ArticlePDF Available

A importância da pesquisa em bem-estar policial: Revisão bibliográfica e propositura de modelo

Authors:
  • Instituto Superior de Ciências Policiais

Abstract

Resumo O presente trabalho teve por objetivo demonstrar a relevância da mensuração do fenômeno de bem-estar de policiais, em especial os militares, das mais diversas corporações de segurança pública brasileiras, com pesquisas já realizadas no âmbito da segurança pública. Por intermédio de uma metodologia qualitativa, ao longo do texto do artigo foram definidos, teórica e empiricamente, cada um dos constructos que compõem o modelo, com conceituação, breve histórico e pesquisas recentes relevantes que continham mais de uma variável do modelo e/ou no âmbito da segurança pública. Posteriormente foram apresentadas sugestões de instrumentos psicométricos à disposição na literatura, inclusive com os índices de ajuste encontrados em suas pesquisas seminais e um modelo base para ser utilizado, inteiro, fracionado ou desdobrado, em pesquisas futuras. Com esse delineamento entende-se que o objetivo foi atingido, somado às proposições de perspectivas futuras que possam explorar as limitações do artigo, criando e testando modelos diversos com os constructos propostos, para entender melhor fenômenos psicológicos e de gestão que vão gerar benefícios para os policiais, para as corporações e, principalmente, para a sociedade. Palavras-chave: Bem-estar; Abstract The present manuscript aimed to demonstrate the relevance of measuring the well-being phenomenon of police officers, especially the military. It also proposes some antecedent variables that can help in its increment in the most diverse brazilian public security corporations, demonstrating its relevance with research already carried out in the field of public security. Through a qualitative methodology, throughout the text, each of the constructs that make up the model were theoretically and empirically defined, with conceptualization, brief history and relevant recent research that contained more than one variable of the model and/or within the scope of the public security. Subsequently, suggestions of psychometric instruments available in the literature were presented, including the adjustment indices found in their seminal research and a base model to be used, whole, fractionated or unfolded, in future research. With this design, it is understood that the objective was achieved. In addition propositions of future perspectives were presented, that can explore the limitations of the article, creating and testing different models with the proposed constructs to better understand psychological and management phenomena that will generate benefits for police officers, for corporations and, mainly, for society.
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
290
Artigos
A importância da pesquisa em bem-estar policial: Revisão bibliográfica e
propositura de modelo
The importance of research in police well-being: Bibliographic review and
model propositure
La importancia de la investigación en el bienestar policia: Revisión
bibliográfica y propuesta de modelo
Paulo Henrique Ferreira-Alves
1
Instituto Superior de Ciências Policiais
Cláudio Vaz Torres
2
Universidade de Brasília
Márcio Júlio da Silva Mattos
3
Instituto Superior de Ciências Policiais
Resumo
O presente trabalho teve por objetivo demonstrar a relevância da mensuração do fenômeno de bem-estar de
policiais, em especial os militares, das mais diversas corporações de segurança pública brasileiras, com pesquisas
já realizadas no âmbito da segurança pública. Por intermédio de uma metodologia qualitativa, ao longo do texto
do artigo foram definidos, teórica e empiricamente, cada um dos constructos que compõem o modelo, com
conceituação, breve histórico e pesquisas recentes relevantes que continham mais de uma variável do modelo e/ou
no âmbito da segurança pública. Posteriormente foram apresentadas sugestões de instrumentos psicométricos à
disposição na literatura, inclusive com os índices de ajuste encontrados em suas pesquisas seminais e um modelo
base para ser utilizado, inteiro, fracionado ou desdobrado, em pesquisas futuras. Com esse delineamento entende-
se que o objetivo foi atingido, somado às proposições de perspectivas futuras que possam explorar as limitações
do artigo, criando e testando modelos diversos com os constructos propostos, para entender melhor fenômenos
psicológicos e de gestão que vão gerar benefícios para os policiais, para as corporações e, principalmente, para a
sociedade.
Palavras-chave: Bem-estar; Metas de Compaixão e Autoimagem; Comprometimento Organizacional; Motivação;
Segurança Pública; Polícia Militar.
Abstract
The present manuscript aimed to demonstrate the relevance of measuring the well-being phenomenon of police
officers, especially the military. It also proposes some antecedent variables that can help in its increment in the
most diverse brazilian public security corporations, demonstrating its relevance with research already carried out
in the field of public security. Through a qualitative methodology, throughout the text, each of the constructs that
make up the model were theoretically and empirically defined, with conceptualization, brief history and relevant
recent research that contained more than one variable of the model and/or within the scope of the public security.
Subsequently, suggestions of psychometric instruments available in the literature were presented, including the
adjustment indices found in their seminal research and a base model to be used, whole, fractionated or unfolded,
in future research. With this design, it is understood that the objective was achieved. In addition propositions of
future perspectives were presented, that can explore the limitations of the article, creating and testing different
models with the proposed constructs to better understand psychological and management phenomena that will
generate benefits for police officers, for corporations and, mainly, for society.
1
Doutor e Mestre em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações pela Universidade de Brasília. Curso de
Formação de Oficiais pela APMB-PMDF/Instituto Superior de Ciências Policiais (ISCP/PMDF).
Contato: phferreiraalves@gmail.com
2
Pós-Doutorado em Police Psychology e Cross-cultural research na University of Baltimore. Ph.D. em Industrial
Organizational Psychology na California School of Professional Psychology. Mestre em Psicologia pela
Universidade de Brasília/Universidade de Brasília (UnB)
3
Doutor e Mestre em Sociologia pela Universidade de Brasília. Curso de Formação de Oficiais pela APMB-
PMDF/Instituto Superior de Ciências Policiais (ISCP/PMDF).
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
291
Artigos
Keywords: Well-being; Compassion and Self-Image Goals; Organizational Commitment; Motivation; Public
safety; Military Police of the Federal District.
Resumen
El presente manuscrito tuvo como objetivo demostrar la relevancia de medir el fenómeno del bienestar de los
agentes de policía, especialmente los militares. También propone algunas variables antecedentes que pueden
ayudar en su incremento en las más diversas corporaciones brasileñas de seguridad pública, demostrando su
relevancia con investigaciones ya realizadas en el campo de la seguridad pública. A través de una metodología
cualitativa, a lo largo del texto se definieron teórica y empíricamente cada uno de los constructos que conforman
el modelo, con conceptualización, breve historia e investigaciones recientes relevantes que contenían más de una
variable del modelo y/o dentro del alcance del mismo. seguridad Pública. Posteriormente, se presentaron
sugerencias de instrumentos psicométricos disponibles en la literatura, incluidos los índices de ajuste encontrados
en sus investigaciones seminales y un modelo base para ser utilizado, completo, fraccionado o desplegado, en
futuras investigaciones. Con este diseño se entiende que se logró el objetivo. Además, se presentaron propuestas
de perspectivas futuras que pueden explorar las limitaciones del artículo, creando y probando diferentes modelos
con los constructos propuestos para comprender mejor los fenómenos psicológicos y de gestión que generarán
beneficios para los agentes de policía, para las corporaciones y, principalmente, para la sociedad.
Palabras clave: Bienestar; Metas de compasión y autoimagen; Compromiso organizacional; Motivación;
Seguridad Pública; Policía Militar del Distrito Federal.
Pesquisas científicas no âmbito das polícias têm crescido em relevância nos últimos
anos (Alves, 2018; Ferreira-Alves et al., 2023). A literatura tem demonstrado a necessidade de
ter um olhar mais atencioso aos policiais, pois seus desafios rotineiros já têm gerado diversos
problemas psicológicos e sofrimento mental. Por exemplo, irritabilidade, cansaço excessivo,
sensação de desgaste físico, estresse, burnout, dentre outros que afetam seu bem-estar (Dantas
et al., 2010). Ademais, segurança pública pode ser considerada atividade e tema de grande
relevância no Brasil, sempre presente nos diversos meios de comunicação, como televisão,
rádio, podcasts ou diversos outros sítios na internet (Alves, 2018).
Condições desfavoráveis a que policiais, especialmente os militares, estão
corriqueiramente submetidos, facilitam a disseminação de tragédias pessoais e a racionalização
da violência, bem como corroboram para que o sofrimento se converta em exaustão física e
emocional (Ferreira et al., 2017). Além disso, policiais tendem a estar mais propensos ao
adoecimento com o decorrer dos anos de corporação. Sugere-se que as estratégias individuais
de resistência e enfrentamento se enfraquecem ao longo do tempo com o trabalho policial, o
turno de serviço e a carga horária influenciando o sedentarismo e a morbidade (Ferreira et al.,
2017). Esses problemas de adoecimento perduram após o final da carreira (na ativa) do policial,
pois além do adoecimento culminam, muitas vezes, em mortes precoces (Sales, 2021).
Logo, o objetivo do presente trabalho é demonstrar a relevância do desenvolvimento de
pesquisas que possam gerar ações institucionais voltadas ao incremento do bem-estar dos
policiais. Além disso, pretende-se propor algumas variáveis estudadas no campo da Psicologia
Policial e do Comportamento Organizacional que possam ser mensuradas e influenciar
positivamente o bem-estar nas diversas corporações policiais.
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
292
Artigos
Buscar condições positivas para policiais também é relevante porque, para o bom
desenvolvimento das atividades do Estado, a polícia desempenha importante função na garantia
e preservação da segurança e ordem públicas. E pesquisas científicas inseridas no âmbito
policial podem ajudar a entender melhor as minúcias dessas organizações. Caso seus resultados
sejam convertidos em ações práticas, podem contribuir sobremaneira com a melhoria na
prestação de seus serviços (Alves, 2018; Torres & Glazer, 2023). Nesse ponto de vista, é de
grande relevância a realização de pesquisas no contexto da psicologia e da segurança pública
(Faiad et al., 2012; Faiad et al., 2022).
Pesquisas em organizações policiais com base em sua história, estrutura e ofício também
podem ser considerada de relevância científica, principalmente quando pautadas em
significativos fenômenos psicológicos relacionados ao ofício policial (Torres & Glazer, 2023).
Assim, o objetivo principal do presente trabalho qualitativo é demonstrar a relevância da
mensuração do fenômeno de bem-estar de policiais, em especial os militares, bem como propor
algumas variáveis que possam ajudar em sua melhoria nas diversas corporações de mesma
natureza do país. Essas variáveis são: as metas de compaixão e autoimagem, o
comprometimento organizacional e a motivação no trabalho, que serão melhor definidas nas
seções seguintes, bem como demonstradas suas relevâncias com pesquisas realizadas no
âmbito da segurança pública. Esse objetivo geral pode ser desdobrado nos seguintes objetivos
específicos:
a) Definição teórica da variável critério (bem-estar) e apresentação de pesquisas
que demonstram sua relevância acadêmica e empírica no âmbito da segurança pública;
b) Definição teórica das variáveis antecedentes (metas de compaixão e
autoimagem, comprometimento organizacional e motivação) e apresentação de pesquisas que
demonstram suas relevâncias teóricas e empíricas no âmbito da segurança pública;
c) Apresentação de um modelo de pesquisa a ser testado em perspectivas futuras,
com sugestões de instrumentos psicométricos com evidências de validade e já utilizados em
pesquisas anteriores, principalmente no âmbito da segurança pública.
Método
A presente pesquisa tem como base principal o método qualitativo, pois seu objetivo
principal não é realizar as análises inferenciais necessárias à comprovação estrutural e empírica
do modelo. Busca-se demonstrar teoricamente e por meio de pesquisas anteriores disponíveis
nas bases de dados Scielo, SCOPUS e Google Acadêmico, que as variáveis são relevantes na
teoria e na literatura, e podem ser utilizadas em modelos diversos em âmbito da segurança
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
293
Artigos
pública. Além disso, por mais que outros modelos estruturais possam ser estabelecidos, sugerir-
se um modelo-base para levantamentos empíricos no âmbito das polícias militares em
perspectivas futuras.
Para alcançar esse intento, foi definido o método qualitativo em uma pesquisa
exploratória que busca primeiramente apresentar a definição teórica de cada uma das variáveis
propostas. Também são apresentadas suas estruturas fatoriais e pesquisas realizadas,
exemplificando-se, caso existam, com estudos empíricos desenvolvidos no âmbito da segurança
pública. Após a estruturação conceitual, em uma abordagem descritiva, foi estruturado um
modelo-base que pode ser pesquisado futuramente de maneira integral ou fracionada. Entende-
se que estes achados anteriores na literatura e a estrutura proposta podem confirmar a relevância
teórica e empírica dos constructos para posterior pesquisa nas corporações policiais militares
do Brasil.
Referencial teórico e empírico
Bem-estar
Quando se fala em bem-estar, geralmente se refere à ótima experiência de
funcionamento e experiência psicológica, vida valorosa e saúde mental (Diener, 2000; Ryan &
Deci, 2001). Essa temática foi tradicionalmente estudada como busca da felicidade bem-estar
hedônico ou do aprimoramento do potencial humano bem-estar eudaimônico (Keyes, et al.,
2002). Pesquisadores dos diversos cantos do mundo têm se empenhado em descobrir em que
medida as pessoas se sentem felizes ou capazes de realizar plenamente suas potencialidades.
Além dessas duas, também surgiram estudos em outros contextos, onde destaca-se, para essa
pesquisa, o bem-estar no trabalho ou bem-estar no ambiente organizacional (Paz et al., 2012).
Pesquisadores com décadas de dedicação e inúmeras pesquisas acabaram por
estabelecer o fenômeno bem-estar no campo científico da psicologia e como um dos temas mais
estudados na busca pela plenitude de saúde na vida das pessoas (Mendonça et al., 2012; Siqueira
& Padovam, 2008). Nessa perspectiva, propõe-se o conceito de bem-estar como sendo o estado
psicológico em que afetos e aspectos positivos se sobrepõem sobre os negativos, gerando
felicidade, satisfação com a vida, plenitude na realização dos potenciais pessoais e alcance de
metas de vida e profissionais (Diener, 1984; 2000; Keyes et al., 2002; Paschoal & Tamayo,
2008; Paz et al., 2012; Ryan & Deci, 2001).
A área de bem-estar subjetivo possui três grandes padrões teóricos: o primeiro
subjetivo, como experiência do indivíduo; o segundo medidas positivas da saúde mental e o
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
294
Artigos
terceiro uma medida global de todas as avaliações relacionadas à vida de uma pessoa (Diener
1984). Portanto, o conceito de bem-estar está relacionado à uma dimensão positiva da saúde,
conceito complexo que agrega as dimensões supracitadas bem como um campo de estudo
relacionado a outros domínios, como a qualidade de vida, os afetos positivos e negativos, dentre
outros.
Sugere-se que o bem-estar subjetivo é o esforço científico de se entender a felicidade,
com tudo que a cerca de maneira positiva. (Galinha & Ribeiro, 2005). Existem dissidências
teóricas relativas ao conceito, mas um consoante consenso acerca das suas dimensões
(Albuquerque & Troccoli, 2004). Esse fenômeno psicológico tem sido considerado um campo
em expansão, pois existe uma sistemática mensuração conceitual. Tem-lhe sido atribuído uma
dimensão cognitiva, relacionada à satisfação com a vida e uma dimensão afetiva, relativa ao
sentimento de felicidade (Albuquerque & Troccoli, 2004; Galinha & Ribeiro, 2005; Sagiv &
Schwartz, 2000; Siqueira & Padovam, 2008). Esta última, eventualmente subdividida em duas
diferentes: afeto positivo e afeto negativo (Diener, 1984; Diener et al.,1997; Diener et al.,
1999).
Ao analisar o constructo como um todo, o bem-estar subjetivo, baseado na perspectiva
hedonista, é formado por três fatores inter-relacionados (Satisfação com a Vida , Afetos
Positivos e Afetos Negativos) e cada um destes também pode ser subdividido. A satisfação
pode ser fragmentada em diversos domínios de vida, enquanto os afetos podem ser decompostos
em emoções. Os primeiros afetos se desdobrariam em alegria, afeição, orgulho, dentre outras
sensações positivas, enquanto os segundos com vergonha, culpa, tristeza, dentre outras de
caráter negativo (Diener, et al., 1997; Galinha & Ribeiro, 2005).
O bem-estar psicológico, baseado na perspectiva eudaimonista, está mais associado a
termos cognitivos relacionados às competências individuais para lidar com situações concretas
da vida. Ou seja, buscar a excelência pessoal como cerne da existência (Mendonça et al., 2012).
Esse modelo reúne aspectos valorativos e conceitos relativos à crescimento pessoal, às relações
sociais positivas, à autonomia, ao propósito de vida, dentre outros.
Por sua vez, o bem-estar no trabalho também apresentou dificuldades na obtenção de
consenso conceitual, com diferentes definições sendo encontradas na literatura. Por exemplo,
bem-estar ocupacional seria a avaliação positiva de características afetivas, motivacionais,
comportamentais, cognitivas e psicossomáticas relacionadas ao trabalho (Ferreira et al., 2012;
Santos & Ceballos, 2013). Por outro lado, o bem-estar no trabalho poderia ser um fenômeno
psicológico laborativo relacionado aos vínculos afetivos positivos de uma pessoa com sua
organização ou seu trabalho (Siqueira & Padovam, 2008).
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
295
Artigos
Ressalta-se que ser policial é muito mais do que um trabalho ou profissão, pois eles têm
o dever legal de agir sempre em caso de presenciarem qualquer crime ocorrendo em flagrante
delito (Brasil, 1941). Portanto, alguém que escolhe essa profissão tem raríssimos momentos de
relaxamento, inclusive em suas horas de folga. A atividade profissional do policial militar é
consideravelmente estressante, uma vez que os profissionais dessa área são expostos a vários
fatores desencadeadores de estresse, o que afeta as condições de sua vida e a realização da
atividade profissional (Marinho et al., 2018).
É importante mensurar satisfação com a vida e os afetos vivenciados pelos policiais nos
diversos momentos de sua rotina, uma vez que estão intimamente relacionados à profissão.
Como o trabalho policial transcende os momentos em que está efetivamente no trabalho,
entende-se ter sido demonstrado que o bem-estar subjetivo é uma relevante variável critério a
ser mensurada em pesquisas futuras no âmbito da segurança pública.
Isto posto, apresenta-se um breve desenvolvimento das principais e mais recentes
pesquisas desenvolvidas com base nesse fenômeno psicológico. Ao realizar uma busca nos
principais repositórios científicos, diversos trabalhos relacionados à temática foram
encontrados. Por essa razão, optou-se em realizar um recorte, apresentando-se algumas
pesquisas recentes e, por fim, sua relação com as temáticas relacionadas às demais variáveis do
modelo a ser estudado (metas de compaixão e autoimagem, comprometimento organizacional
afetivo e motivação para trabalhar), além de trabalhos no âmbito da segurança pública.
Dentro do fenômeno psicológico de metas de compaixão e autoimagem, Ferreira-Alves
et al. (2022), em uma pesquisa com alunos policiais militares encontraram bons níveis de bem-
estar dos participantes e que as metas de compaixão se sobressaíram nos policiais, mas sem
deixar de lado sua autoimagem. Os autores também identificaram correlações positivas das
metas de compaixão com satisfação com a vida e bem-estar global.
Em relação ao comprometimento organizacional, dois trabalhos se destacam na
literatura ao associarem esse fenômeno com bem-estar. Jain et al. (2009) encontraram poder
preditivo de bem-estar em comprometimento organizacional afetivo em uma organização
voltada à fabricação de motos, enquanto Garg e Rastoji (2009) encontraram efeito significativo
de bem-estar psicológico em comprometimento organizacional de diferentes organizações
indianas.
Quando são realizadas buscas que relacionam a motivação com o bem-estar, Howard et
al (2016) encontraram que os profissionais de diversas empresas no Canadá e Holanda que
apresentavam maiores escores de autonomia e motivação demonstraram maior performance no
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
296
Artigos
trabalho e mais altos níveis de bem-estar. Isto posto, é importante apresentar como tem sido
realizada a mensuração desse fenômeno, em especial no Brasil.
No âmbito da segurança pública, Gonçalves (2011) apontou a necessidade de investir
na promoção do bem-estar dos profissionais de polícia, tal como numa cultura organizacional
equilibrada e com melhores práticas de gestão de recursos humanos. Realçou o papel das
percepções de cultura organizacional e de ajustamento à organização com vistas à promoção do
bem-estar dos policiais, cujo papel na sociedade é reconhecidamente imprescindível.
Por sua vez, Souza et al. (2015) testaram o papel da autoeficácia como mediadora entre
o bem-estar subjetivo e o burnout de cadetes da polícia militar e do corpo de bombeiros. Os
resultados demonstram que as variáveis do bem-estar subjetivo, principalmente a vitalidade
subjetiva e os afetos negativos, predizem significativamente o burnout e suas subdimensões,
bem como o papel mediador desempenhado pela autoeficácia (Souza et al., 2015). Os achados
indicam a importância de planejar intervenções que visem o fortalecimento da autoeficácia em
cadetes.
Alguns outros trabalhos foram encontrados, mas é necessário focar nas questões
psicométricas para mensuração do fenômeno. Assim, destacam-se os trabalhos de Albuquerque
e Troccoli (2004), que desenvolveram uma escala para mensurar os três maiores componentes
do Bem-Estar Subjetivo: satisfação com a vida (α=0,90), afeto positivo (α=0,95) e afeto
negativo (α=0,95), composta por 69 itens; bem como o de Paschoal e Tamayo (2008), que
construíram um instrumento para avaliar o bem-estar no trabalho, com trinta itens subdivididos
em três fatores, afeto positivo (α=0,93), afeto negativo (α=0,91) e realização (α=0,88). Estes
dois instrumentos, após a realização do presente referencial, seriam os mais adequados para a
mensuração desse fenômeno dentro do modelo estabelecido.
Conforme já abordado anteriormente, como o trabalho policial transcende o ambiente
laboral, tendo reflexos em toda a vida pessoal, profissional e familiar (Derenusson & Jablosnki,
2010), o fenômeno do bem-estar subjetivo é de grande relevância. O seu melhor entendimento
pode ajudar, sobremaneira, a resolver problemas existentes nos diversos meios sociais, como
por exemplo, o do policial militar, bem como fornecer um bom suporte para o desenvolvimento
de instrumentos que possam ajudar a combater sérios problemas psicológicos existentes em
corporações dessa natureza.
Metas de compaixão e autoimagem
A temática de metas de compaixão e autoimagem é relativamente recente, sendo o
primeiro trabalho datado de 2008 (Crocker & Canevello, 2008), que investigou o papel dessas
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
297
Artigos
metas em estudantes universitários e seu papel no suporte social e confiança. De maneira geral,
meta é aquilo que se pretende alcançar; objetivo, finalidade; finalização de alguma coisa; termo,
limite (Ferreira, 2010). São constructos importantes para pessoas e organizações, sendo
representações internas de estados desejados e concebidas como resultados, fatos ou processos.
Ou seja, são concepções cognitivas dos pontos finais específicos que influenciam na avaliação,
emoções e comportamentos (Austin & Vancouver, 1996; Fischbach & Ferguson, 2007).
Pode-se conceituar meta como um estado psicológico desejado, que está sob controle e
no qual uma pessoa se esforça e é motivada a alcançar, mesmo com os obstáculos encontrados
no caminho (Alves, 2018; Bandura, 1991; Crocker & Canevello, 2012). Os indivíduos possuem
várias metas e boa parte da autorregulação de seus comportamentos visa seu alcance criando
uma hierarquia que muda constantemente (Austin & Vancouver, 1996; Baumeister, 2010).
Por sua vez, as metas de compaixão são o estado psicológico desejado que envolve um
foco grupal no sentido de apoio, de deixar de se autoconsiderar visando o bem-estar dos outros,
mas não para obter algo para si mesmo. As metas de autoimagem, por sua vez, são aquelas que
levam as pessoas a querer construir, manter e defender as imagens públicas e privadas desejadas
para si mesmas, para ganhar ou obter algo (Crocker & Canevello, 2008).
A proposição inicial do construto de metas de compaixão e autoimagem teve como
intuito estudar o suporte social em relações públicas por meio de dois estudos. O primeiro
investigou o papel das metas de compaixão e autoimagem de calouros universitários nas
alterações do suporte social em relações públicas; e o segundo em relação ao suporte social em
colegas de quarto, mensurado semanalmente junto com as metas (Crocker & Canevello, 2008).
Observa-se que uma das principais características dos seres humanos é sua tendência de se unir
a seus pares e formar grupos (Baumeister, 2010; Forsyth & Burnette, 2010), graças à
necessidade fundamental de pertencimento, interação social e contato com sujeitos que estejam
preocupados com seu bem-estar (Baumeister & Leary, 1995).
Destaca-se que todos possuem diversas e incontáveis metas, hierarquizadas e acessadas
dependendo da situação (Alves, 2018). E tanto as metas de autoimagem quanto as de compaixão
estão presentes no sistema cognitivo-motivacional, não sendo necessariamente extremos
opostos de um único contínuo. Embora as pessoas tenham escores diferenciados nessas metas
ao longo do tempo, elas flutuam de semana para semana, dia a dia, e mesmo em resposta a
manipulações experimentais. Assim, as metas de compaixão e autoimagem podem ser medidas
em uma grande variedade de domínios (Alves, 2018).
Pessoas que possuem hierarquização mais alta das metas de compaixão buscam ser uma
força construtiva em suas interações com os outros, evitando prejudicá-los, ou seja, apoiando
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
298
Artigos
os que as cercam, não buscando algo para si mesmo, mas sim deixando de se autoconsiderar,
visando o bem-estar dos outros (Alves, 2018; Crocker & Canevello, 2008). Tais indivíduos
enxergam seus relacionamentos com outros como uma soma não-zero, ou seja, entendem que
o sucesso dos outros não atrapalha o seu próprio, não existindo uma concorrência ferrenha.
Por sua vez, pessoas que valorizam mais as metas de autoimagem buscam que os outros
as reconheçam e ressaltem suas qualidades, não com uma intenção de enganá-los, mas sim de
transmitir sua concepção do self desejado socialmente. Consequentemente, buscam aumentar
sua network e seu rol de amigos, o sucesso na vida pessoal e profissional, bem como o
reconhecimento como figura triunfante (Crocker & Canevello, 2008; 2012). Em termos de
gerenciamento de impressão elas tendem a enxergar suas interações sociais como uma soma
zero na natureza, ou seja, se outros ganham ela perde, e vice-versa (Alves, 2018; Crocker e
Canevello, 2008, 2012).
Em relação à literatura, o constructo de metas de compaixão e autoimagem tem bastante
relação com pesquisas em segurança pública quando o foco for voltado ao bem-estar de
policiais. Em geral apresentaram bom poder preditivo em relação à depressão, à ansiedade, ao
estresse, à autoestima, à saúde, dentre outras variáveis que fazem parte da estrutura de felicidade
e bem-estar (Crocker & Canevello, 2008; 2012). Por exemplo, Lee et al. (2020) encontraram
que pessoas com elevadas metas de compaixão são mais motivadas a promover o bem-estar dos
outros, são mais propensas a se engajar na identificação e no oferecimento de apoio compatível,
sendo as metas de compaixão positivamente correlacionadas com suporte de alinhamento,
suporte real e apoio provisional.
No âmbito da segurança pública, destaca-se a já apresentada pesquisa de Ferreira-Alves
et al. (2023) que estudou as metas de compaixão e autoimagem no bem-estar de alunos da
PMDF e o trabalho de Alves (2018), que identificou correlações positivas destas com
comprometimento organizacional. Os autores também apontaram que as metas de compaixão e
autoimagem têm efeito significativo em relação ao comprometimento organizacional na mesma
corporação.
Em relação à motivação, as metas de compaixão e autoimagem têm influência em, por
exemplo, motivação acadêmica (Crocker et al., 2009), motivação pró-social (Lee et al., 2020)
e motivação parental (Kirby et al., 2019), dentre outros. Tais pesquisas confirmam a relevância
acadêmica e empírica tanto em relação ao bem-estar de policiais, quanto às demais variáveis no
modelo proposto.
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
299
Artigos
Comprometimento organizacional afetivo
O tema de comprometimento é de conceituação relativamente complexa, pois pode se
referir a comportamentos extremamente variados, justamente por se tratar de uma concepção
disposicional aberta e não episódica (Alves, 2018; Bastos et al.,1997). Portanto, estar
comprometido pode estar relacionado com comportamentos diversos. Em que pese a trajetória
de pesquisa na temática ser longa, é árduo e complexo o processo de definição harmoniosa do
fenômeno (Bastos & Aguiar, 2015).
Entretanto, ele pode ser definido como o estado psicológico positivo, caracterizado pela
conexão do trabalhador com sua organização e que gera influência em outros fenômenos
relevantes para a organização, como desempenho, por exemplo (Alves, 2018; Bastos & Aguiar,
2015). A pesquisa sobre comprometimento organizacional possui histórico não muito recente,
sendo estudado desde o início da segunda metade do século passado (Porter et al., 1974).
Historicamente o fenômeno foi pesquisado em duas vertentes: atitudinal e perspectiva
unidimensional, que foi projetado para medir o grau em que os sujeitos se sentiam
comprometidos com sua organização empregadora; ou tridimensional, dividida em
instrumental, afetiva ou normativa (Porter et al., 1974; Meyer & Allen, 1991). Neste último
caso a primeira dimensão seria a ideia de continuar na organização após o cálculo dos custos
envolvidos no afastamento; a segunda, referente ao afeto para com a organização, que estimula
o indivíduo a permanecer porque gosta, compartilha valores e se envolve com os papéis
organizacionais; e a última, quando, em alguns casos, o indivíduo permanece na organização
por se sentir obrigado, após internalização das normas organizacionais (Allen & Meyer, 1990;
Alves, 2018; Mowday et al., 1982; Wiener, 1982).
O comprometimento organizacional tem sido uma questão frequente levantada pelos
gestores e pesquisadores preocupados com as instituições e seus recursos humanos, bem como
com a introdução de programas de melhoria da qualidade nas organizações. Assim, passou a
ser ainda mais comum encontrar na ciência pesquisas envolvendo este constructo (Borges-
Andrade, 1994a;). Investigações sobre a temática têm buscado identificar e compreender
diversos papéis que impactam nos processos de adaptação e permanência de pessoas, bem como
o relacionamento que desenvolvem com a organização onde desempenham seus papéis
profissionais (Cervo, 2007).
Conhecer e mensurar antecedentes de comprometimento nos segmentos meio e fim de
instituições públicas é extremamente útil. Com isso seria possível planejar intervenções que
levem em conta possíveis diferenças entre os conjuntos de suas variáveis, como é o caso da
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
300
Artigos
presente pesquisa (Alves, 2018). Além disso, a literatura demonstra que organizações estão
dispostas a investir maior quantidade de recursos no desenvolvimento de estratégias de gestão
que permitam manter na empresa as pessoas envolvidas e preocupadas com o futuro da
organização (e das equipes) com as quais trabalham. Por conseguinte, a manutenção e o
incremento de vínculos afetivos positivos é uma consequência desejada pelas organizações
(Alves, 2018; Bastos, 1998a; Bastos, 1998b; Bastos & Borges-Andrade, 2002; Borges-
Andrade, 1994b, Maia & Bastos, 2011).
Nesse diapasão, parâmetros e resultados afetivos são tão importantes como os de
produtividade (peças produzidas, vendas ou lucro, por exemplo). E profissionais com atitudes
compromissadas com o grupo de trabalho ou a organização têm maior probabilidade de
apresentar comportamentos consistentes com as metas de trabalho se comparados com as
pessoas cujas atitudes não são positivas (Bastos, 1998a; Bastos, 1998b). Contudo, para que a
organização possa desfrutar dos benefícios e consequências do comprometimento de seus
trabalhadores é primordial mensurar e acompanhar frequentemente esse importante fenômeno.
Com os dados oriundos desse diagnóstico, pode-se contar com o conhecimento necessário às
adequadas tomadas de decisão (Allen & Meyer, 1996; Puente-Palácios & Vieira, 2010).
Em relação à estrutura empírica, algumas pesquisas têm encontrado altas correlações
entre as bases afetiva e normativa, sugerindo a possibilidade de sobreposição e colocando em
dúvida a real dimensionalidade das escalas deste modelo. Ademais, a base instrumental pode
apresentar padrões de associações com outros construtos diferentes daqueles encontrados para
as bases afetiva e normativa, como por exemplo, entrincheiramento organizacional (Bastos &
Aguiar, 2015; Meyer & Allen, 1991; Meyer, Allen & Smith, 1993; Rowe et al., 2011).
Por essa razão, o modelo adotado para a presente pesquisa foi unidimensional afetivo,
com uma escala recentemente construída e estabelecida com evidências de validade em duas
versões, uma completa e outra reduzida, por Antônio Virgílio Bastos, que há tempos se destaca
como um dos maiores pesquisadores na temática (Alves, 2018). O modelo teórico adotado por
ele segue a linha unidimensional de comprometimento organizacional como, por exemplo, a
validação de uma escala de Comprometimento Organizacional afetivo reduzida em relação à
versão original validada por Borges-Andrade et al. (1989) da escala de Mowday et al. (1992)
(Alves, 2018).
Bastos também estruturou um programa de pesquisas envolvendo estudos que
objetivaram alcançar uma melhor delimitação do fenômeno com vistas a definir o seu não-
escopo a partir de sua diferenciação de outros construtos próximos, a exemplo do
entrincheiramento e consentimento organizacional (Bastos & Aguiar, 2015; Rodrigues, 2009;
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
301
Artigos
Silva, 2009). E devido isso, sugere-se, na presente pesquisa, a definição mais restrita de
comprometimento organizacional, com a retirada das bases normativa e instrumental que se
mostraram interligadas aos fenômenos de contratos psicológicos explicados acima. Portanto,
estabelece-se a partir de uma perspectiva unidimensional, na qual apenas a base afetiva é
considerada como fazendo parte da essência do construto (Alves, 2018; Bastos & Aguiar,
2015).
Buscando reforçar o papel do comprometimento organizacional no modelo, por
exemplo, traz-se um estudo com objetivo de mensurar os efeitos de quatro dimensões de
comprometimento organizacional e motivação no desempenho de professores universitários da
Indonésia. Este forneceu evidências, dentre outras, de que a motivação tem efeito positivo e
significativo em comprometimento afetivo e que a vertente afetiva tem relacionamento superior
às demais e tem capacidade preditiva superior para fornecer relacionamentos mais fortes
(Garaika & Jatiningrum, 2020).
Em relação ao bem-estar, por sua vez, apresenta-se uma pesquisa recente que teve
objetivo de testar um modelo de mediação ligando resiliência e comportamentos de cidadania
organizacional por meio de componentes de bem-estar subjetivo e de comprometimento
organizacional (CO). Ele encontrou relacionamento positivo entre a vertente afetiva de
comprometimento e equilíbrio afetivo de bem-estar (β = 0,497, p < 0.001), bem como, apontou
que estar comprometido afetivamente traz bons poderes preditivos para melhorar
comportamentos de cidadania organizacional e resiliência (Paul et al., 2019).
Relacionado à segurança pública e polícia, destaca-se novamente o estudo de Alves
(2018) que encontrou correlações significativas entre valores humanos, metas de compaixão e
autoimagem e comprometimento organizacional afetivo na PMDF, bem como atestou o papel
mediador parcial das metas na relação entre valores humanos e comprometimento na
corporação. Assim, fica demonstrada a importância do comprometimento organizacional
afetivo para o presente modelo de pesquisa, mas também no impacto em diversos outros
fenômenos relacionados a organizações policiais brasileiras e internacionais.
Motivação
Sabe-se que a diversidade de interesses percebida entre os indivíduos permite aceitar a
ideia segundo a qual as pessoas não fazem as mesmas coisas pelas mesmas razões e, assim,
encontra-se a fonte de compreensão da motivação humana, um fenômeno que apresenta
aspectos aparentemente contrastantes (Bergamini, 1990). Dessa forma, parece inapropriado que
uma simples regra geral possa ser suficiente para explicar esse fenômeno de maneira mais
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
302
Artigos
precisa (Bergamini, 1990). Logo, estar engajado e motivado em alguma atividade, seja ela
profissional ou não, considera-se um fenômeno psicológico que sofre influência de diversos
fatores que são dinamizados por efeitos da motivação (Queiroga & Borges-Andrade, 2015).
A motivação, apesar de não existir um consenso claro para definição própria (Donavan,
2001), pode ser entendida como um conjunto de forças ou energias que se originam tanto interna
quanto externamente de uma pessoa e que podem determinar comportamentos no ambiente de
trabalho, bem como determinar suas formas, direções, intensidades e durações (Pinder, 1998;
Donavan 2001; Kanfer, 2012). Por sua vez, como processo básico, é uma ação persistente no
tempo com foco em metas e com processo autorregulado cognitivamente ou biologicamente e
ativada por necessidades, valores, emoções, metas e expectativas (Salanova et al., 1996, como
citado por Gondim & Silva, 2014, pág. 174). A origem etimológica da palavra é derivada do
latim motivus, que significa tudo aquilo que possa fazer mover, que causa ou determina algo ou
finalidade ou razão de uma ação. Após sua definição passa-se a abordar aspectos históricos de
sua construção acadêmica.
A construção histórica da temática de motivação teve início nos anos 30, ganhando força
a partir da década de 40, com grande produtividade também nas duas décadas seguintes
(Donavan, 2001; Gondim & Silva, 2014). Ainda nos anos 40, uma das ideias mais destacadas
na temática foi a Teoria Motivacional de Maslow (1943) com seu foco voltado à hierarquia das
necessidades, que são ordenadas em nível de importância, à medida que as necessidades mais
basilares da pirâmide são alcançadas, o indivíduo busca as necessidades do nível acima como
motivadoras (Donavam, 2001; Gondim & Silva, 2014).
Na década de 1960, por sua vez, desponta a Teoria Bifatorial de Herzberg (1959),
estabelecendo que o comportamento humano é orientado por dois grandes grupos de fatores.
Os higiênicos são extrínsecos e que se relacionam, por exemplo, com remuneração, políticas
organizacionais, condições físicas de trabalho, relações interpessoais, segurança no emprego.
Os motivacionais, considerados intrínsecos, dizem respeito ao reconhecimento, crescimento,
responsabilidade, realização, progresso, dentre outros (Donavam, 2001; Gondim & Silva, 2014;
Kanfer, 2012).
Pouco depois, Vroom (1964) propõe a Teoria da Expectativa ou Expectâncias, que se
baseia na tese de que as pessoas escolhem determinados comportamentos que acreditam que as
levarão a resultados que lhe são atrativos, com foco principal nas relações de esforço-
desempenho, desempenho-recompensa ou recompensa-metas pessoais. Ela foi aprimorada ao
longo dos anos (Vroom, 1964), continua sendo referência e é amplamente aceita até os dias
atuais, bem como será a teoria escolhida para o presente modelo (Donavam, 2001).
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
303
Artigos
A motivação tem sido considerada como um fator importante e que a muito tempo gera
preocupações com as razões pelas quais as pessoas agem ou pelas quais decidem o que fazer.
Nesse sentido, em vários campos de aplicação do conhecimento têm sido observados grande
interesse em compreender o processo motivacional, pois altos níveis de motivação poderiam
ser capazes de melhorar o desempenho e garantir ganhos na produtividade (Queiroga &
Borges-Andrade, 2015).
Estar motivado envolve processos cognitivos, biológicos, inconscientes, percepções,
sensações e afetos por meio de forças internas e externas (Kanfer, 2012). Ou seja, de acordo
com Gondim e Silva (2014), as teorias motivacionais, em geral, elegem enfatizar a ativação,
direção, intensidade ou persistência do processo motivacional. Buscam entender seu foco
perguntando sobre sua ativação (intrínseca ou extrínseca), a escolha do alvo (consciente ou
inconsciente), onde está sua força (necessidade, desejo, afeto, objetivo ou meta) ou o que
mantém a ação (pessoa ou ambiente).
Com base nisso, ressalta-se que a busca por entender esse processo psicológico acabou
por tornar seu significado vasto e sua mensuração associada a diversos outros constructos,
como satisfação, desejo, energia, recompensas, crenças, valores, reforço, cultura, criatividade,
metas, comprometimento ou envolvimento (Ambrose & Kulik; 1999; Cunha et. al., 2014).
Nesse sentido, ainda conforme Gondim e Silva (2014), quando o foco teórico é baseado na
necessidade, as principais Teorias são as de Maslow (1983), Aldefer (1969) e Necessidade de
Realização de McClelland (1953).
Em outra perspectiva, destacam-se também, a Teoria X e Y de McGregor (1960), cujo
foco teórico é baseado no estilo de gestão. Quando o cerne teórico está em fatores internos e
externos, aponta-se a Teoria Bifatorial (Herzberg et al., Snyderman, 1959), ao passo que a
Teoria da Expectância (Vroom, 1964) aborda questões relativas à valência, instrumentalidade
e expectativa. Além dessas duas há a teoria do Estabelecimento de Metas (Locke & Latham,
1990) e a do Fluxo Motivacional (Csikszentnihalyi, 1996). Por fim, quando o foco
motivacional está na autorregulação, autodeterminação, percepção de autoeficácia e de
controle do ambiente da tarefa destacam-se três teorias: Sociocognitiva (Bandura, 1986; 1997),
Autorregulação (Kanfer, 1977; 1992) e Autodeterminação (Ryan & Deci, 1987).
Donovan (2001), ao escrever para o Handbook of Industrial, Work and Organizational
Psychology, estabelece que as teorias motivacionais podem ser divididas em três categorias: as
teorias de direção: que avaliam o papel das privações de necessidades; teorias de reforço, que
mensuram as consequências e recompensas relacionadas à comportamentos passados e as
teorias de necessidades, que apontam o papel das necessidades psicológicas ou valores.
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
304
Artigos
Ressalta também que pesquisas no âmbito motivacional deveriam buscar a integração de
modelos teóricos, aumentar a mensuração de influências disposicionais e incrementar a atenção
em variáveis de integração, com o aumento de pesquisas longitudinais e a utilização de tarefas
mais complexas na mensuração da motivação na realização de atividades (Donovan, 2001).
Kanfer (2012), por outro lado, também estabelece uma boa definição teórica e
empírica, trazendo perspectivas futuras de pesquisa ao escrever para o The Oxford Handbook
of Organizational Psychology. Ela aponta necessidade de ajustes na mensuração de motivação
como medidas de desempenho; sugere investigar a influência da idade na motivação,
principalmente por meio de pesquisas longitudinais e indica a necessidade de buscar entender
fatores-chave que influenciam a motivação no âmbito de equipes, com a análise dos processos
de disseminação do afeto, orientação a metas e tomada de decisão (Kanfer, 2012). Além disso,
a autora também recomenda buscar entender como a dinâmica de relação com colegas de
trabalho facilita ou atrapalha a motivação, e como os atributos de uma rede social e as
mudanças nos relacionamentos afetam o processo motivacional. Também aventa a pesquisa
focada na liderança influenciando a motivação dos subordinados, bem como a motivação
relacionada ao aprendizado, à identidade no trabalho e o bem-estar (Kanfer, 2012).
Definidos aspectos teóricos gerais a respeito da motivação, adentra-se ao modelo
teórico escolhido para mensuração do fenômeno, a Teoria da Expectância (Vroom, 1964), que
serviu de base para o modelo de Motivação para Trabalhar MMT (Queiroga & Borges-
Andrade, 2015), constructo que compõe a estrutura proposta. Essa teoria é formada pelas
noções subjetivas de valência, instrumentalidade e expectativa e como elas refletem nas
experiências positivas e/ou prazerosas anteriores e na avaliação de um cenário atual em que
uma pessoa tende a se motivar. Ou seja, a força motivacional é a resultante da combinação dos
três elementos em um momento (Gondim & Silva, 2014; Queiroga & Borges-Andrade, 2015).
Mais especificamente, a valência é o valor atribuído a um evento específico e a preferência por
determinados resultados de comportamentos; a instrumentalidade é o quanto se dedicar em um
comportamento geraria os resultados esperados; e expectativa é a perspectiva que o indivíduo
tem de obter benefícios como resultado de suas ações (Queiroga & Borges-Andrade, 2015).
No caso da medida que irá compor a estrutura do modelo da presente pesquisa, que é
baseada na Teoria da Expectância, destaca-se que a medida de motivação para trabalhar tem
foco principal no entendimento do nível motivacional de uma pessoa ao desempenhar as tarefas
a ela outorgadas e, como visto acima, qual a importância que dá a um determinado objetivo. A
valência está baseada na convicção que seu esforço pode conduzir à consecução de objetivos
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
305
Artigos
e a instrumentalidade na expectativa de, ao se dedicar a determinados comportamentos, se
poderá alcançar o objetivo almejado (Queiroga & Borges-Andrade, 2015).
Algumas pesquisas relevantes foram encontradas relacionando motivação e bem-estar,
destacando, por exemplo, o trabalho de Van Beek et al (2012), que encontrou, dentre outros,
que tipos específicos de regulação motivacional influenciam causalmente em tipos específicos
de bem-estar de médicos e enfermeiros. Por exemplo, burnout foi negativamente relacionado à
motivação intrínseca e à motivação extrínseca autônoma. Ademais, embora as associações entre
regulação motivacional e bem-estar no trabalho sejam mais complexas do que o previsto,
workaholism”, engajamento no trabalho e burnout têm papel importante na regulação
motivacional e sua influência no bem-estar (Van Beek, et al., 2012).
Outra pesquisa relevante foi desenvolvida com soldados portugueses e identificou que
a motivação autônoma no trabalho predisse níveis mais elevados de bem-estar (menos desgaste
e mais envolvimento no trabalho) ao passo que a motivação controlada no trabalho foi
negativamente correlacionada com bem-estar no trabalho. Assim, os resultados também
revelaram que soldados que trabalham no exército, para obter uma consequência desejada (por
exemplo, salário) ou para evitar uma punição (por exemplo, desemprego), apresentaram níveis
mais elevados de esgotamento e níveis mais baixos de envolvimento no trabalho do que aqueles
sem motivação controlada. Nesse trabalho a motivação, tanto controlada quanto autônoma, tem
importante papel na explicação do bem-estar dos soldados portugueses (Chambel et al., 2015).
Finalizada a apresentação dos referenciais teóricos e empíricos das variáveis que
compõe o modelo sugerido, sugerir-se-ão propostas de instrumentos psicométricos disponíveis
na literatura para suas mensurações e, por último, um desenho básico de pesquisa, que
naturalmente pode servir de sustentação para outros dentro do âmbito da segurança pública.
Instrumentos e modelo de pesquisa sugeridos
Concluindo o presente artigo, sugerir-se-ão instrumentos psicométricos com evidências
de validade para cada um dos fenômenos propostos. Posteriormente, propõe-se um modelo de
pesquisa que pode ser mensurado ou servir de base para outros que sejam relevantes no
desenvolvimento de pesquisas nas temáticas, em especial no âmbito da segurança pública.
Assim, para futuras mensurações de bem-estar, sugere-se a Escala de Bem-Estar
Subjetivo (EBES), construída por Albuquerque e Tróccoli (2004), composta por três fatores: o
afeto positivo, composto por 21 itens, que explicou 24,3% da variância e apresentou alfa de
Cronbach de 0,95; o afeto negativo, com 26 itens, demonstrando 24,9% da variância e
finalizado com alfa igual ao fator anterior (α = 0,95); e satisfação/insatisfação com a vida, fator
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
306
Artigos
com 15 itens, explicando 21,9% da variância e que demonstrou alfa de Cronbach de 0,90.
Juntos, os três fatores explicaram 44,1 % da variância total do construto com seus 62 itens,
demonstrando ser um instrumento com evidências de validade e precisão (Albuquerque &
Tróccoli, 2004).
Para as metas, destaca-se a escala de metas de compaixão e autoimagem, construída e
validada por Crocker e Canevello (2008), com evidências de validade para o contexto brasileiro
por Ferreira-Alves et al., (2019), com dez itens e sua confiabilidade avaliada com base no alfa
de Cronbach de cada um dos fatores, obtendo α=0,79 para metas de compaixão e α=0,66 para
metas de autoimagem. Por sua vez, após a análise fatorial confirmatória, foram encontrados
valores aceitáveis de Qui-quadrado e sua razão em relação aos graus de liberdade e foram
satisfatórios os demais índices. Mais especificamente, os índices encontrados foram o de χ2 =
108,70, CFI = 0,95; RMSEA = 0,074 e SRMR = 0,0628 (Ferreira-Alves et al., 2019).
Por sua vez, a escala de comprometimento organizacional afetivo foi construída e tem
evidências de validade apresentadas por Bastos e Aguiar (2015) em sua versão reduzida, com
7 itens, que não gera prejuízo da precisão e validade da medida, principalmente em pesquisas
ou diagnósticos mais amplos que envolvam muitos outros aspectos sendo avaliados (Alves,
2019; Bastos & Aguiar, 2015). Os índices de ajuste da escala de sete itens são cargas fatoriais
entre 0,622 e 0,753, com índice de confiabilidade α = 0,861, sua CFA apresentando índices de
ajustes que indicaram a parcimônia e adequação dos dados ao modelo, sendo que todos os
índices observados obtiveram valores bastante próximos ou dentro dos intervalos ideais:
CFI=0,957; GFI=0,965; AGFI=0,930; e RMSEA=0,089 (Bastos & Aguiar, 2015).
E para mensuração da motivação a escala sugerida é a Medida de Motivação para
Trabalhar MMT, que foi desenvolvida por Queiroga e Borges-Andrade (2015) como
alternativa reduzida ao Inventário de Motivação e Significado do Trabalho (Borges, Alves-
Filho & Tamayo, 2008). O MMT possui 32 itens divididos em três blocos, com 12 itens para
valência, 12 para instrumentalidade e 8 para expectativa e uma escala Likert de 5 pontos que
varia de nada importante a muito importante no primeiro bloco (valência), nada útil a muito útil
no segundo (instrumentalidade) e nada provável a muito provável para expectativas (Queiroga
e Borges-Andrade, 2015). Os resultados apontaram uma estrutura robusta para as três
dimensões e índices de consistência interna de α=0,85 e cargas fatoriais entre 0,39 e 0,67 para
a subescala de valência; para instrumentalidade o alfa de cronbach foi maior (α=0,93), com
cargas fatoriais entre 0,44 e 0,85; e, por fim, α=0,93 para a subescala de expectativa, com cargas
fatoriais ficando entre 0,70 e 088 (Queiroga e Borges-Andrade, 2015).
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
307
Artigos
Nesse diapasão, apresentadas as sugestões de instrumentos psicométricos e conforme
tudo que foi exposto, sugere-se como modelo básico para a presente pesquisa o apresentado na
Figura 1.
Figura 1. Modelo base para a pesquisa
Conforme a base teórica e empírica apresentada, o modelo proposto sugere que as metas
de compaixão e autoimagem, que são boas preditoras de comprometimento organizacional
afetivo (Alves, 2018), teriam sua relação com bem-estar mediada pelo comprometimento, com
a motivação moderando esta última relação com o bem-estar subjetivo. Contudo, como já dito
anteriormente, essa é somente uma proposta básica e outros modelos estruturais podem ser
propostos, com inúmeras hipóteses, de relevância teórica e empírica, testadas.
Considerações finais
O presente trabalho teve por objetivo demonstrar a relevância da mensuração do
fenômeno de bem-estar de policiais, em especial os militares, bem como propor algumas
variáveis importantes que possam ajudar em seu incremento nas mais diversas corporações
brasileiras. Nesse diapasão, ao logo do texto do artigo, foram definidos, teórica e
empiricamente, cada um dos constructos que compõe o modelo, com conceituação, breve
histórico e pesquisas recentes relevantes que continham mais de uma variável do modelo e/ou
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
308
Artigos
no âmbito da segurança pública. Posteriormente foram apresentadas sugestões de instrumentos
psicométricos à disposição na literatura, inclusive com os índices de ajuste encontrados em suas
pesquisas seminais e um modelo-base para ser utilizado, inteiro, fracionado ou desdobrado, em
pesquisas futuras. Com isso, entende-se que os objetivos geral e específicos propostos,
atingidos.
Como limitações da presente pesquisa frisa-se o fato de o modelo não ter sido testado
empiricamente, uma vez que não foi realizada coleta de dados. Outra limitação é a opção por
propor um número grande de variáveis que, para não deixar o artigo com um número excessivo
de páginas, reduz o espaço para aprofundamento nos conceitos e apresentação de um número
maior de pesquisas nacionais e internacionais.
Por outro lado, perspectivas futuras podem justamente explorar essas limitações,
criando e testando modelos diversos com os constructos propostos que, conforme apresentado
no presente trabalho, têm relevância teórica e empírica para pesquisas no âmbito da segurança
pública, em especial das polícias militares. Portanto, com os diversos delineamentos de
pesquisa que podem ser estabelecidos e suas hipóteses definidas, pesquisadores podem buscar
realizar coletas ou pesquisas qualitativas para entender melhor fenômenos psicológicos e de
gestão que vão gerar benefícios para os policiais, para as corporações e, principalmente, para a
sociedade.
Em especial, reforça-se a importância de buscar o bem-estar de tão importantes
servidores públicos, os profissionais de segurança pública. Tendo como base os resultados das
inúmeras pesquisas possíveis, as corporações podem estruturar programas institucionais que
incrementem os níveis de bem-estar, pois podem trazer consequências diretas na qualidade do
serviço prestado. Com isso, todas as partes ganham na busca por uma segurança pública de
mais qualidade no país.
Referências
Albuquerque, A. S. & Tróccoli, B. T. (2004). Desenvolvimento de uma escala de bem-estar
subjetivo. Psicologia: teoria e pesquisa, 20(2), 153-164.
https://doi.org/10.1590/S0102-37722004000200008
Allen, N. J. & Meyer, J. P. (1996). Affective, continuance, and normative commitment to the
organization: An examination of construct validity. Journal of vocational
behavior, 49(3), 252-276. https://doi.org/10.1006/jvbe.1996.0043
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
309
Artigos
Alves, P. H. F. (2018). Valores humanos, metas de compaixão e autoimagem e
comprometimento organizacional na polícia militar do Distrito Federal. Dissertação
de mestrado. Universidade de Brasília. http://dx.doi.org/10.26512/2018.02.D.32016
Ambrose, M. L., & Kulik, C. T. (1999). Old friends, new faces: Motivation research in the
1990s. Journal of management, 25(3), 231-292.
https://doi.org/10.1177/014920639902500302
Austin, J. T. & Vancouver, J. B. (1996). Goal constructs in psychology: Structure, process,
and content. Psychological bulletin, 120(3), 338-375. https://doi.org/10.1037/0033-
2909.120.3.338
Bandura, A. (1986). Social foundations of thought and action: A social cognitive theory.
Upper Saddle River, NJ: Prentice-Hall.
Bandura, A. (1991c). Social cognitive theory of self-regulation. Organizational Behavior and
Human Decision Processes, 50, 248-287. https://doi.org/10.1016/0749-
5978(91)90022-L
Bandura, A. (1997). Self-efficacy: The exercise of control. New York, NY: W. H.
Freeman/Times Books/ Henry Holt & Co. https://doi.org/10.1891/0889-8391.13.2.158
Bastos, A. V. (1993). Comprometimento Organizacional: um balanço dos resultados e
desafios que cercam essa tradição de pesquisa. Revista de Administração de empresas,
33(3), 52-64. https://doi.org/10.1590/S0034-75901993000300005
Bastos, A. V. (1994). Comprometimento Organizacional: Seus antecedentes em distintos
setores da administração e grupos ocupacionais. Temas em Psicologia, 1(1), 73-90.
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
389X1994000100007&lng=pt&tlng=pt.
Bastos, A. V. (1994). Comprometimento no trabalho: a estrutura dos vínculos do trabalhador
com a organização, a carreira e o sindicato. (tese de doutorado). Universidade de
Brasília, Brasília.
Bastos, A. V. (1998a). Comprometimento no Trabalho: Os caminhos da Pesquisa e os seus
desafios teóricos-metodológicos. Em: Tamayo, A.; Borges-Andrade, J. E. & Codo, W.
(orgs.) Trabalho, organização e cultura. Coletâneas da Associação Nacional de
Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia. São Paulo: Cooperativa de Autores
Associados
Bastos, A. V. B. (1998b). Comprometimento no trabalho: contextos em mudança e os rumos
da pesquisa neste domínio. Encontro Anual da ANPAD, 22.
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
310
Artigos
Bastos, A. V. B. & Borges-Andrade, J. E. (2002). Comprometimento com o trabalho: padrões
em diferentes contextos organizacionais. Revista de Administração de Empresas,
42(2), 1-11. https://doi.org/10.1590/S0034-75902002000200003
Bastos A. V. B. & Aguiar C. V. N. (2015). Comprometimento Organizacional. In:
Ferramentas de diagnóstico para organizações e trabalho. (Puente-Palacios, K &
Peixoto, A. L. A, Orgs) (pp. 78-91). Porto Alegre: Artmed.
Bastos, A. V., Brandão, M. G. A. & Pinho, A. P. M. (1996). Comprometimento
Organizacional: explorando este conceito entre servidores de instituições
universitárias. EnANPAD, 20, 289-309. https://doi.org/10.1590/S1415-
65551997000200006
Bastos, A. V. B., Brandão, M. G. A. & Pinho, A. P. M. (1997). Comprometimento
Organizacional: uma análise do conceito expresso por servidores universitários no
cotidiano de trabalho. Revista de Administração Contemporânea,1 (2), p. 97-120.
https://doi.org/10.1590/S1415-65551997000200006
Bastos, A. V. B., Maia, L. G., de Aguiar Rodrigues, A. C., Macambira, M. O. & Borges-
Andrade, J. E. (2014). Vínculos dos indivíduos com a organização: análise da
produção científica brasileira 2000-2010. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 30(2), 153-
162. https://doi.org/10.1590/S0102-37722014000200004
Baumeister. (2010). The Self. In Baumeister R. F. and Finkel E. J. Advanced Social
Psychology The State of the Science. (pp. 139-176). New York: Oxford University
Press.
Baumeister, R. F. & Finkel, E. J. (2010). Advanced Social Psychology The State of the
Science. New York, Oxford University Press.
Baumeister, R. F. & Leary, M. R. (1995). The need to belong: desire for interpersonal
attachments as a fundamental human motivation. Psychological bulletin, 117(3), 497.
https://doi.org/10.1037/0033-2909.117.3.497
Bergamini, C. W. (1990). Motivação: mitos, crenças e mal-entendidos. Revista De
Administração de Empresas, 30(2), 23-34. https://doi.org/10.1590/S0034-
75901990000200003
Borges-Andrade, J. E., Afanasieff, R. S. & Silva, M. S. (1989). Mensuração de
comprometimento organizacional em instituições públicas. XIX Reunião Anual de
Psicologia. Resumos, 236.
Borges-Andrade, J. E. (1994a). Conceituação e Mensuração do Comprometimento
Organizacional. Temas em Psicologia, 2 (1), 34-47.
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
311
Artigos
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
389X1994000100004&lng=pt&tlng=pt.
Borges-Andrade, J. E. (1994b). Comprometimento Organizacional na administração pública e
em seus segmentos meio e fim. Temas em Psicologia, 2(1), 49-61.
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
389X1994000100005&lng=pt&tlng=pt.
Borges-Andrade, J. E. & Pilati, R. (2001). Comprometimento atitudinal e comportamental:
relações com suporte e imagem nas organizações. Revista de Administração
Contemporânea, 5(3), 85-106. https://doi.org/10.1590/S1415-65552001000300005
Borges, L. D. O. & Alves Filho, A. (2003). A estrutura fatorial do Inventário do Significado e
Motivação do Trabalho, IMST. Avaliação Psicológica, 2(2), 123-145.
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-
04712003000200004&lng=pt&tlng=pt.
Borges, L. D. O., Alves-Filho, A., & Tamayo, A. (2008). Motivação e significado do trabalho.
Medidas do comportamento organizacional: ferramentas de diagnóstico e de gestão, 1,
217-240.
Brasil, 1942. Decreto-lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941. Código de Processo Penal.
Acesso em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm
Brasil, 1984. Lei no 7.289, de 18 de dezembro de 1984. Dispõe sobre o Estatuto dos
Policiais-Militares da Polícia Militar do Distrito Federal e dá outras providências.
Acesso em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7289.htm
Canevello, A. & Crocker, J. (2011). Changing relationship growth belief: Intrapersonal and
interpersonal consequences of compassionate goals. Personal Relationships, 18, 370-
391. NIMHS ID 163640. https://doi.org/10.1111/j.1475-6811.2010.01296.x
Canevello, A. & Crocker, J. (2015). How interpersonal goals shape intrapsychic experiences:
Self-image and compassionate goals and feeling uneasy or at ease with others. Social
and Personality Psychology Compass, 9, 620-629. https://doi.org/10.1111/spc3.12206
Canevello, A. & Crocker, J. (2017). Compassionate goals and affect in social situations.
Motivation and Emotion, 41, 158-179. https://doi.org/10.1007/s11031-016-9599-x
Cervo, C. S. (2007). Características de personalidade e o comprometimento organizacional
afetivo. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre/RS. http://hdl.handle.net/10183/14291
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
312
Artigos
Chambel, M. J., Castanheira, F., Oliveira-Cruz, F. & Lopes, S. (2015). Work Context Support
and Portuguese Soldiers’ Well-Being: The Mediating Role of Autonomous
Motivation. Military Psychology, 27(5), 297310. https://doi.org/10.1037/mil0000087
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (2020). Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm.Acesso:
nov 2020
Crocker, J. (2011). Presidential Address: Self-image and compassionate goals and
construction of the social self: Implications for social and personality
psychology. Personality and Social Psychology Review, 15, 394-
407. https://doi.org/10.1177/108886831141874
Crocker J. & Canevello A. (2008). Creating and undermining a social support in communal
relationships: The role of compassionate and self-image goals. Journal of Personality
and Social Psychology (95), 3. 555575. https:// https://doi.org/10.1037/0022-
3514.95.3.555
Crocker, J. & Canevello, A. (2012). Consequences of self-image and compassionate
goals. In P. G. Devine & A. Plant (Eds.), Advances in Experimental Social
Psychology, 45, 229-277. New York: Elsevier. https://doi.org/10.1016/B978-0-12-
394286-9.00005-6
Crocker, J. & Canevello, A. (2016). Positive relationships: The benefits of compassionate
goals. In C. R. Knee & H. Reis (Eds.), Positive approaches to optimal relationship
development. Cambridge University Press
Crocker, J., Canevello, A. & Lewis, K. A. (2017). Romantic relationships in the ecosystem:
Compassionate goals, nonzero-sum beliefs, and change in relationship quality. Journal
of personality and social psychology, 112, 58-75. https://
https://doi.org/10.1037/pspi0000076
Crocker, J., Olivier, M.A. & Nuer, N. (2009). Self-image goals and compassionate goals:
Costs and benefits. Self and Identity, 8, 251-269.
https://doi.org/10.1080/15298860802505160
Dantas, M. A., Brito, D. V. C., Rodrigues, P. B. & Maciente, T. S. (2010). Avaliação de
estresse em policiais militares. Psicologia: teoria e prática, 12(3), 66-77.
Derenusson, F. C., & Jablonski, B. (2010). Sob fogo cruzado: o impacto do trabalho policial
militar sobre a família do policial. Aletheia, (32). https://doi.10.29327/226091
Diener, E. (1984). Subjective well-being. Psychological Bulletin, 95. 542-575.
https://doi.org/10.1007/978-90-481-2350-6_2
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
313
Artigos
Diener, E. & Biswas-Diener, R. (2002). Will money increase subjective well-being? Social
indicators research, 57(2), 119-169. https://doi.org/10.1023/A:1014411319119
Diener, E., Suh, E. & Oishi, S. (1997). Recent findings on subjective well-being. Indian
journal of clinical psychology, 24, 25-41.
Diener, E. (2000). Subjective well-being: The science of happiness and a proposal for a
national index. American psychologist, 55(1), 34. https://doi.org/10.1037/0003-
066X.55.1.34
Diener, E., Suh, E. M., Lucas, R. E. & Smith, H. L. (1999). Subjective well-being: Three
decades of progress. Psychological bulletin, 125(2), 276. https://doi.org/10.1037/0033-
2909.125.2.276
Diener, E. (2000). Subjective well-being: The science of happiness and a proposal for a
national index. American psychologist, 55(1), 34. https://doi.org/10.1037/0003-
066X.55.1.34
Donovan, J. J. (2001). Work motivation. In. Anderson, D S Ones, H K Sinangil, & C.
Viswesvaran (Eds.). Handbook of industrial, work, and organizational psychology, 2:
53-76.
Faiad, C., Coelho Junior, F. A., Caetano, P. F. & Albuquerque, A. S. (2012). Análise
profissiográfica e mapeamento de competências nas instituições de segurança pública.
Psicologia: Ciência e profissão, 32(2), 388-403. https://doi.org/10.1590/S1414-
98932012000200009
Faiad, C. M., Gomez, V. A., Murta, S. G., Zanini, D. S., Oliveira, S. E. S., Nascimento, T. G.
N. (2022). Saúde na Segurança Pública: Indicadores e Diretrizes para Intervenção no
âmbito do Programa Nacional de Qualidade de Vida para Profissionais de Segurança
Pública (Pró-Vida). (Cristiane Faiad, coord) Brasília: Ministério da Justiça e
Segurança Pública, Secretaria Nacional de Segurança Pública. 284 p. ISBN: 978-65-
87762-17-3
Ferreira, D. K. D. S., Bonfim, C., & Augusto, L. G. D. S. (2012). Condições de trabalho e
morbidade referida de policiais militares, Recife-PE, Brasil. Saúde e Sociedade, 21,
989-1000. https://doi.org/10.1590/S0104-12902012000400016
Ferreira-Alves, P. H., Guimarães, R. C., Silva-Pinto, J. H., Torres, C. V. (2023) A Influência
das Metas de Compaixão e Autoimagem no Bem-Estar: O caso alunos em cursos
iniciais e sequenciais de carreira na PMDF. v. 1, n. 1, p. 1942, 2024. DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.10839990
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
314
Artigos
Ferreira-Alves, P. H., Torres, C. V., Andrade, L. N. & Montani, F. (2019). Escala de metas de
compaixão e autoimagem: adaptação para amostras brasileiras. Revista Psicologia
Organizações e Trabalho, 19(1), 541-548.
http://dx.doi.org/10.17652/rpot/2019.1.14869.
Ferreira, A. B. H (2010). Mini Aurélio: O dicionário da Língua Portuguesa. 8ª Edição.
Curitiba, PR: Editora Positivo.
Ferreira, L. B. Mesmo com o sacrifício da própria vida: vivências de prazer e sofrimento no
trabalho entre policiais militares do DF. 2016. ii, 148 f., il. Dissertação (Mestrado em
Administração). Universidade de Brasília, Brasília, 2016. Disponível em:
https://repositorio.unb.br/handle/10482/20833. Acesso em 12 de maio 2021.
Ferreira, L. B., Santos, M. A. F., de Paula, K. M., Mendonça, J. M. B., & Carneiro, A. F.
(2017). Riscos de adoecimento no trabalho entre policiais militares de um batalhão de
Brasília. Gestão E Sociedade, 11(29), 1804-1829.
https://doi.org/10.21171/ges.v11i29.2150
Fishbach, A. & Ferguson, M. J. (2007). The goal construct in social psychology. In
Kruglanski, A & Higgins, E. T. (orgs). Social psychology: handbook of basic
principles. Guilford Press, 2007.
Forsyth, D. R. & Burnette, J. (2010). Group processes. In R. F. Baumeister & E. J. Finkel
(Eds.), Advanced social psychology: The state of the science (p. 495534). Oxford
University Press
Galinha, I. & Ribeiro, J. L. (2005). História e evolução do conceito de bem-estar subjectivo.
Psicologia, saúde & doenças, 6(2), 203-214. http://hdl.handle.net/10400.12/1060
Garaika, H. M. & Jatiningrum, C. (2020). The Mediating of Organizational Commitment on
Work Motivation and Lecturer Performance: The Four-Dimensional Model of
Organizational Commitment. Revista TURISMO: Estudos e Práticas, (4). [ISSN 2316-
1493] http://natal.uern.br/periodicos/index.php/RTEP/index
Garg, P., & Rastogi, R. (2009). Effect of psychological wellbeing on organizational
commitment of employees. Journal of Organizational Behavior, 8(2), 42-51.
Gonçalves, S. M. P. (2011). Bem-estar no trabalho em contexto policial: O contributo dos
valores e das práticas organizacionais (Doctoral dissertation, ISCTE-Instituto
Universitario de Lisboa (Portugal).
Gondim, S. M. G., & Silva, N. (2014). Motivação no trabalho. Psicologia, organizações e
trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 145-176.
Herzberg F (1959). The Motivation to Work. New York: Wiley
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
315
Artigos
Howard, J., Gagné, M., Morin, A. J. & Van den Broeck, A. (2016). Motivation profiles at
work: A self-determination theory approach. Journal of Vocational Behavior, 95, 74-
89. https://doi.org/10.1016/j.jvb.2016.07.004
Jain, P., Duggal, T., & Ansari, A. H. (2019). Examining the mediating effect of trust and
psychological well-being on transformational leadership and organizational
commitment. Benchmarking: An International Journal. ISSN: 1463-5771
https://www.emerald.com/insight/content/doi/10.1108/BIJ-07-2018-0191/full/html
Kanfer, R. (2012). 14 Work Motivation: Theory, Practice, and Future Directions. The Oxford
Handbook of Organizational Psychology, Volume 1, 1, 455.
https://doi.org/10.1093/oxfordhb/9780199928309.013.0014
Kanfer, F. H. & Karoly, P. (1972). Self-control: a behavioristic excursion into the lion’s den.
Behavior Therapy, 3, 398-416. https://doi.org/10.1016/S0005-7894(72)80140-0
Kanfer, R. (1990). Motivation theory and industrial and organizational psychology. Handbook
of industrial and organizational psychology, 1(2), 75-130.
https://doi:0c960535896a2b32e3000000
Keyes, C. L., Shmotkin, D. & Ryff, C. D. (2002). Optimizing well-being: the empirical
encounter of two traditions. Journal of personality and social psychology, 82(6), 1007.
https://doi.org/10.1037/0022-3514.82.6.1007
Kirby, J. N., Grzazek, O. & Gilbert, P. (2019). The role of compassionate and self-image
goals in predicting psychological controlling and facilitative parenting styles.
Frontiers in psychology, 10, 1041. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2019.01041
Lee, D. S., Jiang, T., Canevello, A. & Crocker, J. (2020). Motivational underpinnings of
successful support giving: Compassionate goals promote matching support provision.
Personal Relationships. https://doi.org/10.1111/pere.12363
Maia, L. G., & Bastos, A. V. B. (2011). Comprometimento calculativo e retaliação: visão
integrada dos conceitos em uma organização pública. Revista de Administração da
UFSM, 4(3), 390-405. https://doi.org/10.5902/198346593149
Marinho, M. T., de Souza, M. B. C. A., Santos, M. M. A., da Cruz, M. A. D. A., & de Lima
Barroso, B. I. (2018). Fatores geradores de estresse em policiais militares: revisão
sistemática. Revista Família, Ciclos de Vida e Saúde no Contexto Social, 6, 637-648.
https://doi.org/10.18554/refacs.v6i0.3132
Mendonça, H., Ferreira, M. C., Porto, J. & Zanini, D. S. (2012). Saúde, qualidade de vida e
bem-estar: limites e interfaces teórico-metodológicas. Saúde e bem-estar no trabalho:
dimensões individuais e culturais, 11-33. São Paulo: Casa do Psicólogo
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
316
Artigos
Meyer, J. P., & Allen, N. J. (1991). A three-component conceptualization of organizational
commitment. Human resource management review, 1(1), 61-89.
https://doi.org/10.1016/1053-4822(91)90011-Z
Mowday, R. T., Steers, R. M. & Porter, L. W. (1979). The measurement of organizational
commitment. Journal of vocational behavior, 14(2), 224-247.
https://doi.org/10.1016/0001-8791(79)90072-1
Mowday, R. T., Porter L. W. & Steers R. M. (1982). Employe-Organization Linkages: The
psychology os commitment, absenteeism and turnover. New York: Academic Press
Paschoal, T., &Tamayo, A. (2008). Construção e validação da escala de bem-estar no
trabalho. Avaliação psicológica, 7(1), 11-22. Recuperado em 15 de maio de 2024, de
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-
04712008000100004&lng=pt&tlng=pt.
Paul, H., Bamel, U., Ashta, A., & Stokes, P. (2019). Examining an integrative model of
resilience, subjective well-being and commitment as predictors of organizational
citizenship behaviours. International Journal of Organizational Analysis, 27(5), 1274-
1297. https://doi.org/10.1108/IJOA-08-2018-1514
Paz, M. G. T., Neiva, E. R., & Dessen, M. C. (2012). Bem-estar e felicidade nas organizações:
um só fenômeno. Saúde e bem-estar no trabalho, 105-130. São Paulo: Casa do
Psicólogo.
Pinder, C. C. (2014). Work motivation in organizational behavior. New York: psychology
press.
Porter, L. W., Steers, R. M., Mowday, R. T., &Boulian, P. V. (1974). Organizational
commitment, job satisfaction, and turnover among psychiatric technicians. Journal of
Applied Psychology, 59(5), 603609. https://doi.org/10.1037/h0037335
Puente-Palacios, K. E., Vieira, A. R., & Andrade, N. F. R. (2010). O impacto do clima no
comprometimento afetivo em equipes de trabalho. Avaliação psicológica, 9(2). 311-
322. Recuperado em 15 de maio de 2024, de
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-
04712010000200015&lng=pt&tlng=pt
Queiroga, F. & Borges-Andrade, J. E. (2015). Motivação para trabalhar. In: Peixoto, AL A;
Puente-Palacios, K. Ferramentas de Diagnóstico para Organizações e Trabalho.
Porto Alegre: Artmed. https://doi.org/10.5902/1984686X19964
Rodrigues, A. C. A. (2009). Do comprometimento de continuação ao entrincheiramento
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
317
Artigos
organizacional: o percurso de validação da escala e análise da sobreposição entre os
construtos. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal da Bahia, Bahia.
Rowe, D. E. O., Bastos, A. V. B. & Pinho, A. P. M. (2011). Comprometimento e
entrincheiramento na carreira: um estudo de suas influências no esforço instrucional
do docente do ensino superior. Revista de Administração Contemporânea, 15(6), 973-
992. https://doi.org/10.1590/S1415-65552011000600002
Ryan, R. M. & Deci, E. L. (2001). On happiness and human potentials: A review of research
on hedonic and eudaimonic well-being. Annual review of psychology, 52(1), 141-166.
https://doi.org/10.1146/annurev.psych.52.1.141
Sagiv, L. & Schwartz, S. H. (2000). Value priorities and subjective well‐being: Direct
relations and congruity effects. European journal of social psychology, 30(2), 177-
198. https://doi.org/10.1002/(SICI)1099-0992(200003/04)30:2<177::AID-
EJSP982>3.0.CO;2-Z
Sales, E. R. (2021). Vitimização e sobrevivência policial: uma análise sobre mortes violentas
de policiais militares do Distrito Federal. Revista Ciência & Polícia, 7(1), 35-55.
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2021.159
Santos, G. B., & Ceballos, A. G. D. C. D. (2013). Bem-estar no trabalho: estudo de
revisão. Psicologia em estudo, 18(2), 247-255. Retirado em 15 de maio de
https://www.scielo.br/j/pe/a/yxSpyr53Njj8Z8HxmsTp7CJ/
Silva, E. E. C. (2009). Trabalhador comprometido X obediente: explorando os limites
conceituais e empíricos entre os construtos. Dissertação de Mestrado. Universidade
Federal da Bahia, Bahia
Siqueira, M. M. M., & Padovam, V. A. R. (2008). Bases teóricas de bem-estar subjetivo,
bem-estar psicológico e bem-estar no trabalho. Psicologia: teoria e pesquisa, 24(2),
201-209. https://doi.org/10.1590/S0102-37722008000200010
Souza, L. A. S., Torres, A. R. R., Barbosa, G. A., Lima, T. J. S. D., & Souza, L. E. C. D.
(2015). Bem-estar subjetivo e Burnout em cadetes militares: o papel mediador da
autoeficácia. Psicologia: Reflexão e Crítica, 28, 744-752.
https://doi.org/10.1590/1678-7153.201528412
Torres, C. V., & Glazer, S. (2023). Police and Cross-Cultural Psychology: The Impact of
Human Values on Violence. Online Readings in Psychology and Culture, 7(2).
https://doi.org/10.9707/2307-0919.1187
Ferreira-Alves, Torres e Mattos, 2024
https://doi.org/10.59633/2316-8765.2024.336
Revista Ciência & Polícia
Brasília-DF, v. 10, n. 2/2024 (
Dossiê Psicologia
Policial e da Segurança Pública)
https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/index
318
Artigos
Van Beek, I., Hu, Q., Schaufeli, W. B., Taris, T. W., & Schreurs, B. H. (2012). For fun, love,
or money: What drives workaholic, engaged, and burned‐out employees at work?.
Applied Psychology, 61(1), 30-55. doi:10.1111/j.1464-0597.2011.00454.x
Vroom, V. H. (1964). Work and motivation. Wiley
Wiener, Y. (1982). Commitment in organizations: A normative view. Academy of
management review, 7(3), 418-428. https://doi.org/10.5465/amr.1982.4285349
ResearchGate has not been able to resolve any citations for this publication.
Article
Full-text available
Researchers of police psychology must be well-acquainted with police work and culture both nationally and organizationally. However, most studies developed in police psychology do not fully account for the national context within which a study was done. In this article review, we discuss two social phenomena commonly studied by police psychologists: aggression and violence. Taking primarily a cross-national approach, we focus on the predictive role of individual values on aggression and violence. Schwartz's (1992) values theory, at the individual level of analysis, was chosen due to its importance to cross-cultural psychology, as well as its implications on well-being (e.g., Sagiv & Schwartz, 2000). We discuss how certain values may promote certain attitudes and behaviors (i.e., actions) and assert that human values a.ect aggression and violence. We review studies that have evidenced the relationship between values and aggression in the police context include suggestions on how to include values in a research agenda about violence and aggression. We discuss possible implications for increasing police o/cers' education and training, particularly reinforcing social values to guide actions. In order to foster change in aggressive and violent behaviors, it is imperative that police o/cers become aware of their own values. This must begin with the value of hierarchy, as well as tradition and conformity values. Finally, we pose discussion questions for researchers interested in investigating the interface between police and cross-cultural psychologies in the future, and for the use of educators to guide their in-class teaching.
Thesis
Full-text available
The study evaluated the impact of the organization of work in the subjectivity of police officers of the Federal District in terms of pleasure and suffering experiences. Therefore, sought to understand the effects of work organization in the subjectivity of individuals. Were conducted semi-structured interviews with 13 peoples, than were analyzed by content analysis technique (BARDIN, 1977), the which aimed to uncover, isolate and abstract contextual elements to understand the meanings attributed to work and the peculiarities of the military police profession resulting in categories representing the experiences encountered by police. The survey is qualitative, about Military Police of the Federal District and involved the analysis of regulatory documents from the profession and the identification of symbolic elements capable of producing subjectivities impacting on the disease process. The findings corroborate the literature on police work and indicate that the psychophysiological requirements cause discomfort, embarrassment and falling ill in police. Also were found resistance trials, coping and reframing of suffering, demonstrating pleasure experience, even in the face of pressures and the constant risk of life at work.
Article
Full-text available
What enables people to give support that effectively addresses others' needs? Four studies examined the role of prosocial motivation, namely, compassionate goals, in providing support that addresses recipients' needs (‘matching’ support). Because people with compassionate goals are motivated to promote others' well‐being, this study hypothesizes that they would be more likely to engage in perspective taking, which should help them identify and give matching support. Consistent with this hypothesis, providers' compassionate goals were associated with a greater intention to give matching support (Studies 1–3) and giving matching support in the real world (Study 4). This effect was partially mediated by providers' greater perspective taking of recipients' needs (Study 3). Collectively, these studies highlight the role of prosocial motivations in successful support provision.
Article
Full-text available
People enter into parental roles with a range of different motivations for parenting. To date, however, there is limited research assessing maternal motivations, concerns, and anxieties in their parenting styles. While some mothers are confident and child focused, others have concerns with performing parenting behaviors, and can be self-focused, shame prone, and self-judgmental. Two studies explored these two dimensions in relation to degree of controlling and facilitative parenting styles in the mothers of 3–9-year-old children. In study one, 151 mothers took part in an online survey measuring these two dimensions using the compassionate goals and self-image goals scales (Crocker and Canevello, 2008), in relation to facilitative and controlling parenting styles. As predicted, after controlling for child behavior, parental mental health, and parental self-efficacy, self-focused and shame avoidant concerns were associated with greater psychologically controlling parenting. In contrast a compassionate focused orientation was associated with greater facilitative parenting. In study two, 198 mothers were randomly assigned to either compassion focused goals, self-image goals, or control condition, which was manipulated by varying the instructions provided to participants. Emotional responses (e.g., angry, sad, and shame) to difficult parenting scenarios did not differ depending on whether participants were prompted with compassionate goal, self-image goal, or control condition instructions. The findings from study 1 demonstrate how goal motivation can influence parenting style, with the results from study 2 suggesting that instruction alone is insufficient to shift goal orientation.
Article
Full-text available
Este estudo teve como objetivo identificar os fatores geradores de estresse mais recorrentes em policiais militares descritos nas produções científicas. Trata-se de uma revisão sistemática pelo método PRISMA, realizada através das bases de dados: Pubmed, Scielo e BVS, utilizando os descritores “Military Police” AND “Polícia militar” OR “Occupational hazard” AND “Risco ocupacional” OR “Occupational stress” AND “Estresse ocupacional”, realizado em abril de 2015. Identificaram-se 4.490 trabalhos, dos quais 4.424 foram excluídos depois da leitura do título, por não serem elegíveis. Dos 66 estudos, 17 foram descartados por serem duplicados, restando 49 artigos. Na leitura dos resumos, foram excluídos 16, que não estavam disponíveis online de forma completa. Assim, restaram 17 estudos, com exclusão de 07 por critérios de elegibilidade. As mulheres são as mais afetadas pelo estresse no trabalho na Policia Militar. Nas questões referentes à idade ou ao tempo de serviço, os mais novos ou com menos tempo de profissão são os que menos sofrem com os problemas relacionados ao estresse no trabalho. A elevada carga de violência à qual são expostos é outro possível indutor dos altos índices nos estudos levantados.
Article
Full-text available
The motivation and work meaning inventory has four scales. Two scales are about the facets of the meaning of work: values attributes (how work should be), and descriptive attributes (how work actually is). Other scales refer to the components of motivation: the expectation (what it is hoped that the work be), and the instrumentality (how much the effort or dedication to work imply obtaining the desirable results or not). This study aims to improve the inventory, searching for better coefficients of consistency, and verifying the stability of factor structures of thee scales. A sample of 525 participants completed the inventory. Of these, 55.2% were health professionals, 23.4% were workers from a distributor of oil, and 21,3%, of a government bank. The factor analysis and Cronbach's Alpha coefficients indicated that the changes resulted in better consistency and factor structures.
Article
This article presents a study on the victimization of active-duty military police officers belonging to the Military Police of the Federal District (Brazil) in the last ten years and addresses aspects of police survival. Specifically, it addresses the violent crimes suffered by these members of the Corporation and provides a comparison of what happened during full police activity and when the military is on holiday. The general objective is to present a diagnosis of the deaths of military police officers that occurred while on active duty, and to provide a more detailed picture of deaths from intentional lethal violent crime by making a correspondence in the related literature and comparatively to what occurred in other Military Police Corporations of other Brazilian states. It is a study of both quantitative and qualitative approach, categorizing the causes of death of the several listed events, as well as the circumstances in which they occurred. It was found that the military police of the PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal) die for violent crimes mainly when they are enjoying their time off, including carrying their firearm at the time of the crime It is concluded that measures can be adopted to foster a better response and survival capacity of the agents studied and to decrease funeral statistics.
Article
Purpose A review of the emerging scholarly literature on positive organizational scholarship indicates a need to pursue cognitive, emotional and motivational mechanisms which translate into positive states and outcomes in organizations. Responding to this, this paper aims to test a mediation model linking resilience and organizational citizenship behaviors (OCB) through subjective well-being (SWB) components (i.e. life satisfaction and affect balance) and organizational commitment (OC) components. Design/methodology/approach Data were collected from 345 employees working in the Indian manufacturing industry. The study used structural equation modeling using AMOS to conduct bootstrapped mediation analyses. Findings Results showed that SWB and OC components mediated the resilience-OCB relationship. Results offered strong support for the role of affect balance (high positive and low negative affect) and affective commitment in mediating the influence of resilience on OCB. Originality/value The study not only tested the applicability of resilience in an organizational context to predict coveted positive outcomes but also identified the underlying mechanism as how psychological resource capacities like resilience contribute to OCBs.
Article
Purpose The purpose of this paper is to extend the under-researched work on employees’ organizational commitment by examining transformational leadership (TL) adopted by the leader and the level of trust subordinates have in such a leader. Design/methodology/approach Data were collected using convenience sampling and self-administered survey methods from professionals employed in Indian public sector banks (n=236). Findings Findings reveal that the subordinates’ level of trust and psychological well-being partially mediates the relationship between TL and employees’ organizational commitment. Practical implications TL shares a positive relationship with organizational commitment through trust and psychological well-being. Originality/value Even though previous studies on organizational commitment have produced a significant piece of work, this study is among the first to propose and analyze a comprehensive and theoretically grounded structure of TL, organizational commitment, level of trust and employees’ psychological well-being.