7%) incluídos
apresentaram resultados satisfatórios com as intervenções propostas, mesmo com a indicação
nal de realização de novos estudos para fortalecer/corroborar os achados (Ahorsu et al.,
2021; Herbert & Manjula, 2022; Viskovich, Pakenham & Fowler, 2021) e do destaque de
limitações metodológicas na operacionalização da investigação. Apenas um estudo (Gao
et al., 2024) não observou nenhuma redução signicativa na ansiedade, o que pode estar
relacionado a disponibilidade de tempo para prática da intervenção proposta.
Sobre as limitações (dados não tabulados) os autores apontaram a diculdade de manter
a taxa de retenção da amostra (Bendtsen et al., 2020), amostra com representação desigual
(Viskovich, Pakenham & Fowler, 2021), amostra pequena (Roig et al., 2020; Herbert &
Manjula, 2022; Gil & Kim, 2022), ausência de grupo controle (Ahorsu et al., 2021), falta
de homogeneidade entre os grupos experimental e controle (Lee & Lee, 2020); estudos de
curto prazo (Küchler et al., 2022; Till, Hofhans & Niederkrotenthaler, 2024) e enfrentando
a pandemia de Covid-19 que pode ter se intensicado a vulnerabilidade emocional dos
participantes e até mesmo impactos exercidos na motivação para participar da intervenção
(Silva et al., 2023).
11
3. DISCUSSÃO
Esta revisão de escopo identicou as evidências disponíveis sobre intervenções para a
promoção da saúde mental em universitários, tendo-se observado grande variabilidade entre
os estudos das características das intervenções propostas.
Identicou-se que a temática vem sendo trabalhada de forma lenta e gradual no
decorrer da última década, com um crescente aumento de publicações apenas nos dois
últimos anos, o que pode ser um demonstrativo da incipiência do assunto e de que ainda há
muito a se explorar quando se trata de intervir em ações de promoção da saúde mental de
universitários, principalmente em países das Américas e África, que não tiveram estudos
contemplados nesta revisão. Um dos motivos para tal expansão recente do conhecimento
pode se relacionar à pandemia de Covid-19 que ampliou o diálogo sobre saúde mental,
tornou mais aceitável sua discussão e desvelou a necessidade de promover saúde mental,
sobretudo, no contexto acadêmico (Harris, Maher & Wentworth, 2022).
Em relação à heterogeneidade amostral encontrada, com estudantes de diferentes
cursos, inseridos em diferentes momentos formativos e inclusão de outros participantes que
não eram universitários, este fato torna difícil armar se a intervenção testada apresentou
resultados benécos especícos para a população universitária. Diferentemente dos estudos
observacionais, estudos de intervenção visam obter amostras homogêneas de participantes
que não necessariamente precisam ser representativas da população alvo (Martínez-Mesa et
al., 2016). Amostras homogêneas tendem a garantir a permutabilidade dos sujeitos, o que é
uma característica altamente desejada em estudos de intervenção. Isso quer dizer que se os
participantes randomizados nos grupos controle e experimental fossem permutados entre si,
o efeito observado da intervenção seria o mesmo independentemente do grupo aos quais os
sujeitos foram alocados (Hernán & Robins et al., 2020).
Ainda sobre a heterogeneidade amostral, chama a atenção o recrutamento de amostras
de estudantes desconsiderando as peculiaridades de cada momento que o universitário
transiciona em sua formação: ingresso, intermédio e conclusão. Evidências apontam que as
transições dentro de uma jornada formativa universitária expõem os estudantes a diferentes
intensidades de cargas estressogênicas e, portanto, a utuações na vulnerabilidade ao
sofrimento mental (Carvalho et al., 2015; Conley et al., 2015; Cage et al., 2021). Assim,
quando se restringe a amostra para determinado período do percurso universitário é possível
propor estratégias intervencionistas mais especícas e concernentes para aquele determinado
grupo, considerando quais os fatores de risco especícos daquele momento formativo.
Em relação aos construtos alvos das intervenções propostas, apesar de vários estudos
ainda enfatizarem desfechos de sofrimento mental, possivelmente, inspirados por vertentes
biomédicas hegemônicas para o entendimento do processo saúde-doença mental, houve um
número considerável de estudos que destacou características positivas e socioemocionais
como potencialmente promotoras de saúde mental. Essa atuação centrada em habilidades
socioemocionais é interessante, pois mostra um avanço de estudos que fortalecem aspectos
que parecem ter um futuro promissor dentro das práticas em saúde mental, principalmente,
12
quando se considera que a combinação de aprendizagem acadêmica e socioemocional é um
pré-requisito para uma educação realmente efetiva (Raptis & Spanaki, 2017).
Quanto à operacionalização das intervenções, a maioria dos autores realizaram práticas
utilizando-se de recursos, materiais e/ou tecnologias digitais. Há uma série de vantagens
no emprego de intervenções com uso de recursos digitais destacando-se, sobretudo,
a possibilidade de expansão do número de atividades que podem ser conduzidas pelo
pesquisador ou realizadas pelos participantes devido a versatilidade da tecnologia (WHO,
2019). Além disso, intervenções digitais podem fornecer maior exibilidade aos participantes
e, quando não requerem, acompanhamento presencial possibilitam um recrutamento maior de
sujeitos amostrais, como visto em dois estudos aqui elencados (Mak et al., 2017; Viskovich,
Pakenham & Fowler, 2021), o que muitas vezes é inviável em intervenções presenciais.
Ademais a estas vantagens, importante considerar que, como todas as intervenções dos
estudos compilados tiveram resultados satisfatórios, pode-se concluir que, pelo menos no
âmbito desta revisão, tanto o material digital quanto o presencial apresentaram benefícios na
promoção da saúde mental dos estudantes.
O tempo de duração da intervenção variou de seis horas e meia a dois anos. A maioria
dos autores trouxeram intervenções com duração de um a três meses, independente de ser
presencial ou digital. Com destaque para um dos estudos (Reis et al, 2022), que teve a duração
de um dia de forma presencial. O estudo com a intervenção de menor tempo (Ahorsu et al.,
2021) ofereceu atividades presenciais com vídeo, livreto e a prática de yoga, justicando
assim sua menor duração. A intervenção com duração de dois anos de acompanhamento não
trouxe de forma clara no artigo como se deu o processo (Moshi, Amiri & Khosravan, 2012).
Quando se trata da elaboração de uma intervenção fundamentada em uma teoria
especíca, a maioria dos estudos não apresentou esse embasamento. Nestes casos, os
autores apresentaram como justicativa para a proposta interventiva a alta vulnerabilidade
ao adoecimento/sofrimento mental dos universitários e a necessidade de se promover saúde
mental nesse contexto. Tal argumentação apesar de correta não parece suciente, uma vez
que, considera-se que intervenções baseadas em algum arcabouço teórico validado podem
propiciar não só fundamentação estruturada para ação, como também possibilidade de
apontar pistas e caminhos para outras experiências, transcendendo a mera observação e
registro de fenômenos (Michie et al., 2018).
Em relação aos resultados esperados, todos os estudos incluídos nesta revisão
apresentaram resultados satisfatórios com as intervenções propostas, ou seja, todas foram
consideradas promotoras de saúde mental e representaram ganhos importantes relativos à
saúde mental dos estudantes. Evidencia-se, portanto, a importância de se investir em mais
pesquisas que promovam o avanço da temática e divulgar os resultados destes estudos com
intervenções efetivas para que sejam replicados e testados em outros contextos universitários,
principalmente, quando se considera o aumento dos casos de sofrimento mental nesta
população.
Importante destacar que esta revisão não é isenta de limitações. Apesar do uso de uma
estratégia de buscas considerada abrangente e da inclusão de várias bases de dados da área
13
da saúde, existe a possibilidade de algum material signicativo ter sido omitido, haja vista,
a restrição de inclusão de estudos publicados apenas em inglês, português ou espanhol.
Através desta revisão foi possível apontar o estado atual das evidências disponíveis sobre a
promoção da saúde mental de universitários com foco a tentar diminuir as lacunas existentes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com esta revisão pode-se observar que ainda há escassez de estudos que abordem
as intervenções para a promoção da saúde mental de universitários. Foi possível observar
estudos que apresentam intervenções com características distintas, desde o construto
avaliado, instrumento utilizado, tamanho da amostra e tempo de exposição. Evidencia-se
que a maioria deles não apresentou uma teoria na sua fundamentação teórica, o que traria
maior rigor na construção da intervenção.
Além disso, a maioria dos estudos não considerou o período em que o universitário se
encontrava, tornando necessário mais pesquisas para determinar quais tipos de intervenções
melhor se adequa aos universitários de determinado período, tendo em vista o contexto
vivido por ele, a m de otimizar os seus efeitos e explorar o potencial dessas intervenções.
Com isso, nota-se a necessidade de se elaborar novas propostas de intervenções de promoção
para a saúde mental de universitários, com o objetivo mitigar lacunas existentes e abordadas
nesta revisão.
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