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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DAS INTERNAÇÕES E ÓBITOS POR INFECÇÃO DO VÍRUS VARICELA-ZOSTER EM ADULTOS DE IDADE AVANÇADA NO BRASIL NA ÚLTIMA DÉCADA

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Abstract

Este artigo tem por objetivo realizar um perfil epidemiológico referente aos casos de Varicela e Herpes zóster (CID I34) nos anos de 2013 a 2023, utilizando dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS/TABNET). As variáveis incluídas no estudo foram número de internações, ano de processamento, óbitos, faixa etária igual ou superior a 50 anos, sexo, cor/raça e taxa de mortalidade. Foram excluídas quaisquer outras variáveis neste estudo. Os dados foram coletados em março de 2024, organizados e sistematizados em planilhas do Microsoft Excel e analisados mediante estatística descritiva.
ANÁLISE EPIDEMIOGICA DAS INTERNAÇÕES E ÓBITOS POR INFECÇÃO DO VÍRUS
VARICELA-ZOSTER EM ADULTOS DE IDADE AVANÇADA NO BRASIL NA ÚLTIMACADA
Autor 1 et. al.
Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences
Volume 6, Issue 4 (2024), Page 271-280.
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DAS INTERNAÇÕES E ÓBITOS
POR INFECÇÃO DO VÍRUS VARICELA-ZOSTER EM
ADULTOS DE IDADE AVANÇADA NO BRASIL NA ÚLTIMA
DÉCADA
Larissa Costa Nunes¹, Lorena Maria Cruz Pedrosa², Aline Bomfim Madeira³,
Igor Baggio Pereira, Anailda Fontanele Vasconcelos⁵.
ARTIGO ORIGINAL
RESUMO
INTRODUÇÃO: O vírus varicela-zoster (VVZ) é um vírus do herpes altamente contagioso,
responsável por duas condições distintas: varicela (catapora), mais prevalente durante a
infância, e a herpes zoster (HZ), a qual aparece, na maioria das vezes, tardiamente na vida
adulta. Os principais fatores de risco conhecidos para HZ são o estado de imunossupressão e o
aumento da idade, principalmente em pessoas com mais de 55 anos, devido à diminuição da
resposta imune mediada por células T (1). Na literatura, Koshy (2018) destaca o HZ como um
problema de saúde pública. (4) A incidência de herpes zoster ao longo da vida é
aproximadamente de 20% a 30% na população em geral, podendo atingir até 50% em indivíduos
que alcançam a idade de 85 anos ou mais (6). OBJETIVO: Este artigo tem como objetivo analisar
o perfil epidemiológico das internações e óbitos de adultos a partir dos 50 anos de idade,
acometidos pelo vírus Varicela-Zoster no período de 2013 a 2023. METODOLOGIA: A pesquisa
apresenta-se como um estudo ecológico, quantitativo, utilizando dados do Sistema de
Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), disponibilizados pelo Departamento de Informática
do Sistema Único de Saúde (DATASUS/TABNET), referente aos casos de Varicela e Herpes zóster
(CID I34) nos anos de 2013 a 2023. RESULTADOS: Houve 25.605 internações por varicela-zoster
no Brasil entre os anos de 2013 a 2023. Quanto ao ano de notificação, o ano de 2019 foi o que
apresentou maior prevalência de internações, 2.800 casos. Quanto ao sexo dos pacientes
internados pelo VVZ, predominou o sexo feminino, com 13.366 (52,2%). Os dados diante faixa
etária mostraram ser mais prevalente a população com 70 a 79 anos, totalizando 6.771
pacientes. O número de óbitos pela infeção do vírus VVZ no Brasil foi de 3.104, a região sudeste
com o maior número, totalizando 1.622 (52,2%) óbitos. Os dados de óbitos referente as faixas
etárias demonstram um aumento gradual conforme o avanço da idade entre 50 a 79 anos.
CONCLUSÃO: Conclui-se que a infecção pelo vírus varicela-zóster em pessoas idosas é um
problema de saúde pública, destacando a importância de promover e implementar medidas de
prevenção e tratamento precoce. Além disso, é crucial conduzir mais pesquisas para entender
melhor essa infecção, buscando intervenções que melhorem a qualidade de vida das pessoas
afetadas pelo vírus da varicela-zoster.
Palavras-chave: Herpes Zoster, Adultos, Brasil.
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DAS INTERNAÇÕES E ÓBITOS POR INFECÇÃO DO VÍRUS
VARICELA-ZOSTER EM ADULTOS DE IDADE AVANÇADA NO BRASIL NA ÚLTIMA DÉCADA
Autor 1 et. al.
Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences
Volume 6, Issue 4 (2024), Page 271-280.
EPIDEMIOLOGICAL ANALYSIS OF HOSPITALIZATIONS AND
DEATHS DUE TO VARICELLA-ZOSTER VIRUS INFECTION
AMONG ELDERLY ADULTS IN BRAZIL OVER THE LAST DECADE
ABSTRACT
INTRODUCTION: The varicella-zoster virus (VZV) is a highly contagious herpes virus responsible for two
distinct conditions: varicella (chickenpox), more prevalent during childhood, and herpes zoster (HZ),
which typically appears later in adult life. The primary known risk factors for HZ are
immunosuppression and increasing age, particularly in individuals over 55 years old, due to decreased
T-cell-mediated immune response. In the literature, Koshy (2018) highlights HZ as a public health issue.
The lifetime incidence of herpes zoster is approximately 20% to 30% in the general population,
reaching up to 50% in individuals aged 85 years or older (6). OBJECTIVE: This article aims to analyze
the epidemiological profile of hospitalizations and deaths in adults aged 50 and older, affected by the
Varicella-Zoster virus from 2013 to 2023. METHODOLOGY: The research is presented as an ecological,
quantitative study, using data from the Hospital Information System of the Unified Health System
(SIH/SUS), provided by the Department of Health Informatics of the Unified Health System
(DATASUS/TABNET), regarding cases of Varicella and Herpes Zoster (ICD I34) from 2013 to 2023.
RESULTS: There were 25,605 hospitalizations for varicella-zoster in Brazil between 2013 and 2023.
Regarding the year of notification, 2019 had the highest prevalence of hospitalizations, with 2,800
cases. Female patients predominated among those hospitalized for VZV, with 13,366 (52.2%). Data on
age groups showed that the population aged 70 to 79 years was the most prevalent, totaling 6,771
patients. The number of deaths from VZV infection in Brazil was 3,104, with the Southeast region
having the highest number, totaling 1,622 (52.2%) deaths. Death data for age groups demonstrated a
gradual increase with advancing age between 50 and 79 years. CONCLUSION: It is concluded that
varicella-zoster virus infection in older adults is a public health problem, emphasizing the importance
of promoting and implementing preventive measures and early treatment. Additionally, it is crucial to
conduct further research to better understand this infection, seeking interventions that improve the
quality of life of individuals affected by the varicella-zoster virus.
Keywords: Herpes Zoster, Adults, Brazil.
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0
International
License.
Instituição afiliada ¹Graduando Medicina pela Universidade de Rio Verde UniRV, Rio Verde GO), ²Graduando
Medicina pelo Centro Universitário FAMETRO FAMETRO, Manaus AM), ³Graduando Medicina pela Universidade
de IguaçuUNIG, Nova Iguaçu RJ), Graduando Medicina pela Universidade do Sul de Santa Catarina UNISUL,
Tubarão SC), Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública na Universidade Federal do Ceará
UFC, Ceará NO)
Dados da publicação: Artigo recebido em 14 de Março e publicado em 04 de Maio de 2024.
DOI: https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n5p271-280
Autor correspondente: Lorena Maria Cruz Pedrosa lorenapedrosa3@gmail.com
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VARICELA-ZOSTER EM ADULTOS DE IDADE AVANÇADA NO BRASIL NA ÚLTIMA DÉCADA
Autor 1 et. al.
Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences
Volume 6, Issue 4 (2024), Page 271-280.
INTRODUÇÃO
O vírus varicela-zoster (VVZ) é um vírus do herpes altamente contagioso,
responsável por duas condições distintas: varicela (catapora), mais prevalente durante a
infância, e a herpes zoster (HZ), a qual aparece, na maioria das vezes, tardiamente na vida
adulta. Enquanto a varicela é caracterizada pelo surgimento de erupções cutâneas
disseminadas e sintomas como febre, mal-estar e coceira intensa (1), a herpes zoster
apresenta uma erupção vesicular unilateral, caracteristicamente restrita a um único
dermátomo, geralmente acompanhada de dor radicular. (2)
Os principais fatores de risco conhecidos para HZ são o estado de
imunossupressão e o aumento da idade, principalmente em pessoas com mais de 55 anos,
devido à diminuição da resposta imune mediada por células T (1). Vale ressaltar que a
herpes-zóster apresenta complicações relevantes, sendo a mais frequente a neuralgia pós-
herpética (NPH), caracterizada por um quadro de dor persistente, muitas vezes
debilitante, após a fase aguda da erupção das bolhas, podendo durar meses ou até anos.
(7)
Na literatura, Koshy (2018) destaca o HZ como um problema de saúde pública.
(4) A incidência de herpes zoster ao longo da vida é aproximadamente de 20% a 30% na
população em geral, podendo atingir até 50% em indivíduos que alcançam a idade de 85
anos ou mais (6). Segundo dados do IBGE (2022), mais de 31 milhões de pessoas no
Brasil estão na faixa etária de 60 anos ou mais, correspondendo a 14,7 % da população
do país. O crescente envelhecimento da população e a morbidade associada ao HZ torna
relevante a discussão do tema.
Até o momento, a literatura carece de estudos que abordem uma análise
epidemiológica das internações e óbitos por infecção do Vírus Varicela-Zoster no Brasil.
Este artigo tem como objetivo analisar o perfil epidemiológico das internações e óbitos
de adultos a partir dos 50 anos de idade, acometidos pelo vírus Varicela-Zoster no período
de 2013 a 2023.
METODOLOGIA
A pesquisa apresenta-se como um estudo ecológico, quantitativo, utilizando dados
do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), disponibilizados pelo
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DAS INTERNAÇÕES E ÓBITOS POR INFECÇÃO DO VÍRUS
VARICELA-ZOSTER EM ADULTOS DE IDADE AVANÇADA NO BRASIL NA ÚLTIMA DÉCADA
Autor 1 et. al.
Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences
Volume 6, Issue 4 (2024), Page 271-280.
Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS/TABNET),
referente aos casos de Varicela e Herpes zóster (CID I34) nos anos de 2013 a 2023.
As variáveis incluídas no estudo foram mero de internações, ano de
processamento, óbitos, faixa etária igual ou superior a 50 anos, sexo, cor/raça e taxa de
mortalidade. Por não se enquadrar em nosso objetivo, foram excluídas as variáveis de
AIH aprovadas, valor total, valor de serviços hospitalares (federal e gestor), valor serviços
profissionais (federal e gestor), valor médio AIH, valor médio interno, dias e média de
permanência. Os dados foram coletados em março de 2024, organizados e sistematizados
em planilhas do Microsoft Excel e analisados mediante estatística descritiva.
Ao empregar dados secundários para a realização desta pesquisa, não se faz
necessário o processo de avaliação e tratamento bioético por parte de um Comitê de Ética
e Pesquisa (CEP). Essa abordagem está em conformidade com a Resolução número
466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), a qual trata das "diretrizes e normas
regulamentadoras em pesquisas envolvendo seres humanos".
20 anos de publicação ou que não se encaixavam dentro do escopo da pesquisa.
RESULTADOS
Houve 25.605 internações por varicela-zoster no Brasil entre os anos de 2013 a
2023, a região sudeste com maior prevalência, totalizando 12.170 (47,5%) casos, seguida
pela região nordeste com 5.284 (20,6%), região sul com 4.827 (18,8%), região centro-
oeste 1.866 (7,2%) e região norte 1.458 (5,6%). Quanto ao ano de notificação, o ano de
2019 foi o que apresentou maior prevalência de internações, 2.800 casos e o ano de 2021
com menor, totalizando 1.671. Houve, desde 2014 até 2019, um aumento crescente na
quantidade de internações no Brasil, entretanto houve uma queda significativa no ano de
2020 e principalmente em 2021, sendo uma possível relação com a pandemia da Covid-
19 (gráfico 1).
Quanto ao sexo dos pacientes internados pelo VVZ, predominou o sexo feminino,
com 13.366 (52,2%), comparado ao sexo masculino, com 12.239 (47,7%). Os dados
diante faixa etária mostraram ser mais prevalente a população com 70 a 79 anos,
totalizando 6.771 pacientes, tendo uma diferença discreta ao comparar com as faixas
etárias de +80 e 60 e 69 anos, de apenas 57 e 64 respetivamente (gráfico 2), por último
a população de 50 a 59 anos apresentou 5.413 pacientes (21,1%). Na variável sobre
cor/raça, os dados evidenciaram maior presença da população branca totalizando 10.674
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(41,6%), seguido da população parda 9.045 (35,3%), população preta 1.145 (4,4%),
população amarela 306 (1,1%), população indígena 41 (0,1%) e sem informações 4.394
(17,1%)
O número de óbitos pela infeção do vírus VVZ no Brasil foi de 3.104, a região
sudeste com o maior número, totalizando 1.622 (52,2%) óbitos, seguido da região
nordeste com 699 (22,5%), a região sul com 425 (13,6%), região centro-oeste com 211
(6,7%) e região norte com 147 (4,7%). Os dados de óbitos referente as faixas etárias
demonstram um aumento gradual conforme o avanço da idade entre 50 a 79 anos, sendo
indivíduos na faixa de 50 a 59 anos com 312 óbitos (10%), faixa de 60 a 69 anos com 548
(17,6%), na faixa de 70 a 79 anos com 826 (26,6%), a partir dos 80 anos podemos
visualizar um aumento significativo, com 1.418 óbitos (45,6%) óbitos (gráfico 3). Houve
predominância do sexo feminino com 1.532 (50,6%) sobre o sexo masculino 1.572
(49,4%). Na variável sobre cor/raça, o número de óbitos foi maior na população parda
totalizando 1.287 (41,4%), seguido da população branca com 1.162 (37,4%), população
preta com 142 (4,5%), população amarela com 24 (0,7%), população indígena com 2
(0,06%), e sem informações 487 (15,6%).
Quanto à taxa de mortalidade, a média nacional foi de 12,12. A região sudeste
apresentou a maior taxa, com 13,33, seguido da região nordeste com 13,23, região centro-
oeste com 11,31, região norte com 10,08 e região sul com 8,80.
Gráfico 1.
Fonte: Autoria própria.
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Gráfico 2.
Fonte: Autoria própria.
Gráfico 3.
Fonte: Autoria própria.
DISCUSSĀO
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Autor 1 et. al.
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A infeco pelo VVZ em indivduos imunocomprometidos frequentemente causa
doena grave e disseminada (8). Uma complicação comum em indivíduos acometidos
com herpes zoster é a neuralgia pós-herpética (NPH), condição de dor crônica, debilitante
em muitos casos, com duração de meses ou até anos. Além disso, outra complicação é o
envolvimento ocular, que pode resultar em dor de longa duração, cicatrizes faciais e perda
de visão. Ademais, a infeco fetal, durante a gestao, pode levar embriopatia, com
sndrome da varicela congnita. Imunodeprimidos podem ter a forma de varicela
disseminada ou varicela hemorrgica (9).
As complicaes do VVZ se devem a uma maior disseminao do vrus e uma
incapacidade do sistema imunolgico em limitar esta replicao onde tambm podem
resultar de infeco secundria. Muitas dessas complicações podem levar a óbito
principalmente em pacientes de idade avançada, fato que colabora com os dados
analisados, que demonstram maior quantidade de óbitos em pacientes a partir dos 70 anos
e chegando a quase o dobro depois dos 80 anos de idade.
A incidência e a gravidade da doença de HZ aumentam com a idade, com um
incremento acentuado após os 50 anos de idade, o que se correlaciona com o declínio da
imunidade celular ocasionado pelo envelhecimento. Vale ressaltar diversos fatores que
podem contribuir para a diminuição da imunidade, como câncer, hábitos como o consumo
excessivo de álcool, uso de medicamentos imunossupressores após transplantes e a
própria idade avançada, que naturalmente diminui o sistema imunológico. Por esta razão,
os idosos são mais suscetíveis à herpes zoster, uma vez que a imunodeficiência
relacionada à idade aumenta o risco de reativação do vírus. Essa associação entre
imunodeficiência e o Vírus Varicela-Zoster ressalta a importância da prevenção e da
vacinação, especialmente para essa população mais vulnerável, com intuito de evitar
complicações decorrentes da doença.(1-3)
No Brasil, existem duas opções de vacinas para prevenir o herpes zóster e a
neuralgia pós-herpética: a vacina recombinante contra o herpes zóster (Shingrix)
composta por fragmentos do vírus não infecciosos e a vacina mais antiga contra o herpes
zóster (Zostavax), contendo o vírus atenuado (10). Ambas estão disponíveis apenas em
serviços de saúde privados e oferecem proteção contra o herpes zóster e a neuralgia pós-
herpética, suas principais diferenças estão na eficácia e na tecnologia que as compõem. A
Shingrix (GSK), aprovada em 2017, é uma vacina inativada que contém a glicoproteína
E recombinante, sendo o alvo das células T CD4+, um importante antígeno do vírus
varicela-zóster, combinada com o adjuvante AS01. De acordo com a Sociedade Brasileira
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de Imunização (2022), é recomendada para pessoas imunocomprometidas a partir dos 18
anos e adultos com 50 anos ou mais. No Brasil, a vacina tornou-se disponível em junho
de 2022, no entanto, encontra-se apenas em serviços privados de imunização.
As principais limitações encontradas neste estudo decorrem da possibilidade de
inserção incorreta de dados no sistema do DataSUS, da falta de dados e do potencial
registro de internações falsas devido à geração de novas Autorizações de Internações
Hospitalares (AIH). Além disso, destaca-se a ausência de informações individuais dos
pacientes, a impossibilidade de rastrear a trajetória do paciente, a falta de identificação de
reintegrações ou outros dados pessoais e o fracionamento da idade em intervalos de 4
anos. Ademais, é válido ressaltar que o DataSUS não inclui informações de pacientes
atendidos em hospitais e clínicas privadas, portanto os dados disponíveis neste banco de
informações coletadas na rede pública de saúde não reflete de forma fidedigna o número
real de casos encontrados no Brasil no período analisado. Assim, são necessários mais
estudos para aprofundar o entendimento dessa doença na população brasileira.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluímos que os adultos de idade avançada infetados pelo vírus varicela-zoster
apresentaram maior prevalência de casos e óbitos na região sudeste, possivelmente
decorrente da maior concentração populacional, além disso, as internações em nível
nacional, mostraram predomínio no sexo feminino, população branca e um aumento
significativo nos casos conforme avanço da idade.
Os resultados destacam a importância da prevenção e tratamento precoce do HZ,
especialmente em pessoas mais velhas, pois a reativação do vírus é mais comum em
indivíduos com 50 anos ou mais, possuindo taxas de mortalidade significativamente mais
altas após os 70 anos. A prevenção e a vacinação são essenciais para evitar complicações
graves, com duas vacinas disponíveis, Shingrix e Zostavax, recomendadas para maiores
de 50 anos, mas disponíveis apenas em serviços privados, sendo a Shingrix mais eficaz.
Conclui-se que a infecção pelo vírus varicela-zóster em pessoas idosas é um
problema de saúde pública, destacando a importância de promover e implementar
medidas de prevenção e tratamento precoce. Além disso, é crucial conduzir mais
pesquisas para entender melhor essa infecção, buscando intervenções que melhorem a
qualidade de vida das pessoas afetadas pelo vírus da varicela-zoster.
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Article
Full-text available
Sera from children with post-varicella infections have autoantibodies that react with centrosomes in brain and tissue culture cells. We investigated the sera of children with infections and post-varicella ataxia and related conditions for reactivity to five recombinant centrosome proteins: gammagamma-enolase, pericentrin, ninein, PCM-1, and Mob1. Sera from 12 patients with acute post-varicella ataxia, 1 with post-Epstein Barr virus (EBV) ataxia, 5 with uncomplicated varicella infections, and other conditions were tested for reactivity to cryopreserved cerebellum tissue and recombinant centrosome proteins. The distribution of pericentrin in the cerebellum was studied by indirect immunofluorescence (IIF) using rabbit antibodies to the recombinant protein. Antibodies to phospholipids (APL) were detected by ELISA. Eleven of 12 children with post-varicella ataxia, 4/5 children with uncomplicated varicella infections, 1/1 with post-EBV ataxia, 2/2 with ADEM, 1/2 with neuroblastoma and ataxia, and 2/2 with cerebellitis had antibodies directed against 1 or more recombinant centrosome antigens. Antibodies to pericentrin were seen in 5/12 children with post-varicella ataxia but not in any of the other sera tested. IIF demonstrated that pericentrin is located in axons and centrosomes of cerebellar cells. APL were detected in 75% of the sera from children with post-varicella ataxia and 50% of children with varicella without ataxia and in none of the controls. This is the first study to show the antigen specificity of anti-centrosome antibodies in children with varicella. Our data suggest that children with post-varicella ataxia have unique autoantibody reactivity to pericentrin.
Article
Varicella-zoster virus (VZV) is a ubiquitous human alphaherpesvirus that causes varicella (chicken pox) and herpes zoster (shingles). Varicella is a common childhood illness, characterized by fever, viremia, and scattered vesicular lesions of the skin. As is characteristic of the alphaherpesviruses, VZV establishes latency in cells of the dorsal root ganglia. Herpes zoster, caused by VZV reactivation, is a localized, painful, vesicular rash involving one or adjacent dermatomes. The incidence of herpes zoster increases with age or immunosuppression. The VZV virion consists of a nucleocapsid surrounding a core that contains the linear, double-stranded DNA genome; a protein tegument separates the capsid from the lipid envelope, which incorporates the major viral glycoproteins. VZV is found in a worldwide geographic distribution but is more prevalent in temperate climates. Primary VZV infection elicits immunoglobulin G (IgG), IgM, and IgA antibodies, which bind to many classes of viral proteins. Virus-specific cellular immunity is critical for controlling viral replication in healthy and immunocompromised patients with primary or recurrent VZV infections. Rapid laboratory confirmation of the diagnosis of varicella or herpes zoster, which can be accomplished by detecting viral proteins or DNA, is important to determine the need for antiviral therapy. Acyclovir is licensed for treatment of varicella and herpes zoster, and acyclovir, valacyclovir, and famciclovir are approved for herpes zoster. Passive antibody prophylaxis with varicella-zoster immune globulin is indicated for susceptible high-risk patients exposed to varicella. A live attenuated varicella vaccine (Oka/Merck strain) is now recommended for routine childhood immunization.
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These recommendations represent the first statement by the Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP) on the use of a live attenuated vaccine for the prevention of herpes zoster (zoster) (i.e., shingles) and its sequelae, which was licensed by the U.S. Food and Drug Administration (FDA) on May 25, 2006. This report summarizes the epidemiology of zoster and its sequelae, describes the zoster vaccine, and provides recommendations for its use among adults aged > or =60 years in the United States. Zoster is a localized, generally painful cutaneous eruption that occurs most frequently among older adults and immunocompromised persons. It is caused by reactivation of latent varicella zoster virus (VZV) decades after initial VZV infection is established. Approximately one in three persons will develop zoster during their lifetime, resulting in an estimated 1 million episodes in the United States annually. A common complication of zoster is postherpetic neuralgia (PHN), a chronic, often debilitating pain condition that can last months or even years. The risk for PHN in patients with zoster is 10%-18%. Another complication of zoster is eye involvement, which occurs in 10%-25% of zoster episodes and can result in prolonged or permanent pain, facial scarring, and loss of vision. Approximately 3% of patients with zoster are hospitalized; many of these episodes involved persons with one or more immunocompromising conditions. Deaths attributable to zoster are uncommon among persons who are not immunocompromised. Prompt treatment with the oral antiviral agents acyclovir, valacyclovir, and famciclovir decreases the severity and duration of acute pain from zoster. Additional pain control can be achieved in certain patients by supplementing antiviral agents with corticosteroids and with analgesics. Established PHN can be managed in certain patients with analgesics, tricyclic antidepressants, and other agents. Licensed zoster vaccine is a lyophilized preparation of a live, attenuated strain of VZV, the same strain used in the varicella vaccines. However, its minimum potency is at least 14-times the potency of single-antigen varicella vaccine. In a large clinical trial, zoster vaccine was partially efficacious at preventing zoster. It also was partially efficacious at reducing the severity and duration of pain and at preventing PHN among those developing zoster. Zoster vaccine is recommended for all persons aged > or =60 years who have no contraindications, including persons who report a previous episode of zoster or who have chronic medical conditions. The vaccine should be offered at the patient's first clinical encounter with his or her health-care provider. It is administered as a single 0.65 mL dose subcutaneously in the deltoid region of the arm. A booster dose is not licensed for the vaccine. Zoster vaccination is not indicated to treat acute zoster, to prevent persons with acute zoster from developing PHN, or to treat ongoing PHN. Before administration of zoster vaccine, patients do not need to be asked about their history of varicella (chickenpox) or to have serologic testing conducted to determine varicella immunity.
Systematic review of the evidence on the epidemiology of herpes zoster: incidence in the general population and specific subpopulations in Spain. Public Health, v. 167
  • Elsam Koshy
KOSHY, Elsam et al. Epidemiology, treatment and prevention of herpes zoster 5 -MAREQUE, M. et al. Systematic review of the evidence on the epidemiology of herpes zoster: incidence in the general population and specific subpopulations in Spain. Public Health, v. 167, p. 136-146, 2019. 6 -https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0749069016300131 SCHMA DER, K. Herpes Zoster. Clinics in Geriatric Medicine, v. 32, n. 3, p. 539-553, ago. 2016.