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GESTÃO DO CONHECIMENTO E SOFT SYSTEMS METHODOLOGY NAS PESQUISAS BRASILEIRAS DISPONÍVEIS NA BDTD: análise integrativa a partir do problema, objetivos e referencial teórico

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Abstract and Figures

Esta pesquisa se debruça sobre a Gestão do Conhecimento (GC) e a Soft Systems Methodology (SSM) a partir de uma revisão integrativa, em que procura responder como se relacionam tais temas nas pesquisas brasileiras disponíveis na Biblioteca Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). Como objetivo, analisa as pesquisas brasileiras disponíveis na BDTD que relacionam GC e SSM, a partir do problema, objetivos e referencial teórico. Para isso, como método, foi realizada uma pesquisa de natureza aplicada, qualitativa, utilizando-se a revisão integrativa e descritiva para apresentar as pesquisas que utilizam esses dois temas, descrevendo as relações existentes e de que maneira se situam no âmbito das pesquisas de mestrado e doutorado no Brasil, a partir das informações coletas BDTD. Diante do número dos resultados das buscas, verificou-se que menos de um quarto contemplou a relação entre os dois temas. A partir dos resultados, concluiu-se, nessas produções stricto sensu, a presença unânime das teorias de Nonaka e Takeuchi e de Davenport e Prusak no que tange a GC e de Checkland para SSM, e que outros referenciais utilizados destacaram substancialmente o relacionamento da SSM e a GC, o qual enfatiza as contribuições da SSM enquanto método para aquisição de conhecimento e organização de informações e conhecimento, por oferecer forma estruturada de registro dos fluxos desses processos e por ambos os temas fundamentarem-se em pessoas, tecnologias e processos. Também se conclui que a SSM pode ser utilizada como metodologia ou ferramenta para implementação de GC.
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Artigo Revisão Integrativa
GESO DO
CONHECIMENTO
E SOFT SYSTEMS
METHODOLOGY NAS
PESQUISAS BRASILEIRAS
DISPONÍVEIS NA BDTD:
ANÁLISE INTEGRATIVA A
PARTIR DO PROBLEMA,
OBJETIVOS E
REFERENCIAL
TEÓRICO
Adriane Martins Beirauti1
adriane.beirauti@ufpr.br
Elder Lopes Barboza2
elder.barboza@ufpr.br
Este trabalho está licenciado sob uma Licença
Creative Commons Atribuição-NãoComercial-
SemDerivações 4.0 Internacional.
Data de Submissão: 29/09/2023
Data de Aprovação: 18/08/2023
RESUMO
Esta pesquisa se debruça sobre a Gestão do Conheci-
mento e a
Soft Systems Methodology
a partir de uma
revisão integrativa, em que procura responder como
se relacionam tais temas nas pesquisas brasileiras
disponíveis na Biblioteca de Teses e Dissertações.
Como objetivo, analisa as pesquisas brasileiras dispo-
níveis na referida Biblioteca que relacionam Gestão do
Conhecimento e
Soft Systems Methodology
, a partir
do problema, objetivos e referencial teórico. Para isso,
como método, foi realizada uma pesquisa de natureza
aplicada, qualitativa, utilizando-se a revisão integrativa
e descritiva para apresentar as pesquisas que utilizam
esses dois temas, descrevendo as relações existentes
e de que maneira se situam no âmbito das pesqui-
sas
stricto sensu,
no Brasil, a partir das informações
coletadas na Biblioteca supramencionada. Diante do
número dos resultados das buscas, verificou-se que
menos de um quarto contemplou a relação entre os
dois temas. A partir dos resultados, concluiu-se a
presença unânime das teorias de Nonaka e Takeu-
chi e de Davenport e Prusak no que tange a Gestão
do Conhecimento e de Checkland para
Soft Systems
Methodology
, e que outros referenciais utilizados des-
tacaram substancialmente o relacionamento desses
dois temas, o qual enfatiza as contribuições dessa
metodologia sistêmica enquanto método para aqui-
sição de conhecimento e organização de informações
e conhecimento, por oferecer forma estruturada de
registro dos fluxos desses processos e por ambos os
temas fundamentarem-se em pessoas, tecnologias
e processos.
Palavras-chave: gestão do conhecimento;
Soft
Systems Methodology
; aquisição de conhecimento;
metodologia sistêmica.
ABSTRACT
This research focuses on Knowledge Management
and Soft Systems Methodology from an integrative
review, in which it seeks to answer how these themes
are related in the Brazilian research available in the
Library of Theses and Dissertations. As an objective,
it analyzes the Brazilian research available in the afo-
rementioned Library that relates Knowledge Mana-
gement and Soft Systems Methodology, based on
the problem, objectives and theoretical framework.
For this, as a method, an applied, qualitative research
was carried out, using the integrative and descriptive
review to present the research that uses these two
themes, describing the existing relationships and how
they are located in the scope of stricto sensu research
in Brazil, based on the information collected in the
aforementioned Library. Given the number of search
results, it was found that less than a quarter con-
templated the relationship between the two themes.
From the results, it was concluded the unanimous
presence of the theories of Nonaka and Takeuchi and
Davenport and Prusak regarding Knowledge Mana-
gement and Checkland for Soft Systems Methodo-
logy, and that other references used substantially
highlighted the relationship of these two themes,
which emphasizes the contributions of this systemic
methodology as a method for acquiring knowledge
and organizing information and knowledge, for offe-
ring a structured way of recording the flows of these
processes and for both themes to be based on people,
technologies and processes.
Keywords: knowledge management; Soft Systems
Methodology; knowledge acquisition; systemic
methodology.
1 Universidade Federal do Paraná - UFPR
https://orcid.org/0000-0001-8654-0718
adriane.beirauti@ufpr.br
2 Universidade Federal do Paraná - UFPR
https://orcid.org/0000-0003-0466-9038
Adri Ane MAr tins Beir Auti e el der lopes B ArBoz A
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1 INTRODUÇÃO
Conhecimento é inerente ao ser humano, ele-
mento intangível carregado de características,
como a subjetividade e a imaterialidade. Na esfera
organizacional, contextualiza e é contextualizado
pelas várias camadas e situações de uma estru-
tura organizacional, em que ora é criado, tornando
difícil sua explicitação, ora é compartilhado, mate-
rializando-se novamente em informação enquanto
um processo dialógico e dinâmico.
Esse elemento, naturalmente, carregado des-
sas características, está presente nas ações e no
processo de tomada de decisão das organizações,
demonstrando a necessidade de abordagens fle-
xíveis para lidar com seu dinamismo, sobretudo
com problemas e situações no cotidiano do fun-
cionamento geral das organizações.
Entre essas abordagens, surge a
Soft Systems
Metholodology
(SSM), trazendo uma forma ade-
quada para lidar com situações que, essencial-
mente, constituem-se de atividades humanas
e que, durante seu desenvolvimento, tornou-se
uma ferramenta de e para aprendizagem orga-
nizacional, ao produzir conhecimento em ação
e para ação, de forma registrada, seguindo uma
estrutura lógica.
Nessa perspectiva, como parte de uma pes-
quisa mais ampla que discute a Gestão do Conhe-
cimento (GC) como tema central e a SSM como
método de coleta e análise de dados, surge a
necessidade de investigar como esses dois temas
estão sendo utilizados em pesquisas acadêmicas
brasileiras, no âmbito da pós-graduação em nível
de mestrado e doutorado, com um olhar a partir
do problema de pesquisa, dos objetivos (geral e
específicos) e do referencial teórico. Dessa forma,
questiona-se, enquanto problema de pesquisa,
como se relacionam a Gestão do Conhecimento e
1 INKINEN, H. Review of empirical research on knowledge management practices and firm performance.
Journal of Knowledge Management, v. 20, n. 2, p. 230-257, 2016.
a
Soft
Systems
Methodology
nas pesquisas brasi-
leiras disponíveis na Biblioteca Brasileira de Teses
e Dissertações, a partir da problemática, dos obje-
tivos e do referencial teórico dessas pesquisas?
Para buscar respostas ao questionamento
inicial, define-se como objetivo geral analisar as
pesquisas brasileiras disponíveis na BDTD, que
relacionam GC e SSM, a partir do problema de
pesquisa, dos objetivos, e do referencial teórico
sobre esses dois temas, por elas utilizadas.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O conhecimento tem sido considerado como
importante elemento para o desenvolvimento e
sobrevivência das organizações. Produto da infor-
mação, começou a ganhar destaque quando, a par-
tir da década de 1990, tornou-se novo paradigma
econômico da sociedade, para a qual vislumbrou-se
o que foi chamado de “sociedade do conhecimento”.
Com as primeiras sementes plantadas na
Segunda Guerra Mundial, a GC possui “[...] abor-
dagem estratégica capaz de assegurar a sustenta-
bilidade organizacional na sociedade do conheci-
mento” (Inkinen, 2016
1
citado por Neves; Varvakis;
Fialho, 2018, p. 153) e se consolida ao final dos anos
de 1990, período em que nascem duas escolas: a
oriental, com a visão do conhecimento como pro
-
cesso e a escola ocidental, com a visão do conhe-
cimento como um objeto produto da informação
(Pérez-Motoro, 2016).
As teorias de Nonaka, Takeuchi e Konno são
marcos da escola oriental. Esses autores aborda-
ram as dimensões da psicologia, da sociologia e da
pedagogia para conceber o conhecimento como
um processo, essencialmente, de origem humana,
o que trouxe a concepção da organização como
um organismo vivo. Já a outra escola, por meio
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BDTD: ANÁL ISE INTEG RATIVA A PARTIR DO PROBLEMA , OBJET IVOS E REF ERENCI AL TEÓRI CO
de Sveiby, Davenport e Prusak, concebeu a orga-
nização como um mecanismo de processamento
de informação, dando ênfase ao conhecimento
transformado em informação registrada em docu-
mentos, os quais devem ser tratados e gerencia-
dos (Pérez-Motoro, 2016).
Desde então, muitas são as definições desen-
volvidas para a GC. No âmbito da Ciência da Infor-
mação, por meio de uma revisão sistemática da
literatura, Valentim (2020) trouxe uma análise
sobre a construção de conceitos por pesquisadores
brasileiros, os quais, conforme descrito pela autora,
se apoiam em literaturas internacionais como de
Argyri e Schon (1978), Brown, Collins e Duguid
(1989), Choo (2003), Davenport e Prusak (1999),
Drucker (1999), Lave e Wenger (1987), Le Coadic
(1996), Nonaka e Takeuchi (1997), Polanyi (1966),
Von Krogh, Ichijo e Nonaka (2001) entre outros.
Após levantamento e análise, Valentim (2020)
reuniu alguns conceitos de GC, dos pesquisadores
brasileiros analisados, nos quais destacam-se os
seguintes termos e expressões: “processo”; “criação
do conhecimento”; “aprendizado”; “holística”; “par-
tes pelo todo”; “preservar cultura, valores”; “com-
partilhar e compreender modelos e as melhores
práticas”; “mapeamento e reconhecimento dos
fluxos informais de informação”; “tecnologias de
informação”; e “socialização do conhecimento”
Esses conceitos vão de encontro ao que Neves,
Varvakis e Fialho (2018) observam a respeito do
que produções seminais acadêmicas e não aca-
dêmicas que, recorrentemente, abordam a:
relação entre GC e a tríade formada
por pessoas, processos e tecnologia. Os
três elementos são apresentados, alter-
nadamente, como pilares, elementos
centrais ou dimensões de GC, algumas
vezes, acompanhados de outro elemento,
2 LEONARDI, J. Modelo para avaliação de relações dimensionais na criação de conhecimento organizacional. 2016. 169f. Tese (Doutorado) Programa
de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento – Universidade federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, 2016.
por exemplo, estrutura organizacional,
cultura ou liderança. (Neves; Varvakis;
Fialho, 2018, p. 153)
A GC se constitui de pessoas, processos e tec-
nologias e por isso que, normalmente, elemen-
tos como a estrutura organizacional e cultura se
encontram presentes. A infraestrutura tecnológica
dá suporte à gestão aliando arquitetura de fluxos
e comunicações organizacionais (Leonardi, 20162,
p. 72 citado por Canto
et al
., 2021).
As Tecnologias de Informação e de Comunica-
ção (TIC) são o suporte sem o qual a viabilidade
da GC estaria condenada em termos de alcance,
rapidez, armazenamento, disseminação e outras
benesses digitais. O desenvolvimento de leitura e
recuperação dos formatos digitais em que se regis-
tram dados e informações são parte da história do
desenvolvimento da GC, são causa e consequência
de uma nova forma de gerir, inovar e lucrar.
As demais dimensões são igualmente impor-
tante e constituintes da GC, pois sem elas não
haveria aprimoramento. São conceitos que se
desenvolveram e que, ao se modernizarem, aco-
plaram-se à GC de forma a dar base para a visão
holística de que a GC necessita.
A estrutura organizacional é conceito que se
desenvolveu por meio das Teorias da Administra-
ção, desde meados 1903, e que pode ser definido
como um sistema constituído pela infraestrutura
física, pelas divisões do trabalho e papéis fun-
cionais estabelecidos para organizar o funciona-
mento das organizações, em todas as suas áreas,
do operacional ao estratégico (Oliveira, 2014). E é
nesse sistema que se dão os fluxos de informa-
ção e de conhecimento e as comunicações, quer
seja pela estrutura formalmente planejada, quer
seja pela estrutura informal, que é “[...] a rede de
relações sociais e pessoais que não é formalmente
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estabelecida pela empresa, as quais surgem e
se desenvolvem espontaneamente, e, portanto,
apresenta situações que não aparecem no orga-
nograma.” (Oliveira, 2014, p. 42).
E tanto as TIC, quanto a estrutura organizacio-
nal só existem e funcionam por conta das pessoas,
dos sujeitos organizacionais que desempenham
as tarefas, que operam as tecnologias sejam as
administrativas, sejam as de produção fabril. E
por isso a cultura é conceito presente e, segundo
Schein e Schein (2022, p. 24), “[...] são padrões de
crenças, valores, pressupostos e normas compor-
tamentais aprendidos”.
A cultura é produto de uma interiorização e é
aprendida e ensinada, seja intencionalmente ou
não. Os indivíduos incorporam “sua” cultura por
meio da experiência vivenciada em um ambiente
onde o modo de viver segue certos padrões que se
expressam em forma de se vestir, comer, falar, de
interagir, de se relacionar e por meio de artefatos
tecnológicos, por exemplo. E dentro de uma orga-
nização esse indivíduo leva sua cultura e “recebe
a cultura desse ambiente.
Nas organizações, em que a entrada de mem-
bros, seus modos de ser/viver se encontram com
os dos já presentes, o fenômeno cultura acon-
tece e ajusta ou se ajusta aos elementos culturais
materiais ou imateriais já presentes e em voga
nesses ambientes, se configurando na chamada
cultura organizacional que
[...] é o conjunto de padrões prevale-
centes de valores, crenças, sentimentos,
atitudes, normas, interações, tecnologia,
processos de execução de atividades
e suas influências sobre as pessoas da
empresa. Inclusive, ainda, na cultura
organizacional a estrutura informal, [...]
com seus sentimentos, ações e intera-
ções, grupos de pressão, valores e nor-
mas grupais etc. (OLIVEIRA, 2014, p. 253)
Tal conceito vem a se colocar como um ponto
crítico para GC, pois reflete e é refletido direta-
mente pela forma de pensar e agir das pessoas,
em determinado ambiente, logo “[...] a cul-
tura organizacional [...] incorporada ao coletivo
humano da organização, possibilitaria a existência
de posturas necessárias à geração, ao uso e ao
compartilhamento do conhecimento.” (Angeloni,
2008, p. 59)
A concepção histórica, os conceitos desen-
volvidos e tudo o que constitui a GC faz com que
esta disciplina não seja resumida facilmente. E
por tratar de conhecimento, já nasce com caráter
complexo, adjetivo também ligado à necessidade
de ser encarada de forma sistêmica, para asse-
gurar o respeito ao seu caráter holístico, sem o
qual a GC ainda estaria engessada em concepções
puramente computacionais e em obsolescência ao
dinamismo inerente às atividades do ser humano.
Com o fim da Segunda Mundial, muitas abor-
dagens desenvolvidas para operações militares,
foram transferidas para o cenário de organiza-
ções civis, como conceitos, modelos de gestão.
Essas abordagens eram baseadas em raciona-
lidade matemática e estatística. A percepção
de que essa lógica matemática e estatística não
estava dando conta dos problemas nas organi-
zações levou ao desenvolvimento de abordagens
metodológicas flexíveis, entre elas a SSM, tam-
bém conhecida como Metodologia dos Sistemas
Flexíveis, que buscou, por meio das dimensões
lógica e sociocultural, desenvolver curso de
ações para resolução de problemas complexos,
não estruturados, com objetivos indefinidos, os
quais se fazem presente nas organizações, pois
estas são feitas, fundamentalmente e essencial-
mente, por pessoas, que por si só carregam sua
própria complexidade (Checkland; Scholes, 1990;
Checkland; Poulter, 2006).
Em 1969, Peter Checkland assume cargo de
professor no Departamento de Engenharia de
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Sistemas da Escola de Gestão, na Universidade de
Lancaster, onde desenvolveu uma estratégia de
pesquisa ao liderar uma pesquisa-ação que estava
sendo realizada na
Bell Telephone Company
, no
Reino Unido. Nos laboratórios dessa indústria, foi
elaborado um
framework
que recebeu o nome de
Engenharia de Sistemas (ES). A partir do uso da ES,
Checkland percebeu que a linearidade do sistema
e a linguagem utilizada não serviam para muitas
situações; situações essas que, substancialmente,
envolviam sistemas de atividades humanas, logi-
camente carregados de percepções e visões de
mundo diferentes, diversidade de cultura, ambi-
guidades e interesses particulares (Checkland;
Poulter, 2006; Stowell, 2016).
Segundo Checkland e Poulter (2006, p. 6, tra-
dução nossa), a “SSM provê um conjunto de princí-
pios que pode ser adotado ou adaptado a qualquer
situação real para a qual as pessoas intentem uma
ação para melhorá-la.” Esse conjunto de princí-
pios seguem um fluxo nas etapas que compõem
a metodologia.
Quadro 1 – Etapas e princípios da SSM
Etapa Princípio
1 Problema não estruturado
Coleta de informações sobre layout físico, estrutura
organizacional, clima organizacional, características
funcionais, fluxos de autoridade, comunicação, ativida-
des e decisões formais e informais, percepção de sua
função e da demais (dos diversos atores) e percepções
dos problemas.
A ideia de problema deve ser considerada de forma
ampla, como uma situação-problema do mundo real,
situação que alguém percebeu e concluiu que precisa
de atenção e ação.
2. Definição da situação-problema.
Definição da situação em que o problema ocorre por
meio de uma
rich picture
– ilustração rica da realidade
contendo informações sobre a estrutura e o processo
e a forma como se relacionam; os atores envolvidos na
situação, seus sentimentos e convicções, o sistema e
suas particularidades; e os potenciais conflitos dentro
do sistema.
Tudo que vier a contextualizar essa situação deve ser
condicionada segundo uma visão particular de mundo
dos atores (
Weltanschauung
).
3. Discussão e elaboração das
root definitions
– defini-
ções essenciais
Competência central de uma atividade humana, bem
como seus componentes. Definição de ações e com uti-
lização do mnemônico CATWOE, adaptado:
C – os beneficiados pela ação proposta – os atingidos.
A – atores que desempenharão – praticantes.
T – transformação – ações e eventos necessários e o
status a que se vislumbra.
W
Weltanschauung
ou visão de mundo.
O – quem tem autoridade para decidir o futuro do sis-
tema, o andamento do processo - proprietário(s).
E - todos os componentes do escopo desse processo,
incluindo a cultura, política, pessoas, tecnologias etc.
Tudo que define e limita o ambiente, de forma registrada.
Toda situação do mundo real são expressas pelas
intencionalidade, pelas ações propositais das pessoas.
São modelos de sistemas que descrevem as atividades
intencionais humanas conforme suas visões de mundo.
Seus elementos podem ser considerados e utilizados
como dispositivos para explorar as qualidades e as
características de qualquer situação problema humana.
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Etapa Princípio
4. Elaboração dos modelos conceituais ideais, baseados
nas definições identificadas no estágio anterior.
Conjunto estruturado de atividades necessárias para o
alcance do objetivos esperados nas definições essen-
ciais e as relações existentes entre essas ações.
A discussão e o debate da etapa 3 podem ser utilizadas
como fonte de questionamentos sobre a situação.
5. Comparação do modelo com a realidade.
Comparação com a realidade, a partir das diferenças
percebidas pelos diversos atores, para discussões e
sugestão de mudanças.
Agir para melhorar uma situação no mundo real implica
encontrar acomodações entre as diferentes visões de
mundo expressas nas discussões e no debate por meio
dos modelos elaborados na etapa 4. Não significa que
se chegou a uma satisfação unânime, mas a uma forma
com a qual todos consigam conviver.
6. Discussão das mudanças propostas no estágio ante-
rior.
Discussão das propostas de mudanças e sua verificação
com base na cultura existente e na viabilidade econô-
mico-financeira.
Toda investigação se constituiu pelos princípios e eta-
pas 1 a 5 é um processo de aprendizagem sem fim.
Chega-se a uma situação menos problemática, reco-
meçando o processo pela etapa 3.
7. Ação para melhorar o problema
Responder às seguintes perguntas: a) Qual é o escopo
da ação? b) Quem participará dela? c) Quais tipos de
ações serão necessárias, onde e quando terão lugar?
Com a explícita organização do processo (etapas 1 a
6), permite-se reflexão crítica sobre a situação em si e
sobre o que se pensa sobre ela.
Fonte: Adaptado de Checkland e Poulter (2006) e Martinelli e Ventura (2012).
Dessa forma, a SSM se constitui em
uma abordagem para realizar pesquisa,
ofertando um fluxo organizado, sistemi-
camente estruturado, com princípios que
permitem o holismo, na medida em que,
juntamente aos aspectos físicos (edifica-
ção, mobiliário, tecnologias), consideram-
-se as visões subjetivas, as pessoas (não
importando sua posição na hierarquia) e a
cultura organizacional. Também se mostra
como uma metodologia de aprendizagem,
ao proporcionar a explicitação dos passos e
os princípios que possibilitam uma postura
de revisitação sobre a situação e sobre o
processo em si, tornando-se também um
método para a aprendizagem.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Trata-se de uma pesquisa de natureza exploratória,
com abordagem qualitativa e descritiva. O método esco-
lhido foi a revisão integrativa, cuja sistemática permite
“diferentes finalidades, podendo ser direcionada para
a definição de conceitos, revisão de teorias ou análise
metodológica dos estudos incluídos de um tópico parti-
cular.” (Ercole; Melo; Alcoforado, 2014, p. 10). Para funda-
mentação e suporte teórico foi realizado levantamento
bibliográfico.
Para a realização da pesquisa, o procedimento de
revisão seguiu, de forma adaptada, o roteiro proposto
por Botelho, Cunha e Macedo (2011), descrito no Quadro 2.
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BDTD: ANÁL ISE INTEG RATIVA A PARTIR DO PROBLEMA , OBJET IVOS E REF ERENCI AL TEÓRI CO
Quadro 2 – Etapas da revisão integrativa
1ª Etapa
Definição do problema.
Formulação de uma pergunta de pesquisa.
Definição dos descritores.
Definição das bases de dados.
2ª Etapa Uso das bases de dados.
Busca dos estudos com base nos critérios de inclusão e exclusão.
3ª Etapa
Leitura do resumo, palavras-chave e título das publicações.
Organização dos estudos pré-selecionados.
Identificação dos estudos selecionados.
4ª Etapa Elaboração e uso da matriz de síntese.
Coleta dos dados segundo categorização
5ª Etapa Análise e discussão dos resultados
6ª Etapa Conclusão.
Proposta para estudos futuros.
Fonte: Adaptado de Botelho; Cunha; Macedo (2011).
1ª Etapa: O problema de pesquisa surgiu
durante os trabalhos do projeto de pesquisa, em
andamento, para dissertação de mestrado, no Pro-
grama de Pós-Graduação em Gestão da Informa-
ção, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e
que tem como um dos temas a GC, e como meto-
dologia de pesquisa a SSM.
O corpus abrangeu teses e dissertações cadas-
tradas na BDTD, que é parte da pesquisa supra-
mencionada. Os descritores definidos foram: “ges-
tão do conhecimento”, “
knowledge
management
”,
soft
systems
methodology
, “sistemas flexíveis”,
soft
” e “flexíveis”. Os descritores foram assim
determinados pois há uma objetividade intrínseca
aos temas, não havendo variações dos termos.
2ª Etapa: A forma de busca, na BDTD, ocor-
reu da seguinte maneira: primeiro “Em todos os
campos” e, em segundo, refinando para “Resumo
em português”, e, por último, “Resumo em Inglês”.
Os termos e estratégias utilizados foram: “ges-
tão do conhecimento” AND
soft
; “
knowledge
management
” AND
soft
; “gestão do conhecimento”
AND flexíveis; “gestão do conhecimento” AND “sis-
temas flexíveis”; “gestão do conhecimento” AND
“soft
systems
methodology
”; “
knowledge m
ana-
gement AND “
soft systems methodology
”.
Devido ao número de publicações, não houve
limite temporal. Após feito o download do relatório
de cada busca, em .csv, os arquivos foram transfor-
mados em .xlsx, em apenas uma pasta com várias
abas organizadas por estratégia de busca (combi-
nação das palavras-chave) e em uma aba, todos
foram compilados, eliminando-se os duplicados.
Do total de 46 (quarenta e seis) resultados, após
eliminação das duplicidades, 30(trinta) passaram
pela análise de exclusão cujo critério estabelecido
foi sobre pesquisas que, embora recuperadas, não
abordavam os dois temas, concomitantemente. A
busca foi realizada em maio de 2023.
3ª Etapa: A leitura feita para exclusão foi feita
no resumo e nos trechos pesquisados com o ata-
lho Ctrl F + palavra-chave da estratégia de busca
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de onde resultou a respectiva tese ou dissertação.
Alguns arquivos estavam protegidos (como ima-
gem), não possibilitando esta forma de pesquisar,
requerendo, portanto, a leitura da pesquisa quase
que na íntegra, para não restar dúvida quanto à
exclusão ou não.
4ª Etapa: Elaborou-se uma matriz de síntese, na
pasta na qual os dados de busca foram compilados.
A planilha continha colunas para preenchimentos
de dados, entre os quais, o utilizados para esta pes-
quisa foram: a) Problema de pesquisa e objetivo(s);
e b) Referencial teórico utilizado (GC e SSM).
5ª Etapa: Foi realizada leitura das perguntas de
pesquisa e dos objetivos, verificadas as autorias
citadas na seção em que abriga esses itens, na
seção referente ao “Referencial teórico, espe-
cificamente, nos subitens que trataram da GC e
da SSM, na seção destinada à metodologia e nas
seções em que se apresentam as conclusões e/
ou resultado e discussões, com o objetivo de cole-
tar mais dados e informações. quando julgados
necessários para maiores esclarecimentos. Esta
etapa está contemplada na seção 4 deste artigo.
6ª Etapa: Apresentou-se a conclusões a partir
da revisitação de todas as etapas até a 5ª etapa e
propôs-se estudos futuros.
4 RESULTADOS
Após a realização das etapas 1 a 3, foi feita em
uma matriz síntese com uso de planilha (formato
.xlsx), de acordo com o descrito na etapa 4. Os
dados coletados foram dispostos em ordem alfa-
bética de título. Para esta revisão, os dados foram
organizados seguindo a mesma ordem, mas as
pesquisas foram identificadas por letras do alfa-
beto, conforme o Quadro 3, no qual são apresen-
tados segundo categorização proposta na etapa 4.
Quadro 3 – Resultado após etapas 1 a 4
Pesquisa - Ano Referencial teórico (GC e SSM) Pergunta de pesquisa e objetivos.
A – Aplicação de
uma abordagem
de aquisição e
armazenamento
do conheci-
mento em proje-
tos de simulação
a eventos discre-
tos
Ano: 2012
CHECKLAND, P., 1999- (SSM)
CHECKLAND, P.; SCHOLES, J,
1999 - (SSM)
DAVENPORT, T.; PRUSAK, L.,
1998 - (GC)
KOTIADIS, K., 2007 - (SSM)
NUNIYOSHI, M. S.; APARE-
CIDO, S. S, 2007 – (GC)
LEHANEY, B; CALRKE, S. A.;
PAUL, R. J., 1999 – (SSM)
LEHANEY, B.; HUPLIC, V., 1995
- (SSM)
LEHANEY, B.; PAUL, R.
J.,1994a, 1994b, 1996 - (SSM)
NONAKA, I., 1994 - (GC)
NONAKA, I.; TAKEUCHI, H.,
1995 -(GC)
NONAKA, I.; VON KROGH, G.,
2009 - (GC)
ROBINSON, S., 2008a, 2008b,
2006, 1997, 2007 - (SSM)
Pergunta de pesquisa:
Como integrar as abordagens de
Soft Systems Methodology
e um sistema formalizado de documentação de dados como
ferramentas de Gestão de Conhecimento para adquirir e
armazenar, respectivamente, conhecimento de um sistema
sob estudo em um projeto de simulação a eventos discretos?
Objetivo geral:
O objetivo geral desta dissertação é melhorar a gestão de projetos
de simulação a eventos discretos através do uso de métodos da
GC para adquirir e armazenar informações levantadas durante o
projeto de simulação e convertê-los em conhecimento.
Objetivos específicos
Para alcançar este objetivo, este trabalho visa estender o uso
da SSM para todos os passos da modelagem conceitual em
uma pesquisa de simulação.
Objetivo parcial usar os conceitos da SSM para um projeto de simu-
lação de um sistema de manufatura do setor automobilístico. Este
passo corresponde à abordagem de aquisição do conhecimento.
Também visa propor um método de armazenamento de dados
necessários para pesquisas de simulação a eventos discretos.
Este passo corresponde à abordagem da GC conhecida como
“Repositórios do Conhecimento”.
15
CÓdiGo 31 • V.1 • n.2 • p.7-22 • Jul./ dez. 20 23
GES TÃO DO CO NHECIMEN TO E SOFT S YSTEM S METHODO LOGY NAS P ESQUIS AS BRAS ILEIRAS DISPONÍVEI S NA
BDTD: ANÁL ISE INTEG RATIVA A PARTIR DO PROBLEMA , OBJET IVOS E REF ERENCI AL TEÓRI CO
Pesquisa - Ano Referencial teórico (GC e SSM) Pergunta de pesquisa e objetivos.
B – Gestão do
Conhecimento
catalisadora da
inovação em
empresas incu-
badas: uma pes-
quisa-ação
Ano: 2009
CHECKLAND, P., 2000 - (SSM)
CHECKLAND, P.; SCHOLES, J,
1990 - (SSM)
CHECKLAND, P; WINTER, M.,
2006 – (SSM)
DAVENPORT, T. H.; PRUSAK,
L., 1998 - (GC)
DAVENPORT, T. H.; DE LONG,
D.W.;
BEERS, M.C., 1998 - (GC)
NONAKA, I., 1991 - (GC)
NONAKA I.; TAKEUCHI, H.,
1997 - (GC)
TERRA, J.C.C., 2001, 2005,
2207 - (GC)
Pergunta da pesquisa:
Não foi identificada, de maneira explícita, a pergunta de pes-
quisa.
Objetivo geral:
Investigar como a gestão do conhecimento pode alavancar o
desenvolvimento dessas
startups
. (Incubadora de Empresas
de Base Tecnológica)
Objetivos específicos:
Os objetivos desse trabalho são:
(i) implantar a gestão do conhecimento em uma empresa
nascente de tecnologia da informação e
(ii) compreender o impacto da gestão do conhecimento para
a inovação e competitividade dessa empresa nascente.
C – Gestão do
Conhecimento
e da Informa-
ção nos ser-
viços internos
de informática:
uma aplicação
da
Soft Systems
Methodology
Ano: 2008
CHECKLAND, P., 1981, 2000 -
(SSM)
CHECKLAND, P.; HOLWELL,
S., 1998 - (SSM)
CHECKLAND, P, POULTER, J.,
2006 (SSM)
CHECKLAND, P.; SCHOLES, J.,
1990 - (SSM)
DAVENPORT, T. H., 1994 - (GC)
DAVENPORT, T. H.; PRUSAK,
L., 1998 - (GC)
GRAY, P., 2001 - (GC)
NONAKA, I.; TAKEUCHI, H.,
1997 - (GC)
PLATT, A.; WARWICK, S., 1995
- (SSM)
Pergunta de pesquisa:
Como ocorre o processo de criação, armazenagem e distri-
buição de conhecimento nos serviços prestados pelo setor de
informática?
E
Como ocorre o processo de criação, armazenagem e distri-
buição do conhecimento nos serviços prestados pelo setor de
informática, e como este processo pode ser consolidado?
Objetivo geral:
O objetivo do trabalho é identificar e analisar como o conheci-
mento é criado, armazenado e compartilhado nos processos
de prestação de serviços de SI, bem como propor ações para
a consolidação da gestão do conhecimento.
Objetivos específicos:
Os objetivos secundários são:
a) Identificar os processos relacionados a SI, que a empresa
considera relevantes.
b) Diagnosticara situação atual do atendimento do setor de
informática utilizando a Matriz PCI. (Problema, Causa,
Intervenção).
c) Mapear processos críticos relacionados ao atendimento
desenvolvido pelo setor de suporte à informática, identi-
ficando ações relativas à criação, armazenagem e distri-
buição do conhecimento nestes processos críticos.
d) Obter uma sequência de passos que levem a um modelo
genérico de solução de problemas através da
Soft Sys-
tems Methodology.
Adri Ane MAr tins Beir Auti e el der lopes B ArBoz A
16
CÓdiGo 31 • V.1 • n.2 • p.7-22 • Jul./ dez. 20 23
Pesquisa - Ano Referencial teórico (GC e SSM) Pergunta de pesquisa e objetivos.
D – Gestão do
Conhecimento
nas Organiza-
ções: modelo
conceitual cen-
trado na cultura
organizacional e
nas pessoas
Ano: 2010
BELLINI, C. G. P. et al
.
, 2004 -
(SSM)
CHECKLAND, P., 1985a, 1985b,
1991 - (SSM)
CHOO, C. W., 2003, 2006 -
(GC)
DAVENPORT, T. H., 2001,
2004- (GC)
DAVENPORT, T. H.; MAR-
CHAND, D., 2004 - (GC)
DAVENPORT, T. H.; PRUSAK,
L., 1998 - (GC)
NONAKA, I.; TAKEUCHI, H.,
1997 - (GC)
NONAKA, I.; TAKEUCHI, H.;
TOYAMA, R., 2008 - (GC)
PÉREZ MONTORO GUTIÉR-
REZ, M., 2206, 2008 - (GC)
PRUSSAK, L., 2004 - (GC)
TAKEUCHI, H.; NONAKA, I.,
2008 - (GC)
Pergunta de pesquisa:
O problema desta pesquisa questiona a dificuldade de se
estudar os comportamentos e as atitudes profissionais das
pessoas envolvidas no processo de Gestão do Conhecimento
em organizações, considerando-se a existência de elementos
subjetivos e complexos, por envolver o trato com pessoas.
Objetivo geral:
O objetivo geral desta pesquisa é o de elaborar um modelo
conceitual,
baseado na Cultura Organizacional e na Gestão de Pessoas,
por meio da Metodologia Sistêmica
Soft
, visando a minimi-
zar os obstáculos para a implantação de Gestão do Conheci-
mento nas organizações
Objetivos específicos:
Objetivos específicos, este estudo apresentou os seguintes
pontos:
- Analisar os conceitos de Cultura Organizacional, Comporta-
mento Humano e Gestão do Conhecimento nas organizações;
- Adotar a Metodologia Sistêmica
Soft
no ambiente organi-
zacional;
- Propor um Modelo Conceitual de Gestão do Conhecimento
centrado na Cultura Organizacional e nas Pessoas;
- Validar o Modelo Conceitual de Gestão do Conhecimento em
uma organização do ramo alimentício.
E - Mediação
da qualidade da
comunicação
interpessoal
em sistemas
produtivos
Ano: 2011
CHECKLAND, P., 1981, 2000 -
(SSM)
DAVENPORT, T. H., 1996, 1998
– (GC)
DAVENPORT, T.; PRUSAK, L.,
1998 - (GC)
NONAKA, I.; TAKEUCHI, H.,
1997 - (GC)
Pergunta da pesquisa:
Não foi identificada, de maneira explícita, a pergunta de pes-
quisa.
Objetivo geral:
Este trabalho tem como objetivo medir a qualidade da comu-
nicação interpessoal ao longo de processos produtivos, atra-
vés da aplicação do Modelo de Medição da Comunicação
Objetivos específicos
Os objetivos complementares deste trabalho são:
· aplicar o Modelo de Medição da Comunicação em diferentes
casos da indústria de manufatura via pesquisa-ação;
· propor melhorias para os sistemas de produção em estudo;
· aprimora o Modelo de Medição da Comunicação na sua
escala de avaliação qualitativa.
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CÓdiGo 31 • V.1 • n.2 • p.7-22 • Jul./ dez. 20 23
GES TÃO DO CO NHECIMEN TO E SOFT S YSTEM S METHODO LOGY NAS P ESQUIS AS BRAS ILEIRAS DISPONÍVEI S NA
BDTD: ANÁL ISE INTEG RATIVA A PARTIR DO PROBLEMA , OBJET IVOS E REF ERENCI AL TEÓRI CO
Pesquisa - Ano Referencial teórico (GC e SSM) Pergunta de pesquisa e objetivos.
F – Modelo
de criação de
espaço de espa-
ços de colabora-
ção em Parcerias
Público-Privado
– PPP por meio
de Comunidade
de Prática – CoP
Ano: 2008
CHECKLAND, P., 1999 - (SSM)
CHOO, C. W., 2003 - (GC)
DAVENPORT, T. H.; PRUSAK,
L., 1998 - (GC)
NONAKA, I.; KONNO, N., 1998
- (GC)
NONAKA, I.; TAKEUCHI, H.,
1997 - (GC)
WENGER, E., 1998 - (GC)
WENGER, E.; McDERMOTT, R.;
SNYDER, W. M., 2002 - (GC)
WENGER, E.; SNYDER, W.,
2004 - (GC)
Pergunta e pesquisa:
Como criar espaços de colaboração por meio de CoP entre
atores sociais de um empreendimento com uma interação
público-privada, para obtenção de sinergias produtivas pelo
adequado compartilhamento de conhecimentos gerenciais?
Objetivo geral:
Conceber um modelo de criação de espaços de colaboração
entre parceiros de um empreendimento com interação públi-
co-privada por meio do fomento à formação de estruturas
sociais do tipo Comunidade de Prática – CoP, com vistas a
obter ganhos sinérgicos em termos de produtividade e com-
petitividade para a interorganização de PPP.
Objetivos específicos:
a) identificar os pontos de convergência e divergência entre
os parceiros públicos e privados para o compartilhamento de
conhecimentos gerenciais;
b) estabelecer critérios para obtenção de colaboração que
proporcione um efeito sinérgico por meio de um processo de
aprendizado interorganizacional entre os parceiros públicos
e privados;
c) identificar procedimentos de gestão estratégica do conhe-
cimento baseados no fomento de CoP que contribuam para
o aumento da sinergia organizacional do empreendimento
público-privado por meio da criação dos espaços de colabo-
ração para o compartilhamento de conhecimentos gerenciais
entre os atores sociais públicos e privados;
d) verificar a aplicabilidade do modelo de gestão do conheci-
mento e da mudança organizacional que vise o aumento da
colaboração e da sinergia em empreendimentos de parceria
público-privada.
Fonte: Os autores (2023)
Apenas 6 (seis) trabalhos foram selecionados
para leitura de síntese, o que representou 20%
(vinte por cento) do total recuperado. Apenas
um arquivo não estava disponível para leitura. Foi
enviado mensagem requisitando acesso, por meio
de formulário eletrônico
3
, mas até o momento da
redação deste artigo, nos meses de maio e junho,
não foi obtida resposta.
Os autores selecionados para análise da teo-
ria de GC foram os autores unanimemente con-
templados nessas produções
stricto sensu
. Os
autores são: Davenport, Nonaka, Prusak e Takeu-
chi. Para a SSM, o autor é Checkland. E todos
3 Disponível em: https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/feedback. Acesso em: 07 ago. 2023.
foram mencionados e considerados com ou sem
coautoria.
Em virtude de necessidade percebida, carac-
terística de estudos exploratórios, foram também
analisadas outras autorias (teorias), na seção refe-
rente ao “Referencial Teórico”, tendo-se como
parâmetro de escolha para leitura o uso do que foi
identificado como fundamentação-base do tema
central de cada trabalho. Percebeu-se necessidade
de leitura rápida em outras seções para melhor
análise e entendimento para a formulação dos
resultados desta pesquisa.
Adri Ane MAr tins Beir Auti e el der lopes B ArBoz A
18
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5 DISCUSSÃO
A análise dos dados das categorias objetivou
verificar se havia, de forma explícita ou não,
menção ao objeto desta pesquisa que é a rela
-
ção entre a GC e a SSM, de que forma se fez esta
relação e que teorias refletia, segundo levanta-
mento dos autores.
Após a leitura, verificou-se que, entre as 6
(seis) produções acadêmicas, apenas a pesquisa
E não fez menção explícita à GC e nem à SSM na
pergunta e nos objetivos.
Já a pesquisa A informa explicitamente a GC e
a SSM, relacionando a SSM como uma ferramenta
para aquisição de conhecimento. Também informa
o conceito de “Repositório do Conhecimento”, que
é uma das ferramentas de GC e, no que se refere
à SSM, como ferramenta para registro dos passos
da modelagem conceitual de um programa para
simulação de eventos discretos, de forma estrutu-
rada. Neste trabalho, aos autores Lehaney e Paul,
Kotiadis e Robinson também são atribuídas funda-
ções teóricas da SSM como método para aquisição
de conhecimento em sistemas de simulação.
Davenport e Prusak são mencionados para o
conceito de GC como processo de coleta, arma-
zenamento, manutenção, entrega e criação de
conhecimento e para o conceito de conhecimento
como experiência e
insight
, de origem na mente
das pessoas e organizacionalmente presente em
repositórios, rotinas etc. (Davenport; Prusak, 1998).
O pesquisador (pesquisa A) fundamenta-se
também em Kuniyoshi e Aparecido, destacando
a aquisição de conhecimento, o mapeamento de
processos e o repositório de documento, como
técnicas de GC. E, traz a relação entre GC e SSM ao
mencionar que na fase de modelagem conceitual,
a SSM é utilizada como ferramenta para adqui-
rir conhecimento, mencionando a socialização e
externalização da Espiral do Conhecimento de
Nonaka e Takeuchi.
Na pesquisa B, o objetivo geral e os específi-
cos explicitaram a GC como ferramenta de gestão,
mas não mencionaram a SSM. Também utilizou a
mesma definição de conhecimento da pesquisa
A: segundo Davenport e Prusak (1998), e a Espiral
do Conhecimento de Nonaka Takeuchi, no entanto,
o pesquisador utilizou o modelo de GC de Terra
como base por apresentar diferentes visões orga-
nizacionais considerando a pertinência à proposta
da SSM: abordagem sistêmica. Também mencio-
nou a aprendizagem.
A pesquisa C menciona GC e SSM e seu relacio-
namento se apresenta de forma explícita e implici-
tamente, por meio da ligação entre as duas pergun-
tas de pesquisa com o objetivo geral e os objetivos
específicos c) e d). Para além disso, o pesquisador
afirma que o processo de criação, armazenamento
e distribuição do conhecimento pode ser identifi-
cado por meio da execução da SSM, explicitando
a relação da GC e da SSM e ainda afirma que a
metodologia proporcionou explicitação da evolução
do modelo PCI, o qual foi utilizado para a GC.
Neste trabalho, Davenport é mencionado em
trecho que trata do conceito de processo. Em
coautoria com Prusak, trata de conhecimento
tácito, aprendizagem, conhecimento como van-
tagem competitiva e da relação humano-máquina,
na GC.
De Nonaka e Takeuchi foram utilizados os con
-
teúdos referentes aos tipos de conhecimento, à
Espiral do Conhecimento, aos processos de con-
versão e às cinco fases de criação do conheci-
mento em uma organização. No entanto, a teoria
de Gray foi utilizada como base por ofertar um
modelo de GC que trata desde a etapa de criação
até a preservação e a distribuição de conheci-
mento, agregando-se à solução de problemas – o
19
CÓdiGo 31 • V.1 • n.2 • p.7-22 • Jul./ dez. 20 23
GES TÃO DO CO NHECIMEN TO E SOFT S YSTEM S METHODO LOGY NAS P ESQUIS AS BRAS ILEIRAS DISPONÍVEI S NA
BDTD: ANÁL ISE INTEG RATIVA A PARTIR DO PROBLEMA , OBJET IVOS E REF ERENCI AL TEÓRI CO
que é o ponto diferencial deste modelo e sob o
qual vê-se relação com a SSM.
Juntamente à Checkland, Platt e Warick foram
referenciados para a SSM, sendo esses dois auto-
res os que, pelo autor da pesquisa C, se extraiu a
relação da SSM com a GC, ao afirmar que a meto-
dologia para solução de problemas não estrutura-
dos e com objetivos obscuros, existindo diferentes
visões sobre os mesmo, vindo ao encontro do que
faz parte na teoria da GC: considerar várias pers-
pectivas na criação, compartilhamento e armaze-
nagem do conhecimento.
A pesquisa D menciona explicitamente a GC e
SSM e a relação entre esses dois assuntos pode ser
identificada nos três últimos objetivos específicos
(vide Quadro 3).
Nesse trabalho, a SSM não foi o método, mas,
sim, a metodologia; o que levou a relacionar alguns
conceitos próprios dela com os que envolvem a GC,
como clima (SSM) e cultura organizacional (GC).
E segundo a pesquisadora, a SSM organiza uma
sequência lógica e propõe modelo conceitual, o
qual expressa as inter-relações de fluxos infor-
macionais e aspectos políticos.
A Davenport, deveu-se o conceito da tríade
dado, informação e conhecimento e a abordagem
ao holismo – fluxos de informação – no ambiente
organizacional e ao comportamento informacio-
nal. A tríade também se abasteceu da teoria de
Pérez-Montoro Gutiérrez.
Em relação à criação, necessidade, uso, dimen-
sões, tipos e mercado, de informação as teorias de
Choo, Davenport, Nonaka, Pérez-Montoro Gutiér-
rez, Prusak e Tackeuchi tiveram destaque.
Para além de Checkland, Bellini
et al.
foram
contemplados trazendo a relação da GC e a SSM
por acomodar múltiplas visões e interesses, apren-
dizado e ocupar-se da geração de conhecimento.
O trabalho F não menciona explicitamente nem
GC, nem SSM, mas referindo-se às Comunidades
de Prática (CoP), é nítido que se trata de GC.
Considerou a SSM uma ferramenta estabiliza-
dora para a concepção de CoP no que tange às
diferenças de culturas entre os membros des-
sas comunidades. Wenger é autor cuja teoria
foi norteadora para tratar de CoP, juntamente a
Nonaka e Takeuchi, sendo que a estes e a Kono
deveu-se a teoria sobre
Ba
, complementando o
tema CoP. Também a partir de Nona e Takeuchi
foi abordada a teoria de criação e de conversão
do conhecimento. Somando-se a esses dois,
Davenport e Prusak foram contemplados nas
abordagens sobre conhecimento organizacional
e seu compartilhamento.
A relação da SSM com a GC foi expressa por
meio da junção de elementos humanos sociais a
estruturais, materiais, e da aprendizagem organi-
zacional, representando elementos comuns em
ambos os temas.
Em relação ao trabalho E, a relação entre SSM e
GC se mostrou, de forma indireta, no processo de
atividades humanas como elemento em comum
entre a SSM e a comunicação interpessoal, a qual
pode ser informal ou formal, o que impacta no
processo de conhecimento.
Checkland foi a base para SSM, já para GC,
Nonaka e Takeuchi estiveram presente por meio
dos tipos de conhecimento, dos modos de conver-
são do conhecimento, da Espiral do Conhecimento
e conceito de conhecimento, para o qual também
referenciou Davenport e Prusak. Ainda, para des-
tes, conteúdo sobre comunicação e práticas de GC.
O relacionamento da SSM com a GG foi mais
facilmente percebido nas pesquisas em que a SSM
foi a metodologia ou em que não houve uso de
outros métodos, sendo estes os casos das pes-
quisas B, C e E, conforme pode-se confirmar a
Adri Ane MAr tins Beir Auti e el der lopes B ArBoz A
20
CÓdiGo 31 • V.1 • n.2 • p.7-22 • Jul./ dez. 20 23
partir do título e/ou da pergunta e objetivos (qua-
dro 3). Ainda assim, em razão da similaridade no
emprego das teorias de GC, essa correspondência
transcende a referência aos autores primordiais.
A convergência também se manifesta na essên-
cia teórica compartilhada, especialmente no que
diz respeito à formulação do conceito de “conhe-
cimento”, conforme preconizado por Davenport
e Prusak. Essa coadunação é tão distinta que se
encontra explicitamente expressa nas pesquisas
em questão. Consequentemente, a análise das
produções acadêmicas rigorosamente delimita-
das ratificou a pertinência da abordagem conjunta
da SSM e GC.
6 CONCLUSÃO
Esta pesquisa procurou apresentar as pesqui-
sas brasileiras disponíveis na BDTD que relacionam
GC e SSM, a partir da pergunta de pesquisa, dos
objetivos e do referencial teórico sobre esses dois
temas, por elas utilizadas.
Para atingir os objetivos do presente trabalho,
notou-se a necessidade de leitura em alguns tre-
chos da seção relacionada à conclusão e aos resul-
tados. Entretanto, a condução de uma avaliação
precisa se mostrou desafiadora devido à neces-
sidade de realizar uma pesquisa paralela sobre
abordagens metodológicas adicionais empregadas
em algumas dessas produções.
Notou-se presença unânime das teorias de
criação, tipos, conversão e Espiral do Conheci-
mento, cuja nascente se encontra em Nonaka e
Takeuchi. E a adoção também unânime do con-
ceito de conhecimento e conhecimento organiza-
cional, de Davenport e Prusak. Essa unanimidade
encontra fundamento no fato de serem os autores
das escolas seminais da GC.
Contatou-se que outras teorias, desenvolvidas
a partir das escolas supramencionadas, foram uti-
lizadas e justificaram ou transpareceram a relação
entre a SSM e a GC.
Diante dessas análises, foi possível verificar que
nem todos os trabalhos mencionaram, explicita
ou implicitamente, alguma relação entre a SSM
e a GC, por meio da pergunta de pesquisa ou dos
objetivos. Mas foi possível verificar, no referencial
teórico e durante leitura em vários trechos dos
trabalhos, que houve relação, tanto quando a SSM
foi utilizada como metodologia ou método.
Conclui-se que essas produções
stricto sensu
apresentaram, unanimamente e explicitamente ou
não explicitamente, a relação da GC e da SSM, a qual
transpareceu na ênfase dada aos benefícios da SSM
enquanto método para aquisição de conhecimento,
para organização de informações e conhecimento,
na medida em que oferece fluxo estruturado para
concepção de ideias, cenários e ações, de modo que
possibilita registro em linguagem estabelecida por
quem participa, também proporcionando meio de
socializar, registrar e trabalhar, organizadamente,
as diversas visões de mundo. Para além disso, outro
estreitamento também foi verificado entre a GC
e a SSM: ambas a disciplinas tratam de pessoas,
tecnologias e processos.
Diante desse cenário, prevê-se pesquisa sobre
a relação e entre GC e SSM com uma amostra dife-
rente e maior, em outras bases de dados, além
de estudos teóricos para explorar tal relação e,
em especial, as possibilidades de uso da SSM, de
modo a contribuir com a compreensão e aplicação
desses temas em prol das diversas demandas, que
envolvem, por exemplo, a criação, a explicitação
do conhecimento e a aprendizagem, existentes no
contexto organizacional.
21
CÓdiGo 31 • V.1 • n.2 • p.7-22 • Jul./ dez. 20 23
GES TÃO DO CO NHECIMEN TO E SOFT S YSTEM S METHODO LOGY NAS P ESQUIS AS BRAS ILEIRAS DISPONÍVEI S NA
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CÓdiGo 31 • V.1 • n.2 • p.7-22 • Jul./ dez. 20 23
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Esta pesquisa qualitativa foi realizada com o objetivo de analisar a abordagem dos elementos “pessoas, processos e tecnologia” nos estudos acadêmicos de Gestão do conhecimento (GC). A partir de uma revisão integrativa da literatura, foram analisados estudos relacionados na base de dados Scopus, identificados por abordarem, concomitantemente, GC e os três elementos. Partiu-se do pressuposto que a presença dos elementos “pessoas, processos e tecnologia”, identificada em publicações oriundas de GC e, também, em distintas áreas de pesquisas, sinaliza a sinergia interdisciplinar necessária para a abordagem das complexas questões organizacionais. A pesquisa identificou um conjunto de 70 publicações contendo, concomitantemente, GC e os três elementos. Utilizando diversos filtros, foi identificado um subconjunto de nove publicações para leitura integral e síntese. A análise das publicações permitiu identificar três diferentes categorias de estudos abordando a relação entre os construtos. A pesquisa permitiu as seguintes considerações: (1) os três elementos são, recorrentemente, mencionados nos estudos de GC, sem o aprofundamento que contribuiria para a sinergia entres os distintos saberes que caracterizam os processos de gestão organizacional; e (2) o amadurecimento e consolidação de GC como disciplina, permanecem dependentes da superação da abordagem fragmentada das questões organizacionais.
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Since its origins, the discipline of knowledge management has had a unique evolution: going strong at first, followed by solid development, but currently falling into languid stagnation. In this paper we analyze this trajectory by describing the founding context of the discipline and reviewing its evolution using two indicators, the heightened interest in recent decades and the annual scientific production (monographs and articles in indexed journals). Finally, the ecosystem of university training that is focused on knowledge management is described.
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As diferentes formas de revisão da literatura baseiam-se desde a revisão bibliográfica tradicional (revisão narrativa), até o uso de mecanismos e metodologias, utilizados nos campos da saúde e educação por pesquisadores para descrever o estado da arte de um tema, chamado de revisão bibliográfica sistemática. O objetivo deste artigo é discutir o processo de revisão da literatura nos estudos organizacionais, trazendo para esse escopo metodologias de revisão da literatura de outras áreas do saber, como por exemplo, a revisão bibliográfica sistemática. Como metodologia adotada o estudo discute o método da revisão integrativa, pertecente a revisão bibliográfica sistemática. Os resultados da pesquisa mostram que a revisão integrativa, permite ao pesquisador aproximar-se da problemática que deseja apreciar, traçando um panorama sobre a sua produção científica, de forma que o pesquisador possa conhecer a evolução do tema ao longo do tempo e, com isso, visualizar possíveis oportunidades de pesquisa nos estudos organizacionais.
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Apresenta-se os conceitos presentes na literatura brasileira sobre gestão do conhecimento e seus elementos constitutivos. A literatura internacional oferece uma quantidade significativa de textos que abordam as concepções, conceitos e definições sobre gestão do conhecimento, contudo, este artigo enfoca apenas a literatura produzida por pesquisadores brasileiros, publicada em periódicos nacionais, no intuito de conhecer o estado da arte sobre gestão do conhecimento e observar a evolução do conceito ao longo do tempo no País. Como procedimentos metodológicos, definiu-se a Revisão Sistemática de Literatura, aplicando-se um protocolo de pesquisa, de maneira a atender o rigor científico para a coleta e a análise dos dados. A partir da análise dos textos recuperados foi possível conhecer os conceitos atribuídos para gestão do conhecimento, bem como os elementos constitutivos mais significativos na visão dos pesquisadores brasileiros. Palavras-chave: Gestão do conhecimento. Conceitos. Compartilhamento de conhecimento. Revisão Sistemática da Literatura. Brasil. Apresenta-se os conceitos presentes na literatura brasileira sobre gestão do conhecimento e seus elementos constitutivos. A literatura internacional oferece uma quantidade significativa de textos que abordam as concepções, conceitos e definições sobre gestão do conhecimento, contudo, este artigo enfoca apenas a literatura produzida por pesquisadores brasileiros, publicada em periódicos nacionais, no intuito de conhecer o estado da arte sobre gestão do conhecimento e observar a evolução do conceito ao longo do tempo no País. Como procedimentos metodológicos, definiu-se a Revisão Sistemática de Literatura, aplicando-se um protocolo de pesquisa, de maneira a atender o rigor científico para a coleta e a análise dos dados. A partir da análise dos textos recuperados foi possível conhecer os conceitos atribuídos para gestão do conhecimento, bem como os elementos constitutivos mais significativos na visão dos pesquisadores brasileiros. Palavras-chave: Gestão do conhecimento. Conceitos. Compartilhamento de conhecimento. Revisão Sistemática da Literatura. Brasil.
Organizações do Conhecimento -Infra-estrutura
  • M T Angeloni
ANGELONI, M. T. Organizações do Conhecimento -Infra-estrutura, Pessoas e Tecnologia, 2. Ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2008. E-book. ISBN 9788502125094. Disponível em: http s:
Estratégias para a criação do conhecimento na perspectiva da engenharia do conhecimento: uma revisão de escopo. E-Tech: Tecnologias para Competitividade Industrial, Florianópolis
  • C A R Canto
  • L De
CANTO, C. A. R. De L. et al. Estratégias para a criação do conhecimento na perspectiva da engenharia do conhecimento: uma revisão de escopo. E-Tech: Tecnologias para Competitividade Industrial, Florianópolis, v. 14 n. 2, p. 7-22, 2021. DOI: http s: / / doi. org/ 1 0. 1 8 6 2 4 / etech. v1 4 i2. 1 1 8 9. Acesso em: 1 6 mai. 2 0 2 3.
Learning for Action: A short definitive account of Soft Systems Methodology and its use for Practitioners, Teachers and Students
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CHECKLAND, P., POULTER, J. Learning for Action: A short definitive account of Soft Systems Methodology and its use for Practitioners, Teachers and Students. Chinchester: John Wiley & Sons, Ltd, 2006.
Revisão Integrativa versus Revisão Sistemática
  • F F Ercole
  • L S Melo
  • De
  • C L G Alcoforado
ERCOLE, F. F.; MELO, L. S. de, ALCOFORADO, C. L. G. C. Revisão Integrativa versus Revisão Sistemática. REME-Rev Min Enferm., Belo Horizonte, v. 18, n. 1, p. 09-11, jan./mar. 2014. DOI: http : / / dx.
Estrutura organizacional: uma abordagem para resultados e competitividade, 3
  • D P R Oliveira
OLIVEIRA, D. P. R. Estrutura organizacional: uma abordagem para resultados e competitividade, 3. ed. São Paulo: Grupo GEN, 2014. E-book. ISBN 9788522485888. Disponível em: http s:
On Pter B. Checkland, Systems Thinking, Systems Practice -A 30 year Retrospective
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STOWELL, F. Soft, Not Vague: On Pter B. Checkland, Systems Thinking, Systems Practice -A 30 year Retrospective (1981/1999). In: BAECKER, D. (Ed.)