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DOI: 10.55905/cuadv16n9-019
Originals received: 07/26/2024
Acceptance for publication: 08/16/2024
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CUADERNOS DE EDUCACIÓN Y DESARROLLO, v.16, n.9, p. 01-17, 2024
Atividade antioxidante da espécie vegetal Persea americana
Mill
Antioxidant activity of the plant species Persea americana Mill
Actividad antioxidante de la especie vegetal Persea americana
Mill
Vinicius Gabriel Azevedo Martins
Graduando do Curso de Química Licenciatura (UEMA)
Instituição: Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)
Endereço: Cidade Universitária Paulo VI, Avenida Lourenço Vieira da Silva
1.000, Jardim São Cristóvão, São Luís, MA, CEP: 65055-310
E-mail: vg4235689@gmail.com
Carlos Henrique Borges Figueiredo
Graduando do Curso de Química Licenciatura (UEMA)
Instituição: Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)
Endereço: Cidade Universitária Paulo VI, Avenida Lourenço Vieira da Silva
1.000, Jardim São Cristóvão, São Luís, MA, CEP: 65055-310
E-mail: borgesfigueirrdo123@gmail.com
Carlos Gabriel Araújo Chaves
Graduando do Curso de Química Licenciatura (UEMA)
Instituição: Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)
Endereço: Cidade Universitária Paulo VI, Avenida Lourenço Vieira da Silva
1.000, Jardim São Cristóvão, São Luís, MA, CEP: 65055-310
E-mail: carlosgabrielaraujochaves@gmail.com
Thiago Yuri Freire Ferreira
Graduando do Curso de Química Licenciatura (UEMA)
Instituição: Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)
Endereço: Cidade Universitária Paulo VI, Avenida Lourenço Vieira da Silva
1.000, Jardim São Cristóvão, São Luís, MA, CEP: 65055-310
E-mail: thiago_yff25@outlook.com
Márcia Cristine Santos Macedo
Graduanda do Curso de Química Licenciatura (UEMA)
Instituição: Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)
Endereço: Cidade Universitária Paulo VI, Avenida Lourenço Vieira da Silva
1.000, Jardim São Cristóvão, São Luís, MA, CEP: 65055-310
E-mail: marciamacedo.uema@gmail.com
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CUADERNOS DE EDUCACIÓN Y DESARROLLO, Portugal, v.16, n.9, p. 01-17, 2024
Jamilson Guilherme Sousa dos Santos
Graduando do Curso de Química Licenciatura (UEMA)
Instituição: Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)
Endereço: Cidade Universitária Paulo VI, Avenida Lourenço Vieira da Silva
1.000, Jardim São Cristóvão, São Luís, MA, CEP: 65055-310
E-mail: gui210449@gmail.com
Alamgir Khan
Doutor em Ciências, Instituto de Química (UNICAMP)
Instituição: Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)
Endereço: Cidade Universitária Paulo VI, Avenida Lourenço Vieira da Silva
1.000, Jardim São Cristóvão, São Luís, MA, CEP: 65055-310
E-mail: alamgir@cecen.uema.br
Raquel Maria Trindade Fernandes
Doutora em Ciências, Instituto de Química (UNICAMP)
Instituição: Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)
Endereço: Cidade Universitária Paulo VI, Avenida Lourenço Vieira da Silva
1.000, Jardim São Cristóvão, São Luís, MA, CEP: 65055-310
E-mail: raquelfernandes@professor.uema.br
RESUMO
O uso de plantas medicinais para o tratamento e cura de enfermidades vem
crescendo ao longo dos anos. As substâncias orgânicas encontradas na
natureza, em sua grande escala, apresentam benefícios à saúde. No entanto,
para descobrir as funções de cada substância orgânica, o homem faz um estudo
científico, baseado em testes, na finalidade de identificar se a mesma apresenta
benefícios ou malefícios à saúde. O presente trabalho teve como finalidade
investigar a ação de compostos antioxidantes nos extratos das folhas da Persea
americana Mill, espécie conhecida popularmente como Abacateiro. O teor de
fenóis totais, determinado em relação a uma curva de calibração com ácido
gálico, foi de 120,66 ± 19,90 mg de EAG/g do extrato bruto das folhas de Persea
americana Mill. A quantificação de flavonoides revelou uma média de 19,14 ±
0,57 mg de equivalentes de quercetina (EQ) por grama de extrato. A atividade
antioxidante foi expressa em CI50 (concentração inibitória), que foi definida
como a concentração (µg mL-1) da amostra necessária para inibir a concentração
inicial de DPPH em 50%. O extrato bruto das folhas de Persea americana Mill
apresentou uma atividade antioxidante com IC50 de 102,32 ± 2,67 µg mL-1.
Esses resultados estão de acordo com trabalhos encontrados na literatura, onde
mostram a presença de ação antioxidante nas folhas do abacateiro. Concluindo
assim que, as folhas de Persea americana Mill são uma fonte potencial de
compostos antioxidantes.
Palavras-chave: abacateiro, compostos fenólicos, flavonoides, produtos
naturais.
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CUADERNOS DE EDUCACIÓN Y DESARROLLO, Portugal, v.16, n.9, p. 01-17, 2024
ABSTRACT
The use of medicinal plants for the treatment and cure of diseases has been
increasing over the years. Organic substances found in nature, on a large scale,
have health benefits. However, in order to discover the functions of each organic
substance, man conducts a scientific study, based on tests, in order to identify
whether it presents benefits or harms to health. The present study aimed to
investigate the action of antioxidant compounds in extracts of the leaves of
Persea americana Mill, a species popularly known as Avocado. The total phenol
content, determined in relation to a calibration curve with gallic acid, was 120.66
± 19.90 mg of EAG/g of the crude extract of the leaves of Persea americana Mill.
The quantification of flavonoids revealed an average of 19.14 ± 0.57 mg of
quercetin equivalents (EQ) per gram of extract. The antioxidant activity was
expressed as IC50 (inhibitory concentration), which was defined as the
concentration (µg mL-1) of the sample required to inhibit the initial concentration
of DPPH by 50%. The crude extract of Persea americana Mill leaves showed an
antioxidant activity with IC50 of 102.32 ± 2.67 µg mL-1. These results are in
agreement with studies found in the literature, which show the presence of
antioxidant action in avocado leaves. Thus, it is concluded that Persea americana
Mill leaves are a potential source of antioxidant compounds.
Keywords: avocado, phenolic compounds, flavonoids, natural products.
RESUMEN
El uso de plantas medicinales para el tratamiento y cura de enfermedades ha ido
creciendo con el paso de los años. Las sustancias orgánicas que se encuentran
en la naturaleza, a gran escala, tienen beneficios para la salud. Sin embargo,
para descubrir las funciones de cada sustancia orgánica, el hombre realiza un
estudio científico, basado en pruebas, con el fin de identificar si presenta
beneficios o perjuicios para la salud. El propósito de este trabajo fue investigar
la acción de compuestos antioxidantes en extractos de las hojas de Persea
americana Mill, especie conocida popularmente como Abacateiro. El contenido
fenólico total, determinado con relación a una curva de calibración de ácido
gálico, fue de 120,66 ± 19,90 mg EAG/g del extracto crudo de hojas de Persea
americana Mill. La cuantificación de flavonoides reveló un promedio de 19,14 ±
0,57 mg de equivalentes de quercetina (EQ) por gramo de extracto. La actividad
antioxidante se expresó como IC50 (concentración inhibidora), que se definió
como la concentración (μg mL-1) de la muestra necesaria para inhibir la
concentración inicial de DPPH en un 50%. El extracto crudo de hojas de Persea
americana Mill mostró una actividad antioxidante con una CI50 de 102.32 ± 2.67
µg mL-1. Estos resultados están en línea con estudios encontrados en la
literatura, que muestran la presencia de acción antioxidante en las hojas de
aguacate. En conclusión, las hojas de Persea americana Mill son una fuente
potencial de compuestos antioxidantes.
Palabras clave: aguacate, compuestos fenólicos, flavonoides, productos
naturales.
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1 INTRODUÇÃO
As plantas medicinais são muito utilizadas para o tratamento e
prevenções de doenças, esse uso vem desde o início da civilização e são
repassados de geração em geração. Assim que os colonizadores da Europa
chegaram a território brasileiro, encontraram os índios e estes apresentavam
práticas de cuidar da saúde diferente do que estavam acostumados a ver, uma
delas é o uso de plantas medicinais encontradas com facilidade nos seus
arredores. Após se depararem com a cultura indígena, os exploradores
observaram a grande relação e dependência que eles tinham com a natureza e
a forma como utilizavam recursos naturais para fins terapêuticos. Com a
exploração desordenada dos recursos naturais, houve uma grande perca de
espécies nativas, o desmatamento e a poluição do meio ambiente são fatores
que afetaram e afetam até hoje a biodiversidade de plantas presentes na floresta
nacional.
O abacateiro (Persea americana Mill, Lauraceae) é uma planta medicinal
originária da América Tropical (Lorenzi; Matos, 2008), muito utilizada na
medicina popular, cujo uso foi difundido em todo o país. O abacateiro, árvore
grande de copa arredondada e densa, medindo de 12 a 20 metros de altura;
folhas simples, ovais a elíptica, verdes escuras; flores andróginas ou
hermafroditas, formadas na primavera e muito procuradas por abelhas, como
fonte de nutrientes e no processo de polinização. Os frutos são drupas
piriformes, ovaladas ou globosas dependendo da variedade, ou localização, com
polpa carnosa e comestível de até mais de 1 kg de peso (Lorenzi, 2021).
Naturalmente encontrado em regiões de clima subtropicais, o abacateiro
consegue se desenvolver bem em climas tropicais. Seu desenvolvimento pode
ser afetado por vários fatores ecológicos, dentre eles, os mais importantes, a
temperatura, vento, salinidade e estresse hídrico. Portanto o crescimento dos
frutos é influenciado por essas variáveis e do manejo da prática cultural (Cowan
& Wolstenholme, 2016).
Algumas atividades farmacológicas da Persea americana Mill. já foram
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CUADERNOS DE EDUCACIÓN Y DESARROLLO, Portugal, v.16, n.9, p. 01-17, 2024
identificadas, tais como: atividades analgésicas, antimicrobianas, diuréticas,
cosméticas, anti-inflamatória (Adeyemi, Okpo e Ogunti, 2002), antifúngica (Leite
et al., 2009) e antibacteriana (Castro et al., 2010).
Estudos mostram que indivíduos hipercolesterolêmicos demonstraram
que o abacate pode ser uma fonte de ácidos graxos monoinsaturados (ácidos
oléicos) em pessoas saudáveis, que, em vez de gordura saturada, têm efeitos
benéficos como a redução dos níveis de colesterol total, triglicerídeos e LDL-
colesterol. Além disso, em um estudo de indivíduos hipercolesterolêmicos, houve
uma diminuição significativa no colesterol total sérico (17%), colesterol LDL
(22%) e triglicerídeos (22%) e colesterol HDL alto (11%) em uma dieta do
abacate (Salgado et al., 2008).
Outros estudos sobre os efeitos farmacológicos de Persea americana
mostraram que o extrato de folhas possui efeito vaso-relaxante do anel aórtico
de ratos e diminui a pressão arterial (Owolabi, Jaja e Coker, 2005; Adeboye et
al., 1999), efeito protetor contra hepatotoxicidade induzida por paracetamol,
propriedades analgésico, anti-inflamatório e anticonvulsivo (Adeyemi, Okpo e
Ogunti, 2002; Ojewole & Amabeoku, 2006), além de impedir ou retardar o
progresso de várias doenças relacionadas com o estresse oxidativo (Owolabi,
Coker e Jaja, 2010).
Em sua composição fitoquímica estão presentes diversos compostos
fenólicos principalmente fenóis, flavonoides, taninos e flavonas, sendo sua
concentração variável nas diferentes partes da planta (Silva et al., 2015). Nas
folhas, estudos mostraram a presença de derivados de taninos, (Owolabi, Coker
e Jaja, 2010), saponinas, esteróides (Adeyemi, Okpo e Ogunti, 2002), glicósidos
triterpenóides (Adeboye et al., 1999), cumarinas e flavonoides (Lee et al., 2012).
A planta inteira apresenta avocadofuranos. Nos componentes majoritários
das sementes, temos flavonóides como a quercetina, afzelina, quercetin 3-O-d-
arabinopiranosideo, catequina, epicatequina dentre outros; cumarinas – persina
e scopoletina (folhas); alcanóis como 1,2,4-trihidroxiheptadec-16-eno (folhas
secas) (Hakansson, 2018).
Tendo em vista a importância da utilização de plantas medicinais e as
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diversas atividades biológicas apresentadas pelos metabólitos secundários
presentes nas folhas do abacateiro, o objetivo deste trabalho foi avaliar a
atividade antioxidade do extrato das folhas da espécie Persea americana Mill.
2 METODOLOGIA
2.1 PREPARO DOS EXTRATOS
O material vegetal foi coletado no município de São Luís-MA, no bairro da
Cidade Operária, e seco em temperatura ambiente, ausente de contato direto
com os raios solares.
O extrato foi obtido através de maceração a temperatura ambiente por 10
dias sob agitação constante, utilizando a proporção de 1 grama da espécie
vegetal (folhas) para 10 mL álcool etílico (70%). O extrato bruto hidroalcoólico foi
concentrado para um terço do volume inicial, utilizando uma chapa aquecedora
a 80ºC. O rendimento do extrato foi calculado pela Equação 1.
Rendimento (%) = (massa do extrato/massa do material vegetal) x 100
(1)
2.2 QUANTIFICAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS TOTAIS
A determinação da concentração de compostos fenólicos totais foi
realizada por meio de espectroscopia na região do visível, no comprimento de
onda, 765 nm, de acordo com o método descrito por Swain e Hillis (1959), com
modificações. Utilizou-se ácido gálico como padrão. O teor de fenóis totais foi
determinado por interpolação da absorbância das amostras contra a curva
analítica construída com padrões de ácido gálico e expressos em mg de EAG/g
(equivalentes de ácido gálico por grama de extrato seco).
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2.3 QUANTIFICAÇÃO DE FLAVONÓIDES TOTAIS
A determinação da concentração de flavonoides totais foi feita por meio
de espectroscopia na região do visível, no comprimento de onda 429 nm. A partir
da equação da reta do padrão obtida pelo método de Peixoto Sobrinho (2010),
foi calculado o teor de flavonoides totais, sendo os resultados expressos em mg
de EQ/g (equivalente de quercetina por grama de extrato).
2.4 ATIVIDADE ANTIOXIDANTE
A atividade antioxidante do extrato das folhas de Persea americana Mill.
foi avaliada pelo método fotocolorimétrico in vitro utilizando o radical livre estável
2,2-difenil-1picrilhidrazila (DPPH) segundo Brand-Willians e colaboradores
(1995), com modificações. A percentagem de inibição foi obtida com a seguinte
Equação 2.
Atividade antioxidante (%) = [(ADPPH – Aamostra)/ ADPPH] x 100
(2)
onde:
ADPPH é a absorbância do DPPH (controle negativo).
Aamostra é a absorbância do radical na presença dos extratos ou padrões.
A atividade antioxidante do extrato das folhas de Persea americana Mill
foi expressa como IC50 (concentração inibitória), definida como a concentração
da amostra (μg mL-1) necessária para inibir a concentração inicial de DPPH em
50 %.
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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 QUANTIFICAÇÃO DE FENÓIS TOTAIS
O teor de compostos fenólicos totais dos extratos brutos secos da folha
foram expressos em miligrama equivalente de ácido gálico por grama de amostra
(mg EAG/g), obtidos por interpolação da absorbância das amostras contra a
curva analítica (Gráfico 1) do ácido gálico em concentrações que variaram de 1
a 100 μg/mL, em 765 nm. Gerou-se um coeficiente de correlação linear, r =
0,99836, e equação da reta Y= - 0,00226 + 0,00184X.
Gráfico 1. Curva analítica de ácido gálico utilizada na quantificação de compostos fenólicos
totais presentes no extrato seco da folha de Persea americana Mill
Fonte: Elaborado pelo autor (2024)
Após análise dos dados, constatou-se que o extrato bruto das folhas de
Persea americana Mill apresentou teor fenólico com valor de 120,66 ± 19,90 mg
de EAG/g.
A Tabela 1 apresenta teores de fenóis totais para diferentes partes
vegetais da espécie Persea americana Mill.
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Tabela 1. Teores de fenois totais em diferentes partes vegetais de Persea americana Mill
PARTE VEGETAL
FENÓIS TOTAIS
(mg EAG/g)
REFERÊNCIA
Polpa
3,30 ± 0,70
Daiuto et al., 2014
Casca
63,50 ± 7,20
Semente
57,30 ± 2,70
Polpa
582,96 ± 18,83
Moreno et al., 2014
Casca
(diferentes solventes)
213,46 a 609,91
Bezerra et al., 2022
Fonte: Elaborada pelo autor (2024)
Como mostra a Tabela 1, Daiuto e colaboradores (2014) realizou uma
pesquisa com diferentes partes vegetais da espécie vegetal Persea americana
Mill, a casca foi a parte área que apresentou maior teor de compostos fenólicos,
com 63,50 ± 7,20 mg EAG/g, logo em seguida a semente, que teve 57,30 ± 2,70
mg EAG/g e com uma quantidade menor, a polpa, com 3,30 ± 0,70 mg EAG/g.
Moreno e colaboradores (2014) realizaram estudos com a polpa da
espécie vegetal Persea americana Mill e encontraram 582,96 ± 18,83 mg de
EAG/g.
Há uma grande diferença no resultado obtido nesta pesquisa, de 120,66
± 19,90, com os encontrados na literatura. O resultado é positivo para a presença
de compostos fenólicos, portanto a variação dos resultados pode ser explicada
por fatores como a origem da amostra (variedade, espécie da planta e estágio
de maturação), processamento da amostra (métodos de coleta, conservação,
armazenamento e preparo), métodos de extração (solventes utilizados,
concentração e pH do solvente, tempo e temperatura de extração), metodologia
analítica (técnicas analíticas, reagentes e padrões, instrumentação e calibração),
interferentes e contaminantes (outros compostos presentes) e variabilidade
natural (sazonalidade e genética).
Bezerra e colaboradores (2022) utilizaram diferentes solventes e em
diferentes concentrações para determinar o teor de fénois totais da casca da
espécie vegetal Persea americana Mill. Os valores variaram aproximadamente
45%, onde o maior obtido foi 609,91 mg EAG/L para o solvente (GL50 = 50% de
glicerina + 50% água destilada); e o menor, 213,456 mg EAG/L, para (GL 100 =
100% glicerina). A diferença dos valores obtidos pode ser relacionada às
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características químicas dos compostos extraídos, que possuem interação
diferente com cada solvente utilizado.
Olasunkanmi & Ogunyem (2023) encontraram em seus estudos o valor de
500 µg EAG/g para fenóis nas folhas de Persea americana Mill. Encontraram-se
poucos resultados na literatura para esta parte vegetal, quando comparada às
demais. Portanto, isso só aumenta a importância da colaboração que esta
pesquisa possui para a comunidade científica.
3.2 QUANTIFICAÇÃO DE FLAVONOIDES TOTAIS
O teor de flavonoides totais dos extratos brutos secos da folha foram
expressos em miligrama equivalente de quercetina por grama de amostra (mg
EQ/g), obtidos por interpolação da absorbância das amostras contra a curva
analítica (Gráfico 2) de quercetina em concentrações que variaram de 2,5 a 25
μg/mL, em 429 nm. Gerou-se um coeficiente de correlação linear, r = 0,99988, e
equação da reta Y= - 0,02959 + 0,03245X.
Gráfico 2. Curva analítica de quercetina utilizada na quantificação de flavonoides totais
presentes no extrato seco da folha de Persea americana Mill
Fonte: Elaborada pelo autor (2024)
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CUADERNOS DE EDUCACIÓN Y DESARROLLO, Portugal, v.16, n.9, p. 01-17, 2024
Após análise dos dados, constatou-se que o extrato bruto das folhas de
Persea americana Mill apresentou teor de flavonoides com valor de 19,14 ± 0,57
mg de EQ/g.
Segundo Huber e colaboradores (2009) este é um resultado promissor,
pois extratos ricos em flavonoides devem apresentar concentrações variando de
0,137 a 1,257 mg de EQ/g de extrato de folhas da Persea americana Mill.
O teor de Flavonóides nas plantas é fortemente influenciado por fatores
extrínsecos, como estação do ano, incidência de radiação UV, clima,
composição do solo, preparo e processamento do alimento, o que pode explicar
a variabilidade dos valores encontrados (Huber & Rodriguez-Amaya, 2008).
3.3 ATIVIDADE ANTIOXIDANTE
A atividade antioxidante foi expressa em IC50 (concentração inibitória),
que foi definida como a concentração (µg mL-1) da amostra necessária para inibir
a concentração inicial de DPPH em 50%, que foi obtida por interpolação da
absorbância das amostras contra a curva analítica (Gráfico 3) de DPPH em
concentrações que variaram de 1 a 40 μg/mL, em 517 nm. Gerou-se um
coeficiente de correlação linear, r = 0,99962, e equação da reta Y= 0,00448 +
0,01032X.
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Gráfico 3. Curva analítica de DPPH utilizada no cálculo de IC50 para o extrato seco da folha de
Persea americana Mill
Fonte: Elaborada pelo autor (2024)
O extrato bruto das olhas de Persea americana Mill apresentou uma
atividade antioxidante com IC50 de 102,32 ± 2,67 µg mL-1.
Um estudo da atividade antioxidante realizada por Castro-López e
colaboradores (2019), em extratos de folhas de 7 diferentes cultivares de Persea
americana Mill, apresentou valores de IC50 entre 271,86 ± 13,69 e 1618,71 ±
23,96 µg mL-1.
A concentração de IC50 e a capacidade antioxidante tem valores
inversamente proporcionais. Assim, um menor valor de IC50 significa que uma
menor quantidade do antioxidante é necessária para atingir essa inibição,
sugerindo uma maior eficácia antioxidante da amostra.
O resultado obtido nesta pesquisa, comparado aos citados acima,
apresenta um valor bem significante da atividade antioxidante, IC50 de 102,32
± 2,67 µg mL-1, sendo um valor superior, levando em consideração a
capacidade antioxidante. Essa variação dos resultados pode ser explicada
pelos seguintes fatores, local de coleta, época do ano, o solo, condições
climáticas, a pureza e concentração do extrato utilizado para a pesquisa, o
modo de preparo e de armazenamento, entre outros.
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A Tabela 2 apresenta valores obtidos da atividade antioxidante de
diferentes partes vegetais de Persea americana Mill.
Tabela 2. Atividade antioxidante em diferentes partes vegetais de Persea americana Mill
PARTE VEGETAL
Atividade Antioxidante
(µmol TE/g)
REFERÊNCIA
Polpa
98,32 ± 11,51
Nascimento et al., 2021
89,94 ± 11,44
41,10 ± 6,11
Polpa
8,10 ± 1,90
Daiuto et al., 2014
Casca
310,00 ± 36,90
Semente
410,70 ± 35,80
Polpa
165,10 ± 4,36
Moreno et al., 2014
Fonte: Elaborada pelo autor (2024)
Em estudo realizado por Nascimento e colaboradores (2021),
identificaram compostos bioativos na polpa da Persea americana Mill que
apresentaram atividade antioxidante que variaram entre 41,10 a 98,32 µmol
Trolox g-1. Importante ressaltar que quanto menor o valor em Trolox, maior a
absorbância, a amostra que teve o valor médio menor, de 41,10 µmol Trolox g-1
foi a que apresentou menor atividade antioxidante comparada às outras.
Outro estudo realizado por Daiuto e colaboradores (2014), encontrou os
valores para polpa (8,10 ± 1,90 µmol Trolox g-1), casca (310,00 ± 36,90 µmol
Trolox g-1) e semente (410,70 ± 35,80 µmol Trolox g-1) de Persea americana Mill.
Moreno e colaboradores (2014) realizaram um estudo com seis frutos
tropicais, entre eles o abacate, o qual apresentou maior atividade antioxidante
em sua polpa, com um valor de 165,10 µmol Trolox g-1/100 g de amostra.
A variação dos resultados obtidos pode-se explicar pelas condições de
extração, origem da amostra, preparação, armazenamento e a metodologia
utilizada para a eliminação do radical.
4 CONCLUSÃO
O levantamento bibliográfico apresentou as diversas utilidades que a
Persea americana Mill pode proporcionar no seu uso medicinal, farmacológico e
em tratamentos alternativos, como efeito antioxidante e antiinflamatório,
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mostrando possuir várias propriedades que são benéficas ao consumo humano,
através do grande potencial de substâncias presentes em sua composição.
O extrato bruto das folhas de Persea americana Mill, apresentou uma
quantidade de teor de fenóis totais, com valor de 120,66 ± 19,90 mg EAG/g, e
para flavonoides de 19,14 ± 0,57 mg EQ/g de extrato seco. Já a atividade
antioxidante apresentou o IC50 de 102,32 ± 2,67 µg mL-1, mostrando um
resultado satisfatório. Esses resultados adquiridos estão de acordo com
trabalhos encontrados na literatura, onde mostra a presença de ação
antioxidante nas folhas do abacateiro, encontrando assim um alto teor de
enzimas antioxidantes no extrato trabalhado, além de outros componentes.
Sendo assim, os resultados obtidos através do extrato, mostram que as folhas
de Persea americana Mill é uma fonte potencial de compostos antioxidantes.
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REFERÊNCIAS
ADEBOYE, J.O., et al. A preliminary study on the hypotensive activity of Persea
americana leaf extracts in anaesthetized normotensive rats. Fitoterapia, v. 70
(1), 15-20, 1999. Disponível em: https://doi.org/10.1016/S0367-326X(98)00015-
X. Acesso em 03/08/2024.
ADEYEMI, O.O.; OKPO, S.O.; OGUNTI, O.O. Analgesic and antiinflammatory
effects of the aqueous extract of leaves of Persea americana Mill (Lauraceae).
Fitoterapia. v. 73 (5), 375-380, 2002. Disponível em:
https://doi.org/10.1016/s0367-326x(02)00118-1. Acesso em 03/08/2024.
BEZERRA, R. A. D., et al. Extração de compostos fenólicos e atividade
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