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Ampliando o campo teórico-sintético da MuseologiaExpanding the Museology theoretical-synthetic fieldAmpliando el campo teórico-sintético de la Museología: considerações teóricas da Museologia LGBTQIA+ para ancoragem epistêmica da Museologia Socialtheoretical considerations about the LGBTQIA+ Museology to anchorage epistemologically Social Museology approachconsideraciones teóricas de la Museología LGBTQIA+ para el anclaje epistémico de la Museología Social

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Abstract and Figures

Objetivo: Delimitou e discutiu três dimensões epistêmicas a partir dos estudos da Museologia LGBTQIA+, como propostas de fundamentação epistêmica da Museologia Social. Metodologia: A pesquisa adotou a abordagem qualitativa; a hermenêutica, como método; apoiou-se teoricamente nos estudos da Museologia Social e a orientação epistêmica adotada foi a Interdisciplinaridade Linear. Resultados: Conclui-se que as dimensões ‘Indenidades e memórias’, ‘Reparação e justiça social’ e ‘Riscos e Proteção do futuro’ compreende a essência que compõe a noção de social. Elas podem ser apontadas no âmbito da Museologia Social como ancoragens epistêmicas no alargamento da fase teórico-sintético para a compreensão das comunidades sub representadas. Conclusões: As dimensões sistematizam a compressão e a minimização das lógicas do preconceito e da discriminação que toda comunidade sub representada experimenta acerca de seu legado no tempo e espaço.
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DOI: 10.5433/1981-8920.2023v28n4p382
Inf. Inf., Londrina, v. 28, n. 4, p. 382 408, out./dez. 2023.
http://www.uel.br/revistas/informacao/ 382
AMPLIANDO O CAMPO TEÓRICO-SINTÉTICO DA
MUSEOLOGIA: CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS DA
MUSEOLOGIA LGBTQIA+ PARA ANCORAGEM
EPISTÊMICA DA MUSEOLOGIA SOCIAL
EXPANDING THEMUSEOLOGY THEORETICAL-
SYNTHETIC FIELD: THEORETICAL CONSIDERATIONS
ABOUT THE LGBTQIA+ MUSEOLOGY TOANCHORAGE
EPISTEMOLOGICALLY SOCIAL MUSEOLOGY
APPROACH
Sérgio Rodrigues de Santana
a
Josemar Henrique de Melo
b
Eliane Epifane Martins
c
Lília Mara de Menezes
d
Ana Cleide Patrício de Souza
e
RESUMO
Objetivo: Delimitou e discutiu três dimensões epistêmicas a partir dos estudos da
Museologia LGBTQIA+, como propostas de fundamentação epistêmica da Museologia
Social. Metodologia: A pesquisa adotou a abordagem qualitativa; a hermenêutica,
como método; apoiou-se teoricamente nos estudos da Museologia Social e a orientação
epistêmica adotada foi a Interdisciplinaridade Linear. Resultados: Conclui-se que as
dimensões ‘Indenidades e memórias’, ‘Reparação e justiça social’ e ‘Riscos e Proteção
do futuro’ compreende a essência que compõe a noção de social. Elas podem ser
apontadas no âmbito da Museologia Social como ancoragens epistêmicas no
alargamento da fase teórico-sintético para a compreensão das comunidades sub
representadas. Conclusões: As dimensões sistematizam a compressão e a
a
Doutor em Ciência da Informação pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa,
Brasil. E-mail: sergiokafe@hotmail.com
b
Doutor em Documentação pela Universidade do Porto (U.Porto), Portugal, com reconhecimento
em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Docente do
curso de Arquivologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), João Pessoa, Brasil. E-
mail: josemarhenrique@gmail.com
c
Mestra em Ciência da Informação pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Docente do
Curso Técnico em Biblioteconomia do Instituto de Educação Estadual do Pará (IEEP).
Bibliotecária da Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de
Belém (CODEM). Belém, Brasil. E-mail: jadyeliane@gmail.com
d
Mestra em Letras pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Docente no
Ensino Fundamental ao Prefeitura Municipal de Governador Dix-Sept Rosado (PMGDR),
Governador Dix-Sept Rosado, Brasil. E-mail: liliamaram@hotmail.com
e
Mestra em Ciência da Informação pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa,
Brasil. E-mail: ana2004cleide@hotmail.com
Sérgio Rodrigues de Santana, Josemar Henrique de Melo, Eliane Epifane Martins, Lília Mara
de Menezes, Ana Cleide Patrício de Souza
Ampliando o campo teórico-sintético da Museologia: considerações teóricas da Museologia
LGBTQIA+ para ancoragem epistêmica da Museologia Social
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minimização das lógicas do preconceito e da discriminação que toda comunidade sub
representada experimenta acerca de seu legado no tempo e espaço.
Descritores: Museologia Social. Museologia LGBTQIA+. Epistemologia. Hermenêutica.
1 INTRODUÇÃO
Os conflitos de Stonewall nos EUA em 1960 e a primeira Parada do
Orgulho LGBTQIA+ de São Paulo no Brasil em 1996 são alguns dos marcos
memorialísticos-históricos da visibilidade LGBTQIA+ (Santana, et. al., 2022).
Eles também são exemplos que compõe o legado LGBTQIA+, esse que precisa
ser acolhido pela Museologia, área do conhecimento que estuda a relação entre
os museus e a realidade dos sujeitos por meio dos objetos tangíveis e intangíveis
(Silveira, 2021).
Nesse texto, se compreende como legado LGBTQIA+ as identidades
(estéticas, subjetividade e intersubjetividade); a memória (história); cultura
(costumes, hábitos, práticas expressões e domínios); patrimônio (i)material
(artefatos tecnológicos e culturais) LGBTQIA+ e também a informação gênero-
sexualidade. Essa última que versa nos conteúdos informacionais e
comunicacionais com potencial de agenciar as demandas dos corpos e psiques
LGBTQIA+ (Santana et al., 2022).
A Museologia como campo de estudos precisa formar museólogos no
campo epistemológico, do mesmo modo as discussões da relação Museologia
Social, Museologia LGBTQIA+ e legado LGBTQIA+ precisam ser aprofundados
e alinhados epistemologicamente, fato que depende da sensibilidade e empenho
dos museólogos sociais, que pode ocorrer também em parceria com os cientistas
da informação, logo com a Ciência da informação.
A Museologia LGBTQIA+ parte das Museologias dissidentes, é a uma
abertura de mentalidade, e nela não se pensa e nem fala do sujeito a partir do
prisma colonialista, pois a Museologia LGBTQIA+ é o espaço dos corpos e
psiques historicamente violentados (Ladeia; Castro, 2022). A Museologia
LGBTQIA+ está situada na Museologia Social, abordagem em que traduz os
esforços de adequação das estruturas histórica, teóricas, práticas epistêmicas
museólogas das demandas da sociedade pós-moderna (Moutinho, 1993).
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Diante do exposto, quais os discursos da Museologia LGBTQIA+ que
produzem dimensões epistêmicas? Como base abordagem qualitativa; método
hermenêutica; e como base no referencial teoricamente nos estudos da
Museologia Social e a orientação epistêmica Interdisciplinaridade Linear, o
estudo descreveu e discutiu três dimensões epistêmicas: ‘Indenidades e
Memórias’, ‘Reparação e justiça social’ e ‘Riscos e Proteção do futuro’ a partir
dos estudos da Museologia LGBTQIA+, como propostas para ancorar
epistemologicamente a Museologia Social.
2 METODOLOGIA
A pesquisa adotou a abordagem qualitativa, pois foca ações subjetivas e
atende a perspectiva teórica-epistêmica, pois essa última evidência os
construtos científicos já edificados e as novas derivações deles (Santana et. al.,
2022), como, por exemplo, o estudo do legado LGBTQIA+ e as dimensões
epistêmicas que emergem dela.
Adotou-se a Hermenêutica como método, comumente abordada por duas
perspectivas, a ontológica, que remete para a interpretação de uma realidade, e
a perspectiva epistemológica utilizada nesta pesquisa, que remete à
interpretação de textos, conceitos e linguagens que compõe discursos teóricos
da Museologia LGBTQIA+.
Figura 1 Círculo hermenêutico da investigação
Fonte: Elaborado pelos autores e autoras (2023).
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O método hermenêutico revela-se pertinente na Museologia, e,
especialmente, nesta investigação, pois, ela permitiu que a averiguação se
mantenha sob o escudo do paradigma interpretativo (Almeida, 2022), e por
respeitar o compromisso entre o sujeito de lugar de fala LGBTQIA+ e o objeto
de investigação, os estudos teóricos, temáticos e conceituais LGBTQIA+, ou
seja, sobre a informação gênero-sexualidade.
Na Ciência da Informação, Almeida (2022) destaca o uso do Círculo
hermenêutico da investigação como procedimento (Figura 1). Para Sanches
(2013) a Hermenêutica recorre ao Círculo de investigação para dar conta da sua
tarefa, pois, ele é um construtor de pontes entre o texto, o leitor, o texto e o
produtor; o ato da sua escrita e o ato da sua leitura e o sujeito e a sua situação.
Contudo, reflexões que problematizam Círculo hermenêutico da
investigação, em que as tensões estão entre a circularidade/cíclica (Figura 1, b),
e a circularidade/espiral (Figura 1, a). A problemática é que na ideia de
circularidade/cíclica implica em fechamento, e nessa não existe uma definição
rígida de como o pesquisador deve começar, e na circularidade/espiral mantém-
se aberta, o processo não encerra em si, igualmente é aberto a novas
perspectivas (Sanches, 2013).
Porém, o fato de se trabalhar com a circularidade/cíclica e/ou com a
circularidade/espiral é ponto positivo, elas se figuram como procedimentos
padrões que permite os investigadores manterem o foco (Almeida, 2022). Porém,
a opção entre a circularidade/cíclica e a circularidade/espiral é uma escolha do
pesquisador frente à sua criatividade cientifica, e nesta pesquisa optou-se em
adotar a circularidade/espiral, pois para Nonaka e Takeuchi (1997), a espiral é a
representação da construção do conhecimento e o conhecimento em si, em que
ambos funcionam de forma contínua de significados.
Na modelo proposto na Ciência da Informação por Almeida (2022) inclui
seis etapas, a primeira etapa é intitulada de 1) Pré-compreensão (Figura 1,
vermelho), versa na fase preparatória da pesquisa, portanto se visualiza o fluxo
composto por processos que inclui a procura, seleção, aquisição, leitura prévia
e organização de recursos textuais e materiais, ou seja, o corpus da pesquisa. A
etapa 2) Reconhecimento de preconceitos (Figura 1, laranja) versa na
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contextualização dos recursos e de seus autores, assumindo-se um
compromisso entre o objeto e o sujeito da investigação (Almeida, 2022; Santana
et al., 2023). Nesta, é pertinente olhar o contexto e analisar alguns fenômenos
que envolvem as passagens, ou seja, neste caso os fragmentos temporais, pois
é preciso compreender que uma dada passagem não está clara, o se deve
credenciá-la.
A etapa seguinte, 3) Fusão de horizontes e contextos (Figura 1,
amarelo), versa na realização da leitura dos documentos/fenômenos e o
cruzamento dos autores, desembocando em nova procura ou na interpretação.
(Almeida, 2022). Na etapa 4) Escuta da literatura científica (Figura 1, verde),
versa na retirada dos significados, se identificam as ideias-chave e as
problemáticas, se avaliam práticas e se detectam as lacunas. Nesta etapa a
essência do ato de compreensão interpretativa toma contornos mais definidos
(Almeida, 2022; Santana et al., 2023).
Na etapa 5) Aplicação de sentido (Figura 1, azul) constitui o resultado
concreto das etapas anteriores e é uma construção efetiva de (novo)
conhecimento, assim e episteme é concluída. Nela os objetivos da investigação
serão afirmativos (concordância e reforço) ou negativo (discordância e oposição)
e poderá refletir-se numa revisão de literatura com valor próprio ou também num
produto de caráter mais prático, por exemplo, uma experiência ou um estudo de
caso. (Almeida, 2022). Na etapa 6) Interrogação, a reflexão (Figura 1, roxo) e o
questionamento sobre a validade da própria construção é considerado. Esta
última etapa corresponderá à verificação ou à avaliação do trabalho realizado,
na modalidade definida pelo investigador, e poderá ser entendida não como
uma explicação sobre a importância do objeto de estudo, mas também como um
desafio ao conhecimento alcançado, reforçando a sua compreensão e
robustecendo-o enquanto marco teórico para o futuro (Almeida, 2022; Santana
et al., 2023).
Para Cândido (2009), as reflexões sobre o patrimônio musealizado
decreta um olhar e ação interdisciplinares. A interdisciplinaridade no museologia
brasileira, marca especialmente o ensino da Museologia (Silveira, 2021). Assim,
optou-se pela Interdisciplinaridade Linear como inclinação epistêmica, pois,
Sérgio Rodrigues de Santana, Josemar Henrique de Melo, Eliane Epifane Martins, Lília Mara
de Menezes, Ana Cleide Patrício de Souza
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natureza interdisciplinar nesta pesquisa, as três dimensões Indenidades e
memórias’, ‘Reparação e justiça social’ e ‘Riscos e Proteção do futuro’ são
discutidas a partir de leis de outras disciplinas/ciência na Museologia, como o
Direito, História e Ciência da Informação.
A Interdisciplinaridade Linear é uma modalidade em que uma ou mais
leis de uma ciência são empregadas para explicar os fenômenos de outra,
considerando a redefinição das variáveis e parâmetros ajustados ao novo
contexto científico (Carlos, 2007). Além de demarcar a natureza interdisciplinar
nesta pesquisa, consideram-se também alguns pontos protocolares que objetiva
diluir as representações simplistas sobre a interdisciplinaridade, como
esvaziamento da palavra interdisciplinaridade, como fenômeno esponja
1
e
também como elemento Kitsch
2
.
O protocolo organização e coordenação que se conjectura também
sobre o tamanho da equipe, e sobre ela destaca as formas de resolução dos
problemas que são propostas, o protocolo comunicação e a linguagem do
campo da Ciência da informação, Biblioteconomia, Arquivologia, Linguística e
Museologia e a linguagem teórica e conceitual do Direito, História e Ciência da
Informação (Teixeira, 2004; Santana, et al., 2022). Quanto à Ciência e
Epistemologia, conjetura acerca dos limites e alcances, métodos e técnicas e
das tecnologias para abordar os objetos científicos interdisciplinares (Teixeira,
2004; Santana, et al., 2022).
3 MUSEOLOGIA SOCIAL: CONSIDERAÇÕES EPISTÊMICAS
Para Bachelard (1996), as ciências nascem e evoluem por fatores
específicos no tempo-espaço, isso inclui a Museologia. Para Maroevic (1998), a
Museologia pode ser analisada a partir de quatro fases epistemológicas.
A primeira, a fase primórdio (Figura 2), o pensamento museológico
situou entre o século XVI a 1900. Essa fase foi demarcada pela profissão de
1
Para Bachelard (1996), o uso da imagem e palavra esponja pode imobilizar o pensamento
científico, quando essa única imagem e palavra tem a pretensão de constitui toda a explicação.
2
Kitsch é como filosofia, força criativa fugaz e acrítica, que também se refere a um agrupamento
sem critérios e reflexão (Santana et al., 2022).
Sérgio Rodrigues de Santana, Josemar Henrique de Melo, Eliane Epifane Martins, Lília Mara
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Conhecedor de coleções, sejam elas de naturezas históricas, etnográficas e
artísticas dos reinos e/ou impérios. Estas coleções se localizavam em espaços
como castelos, palácios, e, em maior número, nos chamados de Gabinetes de
Curiosidades.
A segunda fase ‘protocientífica’ (Figura 2), que se deu entre 1900 a
1934, demarcada pelas principais correntes do pensamento museológico na
primeira metade do século XX, de perceptiva francófona e norte-americana
quanto aos debates relativos à função social e educativa os museus, e as
primeiras diretrizes teóricas, metodológicas e de práticas.
Figura 2 Evolução e fases da Museologia
Fonte: Elaborado pelos autores e autoras (2023).
A fase ‘empírico-descritiva (Figura 2), instaurada entre 1934-1976, com
o marco a Conferência de Madrid que fundamentou, disseminou e consolidou a
Museologia como disciplina científica, em que se deu início as experimentações
da subjetividade do museu por meio do desenvolvimento de práticas e
Sérgio Rodrigues de Santana, Josemar Henrique de Melo, Eliane Epifane Martins, Lília Mara
de Menezes, Ana Cleide Patrício de Souza
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metodologias apropriada às suas atividades, com base em fundamentações
técnico-científicas, ou seja, da fenômenotécnica
3
essa que versa nas condições
de realização científica na construção dos objetos científicos (Bachelard, 1996).
A fase empírico-descritiva se estendeu até a criação do International
Committee for Museology (ICOFOM), em 1976 (Echternach, 2021).
E a fase teórico-sintética (Figura 2), que inicia em 1976 até os dias
atuais, e passou a se desenvolver a partir da síntese, se concentra nas principais
ideias e essência da Museologia. Embora, esse movimento fertilizado nos anos
cinquenta por um grupo de especialistas que se debruçavam sob as bases
científicas e filosóficas da museologia a partir os anos setenta a reivindicando à
museologia o status de ciência aplicada e mais delimitada (Echternach, 2021).
Assim, é na era teórico-sintética que as discussões epistêmicas sobre a
Museologia Social (Rocha, 2021; Tolentino, 2016) se torna realidade, na fase
teórico-sintética há abertura de pensamento da Museologia.
um consenso que revela ser ainda incipiente as discussões
epistêmicas sobre a Museologia Social (Rocha, 2021; Tolentino, 2016). Fato que
justifica a promoção de estudos mais profundo. As discussões sobre o legado
LGBTQIA+ no campo da Museologia vem sendo formulada apenas há dez anos
por pesquisadores, docentes e discentes da museologia, movimento que se
caracteriza a redefinição da abertura de pensamento da Museologia.
Para Rosa (2021), Museologia Social (Figura 2), é uma abordagem que
visualiza as instituições museais mais democráticas e inclusivas, ela se apoia
nas tendências apontadas por Moutinho, em 1993, como: a expansão da noção
de patrimônio; a participação das comunidades na definição e na gestão das
práticas museológicas e a museografia como meio autônomo de comunicação e
a utilização das TICs.
Assim, pontos como a função social dos museus, a responsabilidade
política do museólogo, o novo fazer museológico, a participação e a apropriação
comunitárias passaram a ser amplamente debatidas em alguns eventos
internacionais, como na Mesa Redonda de Santiago do Chile (1972), ocorreu
entre os dias 20 e 31 de maio de 1972, e contou com a presença de
3
São as condições de realização na construção dos objetos científicos (Bachelard, 1996).
Sérgio Rodrigues de Santana, Josemar Henrique de Melo, Eliane Epifane Martins, Lília Mara
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representantes dos seguintes países: Chile, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa
Rica, Equador, Guatemala, México, Panamá, Peru e El Salvador, e esteve
presença do diretor do Escritório Regional da Unesco.
O objetivo geral era discutir os problemas e as potencialidades dos
museus, e acabou sendo o marco da Nova Museologia, e também resultou na
Carta de Santiago do Chile, que compilava as resoluções dos participantes, o
que ficou definido entre outras, pensar em um museu ideal “Museu Integral” sob
uma perspectiva decolonial, considerando sua potência política e epistêmica no
contexto de sua formulação para a região, que se preocupasse, de forma total,
com o sujeito humano (Brulon, 2019; Scheiner, 2009; Souza, 2020).
Para Rodrigues (2005), o conceito de Museu Integral aponta às
comunidades, uma visão de conjunto do meio natural e cultural integrando a elas
ao determinado meio eu cada uma está inserida, através das funções de
conservar, de pesquisar e de comunicar (Rosa, 2021).
Apesar de, atualmente, ser evidente a relevância das discussões sobre a
fenômenotécnica da museologia, especialmente quando se foca a comunidade
LGBTQIA+, ainda na época do marco da Museologia Social houve resistências
dos defensores tradicionais, ou seja, dos museólogos e museus tradicionais, fato
que ocorre contidamente através da rejeição de trabalhos e artigos em eventos
e periódicos sore as comunidades subrepresentadas, e apontados por
avaliadores apenas como militância.
Do mesmo modo, como repostas simbólicas e práticas do preconceito e
discriminação que ocorreu através da XIII Conferência Geral do ICOM, realizada
em Londres, em julho de 1983, que formalmente rejeitava o novo pensamento e
as suas práticas (Duarte, 2013). O evento era o Ateliê Internacional Ecomuseus
- Nova Museologia, foi a ação político-epistêmico que deu origem à Declaração
de Quebec em 1984 (Rosa, 2021).
Esse evento reuniu parte dos membros do ICOFOM que defendia o
reconhecimento internacional e a promoção de nova fenômenotécnica e campo
social (Duarte, 2013; Rosa, 2021). Assim, o evento reafirmou as reflexões do
que foi estabelecido na Mesa Redonda de Santiago do Chile, e, mais além, da
organização da Nova Museologia e dos princípios básicos, através do diálogo
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entre diferentes países e realidades museológicas (Moutinho, 1993; Rosa,
2021).
Entre os dias 6 de janeiro a 6 de fevereiro de 1992, mais uma ação
político-epistêmico através da Mesa Redonda de Santiago do Chile, aconteceu,
em Caracas, na Venezuela, com o Seminário “A Missão dos Museus na América
Latina Hoje: Novos Desafios”, que originou a Declaração de Caracas (1992).
Teve participantes da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador,
México, Nicarágua e Venezuela (Rosa, 2021).
Esse seminário se propôs realizar uma análise dos museus, visualizando
as mudanças ocorridas na América Latina desde a realização da Mesa de
Santiago do Chile, em 1972, assim retomou o documento de Santiago,
promovendo sua atualização (Rodrigues, 2005; Rosa, 2021), em que evidencia
a atualização do conceito de museu integral para museu integrado, uma
Classificação que configura o museu como uma ação completa e comprometida
com os acontecimentos dos contexto locais, como mecanismos de
desenvolvimento (Rodrigues, 2005).
Para Rosa (2021), esse conceito resume de forma político-epistêmica a
teoria da Nova Museologia, pois, a Declaração de Santiago do Chile (1972):
introduziu o conceito de museu integral; a Declaração de Quebec (1984):
sistematizou os princípios básicos da Nova Museologia, que sua vez, a
Declaração de Caracas (1992) que pode ser interpretada como uma avaliação
crítica de todo o processo, reafirmando o museu como um canal de
comunicação.
Deste modo, a Museologia Social reconfigurou a estrutura do museu
tradicional, essa usualmente identificada a partir do acervo (coleção), edificação
(edifício) e público visitante, em que a Museologia social é vinculada a existência
de um território, de um patrimônio e de uma comunidade. O foco é retirado das
coleções e voltado para um ‘patrimônio’, esse mais amplo e mais aberto para a
relação com as ‘comunidades’ e ‘território’.
A Museologia LGBTQIA+ Figura 2 dentro a lógica de ‘comunidades’ e
‘território’, entretanto, que abertura de pensamento atinja a Museologia Social, já
que ela propõe reflexões e atualizações das instituições museais em relação à
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realidade do mundo pós-moderno, e visualiza novos protagonistas, e isso inclui
o sujeito LGBTQIA+ como sujeito pós-moderno que também se inclui nesta
perspectiva, pois, a comunidade LGBTQIA+ é diversa. Para Chagas e Gouveia
(2014) a museologia social é comprometida com a redução das injustiças e
desigualdades, ela combate a discriminação e o preconceitos em vista a
melhoria da qualidade de vida coletiva; reflete sobre fortalecimento da dignidade
e da coesão social; com a utilização do poder da memória, do patrimônio e do
museu a favor das comunidades populares, incluindo a comunidade LGBTQIA+
(Chagas; Gouveia, 2014).
Para Hall (2006, p. 13), o sujeito pós-moderno não possui uma identidade
apenas fixa e unificada, ele possui uma identidade também múltipla, pois [...]
identidades contraditórias, empurrando em diferentes direções, de tal modo que
nossas identificações estão sendo continuamente deslocadas”.
Esse o sujeito pós-moderno, tem o lugar de fala e o protagonismo, já que
está ancorado em Ribeiro (2017) e Spivak (2010) apenas podem falar com
propriedade do preconceito e discriminação que lhes afetam.
4 DIMENSÕES EPISTÊMICAS PARA PROMOÇÃO DA MUSEOLOGIA
SOCIAL
A partir das análises do fenômeno técnico da Museologia, Santana et al.
(2023) apontou as discussões sobre Indenidades e Memórias’, Reparação e
justiça social e Riscos e Proteção do futuro como dimensões
epistemológicas que emergem das discussões da Museologia LGBTQIA+. Para
os autores e autoras, essas dimensões são distintas, mas se conectam entre si,
como variáveis intervenientes, uma refletindo sobre a outra.
4.1 IDENTIDADES E MEMÓRIAS
Para Ladeia e Castro (2022) o encontro do movimento LGBTQIA+
brasileiro e campo museológico nacional faz emergir o lugar das memórias
LGBTQIA+, e por consequência as identidades.
Para Melo Filho (2016) os estudos que relacionam as identidades e
Sérgio Rodrigues de Santana, Josemar Henrique de Melo, Eliane Epifane Martins, Lília Mara
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memórias na Ciência da Informação ocorrem pela perspectiva teórica-epistêmica
que incluem referências como Bergson (1999), Halbwachs (2006), Ricoeur
(2007) e Candau (2012).
Figura 3- identidades e memórias
Fonte: Elaborado pelos autores e autoras (2023).
Para Bergson (1999) existe a memória hábito e a memória pura, e no
primeiro caso é adquirida de modo automático e tem a repetição como pelo ato
que a marca, enquanto na memória pura se figura independe da consciência,
pois ela se alude ao ato de evocar episódios passados. Esta é a visão psicológica
da memória de Bergson (1999) e se refere ao aspecto individual, mas a memória
ainda pode ser entendida como fenômeno social, como uma construção social.
Halbwachs (2006) aborda a memória como fenômeno coletivo, que se
apropria das condições socialmente construídas para o seu estabelecimento,
além de se instituir por meio de indivíduos que não necessariamente devem estar
presentes materialmente para que a evocação ocorra em sua plenitude, mas
compreendendo o campo transcendental. Nossas lembranças permanecem
coletivas e são lembrados por outros, ainda que se trate de eventos em que
somente nós estivemos envolvidos e objetos que somente nós vimos. Não é
necessário que outros sujeitos estejam presentes distintos de nós, pois sempre
levamos conosco certa quantidade de pessoas que não se confundem
(Halbwachs, 2006). Então, na concepção de Halbwachs (2006), as lembranças
não se perdem no espaço, mas são evocadas constantemente, mesmo porque
delas decorre a construção da identidade social dos indivíduos. Neste sentido,
“[...] no momento em que examina seu passado, o grupo nota que continua o
mesmo e toma consciência de sua identidade através do tempo.” (Halbwachs,
2006, p. 108).
Segundo destaca Ricoeur (2007, p. 96), [...] é mesmo enquanto fator de
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integração que a ideologia pode ser tida como guardiã da identidade, na medida
em que ela oferece uma réplica simbólica às causas de fragilidade dessa
identidade”, pois, é essa ideologia que armazena a memória, e dela só poderá
ser obtida a partir das evocações que os indivíduos lançarem mão.
Para Candau (2012) o conceito de Memória é fundamental para qualquer
pesquisador que esteja inserido no campo das Ciências Sociais, isso incluía as
aplicadas. Para ele a Memória compreende um consenso [...] é, acima de tudo,
uma reconstrução continuamente atualizada do passado [...] um enquadramento
do que um conteúdo, um objetivo sempre alcançável, um conjunto de
estratégias, um ‘estar aqui’ [...]” (Candau, 2012, p. 9-10).
diversos tipos de Memória, como também diversos conceitos de
Memória e suas peculiaridades. Estas peculiaridades são traços marcados pelo
campo do saber, como pelo sujeito que usa a Memória e que produz estes
conceitos. Contudo, segundo Oliveira e Rodrigues (2011, p. 315), a Memória tem
três naturezas, em que todos os tipos e os conceitos partem destas três
dimensões:
[...] Memória humana: [...] dirigem seu foco para a faculdade
humana de conservar, recordar e transmitir informações,
sentimentos e experiências, bem como sua relação com os
processos cognitivos. [...] Memória artificial: [...] têm como foco
a memória exteriorizada [...] por recursos tecnológicos, ou um
procedimento técnico que permite sua fixação e facilita sua
recuperação. [...] Memória social: [...] foco recai sobre os
registros da informação como memória socialmente construída,
representada e compartilhada por um grupo [...]. (Oliveira;
Rodrigues, 2011, p. 315).
Seja qual for a dimensões da memória, elas alimentam as lógicas que
compõe as identidades, as individualidades e os grupos. Segundo Pollak (1992)
a memória é um componente constituinte do sentimento de identidade, tanto
individual quanto coletiva, importante para continuidade e coerência de uma
pessoa ou de um grupo. Neste aspecto, Candau (2012, p. 16) também vai tratar
a identidade como intimamente ligada à memória, ele ressalta que os laços
fundamentais entre memória e identidade argumentando que “[...] é a memória,
faculdade primeira, que alimenta a identidade”.
Assim, construir uma memória LGBTQIA+ pode contribuir na construção
das identidades faltantes desta comunidade. O papel da memória na construção
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da identidade de um sujeito, especialmente, do LGBTQIA+, se articula para que
haja reaproximação e negociação entre o sujeito e seu passado, e
consequentemente para chegar a sua própria individualidade no presente e
perspectiva para o futuro. Assim, a memória se figura como a capacidade que o
sujeito utiliza para permanecer consciente de suas vivências (Candau, 2012), no
fluxo do passado, presente e futuro.
Todavia, é preciso cuidar da memória através de ações políticas e por
meio de processos que incluem a manutenção, preservação, conservação e
visibilização, e superar o preconceito e a discriminação que barram esses
processos. Apesar da preocupação dos museólogos sociais em promover essas
discussões, assim surgindo os museólogos sociais LGBTQIA, ainda ocorrem
problemas derivados da falta de domínio teórico, técnico e histórico epistêmico.
Figurar as Indenidades e memórias’ LGBTQIA+ na museologia é
desafiador, pois o sujeito LGBTQIA+ se encaixa na perspectiva de Hall (2006)
como sujeito pós-moderno, uma vez que comunidade LGBTQIA+, segundo
Santana et al. (2022) é constituída por diversos grupos, perfis e um alagamento
espectral. Igualmente, identidades e memórias promovem movimentos
institucionais e cognitivos (vice-versa), um jogo de autoalimentação através do
acesso, uso e reflexos da informação gênero-sexualidade.
Neste processo cognitivo-institucional, mediante fenômenos
informacional-simbólicos ocorrem por meio de símbolos como bandeiras,
eventos, vestimentas, dialetos. Por exemplo, a identidade intitulada de Urso, são
os sujeitos que participam de um grupo que tem uma estética corporal,
vestimenta e bandeira. Esse grupo apresenta expressões culturais como uma
festa chamada Ursound, e eventos como Ursound Mega Pride, a Ursunday, o
Ursound Club, e o Bloco Carnaval Ursos. Porém, nem sempre o sujeito
LGBTQIA+ está inserido dentro de um grupo cultural, isso não é determinante,
assim o sujeito LGBTQIA+ se figurar por um perfil ou se localizar dentro de
e/ouamplitude espectral que constitui a comunidade LGBTQIA+. Do mesmo
modo, os desejos, os interesses e projetos podem emergir por motivações
individuais, inclusive, o acesso e uso da informação gênero-sexualidade.
Focar as Identidades e memórias como dimensão versa em atentar para
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o passado para endente-lo, com o intuito de poder compreender as identidades
LGBTQIA+ condições que embasem esse presente.
4.2 REPARAÇÃO E JUSTIÇA SOCIAL
O legado LGBTQIA+ sempre marcou o cotidiano, isso inclui a literatura,
as artes plásticas, moda, TV, cinema, teatro, a música pop, entre outras
expressões artísticas a vida cotidiana social de forma geral. Contudo, até os
últimos vinte anos esse legado esteve marcado de forma hermética por duas
perspectivas extremas, a caricata e a desfaçada, em que ambas não
contribuíram para sua valorização.
Figura 4 - Reparação e Justiça social
Fonte: Elaborado pelos autores e autoras (2023).
A Reparação versa entre outras coisas em consertar, compensar ou até
mesmo indenização se for o caso, como exemplo podemos mencionar o sistema
de cotas para sujeitos negros, que se figura uma reparação histórica.
A exemplo de exercício de reparação podemos destacar as identidades
LGBTQIA+ nos enredos das telenovelas, programas de humor e comédia. Esses
veículos sempre exploraram através do uso cômico e reducionista o legado
LGBTQIA+, o que acabou contornando a homofobia, um tipo de preconceito que
potencializada a discriminação aos sujeitos LGBTQIA+.
No segundo, para sensibilizar a sociedade, por sua vez muito explorada
nas telenovelas. Nelas se utilizava a técnica da narrativa de revelação para
sensibilizar os heterossexuais, pois se apresentava os personagens LGBTQIA+
de forma discreta e misteriosa para que os telespectadores na maioria
heterossexuais que se apaixonassem e aceitassem esses personagens depois
ser revelado suas identidades de gênero e sexuais (Colling, 2007).
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Assim, Reparação quanto ao legado LGBTQIA+, significa descortiná-lo do
fenômeno exótico, de compaixão e outros interesses obscuros. Para Baptista e
Boita (2014), a cultura LGBTQIA+ sempre reivindicou espaços específicos de
valorização, assim nunca de perspectiva exótica e de compaixão e interesses
dos heterossexuais, para além das narrativas de revelação e/ou narrativas
apenas caricatas, e esses espaços incluem também o Museu.
A justiça social enquanto dimensão epistêmica no que diz a apropriação
LGBTQIA+ versa pôr em prática essa reparação também do legado. A
Reparação é fundamental para que as atuais e próximas gerações de sujeitos
LGBTQIA+ se vejam através de uma representação positiva, e reivindicar
repostas e explicações quando essas populações em um dado momento ou em
um episódio que esse legado venha a sofrer exploração midiatecas-estéticas.
A Reparação versa em justiça social, ela inclui a justiça social quanto a
informacional étnico-racial e informacional de gênero-sexualidade, ou seja, a
valorização do seu legado LGBTQIA+. Ao fazer um estudo da graduação e pós-
graduação em Museologia, Baptista et al., (2022) faz algumas recomendações,
e aponta a Justiça Social como questão fundamental para Museologia Social.
Assim, a Justiça Social versa na compreensão de como cada sujeito obtêm
chances e oportunidades a distribuição justa de bens sociais materiais e
simbólicos, para aproveitar sua vida em toda amplitude e usando seus talentos,
habilidades e cultura (Alves; Silva; Garcez; Fevrier, 2022).
E para isso forças empreendidas para minimizar o preconceito e a
discriminação (exclusão) no fluxo da promoção da igualdade e a equidade entre
os cidadãos, homens e mulheres, brancos e negros e até mesmo heterossexuais
e LGBTQIA+ e, e começou a ser desenvolvida ainda no século XIX.
Ao destacar o construto justiça social e suas relações entre às
desigualdades sociais e às ações voltadas para a resolução desse problema, o
Estado e as instituições não governamentais emergem para buscar mecanismos
para compensar as desigualdades, assim os Museus dependem de sua natureza
ora se encaixam nesta perspectiva antecipação.
Mathiesen (2015) considera a justiça social uma dimensão
multifacetada, mas ela é permeada pela ética do cuidado, da solidariedade e do
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respeito. Ele ainda destaca três elementos que compõe a justiça social: a
distribuição, a participação e o reconhecimento. A Distribuição se refere a forma
como as instituições, a economia e cultura distribuem os bens materiais e
simbólicos (como recursos, oportunidades, habilidades) é socialmente
construído e deve ser avaliado em profissões LIS sob a ótica da justiça
(Mathiesen, 2015).
A Participação reconhece o arbítrio de todos os sujeitos e evita tratar como
recipientes passivos de assistência. Todos os sujeitos da comunidade devem ter
voz e influência dentro dos sistemas sociais e instituições que os afetam
(Mathiesen, 2015). E por sua vez, o Reconhecimento versa nas Imagens e
símbolos culturais que podem criar e reforçar estruturas de dominação e
opressão, assim, é preciso atentar para as formas em que os sujeito e as
comunidades estão representadas em várias instituições culturais (Mathiesen,
2015).
4.3 RISCOS E PROTEÇÃO DO FUTURO
A dimensão Riscos e Proteção do futuro, Figura 05, está ligada ao
Contexto de Antecipação que envolve o risco, que pôr sua vez, está unido a
Gestão de Riscos, o Environmental, Social and Governance (ESG) e a
Responsabilidade Social.
Figura 5 - Riscos e Proteção do futuro
Fonte: Elaborado pelos autores e autoras (2023).
O contexto de antecipação pode minimizar processo que explora,
invisibiliza, distorce ou reduz a população LGBTQIA+. Para Janissek-Muniz,
Lesca e Freitas (2011) o contexto de antecipação versa na inteligência
estratégica, considera os pequenos fragmentos de dados, informações e
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conhecimento que podem promover inovação (Machado; Kraemer; Dandolini;
Souza, 2020).
O risco é um potencial evento que tem uma causa e geram prejuízos e
perdas de uma oportunidade de ganhos (Brasil, 2017, art. 2º, IV). Risco nesta
pesquisa diz acerca de duas instâncias, a) dos objetos musealizados LGBTQIA+,
que por sua vez versa nos b) ricos dos corpos e psiques LGBTQIA+, pois, pode
promover a manutenção do legado, diminui os ricos do esquecimento, dos
retrocessos e ameaças das Memórias e Identidades LGBTQIA+. Por exemplo, a
musealização do Campo de concentração de Auschwitz do objetiva manter vivas
as memórias angustiadas da Segunda Guerra, e de toda a discriminação e
preconceito sofridos pelos judeus.
Falar de ricos remete a Gestão de Riscos esse que é um processo
coordenado e permanente utilizado nas organizações/instituições posto em
prática pela alta administração para antecipar as situações que podem
comprometer o desenvolvimento da empresa. Ela identifica as vulnerabilidades
e define um conjunto de medidas para o enfrentamento, assim evitando e/ou
minimizar as situações problemas.
As vantagens da gestão de riscos é aumentar a capacidade de
manutenção, prevenção e conservação, antecipando-se às ocorrências,
evitando e minimizando dos efeitos negativos dos agentes de riscos a que todas
as instituições e sujeitos, assim, dos objetos musealizados em primeiro plano, e
a posteriori em dos riscos que podem ser vividos pelos grupos subrepresentados
que compõe a sociedade, quando as minorias não são invisibilizadas. Assim, a
visualização os riscos dos objetos e das honras, em sua instância epistêmica.
Na atual conjuntura, o fio lógico epistêmico que compõe os Riscos e
Proteção do futuro, que envolve o contexto de antecipação, Gestão de
Riscos quanto aos bens materiais, naturais, sociais, econômicos e simbólicos
tem se intensificado com os estudos do Environmental, Social and
Governance (ESG). Ela é uma área do saber que interseciona três dimensões
distintas, mas conectadas no âmbito da antecipação, pois se referem aos
desafios da sociedade pós-moderna, o conjunto de padrões e boas práticas
conscientes, sustentáveis e corretamente gerenciada. O ESG é um ponto
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importante para a museologia LGBTQIA+, especialmente, quando foca a
dimensão Social (S) no que versa o ‘apoio à diversidade e inclusão’ e ‘atuação
com a comunidade’ (Baier; Berninger; Kiesel, 2020; Entenda [...], 2022).
Assim, o contexto de antecipação através da dimensão Social (S) do
ESG estimula as organizações privadas e pública governamentais e filantrópicas
a realizarem tarefas de análise, síntese e avaliação, assim é um processo
sistemático que transforma dados e informações em conhecimento estratégico
para tomada das decisões. Mas, em especial solicita a Responsabilidade
Social como eixo fundamental, especialmente, a Responsabilidade Socialda
Informação, pois ambas se interseccionam e promovem a visualização do
contexto de antecipação de proteção do sujeito LGBTQIA+.
Targino e Garcia (2008) apontam que a Responsabilidade Social pode
ser qualquer ação que objetiva a melhoria da qualidade de vida de um sujeito na
sociedade atual. Compreender que essa lógica se aplica ao legado LGBTQIA+,
e o primeiro passo para o alargamento dos quadros do conhecimento na
Museologia. Assim, e ao destacar a Responsabilidade Social do pesquisador em
museologia e/ou outra área, a destacasse por duas possibilidades: a
competência técnica e o compromisso político, assim uma boa formação
compromissada com o engajamento social, baseada na informação gênero-
sexualidade e na Responsabilidade Social da informação.
Neste fluxo Silva (2019) destaca a Responsabilidade Social da
Informação que pode ser estendia a todos os profissionais da informação, pois
Envolve um conjunto de ações asseadas no respeitando e ética seguidas pelo
profissional da informação em benefício da sociedade, assim fornecendo a
informação ao usuário e contribuir, de forma eficaz, para organizar a informação
nas unidades (Silva, 2019).
Assim, incluem-se também os museólogos e os museus na promoção dos
benefícios sociais, de tal modo trabalhando com empatia, compromisso e ética
na construção de uma sociedade mais justa, igualitária e solidária. A
Responsabilidade Social da Informação é uma estratégia de política
informacional, ela visualiza a dignidade humana através do acesso e uso da
informação de forma sadia e confiável.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Infere-se que as dimensões ‘Indenidades e memórias’, ‘Reparação e
justiça social’ e ‘Riscos e Proteção do futuro’ que emergem das discussões
teóricas da museologia LGBTQIA+, compreendem a essência que compõe a
noção de social.
A condição de inovação desta pesquisa versa no fato que as dimensões
‘Indenidades e memórias’, ‘Reparação e justiça social’ e ‘Riscos e Proteção do
futuro’ podem ser apontadas no âmbito da Museologia Social como ancoragem
epistêmica no alargamento da fase teórico-sintético da Museologia para outras
comunidades e grupos sociais sub representados, pois, elas permitem os
museólogos compreenderem e minimizarem as lógicas do preconceito e da
discriminação para além das comunidades LGBTQIA+.
A dimensão ‘Identidades e memórias’ promove reflexões no âmbito das
estéticas, subjetividade se essencialidades dos sujeitos, a ‘Reparação e justiça
social’ reflete sobre os equívocos e as negligências até então ocorridas no
campo das ‘Identidades e memórias’. Enquanto a dimensão ‘Riscos e Proteção
do futuro’ promove capacidade reflexiva dos museólogos quanto assegurar o
futuro da manutenção, preservação, conservação e visibilização dos legados e
sua conexão com os corpos e psiques no âmbito dos equívocos e as
negligências.
Ao focar a comunidade e o legado LGBTQIA+ aponta-se mais empenho
da Museologia Social e a Mesologia LGBTQIA+ para os equívocos e as
negligências de grupo como as transexuais e travestis, como também para as
Drag Qeens, como grupos que sofrem discriminação e preconceito fora da
comunidade, e sobretudo, no epicentro da comunidade LGBTQIA+.
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EXPANDING THE MUSEOLOGY THEORETICAL-
SYNTHETIC FIELD: THEORETICAL CONSIDERATIONS
ABOUT THE LGBTQIA+ MUSEOLOGY TO ANCHORAGE
EPISTEMOLOGICALLY SOCIAL MUSEOLOGY
APPROACH
ABSTRACT
Objective: Delimited and discussed three epistemic dimensions from the studies of
LGBTQIA+ Museology, as proposals to epistemologically anchor Social Museology.
Methodology: The research adopted a qualitative approach; Hermeneutics, in the
epistemological facet as a method; it was theoretically based on studies of Social
Museology and the adopted epistemic orientation was Linear Interdisciplinarity. Results:
It is concluded that the dimensions 'Indemnities and memories', 'Reparation and social
justice' and 'Risks and protection of the future' comprise the essence that makes up the
notion of social, so they can be pointed out in the context of Social Museology as
anchoring epistemic and broadening of the theoretical-synthetic phase of museology.
Conclusions: The dimensions systematize the compression and minimization of the
logic of prejudice and discrimination of legacies in time and space.
Descriptors: Social Museology. LGBTQIA+ Museology. Epistemology. Hermeneutics.
AMPLIANDO EL CAMPO TEÓRICO-SINTÉTICO DE LA
MUSEOLOGÍA: CONSIDERACIONES TEÓRICAS SOBRE
LA MUSEOLOGÍA LGBTQIA+ PARA ANCLEAR
EPISTEMOLÓGICAMENTE EL ENFOQUE DE LA
MUSEOLOGÍA SOCIAL
RESUMEN
Objetivo: Delimitar y discutir tres dimensiones epistémicas desde los estudios de
Museología LGBTQIA+, como propuestas para anclar epistemológicamente la
Museología Social. Metodología: La investigación adoptó un enfoque cualitativo; la
hermenéutica, en la faceta epistemológica como todo; se basó teóricamente en
estudios de Museología Social y la orientación epistémica adoptada fue la
Interdisciplinariedad Lineal. Resultados: Se concluye que las dimensiones
'Indemnizaciones y memorias', 'Reparación y justicia social' y 'Riesgos y protección del
futuro' comprenden la esencia que conforma la noción de social, por lo que pueden
señalarse en el contexto de La Museología Social como anclaje epistémico y ampliación
de la fase teórico-sintética de la museología. Conclusiones: Las dimensiones
sistematizan la compresión y minimización de la lógica del prejuicio y la discriminación
de los legados en el tiempo y el espacio.
Descriptores: Museología Social. Museología LGBTQIA+. Epistemología.
Hermenéutica.
Recebido em: 22.06.2023
Sérgio Rodrigues de Santana, Josemar Henrique de Melo, Eliane Epifane Martins, Lília Mara
de Menezes, Ana Cleide Patrício de Souza
Ampliando o campo teórico-sintético da Museologia: considerações teóricas da Museologia
LGBTQIA+ para ancoragem epistêmica da Museologia Social
Inf. Inf., Londrina, v. 28, n. 4, p. 382 408, out./dez. 2023. 408
Aceito em: 06.08.2024
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Este artigo apresenta o mapeamento realizado pelo Grupo de Pesquisa Museologia e Sexualidades (MusaSex) sobre as estratégias de ensino, pesquisa e extensão em museus e Museologia LGBT+ interseccional na formação museológica (graduação e pós-graduação). Tal mapeamento procura subsidiar, de modo voluntário, o conjunto de recomendações que o Fórum de Graduação da Rede de Professores e Pesquisadores de Museologia está a produzir para os cursos de bacharelado em Museologia brasileiros. Propõe, portanto, uma formação museológica dialógica, libertadora e decolonial Queer interessada no enfrentamento da LGBTfobia e no respeito a identidades de gênero e orientações sexuais dissidentes da matriz branca-cisheterossexual vigente nos museus e na Museologia.
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1O conceito de Museologia Social, traduz uma parte considerável do esforço de adequação das estruturas museológicas aos condicionalismos da sociedade contemporânea. Este esforço de adequação, reconhecido e incentivado pelas mais importantes instâncias da museologia, foi sintetisado pelo Director Geral da Unesco, Frederic Mayor, na abertura da XV Conferência Geral do ICOM da seguinte forma: o fenómeno mais geral do desenvolvimento da consciência cultural-quer se trate da emancipação do interesse do grande público pela cultura como resultado do alargamento dos tempos de lazer, quer se trate da crescente tomada de consciência cultural como reaçâo às ameaças inerentes à aceleração das transformações sociais tem no plano das instituições, encontrado um acolhimento largamente favorável nos museus. Esta evolução é evidentemente, tanto, qualitativa como quantitativa. A instituição distante, aristocrática, olimpiana, abcecada em apropriar-se dos objectos para fins taxonómicos, tem cada vez mais-e alguns disso se inquietam-dado lugar a uma entidade aberta sobre o meio, consciente da sua relação orgânica com o seu próprio contexto social.1
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Quais os enfoques na produção científica do campo biblioteconômico-informacional vinculam a competência em informação e a justiça social para população negra? Esta é a problemática que este artigo visa responder, e para o qual o objetivo geral está em refletir sobre a justiça social e a população negra, sob a lente teórica da Competência em Informação. Trata-se de um estudo teórico, de cunho bibliográfico e documental, que possui como base artigos, livros, capítulos de livros e outros recursos informacionais coletados na literatura científica em Biblioteconomia e Ciência da Informação (BCI). A reflexão teórica está estruturada pela discussão sobre competência em informação para uma ação social, promoveu uma cartografia das discussões sobre capitalismo, globalização e capitalismo racial enquanto instrumentos de injustiça às pessoas negras e outras não-brancas, e, por fim, trouxe quatro estratégias que compõem a teoria da justiça social para pessoas negras, a partir do olhar para competência em informação. Palavras-chave: Competência em Informação; Justiça social; População negra; Teoria da justiça social.
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Estrategicamente as empresas devem estar em constante capacidade de adaptação, ou seja, atentas aos movimentos externos em relação a eventos futuros. Portanto, há a necessidade da exploração de sinais fracos, através da detecção, interpretação e uso desses sinais para antecipação. O objetivo deste relato de experiência é apresentar perspectivas de pesquisa sobre Inteligência Estratégica Antecipativa e Coletiva (IEAc) por meio da Análise de Sentimento. Dentro deste contexto, e seguindo o método pesquisa-ação, foi proposto e implementado através da ferramenta Node-RED da IBM, um cenário didático de uso da análise de sentimento. O experimento consistiu no monitoramento de posts no Twitter sobre um determinado assunto indexado através de uma hashtag. Caso o post fosse analisado pelo algoritmo de análise de sentimento como negativo, um e-mail é enviado para um determinado usuário para que este faça a gestão/tomada de decisão sobre o assunto. Este cenário de uso foi aplicado para a demonstração desta técnica de Advanced Analytics com o intuito de trazer uma forma inovadora para a IEAc.
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Considering environmental, social, and governance (ESG) factors becomes increasingly important for companies and investors. However, “ESG” is not clearly defined so far and, therefore, it is difficult to measure the ESG activity of companies. We analyze the extent and changes in 10‐K reports and proxy statements on ESG, using a textual analysis and creating an ESG dictionary. The results show an average of 4.0 % ESG words on total words in the reports. The ESG word list with 482 items can be used to quantitatively examine the extent of ESG reporting, which will be helpful especially for SRI investors. Our classification of 40 subcategories allows a highly granular analysis of different ESG related aspects. Moreover, indications for a relation between changes in reporting and real events, especially negative media presence, are detected. Regulatory bodies have to be aware of the use of such words and how they are used.
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RESUMO Muito se menciona sobre a Mesa de Santiago do Chile como um dos eventos internacionais marcantes para os museus e para a Museologia, seja pelo protagonismo latino-americano, seja pela tônica dos debates ali traçados e seus claros desdobramentos naquilo que se convencionou chamar de “Nova Museologia”. Pouco sabemos ou temos acesso à documentação produzida na ocasião, mas as fontes disponibilizadas nos indicam a preocupação sobre temas relacionados ao desenvolvimento econômico e social da região: urbanização, industrialização e migração, entre outros. É nessa seara que se procurou pensar o papel dos museus, considerando questões específicas das realidades de um território (con)formado historicamente numa clivagem moderno-colonial. Nesse sentido, revela-se primordial contextualizar a Mesa de Santiago do Chile numa miríade de acontecimentos e de ideias que nos oferecem uma perspectiva sobre a expressiva dimensão do evento e a potência do “Museu Integral” em contraposição ao termo “Museu Integrado” quando pensados sobre e a partir da América Latina.
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p>Esta pesquisa investiga o contexto social da informação, porque, com o advento da ciência moderna, o sujeito cognoscente rompeu com o saber “sacralizado” da antiga Idade Média constituído pela igreja e por seu caráter teológico. Aponta que a ciência moderna trouxe o conceito de racionalidade do indivíduo e sua relação de intersubjetividade ancorada. Desse modo, a ciência moderna propiciou novas conjecturas para se pensar sobre a humanidade, interpretando suas necessidades, principalmente nesse contexto racional. Nesse sentido, a pesquisa compreende o contexto da responsabilidade social da informação com base na ciência moderna e na consciência possível por meio de regimes de informação apresentados por Isa Freire (2001). Conclui-se que, por mais que a ciência moderna e a consciência possível estejam separadas pelas cronologias e por significados conceituais, ambas têm uma convergência, sobretudo no que diz respeito aos “intersujeitos/usuários” da informação e à relação social que ela desempenha na atual realidade da Ciência da Informação.</p
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Resumo Na Museologia, campo predominantemente constituído por mulheres no Brasil, o papel dessas profissionais se mostrou, ao longo da história da disciplina, submetido à tutela masculina, reproduzida e naturalizada nos museus. Por meio da análise histórica, este artigo busca evidenciar a subversão da dominação masculina no campo acadêmico da Museologia, por meio da mudança do papel desempenhado por museólogas brasileiras no século XX. As reflexões sobre o passado nos levam a considerar as relações de gênero na Museologia, evidenciando relações de poder construídas historicamente nesse campo, ou, ainda, nos levam a pensar uma museologia pelo viés queer, subvertendo por completo as categorias identitárias reproduzidas nos museus.
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Trata das relações práticas entre os conceitos memória e identidade a partir da perspectiva da Ciência da Informação. Utiliza-se de conceitos de identidade e memória para relacionar o processo de construção da identidade na perspectiva da Ciência da Informação. Os conceitos são levados para a Ciência da Informação a fim de perceber a importância da discussão dessas temáticas, colocando os profissionais da informação como sujeitos sociais capazes de discutir e entender esse processo, sobretudo por perceber a representação da identidade inserida na sociedade da informação.Palavras-chave: Memória. Identidade. Ciência da Informação.Link: http://www.periodicos.ufc.br/index.php/informacaoempauta/article/view/4428/4508#!/tcmbck
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This article presents a conceptual framework of social justice for library and information science (LIS) and services responsive to their core concerns and drawing from the disciplinary literatures in both philosophy and LIS. The framework is introduced in terms of the multifaceted concept of informational justice, defined as the just treatment of persons as seekers, sources, and subjects of information. The article also expands on the central aspect of informational justice, namely iDistributive justice, defined as the equitable distribution of access to information. An iDistributively just system is one that ensures all persons have sufficient access to information, where access is understood as a capability sensitive resource.