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UTILIZAÇÃO DA MEDICINA FÍSICA E REABILITAÇÃO PARA O CONTROLE DA DOR NA FIBROMIALGIA

Authors:

Abstract

A fibromialgia é uma condição crônica caracterizada por dor generalizada, fadiga, distúrbios do sono e sensibilidade aumentada nas áreas doloridas do corpo. O tratamento da fibromialgia geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, e a medicina física e reabilitação desempenha um papel fundamental no controle da dor e na melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Objetivos: Explorar o papel da Medicina Física e Reabilitação como abordagem não medicamentosa no controle da dor em pacientes com fibromialgia, Materiais e Métodos: A coleta de dados, foi conduzida por meio dos bancos de dados: Base de Dados em Enfermagem (BDENF), Scientific Electronic Library Online (SCIELO), PubMed, Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Foram consultados diversos tipos de publicações, incluindo artigos científicos, monografias e revistas, com o objetivo de obter informações relevantes sobre o tema. Resultados e Discussões: O processo do tratamento é fundamental no manejo dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Intervenções como exercícios terapêuticos, fisioterapia, terapia ocupacional, massagem e técnicas de relaxamento têm sido associadas a uma redução significativa da dor, melhoria da função física e aumento do bem-estar geral dos indivíduos com fibromialgia. Além disso, a abordagem multidisciplinar da medicina física e reabilitação permite uma avaliação abrangente das necessidades de cada paciente, permitindo a personalização do tratamento para atender às suas necessidades específicas. Esses resultados destacam a importância de integrar essa abordagem no plano de tratamento da fibromialgia, fornecendo aos pacientes uma gama de opções terapêuticas que visam não apenas controlar a dor, mas também promover uma melhor qualidade de vida a longo prazo. Conclusão: Em suma, a utilização da medicina física e reabilitação para o controle da dor na fibromialgia representa uma abordagem valiosa e eficaz no manejo dessa condição crônica. As intervenções oferecidas por essa disciplina proporcionam alívio da dor, melhoria da funcionalidade física e aumento do bem-estar geral dos pacientes.
Utilização da Medicina Física e Reabilitação para o Controle da Dor na Fibromialgia
Cunha et al
Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences
Volume 6, Issue 3 (2024), Page 2520-2533.
Utilização da Medicina Física e Reabilitação para o
Controle da Dor na Fibromialgia
Ítalo Íris Boiba Rodrigues da Cunha1, Leilane Lira da Cunha2, Ornella Maria
Covella Resende3, Bruno Scarpa Correa Pereira4, Maria Luiza Galina5,
Barbara Figueiredo Bonatti6, Lauro Vinicius França e Franco7, Vinícius Rafael
Bonfim Bacelar de Souza8, Antonio Caio Jhosep de Castro Zacarias9, Salete
Martens Aurélio10, Giuliana Beatrice Covella dos Santos11
Revisão de Literatura
Resumo
Introdução: A fibromialgia é uma condição crônica caracterizada por dor generalizada, fadiga,
distúrbios do sono e sensibilidade aumentada nas áreas doloridas do corpo. O tratamento da
fibromialgia geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, e a medicina física e
reabilitação desempenha um papel fundamental no controle da dor e na melhoria da qualidade
de vida dos pacientes. Objetivos: Explorar o papel da Medicina Física e Reabilitação como
abordagem não medicamentosa no controle da dor em pacientes com fibromialgia, Materiais e
Métodos: A coleta de dados, foi conduzida por meio dos bancos de dados: Base de Dados em
Enfermagem (BDENF), Scientific Electronic Library Online (SCIELO), PubMed, Literatura Latino-
Americana do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Foram consultados diversos tipos de
publicações, incluindo artigos científicos, monografias e revistas, com o objetivo de obter
informações relevantes sobre o tema. Resultados e Discussões: O processo do tratamento é
fundamental no manejo dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida dos pacientes.
Intervenções como exercícios terapêuticos, fisioterapia, terapia ocupacional, massagem e
técnicas de relaxamento têm sido associadas a uma redução significativa da dor, melhoria da
função física e aumento do bem-estar geral dos indivíduos com fibromialgia. Além disso, a
abordagem multidisciplinar da medicina física e reabilitação permite uma avaliação abrangente
das necessidades de cada paciente, permitindo a personalização do tratamento para atender às
suas necessidades específicas. Esses resultados destacam a importância de integrar essa
abordagem no plano de tratamento da fibromialgia, fornecendo aos pacientes uma gama de
opções terapêuticas que visam não apenas controlar a dor, mas também promover uma melhor
qualidade de vida a longo prazo. Conclusão: Em suma, a utilização da medicina física e
reabilitação para o controle da dor na fibromialgia representa uma abordagem valiosa e eficaz
no manejo dessa condição crônica. As intervenções oferecidas por essa disciplina proporcionam
alívio da dor, melhoria da funcionalidade física e aumento do bem-estar geral dos pacientes.
Palavras Chaves: Fisioterapeuta; Benefícios; Fibromialgia; Reabilitação
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Cunha et al
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Volume 6, Issue 3 (2024), Page 2520-2533.
Using Physical Medicine and Rehabilitation to Control
Pain in Fibromyalgia
Abstract
Introduction: Fibromyalgia is a chronic condition characterized by widespread pain,
fatigue, sleep disturbances, and increased sensitivity in painful areas of the body.
Fibromyalgia treatment often involves a multidisciplinary approach, and physical
medicine and rehabilitation plays a key role in controlling pain and improving patients'
quality of life. Objectives: Explore the role of Physical Medicine and Rehabilitation as a
non-drug approach in controlling pain in patients with fibromyalgia. Methodology: Data
collection was conducted through the following databases: Nursing Database (BDENF),
Scientific Electronic Library Online (SCIELO), PubMed, Latin American Caribbean
Literature in Health Sciences (LILACS). Various types of publications were consulted,
including scientific articles, monographs and magazines, with the aim of obtaining
relevant information on the topic.Results and Discussions: The treatment process is
fundamental in managing symptoms and improving patients’ quality of life.
Interventions such as therapeutic exercise, physical therapy, occupational therapy,
massage, and relaxation techniques have been associated with a significant reduction in
pain, improved physical function, and increased overall well-being in individuals with
fibromyalgia. Additionally, the multidisciplinary approach to physical medicine and
rehabilitation allows for a comprehensive assessment of each patient's needs, allowing
for customization of treatment to meet their specific needs. These results highlight the
importance of integrating this approach into the fibromyalgia treatment plan, providing
patients with a range of therapeutic options that aim to not only manage pain but also
promote a better long-term quality of life.Conclusion: In summary, the use of physical
medicine and rehabilitation to control pain in fibromyalgia represents a valuable and
effective approach to managing this chronic condition. The interventions offered by this
discipline provide pain relief, improved physical functionality and increased patients'
general well-being.
Keywords: Physiotherapist; Benefits; Fibromyalgia; Rehabilitation
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International
License.
Instituição afiliada Universidade Nilton Lins1, Universidade Nilton Lins2, UNICD3, Universidade Nilton Lins4,
UNINOVE5, UNINOVE6, UNINOVE7, Universidade Nove de Julho8, Universidade Nilton Lins9, Universidade Nilton Lins10,
Universidade Nove de Julho11
Dados da publicação: Artigo recebido em 07 de Fevereiro e publicado em 27 de Março de 2024.
DOI: https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n3p2520-2533
Autor correspondente: Ítalo Íris Boiba Rodrigues da Cunha; italoboiba@hotmail.com
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Cunha et al
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Volume 6, Issue 3 (2024), Page 2520-2533.
1.INTRODUÇÃO
A fibromialgia é uma condição reumática complexa cujas causas ainda não são
completamente compreendidas. Caracteriza-se por dor crônica generalizada e uma
sensibilidade aumentada à dor, onde estímulos que normalmente não seriam dolorosos
podem ser percebidos como tal. Além da dor, os pacientes podem apresentar fadiga,
distúrbios do sono e uma redução nas habilidades físicas, incluindo força muscular. Esses
sintomas afetam, significativamente, a qualidade de vida e a capacidade funcional dos
indivíduos (Silva, 2022).
É amplamente reconhecido que a prática regular de atividade física é
fundamental para a saúde e bem-estar geral das pessoas. Inúmeros estudos têm
demonstrado os benefícios significativos da atividade física na prevenção de doenças
crônicas e na melhoria da saúde mental. Portanto, não restam dúvidas sobre os efeitos
positivos da atividade física na qualidade de vida e na redução da morbimortalidade.
Além disso, cada vez mais pesquisas estão sendo conduzidas para entender os efeitos
benéficos específicos de programas de exercícios em diferentes condições clínicas,
destacando seu papel na melhoria da capacidade funcional e na promoção de uma melhor
qualidade de vida para os pacientes (Silva, 2022).
A fisioterapia emerge como uma abordagem terapêutica não medicamentosa
oferecem uma variedade de técnicas, como exercícios terapêuticos, massagem,
reeducação postural, pilates e hidroterapia, bem como o uso de eletroterapia. Estas
técnicas desempenham um papel importante no alívio dos sintomas da fibromialgia.
Diversos programas de tratamento têm demonstrado eficácia na melhoria da função e no
controle dos sintomas em pacientes com essa síndrome.
A hidroterapia, por exemplo, é reconhecida por promover relaxamento muscular,
reduzir espasmos musculares e aumentar a tolerância ao exercício, levando a uma
melhoria geral do condicionamento físico e, consequentemente, à redução da dor. Além
disso, a estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) tem sido apontada como uma
opção eficaz para aliviar a dor em pacientes com fibromialgia. A TENS atua inibindo a
transmissão da dor na medula espinhal, o que pode resultar em uma redução da rigidez e
melhoria na qualidade de vida dos pacientes.
Dessa forma, o objetivo do artigo é explorar o papel da Medicina Física e
Reabilitação como abordagem não medicamentosa no controle da dor em pacientes com
fibromialgia.
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Cunha et al
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METODOLOGIA
Este artigo utiliza o método exploratório e analítico de caráter descritivo,
empregando a técnica da Revisão Integrativa da Literatura (RIL). A RIL tem como
objetivo principal reunir, resumir e analisar os resultados de estudos científicos
previamente publicados sobre um tema específico, integrando as informações disponíveis
para produzir uma síntese crítica e sistemática do conhecimento acumulado.
Para a coleta de dados, foram utilizados os bancos de dados: Base de Dados em
Enfermagem (BDENF), Scientific Electronic Library Online (SCIELO), PubMed e
Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Diversos tipos
de publicações, como artigos científicos, monografias e revistas, foram consultados para
obter informações relevantes sobre o tema.
Os critérios de elegibilidade incluíram artigos originais, revisões sistemáticas,
revisões integrativas ou relatos de casos, desde que estivessem disponíveis gratuitamente
e fossem publicados entre 2015 e 2023, sem restrições quanto ao local ou idioma de
publicação. Foram excluídas publicações não científicas, textos incompletos, resumos,
dissertações e teses.
A etapa de seleção consistiu em: formular os critérios de elegibilidade e
inelegibilidade, posteriormente partiu-se para busca das publicações por meio dos bancos
de dados utilizando os descritores e operador booleano, por meio dessa busca foram
encontrados os estudos que irão compor os resultados dessa pesquisa.
Para a busca das obras foram utilizadas as palavras-chaves presentes nos
descritores em Ciências da Saúde (DeCS): em português: “Fisioterapeuta” “Benefícios”
“Fibromialgia” “Reabilitação”. Como critérios de inclusão, foram considerados artigos
originais, que abordassem o tema pesquisado e permitissem acesso integral ao conteúdo
do estudo, publicados no período de 2016 a 2023, em português.
Assim, foram encontrados 62 artigos, entretanto com os critérios de ilegibilidade
foram excluídos 22 artigos, dessa forma totalizara-se 17 artigos científicos para a revisão
narrativa da literatura, com os descritores apresentados acima.
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3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 Fisiopatologia da Fibromialgia
A fibromialgia é uma condição crônica que se manifesta através de dor
generalizada, rigidez muscular e sensibilidade ao toque, frequentemente acompanhada
por sintomas como fadiga, distúrbios intestinais, alterações do sono e do humor. Esta
síndrome, também conhecida como Síndrome da Fibromialgia, tem sua origem
etimológica no latim e grego, onde "fibro" refere-se a tecido fibroso, "mio" a tecido
muscular, "algos" a dor, e "ia" a condição. Apesar de sua causa ainda não ser
completamente compreendida, estudos recentes têm destacado alterações bioquímicas,
metabólicas e imunorregulatórias associadas à fibromialgia (Junior et al., 2023).
Essa condição é caracterizada pela sensibilização das vias da dor no sistema
nervoso central, resultando em um processamento anormal da dor. A dor crônica difusa
presente na fibromialgia pode incluir características de dor neuropática, como queimação
e formigamento. Além disso, os pacientes podem experimentar hiperalgesia, uma
amplificação da dor em resposta a estímulos dolorosos normais, e alodínia, uma sensação
dolorosa em resposta a estímulos que normalmente não seriam dolorosos. Outros
sintomas comuns incluem fadiga, rigidez articular, distúrbios do sono, dificuldades
cognitivas, hipersensibilidade sensorial e manifestações de ansiedade e depressão (Junior
et al., 2023).
A fibromialgia está associada a alterações significativas no processamento da
dor a nível do sistema nervoso central (SNC). Essas mudanças incluem um padrão
anormal de respostas corticais, caracterizado por uma amplitude aumentada e uma
habituação reduzida. Isso sugere que a sensibilização central, ou seja, a amplificação da
dor no SNC, é o principal mecanismo por trás da fibromialgia. Essa sensibilização pode
resultar em uma resposta dolorosa exagerada, mesmo a estímulos leves, sem evidência de
dano tecidual real (Heymann RE et al., 2017).
A dor na fibromialgia é frequentemente descrita como "nociplástica", o que
significa que não uma causa biológica óbvia para a dor, ao contrário da dor
"nociceptiva" causada por inflamação ou lesão tecidual, ou "neuropática" causada por
danos nos nervos. Essa dor difusa e de baixo limiar, juntamente com os sintomas
associados, sugere que o SNC desempenha um papel central nas manifestações da
fibromialgia (Heymann RE et al., 2017).
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As alterações no SNC são desencadeadas por uma variedade de fatores,
incluindo alterações no sistema nociceptivo, atividade anormal dos canais de potássio,
neuroinflamação e disfunções no sistema nervoso autônomo, como a hiperatividade do
sistema nervoso simpático em resposta a estímulos estressores. Além disso, estudos
mostraram níveis elevados de substâncias como substância P e opioides endógenos no
líquido cefalorraquidiano de pacientes com fibromialgia, juntamente com uma
diminuição na atividade das vias serotoninérgicas-noradrenérgicas (Sarzi-Puttini et al.,
2020)
O processamento fisiológico da dor envolve várias regiões cerebrais, incluindo o
córtex somatossensorial primário e secundário, a ínsula, o córtex cingulado anterior, o
córtex pré-frontal e o tálamo. Essas regiões colaboram para influenciar nossa percepção
e resposta à dor, com circuitos tanto laterais quanto mediais desempenhando papéis
específicos na percepção sensorial e emocional da dor, respectivamente (Sarzi-Puttini et
al., 2020)
Na fibromialgia, observa-se uma notável alteração na quantidade de substância
cinzenta em várias regiões do cérebro. Essas alterações incluem tanto um aumento como
uma redução em diferentes áreas, como o córtex orbitofrontal, o cerebelo, os núcleos da
base, o córtex cingulado, a ínsula, o córtex somatossensorial secundário e o núcleo
caudado. Por exemplo, foi descoberto que um maior sofrimento psicológico, ansiedade,
sonolência e um maior uso de analgésicos contribuíram para uma diminuição no volume
total de substância cinzenta em pacientes com fibromialgia (Mezhov; Guymer; Littlejohn:
2021).
Além disso, foram encontradas alterações na substância branca, como um
volume significativamente menor em áreas como o córtex cingulado anterior e o córtex
orbitofrontal esquerdo. Essas alterações afetam a condução dos impulsos ao longo das
fibras nervosas, o que pode resultar em uma transmissão mais lenta ou falha na
transmissão do impulso nervoso (Mezhov; Guymer ; Littlejohn , 2021).
Como muitas dessas estruturas estão envolvidas no sistema somatossensorial,
responsável por receber e processar informações sensoriais, incluindo a dor, essas
alterações podem estar relacionadas a uma desregulação no mecanismo de inibição da dor
em pacientes com fibromialgia (Sarzi-Puttini et al., 2020).
A fisioterapia é frequentemente recomendada para tratar a fibromialgia, pois
permite avaliar e intervir na mobilidade do paciente, capacitando-o a realizar suas
atividades diárias, sejam elas relacionadas ao trabalho, lazer ou ocupação. Esse processo
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ajuda a reintegrar o paciente à sua comunidade e contribui para uma melhoria geral na
qualidade de vida (Muniz & Ferreira, 2022).
3.2 Abordagens Tradicionais Da Fisioterapia
A fisioterapia oferece a oportunidade para pessoas com fibromialgia
trabalharem em conjunto com profissionais treinados, que desenvolvem programas de
tratamento específicos para essa condição. O fisioterapeuta acompanha o progresso do
paciente e avalia se estão seguindo corretamente as orientações e padrões de movimento
durante os exercícios em casa (Soares, 2020).
Nesse contexto, a fisioterapia desempenha um papel crucial não apenas no
tratamento das disfunções musculoesqueléticas e no alívio da dor, mas também na
promoção da qualidade de vida funcional e do bem-estar geral dos pacientes. Além disso,
os pacientes podem contribuir para o gerenciamento eficaz dessa doença crônica adotando
hábitos saudáveis, como praticar exercícios físicos regulares, fazer mudanças na
alimentação e manter uma rotina de sono consistente (Soares, 2020).
Embora não haja cura para a fibromialgia, as técnicas recomendadas pelos
profissionais de fisioterapia podem ajudar a aliviar os sintomas e promover uma sensação
de bem-estar. Manter um bom padrão de sono e seguir uma rotina regular de sono também
são recomendações importantes a serem consideradas (Muniz & Ferreira, 2022).
De acordo com Bueno et al. (2012), o tratamento da fibromialgia pode ser
abordado de forma multidisciplinar, utilizando uma variedade de métodos. Entre eles,
destacam-se o uso de medicamentos, orientação dietética, acompanhamento nutricional,
atividade física, alongamentos musculares, massagens relaxantes, acupuntura e técnicas
para redução do estresse. É fundamental adotar exercícios físicos equilibrados, evitando
sobrecarregar os músculos e articulações, além de realizar alongamentos e fortalecimento
muscular gradualmente.
A correção da postura inadequada e o tratamento das dores musculares também
são essenciais, pois postura e fraqueza muscular podem levar a compensações
corporais. Estudos como o de Goes et al. (2017) indicam que intervenções
fisioterapêuticas proporcionam melhorias significativas na dor, sono e capacidade
funcional dos pacientes com fibromialgia, mesmo a curto prazo. Além disso, intervenções
comportamentais voltadas para o sono demonstraram impacto positivo na redução da
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intensidade da dor, incapacidade e ansiedade (Virgílio et., al., 2012).
O tratamento fisioterapêutico para fibromialgia pode incluir uma variedade de
abordagens, como exercícios de alongamento, hidroterapia e massagem. Os exercícios de
alongamento são úteis para promover relaxamento, melhorar a circulação sanguínea e
aumentar a flexibilidade muscular. A hidroterapia, realizada em piscina com água
aquecida, permite exercícios de maior amplitude, reduzindo a dor e a fadiga. Além disso,
a massagem pode contribuir para o relaxamento muscular, melhorar o sono e aliviar a
dor. Essas técnicas visam fortalecer os músculos, melhorar a mobilidade das articulações
e reduzir o estresse associado à fibromialgia (Catalam et al., 2021).
3.3 Tratamento Farmacológico
Existem diversas classes de medicamentos utilizados no tratamento da
fibromialgia, incluindo antiepiléticos, antidepressivos tricíclicos, inibidores seletivos da
recaptação de serotonina (ISRS) e inibidores da recaptação de serotonina noradrenalina.
Além dessas, também são empregados relaxantes musculares, antagonistas dos receptores
5-HT3, agonistas dopaminérgicos, antioxidantes e outros medicamentos em fase de
investigação. No entanto, nos Estados Unidos, apenas a pregabalina, duloxetina e
milnaciprano são aprovados pelo FDA para esse fim, sendo o uso de outros medicamentos
considerado "off-label"(Costa et al., 2020).
A amitriptilina, um antidepressivo tricíclico, é amplamente recomendada e
estudada, demonstrando eficácia na redução dos sintomas da fibromialgia. Estudos
também sugerem que a mirtazapina, outro antidepressivo tricíclico, pode ajudar a aliviar
a dor associada à condição. Combinar medicamentos, como pregabalina e duloxetina,
pode melhorar os resultados clínicos, embora possa aumentar os custos com assistência
médica. Mais pesquisas são necessárias para entender melhor os benefícios e desafios das
terapias combinadas no tratamento da fibromialgia (Costa et al., 2020).
Além das terapias convencionais, os canabinoides estão emergindo como um
potencial opção de tratamento para pacientes com fibromialgia. Estudos recentes
investigaram a eficácia e segurança da terapia medicamentosa com cannabis medicinal
para essa condição, sugerindo que ela pode oferecer uma alternativa segura e eficaz para
aliviar os sintomas da fibromialgia. No entanto, é necessário padronizar os compostos e
regimes de tratamento para garantir resultados consistentes (Gilron et al., 2016)
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O uso de opioides também é mencionado na literatura, principalmente, em
casos graves de fibromialgia, quando outras opções de tratamento não foram eficazes.
Esses medicamentos podem ser classificados como fracos ou fortes, dependendo da
substância utilizada. No entanto, seu uso é geralmente reservado para casos mais severos,
devido aos riscos associados ao potencial de dependência e efeitos colaterais (Gilron et
al., 2016)
Estudos sobre o uso de naltrexona em baixas doses, um antagonista dos
receptores opioides, sugerem que essa abordagem pode reduzir os sintomas da
fibromialgia ao modular o sistema imunológico. No entanto, é necessário realizar mais
pesquisas para entender melhor seus efeitos e potenciais benefícios (Sagy et al., 2019).
Por outro lado, alguns estudos questionam o papel da inflamação na fibromialgia,
sugerindo que o uso de anti-inflamatórios pode não ser eficaz para aliviar a dor nesses
pacientes. No entanto, alguns pacientes com fibromialgia podem apresentar outras
condições inflamatórias, como doenças reumáticas, onde o uso de anti-inflamatórios pode
ser indicado (Kaouk et., al., 2018).
Da mesma forma, o uso de certos medicamentos, como a gabapentina,
originalmente destinados ao tratamento da dor neuropática, tem sido investigado para o
tratamento da fibromialgia, embora seu uso para essa condição não seja oficialmente
recomendado em nenhum país (Kaouk et al., 2018).
3.4 Abordagens de Autocuidado e Estilo de Vida
Abordagens de autocuidado e estilo de vida desempenham um papel
fundamental no manejo da fibromialgia, uma condição complexa e debilitante que afeta
milhões de pessoas em todo o mundo. Essas abordagens oferecem aos pacientes uma série
de ferramentas práticas e holísticas para lidar com os sintomas da doença e melhorar sua
qualidade de vida no dia a dia (Lorena & Sobrinho, 2015).
Uma das estratégias mais importantes é o exercício regular. Embora possa ser
desafiador para aqueles com fibromialgia, incorporar atividades de baixo impacto, como
caminhadas, natação, tai chi ou ioga, pode trazer uma série de benefícios. O exercício
regular pode ajudar a reduzir a dor, melhorar a flexibilidade e a força muscular, aumentar
a energia e promover um sono mais reparador (Lorena & Sobrinho, 2015).
Além disso, fazer mudanças na alimentação pode ter um impacto significativo
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nos sintomas da fibromialgia. Embora não exista uma dieta específica para a condição,
muitos pacientes relatam benefícios ao evitar certos alimentos que podem desencadear
inflamação ou piorar os sintomas, como cafeína, alimentos processados, açúcares
refinados e glutamato monossódico (Kaouk et al., 2018).
O gerenciamento do estresse também é crucial no manejo da fibromialgia. O
estresse emocional pode desencadear ou piorar os sintomas, portanto, é importante adotar
técnicas de relaxamento, como meditação, respiração profunda e mindfulness, para
reduzir a ansiedade e promover o equilíbrio emocional (Martinez et al., 2014).
Estabelecer rotinas saudáveis de sono também é essencial para os pacientes com
fibromialgia. Dormir o suficiente e manter horários regulares de sono podem ajudar a
melhorar a qualidade do sono, reduzir a fadiga e aumentar a capacidade de lidar com os
sintomas durante o dia (Kaouk et al., 2018).
Além disso, é fundamental encontrar um equilíbrio entre atividade e descanso.
Aprender a respeitar os limites do corpo e evitar o excesso de atividade que pode levar à
exacerbação dos sintomas é fundamental. O descanso adequado também é necessário para
permitir a recuperação e a regeneração dos tecidos (Martinez et al., 2014).
Por fim, o suporte social desempenha um papel importante no manejo da
fibromialgia. Ter uma rede de apoio composta por amigos, familiares e grupos de apoio
pode fornecer o suporte emocional e prático necessário para enfrentar os desafios da
doença. Compartilhar experiências e estratégias de enfrentamento com outras pessoas que
entendem os desafios pode ser extremamente reconfortante e inspirador (Kaouk et al.,
2018).
Em resumo, adotar abordagens de autocuidado e estilo de vida na fibromialgia
pode ajudar os pacientes a gerenciar seus sintomas de forma mais eficaz e melhorar sua
qualidade de vida. No entanto, é importante trabalhar em conjunto com profissionais de
saúde para desenvolver um plano de tratamento abrangente e personalizado que leve em
consideração as necessidades individuais de cada paciente (Martinez et al., 2014).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em conclusão, a utilização da Medicina Física e Reabilitação emerge como
uma abordagem crucial no controle da dor na fibromialgia. Ao empregar técnicas não
medicamentosas, como exercícios terapêuticos, terapia ocupacional, fisioterapia e outras
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modalidades de reabilitação física, os pacientes podem experimentar uma melhoria
significativa na função física e na qualidade de vida.
Além de ajudar a reduzir a dor, essas intervenções também promovem o
relaxamento muscular e o bem-estar geral. A inclusão da Medicina Física e Reabilitação
no plano de tratamento da fibromialgia oferece uma abordagem holística e complementar,
capacitando os pacientes a gerenciar sua condição de forma mais eficaz e integrada.
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Background: Chronic pain may be treated by medical cannabis. Yet, there is scarce evidence to support the role of medical cannabis in the treatment of fibromyalgia. The aim of the study was to investigate the characteristics, safety, and effectiveness of medical cannabis therapy for fibromyalgia. Methods: A prospective observational study with six months follow-up period based on fibromyalgia patients who were willing to answer questionnaire in a specialized medical cannabis clinic between 2015 and 2017. Results: Among the 367 fibromyalgia patients, the mean age was 52.9 ± 15.1, of whom 301 (82.0%) were women. Twenty eight patients (7.6%) stopped the treatment prior to the six months follow-up. The six months response rate was 70.8%. Pain intensity (scale 0-10) reduced from a median of 9.0 at baseline to 5.0 (p < 0.001), and 194 patients (81.1%) achieved treatment response. In a multivariate analysis, age above 60 years (odds ratio [OR] 0.34, 95% C.I 0.16-0.72), concerns about cannabis treatment (OR 0.36, 95% C.I 0.16-0.80), spasticity (OR 2.26, 95% C.I 1.08-4.72), and previous use of cannabis (OR 2.46 95% C.I 1.06-5.74) were associated with treatment outcome. The most common adverse effects were mild and included dizziness (7.9%), dry mouth (6.7%), and gastrointestinal symptoms (5.4%). Conclusion: Medical cannabis appears to be a safe and effective alternative for the treatment of fibromyalgia symptoms. Standardization of treatment compounds and regimens are required.
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Estabelecer diretrizes baseadas em evidências científicas para o diagnóstico da fibromialgia.
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A sindrome da fibromialgia e uma doenca reumatica nao inflamatoria que acomete principalmente as mulheres, sendo que 93% dos atingidos sao de etnia branca. A sindrome da fibromialgia pode ser classificada como primaria, quando nao ha relacao com outra patologia, ou secundaria, quando esta se encontra associada com alguma patologia. O paciente fibromialgico precisa receber tratamento multidisciplinar, ou seja, areas distintas devem trabalhar em conjunto para que haja uma melhora nos sintomas. Dentre os sintomas observados na fibromialgia, o mais comum e a dor cronica e difusa. A literatura apresenta referencias que apontam os efeitos e beneficios do exercicio fisico como forma de tratamento nao-medicamentoso para os portadores da sindrome da fibromialgia. Dentre os exercicios fisicos estao a atividade aerobica, alongamentos e treinamento de forca, entre outros. O objetivo desta revisao e apresentar as formas pelas quais o exercicio fisico pode ser util ao paciente fibromialgico, sobretudo no que tange a melhora dos seus sintomas(AU) Fibromyalgic syndrome is a non-inflammatory rheumatic disease which affects primarily Caucasian women. Fibromyalgic syndrome can be classified as primary, when there is no other associated pathology; or secondary, when it is diagnosed related to some other pathology. The fibromyalgic patient needs to receive multidisciplinary treatment and different areas should work together to promote the improvement of symptoms. The most common classical symptom of this disease is the chronic and diffuse pain. The specialized literature presents several works that point out the effects and benefits of physical exercise as a non-pharmacological treatment for patients with fibromyalgic syndrome. Aerobic activity, stretching and strength training are among the physical exercises. Thus, this review aimed to highlight the several ways physical exercise can be useful to the fibromyalgic patient, especially concerning the improvement of symptoms(AU)
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Fibromyalgia presents with symptoms of widespread pain, fatigue, sleeping and cognitive disturbances as well as other somatic symptoms. It often overlaps with other conditions termed ‘central sensitivity syndromes’ such as irritable bowel syndrome, chronic fatigue syndrome and temporomandibular disorder. Central sensitisation, mediated by amplified processing in the central nervous system, has been identified as the key pathogenic mechanism in these disorders. The term ‘central sensitivity’ can be used to collectively describe the clinical presentation of these disorders. Fibromyalgia is highly prevalent in most rheumatic diseases as well as non-rheumatic chronic diseases and if unrecognised results in high morbidity. It is diagnosed clinically after excluding important differential diagnoses. Diagnostic criteria have been developed as tools to help identify and diagnose fibromyalgia. Such tools can fulfill an important need when managing patients with rheumatic disease and other chronic diseases as a way to identify fibromyalgia and improve patient outcomes. Treatment involves an integrated approach including education, exercise, stress reduction and pharmacological therapies targeting the central nervous system. This approach is suitable for all presentations of central sensitivity and some central sensitivity syndromes have additional treatment options specific to the clinical presentation. This article is protected by copyright. All rights reserved.
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Fibromyalgia is characterized by chronic widespread pain, fatigue, sleep disturbances and functional symptoms. The etiopathogenesis, diagnostic criteria and classification criteria of fibromyalgia are still debated and, consequently, so are the strategies for treating this condition. Fibromyalgia is the third most frequent musculoskeletal condition, and its prevalence increases with age. However, although diagnosis has improved with the evolution of more accurate diagnostic criteria, a considerable proportion of physicians still fail to recognize the syndrome. Many factors contribute to the development of fibromyalgia in a unique manner: genetic predisposition, personal experiences, emotional-cognitive factors, the mind-body relationship and a biopsychological ability to cope with stress. The multiple components of the pathogenesis and maintenance of the condition necessitate a multi-modal treatment approach. Individually tailored treatment is an important consideration, with the increasing recognition that different fibromyalgia subgroups exist with different clinical characteristics. Consequently, although an evidence-based approach to fibromyalgia management is always desirable, the approach of physicians is inevitably empirical, and must have the aim of creating a strong alliance with the patient and formulating shared, realistic treatment goals.
Article
This double-blind randomized controlled trial demonstrates improved outcomes with a pregabalin-duloxetine combination over either single drug for fibromyalgia.
Revista Multidisciplinar do Nordeste Mineiro
  • André Catalam
  • Luis
CATALAM, André Luis et al. BENEFICIOS DA FISIOTERAPIA NO PACIENTE COM FIBROMIALGIA -UMA REVISÃO. Revista Multidisciplinar do Nordeste Mineiro, v. 1, n. 2, p. 1-15, 3 nov. 2021.
Aspectos clínicos e principais formas de tratamento para Fibromialgia -Revisão de Literatura. Research, Society and Development
  • Samara Maria Costa
  • Lopes
COSTA, Samara Maria Lopes et al. Aspectos clínicos e principais formas de tratamento para Fibromialgia -Revisão de Literatura. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 11, p. 1-22, 5 nov. 2020.
Sono não-reparador e comorbidades associadas em mulheres com fibromialgia. Fisioterapia em Movimento
  • Goes
  • Sm
GOES SM, et al. Sono não-reparador e comorbidades associadas em mulheres com fibromialgia. Fisioterapia em Movimento; v.22, n.3, p. 332-333, 2017.