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SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS DE PROVISÃO PRESTADOS PELO ENTORNO DA RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL STOESSEL DE BRITO, NE, BRASIL

Authors:
  • Federal of University Rio Grande do Norte

Abstract and Figures

O Bioma Caatinga apresenta fisionomias variada em relação a estrutura e composição das espécies vegetais, em virtude aos fatores físicos e climáticos que compõem as paisagens secas. A cobertura vegetal atua como fonte de serviços ecossistêmicos de provisão para as comunidades desde o período de colonização, suprindo a necessidades humana e propiciando o mais adequado bem-estar. Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo identificar os serviços ecossistêmicos de provisão prestados pela zona do entorno da Reserva Particular do Patrimônio Natural Stoessel de Brito. Diferentes usos foram identificados no que se refere aos vegetais, com plantas onde, no total, foram citadas 27 espécies vegetais pelos moradores distribuídas em 18 família, as quais, 21 das espécies listadas são endêmicas da Caatinga, tendo apenas 6 exóticas. Também foram listadas 28 espécies da fauna distribuídos em 22 família e 04 grupos animais. Estes serviços permitem subsidio para a elaboração de ferramentas para a conservação da biodiversidade e dos ecossistemas.
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Revista Contemporânea, v. 3, n. 12, 2023. ISSN 2447-0961
Contemporânea
Contemporary Journal
3(12): 27425-27440, 2023
ISSN: 2447-0961
Artigo
SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS DE PROVISÃO
PRESTADOS PELO ENTORNO DA RESERVA
PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL STOESSEL
DE BRITO, NE, BRASIL
PROVISION ECOSYSTEM SERVICES PROVIDED IN THE
SURROUNDINGS OF THE STOESSEL DE BRITO PRIVATE
NATURAL HERITAGE RESERVE, NE, BRAZIL
DOI: 10.56083/RCV3N12-138
Recebimento do original: 10/11/2023
Aceitação para publicação: 11/12/2023
Camylla da Silva Dantas
Mestranda pelo Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente
(PRODEMA)
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Endereço R. Joaquim Gregório, 296, Caicó - RN, CEP: 59300-000
E-mail: dantasscamylla@gmail.com
Paulo Jerônimo Lucena de Oliveira
Doutorando em Geografia
Instituição: Universidade Estadual do Ceará (UECE)
Endereço: Av. Dr. Silas Munguba, 1700, Fortaleza-CE, CEP: 60714-903
E-mail: paulojeronimo.geo@gmail.com
Ana Liliane dos Santos Araújo
Mestranda pelo Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente
(PRODEMA)
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Endereço R. Joaquim Gregório, 296, Caicó - RN, CEP: 59300-000
E-mail: aniinhaaraujo23@gmail.com
Andreza Viana Fonseca
Graduada em Geografia
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Endereço R. Joaquim Gregório, 296, Caicó/RN, CEP: 59300-000
E-mail: andrezaviaana@gmail.com
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Assucena Nogueira Batista Dantas
Graduanda em Geografia
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Endereço R. Joaquim Gregório, 296, Caicó - RN, CEP: 59300-000
E-mail: assucenadentas@gmail.com
Isaías Alcântara de Araújo
Graduando em Geografia
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Endereço R. Joaquim Gregório, 296, Caicó - RN, CEP: 59300-000
E-mail: isaiasalcantara64@gmail.com
João Rafael Vieira Dias
Graduando em Geografia
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Endereço R. Joaquim Gregório, 296, Caicó - RN, CEP: 59300-000
E-mail: jrafael.ufrn@gmail.com
Kívia Soares de Medeiros
Graduanda em Geografia
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Endereço R. Joaquim Gregório, 296, Caicó - RN, CEP: 59300-000
E-mail: kiviasoares1205@gmail.com
RESUMO: O Bioma Caatinga apresenta fisionomias variada em relação a
estrutura e composição das espécies vegetais, em virtude aos fatores físicos
e climáticos que compõem as paisagens secas. A cobertura vegetal atua
como fonte de serviços ecossistêmicos de provisão para as comunidades
desde o período de colonização, suprindo a necessidades humana e
propiciando o mais adequado bem-estar. Neste sentido, o presente trabalho
teve como objetivo identificar os serviços ecossistêmicos de provisão
prestados pela zona do entorno da Reserva Particular do Patrimônio Natural
Stoessel de Brito. Diferentes usos foram identificados no que se refere aos
vegetais, com plantas onde, no total, foram citadas 27 espécies vegetais
pelos moradores distribuídas em 18 família, as quais, 21 das espécies
listadas são endêmicas da Caatinga, tendo apenas 6 exóticas. Também
foram listadas 28 espécies da fauna distribuídos em 22 família e 04 grupos
animais. Estes serviços permitem subsidio para a elaboração de ferramentas
para a conservação da biodiversidade e dos ecossistemas.
PALAVRAS-CHAVE: Caatinga, Serviços Ecossistêmicos, Unidade de
Conservação.
ABSTRACT: The Caatinga Biome presents varied physiognomies in relation
to the structure and composition of plant species, due to the physical and
climatic factors that make up the dry landscapes. Vegetation cover has acted
as a source of ecosystem services for communities since the period of
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colonization, meeting human needs and providing the most adequate well-
being. In this sense, the present work aimed to identify the ecosystem
services provided by the area surrounding the Stoessel de Brito Private
Natural Heritage Reserve. Different uses were identified with regard to
vegetables, with plants where, in total, 27 vegetables were mentioned by
residents distributed in 18 families, of which 21 of the special species are
endemic to the Caatinga, with only 6 specific species. 28 species of fauna
were also separated, distributed into 22 families and 04 groups of animals.
These services provide support for the development of tools for the
conservation of biodiversity and ecosystems.
KEYWORDS: Caatinga, Ecosystem services, Conservation Unit.
1. Introdução
O Bioma Caatinga apresenta diferentes fisionomias no que se refere a
densidade e a estrutura dos indivíduos, estando principalmente atrelado aos
fatores edáficos, climáticos e geomorfológicos da região, que em conjunto
apresenta uma conjuntura vegetal (AMORIM, 2005), moldando os serviços
ecossistêmicos (SE) que são prestados por cada fitofisionomia.
Uma das abordagens emergentes que retratam a relação entre bem-
estar humano e bem-estar natural pode ser notada na identificação dos
serviços ecossistêmicos, que por sua vez, são os recursos naturais
produzidos pelos ecossistemas a partir da atuação combinada de fatores
abióticos e bióticos, que são utilizados de maneira direta ou indireta pela
sociedade na manutenção da sua qualidade de vida (COSTANZA et al., 1997;
2017; CICES, 2013).
No que se refere ao conceito de serviços ecossistêmicos, autores como
Costanza et al. (1997), De Groot et al. (2002) e Harrington et al. (2010),
formularam diferentes conceitos sobre essa abordagem, porém, estruturado
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na mesma perspectiva do bem-estar humano a partir dos benefícios
prestados pelos ecossistemas e da interação socioambiental. Dentro de uma
visão conservacionista, estes recursos podem ser utilizados para elucidar as
populações humanas acerca da importância dos ecossistemas, uma vez que
a qualidade ambiental de uma determinada área natural, consequentemente,
influência direta ou indiretamente no bem-estar humano e assim nas formas
de uso sustentável destes serviços (TURNER; DAILLY, 2008).
Historicamente, a região do Seridó-RN é culturalmente explorada no
que diz respeito aos usos diversos da vegetação, tendo atrelado a estes
processos, as queimadas, agricultura, pastoreio, e aos desmatamentos que
moldam a fitofisionomia do Seridó, nos estados do Rio Grande do Norte e
Paraíba (ANDRADE-LIMA, 1981). Políticas públicas foram incrementadas
para reduzir as ações danosas do homem aos ambientes naturais, entre elas
as criações de reservas e unidades de conservação.
Neste sentido, a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN)
Stossel de Brito se apresenta como uma área que presta indiretamente
diversos serviços ecossistêmicos para as comunidades localizadas em seu
entorno. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo identificar os
serviços ecossistêmicos de provisão prestados pela zona do entorno da RPPN
Stoessel de Brito, quantificando a diversidade de usos ofertados por este
ecossistema para a população.
2. Material e Método
2.1 Área de Estudo
O desenvolvimento desta pesquisa teve como área de estudo a zona
do entorno da RPPN Stoessel de Brito, inserida na categoria de unidade de
conservação de uso sustentável. A reserva está localizada no município de
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Jucurutu-RN entre as coordenadas 6°13’S/37°2 W (Figura 1), a qual se
tornou uma área protegida no ano de 1994, com 818,50 ha.
Figura 1: Mapa de localização da RPPN Stoessel de Brito e sua área de entorno.
Fonte: autores (2023).
O clima na área de estudo, segundo a classificação de Köppen, é o
semiárido quente e seco (Bswh) e com temperaturas que variam entre 25°C
e 35°C, com estação chuvosa no verão ocasionado proveniente do sistema
atmosférico atuante da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que
produz chuvas no período de janeiro a abril, com ocorrência de déficit hídrico
mais críticos entre os meses de setembro a novembro (VARELLA-FREIRE,
2002; DINIZ; PEREIRA, 2015).
Do ponto de vista da fitogeografia, a reserva está inserida na
Ecorregião da Depressão Sertaneja Setentrional (VELLOSO; SAMPAIO;
PAREYN, 2002; SILVA; BARBORA; TABARELLI, 2017) e floristicamente ligada
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a região florística das depressões Sertaneja e do São Francisco (SILVA;
SOUZA, 2018) e a fisionomias de Caatinga caracterizada por variações na
biomassa arbórea-arbustiva xerófitas densa ou aberta (COSTA et al., 2002).
2.2 Procedimentos Metodológicos
A pesquisa está estruturada em 03 etapas: 1) Revisão através de
levantamento bibliográfico e montagem da base cartográfica; 2)
Deslocamento até a zona do entorno da reserva (visitas in loco); 3) Geração
de mapas, tabelas e tabulação dos dados obtidos em campo.
A metodologia de campo se deu através do método proposto por
Bailey, (1994), onde se configura de acordo com o entrevistado, partindo da
indicação do mesmo de onde se deve ser a próxima entrevista, de modo que
todos os moradores da comunidade sejam entrevistados, método conhecido
como “bola de neve” (snow ball). Ao todo, foram entrevistados 15 morados
da zona do entorno da reserva que estavam dentro de um raio de até 3
quilômetros da área de estudo.
Para o levantamento dos dados, 15 morados se voluntariaram para
participar da pesquisa, compartilhando seus conhecimentos empírico e o uso
dele no dia-a-dia. Na ocasião, participou 7 mulheres e 15 homens, com idade
na faixa etária entre 18 e 77 anos, incluindo pessoas de diferentes níveis
escolar e renda familiar.
Para a identificação dos serviços ecossistêmicos, foi utilizado o suporte
teórico-metodológico intitulado Common International Classification of
Ecosystem Services CICES” (HAINES-YOUNG; POTSCHIN, 2013), onde
classifica os serviços em: 1) Provisão; 2) Regulação e Manutenção; e 3)
Cultural. A CICES segue uma estrutura hierárquica como forma de permitir
que seus usuários selecionem o nível mais adequado para sua aplicação.
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Neste estudo foi considerado apenas os serviços de provisão, pois
estão ligados as saídas de materiais dos produtos obtidos do ecossistema,
tais como alimentos e fibras, madeira para combustível e outros materiais
que servem como fonte de energia, recursos genéticos, produtos
bioquímicos, medicinais e farmacêuticos, recursos ornamentais e água
(POTSCHIN, HAINES-YOUNG, 2011).
3. Resultados e Discussão
Os serviços de provisão englobam as saídas materiais e energéticas,
ou seja, os bens tangíveis que podem ser trocados ou negociados,
consumidos ou usados diretamente na fabricação de outros produtos,
agricultura, predação de animais selvagens e plantas nativas (COSTANZA,
1997).
A partir do levantamento da identificação dos serviços de provisão,
foram considerados um total de dez serviços, distribuídos nas classes de
“Agricultura”, “Alimentação”, “Animais de caça”, “Peixes de água doce”,
“Água de superfície potável”, estes distribuídos na divisão de Nutrição,
“Madeira, casca, folha para fins medicinais; Ferramentas; Cercas; construção
civil”, Água de superfície potável, classificado na divisão de Materiais, e por
fim, ‘Lenha e carvão” e “Força motriz e deslocamento” na divisão de Energia
(QUADRO 1).
Quadro 1 - Serviços ecossistêmicos de provisão da zona do entorno da RPPN.
SEÇÃO
DIVISÃO
GRUPO
CLASSE
TIPO DE CLASSE
PROVISÃO
NUTRIÇÃO
Biomassa
Agricutura
Milho; Feijão.
Alimentação
Bovino, Equino, caprinos, suínos,
galináceos
Flora (Frutos e
sementes)
Cajueiro; Cardeiro; Feijão; Jucá;
Milho; Romã; Umbu; Xique-xique
Animais de
caça
Gato maracajá; Gato mirim; Gato
pintado; Gato vermelho; Mocó;
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Peba; Preá; Tamanduá; Tatu; Teju;
Arribaçã; Asa branca; Galinha
d'água; Marreco; Rolinha branca;
Rolinha caldo de Feijão; Rolinha
cascavelino; Sariema
Peixes de
água doce
Apanharí; Curimatã;
Piau; Piranha; Tanbaqui; Tilápia;
Traira; Tucunaré;
Água
Água de
superfície
potável
Cisternas de concreto;
reservatórios; poço
MATERIAIS
Biomassa
Madeira,
casca, folha
para fins
medicinais;
Ferramentas;
Cercas;
construção
civil.
Algaroba; Ameixa; Angico; Aroeira;
Barbosa; Cajueiro; Cardeiro;
Carnaúba; Catingueira; Cumaru;
Guixabeira; Juazeiro; Jucá; Jurema
preta; Loro; Marcela; Marmeleiro;
Mofumbo; Oiticica; pau d'arco;
Pereiro; Quixabeira; Roma;
ENERGIA
Fontes de
energia à
base de
biomassa
Lenha/carvão
Algaroba, Jurema-preta,
catingueira.
Energia
Mecânica
Força motriz e
deslocamento
Bovino; Equinos (cavalos,
jumentos, mula)
Fonte: Adaptado de Haines-Young, Potschin (2013).
Diferentes usos foram identificados no que se refere aos vegetais, com
plantas apresentando mais de um serviço, ou, até mesmo, o único serviço
sendo prestado por diferentes espécies vegetais, corroborando para o
desmatamento de diferentes espécies para um único propósito. O quadro 2
traz à tona os serviços prestados pelas espécies e o total de citação pelos os
morados.
Quadro 2: Lista com nomes das espécies vegetais citadas pelo os moradores. Legenda
parte utilizada: X - Madeira; Y - Folha; Z- Casca; W - Fruto/semente; K - Toda. Legenda
usos: A- Uso medicinal, B - Madeira/Tronco; C - Lenha; D - Alimentação humana; E -
Alimentação animal; F - Cercas/Mourão; G - Usos variados; H Ferramentas.
Nome
vulgar
Nome científico
citações
Usos
Algaroba
Prosopis juliflora (Sw.)
(Fabaceae/Mimosoideae)
6
C, F, G,
Ameixa
Ximenia americana L. (Olacaceae)
4
A, G
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Angico
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan
(Fabaceae/Mimosoideae)
1
B
Aroeira
Myracrodruon urundeuva Allemão
(Anacardiaceae)
4
B, A
Barbosa
Aloe vera (L.) (Bromeliaceae)
2
G, A
Cajueiro
Anacardium occidentale L. (Anacardiaceae)
2
A
Cardeiro
Cereus jamacaru DC. (Cactaceae)
1
E
Carnaúba
Copernicia prunifera (Mill.) H.E. Moore.
(Arecaceae)
7
B, G
Catingueira
Poincianella pyramidalis (Tul.) L. P. Queiroz
var (Fabaceae/Cesalpinioideae)
1
F
Cumaru
Amburana cearensis (Fr. All.) A.C. Smith
(Fabaceae/Mimosoideae)
8
A, G
Feijão
Phaseolus vulgaris L. (Fabaceae)
1
D
Guixabeira
Bumélia sertorium Mart. (Sapotácea)
1
H
Juazeiro
Ziziphus joazeiro Mart. Rhamnaceae
4
G, H
Jucá
Libidibia ferrea Mart.
(Fabaceae/Cesalpinioideae)
2
H, A
Jurema preta
Mimosa tenuiflora (Fabaceae/Mimosoideae)
12
C, F, G
Louro
Cordia trichotoma Arrabida ex
Steude(Boragnaceae)
2
H, G
Marcela
Achyrocline satureioides (Lam.) DC.
(Compositae)
1
A
Marmeleiro
Croton jacobinensis (Euphorbiaceae)
2
F, H
Milho
Zea mays L. (Poaceae)
1
D
Mofumbo
Combretum leprosum Mart.
(Combretaceae)
1
H
Oiticica
Licania rigida Benth. (Chrysobalanaceae)
2
G
pau d'arco
Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.)
Mattos (Bignoniaceae)
8
H, A
Pereiro
Aspidosperma pyrifolium Mart.
(Apocynaceae)
12
H, B, F,
G
Quixabeira
Sideroxylon obtusifolium (Humb ex Roem e
Shult.) (Sapotaceae)
4
H, A
Romã
Punica granatum L. Punicaceae
2
A
Umbu
Spondias tuberosa L. (Anacardiaceae)
1
D
Umburana
Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B.
Gillett (Burseraceae)
1
H
Xique xique
Pilocereus gounellei (A. Weber ex K.
Schum.) (Cactaceae)
1
E
Fonte: autores (2023).
Foram citadas um total de 27 espécies vegetais pelos moradores
distribuídas em 18 família, onde 21 das espécies listadas são endêmicas da
Caatinga, tendo apenas 6 exóticas, são elas: Algaroba (Prosopis juliflora),
Feijão (Phaseolus vulgaris), Babosa (Aloe vera), Milho (Zea mays), Loro
(Cordia trichotoma) e Romã (Punica granatum). Através de uma abordagem
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na perspectiva da percepção ambiental, Silva e Freire (2010) revela que as
espécies nativas são mais utilizadas e mais citadas para uso medicinal do
que as plantas exóticas, mesmo essas últimas estando mais disponíveis para
as comunidades.
No que diz respeito a quantificação dos dados, Roque (2009), em um
trabalho realizado no distrito Lajinhas, localizado na zona de amortecimento
da reserva (próximo ao local da entrevista realizada neste trabalho), os
moradores locais citaram 69 espécies vegetais, mostrando o decaimento dos
usos em mais de 50% em um espaço tempo de 10 anos.
As espécies Mimosa tenuiflora, Prosopis juliflora e Poincianella
pyramidalis se destacaram na variação dos usos diversos, sendo citados
pelos os 15 morados para a fabricação de carvão ou lenha, tendo a
Poincianella pyramidalis sendo mais utilizada em uma maior quantidade no
período de festejos juninos por conta da utilização da madeira para as
fogueiras.
A espécie mais citada pelos os moradores foram as Mimosa tenuiflora
(Jurema-preta) e a Aspidosperma pyrifolium (pereiro), ambas com 12
citações. Pode-se perceber que o número de citação está diretamente ligado
aos diversos usos dessas espécies, tendo a Aspidosperma pyrifolium citada
para mais de 4 usos (ferramentas, madeira, cercas/mourão, usos diversos).
a família que se destacou foi a Fabacea, com cerca de 22% do total de
espécies, seguida da Anacardiaceae com 11%. As demais famílias ficaram
inferior a 10% do total.
Por outro lado, existe ferramentas (cabo de enxada, de foice, cabo de
“baladeira” ou “estilingue” e cercas de faxinas) que são confeccionadas por
espécies diferentes, como é o caso da Aspidosperma pyrifolium, (Pereiro),
Mimosa tenuiflora (Jurema-preta), Croton jacobinensis (Marmeleiro),
Sideroxylon obtusifolium (Quixabeira), Cordia trichotoma (Louro), que
prestam os mesmos serviços (Figura 2).
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Figura 2: Cabo de ferramentas confeccionados por diferentes espécies.
Fonte: autores (2023).
No que diz respeito a utilização da fauna, todos os serviços listados
pelos moradores eram utilizados principalmente como fonte de alimento,
tendo casos que se apresenta como uma fonte de renda para a comunidade.
Onde, Silva (2009) mostra em sua pesquisa que a caça e o desmatamento
são consequências da falta de consciência dos próprios moradores das
fazendas do entorno da reserva, o que inviabiliza o funcionamento mais
adequado da reserva para a preservação do meio ambiente (Quadro 3).
No tocante a classe de força motriz, os moradores utilizam o touro, o
jumento, e a mula para veículo de tração animal (carroça) para atividades
diárias do dia que seja necessário um deslocamento de um canto para outro
de um determinado objeto, geralmente, capim para o gado.
Quadro 3- Serviços de provisão prestados por animais citados por moradores no
entorno da RPPN.
Nome
vulgar
Nome científico
Grupo
animal
Arribaçã
Zenaida auriculata Columbidae (Des Murs,
1847)
Aves
Marmeleiro
Quixabeira
Pereiro
Pau D’arco
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Asa branca
Patagioenas picazuro Columbidae (Temminck,
1813)
Aves
Bode
Capra aegagrus hircus - Caprinae (Linnaeus,
1758)
Domésticos
Galinha
Gallus gallus Phasianidae (Linnaeus, 1758)
Domésticos
Galinha
d'água
Gallinula galeata Rallidae (Lichtenstein, 1818)
Aves
Ganso
Anser domesticus Anatidae (Linnaeus, 1758)
Domésticos
Gato
jaquatirica
Leopardus tigrinus Felidae (Schreber, 1775)
Mamíferos
Gato mirim
Leopardus pardalis Felidae (Linnaeus, 1758
Mamíferos
Gato
vermelho
Puma yagouaroundi - Felidae (Geoffroy, 1803)
Mamíferos
Guiné
Numida meleagris Numididae (Linnaeus, 1758)
Domésticos
Marreco
Cairina moschata Anatidae (Linnaeus, 1758)
Aves
Mocó
Kerodon rupestris - Caviidae (Wied,1820)
Mamíferos
Ovelha
Desconhecida
Domésticos
Pato
Cairina moschata Anatinae (Linnaeus, 1758)
Domésticos
Pavão
Pavo cristatus Phasianidae (Linnaeus, 1758)
Domésticos
Peba
Euphractus sexcinctus Dasypodidae (Linnaeus
1758)
Mamíferos
Peru
Meleagris gallopavo Meleagridinae (Linnaeus,
1758)
Domésticos
Porco
Sus scrofa domesticus Suidae (Linnaeus, 1758)
Domésticos
Preá
Cavia aperea Caviidae (Erxleben, 1777)
Mamíferos
Rolinha
branca
Columbina picui Columbidae (Temminck, 1813)
Aves
R caldo de
feijão
Columbina talpacoti Columbidae (Temminck,
1810)
Aves
Rolinha fogo
apagou.
Columbina squammata Columbidae (Lesson,
1831)
Aves
Tamanduá
Myrmecophaga tridactyla Myrmecophagidae
(Linnaeus, 1758)
Mamíferos
Tatu
Dasypus novemcinctus Dasypodidae (Linnaeus,
1758)
Mamíferos
Teju
Tupinambis teguixin Teiidae (Linnaeus, 1758)
Lagartos
Ticaca
Didelphis marsupialis Didelphidae (Linnaeus,
1758)
Mamíferos
Touro
Desconhecido - Bovinae
Domésticos
Vaca
Desconhecido - Bovinae
Domésticos
Sariema
Cariama cristata Cariamidae (Linnaeus, 1766)
Aves
Fonte: autores (2023).
Foram listadas 28 espécies animais distribuídos em 22 família e 04
grupos animais caracterizados como domésticos (n = 11), mamíferos
silvestres (n = 11), lagartos (n = 11) e a aves silvestres (n = 11). Algumas
espécies se encaixam em mais de um reino animal, como é o exemplo da N.
meleagris (guiné) que está associado ao reino doméstico, mas também
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pertence ao reino de aves. No entanto, as espécies foram tabuladas em
apenas um dos grupos.
A família dominante foi a Columbidae e Felidae, ambas atingindo 10%
do total, tendo as demais ficando abaixo dos 10%. Isso mostra que não foi
possível coletar informações de muitas espécies, mas os dados apresentaram
valores considerados de família em relação as espécies. Ao total, foram
citadas 14 espécies exóticas e 15 nativas, sendo que 100% dos moradores
consideram todos os animais listados como nativos da Caatinga, que
segundo um dos moradores: “Se esses animais estão aqui, então são todos
daqui. Eles vêm do mato e desde pequeno que vejo esses bichos por aqui”.
Os animais domésticos (bovinos, suínos, aves, caprinos e caprinos)
servem basicamente de alimentos e ajudar na renda através da
comercialização. Os bovinos são utilizados para produzir leite e seus
derivados, bem como fonte de proteínas, assim como os porcos, ovelhas e
bodes. As aves representam a fonte de proteína mais consumida pelas
populações, além da comercialização ser mais fácil dado a procura e o preço
ser mais acessível.
Também foram elencados animais da Caatinga, sendo esses utilizados
como fonte de proteína, que é o caso de aves como sariema, rolinha branca,
rolinha caldo de feijão, rolinha fogo apagou e arribaçã identificados no
Quadro 3. Esses animais por terem distribuição ampla na região do Seridó,
é comum o consumo dessas espécies como fonte primaria como fonte
complementar de proteína de baixo custo, isso é bastante corriqueiro nas
comunidades mais distantes de centros urbanos, uma vez que a disposição
de alimentos perecíveis são mais excessos, como também o uso de animais
como tatu, peba, teju, ticaca, e preá, além do gato vermelho, mirim e
jaguatirica, quando propensão de classificar as funções que esses animais
presta à essas comunidades.
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Revista Contemporânea, v. 3, n. 12, 2023. ISSN 2447-0961
4. Considerações Finais
Os serviços de provisão no entorno da RPPN apresentam-se em
diversos artigos, citados de forma indireta, através da identificação das
espécies características deste ambiente, indicando os recursos provenientes
da Caatinga mais consumidos pela população ou abordando aspectos
socioeconômicos das comunidades. Embora tenha bastante trabalhos no
tocante aos serviços de provisão na Caatinga, ainda uma lacuna muito
grande no tocante aos serviços prestados pelos os animais na Caatinga.
A identificação dos Serviços Ecossistêmicos, permite através do
conhecimento dos bens materiais e imateriais ofertados pelos ecossistemas,
subsídios para elaboração de ferramentas para da conservação da
biodiversidade e dos ecossistemas.
Agradecimentos
Os autores agradecem ao CERES/UFRN - Centro de Ensino Superior do
Seridó/UFRN, ao LABIGEO - Laboratório de Biogeografia/UFRN e TRÓPIKOS
- Grupo de Pesquisa em Geoecologia e Biogeografia de Ambientes
Tropicais/CNPq, pelo apoio logístico e instrumental.
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Article
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An increasing amount of information is being collected on the ecological and socio-economic value of goods and services provided by natural and semi-natural ecosystems. However, much of this information appears scattered throughout a disciplinary academic literature, unpublished government agency reports, and across the World Wide Web. In addition, data on ecosystem goods and services often appears at incompatible scales of analysis and is classified differently by different authors. In order to make comparative ecological economic analysis possible, a standardized framework for the comprehensive assessment of ecosystem functions, goods and services is needed. In response to this challenge, this paper presents a conceptual framework and typology for describing, classifying and valuing ecosystem functions, goods and services in a clear and consistent manner. In the following analysis, a classification is given for the fullest possible range of 23 ecosystem functions that provide a much larger number of goods and services. In the second part of the paper, a checklist and matrix is provided, linking these ecosystem functions to the main ecological, socio–cultural and economic valuation methods.
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The state of Rio Grande do Norte does not have a mapping of climate types. The climate map of the state currently used by the state government lacks a methodological reference that guided the definition of the state’s climate types. Also, it uses similar nomenclatures for patterns of different climates. For instance, the semi- and sub-humid subtypes, for which it is not perceived any dissimilarity based on their names. In this work, we presented and analyzed the active atmospheric systems in the state as well as isohyetal and climate types mapping, using information from 136 SUDENE’s rain gauges. We employed the methodology used by IBGE. The state has two climatic types: the Tropical East Northeast climate, with four climate subtypes, and the Tropical Equatorial Zone, with three climate subtypes. Keywords: climate types, climate of the Rio Grande do Norte, geographic climatology.
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The desertification generates and accents the scarcity of vital natural resources for the survival human being, as drinking waters, alone agriculturist and vegetation. Implying in social and economic problems in the affected areas. Recently the remote sensing and the techniques of geoprocessing has been used in diverse areas of the research, mainly in the ambient monitoring of Brazil. For its great territorial extension the application of these tools is of great importance in the country, has seen that if it can thus carry through diagnostic of areas of difficult access by means of transports and in accordance with the secular resolution of the effective satellites can be carried through a monitoring of these areas. The present study it has as objective to analyze the evolution of the process of desertification through the NDVI in the region of the Hinterland of the State of Pernambuco through a secular series of images Landsat Thematic Mapper (TM) that it includes years 1994, 1997 and 2001. It was applied the Surface Energy Balance Algorithm for Land - SEBAL, this algorithm calculated the albedo and the Normalized Difference Vegetation Index for each pixel of the images. It was verified that the characteristic vegetation of the region diminished its area, showing that the analyzed areas meet in process of loss of the vegetation that can lead to the desertification process.
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Southward migrating Red Knots (Calidris canutus) were surveyed on Cape Cod, Massachusetts. Unique markers, including ones applied to birds in wintering areas in North and South America, were found. Northern and southern-marked knots had different migration chronologies, plumage characteristics and flight feather molt. Knots from the two groups were found to have different foods and foraging habitats. Numbers of knots more than one year old were found to increase from mid-July to mid-August, decline during late August and then increase in September–October. As numbers declined in August, the proportion of knots from South America decreased and, by 1 September, all remaining marked birds had been tagged in North America. Average minimum stopover durations were found to vary according to original banding locations, e.g. 8.5 (±2.6) days for South America, 14.2 (±3.2) days for Delaware Bay, 16.1 (±3.5) days for the U.S. mid-Atlantic coast and 49.5 (±24.6) days for Florida. The proportion of knots with alternate plumage was higher in July–August than in September and by mid-October almost all had basic plumage. Also, low numbers (tens) of basic-plumaged knots—probably one-year-old subadults were found during July–August; most had active flight feather molt. First-arriving juvenile knots were seen beginning in the third week of August and their numbers peaked in mid-September. Differential uses of foraging and roosting habitats were found to be related to migration destinations. Vital habitats that should be managed for protection of threatened Red Knots at this key southward migration stopover area were identified.
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The services of ecological systems and the natural capital stocks that produce them are critical to the functioning of the Earth's life-support system. They contribute to human welfare, both directly and indirectly, and therefore represent part of the total economic value of the planet. We have estimated the current economic value of 17 ecosystem services for 18 biomes, based on published studies and a few original calculations. For the entire biosphere, the value (most of which in outside the market) in estimated to be in the range of US1654trillion(1012)peryear,withinaverageofUS16-54 trillion (1012) per year, with in average of US33 trillion per year. Because of the nature of the uncertainties, thin must be considered a minimum estimate. Global gross national product total is around US$18 trillion per year.
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The services of ecological systems and the natural capital stocks that produce them are critical to the functioning of the Earth's life-support system. They contribute to human welfare, both directly and indirectly, and therefore represent part of the total economic value of the planet. We have estimated the current economic value of 17 ecosystem services for 16 biomes, based on published studies and a few original calculations. For the entire biosphere, the value (most of which is outside the market) is estimated to be in the range of US1654trillion(1012)peryear,withanaverageofUS16–54 trillion (10 12) per year, with an average of US33 trillion per year. Because of the nature of the uncertainties, this must be considered a minimum estimate. Global gross national product total is around US$18 trillion per year.
Article
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Work at the interface of ecology and economics has inspired a major transformation in the way people think about the environment. Increasingly, ecosystems are seen as capital assets, with the potential to generate a stream of vital life-support services meriting careful evaluation and investment. We first present the concepts underpinning the ecosystem services framework (ESF), laying out the scope and limitations of the approach. We then describe the major challenges in making the ESF operational: (i) detailed information at scales relevant to decision-making; (ii) practical know-how in the process of institutional design & implementation; and (iii) compelling models of success in which economic incentives are aligned with conservation. We close with a brief review of pioneering experiments now underway worldwide, which illustrate how these challenges can be overcome.
Chapter
Studies to date suggest that most of the native vegetation in the Caatinga has remained relatively intact. In this chapter we have combined information from fire hotspots, roads, and land-use changes to demonstrate that at least 63.3% of the Caatinga is composed of anthropogenic ecosystems. Human impact is higher in the humid and more productive ecoregions (e.g., Brejos and São Francisco-Gurgéia) than in those ecoregions with very dry climates and nutrient-poor soils (e.g., Dunas do São Francisco and Raso da Catarina). The future of the Caatinga’s unique biota is conditional on how societies will protect and restore the native ecosystems. We suggest that an urgent conservation program for the Caatinga should be structured around four quantitative targets: (a) zero species loss; (b) zero natural ecosystem loss; (b) all large and mid-size natural ecosystem patches formally protected; and (c) all protected areas connected through conservation corridors composed of a mix of natural and anthropogenic ecosystems. The second and third actions are the most urgent and need to be implemented as soon as possible. The first and fourth actions are long-term ones that will require building capacity at the local level to design and execute sound conservation development programs.
The caatinga dominium
  • D Andrade-Lima
ANDRADE-LIMA, D. The caatinga dominium. Revista Brasileira Botânica, v.4, n.2, p.149-153, 1981
Methods of social research
  • K Bailey
BAILEY, K. 1994. Methods of social research. New York. The free Press.