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PRÁTICAS EDUCATIVAS, MEMÓRIAS E ORALIDADES
Rev.Pemo – Revista do PEMO
Rev. Pemo, Fortaleza, v. 6, e11764, 2024
DOI: https://doi.org/10.47149/pemo.v6.e11764
https://revistas.uece.br/index.php/revpemo
ISSN: 2675-519X
1
Educação de um povo: ruralismo e novas possibilidades
ARTIGO Teresa Maria Siqueira Nascimento Arrais
i
Instituto Federal do Rio Grande do Norte, Mossoró, RN, Brasil
Diogo Pereira Bezerra
ii
Instituto Federal do Rio Grande do Norte, Mossoró, RN, Brasil
Resumo
Busca-se compreender a trajetória do ruralismo pedagógico no Brasil, entender
como ocorreu o desenvolvimento histórico e social do ruralismo pedagógico,
contribuir para preservação da história do ruralismo pedagógico no Brasil e
analisar a importância de uma escola primária no meio rural, já que as condições
de vida no campo exigem uma educação diferenciada. O trabalho se fundamenta
no método de pesquisa documental. Referindo-se ao ruralismo pedagógico, este
desenvolveu e estabeleceu uma proposta de formação do trabalhador rural a partir
da ideia de reassentar o homem do campo por meio da pedagogia. Assim, as
propostas apoiadas pelo movimento rural giravam em torno de três componentes
fundamentais de diferentes formações: professores, métodos de ensino e
currículo. A ideia de criar, no meio rural, uma escola primária diferente da escola
urbana significava delimitar os conteúdos que até então eram disponibilizados a
todas as crianças brasileiras.
Palavras-chave: Ruralismo pedagógico. Professor. Currículo.
The education of a people: ruralism and new possibilities
Abstract
The aim is to understand the trajectory of pedagogical ruralism in Brazil,
understand how the historical and social development of pedagogical ruralism
occurred, contribute to preserving the history of pedagogical ruralism in Brazil and
analyze the importance of a primary school in rural areas, since the conditions of
life in the countryside require a differentiated education. The work is based on the
documentary research method. Referring to pedagogical ruralism, it developed
and established a proposal for training rural workers based on the idea of resettling
rural people through pedagogy. Thus, the proposals supported by the rural
movement revolved around three fundamental components of different training:
teachers, teaching methods and curriculum. The idea of creating, in rural areas, a
primary school different from the urban school meant delimiting the contents that
until then were available to all Brazilian children.
Keywords: Pedagogical ruralism. Teacher. Curriculum.
1 Introdução
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Desde a publicação da primeira constituição democrática de 1891, a educação
brasileira atravessou um número significativo de reformas, realizadas em quase todos os
Estados da Confederação. Entre as importantes reformas desse período, destaca-se a de
Benjamin Constant, cujo objetivo era substituir um modelo curricular humanístico por um
científico. Essas mudanças visavam reduzir os gastos do governo com a educação, bem
como limitar o número de vagas disputadas pelos alunos na época. Além disso, havia uma
ampla campanha de erradicação do analfabetismo, no sentido de atender às necessidades
de toda a população do país (Roberto, 2022).
Durante a campanha republicana, a questão escolar ganhou novo fôlego em
relação ao período anterior, sobretudo por ser uma das bandeiras dos opositores do
regime monárquico, inspirada nos ideais da Revolução Francesa, do liberalismo e do
positivismo. No entanto, as mudanças propostas pelos republicanos não foram
implementadas de imediato com o anúncio do novo sistema, dado que o conservadorismo
das forças políticas dominantes ainda era muito elevado (Jurt, 2012).
O problema enfrentado pelo povo residia também no baixo número de escolas e,
consequentemente, nas vagas que se mantinham as mesmas do regime anterior, sem que
se percebesse qualquer esforço nos primeiros anos da república no sentido da
democratização das esferas de poder por meio da educação. Outro fator importante que
influencia a organização do ensino e a formação da nacionalidade, fornecendo às
gerações mais jovens os conhecimentos, valores e símbolos que os ajudam a se identificar
como membros de uma comunidade é a legislação educacional vigente em determinado
período, no caso a primeira metade do século XX. As leis obrigavam os proprietários rurais
a investir na educação dos filhos dos empregados das fazendas dedicadas à lavoura e
pecuária, ou seja, na educação dos filhos dos trabalhadores em geral. A partir das
mudanças educacionais da Constituição Federal de 1930, os proprietários de fazendas
tiveram que ser obrigados a fornecer educação (Freitas, 2014).
O ruralismo pedagógico é uma prática criada com o objetivo de fixar o homem no
campo devido a diversos fatores, inclusive o êxodo rural, e com a ideia de que o Brasil era
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um país agrícola, estabelecendo assim um ideal de escola normal rural. Esses pontos
abordados pelo ruralismo pedagógico se perpetuaram desde os movimentos ocorridos na
década de 1930, com o desejo de renovar a educação, conhecida como escola nova. Esse
movimento apresentou a ideia de aliar prática e experiência, em que o aluno seria levado
a revelar seu potencial (Santos; Paludo, 2022).
Antes da fundação da escola, o ensino era transmitido nas escolas régias, que
começaram a surgir em 1860, sendo a primeira dirigida pelo capelão professor Padre
Antônio de Almeida, com outras fundadas posteriormente. O público atendido pela escola
era aquele que desejava ser professor rural. O plano de estudos era dividido em três: o
primário, com duração de cinco anos; o curso complementar com duração de dois anos; e
o curso normal rural com duração de três anos, incluindo práticas agrícolas nas suas
disciplinas (Soares; Pedroso, 2016).
As atividades ocorridas no ambiente escolar estavam ligadas a aspectos do
campo, mas também à preparação para o cotidiano dos alunos. Por exemplo, a disciplina
de psicologia educacional visava preparar o aluno por meio da educação moral, cívica e
intelectual.
Os problemas com a educação pareciam tão graves na época que Miguel Couto
(1927) defendia que só havia um problema nacional no Brasil: a educação do povo. Essa
afirmação destaca a importância crucial da educação na solução de uma série de desafios
sociais, econômicos e políticos enfrentados pelo país. Couto enfatizava que, ao investir na
educação da população, o Brasil poderia promover o desenvolvimento social, econômico
e político, capacitando os cidadãos a enfrentar os desafios e contribuir para o progresso
da nação.
O desinteresse pela educação resultou na facilidade de exercer o controle sobre
os instrumentos de poder, pois o alfabetismo significava a garantia da aquisição de direitos
políticos para a população em geral, já que, segundo a Constituição, o analfabeto não
poderia expressar sua vontade através de votação. Nesse contexto, embora tenhamos
passado do voto censitário para o sufrágio universal, a falta de educação ainda contribuía
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para manter o poder nas mãos de alguns membros das oligarquias do diadema existentes
no Brasil.
Outro fato que não pode ser negligenciado, quando se olha para os baixos índices
de alfabetização, é o fato de que as crianças rurais ingressam na escola aos dez anos e
abandonam a escola aos doze, principalmente aquelas que contribuíam com os pais no
processo produtivo, tanto para o sustento da família quanto para a expansão da produção
para o mercado, de acordo com as opiniões dos educadores da época (Barros et al., 2021).
Sud Menucci acreditava que no Brasil havia uma lei urbanística que era um
obstáculo para a fixação do homem no campo. Para ele, o fato de toda legislação ser
eminentemente formulada para as cidades, principalmente aquela que trata da questão de
a saúde, contribuía para expulsar o homem de seu habitat rural. Ele denunciou que, no
vestibular para o curso de educadores sanitários, realizado regularmente todos os anos
em São Paulo, no instituto de Higiene, o fato de o candidato ser professor rural era o
motivo da obtenção das notas mais baixas, já que em todas as escolas a legislação, como
os reformadores educacionais, eram de natureza urbana (Silva, 2023).
Neste caso, entendeu-se que as práticas educacionais proporcionadas pelo
Estado se tornaram grandes aliadas das correntes que queriam favorecer as mentalidades
urbanas e as propostas migrantes que ali se concretizavam. Sentia-se que todas as
condições a que eram submetidos os assalariados agrícolas eram adversas, não deixando
espaço para que buscassem sua autonomia política e econômica. A forma como os
objetivos da escola são apresentados supõe criações humanas e pedagógicas que nem
sempre estão de acordo com as intenções explicitadas pelos professores.
O primeiro grande objetivo da escola da aldeia é obter a reputação das pessoas
da comunidade. Na época em que esse conceito foi expresso, geralmente se considerava
reputação como a opinião pública ou percepção que as pessoas da comunidade tinham
sobre um indivíduo. Era uma avaliação subjetiva baseada em diversos fatores, como
comportamento, caráter, status social, realizações pessoais e contribuições para a
comunidade. No entanto, o pragmatismo e os preconceitos expostos, muitas vezes,
comprometem possíveis obras de autêntico valor humano. A educação primária no campo,
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antes de tudo, é o principal fator de avaliação de uma pessoa em termos do ambiente em
que ela vive.
Por outro lado, são frequentes as propostas de restrição dos conteúdos
abastecidos no ensino fundamental, muitos dos quais considerados supérfluos,
especialmente quando não estão diretamente ligados às práticas profissionais. A ideia de
criar, no meio rural, uma escola primária diferente da escola urbana significava limitar os
conteúdos que até então eram disponibilizados ao menos ao direito de todas as crianças
brasileiras, pois as condições da vida no campo exigiam uma educação diferenciada
(Lúcia et al., 2009).
O governo considerava uma questão de princípio manter os homens no campo, e
assim evitar a imigração. Prometeu criar núcleos de colonização, nos quais os
trabalhadores seriam amparados e compensados pelo governo com a disciplina do
trabalho metódico e persistente. Vargas desaconselhou a fuga para cidade, denunciando
a ilusão de uma existência fácil e confortável que encorajava a imigração.
Os programas de ensino deveriam visar a integração consciente e final do
indivíduo, em vez de dar-lhe conhecimentos gerais que são desnecessários. Os brasileiros
abordaram a modernidade de maneiras diferentes e sofreram com a atração e antecipação
da cidade-estado. Mesmo assim, os ideólogos do governo tentavam persuadir os paisanos
daquilo que lhes parecia o governo mais interessante econômica e politicamente, o que
nem sempre atendia às reais necessidades dos trabalhadores. Assim, apresentavam as
atividades agrícolas, que ofereciam as melhores perspectivas de vida ao indivíduo e à
nação.
2 Metodologia
Este estudo adota o método de pesquisa documental como abordagem
metodológica para investigar a educação rural. O método de pesquisa documental baseia-
se na análise crítica e interpretativa de fontes documentais, que incluem documentos
históricos, registros oficiais, textos, imagens, relatórios, entre outros materiais relevantes
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para a pesquisa. A pesquisa documental é uma metodologia amplamente utilizada em
estudos históricos, sociológicos e outras áreas das ciências sociais, permitindo acesso a
informações valiosas para a compreensão e análise de determinado tema ou problema de
pesquisa (Marconi; Lakatos, 2017).
Os critérios de inclusão e exclusão foram estabelecidos para garantir a qualidade
e a relevância dos documentos selecionados. Para inclusão, os documentos devem
apresentar informações pertinentes ao tema de pesquisa e serem considerados confiáveis
e autênticos. Para exclusão, foram descartados documentos desatualizados, irrelevantes
ou de baixa qualidade metodológica que não contribuem para os objetivos da pesquisa.
A busca por documentos foi realizada em bases de dados acadêmicas, incluindo
o Portal de Periódicos CAPES, ERIC e Scielo. Foram utilizadas palavras-chave
relacionadas ao tema de pesquisa, bem como operadores booleanos para refinar as
buscas e encontrar os documentos mais pertinentes. A busca foi conduzida de forma
sistemática e abrangente, considerando a disponibilidade de documentos em língua
portuguesa e inglesa.
Os documentos selecionados foram acessados por meio das bases de dados
online disponíveis e também por meio de visitas a bibliotecas e arquivos físicos. Os
materiais coletados foram organizados e catalogados de acordo com a temática da
pesquisa, facilitando a análise e a recuperação das informações relevantes para o estudo.
A análise dos documentos foi realizada de forma crítica e contextualizada, visando
compreender contextos, eventos, processos e relações sociais pertinentes ao problema
de pesquisa. Foram identificados padrões, tendências e lacunas na literatura documental
analisada, contribuindo para o enriquecimento do conhecimento científico sobre o tema
investigado.
3 Resultados e Discussão
Para permitir algumas mudanças no sistema educacional, embora as bases
anteriores fossem mantidas, importantes reformas educacionais foram realizadas, dentre
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as quais se destaca a reforma de Benjamin Constant, mencionado anteriormente, que teve
como princípios norteadores a liberdade e a educação laica, além da gratuidade do ensino
fundamental, conforme estabelecido na constituição. Uma das intenções claras desta
reforma era transformar o ensino dos alunos formadores para o ensino superior. A reforma
foi duramente criticada tanto por positivistas, que diziam que ela não respeitava os
princípios educacionais de Comte, quanto por defensores da primazia literária (Veneu;
Ferraz; Rezende, 2015).
As relações de produção foram pinçadas do sistema baseado no jugo, e havia um
grande distanciamento entre os discursos e as práticas dos novos administradores sobre
a educação nos primeiros anos do sistema republicano. Homens com a mesma visão do
presidente Marechal Deodoro da Fonseca confessaram publicamente a necessidade de
mudanças no ensino público e chegaram a dizer que as cogitavam, reformas que foram
prejudicadas pela ausência de leis específicas. Essas leis, apesar da mudança de regime,
mantiveram-se as mesmas do império (a ausência de alterações poderia mesmo ser
justificada pela brevidade do período republicano e pela ausência de uma constituição
específica do novo regime), o que, em certa medida, poderia contribuir para retardar a
expansão dos cadastros e o atendimento de importantes setores da população (Sylvia et
al., 2022).
Vista por alguns professores e por grande parte da população como um dos meios
possíveis de acesso ao poder, acreditava-se que a educação seria um dos mais
importantes facilitadores da ascensão social, pois tanto a classe média emergente quanto
a classe proletária haviam iniciado seu processo educacional. A democratização da
educação, nessa perspectiva, levaria inevitavelmente a mudanças políticas e sociais,
principalmente no que se refere à distribuição de renda, conhecimento e poder, elementos
que as oligarquias de um país que acabara de ser abolido jamais admitiriam, pelo menos
legalmente (Santos; Paludo, 2020).
Os avanços políticos esperados chegam com a promulgação da carta Magna de
1891, primeiro marco legal da República Brasileira, que consagra uma concepção de
federalismo em que a responsabilidade pública pela educação básica passa a ser
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descentralizada, ficando a cargo das províncias e municípios. A associação reservou o
papel de incentivar essas atividades, uma vez que essa área assumira maior presença no
ensino médio e superior (Sérgio; Pierro, 2000).
Se a educação ministrada não preparava o aluno para a vida, a escola servia para
distribuir certificados que, segundo certos detratores da época, não correspondiam à
realidade do país. Nesse sentido, em 1918, o então presidente da república Venceslau
Brás Pereira Gomes, denunciou a existência de uma “indústria de distribuição de
diplomas”, afirmando que, em um país onde a formação profissional era deficiente, as leis
vigentes aumentaram o ensino do ensino médio, já superabundante, nivelando bons e
maus institutos secundários e superiores, e até uma indústria de diplomas foi criada
(Almeida; Grazziotin, 2016).
Num período em que predominavam as relações de coronelismo (prática política
em que os coronéis forçavam seus empregados a votarem em seus candidatos para
continuarem no poder), especialmente nas regiões consideradas mais atrasadas, como
era o caso do Nordeste, prevalecia uma política regionalista cujas bases organizacionais
não diferiam muito do sistema anterior, principalmente por sua base agrário-comercial
estrutural. O coronelismo era um sistema político marcado pelo poder concentrado nas
mãos de poucos líderes locais, os coronéis, que exerciam um controle autoritário sobre as
comunidades rurais e influenciavam profundamente os processos eleitorais e as políticas
públicas em suas regiões. Por essas razões, era difícil para o poder central investir
maciçamente em um setor considerado pelas elites de pouca utilidade para o
desenvolvimento econômico do país, como era o caso da educação.
Nesse sentido, a intenção do presidente Artur Bernardes de garantir que os
estados destinassem pelo menos dez por cento de todas as suas receitas ao ensino
primário e normal pode ser vista como um grande estímulo para o desenvolvimento da
educação. Para a concretização de sua proposta, as atribuições e obrigações de cada um
permaneceriam assim distribuídas: ao sindicato caberia pagar os professores e fiscalizar
a educação; e aos Estados caberia providenciar o local de funcionamento das escolas e o
material escolar necessário. Outro pré-requisito básico do projeto era obrigar os países a
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não reduzir o número de escolas existentes em seu território e a gastar pelo menos dez
por cento de sua renda na educação primária e regular (Roberto, 2018).
Quanto à formação profissional, verificou-se que não trouxe os resultados
esperados pelas camadas hegemônicas da elite dirigente do país. Propuseram-se então
novas medidas, com sugestões de reeducação da sociedade pela alfabetização,
interpretadas por eles como uma necessidade para mensurar a grandeza da nação graças
ao seu desenvolvimento literário. Contrariamente à ideia dos estudos literários em
particular, o presidente Artur Bernardes defendia que a tendência apresentada como mais
moderna à época era uma afronta à cultura literária, que resulta em aprendizado prático
de ciências aplicadas. Seguindo esta linha de raciocínio, Artur Bernardes afirmava que a
tecnologia possuía um lugar relevante na educação de pessoas que caminhavam na
vanguarda da civilização, embora considerasse um grave erro a asserção de que o estudo
das humanidades deveria ser considerado perda de tempo. Segundo ele, em países
considerados práticos e que se distinguiam por seu grande desenvolvimento industrial, era
justamente onde se enxergavam culturas com mais apreço e profundidade aos estudos
clássicos. Para ele, o que aconteceu foi que deixaram de erigir o quase exclusivo programa
de educação espiritual, conservando, porém, dentro dele um lugar honroso (Saviani,
2013).
As dificuldades de organização política refletiam-se diretamente no processo
educacional. Dessa forma, o número de vagas garantidas para estudantes dos setores
populares era quase inexistente, o que denota o grande desdém das autoridades para
com a classe trabalhadora, principalmente devido aos interesses agrários defendidos na
época. A reserva de cinco vagas para alunos pobres parece ter sido um grande avanço
em relação a todo o período anterior, principalmente quando se considera o interesse dos
coronéis pela educação do povo. Nesse sentido, Bernardes afirmou que, longe de dificultar
o ingresso dos alunos pobres na universidade, a nova lei criou cinco vagas gratuitas para
eles em cada ano do curso, três das quais seriam contempladas à escolha dos alunos
(Colistete, 2019).
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Fazendo parte de uma sociedade urbanizada, nossos governantes abandonaram
o meio rural e direcionaram seus investimentos para os setores urbanos, locais onde se
concentravam as pessoas que trabalhavam na indústria e que, por não se dissiparem,
reduziram consideravelmente seu apelo facilitado aos futuros votantes, como mencionado.
Ao lado das dificuldades de adaptação dos professores atuantes no meio rural, formados
em escolas voltadas para o meio urbano, havia um fator ainda mais agravante da perda
de tempo que nem sempre os trabalhadores rurais compreendiam: para um treinamento
mais preciso, teriam que permanecer na cidade-estado por meses, ou até anos. Isso teria
levado a um dilema difícil, como investir na formação de trabalhadores rurais para serem
professores em sua própria região ou aceitar alguém de origem urbana. Ambas as
soluções foram rejeitadas pelos trabalhadores rurais, seja pelo tempo necessário para a
formação da primeira, seja pela ideologia urbana imbuída pela segunda (Hirata; Melo;
Oliveira, 2022).
O ruralismo pedagógico no Estado Novo foi pragmático em mais de um sentido:
primeiro, porque construiu a ideia de uma escola centrada nas tarefas práticas e nas
necessidades imediatas das populações rurais pobres; em segundo lugar, porque
reescreveu a noção de valorização do ser humano e do desenvolvimento da natureza
humana, fingindo acreditar que menos valia mais, num discurso ideológico bastante
admitido e legitimado, referindo-se, isto é, a sistemas de grupos sociais hegemônicos
(Silva, 2023).
Ao analisar outros documentos, é colocado que "O ruralismo pedagógico deve
buscar a emancipação dos sujeitos do campo, fortalecendo sua identidade e autonomia"
(Leite, 1999, p. 35). Esta citação de Sérgio Celani Leite ressalta o objetivo do ruralismo
pedagógico de buscar a emancipação dos sujeitos do campo. Ele destaca a importância
de fortalecer a identidade e autonomia dessas populações, o que sugere uma abordagem
educacional que valorize a diversidade e a participação ativa das comunidades rurais. Isso
implica uma educação que contribua para o empoderamento e a transformação social dos
povos do campo.
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Referindo-se à noção de ruralismo pedagógico, desenvolveu-se e estabeleceu-se
para definir uma proposta de formação do trabalhador rural a partir da ideia de reassentar
o homem do campo por meio da pedagogia. Assim, as propostas apoiadas pelo movimento
rural giravam em torno de três componentes fundamentais de diferentes formações:
professores, métodos de ensino e currículo (Souza-Chaloba, 2023).
A ideologia rural rejeita a convergência de formas escolares e oferece diferentes
escolas que vão ao encontro das necessidades educacionais de cada realidade social. O
ruralismo deve propagar uma educação que combine as condições regionais e subsidie
as famílias rurais. Consequentemente, esse governante teve que cancelar vários
privilégios garantidos pela constituição de 1934, a fim de impedir a intervenção de
dissidentes e a derrubada de seu governo. Dessa forma, direitos como a liberdade de
expressão e manifestação, garantidos pela constituição de 1934, foram revogados. Para
isso, a solução que Vargas encontrou foi articular com determinados grupos sociais
favoráveis ao seu governo, um golpe de estado contra a radicalização, tanto da esquerda
quanto da direita, estabelecendo assim um novo período de governo, denominado Estado
Novo (Rios, 2016).
É um momento chave na formação de professores, socialização e formação
profissional. Nesse processo, pode-se compreender que a educação básica é um
momento ímpar no que diz respeito ao desenvolvimento científico, cultural, social e
pedagógico dos professores. Desenvolvimento, que no caso dos professores rurais, deve
ser articulado e de acordo com as matrizes culturais e marcas identitárias da população
rural (Cavalcante, 2010).
Assim, a escola do campo ofertava ao homem condições para uma vida produtiva,
de acordo com os valores dominantes, proporcionando-lhe, ainda, vantagens imateriais.
Havia alusões enfáticas, mas vagas, às vantagens que a escola rural expedia ao agricultor.
Vale mencionar a hipótese de que, a partir de um conhecimento mais racional dos métodos
de trabalho, o homem do campo ganharia maiores rendimentos e, assim, tornaria sua casa
mais confortável e seu trabalho menos oneroso (Celeste Filho, 2019).
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É colocado por Illich (1971, p. 12) que "A educação não é apenas um processo de
transmissão de conhecimentos, mas sim um processo de construção de conhecimentos,
de construção de pessoas, de construção de uma sociedade." Esta citação destaca a
importância da educação como um processo de construção, em vez de apenas
transmissão de conhecimentos. Illich enfatiza que a educação deve ser vista como um
processo que envolve a construção de conhecimentos, pessoas e sociedade, o que
implica uma abordagem mais participativa e crítica. Isso sugere que a educação deve ser
vista como um processo de mudança e desenvolvimento, em vez de apenas uma
transmissão de informações.
O conceito de educação está associado à ideologia e aos interesses do grupo de
pais unidos, que Vargas edificou visando capturar homens do campo com o objetivo
político e econômico de ocupar áreas rurais pouco povoadas. Mudar e adaptar as pessoas
ao ambiente é uma meta recorrente, que as escolas do campo deveriam alcançar. O valor
da escola rural aqui mencionada traduziu-se em trabalho cívico, econômico e patriótico. O
retorno ao campo é, em grande parte, atribuído a essa instituição, por meio da qual
batalham contra os preconceitos urbanos, fruto de uma prática escolar que, na verdade,
sugere aos paisanos um caminho para a cidade. O alfabetizado, ao invés de ser útil,
tornou-se um suporte para a colheita, tóxico e extremamente poderoso e violento
(Andrade; Rodrigues, 2020).
O objetivo da escola do campo é formar, de certa maneira, o estado de espírito do
campo, o aluno segundo a opinião do educador. Era difícil para a escola primária rural
formar os alunos iniciados que, quando adultos, iriam assumir a gestão dos assuntos
locais, desde a administração municipal até à gestão dos assuntos privados na agricultura
e na pecuária. Assim, o destino das crianças do campo dependia de as escolas primárias
criarem as condições para os que viviam no campo se adaptassem às condições
econômicas, morais e sociais. O assentamento rural masculino devia ser voluntário, por
meio de atividades escolares de alfabetismo. Os educadores pareciam estar
particularmente preocupados com a migração rural-urbana, e é verdade que não só eles,
mas também o governo e outros grupos dirigentes. De qualquer forma, a insistência que
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havia caraterizado a intervenção de porta-vozes do governo federal, do próprio presidente
e de educadores sugeriam que havia questões imediatas sobre a proteção do apego ao
meio rural (Duarte; Campos, 2020).
"A educação rural deve estar intimamente ligada à vida e às necessidades da
comunidade, valorizando seus conhecimentos e práticas tradicionais" (Brandão, 1982, p.
25). Esta citação de Carlos Rodrigues Brandão destaca a importância de uma educação
rural que esteja alinhada com a vida e as necessidades da comunidade. Ele enfatiza a
valorização dos conhecimentos e práticas tradicionais, o que sugere uma abordagem mais
contextualizada e relevante para as populações rurais. Isso implica uma educação que
reconheça e valorize a cultura e o modo de vida das comunidades rurais, em vez de impor
modelos urbanos.
Uma das principais causas do êxodo rural é a falta de conforto, educação,
saneamento e recursos médicos, bem como a falta de distrações, etc. A solução
recomendada é a educação. O Estado Novo visava não apenas a ideia e o desejo de fixar
pessoas no campo, mas também convidava os brasileiros a colonizar o interior do Brasil
para conquistar a exploração econômica e a vida cultural por meio do povoamento. A
expansão, até aquele momento, era apenas nas áreas de propriedade legal do governo.
O interesse pelo interior do Brasil tinha um duplo caráter: por um lado, era
econômico e visava expandir mercados e criá-los em áreas onde a presença do
capitalismo era descompassada em relação aos centros urbanos. Em outras palavras,
tratava-se de atualizar o capitalismo rural, retornando-o às décadas de 1930 e 1940. Ao
mesmo tempo, o projeto político do Estado não podia prescindir da incorporação do meio
rural em seu campo de influência e controle, especialmente em tempos de guerra, pois o
Estado Novo durou seis anos. Portanto, o Estado não podia, tanto economicamente
quanto politicamente, esquecer o seu papel de gestor econômico na formação social,
necessária para a incorporação da terra e dos homens do campo (Novaes, 2018).
Em outros documentos analisados, é descrito que "A educação rural deve ser um
espaço de diálogo e troca de saberes entre os conhecimentos científicos e os
conhecimentos tradicionais" (Molina, 2006, p. 45). Esta citação de Mônica Castagna
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Molina enfatiza a importância de um diálogo e troca de saberes entre os conhecimentos
científicos e os conhecimentos tradicionais no contexto da educação rural. Ela sugere uma
abordagem que valorize e integre diferentes formas de conhecimento, reconhecendo a
legitimidade e a relevância dos saberes locais. Isso implica uma educação que promova o
encontro e a interação entre diferentes perspectivas, contribuindo para a construção de
um conhecimento mais amplo e contextualizado.
Um método proposto para facilitar a ocupação das áreas rurais por meio das
escolas é a criação de escolas coloniais, em que o sertão será colonizado e assentado
por famílias, enquanto o estado fornecerá infraestrutura básica. Como justificativa para
sua criação, a baixa densidade populacional foi lembrada como um dos importantes
entraves políticos voltados para a limpeza, educação e socialização dessas áreas. Assim,
o núcleo da população rural estava espalhado e separado por grandes distâncias. A
criação de colônias escolares funcionaria como meio de formar os futuros trabalhadores
rurais, coordenando suas condições de saúde e socializando-os segundo os ideais do
Estado Novo, integrando-os assim à cidadania no sentido hegemônico (Souza;
Ostermann; Rezende, 2020).
Havia uma expectativa por parte dos sujeitos do discurso hegemônico de que a
escola civilizasse em um sentido muito amplo, socializando em termos de práticas
educacionais, assistência à saúde e ideologia do estado escolar. Houve uma avaliação
consensual de que as condições socioeconômicas na área rural eram extremamente
instáveis.
A maior razão para um fracasso tão grande é a incapacidade de se adaptar ao
ambiente em que a escola está inserida. Assim, as escolas dispersas do meio rural
tornaram-se o fator mais destruidor da degradação ambiental, pois são um aparato
educacional falho, remetido nas mãos de professores incompetentes que desconhecem
os principais problemas da educação rural de baixa renda, que era uma visão que se tinha
no período. O discurso do ensino rural reafirma a importância dos alunos das escolas do
campo para a economia brasileira. Mas eles veem os métodos de trabalho tradicionais
como uma barreira para aumentar sua produtividade (Novaes, 2018).
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Por razões coerentes ou sociológicas, o conceito de ser humano naquela época
era extremamente negativo. Os homens do campo eram vistos como desrespeitosos com
os animais. As representações que os textos faziam eram de homens e meninas
extremamente tolos, sujeitos a todos os tipos de submissão: religiosa, profissional e
sanitária. O homem rural era cabido como um pastor de cabras que queimava, arrasava e
destruía a riqueza; e a escola, que não fazia a sua parte para ensinar o amor à natureza,
o conhecimento do valor da agricultura, bem como as técnicas que conferiam maior
produtividade, trabalho, acabava por criar as condições para que o homem abandonasse
os campos (Souza, 2017).
Em síntese, uma formulação ideológica inteligente e atraente, destinada a
comprometer certas práticas e certos pontos da vida da população, atraía-os para uma
rede de cooperação nacional e compromisso com o governo do Estado Novo. Também
visava fornecer um espaço público de convivência, em uma área que, até então, era
estritamente privada. O mesmo se aplicava ao ensino de economia doméstica. A
educação, pelo menos ao nível do discurso explícito, assumiu um papel importante como
veículo de um processo de modernização que invadiu a vida das pessoas, envolvendo-as
numa rede de relações, cujo principal referente era o Estado autoritário e paternalista, que,
desta forma, aprofundou o caráter antidemocrático com que a modernidade e a cidadania
foram introduzidas na existência da classe trabalhadora brasileira.
4 Considerações finais
A trajetória do ruralismo pedagógico no Brasil revela uma tentativa significativa de
promover uma educação diferenciada para as comunidades rurais, reconhecendo suas
particularidades e necessidades específicas. Ao longo do desenvolvimento histórico e
social do ruralismo pedagógico, observou-se um esforço para criar uma escola primária
adaptada ao contexto rural, oferecendo um currículo e métodos de ensino que
considerassem as realidades e demandas do campo. A preservação da história do
ruralismo pedagógico é crucial não apenas para entender o passado educacional do país,
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mas também para refletir sobre os desafios e oportunidades presentes na educação rural
contemporânea.
Por fim, a análise da importância da escola primária no meio rural ressalta a
necessidade contínua de políticas e práticas educacionais que reconheçam e valorizem a
diversidade cultural e socioeconômica do Brasil. As condições de vida no campo
demandam uma abordagem educacional diferenciada, que promova não apenas o
aprendizado acadêmico, mas também o desenvolvimento integral dos alunos,
capacitando-os a enfrentar os desafios e contribuir para o desenvolvimento sustentável
das suas comunidades. Assim, a reflexão sobre o ruralismo pedagógico nos convida a
repensar o papel da escola no meio rural e a buscar estratégias eficazes para garantir uma
educação de qualidade para todos, independentemente do contexto em que vivem.
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Teresa Maria Siqueira Nascimento Arrais, ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9682-4810
Mestranda do Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Educação Profissional e
Tecnológica – PROFEPT, Instituição Federal do Rio Grande do Norte – Campus Mossoró
Possui graduação em Letras - Habilitação em Língua Portuguesa e bacharelado em Direito pela
Universidade Regional do Cariri. Tem experiência na área de Educação e Formação de Formação de
Professores. Consultora UNESCO 2010: Estado do Piauí. Foi docente no Centro Universitário de
Juazeiro do Norte (UNIJUAZEIRO). Atual presidente da Fundação Memorial Padre Cícero.
Contribuição de autoria: Autora principal
Lattes: http://lattes.cnpq.br/7934349347164073
E-mail: teresasiqueira.ts@gmail.com
ii
Diogo Pereira Bezerra, ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0159-4117
Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN)
Possui graduação em Licenciatura em Química pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) com
Mestrado e Doutorado em Engenharia Química pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Atualmente
é docente do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) atuando com docente permanente nos
Programas de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT - Mestrado
Profissional em Rede Nacional) e do Programa de Pós-Graduação em Ensino da Rede Nordeste de
Ensino (RENOEN – Doutorado Acadêmico).
Contribuição de autoria: Orientador
Lattes: http://lattes.cnpq.br/2270099530704886
E-mail: diogo.bezerra@ifrn.edu.br
Editora responsável: Genifer Andrade
Especialista ad hoc: Francisca Genifer Andrade de Sousa e Manuelle Araújo da Silva
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Como citar este artigo (ABNT):
ARRAIS, Teresa Maria Siqueira Nascimento.; BEZERRA, Diogo Pereira. Educação de um
povo: ruralismo e novas possibilidades. Rev. Pemo, Fortaleza, v. 6, 11764, 2024.
Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/revpemo/article/view/11764
Recebido em 19 de outubro de 2023.
Aceito em 14 de maio de 2024.
Publicado em 16 de junho de 2024.