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O Uso da Inteligência Estratégica como Instrumento de Informação Organizacional: o caso de Empresas Estratégicas de Defesa

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Abstract

No contexto organizacional, a informação tem sido empregada para agregar valor tanto no âmbito interno quanto externo, a fim de garantir a sobrevivência e a competitividade. Considerada um método, a Inteligência Estratégica (IE) tem o objetivo de auxiliar as organizações na tomada de decisão em contextos de rápidas mudanças. Este estudo objetiva analisar as Empresas Estratégicas de Defesa (EED) brasileiras quanto ao uso da IE e, ao mesmo tempo, despertar a relevância desse construto no monitoramento do ambiente a fim de reduzir as incertezas na tomada de decisão, o que de forma prática, pode contribuir com o desempenho organizacional das empresas. A metodologia é qualitativa, utiliza-se de uma pesquisa bibliométrica, e a coleta de dados é realizada por meio de um survey com questões testadas e validadas no estudo de Giacomello (2009). Os resultados permitiram avaliar o nível de IE das empresas participantes da pesquisa.
Marcus Vinicius Gonçalves da Silva
O Uso da Inteligência Estratégica como Instrumento de Informação Organizacional: o caso das Empresas
Estratégicas de Defesa
ISSN 2237-4558 • Navus • Florianópolis • SC • v. 14 • p. 01-17
jan./dez. 2024.
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O Uso da Inteligência Estratégica como Instrumento de
Informação Organizacional: o caso das Empresas
Estratégicas de Defesa
The Use of Strategic Intelligence as an Organizational
Information Tool: the case of Strategic Defense
Companies
Marcus Vinicius Gonçalves da Silva
https://orcid.org/0000-0003-2145-0871
Doutor em Administração. Pontifícia Universidade Católica do
Paraná (PUCPR) Brasil. marvin.gsilva@gmail.com
RESUMO
No contexto organizacional, a informação tem sido empregada para agregar
valor tanto no âmbito interno quanto externo, a fim de garantir a
sobrevivência e a competitividade. Considerada um método, a Inteligência
Estratégica (IE) tem o objetivo de auxiliar as organizações na tomada de
decisão em contextos de rápidas mudanças. Este estudo objetiva analisar as
Empresas Estratégicas de Defesa (EED) brasileiras quanto ao uso da IE e, ao
mesmo tempo, despertar a relevância desse construto no monitoramento do
ambiente a fim de reduzir as incertezas na tomada de decisão, o que de forma
prática, pode contribuir com o desempenho organizacional das empresas. A
metodologia é qualitativa, utiliza-se de uma pesquisa bibliométrica, e a
coleta de dados é realizada por meio de um survey com questões testadas e
validadas no estudo de Giacomello (2009). Os resultados permitiram avaliar o
nível de IE das empresas participantes da pesquisa.
Palavras-chave: Conhecimento Organizacional. Informação Estratégica.
Inteligência Estratégica. Gestão Estratégica. Tomada de Decisões.
ABSTRACT
In the organizational context, information has been used to add value both
internally and externally, in order to guarantee survival and
competitiveness. Considered a method, Strategic Intelligence aims to assist
organizations in decision-making in rapidly changing contexts. This study
aims to analyze the Brazilian Strategic Defense Companies (SSD) regarding the
use of Strategic Intelligence (SI)and, at the same time, awaken the relevance
of this construct in monitoring the environment in order to reduce
uncertainties in decision making, which in a practical way can contribute to
the organizational performance of companies. The methodology is qualitative,
uses a bibliometric research, and data collection is performed through a
survey with questions tested and validated in the study by Giacomello (2009).
The results allowed evaluating the level of SI of the companies participating
in the research.
Keywords: Organizational Knowledge. Strategic Information. Strategic
Intelligence. Strategic Management. Decision-making.
Recebido em 12/01/2024. Aprovado em 09/07/2024. Avaliado pelo sistema double blind peer review. Publicado
conforme normas da APA.
https://doi.org/10.22279/navus.v14.1849
Marcus Vinicius Gonçalves da Silva
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1 INTRODUÇÃO
O desenvolvimento dos conceitos de Inteligência para a obtenção de
vantagens competitivas é antigo, tratando-o para fins militares. A Arte da
Guerra, de Sun Tzu, datado de 500 a.C., é citada como um dos primeiros
trabalhos onde a Inteligência foi desenvolvida (Giacomello, 2009).
A relação da inteligência com a gestão há tempos é evidenciada. Clauser
e Weir (1975),por exemplo, revelam que a Inteligência é produzida para que
os planejadores e formuladores de política possam tomar decisões efetivamente
acertadas. Todavia, as tarefas a serem desenvolvidas nesse modelo de gestão
exigem informações especializadas e seletivas.
As informações coletadas do ambiente, o resultado extraído da análise
dos dados, e que darão sustentação para o embasamento na tomada de decisão,
considerando os eventos futuros, nada mais é que Inteligência, ou seja, o
conhecimento que subsidia a ação, no seu perfeito sentido doutrinário. Outra
similaridade com a Inteligência encontramos nas palavras de Fernandes (2012).
A Gestão Estratégica (GE) é um processo de transformação organizacional
voltado para o futuro, liderado, conduzido e executado pela mais alta
administração da entidade, com a colaboração da média gerência, dos
supervisores, dos funcionários e demais colaboradores [...] Seu
objetivo principal é assegurar o crescimento, a continuidade e a
sobrevivência da entidade a longo prazo (Fernandes, 2012, p. 26).
Nota-se que na GE o futuro não é visto como uma mera extrapolação do
passado, mas como o resultado das ações presentes, orientadas para uma
situação desejável a médio e longo prazos. Desse modo, a Inteligência passa
a ser o macroprocesso capaz de dar o suporte necessário ao modelo de gestão
que objetiva o futuro e busca a integração das ações em seus diversos campos
de atuação.
A Inteligência pode apoiar a equipe de planejamento na identificação
dos temas e atores que farão parte do diagnóstico externo. Após essa
identificação, caberá à Inteligência o monitoramento do ambiente externo. Se
a elaboração do planejamento estratégico for apoiada por estudos de futuro
com a utilização de cenários prospectivos, a unidade de Inteligência
institucional ou organizacional será a mais apta para tal.
Comparando os fundamentos doutrinários da Inteligência e da GE, fica
evidente a proximidade e a sinergia existente entre ambas, pois uma orienta
o trabalho da outra. Assim, a Inteligência pode oferecer relevantes
contribuições a uma gestão moderna, considerando-se o binômio Inteligência-
Gestão Estratégica.
Nesse contexto, busca-se responder à seguinte questão de pesquisa: as
Empresas Estratégicas de Defesa (EED) têm adotado conceitos e práticas da IE
como ferramenta de informação organizacional para monitorar o ambiente a fim
de reduzir as incertezas na tomada de decisão?
Para responder a essa questão, o artigo encontra-se estruturado em
oito capítulos, incluindo esta introdução. No capítulo dois são abordados os
conceitos de Inteligência Estratégica (IE), suas definições e distinções
frente outros conceitos da área. O capítulo três dedica-se aos resultados da
pesquisa bibliométrica desenvolvida sobre os estudos realizados no Brasil
sobre IE, a fim de identificar lacunas de conhecimento. No capítulo quatro
são descritos os conceitos e características da Base Industrial de Defesa,
em particular das EED, respondentes do survey. O capítulo cinco dedica-se a
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apresentar os procedimentos metodológicos do estudo, utilizados como
estratégia para atingir o objetivo do estudo e os resultados apresentados e
discutidos no capítulo seis. Por último, no capítulo sete são feitas as
considerações finais e apontadas as limitações do estudo.
2 INTELIGÊNCIA ESTRATÉGICA
A IE é influenciada por diferentes disciplinas acadêmicas, como
economia, finanças, administração e engenharia. Além disso, existem
diferentes ferramentas associadas ao conceito, como vigilância tecnológica,
inteligência competitiva, roadmapping tecnológico, prospecção estratégica e
gestão do conhecimento (Aguirre, 2015).
Janissek-Muniz et al. (2006) conceituam a IE como:
[...] o processo informacional coletivo e contínuo pelo qual um grupo
de indivíduos buscam (de forma voluntária) e utilizam informações
relacionadas às mudanças susceptíveis de se produzirem no ambiente
exterior da empresa, com o objetivo de criar oportunidades de negócios
e de reduzir riscos e incertezas em geral (p. 95).
A vigilância tecnológica é um sistema organizacional, constituído por
um conjunto de métodos, ferramentas, recursos tecnológicos e humanos, com
capacidades altamente diferenciadas para selecionar, filtrar, processar,
avaliar, armazenar e disseminar informações do passado, transformando-as em
conhecimento para a tomada de decisões estratégicas.
Marcial e Suaiden (2022) revelam que em relação à Inteligência
Competitiva (IC), as pesquisas contribuíram para o conhecimento ou atividades
realizadas pelas organizações no campo do processo decisório ou da GE. Em
relação à IE, Fachinelli et al. (2007) a definem como “[...] um processo
ético de coleta, tratamento, análise e disseminação da informação sobre os
ambientes de interesse da empresa, visando subsidiar o processo decisório e
alcançar as metas estratégicas da organização, de forma sistêmica e rotineira”
(pp. 176-77).
Os principais objetivos da IE são “reduzir a incerteza na tomada de
decisão, evitar surpresas de mudanças ambientais e obter vantagem competitiva
pela redução do tempo de reação e melhorar o posicionamento estratégico da
organização” (Fachinelli et al., 2007, p. 177).
A IE tem sua concepção nos princípios da IC, definida como o conjunto
de atividades nas quais as organizações determinam e compreendem o setor de
atuação, identificam as fraquezas de seus concorrentes e antecipam seus
movimentos (Wright et al., 2002).
A expressão Competitive Intelligence apareceu no Journal of Marketing
pela primeira vez em 1960, se referindo ao livro de Burton H. Alden, de 1959
(Marcial, 2013), e consiste em analisar a concorrência por meio do
acompanhamento de informações que possam de alguma forma impactar na sua
competitividade.
Na concepção de Almeida e Maricato (2015), os estudos sobre a IC no
Brasil concentram-se, predominantemente, em empresas privadas, enquanto
poucos se dedicam a metodologias e técnicas para organizações públicas. Isso
revela uma fragilidade na pesquisa sobre o tema no âmbito governamental e
indica uma possível necessidade de expansão dos estudos nesse setor.
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Embora seja um conceito menos difundido que a IC, a IE mostra-se mais
adequada a apoiar modelos de gestão, visto que a IC está mais direcionada às
análises de informações de caráter mercadológico (Casartelli et al., 2010).
O principal objetivo da IE é oferecer um suporte de informações para a
adequada formulação e implementação de estratégias, utilizando, de forma mais
eficaz, os recursos da organização e aprimorando o processo decisório
(Janissek-Muniz et al., 2006).
Diferente da IC, a IE tem sido considerada relevante meio para a
obtenção de conhecimento sensível por parte de governos e empresas, para
suplantar as ameaças e explorar as oportunidades do ambiente externo. A IE
permite que a empresa possa agir no momento certo, de forma rápida e eficaz,
além de utilizar o mínimo de recursos possíveis.
Fundada nos princípios da oportunidade e da proatividade, a IE tende a
favorecer a atuação segura de organizações em contextos adversos, por meio
da antecipação de ameaças, da diversificação de alternativas, e do
delineamento de cenários futuros.
Atribuir valor à informação e transmiti-la é o maior propósito das
iniciativas da IE, tanto que os responsáveis que atuam nessa área compõem um
grupo de profissionais cada dia mais valorizados e reconhecidos, em razão da
crescente necessidade de se buscar vantagens competitivas nas organizações.
Lesca e Janissek-Muniz (2015) narram que as ameaças e oportunidades são
identificadas por meio do monitoramento do ambiente conexo à empresa, e visa
fornecer informações voltadas ao futuro para que a organização possa
estruturar-se de forma antecipativa contra as ameaças e alavancar as novas
oportunidades. Não se trata apenas do monitoramento da concorrência e dos
clientes, mas também de outros atores e ambientes que podem interferir nos
resultados da empresa.
Castro e Abreu (2007) identificaram que diferentes abordagens de
monitoramento de informações são observadas nas empresas, o que demanda
diferentes modelos de desenvolvimento do ciclo de inteligência. Ramos (2004)
nominou de flexibilidade as diferentes formas de IE observadas, tornando
difícil obter consenso nas formas de mensurar a implantação de IE.
Entretanto, diversos desafios ligados à implantação de um projeto
de IE na organização e, dentre eles, destacam-se: a necessidade de
sensibilizar a direção quanto à importância de implementá-lo; definir uma
equipe engajada e de competências diversas; formar e selecionar pessoas para
a coleta e análise das informações; delimitar o ambiente prioritário para a
ação; identificar os tipos de informações pertinentes para a empresa e as
formas adequadas de selecioná-las e interpretá-las; e definir as tecnologias
que darão suporte ao processo da IE (Janissek-Muniz et al., 2006).
Nesse contexto, Fernandes (2012) destaca a necessidade de as empresas
se empenharem cada vez mais em um trabalho sistemático de monitoramento e
análise do macroambiente, como um radar em constante varredura, para detectar
ameaças e oportunidades em conformidade com os seus ramos de atuação.
3 ESTUDOS SOBRE INTELIGÊNCIA ESTRATÉGICA NO BRASIL
A fim de identificar os estudos realizados no Brasil sobre IE, foi
realizado um levantamento bibliométrico, nas bases de dados eletrônicas ANPAD
Spell e SciELO Brasil, utilizando a palavra-chave “inteligência estratégica”,
no idioma “português”, com período de “2015 a 2022” e com o tipo de documento
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“artigo”. Foram localizadas três publicações no Spell e duas na SciELO Brasil,
conforme a Tabela 1.
Tabela 1
Produções científicas publicadas na ANPAD Spell e SciELO Brasil sobre
Inteligência Estratégica
Spell
Autores
Ano
Revista
Palavras-chaves
Conceição
& Paletta
2019
Revista
Inteligência
Competitiva
Big Data, Informação
Estratégica,
Informação Pública,
Inteligência
Estratégica,
Mineração de Dados,
Privacidade dos
Dados, Tomada de
Decisão
De Andrade
& Azevedo
2018
Revista
Inteligência
Competitiva
Analistas de
Inteligência
Competitiva,
Inteligência
Competitiva,
Inteligência
Estratégica, Métodos
de Análise de
Informação
Reche &
Janissek-
Muniz
2018
Future
Studies
Research
Journal:
Trends and
Strategies
Design thinking,
Estratégica
Inovativa, Inovação,
Inteligência
Estratégica
Scielo
Autores
Ano
Revista
Palavras-chaves
Prado &
Campos
2018
Perspectivas
em Ciência
da
Informação
Bibliometria;
Ciclos; Inteligência
Competitiva;
Modelos; CobiT
Nesello &
Fachinelli
2019
Perspectivas
em Ciência
da
Informação
Big Data;
Inteligência
Estratégica; Análise
Fonte: Elaborado pelo autor (2022).
O ANPAD Spell é um sistema de indexação de produção científica,
particularmente das áreas de Administração Pública e de Empresas,
Contabilidade e Turismo. A SciELO Brasil abrange periódicos de áreas
multidisciplinares, porém estão indexadas no sistema as principais revistas
brasileiras da área de Administração, sendo que as cinco mais acessadas:
Revista de Administração de Empresas, Revista de Administração Contemporânea,
São Paulo em Perspectiva, Revista de Administração Pública e Cadernos
EBAPE.BR, nesta ordem.
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Depreende-se da Tabela 1 que nenhum estudo sobre a IE nas bases de
dados ANPAD Spell e SciELO Brasil foi realizado na área de Defesa,
constatando-se uma oportunidade de pesquisa. Assim, pouco se conhece,
empiricamente, sobre o impacto da adoção de práticas de IE na gestão de
informação das Empresas Estratégicas de Defesa e, como consequência, há poucos
trabalhos que avaliam a implantação da IE de forma que se possa replicar os
resultados.
4 BASE INDUSTRIAL DE DEFESA E EMPRESAS ESTRATÉGICAS DE DEFESA
A Base Industrial de Defesa (BID) refere-se ao conjunto das empresas
estatais ou privadas que participam de uma ou mais etapas de pesquisa,
desenvolvimento, produção, distribuição e manutenção de produtos estratégicos
de defesa bens e serviços que, por suas peculiaridades, possam contribuir
para a consecução de objetivos relacionados à segurança ou à defesa do país
(Brasil, 2023).
A BID é elemento essencial na defesa de um Estado. Sua importância
decorre tanto da sua natureza estratégica, resultante da produção de
equipamentos de defesa do país, essencial para garantir a defesa e a sua
autonomia, quanto de seus aspectos econômicos, relacionados ao domínio de
tecnologias sensíveis, muitas delas de uso dual, geração de inovação, empregos
altamente qualificados e exportações com alto valor agregado (Silva & Del
Corso, 2023).
Mesmo que se opte pela suposta simplicidade de definição da BID, com
base no conjunto de empresas que o compõem, estas são encontradas em
diferentes classificações setoriais, com variados processos de produção
(tecnologia, insumos) e aplicações e produtos para uso variado, no mercado
civil e militar, que são características das Empresas Estratégicas de Defesa
(EED).
As EED encontram-se integradas à Base Industrial de Defesa (BID),
definidas na Lei 12.598, de 21 de março de 2012 (Brasil, 2012), como
qualquer pessoa jurídica credenciada pelo Ministério da Defesa mediante
cumprimento cumulativo das seguintes condições:
a) ter como finalidade, em seu objeto social, a realização ou
condução de atividades de pesquisa, projeto, desenvolvimento,
industrialização, prestação dos serviços referidos no art. 10,
produção, reparo, conservação, revisão, conversão, modernização
ou manutenção de PED no País, incluídas a venda e a revenda
somente quando integradas às atividades industriais
supracitadas;
b) ter no País a sede, a sua administração e o estabelecimento
industrial, equiparado a industrial ou prestador de serviço;
c) dispor, no País, de comprovado conhecimento científico ou
tecnológico próprio ou complementado por acordos de parceria com
Instituição Científica e Tecnológica para realização de
atividades conjuntas de pesquisa científica e tecnológica e
desenvolvimento de tecnologia, produto ou processo, relacionado
à atividade desenvolvida, observado o disposto no inciso X do
caput;
d) assegurar, em seus atos constitutivos ou nos atos de seu
controlador direto ou indireto, que o conjunto de sócios ou
acionistas e grupos de sócios ou acionistas estrangeiros não
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possam exercer em cada assembleia geral número de votos superior
a 2/3 (dois terços) do total de votos que puderem ser exercidos
pelos acionistas brasileiros presentes; e
e) assegurar a continuidade produtiva no País (Brasil, 2012).
No estudo de Silva e Del Corso (2023), os autores revelam que no ano
de 2021 haviam 120 EEDs credenciadas no Ministério da Defesa, sendo que 69,2%
(n= 83) estão localizadas na região Sudeste (57 no estado de São Paulo, 21
no estado do Rio de Janeiro e, 5 em Minas Gerais); 22,5% (n=27) estão
localizados no sul região (9 no Rio Grande do Sul, 14 em Santa Catarina e 4
no Paraná); e, 8,3% (n= 10) localizadas no Distrito Federal (3), estado do
Amazonas (2), em Pernambuco (2), no Ceará (1), no Mato Grosso do Sul (1), e
no estado de Goiás (1).
5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A metodologia utilizada neste trabalho tem natureza qualitativa e
descritiva. Utiliza-se como instrumentos, uma pesquisa bibliométrica, e um
survey, elaborado no Google Forms® para a coleta de dados.
Conforme verificou-se no capítulo 3, há uma carência de estudos sobre
a adoção de práticas de IE nas organizações. Desse modo, a aplicação do survey
junto às 120 (cento e vinte) EED revela-se uma oportunidade inédita de
pesquisa.
O construto da IE encontra-se estruturado em cinco níveis de análise,
quais sejam: Estrutura da Informação (EI), Decisão pela coleta da informação
e seu uso (D), Busca e coleta da informação (B) e, Orientação (individual ou
estratégica) (O).
Com 23 (vinte e três) questões (Q), o survey foi testado e validado no
estudo de Giacomello (2009), aplicado junto às empresas do setor moveleiro
gaúcho.
As questões foram operacionalizadas utilizando-se uma escala de
concordância de cinco pontos do tipo Likert, variando de 1 a 5 (1-discordo
totalmente, 2-discordo parcialmente, 3-não concordo/nem discordo, 4-concordo
parcialmente, 5-concordo totalmente).
Embora “as escalas do tipo Likert com cinco pontos não tenham
originalmente uma distribuição contínua, elas cumprem parcialmente o
requisito de continuidade quando utilizadas de forma somada” (Byrne, 2001,
p. 71). A seguir é descrito a forma de tabulação dos dados após a coleta.
5.1 Tratamento dos Dados
No tratamento dos dados atribuiu-se o somatório da pontuação da Escala
Likert (1 a 5) conforme o número das questões de cada uma das quatro dimensões
(E, D, C e O), a fim de avaliar o nível de IE das empresas respondentes.
A pontuação referente aos níveis de Inteligência Estratégica
Organizacional (IEO) por dimensão e o somatório geral das dimensões das
Empresas será estruturada conforme se segue.
Estrutura da Informação (EI): - Número de Indicadores: 10 (dez),
Escala Likert (pontuação máxima): 5 (cinco), Nível de IEO (pontuação máxima):
50 pontos (10 x 5).
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Decisão pela coleta da informação e seu uso (D) - Número de
Indicadores: 5 (cinco), Escala Likert (pontuação máxima): 5 (cinco), Nível
de IEO (pontuação máxima): 25 (5 x 5).
Busca e coleta da informação (C) - Número de Indicadores: 4 (quatro),
Escala Likert (pontuação máxima): 5 (cinco), Nível de IEO (pontuação máxima):
20 pontos (4 x 5).
Orientação (individual ou estratégica) (O) - Número de Indicadores: 4
(quatro), Escala Likert (pontuação máxima): 5 (cinco), Nível de IEO (pontuação
máxima): 20 pontos (4 x 5).
O nível de IEO pode considerar a soma de todas as dimensões do
construto. Estrutura da Informação (50 pontos), Decisão pela coleta da
informação e seu uso (25 pontos), Busca e coleta da informação (20 pontos) e
Orientação Individual ou Estratégica (20 pontos), totalizando o máximo de 115
pontos. Desse modo, o nível de IEO pode ser avaliado de muito baixo a muito
alto, conforme a pontuação obtida (Figura 1).
Figura 1
Nível de Inteligência Estratégica Organizacional
Fonte: Elaborado pelo autor.
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Das 120 (cento e vinte) EED cadastradas junto ao Ministério da Defesa,
no ano de 2021, apenas sete retornaram o questionário enviado no mês de agosto
de 2022, com uma taxa de resposta de 5,8%. Apesar do baixo percentual, a
empresa Delighted by Qualtrics (2023) revela que em torno de 6% dos
questionários encaminhados por e-mail são respondidos. O questionário foi
submetido em agosto de 2022.
Entre os fatores que contribuem para a baixa taxa de respostas nos
questionários online incluem “nível de educação, motivação, interesse pela
pesquisa, restrições de tempo, grau de experiência, familiaridade e interação
com a internet ou com a tecnologia, questões de sigilo e privacidade, entre
vários outros” (Cendón et al., 2014, p. 31).
Além das razões de ordem pessoal e comportamental existem fatores de
ordem técnica como medidas de proteção contra mensagens de marketing através
da limitação do tamanho das caixas postais, utilização de software antispam,
que pode impedir que a pesquisa chegue ao usuário. Ou ainda, o respondente
pode “se perder em meio ao volume de mensagens recebidas ou evitar abrir as
mensagens por temer contágio de vírus, por desinteresse ou por falta de tempo”
(Cendón et al., 2014, p. 31).
Quanto ao ramo de atividade, as EED respondentes pertencem ao setor de
Tecnologia e Segurança da Informação (2), Equipamentos para Resgates e
Emergências (1), Calçados de Segurança (01), Equipamentos de comunicação
(01); Roupas militares (1); Gerenciamento de Programas e Projetos (1).
Acima de
100
51 a 75
76 a 100
26 a 50
0 a 25
Muito
Alto
Alto
Médio
Baixo
Muito
Baixo
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Quanto ao porte, segundo o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(2011), 03 (três) EED são de grande porte (acima de 500 empregados), 03 (três)
são de médio porte (de 100 a 499 empregados), e 01 (uma) é de pequeno porte
(de 20 a 99 empregados).
Quanto ao faturamento, o Banco Nacional de Desenvolvimento (2023)
classifica o tamanho da empresa conforme a Receita Operacional Bruta (ROB):
Pequena empresa (01 EED) ROB maior que R$ 360 mil e menor ou igual a R$
4,8 milhões; Média empresa (03 EED) ROB maior que R$ 4,8 milhões e menor
ou igual a R$ 300 milhões; e, Grande empresa (03 EED) ROB maior que R$ 300
milhões.
Quanto aos cargos e funções dos respondentes na empresa: 03 (três) são
diretores, 03 (três) são analistas administrativos, e 01 (um) é head de
marketing.
Quanto às áreas de formação acadêmica dos respondentes, 03 (três) são
da área de engenharia, 01 (um) da área de comunicação, 01 (um) da área de
logística, 01 (um) da área comercial e 01 (um) controller.
A seguir são apresentados as respostas referentes ao construto da IE,
das EED.
6.1 Estrutura da Informação
A dimensão Estrutura da Informação (EI) está em consonância com os
antecedentes propostos por Jaworski et al. (2002), relacionados
principalmente com os fatores interdepartamentais e sistemas organizacionais
e apresenta relação com a organização da empresa para o desenvolvimento de
IE.
A EI pode trazer maior competitividade ao negócio se comunicar as
informações com foco nas atividades de fornecedores, clientes, mercado e
concorrentes com o objetivo de trazer um direcionamento estratégico e decisões
em tempo real (Barbosa, 2015).
A informação é a comunicação em potencial, quando se compreende a sua
habilidade de ser estocada, armazenada e reconvertida em outra situação
(Martino, 2013; Barbosa, 2015). Estocada refere-se ao processo de coletar e
reter dados ou conhecimento de forma sistemática. Assim como estocamos
alimentos para uso futuro, informações também podem ser guardadas em bancos
de dados, arquivos etc., para serem acessadas quando necessário.
Em relação ao armazenamento da informação, isto significa mantê-la em
um local específico, seja ele físico ou digital. O armazenamento visa garantir
a preservação da informação para que ela não se perca e possa ser acessada
rapidamente e de maneira organizada.
Reconverter a informação implica usar a informação armazenada em novos
contextos ou sob diferentes formatos. Por exemplo, dados coletados de uma
pesquisa científica podem ser reconvertidos para criar relatórios, artigos,
apresentações, gráficos ou outras formas de comunicação, dependendo do
público-alvo ou da necessidade específica. Na tabela 2 são descritas as
respostas das EED relacionadas à Estrutura da Informação.
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Tabela 2
Questões e Respostas das empresas relacionadas à dimensão Estrutura da
Informação
Q1. Em nossa empresa, dispomos de ferramentas (softwares) de busca
sistemática de informações na internet.
Empresa
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
Resposta
3
5
5
1
5
5
5
Q2. Em nossa empresa, dispomos de uma estrutura formal (setor, software,
pessoa responsável etc.) que sistematiza a busca, a análise e a disseminação
de informações.
Empresa
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
Resposta
3
5
5
4
5
5
5
Q3. Em nossa empresa, os fluxos de informações são mapeados na maior parte
dos setores da organização, segundo objetivos pré-determinados.
Empresa
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
Resposta
2
5
5
5
4
5
4
Q4. Em nossa empresa, existe um grupo de especialistas de diferentes áreas
que analisam as informações obtidas em nosso ambiente de negócios.
Empresa
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
Resposta
3
5
5
3
3
5
5
Q5. Em nossa empresa, dispomos de um sistema de registro para as informações
obtidas no nosso ambiente de negócios.
Empresa
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
Resposta
4
5
5
2
5
5
5
Q6. Em nossa empresa, dispomos de um sistema organizado de fontes de
informação que consultamos sistemática e periodicamente.
Empresa
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
Resposta
4
5
5
2
5
5
4
Q7. Em nossa empresa, as informações que obtemos sempre passam pela análise
de pessoas especializadas no assunto tratado antes de serem utilizadas no
processo decisório.
Empresa
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
Resposta
4
5
5
5
5
5
5
Q8. Em nossa empresa, divulgamos as informações estratégicas para os
colaboradores dos setores aos quais tais informações dizem respeito.
Empresa
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
Resposta
5
3
5
5
3
5
5
Q9. Em nossa empresa, definimos as fontes a serem consultadas a partir dos
temas de interesse estratégico sobre os quais buscamos informações.
Empresa
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
Resposta
5
4
5
3
4
5
5
Q10. Em nossa empresa, as decisões se pautam pelo resultado do processo de
busca e tratamento de informação.
Empresa
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
Resposta
4
4
5
5
3
5
5
Pontuação
37
46
50
35
42
50
48
Fonte: Elaborado pelo autor (2022).
Na dimensão EI da escala de IE, a pontuação máxima possível de ser
obtida é de 50 pontos (10 Questões x 5 pontosmáx. likert). Das sete empresas
respondentes, duas obtiveram a pontuação máxima na escala Likert (E3: 50
pontos e E6: 50 pontos). A E3 é uma empresa de grande porte (acima de 500
colaboradores) e atua no ramo de material de comunicações. A E6 é uma empresa
de médio porte (100 a 499 colaboradores), do ramo de tecnologia e segurança
da informação.
A E4 obteve a menor pontuação na escala Likert (35 pontos). A empresa
é do ramo de confecções de artigos militares e de médio porte. Destaca-se
que a empresa não dispõe de ferramentas (softwares) de busca sistemática de
Marcus Vinicius Gonçalves da Silva
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informações na internet (Q1) e um sistema de registro para as informações
obtidas no nosso ambiente de negócios (Q5) e, de um sistema organizado de
fontes de informação que consultamos sistemática e periodicamente (Q6).
Barbosa (2015) aponta que a tecnologia desempenha um papel fundamental
no campo do conhecimento, ao criar técnicas e métodos que possibilitam a
captura, organização e disseminação do conhecimento gerado, o qual
anteriormente se encontrava desorganizado e disperso dentro da empresa,
muitas vezes acessível apenas a um grupo restrito de pessoas. No entanto, o
fator mais importante não é a capacidade da tecnologia em si, mas sim a
maneira como ela é utilizada pelas pessoas, visando transformar a rede em um
facilitador do conhecimento.
Ressalta-se então, que a dimensão EI na IE deve possuir um sistema
informatizado que engloba o planejamento, coleta, análise e a disseminação
do conhecimento. É tarefa da IE dar o respaldo informacional necessário para
que decisores e gestores da administração pública ou privada possam
implementar ações que respondam aos anseios da sociedade e ou clientes.
6.2 Decisão
A dimensão Decisão (D) refere-se à identificação dos responsáveis pelas
principais decisões e suas necessidades, e como são definidas as prioridades
dos esforços da IE. Reconhece-se que os sistemas de inteligência cumprem a
finalidade quando são “organizados com o objetivo de proporcionar
esclarecimentos e clareza a questões que os tomadores de decisão identificaram
como importantes para o eixo competitivo de uma empresa” (Miller, 2002, p.
69). Na tabela 3 são descritas as respostas das EED relacionadas à Decisão.
Tabela 3
Questões e Respostas das empresas relacionadas à dimensão decisão pela coleta
da informação e seu uso
Q11. Em nossa empresa, as informações obtidas em nosso ambiente de negócios
são utilizadas para fomentar a inovação.
Empresa
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
Resposta
5
4
5
5
5
5
5
Q12. Em nossa empresa, a coleta e o tratamento da informação permitem que
aprendamos com o nosso ambiente de negócios.
Empresa
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
Resposta
5
3
5
5
4
5
5
Q13. Em nossa empresa, as informações obtidas em nosso ambiente de negócios
são fundamentais para o processo de criação de conhecimento.
Empresa
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
Resposta
5
3
5
5
4
5
5
Q14. Em nossa empresa o processo de análise resulta em uma decisão que leva
em conta as competências dos responsáveis pela sua execução.
Empresa
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
Resposta
3
4
5
5
3
5
5
Q15. Em nossa empresa, os gestores são orientados para agir segundo as
informações geradas por um processo sistemático de coleta e tratamento de
dados.
Empresa
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
Resposta
3
4
5
5
3
5
4
Pontuação
21
18
25
25
19
25
24
Fonte: Elaborado pelo autor (2022).
Marcus Vinicius Gonçalves da Silva
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Na dimensão D da escala de IE, a pontuação máxima possível de ser obtida
é de 25 pontos (5 Questões x 5 pontosmáx. likert), sendo que três empresas
obtiveram a pontuação máxima (E3, E4 e E6).
Na E1 e E5 o processo de análise resulta em uma decisão que não leva
em conta as competências dos responsáveis pela sua execução (Q14), e os
gestores não são orientados para agir segundo as informações geradas por um
processo sistemático de coleta e tratamento de dados (Q15).
A pontuação abaixo da média (22 pontos), das empresas E1, E2 e E5,
revelam a necessidade de reavaliar qual o domínio das decisões tomadas, por
níveis hierárquicos em relação à informação obtida, além da observação das
limitações de tempo para a tomada das decisões.
6.3 Busca e Coleta
A dimensão Busca e Coleta (BC) da escala de IE busca identificar quais
as fontes de informação mais relevantes, o que implica em perceber o valor
das informações não estruturadas para a tomada de decisão.
Giacomello (2009) aponta que as fontes podem ser primárias ou
secundárias. As fontes primárias são os especialistas de diversos setores,
consumidores, fornecedores, colaboradores e outros, e possuem um caráter de
maior exclusividade, pois os dados são coletados com um propósito específico.
Enquanto as fontes secundárias apresentam a informação disponível a
diversos interessados, e podem ser obtidas em revistas, boletins, relatórios
e bases de dados, além da internet que tem sido um grande canal de busca de
informações secundárias.
A coleta de dados deve ser feita a partir do monitoramento do ambiente,
chamado de vigília (Janissek-Muniz et al., 2006). A IE, de forma análoga ao
radar, deve monitorar o ambiente, observando e registrando os sinais
identificados, para, a partir deles, desenvolver a etapa de análise.
Na tabela 4 encontram-se descritas as respostas relacionadas à dimensão
Busca e Coleta de Informações.
Tabela 4
Questões e Respostas das empresas relacionadas à dimensão Busca e Coleta das
Informações
Q16. Em nossa empresa, buscamos informações sistematicamente sobre temas de
interesse estratégico.
Empresa
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
Resposta
4
4
4
4
4
4
4
Q17. Em nossa empresa a busca de informações ocorre de forma sistemática
sob a responsabilidade de pelo menos uma pessoa.
Empresa
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
Resposta
4
5
5
5
4
5
5
Q18. Em nossa empresa dispomos de software de vigília e ou inteligência
para monitorar nossos ambientes de interesse.
Empresa
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
Resposta
1
5
5
2
1
5
4
Q19. Em nossa empresa buscamos informação estratégica por meio de uma rede
de relacionamentos que construímos para esse fim.
Empresa
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
Resposta
2
3
5
5
1
5
5
Pontuação
11
17
19
16
10
19
18
Fonte: Elaborado pelo autor (2022).
Marcus Vinicius Gonçalves da Silva
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Na dimensão BC, a pontuação máxima possível de ser obtida na escala da
IE é de 20 pontos (4 Questões x 5 pontosmáx. likert). Nessa dimensão, nenhuma
das empresas obtiveram a pontuação máxima, sendo que as empresas E1 e E5
ficaram abaixo da média (15,7 pontos). Nessas empresas, não software de
vigília e ou inteligência para monitorar os ambientes de interesse (Q18).
Outro fator contribuinte para a baixa pontuação é que a E1 e E5 não buscam
informações estratégicas por meio de uma rede de relacionamentos construídas
para esse fim (Q19).
Na dimensão BC se faz necessário que as empresas adotem um sistema de
informações em rede, de modo que possam apoiar o levantamento de cenários, a
formulação de estratégias e o devido monitoramento de fatores decisivos.
À medida que as redes favorecem a circulação da informação, a
aprendizagem organizacional se torna relevante para a criação de estratégias
e outras ações que têm como objetivo aumentar a competitividade da empresa.
6.4 Orientação (Estratégica ou Individual)
A dimensão Orientação (O) refere-se a análise das informações. Na
Orientação Estratégica (OE) são desenvolvidos projetos a nível estratégico
organizacional. Ela se difere da Orientação Individual (OI), pois nesta são
observados esforços que partem de um ou outro indivíduo da organização.
Gomes e Braga (2001) afirmam que nesta dimensão o analista decompõe as
informações coletadas em uma avaliação significativa, completa e confiável.
A Orientação envolve a entrega do conhecimento gerado àqueles que são
responsáveis pela tomada de decisão, fechando o ciclo, sendo necessário
definir os mecanismos de distribuição e a linguagem adequada para o público
que irá receber o produto do sistema e definir a frequência do envio.
Na tabela 5 são descritas as respostas das EED relacionadas à dimensão
Orientação.
Tabela 5
Questões e Respostas das empresas relacionadas à dimensão Orientação
Q20. Em nossa empresa, a busca de informações é um processo de iniciativa
individual que acontece em função de situações pontuais.
Empresa
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
Resposta
4
1
5
5
5
2
2
Q21. Em nossa empresa, a busca de informação é um processo coletivo de
observação constante do ambiente.
Empresa
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
Resposta
4
4
5
5
2
5
5
Q22. Em nossa empresa, a busca de informação é um processo conduzido por
um grupo de especialistas nos temas de interesse estratégico.
Empresa
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
Resposta
3
2
5
5
1
5
5
Q23. Em nossa empresa, os fluxos de informações são espontâneos, ou seja,
não seguem uma orientação pré-definida.
Empresa
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
Resposta
4
2
5
1
5
1
2
Pontuação
15
9
20
16
13
13
14
Fonte: Elaborado pelo autor (2022).
Marcus Vinicius Gonçalves da Silva
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Na dimensão OE, a pontuação máxima possível de ser obtida na escala da
IE é de 20 pontos (4 Questões x 5 pontosmáx. likert). Nesta dimensão, a pontuação
média das empresas foi de 14,2 pontos. Apenas a E3 e E5 obteve a pontuação
máxima nesta dimensão.
No caso da E5 verifica-se que a busca de informação não é um processo
conduzido por especialistas nos temas de interesse estratégico (Q22) e a
busca de informação não é um processo coletivo de observação constante do
ambiente (Q21).
Para se alcançar o êxito esperado na IE é necessário que na dimensão
OE haja a troca de informações, sendo fundamental a disponibilidade de canais
de comunicação para a disseminação da informação tratada. Não basta apenas
gerar o conhecimento, é imprescindível compartilhar as informações obtidas.
O compartilhamento do conhecimento gerado internamente pelas empresas
deve fluir livremente no ambiente organizacional. Entretanto, é indispensável
haver precaução, a fim de se evitar fugas ou vazamento de informações
estratégicas, por meio da criação de mecanismos gerenciais de tratamento
diferenciados para conhecimentos de alto valor agregado.
O resultado geral revela que as sete EED, agregando as quatro dimensões
(Estrutura, Decisão, Busca e Coleta e Orientação), apresentam os seguintes
níveis de Inteligência Estratégica conforme ilustrado na Figura 2.
Figura 2
Nível de Inteligência Estratégica das Empresas Pesquisadas
Fonte: Elaborado pelo autor (2022).
As empresas E1, E2, E4 e E5 possuem um nível “alto” de IE
Organizacional, com 84, 90, 92 e 84 pontos, respectivamente. As empresas E3,
E6 e E7 apresentaram um nível “muito alto” de IEO, com 114, 107 e 104 pontos,
respectivamente.
Isto posto, os dados e resultados da pesquisa contribuem para o
conhecimento na área da IE no contexto organizacional, ao aplicar uma escala
para medir a percepção do fenômeno em empresas pertencentes à Base Industrial
de Defesa, de diferentes ramos de atividade e porte.
Em relação ao estudo anterior, de Giacomello (2009), este permitiu
analisar os dados de forma quantitativa em empresas do setor de Defesa, pois
naquele os dados foram validados de forma quantitativa no setor moveleiro.
37 46 50 35 42 50 48
21 18 25
25 19
25 24
11 17
19
16 10
19 18
15 9
20
16 13
13 14
0
20
40
60
80
100
120
E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7
Estrutura Decisão Busca e Coleta Orientação
Marcus Vinicius Gonçalves da Silva
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15
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo possibilitou verificar que a área da IE tem grande potencial
para auxiliar a gestão estratégica das empresas, portanto, contribuir com o
diferencial competitivo da marca e aumentar a rentabilidade.
Outro fator que pode ser destacado é a contribuição para o
desenvolvimento da teoria de IE com a utilização de uma escala para avaliá-
la, pois pouca pesquisa empírica sobre o impacto da IE no desempenho
organizacional.
Por meio da pesquisa bibliométrica, realizada em duas importantes base
de dados nacionais, a ANPAD Spell e a SciELO Brasil, constatou-se que os
estudos sobre IE são bastante incipientes, revelando-se uma oportunidade para
futuras pesquisas tanto no campo teórico quanto prático.
A metodologia da IE tem despertado o interesse da comunidade acadêmica,
por meio da integração de diferentes ferramentas de apoio à gestão
empresarial, embora nenhum dos trabalhos sobre o tema, buscou analisar o
nível de IE de Empresas Estratégicas de Defesa.
Conforme proposto neste estudo, o uso da IE como instrumento de
informação organizacional visa sensibilizar os decisores estratégicos sobre
a relevância do monitoramento do ambiente externo e interno, com o objetivo
de reduzir as incertezas na tomada de decisão, evitar surpresas em relação
as mudanças ambientais e obter vantagem competitiva pela redução do tempo de
reação, e melhorar o posicionamento estratégico da organização.
A metodologia de pesquisa escolhida apresentou algumas limitações. Uma
primeira limitação refere-se à revisão teórica, pois a produção científica
na área de Defesa ainda é bastante embrionária, somado ao fato que muitos
dos periódicos nacionais com foco nessa temática não estão indexados em bases
de dados internacionais como Scopus e Web of Science.
Uma segunda limitação refere-se ao baixo retorno dos questionários,
porém, de modo geral, em razão do desenvolvimento tecnológico, as EED não
fornecem informações, decorrente do sigilo e da proteção à concorrência.
Salienta-se que os resultados deste estudo contribui com o conhecimento
no campo da gestão aliada à tecnologia, uma vez que propõe um instrumento de
avaliação da Inteligência Estratégica Organizacional, proporcionando uma
abordagem que pode ser aplicada a uma organização pública ou privada, empresa
de diferentes setores de atividade ou cluster empresarial.
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O Uso da Inteligência Estratégica como Instrumento de Informação Organizacional: o caso das Empresas
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Purpose – This study starts from the observation that there is a mismatch, in Brazil, between the strategic actions listed in the National Defense Strategy, and the capabilities of Strategic Defense Companies. Design/methodology/approach – The study is classified from the point of view of the approach to the problem, as qualitative , using the single case study method. Findings – The use of the DC-Defense instrument will enable Strategic Defense Companies to know their dynamic capabilities, so that they can, in their strategic planning, develop actions that allow them to generate competitive advantage. Research limitations/implications – As a research limitation, it is pointed out the study of a single case, IMBEL, but the data of Strategic Defense Companies are not available, due to the complexity and sensitivity of the products and technologies involved, which demands secrecy on the part of the high management. Practical implications – The DC-Defense instrument aims to help Strategic Defense Companies to know their dynamic capabilities and set goals in their strategic plans, which allow them to generate competitive advantage. Originality/value – In this study, an instrument called Dynamic Capacities in Defense (DC-Defense) was proposed..
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RESUMO Esta pesquisa teve como objetivo identificar os métodos de análise de informação utilizados pelos analistas de inteligência competitiva (IC) para transformar informação em inteligência. O presente estudo se justifica, pois na literatura especializada na área da ciência da informação não apresenta estudos suficientes e detalhados sobre a aplicação dos métodos de análise de informação. Neste prisma, para alcançar o objetivo proposto foi realizado uma pesquisa exploratória na base de dados referenciais de artigos de periódicos em ciência da informação (BRAPCI) e na biblioteca digital brasileira de teses e dissertações (BDTD), vislumbrando identificar os estudos em que versão os métodos de análise de informação. Foram identificados 57 métodos, dos quais 4 destacam-se como os mais utilizados: cenários, matriz SWOT, benchmarking e a cinco forças de Porter. Infere-se que apesar da grande variedade de métodos de análises existentes, os mais utilizados pelos analistas de IC são os métodos tradicionalmente utilizados para elaboração do planejamento estratégico. Palavras-chave: Inteligência Competitiva. Inteligência Estratégica. Métodos de Análise de Informação. Analistas de Inteligência Competitiva.
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Efforts and investments demonstrate the focus that organizations have on developing innovations in their segments. With the increasing increase in competitiveness among companies, actions and strategic planning are essential for survival in the market. Monitoring the environment to identify new focuses or forms of action is a way to make procedural initiatives that can potentially leverage the business through a proactive stance. In this sense, the use of the concept of Strategic Intelligence is already a reality among companies generating important information for the creation of competitive advantage. The concept of Design Thinking is used as a method to satisfy both economic and creative goals. Both concepts have process steps that characterize them as cyclical and that are directly linked to the organization's strategy. This article proposes to understand a possible correlation between the concepts of Strategic Intelligence and Thinking Design for the development of innovative strategy. From a qualitative approach, the research collected data from professionals related to the theme concepts of this study. The results demonstrate a closeness between the methods of Design Thinking and Strategic Intelligence, besides the complementarity or sequentially of its use with a focus on innovation.
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Resumo A inteligência competitiva (IC) fornece inteligência estratégica para a tomada de decisão, que proporciona vantagem competitiva nas empresas, porém, sem um processo adequado não é fácil desenvolver inteligência competitiva. O presente estudo tem o objetivo de identificar quais são os processos de IC existentes na literatura, concentrando-se na produção cientifica de proposta de modelos de IC. Pretende-se atingir este objetivo por meio de uma análise bibliométrica ao longo do tempo sobre IC para identificar e analisar os modelos. Com a finalidade de identificar a literatura relevante, foram utilizados bancos de dados acadêmicos e motores de busca eletrônica. Para garantir a confiabilidade, foram utilizados apenas os artigos revisados por pares. A produção científica em torno do tema não é predominantemente feita por uma única revista ou um único porte de empresas, apresentando lacunas em alguns campos de IC em especial, a possibilidade do uso de normas que possam auxiliar os processos do ciclo de Inteligência, podendo ser uma grande oportunidade de desenvolvimento de trabalhos e pesquisas científicas. Portanto neste contexto explorado existe uma oportunidade significativa para realizar vários estudos experimentais para evoluir as soluções de práticas úteis para os analistas de IC.
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p> Introdução: A inteligência estratégica pode ser vista como um processo informacional contínuo que visa identificar relações e conexões para construir cenários futuros de forma a minimizar riscos e ações irrefletidas. Reconhece a importância de um ambiente informacional voltado à obtenção, criação, compartilhamento e internalização do conhecimento, inclusive no setor público. Objetivo: Assim, o objetivo a pesquisa é identificar as atividades de inteligência que estão sendo utilizadas para o planejamento do estado de Goiás. Metodologia: Utiliza como procedimentos metodológicos a pesquisa bibliográfica e entrevista. Trata-se de estudo de caso, com apoio em uma pesquisa qualitativa descritiva. Identifica e analisa as atividades de inteligência utilizadas nas secretarias de Gestão e Planejamento, Indústria e Comércio e Segurança Pública. Resultados: Foi possível identificar que no estado de Goiás não existe um processo unificado de prospecção e monitoramento. Existem investimentos em atividades de inteligência, porém, estes não estão efetivamente implementadas ou bem gerenciadas. Conclusão: Apesar de a inteligência estratégica servir como orientadora do processo de prospecção e monitoramento. Indica os principais cenários a serem acompanhados, na administração pública, no estado de Goiás, existem lacunas na sua utilização.</p
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Quando se discute modernização, quebra de paradigmas e reinvenção na forma de atuar da Inteligência, é preciso entender, antes de mais nada, que esta atividade, seja de Estado, seja corporativa, não pode ser vista como um elemento isolado do processo decisório. Seu esforço de produção de conhecimentos deve ser orientado por um planejamento estratégico e sua atuação deve ser sinérgica à gestão estratégica.
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O avanço da Tecnologia da Informação tem levado ao crescimento exponencial do volume de dados. O desafio que se apresenta é, diante deste universo, conseguir identificar, ao longo do processo de tomada de decisão estratégica, os dados com verdadeiro potencial de geração de valor à organização e, em seguida, transformar este potencial em vantagem competitiva. A metodologia desta pesquisa esta baseada em revisão da literatura e posterior estudo qualitativo e quantitativo, através da aplicação de questionário a provedores de informações de inteligência em Fazenda Pública. Os resultados demonstraram que, em regra, há um alinhamento de expectativas entre a alta administração do órgão público e os provedores de informação. A tomada de decisão estratégica e os resultados organizacionais são fortemente impactados pela gigantesca quantidade de dados disponíveis na era digital e a capacidade de sua organização e análise.
Chapter
Capítulo 4: Impactos da Inteligência Estratégica na Orientação para o Mercado e no Desempenho das Organizações