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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE DENTES PERMANENTES ARTIFICIAIS UTILIZADOS PARA TREINAMENTO ENDODÔNTICO PRÉ-CLÍNICO

Authors:

Abstract

As disciplinas pré-clínicas realizadas no curso de Odontologia representam um importante estágio prévio de aprendizagem e treinamento, permitindo que os alunos adquiram habilidades manuais essenciais para o atendimento clínico de pacientes. Por muito tempo a única alternativa que os alunos tinham para treinar esse tipo de tratamento era com dentes naturais extraídos. Entretanto, a dificuldade de obtenção tem aumentado, uma vez que os indivíduos, com o advento da odontologia preventiva, estão cada vez perdendo menos os dentes. Como alternativa para prática pré-clínica em dentes humanos, os dentes artificias surgiram como uma ferramenta de substituí-los. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade de duas marcas de dentes permanentes artificiais fabricados para uso em atividades laboratoriais de endodontia. O presente estudo apresentou caráter observacional, quantitativo, descritivo, in vitro. Assim, foram utilizados 20 dentes artificiais da marca IM do Brasil Ltda. e 20 dentes artificiais da marca Like Real (cinco de cada grupo dental). Foram avaliados critérios de semelhança anatômica, que foram comparados aos dentes humanos extraídos. Estes critérios foram: morfologia interna e externa dos dentes, acesso aos canais radiculares e localização topográfica do forame apical. Os dentes dos dois grupos não apresentaram pelo menos uma dimensão diferente, como acontece com os dentes humanos. Em relação ao comportamento da localização do forame apical, a marca Like Real leva menor desvantagem, pois no interior dos dentes existe um material de cera que prende ainda mais a lima na posição central do forame. Em contrapartida o grupo IM Brasil mostrou uma tendência do forame apical se comportar na posição de vértice. Com isso, conclui-se que ainda que sejam necessárias melhorias nas duas marcas comerciais, a marca IM do Brasil parece ser mais bem indicada para o ensino da prática endodôntica.
Revista Multidisciplinar do Nordeste Mineiro, v.09,2024
ISSN 2178-6925
1
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE DENTES PERMANENTES ARTIFICIAIS
UTILIZADOS PARA TREINAMENTO ENDODÔNTICO PRÉ-CLÍNICO
QUALITY ASSESSMENT OF ARTIFICIAL PERMANENT TEETH USED FOR
PRE-CLINICAL ENDODONTIC TRAINING
Izaura Silva Callou,
Graduanda do Curso de Odontologia da Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG); Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR); Unidade Acadêmica de
Ciências Biológicas (UACB). 58708-110. Patos, Paraíba, Brasil. E-mail:
isauracallou@gmail.com
Catarina Lavor Pires
Graduanda do Curso de Odontologia da Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG); Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR); Unidade Acadêmica de
Ciências Biológicas (UACB). 58708-110. Patos, Paraíba, Brasil. E-mail:
catilavor@gmail.com
Ana Paula de Oliveira Soares,
Graduanda do Curso de Odontologia da Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG); Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR); Unidade Acadêmica de
Ciências Biológicas (UACB). 58708-110. Patos, Paraíba, Brasil. E-mail:
anapaula.soares0821@gmail.com
Antônia Érika Fernandes Ferreira,
Graduada eme Odontologia pela Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG); Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR); Unidade Acadêmica de
Ciências Biológicas (UACB). 58708-110. Patos, Paraíba, Brasil. E-mail:
erikafferreira568@gmail.com
Tássia Cristina de Almeida Pinto Sarmento,
Professora Doutora, do Curso de Odontologia da Universidade Federal de Campina
Grande (UFCG); Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR); Unidade Acadêmica
de Ciências Biológicas (UACB). 58708-110. Patos, Paraíba, Brasil. E-mail:
tassiapinto@yahoo.com.br
Resumo
As disciplinas pré-clínicas realizadas no curso de Odontologia representam um importante estágio
prévio de aprendizagem e treinamento, permitindo que os alunos adquiram habilidades manuais
essenciais para o atendimento clínico de pacientes. Por muito tempo a única alternativa que os
alunos tinham para treinar esse tipo de tratamento era com dentes naturais extraídos. Entretanto, a
dificuldade de obtenção tem aumentado, uma vez que os indivíduos, com o advento da odontologia
preventiva, estão cada vez perdendo menos os dentes. Como alternativa para prática pré-clínica em
dentes humanos, os dentes artificias surgiram como uma ferramenta de substituí-los. Dessa forma,
o objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade de duas marcas de dentes permanentes artificiais
fabricados para uso em atividades laboratoriais de endodontia. O presente estudo apresentou
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caráter observacional, quantitativo, descritivo, in vitro. Assim, foram utilizados 20 dentes artificiais da
marca IM do Brasil Ltda. e 20 dentes artificiais da marca Like Real (cinco de cada grupo dental).
Foram avaliados critérios de semelhança anatômica, que foram comparados aos dentes humanos
extraídos. Estes critérios foram: morfologia interna e externa dos dentes, acesso aos canais
radiculares e localização topográfica do forame apical. Os dentes dos dois grupos não
apresentaram pelo menos uma dimensão diferente, como acontece com os dentes humanos. Em
relação ao comportamento da localização do forame apical, a marca Like Real leva menor
desvantagem, pois no interior dos dentes existe um material de cera que prende ainda mais a lima
na posição central do forame. Em contrapartida o grupo IM Brasil mostrou uma tendência do forame
apical se comportar na posição de vértice. Com isso, conclui-se que ainda que sejam necessárias
melhorias nas duas marcas comerciais, a marca IM do Brasil parece ser mais bem indicada para o
ensino da prática endodôntica.
Palavras-chaves: Cavidade Pulpar; Endodontia; Laboratório.
Abstract
The pre-clinical disciplines carried out in the dentistry course represent an important prior learning
and training stage, allowing students to acquire manual skills that are essential for the clinical care of
patients. For a long time, the only alternative students had for practicing this type of treatment was
with extracted natural teeth. However, obtaining these teeth is becoming increasingly difficult, as
individuals are losing fewer teeth with the advent of preventive dentistry. As an alternative to pre-
clinical practice on human teeth, artificial teeth have emerged as a tool to replace them. The aim of
this study was to evaluate the quality of two brands of artificial permanent teeth manufactured for use
in endodontic laboratory activities. This was an observational, quantitative, descriptive, in vitro study.
Thus, 20 artificial teeth from the IM do Brasil Ltda. brand and 20 artificial teeth from the Like Real
brand were used (five from each dental group). stage and compared to extracted human teeth.
These criteria were: internal and external morphology of the teeth, feeling of “falling into the void”,
access to the root canals and topographical location of the apical foramen. The teeth in the two
groups did not show at least one dimension different from what is found in the literature, the teeth in
the two groups did not show the sensation of falling into the void, in all the elements analyzed, but in
the IM do Brasil brand the sensation was more noticeable than in the Like Real brand, indicating that
the internal anatomy was copied more faithfully, in relation to the behavior of the location of the
apical foramen, brand A has a smaller disadvantage, because inside the teeth there is a wax
material that holds the file even more in the central position of the foramen. Group B, on the other
hand, showed a tendency for the apical foramen to behave in the apex position. With this, we
conclude that although improvements are needed in both commercial brands, the IM do Brasil brand
seems to be better suited to teaching endodontic practice.
Keywords: Pulp cavity; Endodontics; Laboratory.
1. Introdão
O período pré-clínico no curso de odontologia é bastante importante para o
aprendizado dos alunos, pois durante essa etapa laboratorial, eles desenvolvem
habilidades manuais que devem serem levadas para sua vivência clínica com
pacientes (Weschenfelder et al., 2019).
No treinamento pré-clínico, observam-se as características anatômicas de
cada dente a ser trabalhado. Durante a instrumentação, a remoção de teto da
câmara pulpar, a visualização da polpa e a confecção do batente apical, são
etapas imprescindíveis para um tratamento satisfatório (Weschenfelder et al.,
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2019).
Por muito tempo a única alternativa que os alunos tinham para treinar
tratamentos endodônticos era com dentes naturais extraídos, porém com o
crescente aumento das infecções cruzadas e das dificuldades de encontrar uma
estrutura íntegra para a realização dessas práticas laboratoriais, os dentes
artificias surgiram como uma ferramenta de substituí-los (Gabardo et al., 2009).
Esses dentes são encontrados nos mercados odontológicos em materiais
resinosos e em acrílico de diferentes marcas. Apesar das semelhanças entre os
dentes artificiais com os naturais, é necessária muita cautela durante o seu
manuseio. As principais diferenças possíveis de se verificar correspondem as
características anatômicas internas (Mohammadi; Dummer, 2011).
Poucos são os estudos acerca da avaliação da semelhança de dentes
artificiais com os dentes naturais extraídos, deste modo esta pesquisa representa
um avanço da temática e contribui para o desenvolvimento de futuros trabalhos.
Além disso, revelará se é possível trabalhar com segurança nestes dentes
artificiais, por meio das comparações com os dentes humanos extraídos,
apresentando a melhor opção de escolha para os alunos.
2. Revisão da Literatura
O uso de dentes artificiais emergiu como uma solução para os desafios de
biossegurança associados ao manejo de dentes naturais. Essa preocupação é
especialmente relevante, uma vez que, geralmente, os estudantes, que o os
responsáveis pelo manuseio dos materiais de trabalho, não realizam o manejo
adequado, nem a devida desinfecção dos dentes naturais, aumentando assim o
risco de infecções cruzadas (Lopes; Siqueira-Júnior, 2020).
Outra situação, relaciona-se com os aspetos éticos e legais para obtenção
dos dentes humanos bem como uma preocupação de exposição de pacientes
vulneráveis a extrações desnecessárias caso os dentes extraídos recebam grande
valorização no ensino odontológico. Sendo assim, o uso de dentes produzidos
pelas industrias traz inúmeros benefícios na utilização de práticas laboratoriais
(Mendes et al., 2020).
As disciplinas pré-clínicas realizadas no curso de Odontologia representam
um importante estágio prévio de aprendizagem e treinamento, permitindo que os
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alunos adquiram habilidades manuais essenciais para o atendimento clínico de
pacientes (Weschenfelder et al., 2019).
Modelos confeccionados a base de resina têm buscado atender às
necessidades do ensino em Odontologia. As atividades pré-clínicas compreendem
simulações de condições reais e são preparatórias para as atividades clínicas
(Lopes; Siqueira-Júnior, 2020).
2.1 Período pré-clínico na endodontia
A área específica de Endodontia, no âmbito de pré-clínica, trabalha
conteúdos iniciais para a preparação do aluno. Incluem, na atividade teórica,
técnicas de preparo e obturação e condutas a serem realizadas para um tratamento
eficaz (Lopes; Siqueira-Júnior, 2020).
nas atividades práticas, são ensinadas as técnicas propriamente ditas,
incluindo formas de abertura dos dentes, área de acesso ao canal radicular,
preparo químico e mecânico, etapa da irrigação, assim como obturação e
selamento. É na pré-clínica, também, que o estudante tem contato com os
instrumentos utilizados, como limas e brocas específicas para a Endodontia (Fabra-
Campos et al., 1989).
Os fundamentos teóricos e práticos na endodontia são importantes para a
realização de um tratamento satisfatório e duradouro. No laboratório os dentes
artificiais simulam as características semelhantes aos dentes reais. Entretanto,
pouco se sabe a respeito da qualidade dos dentes artificiais fornecidos pela
indústria odontológica brasileira (Giongo; Gaona; Victorino, 2016).
2.2 Características morfológicas internas dos dentes
A morfologia dentária apresenta características variáveis, revelando que a
configuração dos canais não é apenas um espaço tubular único e sim um complexo
sistema apresentando canais acessórios, secundários, laterais e comunicações
(Paludetto, 2022).
A câmara pulpar constitui a parte mais volumosa. Quando se fala dos
incisivos, esses dentes possuem em sua maioria um canal, a câmara pulpar
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apresenta faces: mesial, distal, vestibular, lingual/palatina e incisal. Nos casos de
pré-molares e molares portadores de um canal, a câmara pulpar tem cinco faces:
mesial, distal, vestibular, lingual/palatina e oclusal. Quando esses dentes
apresentam mais de um canal, a câmara pulpar possui, além das faces referidas, o
assoalho (Roldi et al., 2010).
2.3 Comparação entre dentes artificias e naturais
Uma revisão sistemática da literatura buscou comparar os resultados
educacionais que poderiam ser alcançados com o uso de dentes artificiais versus
dentes extraídos, especificamente para treinamento endodôntico pré-clínico
(Decurcio, 2019). Foram incluídos apenas cinco estudos que totalizaram a
avaliação de 359 operadores, sendo 349 (97%) estudantes de graduação e 10 (3%)
endodontistas. Em relação aos resultados técnicos, não foram encontradas
diferenças significativas entre o treinamento com dentes artificiais e dentes
extraídos, mas o desempenho tendeu a ser melhor nos dentes artificiais.
Os dentes artificiais produzidos com resina- que reproduzem as
características anatômicas de dentes naturais, espera-se encontrar características
como padronização, radiopacidade, bem como a ausência de risco de infecção
cruzada. Dessa forma, os alunos poderiam treinar diante de diferentes cenários
quantas vezes fossem necessárias para seu aprendizado, adquirindo as
habilidades manuais e de interpretação radiográfica necessárias à sua formação,
além de serem avaliados de maneira padronizada e validada, devido à
uniformidade dos dentes artificiais, o que garante condições bastante similares
durante o ensino da técnica (LUZ, D. dos S. et al., 2015).
3. Metodologia
3.1 Classificação da pesquisa
O presente estudo apresenta caráter observacional, quantitativo, descritivo,
in vitro para avaliação da qualidade de dentes permanentes artificiais, para
treinamento endodôntico pré-clínico.
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3.2 Cálculo amostral
Com o intuito de identificar uma diferença de1,5 unidade de desvio padrão
entre as médias das medidas observadas nos grupos, a uma confiança estatística
de 90% e 10% de significância, calculou-se a necessidade de cinco dentes por
grupo (Incisivos, Caninos, Pré-molares e Molares). Assim, foram utilizados 20
dentes da marca IM do Brasil (Grupo A) e 20 dentes da marca Like Real (Grupo B).
3.3 Obtenção dos dados
Para análise minuciosa dos dentes artificiais e posterior comparação com a
qualidade de utilização destes na prática pré-clínica, foram realizadas neste estudo
avaliação da morfologia externa, da morfologia interna, e a comparação dos dados
obtidos com os dentes humanos.
Para avaliação da morfologia externa, foram medidos o comprimento total do
dente e as dimensões vestibulopalatina (VP) e mesiodistal (MD) da coroa, com
ajuda de uma régua e um compasso de ponta seca. As aferições foram realizadas
nos pontos mais proeminentes das faces, sendo tomadas em triplicata, em três dias
diferentes, pelo mesmo avaliador (Mendes et al., 2020).
Para avaliação da morfologia dental interna foi realizado acesso à câmara
pulpar. Esta etapa foi realizada com as brocas esféricas diamantadas, em alta
rotação números, 1013 ou 1014, sob refrigeração. A forma de contorno foi
executada com broca Endo Z ou broca diamantada tronco-cônica, número 3081 ou
3195, em alta rotação, sob refrigeração. Posteriormente, foi realizada irrigação com
solução de hipoclorito de sódio a 2,5%, utilizando-se uma seringa plástica de 10
mL. Após a cirurgia de acesso foi realizada a avaliação da anatomia interna com o
auxílio de uma lupa (3,5 vezes de aumento), seguindo o protocolo de coleta de
dados adotado no estudo de Mendes et al. (2020).
Dando prosseguimento à investigação morfológica interna, foi executada a
localização dos canais radiculares, utilizando-se instrumentos endodônticos tipo K
#15. Após o acesso e localização dos canais foi realizada a localização do forame
apical, através da manobra de exploração com o auxílio da lima K #15, até se
atingir visualmente o forame.
Para comparação dos dados obtidos nos dentes artificiais com as
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características verificadas nos dentes humanos, os achados aqui encontrados
foram comparados com os dados apresentados pelo estudo de Kulkarni et al.
(2020).
3.4 Processamento e análise de dados
Os dados obtidos foram tabulados em uma planilha Excel (Microsoft, 2011),
processados e analisados por meio do programa estatístico SPSS versão 20.0.
3. Resultados e Discuso
Os dois grupos estudados, grupo Like Real e IM Brasil, não apresentaram
resultados diferentes em relação as medidas morfométricas, os dentes dos dois
grupos não apresentaram pelo menos uma dimensão diferente, como analisados
no quadro 1 e 2.
Quadro 1 Dimensões dos dentes da marca Like Real (Grupo A).
Dentes
Comprimento total
(cm)
Vestibulopalatino
(cm)
Mesiodistal
(cm)
Incisivo central
25
2
7
Canino
23
1
8
Pré-molar
20
6
6
Molar
MV:22
DV:22
P: 22
10
11
Fonte: Dados da pesquisa (2024).
Quadro 2 Dimensões dos dentes da marca IM Brasil (Grupo B).
Dentes
Comprimento total
(cm)
Vestibulopalatino
(cm)
Incisivo central
25
2
Canino
28
1
Pré-molar
22
6
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8
Molar
MV:25
DV:20
P:20
10
Fonte: Dados da pesquisa (2024).
Segundo Della Serra (1981), os dentes naturais extraídos podem sofrer
variações métricas devido a fatores como idade, sexo, raça, entre outras
características, sendo essas variações mínimas. Em pesquisa realizada por
Levorato et al. (2011), os dentes naturais extraídos apresentaram dimensões
médias para o grupo dos incisivos (23,6 cm), caninos (26,5 cm), p-molares (21,5
cm) e molares (20,5 cm). Ao comparar o presente estudo com o deste autor, notou-
se que as variações dos dentes artificiais são aceitáveis, visto que não fogem da
proporcionalidade dos dentes naturais. Embora, seja válido ressaltar, que as
alterações não podem descaracterizar a morfologia externa dentária e, sim,
respeitar suas dimensões padrões. Desse modo, os dois grupos de fabricantes
devem prezar por uma proporção de medidas pertinente com a literatura científica.
De acordo com Alsudani; Basudan (2016), a câmara pulpar deve repetir a
forma externa do dente, mesmo que em proporções menores. O formato da mesma
é de extrema importância para que seja realizada a abertura coronária. Quando
comparamos seu estudo com o presente estudo, como mostra as tabelas 1 e 2,
nota-se que foi possível visualizar a câmara pulpar no grupo dos molares da
marca Like real e da marca IM Brasil, apenas no grupo dos incisivos.
Tabela 1 Características dos dentes da marca Like Real (Grupo A).
Características
Dentes
Incisivo
N (%)
Canino
N (%)
Pré-molar
N (%)
Molar
N (%)
Sensação de cair no vazio
Ausente
5 (100,0)
5 (100,0)
5 (100,0)
5 (100,0)
Presente
0 (0,0)
0 (0,0)
0 (0,0)
0 (0,0)
Visualização da câmera
Ausente
5 (100,0)
5 (100,0)
5 (100,0)
0 (0,0)
Presente
0 (0,0)
0 (0,0)
0 (0,0)
5 (100,0)
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Visualização do forame apical
Ausente
5 (100,0)
5 (100,0)
5 (100,0)
0 (0,0)
Presente
0 (0,0)
0 (0,0)
0 (0,0)
5 (100,0)
Posição do forame apical
Vértice
5 (100,0)
0 (0,0)
5 (100,0)
0 (0,0)
Mesial
0 (0,0)
0 (0,0)
0 (0,0)
5 (100,0)
Distal
0 (0,0)
5 (100,0)
0 (0,0)
0 (0,0)
Fonte: Dados da pesquisa (2024).
Tabela 2 Características dos dentes da marca IM Brasil (Grupo B).
Características
Dentes
Incisivo
N (%)
Canino
N (%)
Pré-molar
N (%)
Molar
N (%)
Sensação de cair no vazio
Ausente
5 (100,0)
5 (100,0)
5 (100,0)
5 (100,0)
Presente
0 (0,0)
0 (0,0)
0 (0,0)
0 (0,0)
Visualização da câmera
Ausente
5 (100,0)
0 (0,0)
0 (0,0)
0 (0,0)
Presente
0 (0,0)
5 (100,0)
5 (100,0)
5 (100,0)
Visualização do forame apical
Ausente
5 (100,0)
0 (0,0)
0 (0,0)
0 (0,0)
Presente
0 (0,0)
5 (100,0)
5 (100,0)
5 (100,0)
Posição do forame apical
Vértice
5 (100,0)
0 (0,0)
5 (100,0)
0 (0,0)
Mesial
0 (0,0)
0 (0,0)
0 (0,0)
5 (100,0)
Distal
0 (0,0)
5 (100,0)
0 (0,0)
0 (0,0)
Fonte: Dados da pesquisa (2024).
Nas tabelas apresentadas (1 e 2), encontra-se a distribuição, em percentual,
da localização topográfica do forame apical principal dos diferentes grupos de
dentes artificiais, das duas marcas comerciais estudadas. Um estudo de Milano et
al. (1983), demonstra que existe uma tendência do forame apical apresentar-se na
posição distalizada, podendo ainda, dirigir-se para as posições distovestibular e
distolingual, discordando dos resultados apresentados nesse estudo, pelos grupos
A e B. Neste sentido o grupo A leva menor desvantagem, pois no interior dos
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dentes existe um material de cera que prende ainda mais a lima na posição central
do forame. Em contrapartida o grupo B mostrou uma tendência do forame apical se
comportar na posição de vértice.
Segundo Bainy et al. (2019) os dentes artificiais têm sido utilizados para o
ensino do tratamento endodôntico laboratorial, porém, até o momento, não se sabe
como eles se comportam diante dos diferentes procedimentos realizados durante
este tratamento. Com isso, é de extrema importância que sejam realizados testes
das diferentes marcas de dentes artificiais, simulando o tratamento endodôntico e
obtendo resultados quanto a sua utilização. As principais diferenças possíveis de
se verificar correspondem as características anatômicas internas como
visualização da câmara pulpar, localização do forame apical e sensação tátil de
“cair no vazio”, o que dificulta o aprendizado que deverá ser levado para o
ambiente clínico.
Ressalta-se que o tamanho da amostra analisada foi pequeno e estes
resultados devem ser analisados com cautela, recomenda-se que todas as marcas
realizem melhorias, de modo que os próximos modelos sejam mais satisfatórios e
bem aceitos no ensino prático da endodontia.
4. Conclusão
Conclui-se que, referente a morfologia externa não houve diferenças
morfométricas ao analisar as dimensões dos dentes artificiais com os naturais. Em
relação a morfologia interna pôde-se analisar que é necessário melhorias nas
características da visualização da câmara pulpar e da localização do forame
apical, para indicar que a anatomia interna foi copiada mais fielmente, para que os
alunos saibam diferenciar o limite entre o assoalho e a câmara pulpar e sintam-se
seguros na execução da técnica.
Sendo assim, os dentes artificiais das marcas IM do Brasil e Like Real
possuem qualidade favorável para serem utilizados no ensino laboratorial de
endodontia. Entretanto, os da marca IM Brasil são mais indicados para a prática
laboratorial endodôntica. Mesmo assim, recomenda-se que todas as marcas
realizem melhorias, de modo que os próximos modelos sejam mais satisfatórios e
bem aceitos no ensino prático da endodontia.
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Introdução É desafio do ensino pré-clínico em Endodontia fornecer aos alunos dentes artificiais que reproduzam a morfologia dos dentes humanos. Objetivo Comparar a morfologia interna e externa de dentes artificiais monorradiculares com dados da literatura sobre dentes humanos. Material e método Os dentes artificiais foram doados pelos fabricantes: Fábrica de Sorrisos, empresa A, (n=20), e IM do Brasil Ltda., empresa B, (n=20). Foi realizada mensuração do comprimento total do dente e da raiz, da altura, das dimensões vestibulopalatina e mesiodistal da coroa, com paquímetro digital. A descrição morfológica das raízes, coroas e câmaras pulpares foi realizada. A localização topográfica do forame apical principal foi avaliada após exploração dos canais com instrumento endodôntico tipo K #15 até este atingir visualmente o ápice radicular. Os dados foram dispostos em uma planilha de cálculo e realizou-se a análise estatística [ANOVA e pós-teste de Tukey (α=5%)]. Resultado A amostra de caninos superiores da empresa B apresentou todas as variáveis dentro dos padrões morfométricos descritos na literatura. Em relação às morfologias interna e externa, a amostra de incisivos laterais superiores da empresa A foi a única a apresentar todas as variáveis dentro dos padrões descritos na literatura. Em relação à localização topográfica foraminal, os dentes da empresa A, assim como o canino inferior da empresa B, apresentaram tendência à posição distalizada e centralizada, vindo ao encontro da literatura. Conclusão Nenhum dente artificial estudado apresentou total similaridade morfológica e morfométrica com a literatura analisada, diferindo em pelo menos uma das variáveis, sendo indicada aos fabricantes uma revisão dos seus modelos.
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Objective This study aimed to assess the association between tooth size and root canal morphology by using CBCT analysis. Methodology In this retrospective study, tooth anatomic lengths (crown and root lengths, buccolingual and mesiodistal dimensions) of 384 patients were assessed and correlated with Vertucci’s root canal morphology classification. Data was analyzed for gender-related differences using the independent sample t-test, ANOVA, and the Pearson’s correlation for a possible relation between anatomic lengths and canal morphology. Results The maxillary first and second premolars showed a greater predilection for Type IV and II variants, respectively, while the mandibular first premolar showed a greater predilection for Type II canal system. The root canal system of the mandibular second premolar showed maximal diversity (47% Type I, 30% Type II, and 20% Type III). The dimensions were greater in men regardless of tooth type. The most significant relation (p<0.05) between the anatomic size and canal morphology was observed in the maxillary first premolars, followed by the mandibular canines (buccolingual dimension) and the lower second premolars (crown length). Negative correlations existed between the crown length and the patient’s age for the anterior teeth and mandibular second premolar (r=−0.2, p<0.01). Conclusions The most common canal formation for anterior teeth was the Type I. The anatomic lengths had the strongest influence on the canal configuration of the maxillary first premolar, with Type IV being the most common root canal system. The mandibular second premolars showed maximal diversity in the canal classification terms and had a significant correlation with their crown lengths. Clinical Relevance The complex relationship between the canal morphology and anatomic tooth sizes need meticulous awareness and recognition during endodontic procedures, in conjunction with the demographic variabilities.
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Introdução Dentes artificiais têm sido utilizados para a prática odontológica e, segundo seus fabricantes, apresentam muita similaridade aos dentes humanos para treinamento. Objetivo Avaliar a radiopacidade de dentes endodônticos artificiais para uso em atividades de ensino e saber a percepção de docentes quanto à análise radiográfica. Material e método Trinta réplicas de incisivos centrais superiores de três marcas comerciais (Fábrica de Sorrisos, IM do Brasil e Real Dent) e um incisivo humano foram utilizados. Foram dispostos sobre um sensor radiográfico o dente humano e um dente artificial de cada empresa. As análises de radiopacidade foram feitas no programa Photoshop® em triplicata em quatro regiões distintas: porção central da coroa e nos terços cervical, médio e apical do canal. A percepção quanto à utilização dos dentes como instrumento prático de ensino foi avaliada por meio de um questionário aplicado a oito professores de endodontia. Para análise estatística dos valores de radiopacidade, foi utilizada a ANOVA, seguida do teste de Tukey. Foi empregado um nível de significância de 5%. Para análise do questionário, foram empregados métodos descritivos e por porcentagem de dados no que se refere à frequência das respostas. Resultado Houve diferença de radiopacidade entre os diferentes dentes testados em cada região analisada (p > 0,05). Na percepção dos professores com relação à utilização dos dentes no ensino, eles colocaram em ordem crescente os seguintes dentes para uso: IM do Brasil, Fábrica de Sorrisos, Real Dent e humano. Conclusão A radiopacidade dos dentes artificiais foi diferente do humano. O dente artificial da Fábrica de Sorrisos apresentou os maiores valores de radiopacidade. Contudo, os professores consideraram ideais para utilização no ensino apenas o dente humano e o dente da Real Dent.
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Introdução Dentes artificiais têm sido empregados para a prática de ensino pré-clínico. Porém, não se sabe o comportamento dos mesmos frente aos diferentes procedimentos realizados durante um tratamento endodôntico simulado. Objetivo Avaliar a microdureza de réplicas de dentes humanos, frente a diferentes soluções irrigadoras. Material e método Quarenta e cinco incisivos centrais superiores artificiais de três marcas comerciais nacionais (dentes “A”, “B” e “C”) e 15 incisivos humanos foram utilizados. As amostras foram seccionadas a 5 mm do ápice dentário. Os fragmentos radiculares foram fixados em resina para posterior teste de microdureza. Os ensaios da microdureza Knoop foram realizados em dois momentos: momento 1 - microdureza inicial; momento 2 - microdureza final, que foi feita após o uso das soluções irrigadoras (Cloreto de Sódio a 0,9%, Hipoclorito de Sódio a 2,5% e Gluconato de Clorexidina a 2%). As endentações deixadas na superfície da amostra foram mensuradas. O valor obtido para microdureza de cada amostra foi feita com base na média de três endentações. Para análise estatística, foram utilizados os testes ANOVA e Teste t pareado, com nível de significância de 5%. Resultado Os dentes artificiais “A” e “C” apresentaram valores inferiores de microdureza quando comparados ao dente humano (P = 0,05). Não houve diferença estatística entre os dentes artificiais “B” e o dente humano (P = 0,2428). Quanto ao uso das diferentes soluções irrigadoras, também não houve diferença na microdureza das peças dentárias. Conclusão Embora a solução irrigadora não tenha influenciado a microdureza, os dentes artificiais apresentaram valores de dureza inferiores aos do dente humano.
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Aim To compare the educational outcomes using artificial teeth versus extracted teeth for pre‐clinical endodontic training. Data sources Literature searches of Pubmed, Scopus, Cochrane Library, Tripdatabase, Web of Science and Open Grey databases were conducted from their inception until November 2018 with no language restriction. Hand searching of most likely relevant journals was performed. The review followed the PRISMA guidelines. Study eligibility criteria, participants, and interventions Studies that compared pre‐clinical endodontic training using extracted teeth and artificial teeth were included. Study appraisal and synthesis methods The quality of included studies were appraised by Joanna Briggs Institute Critical Appraisal tools. The findings were tabulated and summarised according to their outcomes with distinct narrative syntheses. Results Five studies were included. The component studies included 359 operators in total, mainly consisting of undergraduate students (97%, n=349) and 10 endodontists (3%). Forty‐seven percent (n=170) operated on artificial teeth only, while 19% (n=67) worked primarily on extracted teeth, with the final treatment outcome being evaluated by independent observers using objective criteria. Operators in two studies (34%, n=122) used both artificial teeth and ET and compared their experiences in surveys. Regarding technical outcomes, no significant differences between training with artificial teeth and extracted teeth were found, but the performance tended to be better in artificial teeth than extracted teeth. Operators trained solely on artificial teeth appeared to be adequately educated for subsequent root canal treatment in the clinical setting. Limitations Due to the scarcity of research on the topic overall, and the methodological variation between the studies, it was not possible to perform a quantitative analysis (meta‐analysis). Conclusions and implications of key findings Based on the available evidence, the use of artificial teeth for pre‐clinical endodontic training achieved similar educational outcomes compared to extracted teeth. However, the experiences reported by the operators diverged. Further studies assessing other artificial teeth available in the market testing other root canal treatment procedures are necessary. This article is protected by copyright. All rights reserved.
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Resumo: O preparo químico-cirúrgico do canal radicular busca além de dar forma a esse, saneá-lo pela remoção do conteúdo séptico-necrótico. Contudo, uma completa esterilização do sistema de canais radiculares não é possível, sendo o insucesso da terapia endodôntica uma possível conseqüência. Além da origem microbiana, as falhas podem decorrer de fatores como diagnóstico incorreto, falhas técnicas e falta de habilidade do profissional. Os microrganismos têm sido estudados por estarem envolvidos de forma primária ou secundária com patologias que afetam a polpa e os tecidos periapicais. Métodos convencionais e modernos têm permitido a identificação de uma variedade de espécies bacterianas. É fato que algumas destas espécies não são atingidas durante as etapas do preparo, nem mesmo frente à administração de medicação intracanal ou sistêmica, o que afetará sobremaneira o prognóstico dos casos. O presente artigo tem por objetivo revisar a literatura sobre a relação entre os microrganismos e os insucessos em Endodontia.
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The aim of this preliminary study was to evaluate the desirability of alternative models of artificial teeth versus extracted natural teeth for use in preclinical dental education. Specifically, the study was designed to compare the preparation time and perceptions of difficulty of undergraduate dental students and endodontists in carrying out root canal preparations on resin models (both clear and opaque) and extracted natural teeth. Twenty participants-ten fifth-year students at a Brazilian dental school and ten endodontists with at least five years' experience in the specialty-performed root canal instrumentation on two samples of each model. Preparation times were recorded, and the participants completed a questionnaire about the anatomical and physical characteristics of these models. The results showed that the time required for performing endodontic procedures in the natural teeth was higher than in the alternative models. The perceptions of the students and specialists regarding some topics on the questionnaire were significantly different. The students had more positive opinions about artificial teeth made of opaque resin, while the specialists had more positive opinions about simulated root canals in clear resin blocks. This study suggests that neither of the alternative models fulfilled requirements to replace natural teeth in endodontic teaching; improvements are still necessary to accomplish this goal.