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INFLUÊNCIA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS NA MELHORIA DO SONO: UMA REVISÃO CIENTÍFICA

Authors:

Abstract

A qualidade do sono desempenha um papel fundamental na promoção da saúde e do bem-estar. Neste artigo, exploraremos a fascinante influência dos óleos essenciais na melhoria do sono. À medida que buscamos abordar as propriedades relaxantes e terapêuticas desses óleos, examinaremos como sua aplicação pode ser uma estratégia eficaz para otimizar a qualidade do sono e proporcionar benefícios para o corpo e a mente. Objetivos; Analisar a melhora do sono, por meio dos óleos essenciais. Metodologia: A pesquisa foi realizada através do acesso online nas bases de Scientific Electronic Library Online (SCIELO), PubMed, Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), no mês de janeiro de 2024. Foi realizada a interpretação analítica dos artigos com a temática Aromaterapia e óleos essenciais e sua relação a qualidade do sono, mediante a leitura os artigos foram submetidos a critérios de inclusão e de exclusão, dentro os de inclusão foram considerados artigos originais, que abordassem o tema e permitissem acesso integral ao conteúdo do estudo, publicados no período de 2015 a 2023, em português e em inglês. O critério de exclusão foi imposto naqueles trabalhos que não estavam nesses idiomas, e que não se relacionassem com o objetivo do estudo. Assim, totalizaram-se 31 artigos científicos para a revisão narrativa da literatura. Resultados e Discussões: Determinados óleos essenciais, lavanda e camomila, têm demonstrado potencial significativo na redução da insônia e na promoção de um sono mais profundo. A interação desses compostos com receptores no sistema nervoso central parece desempenhar um papel crucial com os seus efeitos benéficos, de forma a considerar os mecanismos subjacentes a esses efeitos. A aromaterapia, ao inalar os óleos essenciais, pode influenciar o sistema límbico, regulando a atividade cerebral associada às emoções e ao sono. Além disso, a liberação de certos compostos durante a inalação pode impactar os neurotransmissores, como a serotonina, que desempenham um papel na regulação do sono. Conclusão: Em suma, os óleos essenciais, notadamente a lavanda, demonstra promissor potencial na melhoria da qualidade do sono. Embora os resultados sejam encorajadores, é essencial continuar pesquisando para validar consistentemente esses efeitos e compreender completamente os mecanismos subjacentes. A individualidade na resposta aos óleos essenciais destaca a importância de abordagens personalizadas. Diante disso, considerando o impacto positivo observado, a inclusão cuidadosa desses recursos naturais pode oferecer uma opção complementar valiosa para aqueles que buscam aprimorar seu sono de maneira natural.
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Silva et. al.
Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences
Volume 6, Issue 2 (2024), Page 1031-1049.
Influência dos Óleos Essenciais na Melhoria do Sono:
Uma Revisão Científica
Thainara Pereira da Silva1, Ítalo íris Boiba Rodrigues da Cunha2, Jefferson
Raimundo de Almeida Lima3, Kaísa Lindomara dos Santos Figueiredo4,
Fabiola Gondim Medeiros Chaves5 , Thaiana de Souza6, Itiel Elanã Soares
Alencar7, Maitê Bonfim Nogueira Silveira8, Sandoval Fernando Cardoso de
Freitas Junior9, Sara Regina Moura de Freitas10, Pedro Afonso Ribeiro
Mendes11, Lívia Cruz de Mendonça12
Revisão de Literatura
Resumo
Introdução: A qualidade do sono desempenha um papel fundamental na promoção da
saúde e do bem-estar. Neste artigo, exploraremos a fascinante influência dos óleos
essenciais na melhoria do sono. À medida que buscamos abordar as propriedades
relaxantes e terapêuticas desses óleos, examinaremos como sua aplicação pode ser uma
estratégia eficaz para otimizar a qualidade do sono e proporcionar benefícios para o
corpo e a mente. Objetivos; Analisar a melhora do sono, por meio dos óleos essenciais.
Metodologia: A pesquisa foi realizada através do acesso online nas bases de Scientific
Electronic Library Online (SCIELO), PubMed, Literatura Latino-Americana do Caribe em
Ciências da Saúde (LILACS), no mês de janeiro de 2024. Foi realizada a interpretação
analítica dos artigos com a temática Aromaterapia e óleos essenciais e sua relação a
qualidade do sono, mediante a leitura os artigos foram submetidos a critérios de
inclusão e de exclusão, dentro os de inclusão foram considerados artigos originais, que
abordassem o tema e permitissem acesso integral ao conteúdo do estudo, publicados
no período de 2015 a 2023, em português e em inglês. O critério de exclusão foi imposto
naqueles trabalhos que não estavam nesses idiomas, e que não se relacionassem com o
objetivo do estudo. Assim, totalizaram-se 31 artigos científicos para a revisão narrativa
da literatura. Resultados e Discussões: Determinados óleos essenciais, lavanda e
camomila, têm demonstrado potencial significativo na redução da insônia e na
promoção de um sono mais profundo. A interação desses compostos com receptores
no sistema nervoso central parece desempenhar um papel crucial com os seus efeitos
benéficos, de forma a considerar os mecanismos subjacentes a esses efeitos. A
aromaterapia, ao inalar os óleos essenciais, pode influenciar o sistema límbico,
regulando a atividade cerebral associada às emoções e ao sono. Além disso, a liberação
de certos compostos durante a inalação pode impactar os neurotransmissores, como a
serotonina, que desempenham um papel na regulação do sono. Conclusão: Em suma,
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os óleos essenciais, notadamente a lavanda, demonstra promissor potencial na melhoria
da qualidade do sono. Embora os resultados sejam encorajadores, é essencial continuar
pesquisando para validar consistentemente esses efeitos e compreender
completamente os mecanismos subjacentes. A individualidade na resposta aos óleos
essenciais destaca a importância de abordagens personalizadas. Diante disso,
considerando o impacto positivo observado, a inclusão cuidadosa desses recursos
naturais pode oferecer uma opção complementar valiosa para aqueles que buscam
aprimorar seu sono de maneira natural.
Palavras Chaves: Aromaterapia; Distúrbio do Sono; Insônia; Qualidade de Vida.
INFLUENCE OF ESSENTIAL OILS ON IMPROVING SLEEP: A
SCIENTIFIC REVIEW
Abstract
Introduction: Sleep quality plays a fundamental role in promoting health and well-being.
In this article, we will explore the fascinating influence of essential oils on improving
sleep. As we look to address the relaxing and therapeutic properties of these oils, we
will examine how their application can be an effective strategy for optimizing sleep
quality and providing benefits for the body and mind. Objectives: Given the above, the
objective of the study is to analyze the improvement of sleep through essential oils.
Methodology: The research was carried out through online access in the Scientific
Electronic Library Online (SCIELO), PubMed, Latin American Caribbean Literature in
Health Sciences (LILACS). in the month of January 2024. Analytical interpretation of
articles was carried out on the theme Aromatherapy and essential oils and their
relationship to sleep quality. Upon reading, the articles were subjected to inclusion and
exclusion criteria, within the inclusion criteria articles were considered originals, which
addressed the topic and allowed full access to the study content, published between
2015 and 2023, in Portuguese and English. The exclusion criterion was imposed on those
works that were not in these languages, and that were not related to the objective of
the study. Thus, there were a total of 31 scientific articles for the narrative literature
review. Results and Discussions: Certain essential oils, such as lavender and chamomile,
have shown significant potential in reducing insomnia and promoting deeper sleep. The
interaction of these compounds with receptors in the central nervous system appears
to play a crucial role in these beneficial effects. It is crucial to consider the mechanisms
underlying these effects. Aromatherapy, by inhaling essential oils, can influence the
limbic system, regulating brain activity associated with emotions and sleep. Additionally,
the release of certain compounds during inhalation can impact neurotransmitters, such
as serotonin, which play a role in regulating sleep. Conclusion: In short, essential oils,
notably lavender, demonstrate promising potential in improving sleep quality. While the
results are encouraging, it is essential to continue research to consistently validate these
effects and fully understand the underlying mechanisms. Individuality in response to
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essential oils highlights the importance of personalized approaches. Therefore,
considering the positive impact observed, the careful inclusion of these natural
resources can offer a valuable complementary option for those looking to improve their
sleep naturally.
Keywords: Aromatherapy; Sleep Disorder; Insomnia; Quality of life.
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0
International
License.
Dados da publicação: Argo recebido em 31 de Dezembro e publicado em 11 de Fevereiro de 2024.
DOI: https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n2p1031-1049
Autor correspondente: Thainara Pereira da Silva, email: thainarapereira86360@gmail.com
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1. INTRODUÇÃO
O sono é um processo biológico intrincado que se intercala com períodos de
vigília. A regulação dos estados de sono e de vigília envolve complexas modulações
hormonais e neurais, tornando o sono uma função biológica essencial para diversos
aspectos, como a consolidação da memória, a visão binocular, a termorregulação, a
conservação e restauração de energia, além da restauração do metabolismo energético
cerebral. Além disso, distúrbios do sono podem acarretar impactos negativos, como
déficits cognitivos, alterações metabólicas e problemas psicológicos. A baixa qualidade
do sono e a insuficiência de sono estão associadas a condições patológicas, como
obesidade, distúrbios mentais, hipertensão arterial e diabetes (Murillo et al., 2017).
A qualidade do sono desempenha um papel crucial em diversas funções noturnas,
como o metabolismo, a liberação hormonal e a interação imunológica. Manter um padrão
regular de sono é essencial para equilibrar aspectos psíquicos, emocionais e metabólicos,
além de restaurar a disposição para as atividades diárias. A prática consistente do sono é
considerada fundamental para a conservação de energia, a consolidação da memória e a
proteção do sistema imunológico (Peres, 2016).
A falta de sono se acumula diariamente, resultando em um débito que pode levar
ao aumento da sonolência, afetando julgamento e desempenho. Recomenda-se dormir
aproximadamente de 7 a 8 horas por dia para evitar esses efeitos adversos (Mota, 2018).
Além disso, observou-se que o sono tem impacto intrínseco na pele. Indivíduos que
dormem a quantidade adequada apresentam uma pele de melhor qualidade. Aqueles que
sofrem com a falta de sono ou dormem menos do que o necessário experimentam uma
regeneração mais lenta da barreira cutânea quando expostos a agentes estressores. Essas
pessoas têm uma capacidade 30% menor de manter a hidratação da pele, o que pode
acelerar os sinais de envelhecimento, resultando em rugas mais pronunciadas, perda de
elasticidade e de insatisfação com a própria aparência (Amorim et al., 2022).
Aromaterapia é uma prática que busca promover a saúde e o bem-estar físico,
mental e emocional, utilizando os aromas naturais das plantas através de seus óleos
essenciais de maneira terapêutica. Os óleos essenciais, provenientes de diversas partes
das plantas, são substâncias complexas, voláteis e com fragrância variável. Esses óleos
são, predominantemente, produzidos por famílias de plantas como Lauraceae,
Myrtaceae, Labiateae, Rutaceae, Umbeliferaceae, entre outras, como parte do
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metabolismo secundário das plantas aromáticas (Buchebauer, 2004).
Diante do exposto, o objetivo do estudo é analisar a melhora do sono, por meio
dos óleos essenciais.
.
2. METODOLOGIA
Foi realizada a interpretação analítica dos artigos com a temática Aromaterapia e
óleos essenciais e sua relação com a qualidade do sono, mediante a leitura dos artigos
foram submetidos a critérios de inclusão e de exclusão, dentro os de inclusão foram
considerados artigos originais, que abordassem o tema e permitissem acesso integral ao
conteúdo do estudo, publicados no período de 2015 a 2023, em português e em inglês. O
critério de exclusão foi imposto naqueles trabalhos que não estavam nesses idiomas, e
que o se relacionassem com o objetivo do estudo. Assim, totalizaram-se 31 artigos
científicos para a revisão narrativa da literatura.
Além do que foram verificadas as referências dos artigos encontradas para
examinar se havia outros artigos com relevância para o presente estudo, que não se
constou na primeira pesquisa realizada. Dessa forma, a partir da observação dos autores
mencionados nas referências foram incluídos outros artigos de revisão sendo eles do ano
de 1991 a 1997.
A pesquisa foi realizada através do acesso online nas bases de Scientific Electronic
Library Online (SCIELO), PubMed, Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciências
da Saúde (LILACS), no mês de janeiro de 2024. Para a busca das obras foram utilizadas
as palavras-chaves presentes nos descritores em Ciências da Saúde (DeCS): em
português: Aromaterapia”, “Distúrbio do Sono”, “Insônia”, “Qualidade de Vida”.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Aspectos da Aromaterapia
De acordo com Miller (1991), a origem exata da primeira extração de óleos
essenciais por destilação não pode ser precisamente datada. O autor sugere que as
primeiras destilações tinham como objetivo a obtenção do álcool de vinho, conhecido
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como "espírito", presente no mel fermentado. Este evento provavelmente ocorreu após o
dilúvio, conforme mencionado nas escrituras hebraicas. Embora a milhares de anos, ervas
aromáticas, bálsamos e resinas fossem usados em cerimônias religiosas ou de sacrifícios
para embalsamar cadáveres, não há documentos claros relatando o uso isolado de óleos
essenciais (Stanway, 1993).
Os primeiros registros do uso de produtos naturais no tratamento de doenças
remontam a mais de 2000 anos a.C., nos textos sânscritos dos Ayurvedas. Esse sistema
de medicina, o mais antigo do mundo, é amplamente praticado na Índia, especialmente
em áreas rurais, onde mais de 70% da população reside (Gotay et al., 2002).
Pedanius Dioscórides, médico grego do primeiro século a.C., escreveu o tratado
"De Matéria Médica", abordando a eficácia terapêutica de substâncias naturais de origem
animal, vegetal e mineral. O volume sobre ervas contido no Códice da Biblioteca
Nacional de Nápoles descreve, em 170 páginas ilustradas, todas as plantas medicinais da
época, seus habitats e usos terapêuticos (Norton, 2006).
Em 1920, o cientista francês Maurice René de Gattefossé introduziu o termo
aromaterapia pela primeira vez. Sua inspiração veio de uma experiência pessoal em seu
laboratório de perfumes, onde, após queimar o braço, ele imergiu na pressa em um barril
de líquido contendo NOx Ph232, também conhecido como óleo de lavanda.
Surpreendentemente, o óleo proporcionou alívio imediato da dor, sem os habituais sinais
de queimaduras, como vermelhidão, calor, inflamação, bolhas e cicatrizes, resultando na
completa cura da queimadura (Lichtinger, 2006).
Após séculos de utilização empírica de preparações à base de ervas, no início do
século XIX, foram identificados os primeiros princípios ativos de plantas biologicamente
ativas. Esse marco inaugurou uma nova era na pesquisa e aplicação de plantas aromáticas
e medicinais (PAM) (Coelho, 2009).
Diversas atividades biológicas estão associadas a essas plantas, como: a) ação
antibacteriana, b) propriedades antioxidantes, c) efeito antifúngico, d) atividade antiviral,
e) potencial anticarcinogênico, f) efeito colérico, g) proteção hepática, h) ação larvicida
e/ou repelente, i) estímulo da atividade enzimática. Além disso, frequentemente, as
plantas são empregadas no tratamento de questões relacionadas ao sistema nervoso, como
ansiedade, insônia, anorexia e outros (Ferreira et al., 2006).
Os óleos essenciais (OE) são comumente utilizados na aromaterapia para ajudar a
aliviar os sintomas de ansiedade. Em comparação com os medicamentos convencionais,
os óleos essenciais apresentam menos efeitos colaterais e oferecem diversas formas de
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aplicação, incluindo a inalação. A maioria dos óleos essenciais estudados clinicamente
demonstrou efeitos ansiolíticos em modelos animais (Zhang, 2019).
A aromaterapia envolve a aplicação terapêutica de óleos essenciais, substâncias
utilizadas para equilibrar emoções, melhorar o bem-estar físico e mental. Esses óleos
atuam de várias maneiras no organismo e podem ser absorvidos por meio da inalação
pelas vias aéreas, aplicação tópica ou ingestão (Gnatta, 2011).
3.2 Distúrbio do Sono
O sono é um estado reversível que contrasta com a vigília, caracterizada por
intensa atividade motora, alta responsividade e um ambiente neuroquímico propício ao
processamento de informações e interação com o entorno. A alternância entre sono e
vigília segue um ritmo circadiano, variando conforme a idade, sexo e características
individuais. A regulação homeostática do sono envolve citocinas, fatores neuro-humorais
e endócrinos (Chokroverty S, 2010).
Dois mecanismos fundamentais regulam o ciclo sono-vigília: o impulso
homeostático para o sono, que resulta do acúmulo de adenosina após períodos
prolongados de vigília, e o ciclo circadiano, controlado pelo núcleo supraquiasmático do
hipotálamo, que promove o despertar. Pela manhã, o impulso homeostático é mínimo, e
influências excitatórias circadianas levam ao despertar. Ao longo do dia, o impulso
homeostático e a atividade excitatória circadiana aumentam, diminuindo à noite e
iniciando o sono (Chokroverty S, 2010).
O ciclo sono-vigília está ligado ao fotoperiodismo, influenciado pela luz
ambiente durante o dia e pela produção de melatonina à noite, que desempenha um papel
crucial no início e na manutenção do sono. A regulação do ciclo sono-vigília pode ser
prejudicada por alterações em qualquer um desses mecanismos. A luz desempenha um
papel essencial na sincronização do relógio circadiano com o ambiente externo, sendo
transmitida ao núcleo supraquiasmático pelo trato retino-hipotalâmico, onde ocorre a
regulação do ciclo circadiano endógeno através do controle da secreção de melatonina.
Os níveis plasmáticos de melatonina aumentam antes do horário normal de sono,
atingindo o pico próximo ao ponto mais baixo da temperatura central corporal (Gulyani
et al., 2012).
A segunda versão da Classificação Internacional de Transtornos do Sono (ICSD-
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2), lançada pela Academia Americana de Medicina do Sono em 2005, identifica mais de
90 tipos distintos de transtornos do sono. Essa classificação se baseia em oito categorias,
incluindo grupos de sintomas que serão apresentados a seguir, como insônia, Síndrome
de Excessiva Sonolência Diurna (SED), dificuldade em adormecer no horário desejado e
eventos anormais durante o sono (Neves et al., 2013).
A insônia é o transtorno do sono mais comum na população, representando um
significativo problema de saúde pública. Seus principais fatores de risco incluem
envelhecimento, gênero feminino, presença de comorbidades, trabalho por turnos, e
possivelmente, desemprego e status socioeconômico mais baixo. O diagnóstico da insônia
envolve uma avaliação clínica abrangente, considerando a história do sono, anamnese
médica detalhada, uso de medicamentos e a avaliação de transtornos psiquiátricos
(Gulyani, 2012).
As queixas associadas à insônia frequentemente incluem dificuldade em iniciar
o sono, despertares noturnos frequentes com dificuldade para retornar ao sono, despertar
precoce e persistente sonolência ou fadiga durante o dia. Conforme definido pela ICSD-
2, a insônia é uma condição debilitante caracterizada pela dificuldade em iniciar ou
manter o sono, ou pela qualidade do sono, apesar de oportunidades adequadas para
dormir. No entanto, para o diagnóstico de insônia, é necessário observar também a
presença de disfunção diurna associada, além dos sintomas específicos da insônia
(Schutte- Rodin et al., 2008).
A insônia pode estar relacionada a outros transtornos do sono, atualmente, a
ICSD-2 classifica a insônia como primária ou secundária, dependendo da presença de
uma etiologia médica, psiquiátrica ou induzida por medicamentos. Os sintomas da insônia
primária podem ser agudos, de curta duração ou crônicos, persistindo por mais de três
meses. Nesse último caso, pode-se caracterizar como insônia psicofisiológica, paradoxal
ou idiopática (Gulyani S, 2012).
A insônia psicofisiológica é um transtorno comportamental em que uma
preocupação excessiva com a incapacidade de dormir adequadamente e suas possíveis
consequências, sendo também conhecida como insoniofobia. Essa preocupação excessiva
e o agravamento do quadro clínico apresentada pelo paciente (Schutte- Rodin et al.,
2008).
O esforço consciente para induzir o sono pode resultar em maior excitação
psicológica, contribuindo para um condicionamento negativo em relação ao sono. A
insônia paradoxal é uma forma grave ou quase total de insônia, que excede,
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consideravelmente, as evidências objetivas de transtornos do sono, não condizendo com
o grau de déficit relatado durante o dia. Em muitos casos, pode haver um "equívoco"
quanto à gravidade do transtorno de sono, uma característica que pode ser observada em
diversos distúrbios de insônia (Neves et al., 2013).
A insônia idiopática é uma queixa persistente de insônia com início gradual
durante a infância ou início da infância, sem associação a fatores precipitantes ou
perpetuadores específicos. Geralmente, não remissão sustentada, e a condição pode
persistir ao longo do tempo. A insônia aguda está frequentemente relacionada a eventos
ou situações estressantes, como mudança de emprego, perda de um ente querido,
problemas conjugais, prazos rigorosos ou alterações no ambiente de sono, sendo
conhecida como insônia de ajuste. Eventos desencadeantes são facilmente identificáveis,
facilitando o diagnóstico clínico (Neves et al., 2013).
A persistência da insônia aguda por algumas semanas pode estar associada a
doenças de curto prazo, recuperação pós-cirúrgica ou fatores estressores prolongados.
Toda insônia aguda tem o potencial de se tornar crônica se um fator perpetuante estiver
presente. A insônia crônica é clinicamente relevante, impactando muitas vezes o
funcionamento social e ocupacional, além de diminuir a qualidade de vida. Quando
associada a outras condições médicas ou psiquiátricas (insônia secundária), podem surgir
manifestações adicionais como dor crônica, desconforto físico, depressão, ansiedade e
estressores psicossociais (Lima, 2013).
A Síndrome da Excessiva Sonolência Diurna (SED) representa uma das queixas
mais comuns relacionadas ao sono, caracterizando-se pela incapacidade de permanecer
acordado e alerta durante o dia, resultando em sonolência e episódios não intencionais de
cochilos. A gravidade da sonolência varia, sendo mais pronunciada em situações
monótonas e ganhando relevância em contextos de risco, como dirigir veículos ou operar
maquinário pesado (Neves et al., 2013).
Em casos de sonolência extrema, os pacientes podem experimentar
comportamentos automáticos, nos quais continuam atividades motoras durante episódios
de sono sem terem consciência do ocorrido. A SED é um sintoma crônico, com uma
prevalência estimada entre 10% e 25% na população geral, e geralmente deve persistir
por pelo menos três meses para um diagnóstico adequado (Giorelli, 2012).
Diversas causas podem contribuir para a SED, sendo a síndrome do sono
insuficiente comportamental uma das mais comuns. Nesse contexto, os pacientes
enfrentam privação crônica de sono devido a compromissos de trabalho e outras
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obrigações sociais. Os principais fatores influenciadores da SED incluem a duração e
qualidade do sono, horário de despertar, condições médicas e neurológicas impactando
diretamente o sono (como depressão, ansiedade, epilepsia, hipotireoidismo e anemia), o
uso de medicamentos psicoativos e a presença de um transtorno primário do sono
associado à hipersonia (Chokroverty S, 2009).
Para garantir um sono de qualidade, é fundamental que o tempo desejado de sono
esteja alinhado com a propensão natural para dormir, guiada pelo ritmo circadiano. Desse
modo, transtornos do sono recorrentes podem surgir devido a alterações no sistema
circadiano ou de um desalinhamento entre a predisposição individual para dormir e o
ambiente físico e social de 24 horas (Gulyani S, 2012).
Além dos fatores fisiológicos e ambientais, comportamentos inadequados
também desempenham um papel significativo na manifestação e gravidade dos
Transtornos do Ritmo Circadiano (TRC). Os critérios gerais para o diagnóstico dos TRC,
de acordo com o ICDS-2, incluem um padrão persistente ou recorrente de transtornos do
sono, predominantemente, devido a alterações no sistema circadiano ou desalinhamento
entre o ritmo circadiano interno e fatores externos que impactam o momento ou a duração
do sono. Os TRC podem resultar em insônia, Síndrome da Excessiva Sonolência Diurna
(SED) ou ambos, e estão associados a prejuízos no funcionamento social, ocupacional ou
em outras áreas de atividade (Gulyani S, 2012).
Os eventos anormais durante o sono englobam as parassonias, tanto durante os
estágios sono sem movimentos pidos dos olhos (NREM) e sono com movimentos
rápidos dos olhos (REM), e os "transtornos de movimento relacionados ao sono",
principalmente a síndrome das pernas inquietas, movimento periódico das pernas e
epilepsia relacionada ao sono, conforme categorias da ICSD-2. Muitos eventos são
facilmente identificáveis, como a síndrome das pernas inquietas, movimento periódico
das pernas ou bruxismo relacionado ao sono, enquanto outros são mais complexos, como
o transtorno comportamental do sono REM, e transtornos do despertar, como
sonambulismo, terror noturno, despertar confusional e pesadelos (Littner et al., 2005).
Essas parassonias ocorrem durante o sono ou em sua transição, resultando em
despertares secundários a distúrbios motores, comportamentais ou experiências
sensoriais, como sonhos, alucinações e transtornos autonômicos. Esses eventos podem
levar à fragmentação do sono, às vezes representando riscos para o paciente e seu parceiro
(Littner et al., 2005).
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3.2.1 A importância do Sono para a Saúde
A excelência do sono emerge como uma das cinco facetas cruciais na análise de
um padrão saudável de sono-vigília, adaptado às distintas exigências individuais, sociais
e ambientais, proporcionando equilíbrio físico e mental. Como uma necessidade basal
humana, o sono figura como uma das temáticas mais prementes, dada a robusta evidência
de que sua privação e distúrbios reverberam em processos metabólicos e inflamatórios,
desencadeando amplos e adversos impactos na saúde (Colten, 2006).
No âmbito da qualidade do sono, estudos revelam que uma qualidade deficiente
está correlacionada a taxas mais elevadas de mortalidade e maior incidência de síndrome
metabólica, diabetes, hipertensão, doença coronariana e depressão. Além disso, distúrbios
do sono, refletindo em baixa qualidade, frequentemente se associam a acidentes de
trânsito e de trabalho, resultantes da sonolência diurna excessiva. Os prejuízos da
qualidade do sono permeiam as atividades cotidianas, impactando o desempenho
profissional e a qualidade de vida de forma generalizada, gerando consequências
marcantes nos âmbitos social e econômico (Hublin et al., 2011).
É crucial garantir um boa noite de sono para promover o adequado funcionamento
físico e mental. Privar-se do descanso necessário equipara-se a um estado de embriaguez
leve, comprometendo funções motoras e discernimento. A falta de sono pode resultar em
distúrbios imediatos, como apatia diurna e fadiga, além de impactos a longo prazo, como
perda de memória e doenças imunológicas (Oliveira et al., 2016).
3.2.2 Óleos Essenciais e suas Propriedades Terapêuticas
Os óleos essenciais são substâncias voláteis não gordurosas, produzidas pelo
metabolismo secundário das plantas. Sua classificação se baseia na estrutura molecular,
abrangendo categorias como monoterpenos, sesquiterpenos, álcoois, aldeídos, ésteres,
fenóis, éteres, óxidos, peróxidos, furanos, lactonas e ácidos, além de grupos funcionais
relacionados à atividade bioquímica. Esses componentes ativos são amplamente
reconhecidos na indústria alimentícia, sendo utilizados para intensificar sabores, na
produção de inseticidas, tintas, cosméticos e perfumes (Kumar, 2012).
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Cada óleo essencial pode conter até 300 componentes, explicando sua ampla
gama de aplicações terapêuticas, agindo em diversos sistemas do corpo e influenciando
até mesmo a psique. Alguns dos constituintes comuns incluem limoneno, pineno, mentol,
terpinen-4-ol, linalol, cinamaldeído, cetonas, verbenona, piperitona, acetato linalílico,
eugenol, timol, carvacrol, 1,8-cineol (eucaliptol), miristicina, mentofurano e bergapteno
(Wolffenbuttel, 2016).
Embora a função do óleo essencial seja frequentemente atribuída à ação do
componente majoritário, pesquisas indicam que os efeitos não seguem sempre essa lógica,
ocorrendo muitas vezes por uma sinergia entre os componentes, resultando em uma nova
atividade combinada (Wolffenbuttel, 2016).
Outro aspecto fascinante nos óleos essenciais refere-se às variações dentro da
mesma espécie de planta, levando a diferentes percentuais de compostos e gerando novos
quimiotipos, ou seja, óleos com propriedades terapêuticas distintas. Fatores como solo,
horário de colheita, região de origem e métodos de extração também desempenham um
papel significativo nessas variações (Nascimento, 2020).
Os óleos essenciais possuem diversas propriedades terapêuticas que podem variar
de acordo com suas composições específicas. Alguns exemplos incluem: a) Relaxamento
e Alívio do Estresse: Óleos como lavanda, camomila e bergamota são conhecidos por
suas propriedades relaxantes, ajudando a reduzir o estresse e promover a calma b)
Estimulação e Energia: Óleos cítricos, como limão e laranja, são frequentemente
utilizados para aumentar a energia, melhorar o humor e proporcionar sensação de
vitalidade. C) Antisséptico e Antibacteriano: Óleos como tea tree, eucalipto e hortelã-
pimenta possuem propriedades antissépticas e antibacterianas, sendo utilizados para
limpeza e combate a infecções. d) Alívio de Dores: Óleos como gengibre, hortelã-pimenta
e eucalipto podem ter propriedades analgésicas, proporcionando alívio para dores
musculares e articulares. e) Melhoria do Sono: Lavanda, bergamota e camomila são
conhecidas por suas propriedades relaxantes que auxiliam na melhoria da qualidade do
sono. f) Propriedades Anti-inflamatórias: Óleos como incenso e lavanda podem ter
propriedades anti-inflamatórias, úteis para reduzir inflamações e promover a saúde da
pele.
3.2.3 Aromaterapia como Abordagem para a Melhoria do Sono
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A lavanda, pertencente ao gênero Lavandula e da família Lamiaceae, é
reconhecida por oferecer diversos benefícios, destacando-se em tratamentos alternativos
e naturais para ansiedade e insônia. Originária da Europa, atualmente é cultivada em
países como Hungria, França e Índia (Silvia, 2001).
Neuwirth (2008) destaca que a lavanda, junto com o cipreste e a hortelã-pimenta,
possui propriedades adstringentes, sedativas, antibacterianas e regeneradoras, sendo
empregadas na indústria de cosméticos devido ao custo de produção acessível.
O óleo essencial de lavanda, segundo o mesmo estudo, demonstra efeitos
relaxantes e sedativos, atuando no sistema nervoso central para reduzir sintomas de
ansiedade e insônia. Compostos químicos como linalil, acetato, linalol, cariofileno,
acetato de lavandulina, cineol e geraniol são identificados na lavanda, sendo que
componentes como linalol e linalil acetato podem estimular a produção de melatonina,
um hormônio essencial para o controle do sono. Este hormônio é reconhecido na literatura
por reduzir distúrbios leves de sono, como a insônia, e atua como calmante no sistema
nervoso central, contribuindo para tratamentos de ansiedade leve. Na aromaterapia,
prática milenar, a lavanda é amplamente utilizada devido à sua capacidade de promover
o controle emocional, reduzir a tensão corporal e aliviar o estresse (Dórea et al., 2021)
A aromaterapia tem sua base diretamente relacionada a um estudo conhecido
como "homologia", originado do grego e que se refere a um tratado sobre aromas,
explorando a pesquisa de odores e fragrâncias (Dórea et al., 2021)
Focando especificamente no óleo essencial de lavanda, a pesquisa sobre seu
impacto no tratamento da ansiedade destaca benefícios distintos, desde a facilidade de
acesso até a composição que promove efeitos no sistema nervoso central. O óleo essencial
de lavanda da espécie Lavandula angustifólia é um dos mais prevalentes e
comercializados no mercado de aromaterapia. Esta espécie, pertencente ao gênero
Lavandula, é um membro significativo da família Lamiaceae, com uma relevância
medicinal bem estabelecida. O óleo é extraído de flores ou plantas secas, comumente
cultivadas no Mediterrâneo por razões ornamentais (Neuwirth, 2008).
As propriedades analgésicas, sedativas e antioxidantes são fatores que
contribuem para a popularidade do óleo de lavanda. Dada a presença dessas atividades,
várias pesquisas têm sido conduzidas para explorar o óleo essencial de lavanda como um
produto fitoterápico (Dórea et al., 2021)
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3.3.3 Formas de aplicação dos Óleos Essenciais
Através da inalação, o óleo essencial (OE) ativa o sistema olfativo pelo bulbo e
nervos olfativos, estabelecendo uma conexão direta com o Sistema Nervoso Central. Esse
processo estimula o sistema límbico, responsável pelo controle da memória, impulsos,
sexualidade, emoção e reações instintivas. Na absorção cutânea, o óleo essencial é
absorvido e transportado pela circulação sanguínea, alcançando órgãos e tecidos do corpo.
Quando ingerido, suas moléculas são absorvidas pelo intestino e distribuídas pelos
diversos tecidos corporais (Gnatta, 2011).
Em termos de relevância etnofarmacológica, a inalação de Lavandula
angustifolia (lavanda) tem sido tradicionalmente utilizada na medicina popular para tratar
a ansiedade. Estudos clínicos e em animais têm apoiado seu efeito ansiolítico, embora o
mecanismo de ação ainda não seja completamente compreendido. Tanto a inalação
quanto a administração oral são métodos comuns nos ensaios pré-clínicos e clínicos. A
massagem foi aplicada exclusivamente nos ensaios clínicos, enquanto a injeção
intraperitoneal foi utilizada apenas em experimentos pré-clínicos (Freitas, 2022).
Um estudo recente conduzido no Hospital Surrey Oakland, no Reino Unido,
investigou o efeito do óleo essencial (OE) de L. angustifolia no tratamento aroma
terapêutico de pacientes com ansiedade e depressão. Os pacientes foram submetidos a
massagens com o óleo essencial diluído em óleo mineral ao longo de 12 semanas (Freitas,
2022).
Conforme investigado por Grune-Baum et al. (2011), que examinaram os efeitos
do óleo essencial (OE) de lavanda por meio do método de olfação, observou-se que o OE
aumenta a atividade parassimpática do Sistema Nervoso Central (SNC), promovendo
relaxamento. Em um ensaio clínico controlado, a combinação de aromaterapia e
massagem apresentou resultados superiores nas avaliações subjetivas em comparação
com as análises objetivas.
Alves (2018) mencionou a eficácia comprovada em estudos envolvendo
cápsulas comerciais Lasea®, contendo 80 mg de óleo essencial de lavanda, no tratamento
de ansiedade, insônia e outros transtornos. Essa combinação demonstrou resultados
positivos, aliviando sintomas de ansiedade, insônia e agitação.
A interação da aromaterapia no cérebro ocorre através de formas voláteis
quando inaladas. Uma porcentagem mínima do óleo essencial ativa o sistema olfativo,
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estimulando o Sistema Nervoso Central por meio do bulbo e nervos olfativos. Esse
estímulo é conduzido ao Sistema Límbico, que desempenha um papel crucial no controle
da memória, emoção, sexualidade, impulsos e reações instintivas. A parte restante do óleo
inalado percorre o sistema respiratório e alcança a corrente sanguínea (Takeda et al.,
2008).
Tanto a Aromaterapia quanto a Homeopatia permitem trabalhar com diversas
faixas de concentração da substância ativa escolhida. Na Aromaterapia, os óleos
essenciais atuam de acordo com a concentração escolhida, impactando aspectos físicos,
mentais ou emocionais, da maior para a menor concentração, respectivamente. Assim, a
dosagem escolhida é determinada para alcançar um estado de alerta emocional,
requerendo apenas uma pequena concentração dos princípios ativos presentes nos óleos
essenciais, suficientes apenas para estimular os sensores olfativos e acessar as memórias
emocionais no Sistema Límbico (Freitas, 2022)
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em conclusão, a pesquisa sobre a influência dos óleos essenciais na melhoria do
sono aponta para uma abordagem terapêutica valiosa e promissora. A vasta gama de
benefícios observados, incluindo a promoção de um sono mais repousante, destaca o
potencial significativo desses óleos na gestão dos padrões de sono. A comparação
favorável com os medicamentos tradicionais, evidenciando menos efeitos colaterais e a
diversidade de formas de aplicação, reforça a atratividade dessa alternativa na prática
clínica.
Diante desses achados, a utilização terapêutica dos óleos essenciais surge como
uma estratégia promissora, incentivando a exploração contínua e o desenvolvimento de
intervenções mais específicas. Ao priorizar a melhoria da qualidade do sono, esses óleos
se posicionam como recursos valiosos para promover a saúde integral e a qualidade de
vida.
A atratividade dos óleos essenciais reside não apenas na sua eficácia, mas
também na variedade de formas de aplicação, com destaque para a aromaterapia. Essa
abordagem se revela não apenas como uma alternativa eficiente, mas também como uma
opção mais holística, considerando o bem-estar físico e mental.
Dessa forma, a aplicação terapêutica dos óleos essenciais surge como uma
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estratégia promissora para melhorar a qualidade do sono, contribuindo assim para uma
abordagem mais abrangente da saúde e do equilíbrio geral do indivíduo.
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Article
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Resumo O objetivo deste artigo é identificar a prevalência de perda da qualidade do sono em mulheres climatéricas e os fatores associados. Estudo quantitativo, transversal e analítico, cujas variáveis foram investigadas por questionário estruturado/pré-testado e pelo Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh, em 819 mulheres climatéricas assistidas pela Estratégia Saúde da Família. Regressão de Poisson simples foi utilizada para triagem das variáveis (p < 0, 25). Para a modelagem hierarquizada foi utilizada a regressão de Poisson, adotando nível de significância de 5%. Identificou-se perda de qualidade do sono em 67% da amostra. Variáveis como idade avançada (RP = 1,09; IC = 1,03 – 1,16), sintomas climatéricos moderados e intensos (RP = 1,18; IC = 1,10 – 1,27), ansiedade moderada e grave (RP = 1,17; IC = 1,10 – 1,25), depressão moderada/grave (RP = 1,08; IC = 1,01 – 1,15) e artrite/artrose/reumatismo (RP = 1,07; IC = 1,01 – 1,14) demonstraram associações estatisticamente significativas com a perda de qualidade do sono. A perda de qualidade do sono foi altamente prevalente na população estudada. Os fatores associados à perda da qualidade do sono foram idade avançada, sintomas climatéricos de moderados a intensos, ansiedade e depressão moderada a intensa e presença de artrite/artrose/reumatismo.
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Resumo A sonolência excessiva diurna (SED) é uma queixa prevalente e com grande impacto na qualidade de vida e na produtividade laborativa, além de trazer potenciais riscos de acidentes individuais e populacionais. Pacientes com doenças neurológicas, psiquiátricas, clínicas, além das próprias doenças do sono, com frequência se queixam de SED, cansaço e fadiga. O reconhecimento e o pronto tratamento desses sintomas e suas causas é importante. A abordagem pode ser farmacológica, não-farmacológica ou ambas. O acompanhamento deve ser criterioso e deve estimular a aderência, para que as melhorias na SED sejam de longo prazo. Palavras-chave: hipersonia; sonolência excessiva; narcolepsia; fadiga; depressão; polissonografia; transtornos intrínsecos do sono. Abstract Excessive daytime sleepiness (EDS) is a common and prevalent complaint with a great impact in quality of life and labor productivity, thus increasing potential life-threatening situations for the patient itself and the population. Patients with neurological, psychiatric, clinical disorders besides primary sleep disorders often complain of EDS, tiredness and fatigue. The recognition and prompt treatment of these symptoms and their causes are important. The approach can be pharmacological, non-pharmacological or both. Monitoring must be careful and should encourage adherence for improvements in EDS are long term.
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Since publication of the first edition in 1994, the second edition in 1999, and the third edition in 2009, many new advances in sleep medicine have been made and warrant a fourth edition. This comprehensive text features 19 additional chapters and covers basic science, technical and laboratory aspects and clinical and therapeutic advances in sleep medicine for beginners and seasoned practitioners. With the discovery of new entities, many new techniques and therapies, and evolving basic science understanding of sleep, Sleep Disorders Medicine, Fourth Edition brings old and new knowledge about sleep medicine together succinctly in one place for a deeper understanding of the topic. Neurologists, internists, family physicians, pediatricians, psychiatrists, psychologists, otolaryngologists, dentists, neurosurgeons, neuroscientists, intensivists, anesthesiologists as well as those interested in advancing their knowledge in sleep and its disorders, will find this edition to be an invaluable resource to this bourgeoning field.
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Essential oils are usually used in aromatherapy to alleviate anxiety symptoms. Compared to traditional drugs, essential oils have fewer side effects and more diversified application ways including inhalation. This review provides a comprehensive overview of studies on anxiolytic effects of essential oils in preclinical and clinical trials. Most of the essential oils that used in clinical researches had been proved to be anxiolytic in animal models. Inhalation and oral administration were two common methods for essential oil administration in preclinical and clinical trials. Massage was only used in the clinical trials while intraperitoneal injection was only used in the preclinical trails. In addition to essential oils that are commonly used in aromatherapy, essential oils from many folk medicinal plants have also been reported to be anxiolytic. More than 20 compounds derived from essential oils have shown anxiolytic effect in rodents, while two-thirds of them are alcohols and terpenes. Monoamine neurotransmitters, amino acid neurotransmitters and hypothalamic-pituitary-adrenal axis are thought to play important roles in the anxiolytic effects of essential oils.
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Background: This study examined associations between physical activity (recreational, non-recreational) and sleep duration among a nationally representative diverse sample of U.S. adults. Methods: We used cross-sectional data from 9,205 National Health and Nutrition Examination Survey 2007-2012 participants aged 20-65 years who identified as White, Black, or Hispanic. Activity (i.e., recreation, occupation, and transportation activity) was categorized into quartiles. Sleep duration was categorized as short (≤6 hours/night) or normal (>6 to ≤9 hours/night). Logistic regression was used to estimate associations of activity with sleep duration. Results: Recommended levels of recreation activity and moderate levels of transportation activity were associated with normal sleep duration (Odds Ratio (OR): = 1.33, 95% Confidence Interval (CI) = 1.08, 1.65; OR= 1.28, 95% CI= 1.02, 1.62, respectively). High occupation physical activity was associated with shorter sleep duration (OR = 0.59, 95% CI = 0.49, 0.71). Differences were observed by race/ethnicity in associations of recreation and occupation activity with sleep duration. Conclusions: White individuals who engaged in some recreation activity, relative to being inactive, had more favorable sleep duration; whereas, high levels of occupation activity were associated with worse sleep duration among White and Black individuals. Physical activity was not associated with sleep duration among Hispanics.
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Clinical practice related to sleep problems and sleep disorders has been expanding rapidly in the last few years, but scientific research is not keeping pace. Sleep apnea, insomnia, and restless legs syndrome are three examples of very common disorders for which we have little biological information. This new book cuts across a variety of medical disciplines such as neurology, pulmonology, pediatrics, internal medicine, psychiatry, psychology, otolaryngology, and nursing, as well as other medical practices with an interest in the management of sleep pathology. This area of research is not limited to very young and old patients-sleep disorders reach across all ages and ethnicities. Sleep Disorders and Sleep Deprivation presents a structured analysis that explores the following: Improving awareness among the general public and health care professionals. Increasing investment in interdisciplinary somnology and sleep medicine research training and mentoring activities. Validating and developing new and existing technologies for diagnosis and treatment. This book will be of interest to those looking to learn more about the enormous public health burden of sleep disorders and sleep deprivation and the strikingly limited capacity of the health care enterprise to identify and treat the majority of individuals suffering from sleep problems. © 2006 by the National Academy of Sciences. All rights reserved.
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Journal of the History of Medicine and Allied Sciences 61.2 (2006) 218-220 Pedanius Dioscorides of Anazarbus in Cilicia wrote his book, known as an herbal or materia medica, about the middle of the first century CE. It was copied repeatedly throughout Europe, with some variations, over the next 1500 years. From 1906 to 1914, Dioscorides' Greek text was published in a definitive edition by Max Wellmann from various extant versions. Now Lily Y. Beck has rendered Wellmann's Greek edition into English. This is the only English translation of Dioscorides' remarkable book since the seventeenth century. About 1655, the botanist John Goodyer wrote an English translation from one of the Greek manuscripts. His version, edited by Robert T. Gunther, was not published until 1933. The most famous today of the early editions of Dioscorides is the Juliana Anicia Codex, now in Vienna, which was published about 512 CE. The edition prepared by Max Wellman, following Dioscorides' original organization, is divided into five "books": the first on medicinal plants affecting the senses of olfaction and taste; the second on animals or animal parts used for their medicinal value; the third on roots, juices, and seeds; the fourth containing more roots and herbs; and the fifth on various kinds of medicinal wines and minerals. The unique aspect of Dioscorides' method of presentation was that he listed plants not alphabetically by name, as did many herbals, but in groups with similar pharmacologic actions in the body, listing together types of plants such as those with sedative or anti-inflammatory properties. While Dioscorides did not follow this system for many of his remedies, his few instances show a sophisticated appreciation of the effects of plants beyond the Hippocratic/Galenic philosophy that all diseases and treatments were based on understanding the four humors of the body. This unique contribution of Dioscorides has been described in detail by John Riddle (Dioscorides on Pharmacy and Medicine, Austin, University of Texas Press, 1985). The translation by Lily Y. Beck makes Wellmann's Greek edition of Dioscorides' book available in English. Beck has done a remarkable job. The footnotes to the text are extensive and of great value in explaining obscure points. Over 550 plants, 80 animals or animal parts, and about 90 minerals are described. In the translation, each plant is listed by its Greek name followed by the English equivalent and the scientific name. This is followed by the translation of Dioscorides' text containing a brief description of the plant (habit of growth; description of leaves, roots, flowers, and seeds; and geographic location of those sources that offered the best pharmacologic activity). Then the part used, its properties, and the method of preparation and medical uses are given. Various types of adulteration of the product, especially for plants not grown locally, are often mentioned. Animals are treated somewhat differently. Most animals are not described in any detail, presumably because their identification was not as uncertain as that of herbs. A wide range of animals and animal parts are used, from locusts to milk from domestic animals and nursing women. Minerals and derivatives are described primarily by geographic location, such as earth from Chios or Lemnos, and methods of preparation are given in some detail, such as the preparation of verdigris (cupric acetate) from vinegar and copper. After the translation, two important indices to the book are appended: an index of plants, animals, and minerals, and an index of the medical conditions for which the agents were recommended by Dioscorides. The translation contains some awkward sentence constructions that may result in any translation in which a close approximation to the original language is used. In addition, there are many typographical errors in the text, but these do not alter the importance of having a new English translation of Dioscorides' book.
Article
Over the past 10 years, significant strides have been made in the understanding, development, and availability of sleep disorder therapeutics. In this review series, we discuss the current evidence surrounding the mechanisms of actions, indications, efficacy, and adverse side effects associated with the available armamentarium of sleep over-the-counter and pharmacotherapeutics. This article is the first of a two-part series that covers the therapeutics for insomnia and circadian rhythm disorders.
Article
The essential oil of Eucalyptus globulus (Myrtales: Myrtaceae) was evaluated for its chemical composition and insecticidal activity against the housefly, Musca domestica L. (Diptera: Muscidae). Chemical composition of E. globulus oil revealed 1,8-cineole (33.6%), α-pinene (14.2%) and d-limonene (10.1%) as major constituents, while vapour profile of E. globulus oil determined through solid phase microextraction (SPME) analysis showed 1,8-cineole (56.5%), α-pinene (16.9%), d-limonene (5.5%) and linalool acetate (3.4%) as principal components. Vapour phase of the oil showed increase in the contents of oxygenated monoterpenes. Insecticidal activity of E. globulus oil was assessed against larvae and pupae of housefly, through two different bioassays: contact toxicity and fumigation. Contact toxicity assay with larva showed lethal concentration, LC(50), between 2.73 and 0.60μl/cm(2) for different observation days while lethal time, LT(50), varied between 6.0 and 1.7 days. In fumigant assay for housefly larvae, LC(50) values of 66.1 and 50.1μl/l were obtained in 24h and 48h, respectively. Oil treated larvae showed surface shrinkage, spinous cells proliferation and bleb formation in scanning electron microscopy (SEM) observation. Pupicidal effectivity was measured in terms of percentage inhibition rate (PIR) which was 36.0-93.0% for contact toxicity and 67.9-100% for fumigation toxicity assay. Considerable activity of E. globulus oil against larvae and pupae of housefly demonstrates its potentiality as a viable option for the development of eco-friendly product for housefly control.