ArticlePDF Available

Inteligência emocional no contexto universitário: uma revisão de escopo

Authors:

Abstract and Figures

The objective of this study was to map the evidence on emotional intelligence interventions for university students. This is a scoping review guided by the Joanna Briggs Institute guidelines and carried out in eight different repositories. Bibliographic materials that presented emotional intelligence in university students were selected and analyzed. 17 bibliographic materials were included in this scoping review, all characterized as original articles. Even though the interventions had different characteristics, they all had positive outcomes. The results point to the need to develop new intervention proposals that address emotional intelligence for university students, with the aim of mitigating existing and addressed gaps identified in this review, and proposing standardized and effective interventions.
Content may be subject to copyright.
1
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO CONTEXTO
UNIVERSITÁRIO: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Angellica Fernandes de Oliveira1
Samira Reschetti Marcon2
Moisés Kogien3
Marina Nolli Bittencourt4
Kamila Ramos Leones5
O objetivo desse estudo foi mapear as evidências sobre as intervenções de inteligência emocional
para universitários. Trata-se de uma revisão de escopo orientada pelas diretrizes do Joanna Briggs
Institute e realizada em oito repositórios distintos. Foram selecionados e analisados materiais
bibliográcos que apresentaram a inteligência emocional em universitários. Foram incluídos
nesta revisão de escopo 17 materiais bibliográcos, todos caracterizados como artigos originais.
Mesmo as intervenções apresentando características distintas, todas tiveram desfechos positivos. Os
resultados apontam para a necessidade de se elaborar novas propostas de intervenções que abordem a
inteligência emocional para universitários, com o objetivo de mitigar lacunas existentes e abordadas
identicadas nesta revisão, e proposição de intervenções padronizadas e ecazes.
RESUMO
Palavras-chave: Revisão. Inteligência Emocional. Estudantes.
1Enfermeira, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Mato
Grosso, Cuiabá - MT. Endereço eletrônico: enfangellica@gmail.com
2Enfermeira, docente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Mato
Grosso, Cuiabá -MT.
3Enfermeiro, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Mato
Grosso, Cuiabá – MT.
4Enfermeira, docente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Mato
Grosso, Cuiabá – MT.
5Enfermeira, docente da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade do Estado de Mato Grosso, Cáceres
– MT.
DOI: 10.5935/1679-4427.v15n28.0009
2
The objective of this study was to map the evidence on emotional intelligence interventions for
university students. This is a scoping review guided by the Joanna Briggs Institute guidelines
and carried out in eight dierent repositories. Bibliographic materials that presented emotional
intelligence in university students were selected and analyzed. 17 bibliographic materials were
included in this scoping review, all characterized as original articles. Even though the interventions
had dierent characteristics, they all had positive outcomes. The results point to the need to develop
new intervention proposals that address emotional intelligence for university students, with the aim
of mitigating existing and addressed gaps identied in this review, and proposing standardized and
eective interventions.
ABSTRACT
Keywords: Review. Emotional Intelligence. Students.
El objetivo de este estudio fue mapear la evidencia sobre intervenciones de inteligencia emocional
para estudiantes universitarios. Esta es una revisión de alcance guiada por las directrices del Instituto
Joanna Briggs y realizada en ocho repositorios diferentes. Se seleccionaron y analizaron materiales
bibliográcos que presentaban la inteligencia emocional en estudiantes universitarios. En esta
revisión de alcance se incluyeron 17 materiales bibliográcos, todos caracterizados como artículos
originales. Aunque las intervenciones tuvieron características diferentes, todas tuvieron resultados
positivos. Los resultados apuntan a la necesidad de desarrollar nuevas propuestas de intervención
que aborden la inteligencia emocional de los estudiantes universitarios, con el objetivo de mitigar
las brechas existentes y abordadas identicadas en esta revisión, y proponer intervenciones
estandarizadas y efectivas.
RESUMEN
Palabras-clave: Revisión. Inteligencia Emocional. Estudiantes.
EMOTIONAL INTELLIGENCE IN THE UNIVERSITY CONTEXT: A
SCOPING REVIEW
LA INTELIGENCIA EMOCIONAL EN EL CONTEXTO UNIVERSITARIO:
UNA REVISIÓN DEL ALCANCE
3
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO CONTEXTO UNIVERSITÁRIO: UMA
REVISÃO DE ESCOPO
INTRODUÇÃO
A inteligência emocional (IE), termo cunhado por Salovey e Mayer (1990) e
popularizado pela obra Emotional Intelligence, de Daniel Goleman (1995), é denida como
a capacidade de processar informações emocionais de forma eciente a partir de processos
mentais de reconhecimento e regulação, com o uso adaptativo das emoções próprias e
alheias (Salovey e Mayer, 1990). Tem ganhado cada vez mais notoriedade pela comunidade
cientíca, principalmente, por ser um fator que contribui positivamente para conquistas na
vida pessoal, perseverança na vida e sucessos prossional e acadêmico (Hamdzah et al.,
2016).
Estudos têm apontado uma estreita relação entre IE e desempenho acadêmico (Quílez-
Robres et al., 2023). A IE é um facilitador dos processos mentais, da concentração e do
autocontrole em contextos estressantes, como a formação universitária (Puertas-Molero
et al., 2020) o que potencialmente pode propiciar melhores indicadores de desempenho
acadêmico e diminuição do fracasso escolar (Quílez-Robres et al., 2023). É considerada
o terceiro preditor mais importante no desempenho acadêmico depois da inteligência e da
consciência (Maccann et al., 2020) e é uma habilidade crucial para os estudantes manterem
uma saúde mental ideal durante seus estudos (Mohamed et al., 2022).
O modelo de IE proposto por Goleman (1995) pauta-se no desenvolvimento de cinco
competências: autoconsciência, empatia, autocontrole, automotivação e sociabilidade. A
forma mais ecaz de desenvolver essas competências é por meio de medidas que auxiliem
o indivíduo a resolver seus conitos de forma mais positiva, como por exemplo, programas
experimentais ou de intervenção (Goleman, 1995).
No âmbito da formação universitária programas de intervenção voltados à promoção da
saúde mental de estudantes devem considerar a inuência da IE e a sua relevância no processo
de adaptação à universidade (Martínez-Monteagudo et al., 2020). A entrada na universidade
envolve mudanças no estilo de vida que pode alterar os padrões de funcionamento da
saúde mental dos estudantes, o que afeta negativamente o seu desenvolvimento cognitivo,
emocional e social (Limone e Toto, 2022). Diante do impacto da adaptação no ensino
universitário torna-se importante intervir sobre essa fase, a m promover a saúde mental
desses estudantes (Faria et al., 2021).
Considerando que não há produção de saúde sem produção de saúde mental, é preciso
que as intervenções ou programas experimentais englobem as dimensões biológica, psíquica
e social dos indivíduos (Brasil, 2014) e sejam direcionadas para fortalecer e potencializar
os processos saudáveis de reconhecimento e empoderamento das emoções, pensamentos e
reações comportamentais (Braga et al., 2011), processos esses que podem ser facilitados
com o aprimoramento da IE.
4
Frente a isto, a realização de uma revisão de escopo a m de se investigar as
intervenções já utilizadas que abordem a inteligência emocional no contexto universitário
permitirão conhecer as melhores estratégias direcionadas a essa população, e elucidar as
lacunas existentes na literatura para que estudos futuros, que se proponham a elaborar
intervenções de promoção da saúde mental à luz da inteligência emocional à universitários,
sejam informadas pelas melhores evidências. Para tanto, o objetivo deste estudo é mapear as
evidências sobre as intervenções de inteligência emocional para universitários.
1 MÉTODO
Esta revisão de escopo foi desenvolvida com base na abordagem metodológica
proposta por Joanna Briggs Institute (JBI) (PETERS et al., 2020) e recomendações do
Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses Extension for Scoping
Reviews (PRISMA-ScR) (Tricco et al., 2018). A revisão de escopo é capaz de fornecer uma
visão geral sobre o tema investigado sem, necessariamente, avaliar a qualidade dos estudos
(Lockwood et al., 2020).
Para denição da questão de pesquisa foi utilizada a estrutura mnemônica PCC
(População, Conceito e Contexto), elaborando-se a seguinte pergunta: Quais os estudos de
intervenções disponíveis na literatura que abordam a inteligência emocional em estudantes
universitários? Assim sendo, População (P): estudantes universitários em qualquer nível de
formação; Conceito (C): intervenções e; Contexto (C): empregadas no âmbito da inteligência
emocional.
A m de denir a estratégia de buscas, realizou-se sondagem genérica preliminar para
mapeamento dos principais descritores e sinônimos frequentemente utilizados em estudos
sobre inteligência emocional em universitários. Foram escolhidas duas bases de dados para
esta etapa devido, principalmente, sua ampla cobertura de periódicos na área de saúde mental
(SCOPUS), bem como, disponibilidade de estudos publicados originalmente em português
ou espanhol (LILACS). Todos os descritores e/ou palavras-chave recuperados foram
agrupados para formar uma estratégia de busca mais abrangente e uma nova sondagem,
utilizando esta estratégia ampliada, foi realizada nas bases de dados SCOPUS e LILACS,
acrescentando-se buscas na Pubmed/ Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (Medline), Web of Science, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature
(CINAHL), PsycInfo da American Psychological Association e nos repositórios de literatura
cinzenta Open Access Thesis and Dissertations (OATD) e Catálogo de Teses e Dissertações
da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (BDTD-CAPES). As
estratégias de busca nais e o número de materiais recuperados estão presentes na Tabela 1.
Ao nal, foi realizada a busca manual na lista de referências dos artigos recuperados
com a nalidade de localizar algum estudo de interesse que não tenha sido recuperado a
partir das bases de dados revisadas.
Em relação aos critérios de elegibilidade, consideraram-se artigos, teses ou dissertações
que tenham avaliado intervenções que abordaram a inteligência emocional em estudantes
universitários, não sendo estabelecidas restrições temporais ou geográcas para seleção
5
Tabela 1. Estratégias de busca adotadas nesta revisão de escopo segundo cada base de dados consultada.
Cuiabá, MT, Brasil, 2023.
Base de dados Estratégias de busca nal adotada Materiais
recuperados
SCOPUS (“intervention” AND “emotional intelligenceAND
university students”) 56
LILACS
(“intervention” AND “emotional intelligenceAND
university students”)
(“intervención” AND “inteligencia emocional
AND “estudiantes universitarios”)
(“intervenção” AND “inteligência emocional” AND
“estudantes universitários”)
00
00
00
PsycInfo (“intervention” AND “emotional intelligenceAND
university students”) 24
Web of Science (“intervention” AND “emotional intelligenceAND
university students”) 61
Pubmed/Medline (“intervention” AND “emotional intelligenceAND
university students”) 15
CINAHL (“intervention” AND “emotional intelligenceAND
university students”) 11
BDTD- CAPES (“intervenção” AND “inteligência emocional” AND
“estudantes universitários”) 04
OATD (“interventionAND “emotional intelligence” AND
university students”) 02
Fonte: Elaboração dos autores (2023).
dos estudos. Foram incluídos materiais publicados em português, inglês ou espanhol.
Foram excluídos artigos teóricos que apenas reetiam sobre a inteligência emocional em
universitários e estudos que não apresentaram dados originais (livros, estudos de casos,
relatos de experiências ou resenhas) pelo potencial de gerar informações incompletas e
imprecisas sobre as intervenções realizadas.
As buscas, seleção de evidências e o processo de extração de dados foi realizado entre
fevereiro e março de 2023. Todas essas etapas foram realizadas por dois revisores atuando
de maneira independente, e posteriormente comparadas. A seleção de estudos encontrados
seguiu estratégia de duas etapas, vericando-se a elegibilidade inicial a partir da leitura
de títulos e resumos e, posteriormente, a elegibilidade conrmada a partir da leitura do
texto integral. As discordâncias, em quaisquer etapas, foram tratadas por consenso entre os
revisores principais. O gerenciamento das referências foi realizado por meio do software
6
Figura 1. Fluxograma do processo de buscas e seleção de materiais da revisão. Cuiabá, MT, Brasil,
2023. Fonte: Elaboração dos autores (2023).
EndNote X7®. O processo de busca e seleção de estudos seguiu as recomendações do
Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and MetaAnalyses (PRISMA) (Figura 1).
Foram recuperadas 173 publicações provenientes das seguintes bases: SCOPUS (n = 56),
PsycInfo (n = 24), Web of Sciences (n = 61), PubMed/Medline (n = 15) e CINAHL (n = 11),
BDTD-CAPES (n= 04) e OATD (n = 02). Com a aplicação dos critérios de elegibilidade inicial
foram excluídos artigos duplicados (n = 16) e que não passaram na triagem de títulos e resumos (n
= 134). Foram selecionadas 23 publicações para leitura do texto integral. Deste subtotal, um artigo
foi excluído pela intervenção não ter sido realizada com estudantes universitários e os outros cinco
foram excluídos por não avaliarem o antes e depois de uma intervenção de inteligência emocional.
Por m, foram selecionados 17 materiais para inclusão nesta revisão.
7
Esses dados extraídos foram compilados em planilhas do software Microsoft Excel®
e incluíram as principais características bibliográcas e metodológicas dos estudos
selecionados (autor(es), ano de publicação, título, periódico, tipo de publicação e país)
bem como, características referentes às intervenções (objetivo, teoria abordada e seu autor,
tipo de material utilizado na intervenção [material digital, impresso, entre outros], tamanho
amostral, tempo de exposição a intervenção e forma de aplicação da intervenção).
Os dados foram analisados de maneira quantitativa apresentando-se as frequências
absoluta e relativa de ocorrência das principais características compiladas. Em relação à
apresentação dos resultados, nesta revisão de escopo, eles foram apresentados em forma
de quadro sintético e em formato descritivo conforme orientações do protocolo PRISMA
extensão para revisão de escopo (Gaiotto et al., 2021). Além disso, produziu-se uma síntese
narrativa das características bibliográcas e metodológicas dos estudos selecionados,
bem como, das intervenções encontradas, visando descrever o mapeamento de evidências
encontradas acerca deste panorama.
2 RESULTADOS
Foram incluídos nesta revisão de escopo 17 materiais bibliográcos, todos
caracterizados como artigos originais. Considerando o ano de publicação, apesar de um
artigo datar de 2009 e outro de 2012, a maior proporção de materiais foi publicada após o
ano de 2016 (88,2%). Em relação a localização dos estudos, tiveram origem em dez países
distintos, sendo a Espanha o país que mais produziu sobre a temática, responsável por 35%
dos artigos recuperados (Tabela 2).
Dois artigos (11,76%) trouxeram intervenções com tempo de aplicação de um ano
(Karahan e Yalcin, 2009; Deighton et al., 2019), 11 estudos (64,70%) tiveram entre um a seis
meses de exposição, e os demais (17,64%) variaram entre 20 a 36 horas.
Com relação a teoria abordada, sete estudos (41,17%) especicaram qual delas foi
utilizada para embasamento da intervenção (Karahan e Yalcin, 2009; Pool e Qualter, 2012;
Gendron et al., 2016; Cecchini et al., 2019; Suárez e Marrero, 2020; Caballero-García e
Sánchez Ruiz, 2021; Schoeps e Barrera, 2019). Desses, somente quatro utilizaram teorias
especícas da inteligência emocional: inteligência emocional por diversos autores (Karahan
e Yalcin, 2009), inteligência emocional por Salovey e Mayer (Pool e Qualter, 2012; Schoeps e
Barrera, 2020), inteligência emocional por Daniel Goleman (Cechini et al., 2019). Os outros
estudos apresentaram teorias diversas, algumas vezes abordaram mais de uma no mesmo
estudo: teoria educacional e teoria dos recursos humanos (Gendron et al., 2016), psicologia
positiva (Gendron et al., 2016; Suárez e Marrero, 2020), teoria da autodeterminação,
autoconsciência, esperança, mindfulness e do uxo (Wang e Lu, 2021).
Em se tratando das intervenções testadas, as que mais se destacaram foram as realizadas
através de palestras e capacitações, presentes em seis estudos (41,17%) (Pool e Qualter,
2012; Kuk e Guszkowska, 2019; Cechini et al., 2019; Sultan et al., 2020; Seppälä et al.,
2020; Mohamed et al., 2022; Karkada et al., 2022); seguido dos materiais digitais (23,52%)
(Suárez e Marrero, 2020; Moreno-Fernandez et al., 2020; Karahan e Yalcin, 2019); ocinas
8
Tabela 2. Caracterização dos estudos sobre as intervenções disponíveis de inteligência emocional
para universitários (n=17). Cuiabá, MT, Brasil, 202.
Autor Tipo de Publicação Ano País
Karahan, Yalcin Artigo 2009 Turquia
Pool, Qualter Artigo 2012 Inglaterra
Gendron et al. Artigo 2016 França
Kuk, Guszkowska Artigo 2019 Polônia
Deighton et al. Artigo 2019 Reino Unido
Cechini et al. Artigo 2019 Espanha
Sultan et al. Artigo 2020 Paquistão
Suárez, Marrero Artigo 2020 Espanha
Moreno-Fernandez et al. Artigo 2020 Espanha
Wang, Lu Artigo 2021 China
Schoeps, Barrera Artigo 2020 Espanha
Seppälä et al. Artigo 2020 Estados Unidos
Kuk et al. Artigo 2021 Polônia
Caballero-García, Sánchez
Ruiz Artigo 2021 Espanha
Bartos et al. Artigo 2022 Espanha
Mohamed et al. Artigo 2022 Malásia
Karkada et al. Artigo 2022 Malásia
Fonte: Elaboração dos autores.
9
(17,64%) (Pool e Qualter, 2012; Kuk e Guszkowska, 2019; Kuk et al., 2021); técnicas de
relaxamento/ dramatização, mindfulness e yoga (17,64%) (Sultan et al., 2020; Karahan e
Yalcin, 2019); dinâmicas (11,76%) (Karahan e Yalcin, 2019); atividade física (11,76%)
(Cechini et al., 2019; Karahan e Yalcin, 2019); workshop (5,88%) (Gendron et al., 2016);
atividade em grupo (5,88%) (Sultan et al., 2020) e coaching (5,88%) (Karahan e Yalcin,
2019). Um deles não descreve especicamente o que continha o programa, apenas arma
se tratar de um treinamento de habilidades de inteligência emocional empregando uma
perspectiva cultural turca (Karahan e Yalcin, 2019).
A maioria dos estudos (58,82%) trouxe propostas de intervenções com somente uma
técnica proposta. Três dos artigos elencados (17,64%) apostaram em duas formas de abordar
a temática pretendida, como a capacitação sobre inteligência emocional e a realização de
atividade física (Cechini et al., 2019), palestras e tutoriais sobre a inteligência emocional
(Karahan e Yalcin, 2019) e caminhada juntamente com a orientação sobre a inteligência
emocional (Karahan e Yalcin, 2019). Os demais estudos (11,76%), utilizaram mais de quatro
técnicas conjugadas para buscar atender o objetivo proposto (Sultan et al., 2020; Karahan e
Yalcin, 2019).
Quando se trata dos resultados obtidos com as intervenções propostas, todas
elas apresentaram diferença signicativa no pós-teste. No programa de treinamento de
habilidades de inteligência emocional empregando em uma perspectiva cultural turca, o
grupo intervenção teve melhores pontuações em comparação com o grupo controle, e essas
pontuações permaneceram melhoradas seis meses após o término do programa (Karahan
e Yalcin, 2019). Com o uso de palestras e ocinas foi possível aumentar a autoecácia
emocional e alguns aspectos da capacidade de inteligência emocional (Pool e Qualter,
2012). Os workshops melhoraram o bem-estar e contribuíram para o desenvolvimento
pessoal holístico (Gendron et al., 2016). As ocinas psicológicas foram ecazes para incutir
o senso de signicado da vida em estudantes universitários, especialmente os do primeiro
ciclo; e produziram mais benefícios para alunos com saúde mental prejudicada e com menos
competências emocionais (Kuk e Guszkowska, 2019); houve um aumento mais expressivo
na compreensão das emoções e menor na empatia (Kuk et al., 2021).
A intervenção de apoio com mensagens de texto ajudou a melhorar a frequência, as
notas médias e as taxas de progressão dos alunos do primeiro ano de graduação (Deighton
et al., 2019). Com as capacitações ocorreram melhorias na atenção plena dos universitários
(Karahan e Yalcin, 2019); gerando um impacto positivo em todas as variáveis que medem
a autorregulação e níveis de atividade física vigorosa durante tempo de lazer (Cechini et
al., 2019); afetando o crescimento das habilidades da inteligência emocional dos estudantes
(Karahan e Yalcin, 2019). Outras capacitações, unidas a algumas técnicas cognitivas e
comportamentais, reduziram o nível de estresse e aumentaram a inteligência emocional
entre eles (Sultan et al., 2020).
10
O coaching trouxe melhora na autoconsciência, auto-ecácia, aprendizagem
motivacional e inteligência emocional (Karahan e Yalcin, 2019). O protocolo de intervenção
combinado com a consciência da inteligência emocional, e moderado exercício físico
(caminhada rápida), apresentou melhora signicativa nas notas acadêmicas (Karahan e
Yalcin, 2019). Um programa baseado em mindfulness, yoga, psicologia positiva e inteligência
emocional melhorou os estados e habilidades de saúde e bem-estar entre estudantes músicos
do ensino superior (Karahan e Yalcin, 2019). As dinâmicas proporcionaram resultados
signicativamente mais altos em relação a criatividade e satisfação com a vida em mulheres,
que continuaram a alcançar altos resultados após a intervenção (Karahan e Yalcin, 2019).
Outras dinâmicas somadas a outras técnicas como relaxamento e dramatização, aumentou
signicativamente a inteligência emocional, a empatia, o humor positivo, e o bem-estar
subjetivo (Karahan e Yalcin, 2019).
O uso de material digital composto por atividades positivas como saborear, agradecer,
bondade, pensamento positivo e escrever sobre o melhor de si, apesar de apresentar efeitos
benécos em alguns componentes do bem-estar subjetivo para o grupo intervenção,
também foram observadas alterações no grupo controle, o que limita o alcance desta
intervenção (Suárez e Marrero, 2020). Outros materiais digitais proporcionaram aos alunos
o gerenciamento da sua adaptação de forma mais adequada e uma melhor regulação das suas
emoções (Moreno-Fernandez et al., 2020).
3 DISCUSSÃO
Esta revisão de escopo identicou as intervenções disponíveis para universitários
que abordaram a inteligência emocional. Foi observada uma grande variabilidade entre as
características das intervenções, considerando os anos das publicações, os países de origem,
o tipo de material utilizado, e a forma de aplicação.
Vale ressaltar que em 1995, deu-se início aos estudos da inteligência emocional com
Salovey e Mayer, seguido por Gardner em 2000 e Goleman em 2011 (Telaska e Minho, 2022).
Mesmo possuindo um histórico de estudiosos que construíram suas teorias fundamentadas
nessa temática, nem todos os estudos aqui elencados utilizaram esse embasamento, trazendo
em contrapartida outras teorias para sua intervenção.
Em relação aos estudantes universitários, considerando que alguns aspectos especícos
da vida universitária podem se constituir como fatores de risco ou proteção para a saúde
dessa população (Ariño e Badargi, 2018), e que as competências e habilidades emocionais
são um preditor do bom desempenho acadêmico, estratégias de enfrentamento adaptativas
e bem-estar (Extrema e Rey, 2016), ainda pouco é falado da importância da inteligência
emocional desta população. Os dados apontaram que a temática começou a ser trabalhada
há mais de uma década, com um crescimento exponencial nos últimos três anos em países
asiáticos e europeus, e uma escassez desse tipo de abordagem nas demais regiões do mundo.
Vale ressaltar, que muitas condições de sofrimento mental poderiam ser minimizadas
se os prossionais de saúde tivessem um olhar cuidadoso sobre a importância da saúde
mental e dos fatores que as inuenciam, com o objetivo de propor estratégias ecazes de
11
acordo com cada contexto (Bittencourt et al., 2018). Em relação aos resultados, observou-
se que mesmo com uma ausência de padronização entre as intervenções utilizadas - como
tempo de exposição, número e forma da técnica proposta, e especicidade do período que o
universitário se encontrava, foram encontrados desfechos promissores dessas intervenções
na saúde mental dos estudantes, evidenciando que o tempo de exposição não interferiu nos
resultados, mesmo frente à variabilidade de intervenções propostas.
Isso aponta para o fato de que, apesar de estudos proporem intervenções de exposição
a longo prazo para examinar o efeito positivo sobre bem-estar e saúde dos jovens ao longo do
tempo (Schoeps e Barrera, 2019), intervenções que abordem apenas uma técnica e tenha um
período menor de exposição pode gerar impacto positivo na saúde mental de universitários.
Tal achado pode ser um gatilho para a realização de novos estudos de intervenções de curto
prazo que objetivem contribuir para a promoção da inteligência emocional com esse público.
Em relação à variedade de técnicas, quando se têm diversas opções pode haver uma
maior adesão do público envolvido no estudo, já que poderá ter maior chance de o participante
se identicar com uma técnica, tendo maior possibilidade de adesão ao estudo. No entanto,
o uso de várias técnicas torna os resultados menos especícos, como pode ser observado
nos estudos elencados (Cechini et al., 2019; Karahan e Yalcin, 2019), que eles trazem
o resultado em conjunto, não sendo possível armar se determinada técnica isolada traria
o mesmo efeito, ou qual delas teve maior efeito sobre a inteligência emocional, tornando
necessário mais pesquisas para determinar quais tipos de intervenções melhor se adequa aos
universitários de determinado período, tendo em vista o contexto vivido por ele, a m de
otimizar os seus efeitos e explorar o potencial dessas intervenções.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi possível observar estudos que apresentam intervenções com diferentes
características, desde o tempo de exposição, número e forma da técnica proposta, no entanto,
todos tiveram desfechos positivos. Evidencia-se que a maioria deles não apresentou uma
teoria na sua fundamentação teórica e não considerou o período em que o universitário se
encontrava.
Os resultados apontam para a necessidade de se elaborar novas propostas de intervenções
que abordem a inteligência emocional para universitários, com o objetivo de mitigar lacunas
existentes e abordadas identicadas nesta revisão, e proposição de intervenções padronizadas
e ecazes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARIÑO, Daniela Ornellas; BARDAGI, Marúcia Patta. Relação entre fatores acadêmicos e
a saúde mental de estudantes universitários. Psicologia em Pesquisa, n. 12, v. 3, p. 44-52,
2018. https://doi.org/ 10.24879/2018001200300544.
12
BARTOS, Javier et al. A Feasibility Study of a Program Integrating Mindfulness, Yoga, Positive
Psychology and Emotional Intelligence in Tertiary-Level Student Musicians. Mindfulness,
n.13, p. 2507–2528, 2022. https://doi.org/10.1007/s12671-022-01976-7.
BRAGA, Gimene Cardozo et al. Promoção em saúde mental: a enfermagem criando e
intervindo com histórias infantis. Revista Gaúcha de Enfermagem, n. 32, v. 1, p. 121,
2011. https://doi.org/10.1590/S1983-14472011000100016.
BRASIL. Atenção psicossocial a crianças e adolescentes no SUS: tecendo redes para garantir
direitos. Conselho Nacional do Ministério Público. Ministério da Saúde. Brasília, 60 p. 2014.
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_psicossocial_criancas_
adolescentes_sus.pdf
BITTENCOURT, Marina Nolli, MARQUES, Maria Isabel Dias e BARROSO, Tereza Maria
Mendes Diniz de Andrade. Contributos das teorias de enfermagem na prática da promoção de
saúde mental. Revista de Enfermagem, n. 18, p. 125-132, 2018. https://doi.org/10.12707/
RIV18015
CABALLERO-GARCÍA, Presentación e SÁNCHEZ-RUIZ, Sara. Creativity and Life
Satisfaction in Spanish University Students. Eects of an Emotionally Positive and Creative
Program. Frontiers and Psychology, n. 12, 2021. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2021.746154
CECHINI, Jose Antonio, MÉNDEZ-GIMÉNEZ, Antonio e FERNÁNDEZ-LOSA, Jorge Luis.
Self-Regulation of Learning as a Mediator between Emotional Intelligence and Moderate-
to-Vigorous Physical Activity. International Journal of Sport and Exercise Psychology,
n. 50, p. 391-410, 2019. https://doi.org/10.7352/IJSP.2019.50E.391
DEIGHTON, Kevin et al. Eects of Emotional Intelligence and Supportive Text Messages
on Academic Outcomes in First-Year Undergraduates. Journal of Further and Higher
Education, n. 43, v. 4, p. 494-507, 2019. https://doi.org/10.1080/0309877X.2017.1377161
EXTREMA, Natalio e REY, Lourdes. Ability Emotional Intelligence and Life Satisfaction:
Positive and Negative Aect as Mediators. Personality and Individual Dierences, n. 102,
p. 98–101, 2016. https://doi.org/10.1016/j.paid.2016.06.051
FARIA, Elisangela Lopes de, SILVEIRA, Edilene Aparecida Araújo da e VIEGAS, Selma Maria
da Fonseca. Vivências cotidianas na graduação e o impacto na saúde mental de estudantes:
scoping review. SciELO Preprints, 2023. https://doi.org/10.1590/scielopreprints.2744
GAIOTTO, Emiliana Maria Grando et al. Response to College Students’ Mental Health
Needs: a Rapid Review. Revista Saúde Pública, n. 55, v. 114, p. 1-18, 2021. https://doi.
org/10.11606/s1518-8787.2021055003363
13
GENDRON, Bénédicte, KOUREMENOU, Eleni-Soa e RUSU, Carmen. Emotional Capital
Development, Positive Psychology and Mindful Teaching: Which Links? The International
Journal of Emotional Education, n. 8, v. 1, p. 63-74, 2016. https://les.eric.ed.gov/fulltext/
EJ1098792.pdf
GOLEMAN, Daniel. Trabalhando com a inteligência emocional. Tradução: M. H. C. Côrtes.
Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.
HAMDZAH, Nor Lailatul Azilah, NAJMUDDIN, Syed Umar Faruq Syed e HASSAN,
Ruslan. Examining the Level of Emotional Intelligence among Semester One Students in
Universiti Teknologi Mara Pahang. Journal of Human Capital Development, n. 9, v. 1,
2016. https://journal.utem.edu.my/index.php/jhcd/article/view/3138/0
KARAHAN, Tevk Fikret e YALCIN, Bektas Murat. The Eects of an Emotional
Intelligence Skills Training Program on the Emotional Intelligence Levels of Turkish
University Students. Eurasian Journal of Educational Research, n. 36, p. 193-208, 2009.
https://www.researchgate.net/publication/297997932_The_Effects_of_an_Emotional_
Intelligence_Skills_Training_Program_on_the_Emotional_Intelligence_Levels_of_
Turkish_University_Students
KARKADA, Ivan Rolland et al. Academic Performance Improves with Emotional Intelligence
Awareness and Physical Exercise among Medical Students. Biomedical & Pharmacology
Journal, n. 15, v. 2, p. 803-817, 2022. https://dx.doi.org/10.13005/bpj/2417
KUK, Anna e GUSZKOWSKA, Monika. Changes and Predictors of the Sense of Meaning in Life
in Polish University Students Participating in Psychological Workshops Communication–
Forgiveness–Love. Journal of Religion and Health, n. 58, p. 1095–1106, 2019. https://doi.
org/10.1007/s10943-018-0631-1
KUK, Anna, GUSZKOWSKA, Monika e GALA-KWIATKOWSKA, Anna. Changes in
Emotional Intelligence of University Students Participating in Psychological Workshops and
their Predictors. Current Psychology, n. 40, p. 1864–1871, 2021. https://doi.org/10.1007/
s12144-018-0115-1
LIMONE, Pierpaolo e TOTO, Giusi Antonia. Factors that Predispose Undergraduates to
Mental Issues: a Cumulative Literature Review for Future Research Perspectives. Frontiers
in Public Health, n. 10, 2022. https://doi.org/10.3389/fpubh.2022.83134
LOCKWOOD, Craig, SANTOS, Kelli Borgess dos e PAP, Robin. Practical Guidance for
Knowledge Synthesis: Scoping Review Methods. Asian Nursing Research, n. 54, v. 21, p.
287-94, 2020. https://doi.org/10.1016/j.anr.2019.11.002
14
MACCANN, Carolyn et al. Emotional Intelligence Predicts Academic Performance: a Meta-
Analysis. Psychological Bulletin, n. 146, p. 150–186, 2020. https://doi.org/10.1037/
bul0000219
MARTÍNEZ-MONTEAGUDO, María Carmen et al. Cyberbullying in the University Setting.
Relationship with Emotional Problems and Adaptation to the University. Frontiers in
Psychology, n. 10, 2020. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2019.03074
MOHAMED, Nor Firdous et al. Emotional Intelligence Online Learning and its Impact on
University Students’ Mental Health: a Quasi-Experimental Investigation. Pertanika Journal
of Social Sciences & Humanities, n. 30, v. 2, p. 665–680, 2022. https://doi.org/10.47836/
pjssh.30.2.13
MORENO-FERNANDEZ, Jorge et al. Lockdown, Emotional Intelligence, Academic
Engagement and Burnout in Pharmacy Students during the Quarantine. Pharmacy, n. 8,
p.194, 2020. https://doi.org/10.3390/pharmacy8040194
L, Lorraine Dacre e QUALTER, Pamela. Improving Emotional Intelligence and Emotional Self-
Ecacy through a Teaching Intervention for University Students. Learning and Individual
Dierences, n. 22, p. 306–312, 2012. https://doi.org/10.1016/j.lindif.2012.01.010
PUERTAS-MOLERO, Pilar et al. Emotional Intelligence in the Field of Education: a Meta-
Analysis. Anales de Psicología, n. 36, v. 1, p. 84-91, 2020. https://doi.org/10.6018/
analesps.345901
QUÍLEZ-ROBRES, Alberto et al. Emotional Intelligence and Academic Performance:
a Systematic Review and Meta-Analysis. Thinking Skills and Creativity, n. 49, 2023.
https://doi.org/10.1016/j.tsc.2023.101355
SALOVEY, Peter e MAYER, John. Emotional Intelligence. Imagination, Cognition and
Personality, n. 9, v. 3, p. 185-211, 1990. https://doi.org/10.2190/DUGG-P24E-52WK-
6CDG
SCHOEPS Konstanze e BARRERA, Usue de la. Impact of Emotional Development
Intervention Program on Subjective Well-Being of University Students. Higher Education,
n. 79, p. 711–729, 2020. https://doi.org/10.1007/s10734-019-00433-0
SEPPÄLÄ, Emma et al. Promoting Mental Health and Psychological Thriving in University
Students: a Randomized Controlled Trial of Three Well-Being Interventions. Frontiers in
Psychiatry, n. 11, p. 590, 2020. https://doi.org/10.3389/fpsyt.2020.00590
SUÁREZ, Chaxiraxi e MARRERO, Rosário. Multicomponent Positive Intervention through
the Email to Promote Well-Being in University Students. Behavioral Psychology/Psicología
Conductual, n. 28, v. 3, 2020. https://psycnet.apa.org/record/2020-96316-001
15
SULTAN, S., AMIN, R. e KHAN, M, A. Managing Stress through Stress Management
Intervention for Increasing Emotional Intelligence and Academic Achievement. Youth
Voice Journal, ISSN (online), p. 2056 –2969, 2020. https://www.researchgate.net/
publication/362347298_Managing_Stress_through_Stress_Management_Intervention_
for_Increasing_Emotional_Intelligence_and_Academic_Achievement
TELASKA, Tatiele dos Santos e MINHO, Araceli Aparecida Machado. Emotional Intelligence:
Systematic Literature Review. Revista Educar Mais, n. 6, 2022. https://doi.org/10.15536/
reducarmais.6.2022.2688
TRICCO, Adrea et al. PRISMA Extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR): Checklist
and Explanation. Annals of Internal Medicine, n. 169, p. 467-73, 2018. https://doi.
org/10.7326/M18-0850
WANG, Qing. e LU, Yujie. Coaching College Students in the Development of Positive Learning
Dispositions: a Randomized Control Trial Embedded Mixed‐Methods Study. Psyich in the
Schools, n. 57, v. 9, p. 1417-1438, 2020. https://doi.org/10.1002/pits.22421.
ResearchGate has not been able to resolve any citations for this publication.
Article
Full-text available
Objectives Higher education student musicians face high physical, psychological, and emotional demands affecting their well-being and academic experience. This study examined the feasibility and preliminary effectiveness of the so-called CRAFT program, based on mindfulness, yoga, positive psychology, and emotional intelligence, to improve psychological well-being, psychological distress, emotional regulation, and physical flexibility amongst tertiary education student musicians. Methods Using a single-arm pre-post study design, student musicians (n = 25) at a royal conservatory of music in Spain followed a 25-week CRAFT program that was curricularly implemented during the academic year 2018/2019, once a week for 50 min. The outcome measures included were the Five Facet Mindfulness Questionnaire (FFMQ), the Subjective Psychological Well-Being Subscale (SPWS), the Emotional Regulation Questionnaire (ERQ), the Depression Anxiety and Stress Scale (DASS-21), and the Sit and Reach Test (SRT). Results Paired samples t-test and practical significance analyses revealed significant improvements for the total scale of the FFMQ (g = 0.28), the Observe (g = 0.44) and Describe (g = 0.38) subscales of the FFMQ, the SPWS (g = 0.32), the Reappraisal subscale of the ERQ (g = 0.43), and the SRT (g = 0.39). A similar pattern of results was observed in a filtered sample (n = 15) when excluding participants simultaneously engaged in yoga/meditation activities other than the CRAFT program. Conclusions These results indicated that the CRAFT program is a promising intervention for improving mindfulness skills and health and well-being states and abilities amongst higher education student musicians. Further research is needed to substantiate these findings and extend them to similar settings and populations with complex psychophysical concerns.
Article
Full-text available
Background and objective: The importance of exercise and knowledge of emotional intelligence (EI) is gaining pace in academia, which is a positive development. Only a few single-blind research studies on the benefits of exercise and Emotional intelligence have indicated their effects on educational attainment among primary school children, but there are very few reports from young adult students. This longitudinal study aims to develop an intervention protocol to investigate the differential association between induced moderate physical exercise combined with emotional intelligence awareness on academic performance among 18-24-year-old private medical university students. Methods: Students are voluntarily enrolled in two groups: TEST (n = 180) and CONTROL (n = 180) based on inclusion criteria along with applicable consent’s and ethical clearance. The groups' baseline data mapping was completed in three phases. For the TEST group, baseline data was obtained in three stages during Phase-1; -, which is the pre-intervention phase: Anthropometric data, haemoglobin concentration, and cardiorespiratory measurements were all measured in Stage 1. (Lab-based data). Stage 2: two questionnaires were used, one to measure EI awareness and the other to assess learning styles (VARK). Stage 3 entailed the simultaneous recording of pre-intervention academic grades, of a said end block examination for both TEST and CONTROL groups. Phase 2: This is the intervention phase, which included only two components for the TEST group: the first was a moderate exercise regime (BRISK WALKING) of 2-3 sessions per week for about 30 minutes per session, and the second was addressing EI awareness. Which refers to knowing the current status of EI level, and fostering EI knowledge through various teaching-learning methods. Following the end of Phase -1 baseline data mapping, the two intervention components for the TEST group run concurrently for about 6months/24weeks, for the TEST group. Phase-3: is the post-intervention phase which included repeating of Phase-1; Stages 1, 2, and 3 for the TEST group, as well as a concurrent record and analysis of post-intervention academic grades, of the final professional examination for both TEST and CONTROL groups was done after Phase-2. The outcomes of Phase-1 and Phase-3 differential association compared. Results: The Statistical Package for Social Science (SPSS) Version 21.0 software was used to analyse all data from phases 1 and 3. A statistically significant correlation was found between the TEST group (p = 0.0001) and the CONTROL group (p = 0.406) when the pre-intervention period of multifactorial components subjected to intervention was compared to the post-intervention period. Conclusion: Intervention protocol with combined effect of emotional intelligence awareness and induced moderate physical exercise (BRISK WALKING) has shown significant improvement in academic grades.
Article
Full-text available
This study has two aims: first, to compare the effectiveness of emotional intelligence intervention through online learning versus face-to-face (traditional) learning methods among undergraduate students at a local university in Malaysia. Second, it assesses the impact of emotional intelligence learning on students’ mental health improvement. It is a 2 x 3 factorial quasi-experimental (online learning) using an equivalent control group (face-to-face learning) pre-post-test. Both experimental and control groups comprised 40 students, respectively. The study is set in a classroom and several computer labs in the designated university e-learning facilities. Mixed ANOVA repeated measures analysis results indicate that the online learning group shows no difference from the face-to-face learning group in emotional intelligence learning. Despite that, this study significantly impacts the growth of emotional intelligence skills on students’ mental health among online learning groups. In addition, there is improvement in students with depression over seven weeks of pre-post-test. We propose online learning to be as effective as face-to-face learning in teaching emotional intelligence in light of these findings. We further argue that online learning is more accessible and meaningful to undergraduate students’ emotional intelligence. This study suggests that emotional intelligence is a crucial skill for students to maintain optimal mental health during their studies. Nevertheless, further investigation is needed to develop a feasible and cost-effective online learning medium accessible to students of all backgrounds.
Article
Full-text available
Distress and mental health issues among college students is an emerging topic of study. The aim of this research work is to illustrate academic and social risk factors and how they prove to be predictors of anxiety and depressive disorders. The methodology used is a cumulative literature review structured over 10 systematic phases, and is replicable. Showing considerable potential for cumulative research, the relevance of this study reflects the concern of the academic community and international governments. The articles selected range from categorization of disorders in relation to mental health, to reporting the condition of rhinestones and difficulties of students in university contexts. In conclusion, the research focusses upon predisposing, concurrent or protective factors relating to the mental health of university students, so that institutions can act on concrete dynamics or propose targeted research on this topic.
Article
Full-text available
Objective: To present strategic options to support the adoption of mental health strengthening policies for university students in the field of health, to be implemented by university institutions. Methods: Rapid review, without period delimitation, with searches carried out from May to June 2020, in 21 sources of bibliographic data, including gray literature. The following keywords were used: mental health, students and university. The selection process prioritized systematic reviews of mental health interventions for university students in health care courses, and also considered other types of review and relevant primary studies. Results: Forty-five studies were included: 34 systematic reviews, an evidence synthesis, an overview, a scope review, three narrative reviews, three experience reports and two opinion articles. The evidence from these studies supported the development of four options: 1) to establish and support policies to strengthen the mental health of students in health care courses; 2) to integrate mental health care programs, expand their offer and facilitate access by students; 3) to promote educational programs and communication strategies related to contemporary psychic suffering and its confrontation, so that students can get to know the services and resources and identify strengthening practices; 4) to continuously monitor and assess the mental health needs of students in health care courses. Conclusions: The options are challenging and require universities to establish institutional commissions to implement a policy to strengthen the mental health of university students in the health area, with the ability to recognize the different health needs, including manifestations of psychic suffering ; to integrate the university's internal actions with each other and with the services of the Unified Health System; to implement and monitor the actions that make up the mental health policy.
Article
Full-text available
There is an increasing demand by society that university students demonstrate competitive skills to enable them to achieve greater success when entering the workplace. Creativity and life satisfaction correlate positively with academic performance, productivity, and excellence in the working environment. The presence of creativity and emotional intelligence in the curriculum and teaching methods in Spanish universities, however, is surprisingly lacking. Studies that examine gender differences in these variables provide conflicting results. The purpose of our research is to analyse the changes produced in both creativity and life satisfaction in university students by a positive emotional and creative intervention and explore individual differences by gender. The methodology used was a quasi-experimental pre- test/post- test design with experimental/control groups. Three hundred university students (23% men and 77% women) from the Community of Madrid (Spain) completed three exercises that evaluated creativity and life satisfaction. The results show significantly higher results in creativity and life satisfaction in women, who continued to achieve high results after the intervention. Finally, we discuss the need for emotional and creative education in universities and focus on the employability and the guarantee of equal opportunities through the development of these competencies.
Article
Full-text available
The recent appearance and rapid spread of the new SARS-CoV-2 coronavirus meant taking unprecedented measures to control the pandemic, which in Spain forced a state of alarm and a very strict confinement, leading the university system to become virtual online teaching. Taking into account the emotional deficiencies originated during the pandemic, among the most powerful tools to achieve engagement along with the identification, control and management of emotions is emotional intelligence (EI). The present study aims to establish the effect of the current confinement on the teaching-learning process and academic performance and the impact of the application of EI on university students. In total, 47 volunteers of the second course of the Degree in Pharmacy of the University of Granada (Spain) took part in this experience. Two temporary periods were established: at the beginning of the confinement period and after teaching several concepts of emotional intelligence online for two months. The Maslach Burnout Inventory-Student Survey Inventory (MBI-SS) and the Spanish version of Utrech Work Engagement Scale-Students (UWES-S) were used to evaluate the intervention. In total, 63.5% of the students presented academic burnout during the confinement before the intervention. After the EI workshops and seminars, only 31.1% presented academic burnout. Before the intervention with the emotional intelligence workshops, 44.6% experienced exhaustion, 41.7% cynicism and 60.3% felt it was ineffective in their academic performance. After the emotional intelligence workshops and seminars, 29.1% experienced exhaustion, 30.1% cynicism and 28.8% felt it was ineffective. The scores achieved after the study of EI in physiology classes led to better levels in all the variables studied. Students managed their adaptive processes more adequately and regulated their emotions better, as they felt less academic burnout and more engaged in their academic activities at the end of the study of EI through physiology.
Article
Emotional Intelligence is a key factor that affects the social and mental wellbeing of students, making it easier for them to understand their environment and make the right decisions in the face of the various conflict situations that arise daily. Therefore, this construct should be constantly developed by educational institutions. For this reason, a meta-analysis has been developed in order to verify the degree of reliability, as well as the benefits that Emotional Intelligence implementation programs bring about to students. The bibliographic search was carried out in the Web of Science, SCOPUS and PubMed databases, making a total of 20 articles published related to the analyzed subject. Only longitudinal articles were included, obtaining an average Effect Size (E.S) of 0.73. When analyzing the effectiveness in the different educational stages, it should be noted that Primary Education yielded the best results (E. S= 0.95), followed by Secundary Education. Regarding duration, medium length programs reported the best results. In addition, better results were achieved in the programs using personality traits as assessment tools. In conclusion, most of the programs contribute to the development and improvement of the students’ Emotional Intelligence, providing them with the necessary skills to face real-life situations, as well as with the ability to feel self-fulfilled in relation to the tasks carried out by them and to the devoted effort.