ChapterPDF Available

Capítulo 2 CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DA CARNE DE PEQUENOS RUMINANTES

Authors:

Abstract

A carne é considerada um dos alimentos de melhor composição nutricional. Possui proteínas de alto valor biológico tanto no aspecto qualitativo como quantitativo. No entanto, alguns fatores podem mudar a qualidade da carne, desde o manejo produtivo dos animais como também os processos de abate e de conservação da carne. A preocupação com a qualidade da carne consumida aumentou e os consumidores exigem alimentos com qualidade. Os atributos sensoriais: sabor, suculência, textura, maciez e aparência, associados a carcaças com pouca gordura e muito músculo, são características que definem a qualidade da carne. Objetivou-se com essa revisão destacar as qualidades físico-químicas da carne de pequenos ruminantes.
Desvendando a Vida Animal: Integração entre Ciência Zoológica e Zootecnia Capítulo 2 24
Data de aceite: 01/03/2024Data de submissão: 26/01/2024
CAPÍTULO 2
CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DA CARNE
DE PEQUENOS RUMINANTES
Claudete Maria da Silva Moura
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia Baiano, Campus Santa Inês
Santa Inês – Bahia
http://lattes.cnpq.br/3611428668104273
Ana Sancha Malveira Batista
Universidade Estadual Vale do Acaraú
Sobral – Ceará
http://lattes.cnpq.br/8936665173123509
Glayciane Costa Gois
Programa de Pós-Graduação em
Ciência Animal. Universidade Federal do
Maranhão
Chapadinha - Maranhão
http://lattes.cnpq.br/4306037261876678
RESUMO: A carne é considerada um
dos alimentos de melhor composição
nutricional. Possui proteínas de alto valor
biológico tanto no aspecto qualitativo como
quantitativo. No entanto, alguns fatores
podem mudar a qualidade da carne,
desde o manejo produtivo dos animais
como também os processos de abate e de
conservação da carne. A preocupação com
a qualidade da carne consumida aumentou
e os consumidores exigem alimentos com
qualidade. Os atributos sensoriais: sabor,
suculência, textura, maciez e aparência,
associados a carcaças com pouca gordura
e muito músculo, são características que
denem a qualidade da carne. Objetivou-se
com essa revisão destacar as qualidades
físico-químicas da carne de pequenos
ruminantes.
PALAVRAS-CHAVE: capacidade de
retenção de água; composição centesimal;
produto de origem animal
PHYSICOCHEMICAL
CHARACTERISTICS OF MEAT FROM
SMALL RUMINANTS
ABSTRACT: The meat is considered one of
the best nutritional composition of foods. It
has high biological value proteins in both the
qualitative and quantitative aspect. However,
some factors may change the quality of
the meat from the productive handling of
animals but also the slaughtering process
and storage of the meat. Concern about
the quality of the meat consumed increased
and consumers demand food quality. The
sensory attributes: avor, juiciness, texture,
tenderness and appearance, associated
with carcasses with little fat and muscle, are
characteristics that dene the quality of the
meat. The objective of this review highlight
the physicochemical qualities of small
ruminant meat.
KEYWORDS: water holding capacity; pro-
duct of animal origin; proximate composition
Desvendando a Vida Animal: Integração entre Ciência Zoológica e Zootecnia Capítulo 2 25
INTRODUÇÃO
A qualidade da carne sempre foi importante para o mercado consumidor, e é uma
preocupação para a indústria da carne. Como a demanda dos consumidores por carne
de alta qualidade tende a aumentar na maioria dos países, a indústria da carne deve
consistentemente produzir carne de qualidade, saudável e seguro para o consumidor. A
m de produzir carne de alta qualidade, é necessário compreender as características de
características de qualidade de carne e fatores de controlá-los (GROOT, 2021).
A carne é um dos alimentos mais importantes na alimentação humana e em
alguns países é considerado um produto indispensável, com elevadas taxas de consumo,
fornecendo quantidades importantes de proteínas, ácidos graxos, vitaminas, minerais e
outros compostos bioativos (GEBREMARIAM, 2022; LEROY et al., 2023). Possui proteínas
de alto valor biológico tanto no aspecto qualitativo como quantitativo. Rica em aminoácidos
essenciais, de forma balanceada, supre aproximadamente 50% das necessidades diárias
de proteína do ser humano (URSACHI, 2020; GEIKER, 2021), servindo para a produção
de energia, para a produção de novos tecidos orgânicos e para a regulação dos processos
siológicos, respectivamente, a partir das gorduras, proteínas e vitaminas constituintes dos
cortes cárneos (AHMAD et al., 2018).
A qualidade da carne que chega ao mercado consumidor depende de alguns
fatores durante o processo de produção nas propriedades rurais e das técnicas após o
abate. Os consumidores exigem alimentos com qualidade, além de certicados conáveis
que atestem e garantam a existência dessas características de qualidade nos alimentos
adquiridos (MOTTIN et al., 2019). Os atributos mais importantes que afetam a qualidade
da carne são a maciez, suculência, cor e sabor. Essas características são inuenciadas
pela idade, raça, quantidade e solubilidade do colágeno, comprimento do sarcômero das
miobrilas, força iônica, extensão da degradação das proteínas miobrilares e tratamentos
pré e pós abate (LÓPEZ-PEDROUSO et al., 2020; IVANOV, 2023).
Abordaremos nessa revisão as principais características de qualidade da carne de
pequenos ruminantes.
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA CARNE
A qualidade da carne pode ser avaliada pela composição química, estrutura
morfológica, propriedades físicas, qualidades bioquímicas, valor nutritivo, propriedades
sensoriais, contaminação microbiológica, qualidade higiênica e propriedades culinárias
(GELETU et al., 2021). As propriedades físicas das carnes se referem aos parâmetros de
cor, pH, capacidade de retenção de água, resistência ao corte, perdas na cocção, rmeza,
textura, suculência e maciez (BARRETO et al., 2022). Estas características têm grande
inuência não nos aspectos sensoriais da carne, mas principalmente, nos processos
tecnológicos que utilizam a carne para o preparo de produtos derivados, como embutidos,
carnes salgadas, produtos defumados, etc. (GÓMEZ et al., 2020).
Desvendando a Vida Animal: Integração entre Ciência Zoológica e Zootecnia Capítulo 2 26
pH
O pH é uma característica da carne associada as condições do manejo pré
abate, abate, excitabilidade do animal, potencial glicolítico do músculo e a temperatura
de arrefecimento das carcaças. A queda do pH e da temperatura da carcaça durante o
rigor mortis inuenciam a qualidade da carne, sendo a velocidade do rigor controlada pela
reserva de glicogênio, pH e temperatura do músculo (ADEYEMI e SAZILI, 2014). Quando
os animais sofrem estresse antes do abate como transporte de animais ao frigoríco, maus
tratos por indivíduos não treinados e tempo de jejum, dentre outros, a condição do músculo
em armazenar o glicogênio é inuenciada diretamente, resultando em um pH nal mais
elevado (CARRASCO-GARCÍA et al., 2020).
O pH da carne é considerado um parâmetro de grande relevância no que se refere
a qualidade da carne, que pode inuenciar as características de cor, capacidade de
retenção de água, força de cisalhamento, perda de peso por cocção, além das propriedades
sensoriais (maciez, suculência, avor, aroma e cor) (GELETU et al., 2021; GEBREMARIAM,
2022). O pH do músculo, ao abate, está em torno de 6,8 e, em condições ideais, e cai para
5,5 após o resfriamento. A carne com pH ideal possui cor vermelha brilhante, enquanto que
a mesma com pH 6,0 ou maior, possui cor escura, devido a maior atividade enzimática,
maior retenção de água e menor penetração de oxigênio (RIBEIRO et al., 2022).
Cor
A cor desempenha um importante papel sobre a qualidade sensorial e destaca-
se como principal fator de apreciação no momento da compra (COSTA et al., 2017). Os
pigmentos da carne estão formados em sua maior parte por proteínas: a hemoglobina que
é o pigmento sanguíneo e a mioglobina, pigmento muscular que constitui 80 a 90% do total.
A quantidade de mioglobina varia com a espécie, sexo, idade, localização anatômica do
músculo e atividade física (SUMAN e JOSEPH 2013).
A cor da carne é inuenciada por fatores pré abate e pós abate, pelo teor de
mioglobina (proteína envolvida nos processos de oxigenação do músculo), pH, maturidade
e sexo, entre outros fatores (GELETU et al., 2021). A concentração de mioglobina é maior
nos animais mais velhos, sendo a razão do vermelho mais intenso observado nas carcaças
destes animais. Apesar da cor da carne não afetar sua palatabilidade ou seu valor sensorial,
é um aspecto importante na comercialização, visto que carnes com coloração mais escura
têm maior rejeição por parte dos consumidores (CHULAYO e MUCHENJE, 2013).
O tipo de alimentos que os animais consomem também inuencia a cor da carne,
onde animais que recebem maior proporção de concentrado na dieta, como ocorrem em
sistemas de connamento, apresentam carne mais brilhante, com coloração vermelha
cereja e com gordura mais clara (POVEDA-ARTEAGA et al., 2023). Em relação a restrição
hídrica, Silva et al. (2016) reportaram que não ocorre diferenças na cor da carne de ovinos
submetidos à 50 % de restrição de água em relação ao consumo ad libitum.
Desvendando a Vida Animal: Integração entre Ciência Zoológica e Zootecnia Capítulo 2 27
A cor da carne também pode ser inuenciada pela falta de higiene no abate, pois
pode levar a um aumento da probabilidade de crescimento bacteriano, que tem relação
positiva com a formação da metamioglobina (LIU et al., 2022).
Maciez
A maciez se refere à facilidade que a carne se deixa mastigar e pode estar composta
por três sensações percebidas pelo consumidor: uma inicial, ou facilidade de penetração
e corte, outra mais prolongada que seria a resistência que oferece à ruptura ao longo
da mastigação e a nal, que daria uma sensação de resíduo mais ou menos importante
(WARNER et al., 2021).
Dentre os fatores que inuenciam a maciez da carne, destacam-se: genética, a raça,
idade ao abate, sexo, alimentação, uso de agentes hormonais (agentes β-adrenérgicos) e
tratamentos post-mortem (SAKOWSKI et al., 2022; GUERRERO-BÁRCENA et al., 2023).
A maciez é determinada por dois principais componentes do músculo esquelético: o tecido
contrátil ou fração miobrilar (actina, miosina, tropomiosina) e o tecido conjuntivo (colágeno,
elastina, reticulina), sendo o primeiro facilmente manipulado pelas técnicas articiais de
amaciamento pós-abate (LISTRAT et al., 2016). A menor maciez da carne dos bovinos,
principalmente zebuínos (grupo genético mais utilizado no Brasil), é justicada pela alta
correlação positiva entre a idade de abate dos animais e o número de ligações cruzadas
termoestáveis do colágeno dos músculos, favorecendo a dureza da carne, e ainda pela
menor deposição de gordura na carcaça e ao fato de não apresentar gordura intramuscular
(marmorização), o que favorece o resfriamento mais rápido das massas musculares,
provocando o encurtamento dos sarcômeros (unidades contrácteis dos músculos) e,
consequentemente, o endurecimento da carne (MAXIMIANO et al., 2021), além disso, nos
zebuínos, há maior atividade da calpastatina, inibidora da calpaína, principal responsável
pelo amaciamento da carne (SIMEONI et al., 2014).
Um fator importante na determinação da maciez da carne é a idade de abate do
animal, sendo que os animais mais jovens terão naturalmente uma carne mais macia do
que animais abatidos mais velhos. Quanto mais velho o animal, menor será a proporção de
proteína e maior o teor de gordura corporal (OLIVEIRA et al., 2020). A gordura intramuscular
e o grau de gordura de cobertura na carcaça são fatores que contribuem para a suculência
e maciez da carne. A carne proveniente de animais jovens apresenta apenas traços de
gordura; é macia, com aroma mais suave que o da carne de animais velhos, tornando-se
atrativa aos consumidores (PANNIER et al., 2014).
A maciez da carne é inuenciada por fatores ante-mortem e post-mortem. Dentre
os fatores ante-mortem, a raça é um dos fatores altamente correlacionados com a maciez
(CONANEC et al., 2021). A carne dos animais nativos é identicada pelo consumidor, como
dura, porque esses animais são criados a pastos sem nenhum tipo de suplementação, com
isso aumenta a idade de abate, se comparados com as raças exóticas que são abatidas
precocemente (LAGE et al., 2020).
Desvendando a Vida Animal: Integração entre Ciência Zoológica e Zootecnia Capítulo 2 28
Perda de peso por cocção
A perda de peso no cozimento é uma medida importante de qualidade, pois está
associada ao rendimento da carne no momento do consumo e esta característica é
inuenciada pela capacidade de retenção de água nas estruturas da carne (PATHARE
e ROSKILLY, 2016). Essa característica pode variar segundo o genótipo, condições de
manejo pré e pós-abate e a metodologia no preparo das amostras, tais como a remoção ou
padronização da capa de gordura externa e tipo de equipamento, fatores que podem levar
a variação da temperatura no processo de cocção (JEŽEK et al., 2019).
O calor provoca alterações na aparência e nas propriedades físicas da carne em
função do binômio temperatura e tempo de cozimento (WERENSKA, 2023). Quando a
temperatura da carne atinge valores 60 – 70 oC, durante o seu cozimento, ocorre uma forte
contração das células musculares e perda de líquido, provocando consequentemente uma
diminuição signicativa na maciez da mesma (ODA et al., 2004).
Capacidade de retenção de água
A capacidade de retenção de água (CRA) é uma propriedade de importância
fundamental em termos de qualidade tanto na carne destinada ao consumo direto, como
para a carne destinada à industrialização. É um atributo de grande importância em
carne, denida como a capacidade da carne em reter sua umidade ou água durante a
aplicação de forças externas, como corte, aquecimento, trituração e prensagem, sendo
relacionada às propriedades funcionais mais importantes da carne, por inuenciar nos
aspectos da palatabilidade conferindo suculência aquelas destinadas ao consumo direto e
à industrialização (BERGER et al., 2022).
A CRA é inuenciada por fatores como o tipo de músculo, a raça e a idade, e como
fatores extrínsecos, a alimentação, o estresse antes do abate e as condições após o
abate, sendo que o processo de maturação da carne tende a aumentar sua capacidade
de retenção de água. Quanto maior a CRA, maior a suculência das carnes, com aumento
da percepção sensorial de maciez (POVEDA-ARTEAGA et al., 2023). A menor capacidade
de retenção de água da carne implica perdas do valor nutritivo pelo exsudato liberado,
resultando em carne mais seca e com menor maciez (TORRES FILHO et al., 2017).
O pH da carne pode inuenciar a CRA. Carnes com valores de pH distante do ponto
isoelétrico das proteínas miobrilares tendem a mostrar alta capacidade de retenção de
água por ter maiores percentuais de água imobilizada ou ligada às proteínas, o inverso
ocorrendo quando o pH da carne se aproxima do ponto isoelétrico dessas proteínas. Isto
ocorre quando os grupos polares dos aminoácidos das proteínas estão bloqueados. As
carnes frescas de alta qualidade deve ser rmes, indicando uma apropriada capacidade
para reter água (MATARNEH et al., 2021).
Desvendando a Vida Animal: Integração entre Ciência Zoológica e Zootecnia Capítulo 2 29
Força de cisalhamento
A força de cisalhamento (FC) é denida como a força que divide a amostra em partes
contíguas por um deslizamento relativo de uma sobre a outra, numa direção paralela aos
seus planos de contato obtendo a separação da amostra quando se aplica força de corte
ou uma mudança de posição (ARANTES-PEREIRA et al., 2016). É um método objetivo
utilizado para avaliar a maciez da carne e simula grosseiramente a força de mastigação da
carne cozida, mostrando elevada correlação com os resultados de maciez decorrentes da
análise sensorial (ANDRADE et al., 2022).
A força de cisalhamento pode ser inuenciada por diversos fatores, tais como: manejo
empregado no pré-abate, velocidade de instalação do rigor mortis, pH no pós mortem,
temperatura pré-abate, instalação e extensão da glicólise, músculo utilizado, condições de
acondicionamento e metodologia para as determinações, tais como: temperatura e tempo
empregado no processo de cocção (GRANDIS et al., 2016).
Composição química
A carne possui uma função nutricional muito importante, devido ao seu alto valor
biológico. Os componentes nutricionais podem ser digeridos facilmente e o valor biológico
da sua proteína é alto (PIGHIN et al., 2016). A carne fornece macros e micros elementos,
elevado conteúdo de proteínas de alta qualidade e ainda por conter vitaminas do complexo
B e ferro. A carne é considerada componente fundamental de uma dieta equilibrada que
cobre em parte as necessidades nutritivas do homem (AHMAD et al., 2018).
A carne de pequenos ruminantes é fonte de nutrientes essenciais para a saúde
humana. As características biológicas dos músculos, dentre as quais a presença de gordura
intramuscular (marmorização) e subcutânea determina a qualidade dietética e sensorial da
carne (BAIK et al., 2023). Em geral, a carne é composta por 20% de proteínas, 5% de
lipídios, 1% de carboidratos e 1% de vitaminas e minerais, sendo a água a composição
majoritária de 75% (FERREIRA et al., 2023). A variação em seus porcentuais ocorre devido
a fatores como idade de abate, condição sexual e alimentação (PRACHE et al., 2022).
A carne de bovinos, caprinos e ovinos possui algumas diferenças, principalmente
nos aspectos de teores de gordura e cor. Caprinos e ovinos são animais de pequeno
porte, apresentam a carcaça pequena e carne magra com pouca gordura subcutânea,
intermuscular e intramuscular. A carne desses animais apresenta boa textura, alto valor
nutritivo, principalmente em proteínas, minerais, vitaminas e boa digestão de seus
constituintes. No entanto, a carne proveniente de animais jovens apresenta apenas traços
de gordura, entretanto a mesma é macia, com aroma mais suave do que a carne de animais
velhos, tornando-se atrativa aos consumidores (PRACHE et al., 2022; GAWAT et al., 2023).
A dieta tem um grande impacto sobre a deposição da gordura intramuscular,
bem como sobre a concentração de ácidos graxos, visto que uma alimentação rica em
Desvendando a Vida Animal: Integração entre Ciência Zoológica e Zootecnia Capítulo 2 30
concentrados produz carne com maior teor de gordura, aumentando a suculência e
a maciez da mesma, variando a composição de ácidos graxos (LOPES et al., 2012). A
carne de pequenos ruminantes é considerada rica em ácidos graxos saturados, pois os
microrganismos do rúmen hidrogenam extensivamente os ácidos graxos insaturados da
dieta e que os ácidos graxos saturados mais encontrados nesta espécie são o mirístico,
palmítico e esteárico; os monoinsaturados são o palmitoleico e oleico e os poli-insaturados
são o linoleico, linolênico e araquidônico (OLIVEIRA et al., 2013).
Assim, estudos vêm sendo realizados com o intuito de modular o perl de ácidos
graxos da carne de pequenos ruminantes, visto que a maior parte dos ácidos graxos
poliinsaturados da dieta são biohidrogenados pelas bactérias ruminais de modo que a
gordura absorvida e depositada na carne tem baixo teor desse tipo de ácido graxo e alta
proporção de ácidos graxos saturados (GOIS et al., 2016). Assim, buscando atender as
exigências do mercado consumidor, as pesquisas estão buscando aumentar a massa
muscular nas carcaças de pequenos ruminantes, reduzindo o teor de gordura para obter um
produto mais saudável, com concentrações consideráveis de ácidos graxos poliinsaturados
ômega 3 e 6, sem afetar as características sensoriais do produto nal (PINHEIRO et al.,
2023; SILVA NETO et al., 2024). A cadeia produtiva de carne de pequenos ruminantes
busca a diversicação e à oferta de produtos de melhor qualidade, sempre buscando
ofertar ao mercado um produto saudável.
CONCLUSÃO
O estudo e o conhecimento das características físicas e químicas da carne são
importantes para garantir a disponibilidade de um produto isento de problemas advindos do
manejo incorreto dos animais, procedimentos de abate e do mau estado de conservação.
O conhecimento das características de qualidade da carne de pequenos ruminantes
elucida as principais dúvidas do mercado consumidor acerca dos atributos nutricionais,
principalmente com vistas ao teor de gordura da carne, fator de extrema preocupação nos
dias atuais.
REFERÊNCIAS
Adeyemi, K.D., Sazili, A.Q. Efcacy of carcass electrical stimulation in meat quality enhancement:
A review. Asian-Australasian Journal of Animal Sciences, v.27(3), p.447-456, 2014. http://dx.doi.
org/10.5713/ajas.2013.13463.
Ahmad, R.S., Imran, A., Hussain, M.B. Nutritional composition of meat. meat science and nutrition.
Chapter 4. In: Meat science and nutrition. Arshad, M.S. (Ed.). InTechOpen, London. pp. 61-77, 2018.
Available at: http://dx.doi.org/10.5772/intechopen.77045.
Desvendando a Vida Animal: Integração entre Ciência Zoológica e Zootecnia Capítulo 2 31
Andrade, B.F., Paula, M.M.O., Carneiro, J.D.S., Fontes, P.R., Torres Filho, R.A., Ramos, E.M., Ramos,
A.L.S. Inuence of intrinsic and extrinsic factors on the sensory perception and intention to purchase
buffalo meat by consumers in Southeast Brazil. Brazilian Journal of Food Technology, v.25, e2022002,
2022. https://doi.org/10.1590/1981-6723.00222
Arantes-Pereira, L., Vargas, F.C., Sobral, P.J.A. Comportamento mecânico e estrutural de diferentes
cortes cárneos em teste de determinação da força de cisalhamento. Brazilian Journal of Food
Technology, v.19, e2015076, 2016. http://dx.doi.org/10.1590/1981-6723.7615
Baik, M., Lee, J., Kim, S.Y., Ranaweera, K.K.T.N. Invited Review — Factors affecting beef quality and
nutrigenomics of intramuscular adipose tissue deposition. Animal Bioscience, v.36(2), p.350-363, 2023.
https://doi.org/10.5713/ab.22.0380
Barreto, H.F.M., Assis, A.P.P., Lima, R.N., Soares, E.C.A., Sousa, E.S., Moura, A.A.C., Melo, V.L.L.,
Souza, C.M.S., Emerenciano Neto, J.V., Lima, P.O. Physical and chemical characteristics of meat from
lambs fed sorghum silage with cashew bagasse. Anais da Academia Brasileira de Ciências, v.94(4),
e20200425, 2022. https://doi.org/10.1590/0001-3765202220200425.
Berger, L.M., Witte, F., Terjung, N., Weiss, J., Gibis, M. Inuence of processing steps on structural,
functional, and quality properties of beef hamburgers. Applied Science, v.12, e7377, 2022. https://doi.
org/10.3390/app12157377
Carrasco-García, A.A., Pardío-Sedas, V.T., León-Banda, G.G., Ahuja-Aguirre, C., Paredes-Ramos, P.,
Hernández-Cruz, B.C., Murillo, V.V. Effect of stress during slaughter on carcass characteristics and
meat quality in tropical beef cattle. Asian-Australasian Journal of Animal Sciences, v.33(10), p.1656-
1665, 2020. https://doi.org/10.5713/ajas.19.08
Chulayo, A.Y., Muchenje, V. The Effects of pre-slaughter stress and season on the activity of plasma
creatine kinase and mutton quality from different sheep breeds slaughtered at a smallholder abattoir.
Asian-Australasian Journal of Animal Sciences, v.26(12), p.1762-1772, 2013. https://doi.org/10.5713/
ajas.2013.13141
Conanec, A., Campo, M., Richardson, I., Ertbjerg, P., Failla, S., Panea, B., Chavent, M., Saracco,
J., Williams, J.L., Ellies-Oury, M-P., Hocquette, J-F. Has breed any effect on beef sensory quality?
Livestock Science, v.250, e104548, 2021. https://doi.org/10.1016/j.livsci.2021.104548
Costa, P.T., Lemes, J.S., Mendonça, G., Gonçalves, M.S., Costa, R.T., Thiago Pereira Vieira, T.P. Meat
quality of white and natural colored male lambs raised in the Pampa Biome. Revista Ceres, v.64(2), p.
109-114, 2017. https://doi.org/10.1590/0034-737X201764020001
Ferreira, J.M.S., Pessoa, R.M.S., Pessoa, A.M.S., Costa, D.C.C.C., Rodrigues, H.P., Lima, J.S.,
Campos, F.S., Gois G.C. Parâmetros de qualidade avaliados em carne bovina: uma revisão. Brazilian
Journal of Animal and Environmental Research. v.6(2), p. 1319-1332, 2023. https://doi.org/10.34188/
bjaerv6n2-031
Gawat, M., Boland, M., Singh, J., Kaur, L. Goat meat: production and quality attributes. Foods, v.12,
e3130, 2023. https://doi.org/10.3390/foods12163130
Gebremariam, T.T. Meat quality of (Bos indicus) cattle nished on diferente concentrate feeds. Acta
Scientiarum. Animal Sciences, v.44, e54237, 2022. https://doi.org/10.4025/actascianimsci.v44i1.54237
Desvendando a Vida Animal: Integração entre Ciência Zoológica e Zootecnia Capítulo 2 32
Geiker, N.R.W., Bertram, H.C., Mejborn, H., Dragsted, L.O., Kristensen, L., Carrascal, J.R., Bügel, S.,
Astrup, A. Meat and human health — Current knowledge and research gaps. Foods, v.10, e1556, 2021.
https://doi.org/10.3390/foods10071556
Geletu, U.S., Usmael, M.A., Mummed, Y.Y., Ibrahim, A.M. Quality of cattle meat and its
compositional constituents. Veterinary Medicine International, v.2021(7340495), p.1-9. https://doi.
org/10.1155/2021/7340495
Gois, G.C., Laurentino, A.B., Silva, E.G., Macedo A. Composição de ácidos graxos na carne ovina.
Nutritime Revista Eletrônica, v.13(5), p.4806-4814, 2016.
Gómez, I., Janardhanan, R., Ibañez, F.C., Beriain, M.J. The effects of processing and preservation
technologies on meat quality: Sensory and nutritional aspects. Foods, v.9, e1416, 2020. https://doi.
org/10.3390/foods9101416
Grandis, F.A., Ribeiro, E.L.A., Mizubuti, I.Y., Bumbieris Junior, V.H., Prado, O.P.P., Pinto, A.P.
Características de carcaça e qualidade da carne de cordeiros alimentados com diferentes teores de
torta de soja em substituição ao farelo de soja. Ciência Animal Brasileira, v.17(3), p. 327-341, 2016.
https://doi.org/10.1590/1089-6891v17i330941
Groot, E. Segmentos de preferências na aquisição da carne bovina. Revista de Economia e Sociologia
Rural, v.59(2), e213487, 2021. https://doi.org/10.1590/1806-9479.2021.213487
Guerrero-Bárcena, M., Domínguez-Vara, I.A., Morales-Almaraz, E., Sánchez-Torres, J.E., Bórquez-
Gastelum, J.L., Hernández-Ramírez, D., Trujillo-Gutiérrez, D., Rodríguez-Gaxiola, M.A., Pinos-
Rodríguez, J.M., Velázquez-Garduño, G., Grageola-Nuñez, F. Effect of zilpaterol hydrochloride and zinc
methionine on growth, carcass traits, meat quality, fatty acid prole and gene expression in Longissimus
dorsi Muscle of sheep in intensive fattening. Agriculture, v.13, e684, 2023. https://doi.org/10.3390/
agriculture13030684
Ivanov, N.T. Ruminant meat tenderness. I. Overview of factors affectingmeat tenderness. Review.
Bulgarian Journal of Animal Husbandry, v. 60(2), p.45-58, 2023.
Ježek, F., Kameník, J., Macharáčková, B., Bogdanovičová, K., Bednář, J. Cooking of meat: effect on
texture, cooking loss and microbiological quality – a review. Acta Veterinaria Brno, v.88, p.487–496,
2019. https://doi.org/10.2754/avb201988040487
Lage, R.R.P., Vega, W.H.O., Costa, H.H.A., Costa, A.C., Sousa, L.C.O., Lima, L.D., Landim, A.V. Effect
of breed on meat quality and global acceptance of native lambs and their crosses. South African Journal
of Animal Science, v.50(1), p.150-160, 2020. http://dx.doi.org/10.4314/sajas.v50i1.16
Leroy, F., Smith, N.W., Adesogan, A.T., Beal, T., Iannotti, L., Moughan, P.J., Mann, N. The role of meat
in the human diet: Evolutionary aspects and nutritional value. Animal Frontiers, v. 13(2), p.11–18, 2023.
https://doi.org/10.1093/af/vfac093
Listrat, A., Lebret, B., Louveau, I., Astruc, T., Bonnet, M., Lefaucheur, L., Picard, B., Bugeon, J. How
muscle structure and composition inuence meat and esh quality. The Scientic World Journal,
v.2016(3182746), p.1-14. http://dx.doi.org/10.1155/2016/3182746
Liu, J., Ellies-Oury, M.-P., Stoyanchev, T., Hocquette, J.-F. Consumer perception of beef quality and
how to control, improve and predict it? Focus on eating quality. Foods, v.11, e1732, 2022. https://doi.
org/10.3390/foods11121732
Desvendando a Vida Animal: Integração entre Ciência Zoológica e Zootecnia Capítulo 2 33
López-Pedrouso, M., Rodríguez-Vázquez, R., Purriños, L., Oliván, M., García-Torres, S., Sentandreu,
M.A., Lorenzo, J.M., Zapata, C., Franco, D. Sensory and physicochemical analysis of meat from bovine
breeds in different livestock production systems, pre-slaughter handling conditions, and ageing time.
Foods, v.9, e176, 2020. https://doi.org/10.3390/foods9020176
Lopes, J.E.L., Sales, R.O.; Azevedo, A.R., Oliveira, A.L.T. Composição centesimal, perl de
ácidos graxos e colesterol da carne de cordeiros submetidos aos sistemas de produção com dieta
experimental e convencional. Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal, v.6(2), p.74-96, 2012.
Matarneh, S.K., Silva, S.L., Gerrard, D.E. New insights in muscle biology that alter meat quality.
Annual Review of Animal Biosciences, v.9, p.355-377, 2021. https://doi.org/10.1146/annurev-
animal-021419-083902
Maximiano, M.R.A., Alves, J.P. Silveira, R.A.R.M., Barcelos, G. Diniz, M.H.S. Qualidade da carne
bovina e a inuência genética: Uma revisão da literatura. Revista Cientíca Semana Acadêmica,
v.9(204), p.1-21, 2021. http://dx.doi.org/10.35265/2236-6717-204-9034
Mottin, C., Eiras, C.E., Chefer, D.M., Barcelos, V.C., Ramos, T.R., Prado, I.N. Inuencing factors of
consumer willingness to buy cattle meat: An analysis of survey data from three Brazilian cities. Acta
Scientiarum. Animal Sciences, v.41, e43871, 2019. http://dx.doi.org/10.4025/actascianimsci.v41i1.43871
Oda, S.H.I., Bressan, M.C., Cardoso, M.G., Freitas, R.T.F., Miguel, G.Z., Faria, P.B., Vieira, J.O., Pisa,
A.C.C., Savian, T.V. Efeito dos métodos de abate e sexo na composição centesimal, perl de ácidos
graxos e colesterol da carne de capivaras. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.24(2), p.236-242, 2004.
Oliveira, F.G., Sousa, W.H., Cartaxo, F.Q., Batista, A.S.M., Ramos, J.P.F., Cavalcante, I.T.R. Quality
of meat from Santa Ines sheep with different biotypes and slaughtering weights. Revista Brasileira
de Saúde e Produção Animal, v.21(e210732020), p.1-13, 2020. http://dx.doi.org/10.1590/s1519-
994020210732020
Oliveira, A.C., Silva, R.R., Oliveira, H.C., Almeida, V.V.S., Garcia, R., Oliveira, U.L.C. Inuência da dieta,
sexo e genótipo sobre o perl lipídico da carne de ovinos. Archivos de Zootecnia, n.62, p.57-72, 2013.
https://doi.org/10.21071/az.v62iREV.1957
Pannier, L., Gardner, G.E., Pearce, K.L.M., McDonagh, A.J., Ball, R.H., Jacob, D.W.P. Associations
of sire estimated breeding values and objective meat quality measurements with sensory scores in
Australian lamb. Meat Science, v.96, p.1076–1087, 2014. https://doi.org/10.1016/j.meatsci.2013.07.037
Pathare, P.B., Roskilly, A.P. Quality and energy evaluation in meat cooking. Food Engineering Reviews,
v.8, p.435–447, 2016. https://doi.org/10.1007/s12393-016-9143-5
Pighin, D., Pazos, A., Chamorro, V., Paschetta, F., Cunzolo, S., Godoy, F., Messina, V., Pordomingo,
A., Grigioni, G. A contribution of beef to human health: a review of the role of the animal
production systems. The Scientic World Journal, v.2016(8681491), p.1-10, 2016. https://doi.
org/10.1155/2016/8681491
Pinheiro, R.S.B., Farias, I.M.S.C., Francisco, C.L., Moreno, G.M.B. Physicochemical quality and fatty
acid prole in the meat of goats fed forage cactus as a substitute for Tifton 85 hay. Animals, v.13, e957,
2023. https://doi.org/10.3390/ani13060957
Poveda-Arteaga, A., Krell, J., Gibis, M., Heinz, V., Terjung, N., Tomasevic, I. Intrinsic and extrinsic
factors affecting the color of fresh beef meat — Comprehensive review. Applied Science, v.13, e4382,
2023. https://doi.org/10.3390/app13074382
Desvendando a Vida Animal: Integração entre Ciência Zoológica e Zootecnia Capítulo 2 34
Prache, S., Schreurs, N., Guillier, L. Review: Factors affecting sheep carcass and meat quality
attributes. Animal, v.16(1), e100330, 2022. https://doi.org/10.1016/j.animal.2021.100330
Ribeiro, C.C.S., Contreras-Castillo, C.J., Santos-Donado, P.R., Venturini, A.C. New alternatives
for improving and assessing the color of dark–cutting beef – a review. Scientia Agricola, v.79(1),
e20200079, 2022. http://doi.org/10.1590/1678-992X-2020-0079
Sakowski, T., Grodkowski, G., Gołebiewski, M., Slósarz, J., Kostusiak, P., Solarczyk, P., Puppel, K.
Genetic and environmental determinants of beef quality — A review. Frontiers in Veterinary Science, v.9,
e819605, 2022. http://doi.org/10.3389/fvets.2022.819605
Silva Neto, J.F., Franco, M.F., Manfroi, J.V., Valença, R.L., Pinheiro, R.S.B. Benets of eating meat
sheep to human health. Periódico Eletrônico Fórum Ambiental da Alta Paulista, v.20(1), p.1-14, 2024.
https://doi.org/10.17271/1980082720120244788
Silva, C.M., Araújo, G.G.L., Oliveira, B.Y.S., Azevêdo, J.A.G., Furtado, D.A. Performance and economic
viability of feedlot sheep fed different levels of roughage, concentrate, and water. Semina: Ciências
Agrárias, v.37(3), p.1-14, 2016. https://doi.org/10.5433/1679-0359.2016v37n3p1595
Simeoni, C.P., Fruet, A.P.B., Menezes, M.F.C., Kirinus, J.K., Teixeira, C., Ritt, L.A. Fatores pós-abate
que contribuem para a maciez da carne. http://dx.doi.org/10.5902/2236117013019 Revista Eletronica
em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, v.18, p.18-24, 2014.
Suman, S.P., Joseph, P. Myoglobin Chemistry and Meat Color. Annual Review of Food Science and
Technology, v.4(1), p.79-99, 2013. https://doi.org/10.1146/annurev-food-030212-182623
Torres Filho, R.A., Cazedey, H.P., Fontes, P.R., Ramos, A.L.S., Ramos, E.M. Drip loss assessment
by different analytical methods and their relationships with pork quality classication. Journal of Food
Quality, v.2017(9170768), p.1-8, 2017. https://doi.org/10.1155/2017/9170768
Ursachi, C.S., Perta-Cris, S., Munteanu, F.-D. Strategies to improve meat products’ quality. Foods,
v.9(1883), p. 1-22, 2020 https://doi.org/10.3390/foods9121883
Warner, R., Miller, R., Ha, M., Wheeler, T.L., Dunshea, F., Li, X., Vaskoska, R., Purslow, P. Meat
Tenderness: Underlying Mechanisms, Instrumental Measurement, and Sensory Assessment. Meat and
Muscle Biology, v.4(2), p.1–25, 2021. https://doi.org/10.22175/mmb.10489
Werenska. M. Comparative study on the effects of sous-vide, microwave cooking, and stewing on
functional properties and sensory quality of goose meat. Poultry Science, v.102, e103064, 2023. https://
doi.org/10.1016/j.psj.2023.103064.
ResearchGate has not been able to resolve any citations for this publication.
Article
Full-text available
Goat meat could be a sustainable source of red meat. Its farming requires minimal input, is suitable for free-range farming, and produces a healthier red meat option as it is lean. Although goat meat has advantages for meat production, it still needs to be established as a valuable part of the meat trade market. But, currently, goat meat production is less specialized; there is less intense breed selection for premium meat production, and often the animals are farmed with a multifunctional purpose, such as for their meat, fiber, and milk. The less structured goat meat industry contributes to the inconsistent quality of goat meat. This paper attempts to describe the characteristics of popular goat breeds and indigenous goats as a source of meat and the potential of various goat breeds for meat production. Additionally, this paper presents goat meat’s quality and physicochemical and sensory attributes that are relevant to understanding the unique attributes of goat meat. Much work is needed for the goat meat processing industry to develop its potential.
Article
Full-text available
O aumento da demanda de produção de carne bovina é influenciado pelo aumento do consumo. Assim, buscando obter um produto de melhor qualidade nutricional e com aspectos sensoriais agradáveis, aliada a maior rentabilidade ao produtor, fatores inerentes a produção animal, como a nutrição, tem aspecto determinante nos parâmetros de qualidade (coloração, pH, perdas por cocção, força de cisalhamento, marmoreio, umidade, cinzas, proteínas, lipídeos) da carne bovina. Desse modo, objetivou-se com a presente revisão abordar os principais parâmetros relacionados a qualidade de carne bovina.
Article
Full-text available
Meat color research from the last two decades suggests that a combination of different intrinsic (ultimate pH, age of the animals, muscle position, breed, slaughter weight, and sex) and extrinsic factors (production systems and feeding, pre-mortem stress, slaughter season, and chilling rates) might have a deep impact in the color of beef muscle and influence consumers’ acceptance of fresh meat. Ultimate pH and muscle position were perceived as the most determinant intrinsic factors, whereas production systems, feeding, and ante-mortem stress were the extrinsic factors that more strongly influenced beef color attributes. From an industrial perspective, the extrinsic factors can be improved through the technological process at a higher ratio than the intrinsic ones. This review aims to evaluate the effect of each of those factors on myoglobin oxidation and beef color traits from a comprehensive standpoint. All the information discussed in this manuscript focuses on an industrial environment and offers possible solutions and recommendations for the global meat industry.
Article
Full-text available
Zilpaterol hydrochloride (ZH) redistributes ingested energy and improves feed efficiency by increasing muscle mass and reducing fat in sheep and cattle carcasses in fattening; however, by increasing lipolysis and reducing intramuscular fat (IMF), it can affect meat quality in terms of the attributes of tenderness, juiciness, taste and color; in contrast, Zn methionine (ZM), due to its lipogenic effect, can improve meat marbling without affecting production efficiency. In the current study, 36 male Suffolk sheep were used (25 ± 0.58 kg live weight, LW) to evaluate the supply of ZH and ZM on growth, carcass traits, meat quality, fatty acid content and expression of genes which regulate the deposition of fatty acids (FA) in IMF. A completely randomized design was used, with factorial arrangement of 2 × 2 ZH (0 and 0.2 mg kg⁻¹ LW) and ZM (0 and 80 mg Zn kg⁻¹ dry matter, DM). The results showed that ZH increased (p < 0.05) carcass yield, compactness index and chop eye area and decreased greasing (p < 0.02). The content of ether extract in meat increased (p < 0.05) in sheep with ZM plus ZH, and in sheep with ZM (p < 0.01). ZH (p < 0.05) reduced (p < 0.02) the meat’s color index L*, a*, b*, C* and H*. The content in IMF of stearic (C18:0) and arachidic (C20:0) FA was reduced (p ≤ 0.05) by the effect of ZH, but the palmitoleic (C16:1), eicosatetraenoic (C20:4n6) and conjugated linoleic FA were increased (p ≤ 0.05) by the effect of ZH. ZM increased (p ≤ 0.05) palmitoleic (C16:1) and conjugated linoleic FA; the ZH interaction with ZM increased (p ≤ 0.05) linoleic (C18:2 c 9 c 12), linolenic (C18:3 c 9c12c15) and eicosatetraenoic (C20:4n6) FA. The ZH interaction with ZM influenced (p ≤ 0.05) the total saturated fatty acids (SFA), unsaturated fatty acids (UFA) and polyunsaturated fatty acids (PFA). ZH increased (p ≤ 0.05) the relative expression of mRNA from the enzymes lipoprotein lipase (LPL), hormone-sensitive lipase (HSL), glycerol -3-phosphate acyltransferase (GPAT1) and diglyceride acyltransferase (DGAT1). ZM increased (p ≤ 0.05) the relative expression of mRNA from the enzyme gene acetyl-CoA carboxylase (ACC) and HSL, monoglyceride lipase (MGL). The ZM interaction with ZH increased (p ≤ 0.05) the relative expression of mRNA genes of the enzymes HSL and ACC. It was concluded that ZH improved feed conversion (FC), increased yield and reduced fat in carcasses; ZM increased IMF in Longissimus dorsi. ZH and ZM influenced the FA composition, reduced the SFA and increased the UFA and PFA; both additives also influenced the relative mRNA expression of genes involved in fatty acid metabolism.
Article
Full-text available
Simple Summary The use of cacti, such as forage cactus, in goat feeding is widely practised in Northeast Brazil due to adaptation to climatic conditions, mainly in arid and semi-arid regions. During dry periods, when water is the main limiting factor for the development of most plant species, the growth of forage cactus is not compromised due to crassulacean acid metabolism. However, little is known about the effects of forage cactus on goats’ diet in relation to meat quality. In this study, we evaluated the inclusion of 0, 25 and 55% of forage cactus replacing Tifton 85 hay in the diet of goats and its effects on meat quality. Meat from kids fed 55% of forage cactus showed greater acceptance by consumers. Therefore, it is recommended that Tifton 85 hay be replaced with 55% forage cactus, as it provides lower lipid content and higher monounsaturated fatty acid content in goat meat. Abstract Low rainfall in Northeast Brazil is a limiting factor for animal production. Forages that present crassulacean acid metabolism, such as forage cactus, are adapted to the edaphoclimatic conditions of this region, as they lose little water through the stomata. Thus, the objective was to evaluate the physical and chemical quality, fatty acid profile and sensory acceptance of the meat from goats fed forage cactus as a substitute for Tifton 85 hay. Twenty-one uncastrated mixed-breed goats with a mean body weight of 18 ± 0.86 kg and 7 ± 1 months of age were used. A completely randomized design with three treatments and seven replications per treatment was performed. The inclusion of 0 (control), 25 and 55% of forage cactus in substitution of Tifton 85 hay in the diet of the goats was evaluated. The lipid content in the meat of animals fed 25 and 55% of forage cactus was 1.33% and 1.26%, respectively, and was lower (p < 0.05) in relation to the meat of animals that received the control diet (1.56%). The inclusion of 55% of forage cactus provided an increase (p < 0.05) in the content of monounsaturated fatty acids in the meat (52.71%) in relation to the control meat (37.75%). Sensory analysis differed (p < 0.05) between treatments. We recommend replacing Tifton 85 hay with 55% forage cactus, as it presents greater sensory acceptance, and provides lower lipid content and higher content of monounsaturated fatty acids in goat meat.
Article
Full-text available
This study aimed to evaluate the effect of extrinsic factors (meat type, price, and nutritional claims) on purchase intention and the perception of intrinsic factors (tenderness, juiciness and flavor) in buffalo loin in a region of Brazil where the marketing of buffalo meat is not common. Photos of the steaks were treated and labels were designed to simulate the retail purchase process, with the effects of extrinsic factors being evaluated through conjoint analysis. Sensory tests of difference from control, purchase intention, and overall acceptance were performed for intrinsic factors. Regarding the purchase process, a determining factor was the price, with buffalo meat having a better purchase intention when associated with a lower price. The lowest price also proved to be more important than the presence of nutritional information for most respondents, however, nutritional information was necessary for consumers characterized over 50 years old. Good acceptance was perceived after tasting buffalo meat, even with less tenderness and juiciness compared to Nellore, and only a minority respondents were willing to pay more for it. The buffalo meat presents a potential option for the consumer, when offered in association with marketing strategies that emphasize nutritional and/or sensory information, such as tenderness and juiciness.
Article
Full-text available
Abstract This study was conducted to evaluate the effects of replacing forage sorghum for dehydrated cashew bagasse (DCB) in the proportions of 0; 8; 16 and 24%, based on the natural matter at the time of ensiling on the physicochemical parameters of meat from feedlot lambs. None of the physical parameters evaluated showed a significant difference between the substitution levels of sorghum forage for DCB. The final pH obtained in this study showed a value above the recommended for freshly slaughtered meat from animals 24 hours in refrigeration, being considered DFD meat (dark, firm and dry). Regarding the chemical parameters, it was observed that there were no significant differences between the levels of substitution of sorghum forage for DCB to variable moisture and ash was perceived negative linear effect for protein and quadratic effect on lipid levels meat. The replacement of forage sorghum up to 24% of dehydrated bagasse cashew the ensilage does not compromise the quality of the meat, however, the substitution of 8% is to be preferred because it provides meats with lower lipid content.
Article
Full-text available
In hamburger manufacturing, meat is subjected to four main processing steps (pre-grinding, mixing, grinding, and forming), whereby muscle fibers are disintegrated. In this study, the influence of these process steps was characterized by structural (amount of non-intact cells (ANIC), CLS-Microscopy), functional (drip loss) and qualitative (soluble protein content, lactate dehydrogenase (LDH) activity, myoglobin content (Mb)) parameters of the meat. Therefore, meat samples were analyzed after each process step. Histological analyses revealed an increased ANIC with progressive processing. Thereby, the first and second grinding steps caused the strongest increases (factors 2.43 and 2.69). Comparable results were found in the relative LDH activity (factor 2.20 and 1.62) and the Mb concentration (factor 2.24 and 1.33) of the extracted meat solution. The findings suggest that the disintegration of the meat structure increases with progressive processing, causing more vulnerable structures which result in increased leakage of intramuscular substances. Further, the type of stress acting on the meat determines the extent of the changes. The presented findings enable manufacturers to precisely adjust their process towards more gentle production parameters and thus, to meet the legal regulations.
Article
The effect of sous-vide (SV), microwave (M) cooking, and stewing (S) on selected functional properties of goose meat were investigated in this study. It was measured cooking loss (CL), texture and color parameters, and sensory evaluation was carried out. The material were 96 breast muscles (BM, n = 48 with skin and subcutaneous fat and n = 48 without skin) from 17-wk-old “Polish oat geese.” The kind of heat treatment and the type of goose meat and interaction the type of meat × heat treatment affected the amount of CL. The lowest value of CL was stated for SV samples. The meat with skin was characterized by a lower shear force value (SF), hardness, gumminess, and chewiness than samples without skin for all cooking methods. There were no differences in SF value for M and S samples with skin. The S samples characterized by the highest value of SF, hardness and the SV meat by the lowest for both kind of meat. The M samples characterized by the higher value of cohesiveness, gumminess and chewiness compare to SV and S meat. All instrumental color parameters were significantly affected by cooking technology (P = 0.001). There were differences in color lightness (L*) of investigated cooked samples. The SV meat had the highest value of L* parameter and was characterized by a lighter color among others. The highest decrease in a* value was stated for S and lowest for SV meat. The SV showed more intense red color than remaining samples. The a* value decreased and b* parameter increases with an increase the heat treatment temperature. The value of b* was higher in S (about 100°C) samples than in raw meat and processed by SV (70°C). From consumer point of view the best color had goose breast muscles subjected to SV process. Considering all tested sensory features, the overall palatability of SV goose samples was rated as excellent, S as very good and M as good.