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Uma interpretação relacional da noção de atividade no comportamentalismo radical

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A atividade figura como tema central no estudo dos fenômenos psicológicos usualmente relacionados à autonomia humana. O comportamentalismo radical, por sua vez, é recorrentemente acusado de defender um modelo de indivíduo passivo. O objetivo deste trabalho foi discutir a possibilidade de se conceber o comportamento como ativo na filosofia skinneriana. Sobre a atividade, têm-se que: (A) é ativo tudo aquilo que dá início ou causa algo; (B) é ativo tudo o que produza eventos, estando as variáveis que acompanham tal produção conspícuas ou não. Nossa investigação, de natureza conceitual, visou, primeiramente, analisar a crítica skinneriana a explicações causais do comportamento. Em seguida, utilizou-se o relacionismo para esclarecer que as noções de causa e efeito são incompatíveis com uma perspectiva comportamentalista radical, indicando afinidades da acepção de atividade (B) com os pressupostos skinnerianos. Nossa estratégica analítica foi, então, relacionar acepções de comportamento operante (instância, classe, probabilidade e repertório) à noção de atividade (B), indicando a produção de consequências e a natureza reflexiva do comportamento como sua própria dimensão ativa, descartando a necessidade de uma causa inicial ou de uma cisão entre comportamento e ambiente presentes nos modelos tradicionais de explicação comportamental.

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O objetivo deste artigo é elucidar algumas características do modelo de explicação do comportamento proposto pelo Behaviorismo Radical. Para tanto, abordamos dois aspectos: (1) a delimitação do campo explicativo, e (2) o modelo explicativo no contexto da filosofia da ciência. Com relação ao primeiro ponto, examinamos o estatuto do comportamento na explicação behaviorista radical contrastando-o com duas explicações tradicionais do comportamento: a mentalista e a fisicalista. Diferente destas últimas explicações, o Behaviorismo Radical defende o comportamento como um objeto de estudo autônomo. No contexto da filosofia da ciência, examinamos, primeiramente, algumas concepções tradicionais de relação de dependência entre eventos, como a conexão necessária e a metáfora da cadeia. Em seguida, discutimos como o modelo de explicação behaviorista radical parece ser incompatível com tais concepções. Concluímos que o Behaviorismo Radical explica o comportamento buscando redes de interdependência probabilística entre estímulos (antecedentes e consequentes) e respostas, levando em consideração a importância da história nesse processo. Palavras-chave: behaviorismo radical; explicação do comportamento; autonomia do comportamento; relações funcionais; explicação histórica.
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Resumo O objetivo deste ensaio é construir uma definição de comportamento no Behaviorismo Radical. Defende-se que tal definição de comportamento deve levar em consideração (1) os compromissos filosóficos do Behaviorismo Radical, (2) o aspecto dinâmico do comportamento, e (3) a articulação entre eventos, estados e processos. Partindo de uma interpretação relacional do Behaviorismo Radical, o presente ensaio defende que o comportamento pode ser entendido como uma relação organismo-ambiente, cuja dinâmica é uma coordenação sensório-motora. Como resultado dessa dinâmica, temos um fluxo comportamental que pode ser analisado em termos de uma relação de interdependência entre eventos ambientais, eventos comportamentais, estados comportamentais e processos comportamentais. Abstract The purpose of this essay is to elaborate a definition of behavior in Radical Behaviorism. It is argued that a definition of behavior would take into account (1) the philosophical grounding of Radical Behaviorism, (2) the behavior's dynamic, and (3) the relation among events, states, and process. Starting from the relational interpretation, this essay defends that behavior can be concept as a relation organism-environment, whose dynamic is a sensory-motor coordination. As this dynamic result, we have a behavioral stream, which can be analyzed in terms of an interdependence relation among environmental events, behavioral events, behavioral states, and behavioral process.
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The paper presents behavior analysis as a psychological system that assumes individual-environment relations as its subject matter, and then discusses some theoretical, methodological, and practical implications of such a view. The emphasis on behavioral relations is interpreted as a counterpart to individualistic conceptions of man and to derived psychological concepts. It is argued, however, that an appropriate estimation of the breadth of behavior analysis as a psychological discipline requires understanding how behavior-analytic concepts support the exam of psychological phenomena in contexts that do not match those found in laboratories, where basic research is held. Keywords: behavior analysis; radical behaviorism; behavioral relations.
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B. F. Skinner’s and G. Ryle’s philosophies, contrary to common sense and to the way that many philosophers and psychologists think, do not deny human subjectivity, consciousness and freedom. What Skinner’s beha- viorism and Ryle’s philosophy do deny is the existence of an “inner self” initiating actions, or the existence of an immaterial mind governing human activities. This study aims to analyze the B. F. Skinner’s abandon- ment of the “initiating self” through G. Ryle’s critics to the traditional mentalism. As specific objectives we attempt to demonstrate that the concept of verbal behavior underlies notions of subjectivity, consciousness and freedom in Skinner’s philosophy, on its own manner. We also seek to bring forward the possible practi- cal outcomes regarding the Technology of Behavior based on abandoning the notion of “initiating self”. In this sense, we first exhibit Ryle’s proposition of mental concepts analysis, and after that we present Skinner’s approach on private events, indicating the criticism regarding traditional mentalism from both authors. Fi- nally, we indicate the practical outcomes concerning the Technology of Behavior, due to the abandoning of the “initiating self” notion in Skinner’s theory.
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O Behaviorismo Radical de B. F. Skinner é constantemente acusado de eliminar a mente de sua explicação do comportamento humano. Uma análise do livro The Concept of Mind, de Gilbert Ryle, sugere a possibilidade de defender a existência de uma mente relacional, diferente da categoria de existência da mente defendida em interpretações cartesianas (mente substancial). A análise de alguns textos de Skinner sugere que o conceito de uma mente relacional também pode ser defendido no Behaviorismo Radical. Esse fato, culminaria na possibilidade de que, além de filosofia da Ciência do Comportamento, o Behaviorismo Radical, também pode ser uma filosofia da mente, o que traria conseqüências ao estudo e à aplicação da Análise do Comportamento.
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Skinner outlines a science of behavior which generates its own laws through an analysis of its own data rather than securing them by reference to a conceptual neural process. "It is toward the reduction of seemingly diverse processes to simple laws that a science of behavior naturally directs itself. At the present time I know of no simplification of behavior that can be claimed for a neurological fact. Increasingly greater simplicity is being achieved, but through a systematic treatment of behavior at its own level." The results of behavior studies set problems for neurology, and in some cases constitute the sole factual basis for neurological constructs. The system developed in the present book is objective and descriptive. Behavior is regarded as either respondent or operant. Respondent behavior is elicited by observable stimuli, and classical conditioning has utilized this type of response. In the case of operant behavior no correlated stimulus can be detected when the behavior occurs. The factual part of the book deals largely with this behavior as studied by the author in extensive researches on the feeding responses of rats. The conditioning of such responses is compared with the stimulus conditioning of Pavlov. Particular emphasis is placed on the concept of "reflex reserve," a process which is built up during conditioning and exhausted during extinction, and on the concept of reflex strength. The chapter headings are as follows: a system of behavior; scope and method; conditioning and extinction; discrimination of a stimulus; some functions of stimuli; temporal discrimination of the stimulus; the differentiation of a response; drive; drive and conditioning; other variables affecting reflex strength; behavior and the nervous system; and conclusion. (PsycINFO Database Record (c) 2012 APA, all rights reserved)
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