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A contribuição do cuidado farmacêutico na redução do impacto econômico da Hipertensão Arterial Sistêmica: Uma revisão da literatura

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A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é definida como uma doença crônica não transmissível, caracterizada por níveis elevados de pressão arterial, que afeta mais de 1,2 bilhões de pessoas no mundo inteiro. Trata-se de uma doença extremamente custosa para os sistemas de saúde, pois envolve custos diretos e indiretos. Considerando este contexto, é viável que os sistemas de saúde busquem formas de atuar na prevenção da HAS e na promoção à saúde dos pacientes hipertensos, contribuindo para a redução de custos. Sendo assim, este artigo tem como objetivo analisar os estudos que demonstram o impacto econômico que o cuidado farmacêutico apresenta nos custos relacionados ao manejo da HAS. A metodologia adotada para o desenvolvimento deste estudo foi a revisão narrativa de bibliografia, pautada em documentos oficiais e dados do Ministério da Saúde e do DATASUS, bem como materiais científicos vinculados às plataformas de busca acadêmica Google Acadêmico, Pubmed e Scielo, entre os anos de 2010 e 2023. Com base nos estudos, foi possível perceber que a assistência farmacêutica melhorou a adesão ao tratamento, reduziu os riscos cardiovasculares em 30,3%, economizou em internações, consultas de cardiologia e pronto atendimento. O investimento anual de R162,98porpacientecontroladocomparadoaosR 162,98 por paciente controlado comparado aos R 117,55 gastos em pacientes não controlados é favorável. Além disso, pacientes acompanhados por farmacêuticos economizaram até R$ 67,82 anualmente em custos de atendimento. Com isso, conclui-se que a integração do cuidado farmacêutico na hipertensão resultou em economias e benefícios terapêuticos e sociais significativos.
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Research, Society and Development, v. 12, n. 12, e22121243897, 2023
(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v12i12.43897
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A contribuição do cuidado farmacêutico na redução do impacto econômico da
Hipertensão Arterial Sistêmica: Uma revisão da literatura
The contribution of pharmaceutical care in reducing the economic impact of Systemic Arterial
Hypertension: A literature review
La contribución del cuidado farmacéutico en la reducción del impacto económico de la
Hipertensión Arterial Sistémica: Una revisión de la literatura
Recebido: 27/10/2023 | Revisado: 05/11/2023 | Aceitado: 06/11/2023 | Publicado: 10/11/2023
Thassiane Cristine de Lima Batista
ORCID: https://orcid.org/0009-0005-8416-2860
Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz, Brasil
E-mail: tclbatista@minha.fag.edu.br
Clarissa Vasconcelos de Oliveira
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1536-802X
Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz, Brasil
E-mail: clarissaoliveira@fag.edu.br
Anthony Gabriel Pusini de Souza
ORCID: https://orcid.org/0009-0002-8044-9707
Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz, Brasil
E-mail: agpsouza@minha.fag.edu.br
Resumo
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é definida como uma doença crônica não transmissível, caracterizada por níveis
elevados de pressão arterial, que afeta mais de 1,2 bilhões de pessoas no mundo inteiro. Trata-se de uma doença
extremamente custosa para os sistemas de saúde, pois envolve custos diretos e indiretos. Considerando este contexto, é
viável que os sistemas de saúde busquem formas de atuar na prevenção da HAS e na promoção à saúde dos pacientes
hipertensos, contribuindo para a redução de custos. Sendo assim, este artigo tem como objetivo analisar os estudos que
demonstram o impacto econômico que o cuidado farmacêutico apresenta nos custos relacionados ao manejo da HAS.
A metodologia adotada para o desenvolvimento deste estudo foi a revisão narrativa de bibliografia, pautada em
documentos oficiais e dados do Ministério da Saúde e do DATASUS, bem como materiais científicos vinculados às
plataformas de busca acadêmica Google Acadêmico, Pubmed e Scielo, entre os anos de 2010 e 2023. Com base nos
estudos, foi possível perceber que a assistência farmacêutica melhorou a adesão ao tratamento, reduziu os riscos
cardiovasculares em 30,3%, economizou em internações, consultas de cardiologia e pronto atendimento. O investimento
anual de R$ 162,98 por paciente controlado comparado aos R$ 117,55 gastos em pacientes não controlados é favorável.
Além disso, pacientes acompanhados por farmacêuticos economizaram até R$ 67,82 anualmente em custos de
atendimento. Com isso, conclui-se que a integração do cuidado farmacêutico na hipertensão resultou em economias e
benefícios terapêuticos e sociais significativos.
Palavras-chave: Hipertensão arterial sistêmica; Cuidados farmacêuticos; Farmacoeconomia; Tratamento; Custos.
Abstract
Systemic Arterial Hypertension (SAH) is defined as a chronic non-communicable disease characterized by elevated
blood pressure levels, affecting over 1.2 billion people worldwide. It is an exceedingly costly condition for healthcare
systems, involving both direct and indirect expenses. Given this context, it is feasible for healthcare systems to seek
ways to prevent SAH and promote the health of hypertensive patients, contributing to cost reduction. Therefore, this
article aims to analyze studies demonstrating the economic impact of pharmaceutical care on SAH management costs.
The methodology adopted for this study was a narrative literature review, based on official documents and data from
the Ministry of Health and DATASUS, as well as scientific materials from academic search platforms like Google
Scholar, PubMed, and Scielo, spanning from 2010 to 2023. Based on these studies, it was evident that pharmaceutical
assistance improved treatment adherence, reduced cardiovascular risks by 30.3%, and saved on hospitalizations,
cardiology consultations, and emergency care costs. The annual investment of R$ 162.98 per controlled patient
compared favorably to the R$ 117.55 spent on uncontrolled patients. Furthermore, patients monitored by pharmacists
saved up to R$ 67.82 annually in healthcare costs. Consequently, it can be concluded that the integration of
pharmaceutical care in hypertension has resulted in substantial economic and therapeutic benefits with broader social
implications.
Keywords: Systemic arterial hypertension; Pharmaceutical care; Pharmacoeconomics; Treatment; Costs.
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(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v12i12.43897
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Resumen
La Hipertensión Arterial Sistémica (HAS) se define como una enfermedad crónica no transmisible caracterizada por
niveles elevados de presión arterial, que afecta a más de 1.2 mil millones de personas en todo el mundo. Es una afección
costosa para los sistemas de atención médica, que implica gastos directos e indirectos. Dado este contexto, es factible
que los sistemas de atención médica busquen formas de prevenir la HAS y promover la salud de los pacientes
hipertensos, contribuyendo a la reducción de costos. Por lo tanto, este artículo tiene como objetivo analizar estudios que
demuestran el impacto económico de la atención farmacéutica en los costos de manejo de la HAS. La metodología
adoptada para este estudio fue una revisión narrativa de la literatura, basada en documentos oficiales y datos del
Ministerio de Salud y DATASUS, así como materiales científicos de plataformas de búsqueda académica como Google
Scholar, PubMed y Scielo, abarcando desde 2010 hasta 2023. Según estos estudios, fue evidente que la asistencia
farmacéutica mejoró la adherencia al tratamiento, redujo los riesgos cardiovasculares en un 30,3% y ahorró en
hospitalizaciones, consultas de cardiología y costos de atención de emergencia. La inversión anual de R$ 162,98 por
paciente controlado comparada favorablemente con los R$ 117,55 gastados en pacientes no controlados. Además, los
pacientes monitoreados por farmacéuticos ahorraron hasta R$ 67,82 anualmente en costos de atención médica. En
consecuencia, se puede concluir que la integración de la atención farmacéutica en la hipertensión ha resultado en
beneficios económicos y terapéuticos sustanciales con amplias implicaciones sociales.
Palabras clave: Hipertensión arterial sistémica; Atención farmacéutica; Farmacoeconomía; Tratamiento; Costos.
1. Introdução
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é definida como uma doença crônica não transmissível, que se configura pelo
aumento persistente da pressão arterial (PA). Os critérios utilizados para identificar a presença de alterações na PA são valores
de referência que consideram a “PA sistólica (PAS) igual ou maior a 140mmHG, ou PA diastólica (PAD) igual ou maior a
90mmHg” (Brasil, 2006, p. 10).
A PAS é um indicador da força que o coração exerce ao bombear o sangue através do sistema vascular, enquanto a PAD
reflete a pressão nas paredes dos vasos sanguíneos durante os períodos de descanso do coração (Conselho Regional de Farmácia
de São Paulo, 2010).
O surgimento da HAS está relacionado ao estilo de vida inadequado, considerando não apenas fatores como sexo, idade,
etnia e história familiar, mas também sedentarismo, estresse, tabagismo, alcoolismo, alimentação e obesidade (Santos, 2011).
Devido ao fato de ser uma patologia muitas vezes silenciosa, acaba por evoluir para maiores complicações com alterações
fundamentais em órgãos como o coração, o cérebro, os rins e vasos (Barroso, 2021).
Conforme as informações da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada no Brasil em 2019, estima-se que a
predominância de HAS na população adulta seja de aproximadamente 24,7%. Esses dados indicam que quase um quarto dos
indivíduos brasileiros maiores de 18 anos é afetada por essa condição. Além disso, em 2017, o Brasil registrou 141.878 mortes
causadas pela doença ou por resultados atribuíveis a ela (Tomasi et al., 2022).
O estudo de Oliveira e colaboradores (2021), com dados do DATASUS, revelou que no ano de 2020, o percentual de
brasileiros diagnosticados com HAS chegou à marca de 25,2%. Já no ano de 2021, esse percentual atingiu 26,3% da população,
revelando o aumento dessa condição entre os brasileiros (Oliveira et al., 2021).
Em pesquisa realizada com dados obtidos pela Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, houve uma prevalência da doença
entre pacientes do sexo feminino, a partir de 50 anos de idade, pardas, amarelas ou indígenas, de classe social menos favorecida,
sendo que os tratamentos ocorrem majoritariamente em Unidades Básicas de Saúde e Unidades de Saúda de Família no SUS.
Além disso, numerosos participantes mencionaram não realizar o tratamento para HAS adequadamente (Tomasi et al., 2022).
De uma forma geral, a HAS é uma doença custosa para o Sistema Único de Saúde, devido ao fato de acometer uma
grande parcela da população. Além disso, ela envolve custos atribuíveis diretos e indiretos (Barroso et al., 2021; Nilson et al.,
2020). Por isso, uma das principais estratégias para a redução destes custos é apostar na prevenção e na educação em saúde,
sobretudo na Atenção Primária. Deste modo, o objetivo geral deste trabalho consiste em analisar os estudos que demonstram o
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impacto econômico que o cuidado farmacêutico apresenta nos custos relacionados ao manejo da HAS, buscando responder ao
questionamento: o cuidado farmacêutico reflete em redução de despesas no tratamento da HAS?
2. Metodologia
A metodologia adotada para a construção deste trabalho foi a revisão narrativa de bibliografia, que tem como objetivo
principal buscar uma atualização acerca do assunto em questão, para que sejam feitas análises seletivas dos dados obtidos.
Para a coleta de dados foi realizado o levantamento de artigos científicos, livros, monografias nos bancos de dados
eletrônicos Pub Med; Scielo (Scientific Electronic Library Online); Google Acadêmico; e coletados dados do DataSUS, que
tenham sido publicados no período de 2010 a 2023. Os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) utilizados foram: hipertensão
arterial sistêmica, cuidados farmacêuticos, farmacoeconomia, tratamento, custos.
Do total de 35 trabalhos analisados, 14 foram selecionados, sendo todos publicados entre os anos de 2010 e 2023, os
quais apresentam como tema principal a pesquisa sobre cuidados farmacêuticos e/ou tratamento da hipertensão arterial e que
exploram o aspecto financeiro do tratamento, conforme delineado pelo fluxograma (Figura 1).
Figura 1 - Fluxograma da seleção de artigos.
Fonte: Elaborado pelos autores (2023).
Conforme pode ser verificado pelo fluxograma, não foram adotados para a pesquisa materiais que não abordavam a
temática do cuidado farmacêutico na HAS e sobre o custo do tratamento desta doença.
3. Resultados e Discussão
A hipertensão arterial e suas consequências possuem uma repercussão significativa na saúde pública, resultando em
custos expressivos para o conjunto de saúde, além de reduzir a capacidade funcional e a expectativa de vida das pessoas afetadas.
Além do tratamento farmacológico, é essencial que o sistema de saúde forneça cuidados abrangentes às pessoas com HAS,
incluindo monitoramento regular e apoio para implementar mudanças no estilo de vida (Tomasi et al., 2022).
PLATAFORMAS DE PESQUISA
PubMed = 11
Scielo = 7
Google Acadêmico = 18
MATERIAIS EM POTENCIAL = 35
TOTAL DE
MATERIAIS
SELECIONADOS = 14
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Leitura do resumo = 6
Leitura do texto integral = 8
CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Duplicidade nas plataformas
de pesquisa = 15
Objetivos incompatíveis = 3
Leitura do resumo = 3
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As Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial de 2020, evidenciam que o tratamento da hipertensão arterial deve ser
específico para cada indivíduo, levando em consideração as particularidades e as necessidades de cada paciente, e deve ser
acompanhado por equipes multidisciplinares de saúde, uma vez que essa doença não possui cura, porém com o tratamento
adequado pode ser devidamente controlada (Barroso et al., 2021).
Entre as medidas não medicamentosas indispensáveis no tratamento da HAS estão a admissão de uma alimentação
saudável, a redução do consumo de sal, a execução contínua de exercícios físicos, o controle do peso, bem como a limitação do
consumo de álcool e cessação do tabagismo (Barroso et al., 2021).
Além do tratamento não farmacológico, existem diversas classes de fármacos aprovados para serem empregados no
manejo da HAS, que devem ser designados de acordo com a necessidade de cada paciente a partir da avaliação da presença de
comorbidades, lesão em órgãos-alvo, história familiar, idade e gravidez (Brasil, 2006).
3.1 Fármacos
3.1.1 Diuréticos
De acordo com a definição adotada pelas Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial de 2020, os diuréticos como
medicamentos de primeira linha que auxiliam na HAS destacam-se por seus efeitos natriuréticos, contribuindo para a diminuição
da pressão arterial, que minimizam o volume circulante e extracelular. Essa classe está subdividida entre diuréticos tiazídicos,
de alça e poupadores de potássio. Os diuréticos de alça são reservados para ocorrências de HAS associada à Insuficiência Renal
e Insuficiência Cardíaca. Os diuréticos poupadores de potássio possuem um menor potencial diurético, porém quando estão
associados aos tiazídicos e aos diuréticos de alça, eles demonstram-se favoráveis para o tratamento e para a prevenção da
hipopotassemia (Barroso et al., 2021).
Segundo a lista de medicamentos anti-hipertensivos que são dispensados no Brasil, os diuréticos tiazídicos principais
são: Hidroclorotiazida, Clortalidona e Indapamida. Dentre os principais diuréticos de alça destacam-se a Furosemida e a
Bumetanida, e já os diuréticos poupadores de potássio são Espironolactona e Amilorida (Barroso et al., 2021).
3.1.2 Bloqueadores dos Canais de Cálcio
Os Bloqueadores dos Canais de Cálcio (BCCs) tratam-se de medicamentos que também podem ser subdividos em duas
categorias, que são os di-hidropiridínicos e os não di-hidropiridínicos. De forma geral, são fármacos que impossibilitam a
abertura dos canais de cálcio localizados na membrana das células musculares lisas das arteríolas. Isso resulta na redução da
quantidade de cálcio disponível dentro das células, o que dificulta a contração muscular. Como resultado, ocorre uma
vasodilatação que leva à redução da resistência vascular periférica (Barroso et al., 2021).
Conforme o documento das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2020), tem-se como principais BCCs o
Anlodipino, Felodipino, Nifedipino, Nitrendipino, Manidipino, Lacidipino, Lercanidipino e Levanlodipino (Barroso et al., 2021).
3.1.3 Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina e Bloqueadores dos Receptores AT1 da Angiotensina
Os medicamentos denominados como Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina (IECAs) podem ser
considerados como básicos no que tange ao tratamento da HAS. Em conformidade às Diretrizes Brasileiras de Hipertensão
Arterial (2020) esses são medicamentos bastante eficazes no tratamento dessa doença, pois sua principal ação é inibir a enzima
conversora de angiotensina I, que é responsável pela transformação da angiotensina I em angiotensina II e, além disso, possui
propriedades vasodilatadoras, como pela diminuição da degradação da bradicinina. Dessa forma, esses medicamentos reduzem
a incidência de doenças e o óbito cardiovascular, sendo considerados bastantes efetivos no tratamento farmacológico da HAS.
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Os principais IECAs dispensados atualmente, são: Captopril, Enalapril, Benazepril, Lisinopril, Fosinopril, Ramipril e Perindopril
(Barroso et al., 2021).
Outrossim, os Bloqueadores dos Receptores da Angiotensina II (BRAs) agem no organismo como um bloqueio dos
receptores AT1, que são responsáveis pelas ações da angiotensina II, como vasoconstrição, estímulo da proliferação celular e
liberação de aldosterona. No tratamento da HAS, em pacientes que possuem um alto risco cardiovascular ou que já contemplam
algum tipo de comorbidade, esses medicamentos possibilitam que haja uma diminuição na mortalidade ou morbidade
cardiovascular e/ou renal, incluindo doença renal associada ao diabetes. Conforme evidenciado pelas Diretrizes Brasileiras de
Hipertensão Arterial (2020), os BRAs dispensados atualmente são: Losartana, Valsartana, Irbesartana, Candesartana,
Olmesartana e Telmisarna (Barroso et al., 2021).
3.1.4 Betabloqueadores
Os Beta-bloqueadores (BBs) são medicamentos os quais as reações são de acentuada complexidade e são classificados
em três categorias, de acordo com sua seletividade referente à associação aos receptores adrenérgicos: não seletivos;
cardiosseletivos e com ação vasodilatadora (Barroso et al., 2021).
Os considerados como não seletivos obstruem tanto os receptores adrenérgicos beta-1, localizados especialmente no
miocárdio, quanto os beta-2, presentes no músculo liso, nos pulmões, nos vasos sanguíneos e em outros órgãos. Exemplos desses
medicamentos incluem propranolol, nadolol e pindolol. Os cardiosseletivos evitam os receptores beta-2 adrenérgicos. Exemplos
desses fármacos são o atenolol, metoprolol, bisoprolol e nebivolol. E a última classificação é dos fármacos com ação
vasodilatadora. Esses medicamentos são marcados pelo antagonismo ao receptor alfa-1 periférico, como no caso do carvedilol
(Barroso et al., 2021).
3.1.5 Simpatolíticos de Ação Central
Os fármacos Simpatolíticos de Ação Central possuem uma ação que causa estimulação aos receptores alfa-2, que
desempenham um papel nos mecanismos simpato inibitórios. Seus predominantes efeitos incluem a diminuição da atividade
simpática e do reflexo dos barorreceptores, colaborando significativamente para a ocorrência de bradicardia relativa e hipotensão,
além de diminuição na RVP e no débito cardíaco, bem como redução nos níveis plasmáticos de renina e retenção de líquidos.
Alguns representantes desse grupo de medicamentos são a metildopa, a clonidina e os inibidores dos receptores imidazolínicos,
rilmenidina (Barroso et al., 2018).
3.1.6 Alfa bloqueadores
Os alfa bloqueadores são fármacos que atuam como antagonistas competitivos dos receptores alfa-1 pós-sinápticos,
gerando a diminuição da RVP, sem promover alterações no débito cardíaco. Essa classe de medicamentos é especialmente efetiva
na diminuição da PA quando o paciente está na posição ortostática e durante episódios de taquicardia reflexa. Dois significativos
fármacos são destacados pelas Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2020), que são: o doxazosina e o prazosina (Barroso
et al., 2021).
3.1.7 Vasodilatadores Diretos e Inibidores Diretos da Renina
Em conformidade às Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2020) os vasodilatradores diretos dispensados
atualmente são somente o Minoxidil e a Hidralazina, que são consumidos por via oral. São medicamentos que exercem sua ação
ao promover o relaxamento da musculatura lisa nas artérias, bem como a diminuição da RVP (Barroso et al., 2021).
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Já o inibidor direto da Renina, também em conformidade ao documento supracitado, é apenas o fármaco alisquireno.
Tal fármaco promove a inibição direta da ação da renina, colaborando com a diminuição da formação de angiotensina II. Isso
auxilia a diminuição da PA com a proteção dos tecidos. Outras ações desse medicamento incluem a redução da atividade
plasmática da renina, o bloqueio do receptor celular específico para renina/pró-renina e a minimização da síntese intracelular de
angiotensina II (Barroso et al., 2021).
3.2 Impacto econômico da HAS
As implicações socioeconômicas das doenças crônicas são crescentes, sendo considerado como um obstáculo para a
saúde pública mundial (Siqueira et al., 2017).
No que tange aos custos relacionados à HAS para o Estado, é possível mencionar dois grupos de custos atribuíveis,
dentre os quais um se relaciona aos fatores diretos que são as consultas médicas e clínicas, exames, medicamentos e serviços de
atendimento ao usuário, e outro aos fatores indiretos que são aposentadoria precoce, absenteísmo e presenteísmo (Stevens et al.,
2018; Nilson et al., 2020). A Figura 2A exemplifica quais são os principais fatores de custos diretos, e a Figura 2B sistematiza
quais são os principais fatores indiretos.
Figura 2 - (A) Custos diretos; (B) Custos indiretos.
Fonte: Elaborado pelos autores (2023).
No estudo de Nilson et al. (2020), o custo direto da HAS foi de aproximadamente R$2.029.423.609,36 para o Estado
Brasileiro. Esses valores englobam a hospitalização, procedimentos médicos e ambulatoriais e a dispensação de medicamentos,
sendo esse último o maior custo estimado no tratamento da HAS (Nilson et al., 2020). A Tabela 1 apresenta uma média geral
dos custos atribuíveis diretos relacionados ao tratamento de mulheres e homens brasileiros, no ano de 2016.
Tabela 1 - Média de custos totais no tratamento da HAS para o SUS em 2016.
Sexo
Média (R$)
IC95%
Masculino
910.559.025,82
895.807.761,24 - 925.559.380,27
Feminino
1.118.864.583,54
1.109.470.438,20 - 1.128.465.349,78
Total estimado
2.029.423.609,36
2.005 278 199,44 - 2.054.024.730,05
Fonte: Adaptado de Nilson et al. (2020).
(A)
(B)
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Dados do Ministério da Saúde, também do ano de 2016, registraram mais de 980 mil internações e consultas
ambulatoriais no Sistema Único de Saúde, o que gerou um custo de mais de 6,2 milhões para o SUS em decorrência da HAS
(Stevens et al., 2018). A Tabela 2 evidencia a frequência de procedimentos e a média de gastos, distinguindo os procedimentos
entre internações e atendimentos ambulatoriais.
Tabela 2 - Atendimentos realizados pelo SUS em 2016.
Procedimento
Frequência
Internações
83.688
Atendimento ambulatorial
899.568
Fonte: Brasil, Ministério da Saúde (2016).
Os valores investidos pelo SUS para o tratamento de doenças crônicas são extremamente elevados (Melo et al., 2021).
E, diante deste cenário, fica muito claro que a HAS é uma doença de grande custo para o SUS no Brasil. Logo, evidencia-se a
necessidade de buscar alternativas para transformar esse cenário, valendo-se principalmente de estratégias e de orientações
voltadas especificamente para o cuidado com o paciente, acarretando, por sua vez, uma melhora significativa no quadro clínico
desses indivíduos e menor gasto para o sistema público de saúde (Cazarim, 2016).
Para que essa realidade seja transformada, é essencial que a raiz do problema seja atingida, ou seja, deve haver um
investimento na prevenção da HAS (Melo et al., 2021). Deste modo, uma das possibilidades para o controle das doenças crônicas,
é o Cuidado Farmacêutico (Cazarim, 2016), considerado como uma estratégia que visa aprimorar a utilização dos recursos na
área da saúde (Araújo et al., 2005).
3.3 Cuidado farmacêutico na HAS
A Figura 3 aponta, dentre os 14 materiais selecionados para a revisão teórica, as principais possibilidades de atuação do
farmacêutico, dentro do Cuidado Farmacêutico que podem auxiliar na diminuição dos custos relacionados ao tratamento da HAS,
sob uma perspectiva preventiva.
Figura 3 - Possibilidades de atuação do farmacêutico para minimizar os custos com o tratamento da HAS.
Fonte: Elaborado pelos autores (2023).
21%
29%
25%
25% Educação em saúde
Utilização racional de
medicamentos
Monitoramento da PA
Atuação multidisciplinar
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A maior parte dos estudos (n=13) elencaram como uma das possibilidades, a contribuição do farmacêutico para a
utilização racional de medicamentos. Considerando que, a maior parte dos gastos do SUS estão atrelados à aquisição e
dispensação de medicamentos (Nilson et al., 2020), apostar em um acompanhamento e monitoramento destes pacientes,
possibilitando que utilizem os fármacos de forma correta e efetiva, pode auxiliar de forma bastante significativa para um
tratamento mais seguro, auxiliando tanto para a melhora na qualidade de vida dos pacientes hipertensos quanto para a diminuição
dos custos com fármacos de forma desmedida (Cazarim, 2016; Lansing et al., 2017; Sousa et al., 2017; Alves et al., 2016; Lima;
Andrade, 2023). Os farmacêuticos possuem conhecimento aprofundado sobre medicamentos e suas interações e, portanto, são
profissionais que podem realizar a revisão da terapia farmacológica dos pacientes com HAS para identificar possíveis problemas,
tais como: duplicações de medicamentos, doses inadequadas ou interações farmacológicas prejudiciais. Isso contribui com a
otimização da terapia, garantindo a prescrição adequada e segura dos medicamentos, e por consequência, minimizando os custos
(Melgarejo et al., 2020; Gonçalves, 2021; Pires & Andrade, 2021).
Considerando que as medidas de prevenção devem ocorrer, prioritariamente, no componente da Atenção Primária em
Saúde (Cazarim, 2016), a educação em saúde também foi elencada como um ponto importante para a redução de custos
relacionados ao tratamento da HAS (n=10). Essa é uma estratégia que abarca não somente os pacientes hipertensos, mas toda a
população que se utiliza dos recursos de saúde (Sousa et al., 2017). A adoção de hábitos mais saudáveis relacionando-se ao
autocuidado, a realização de atividades físicas, o gerenciamento do estresse, a diminuição do tabagismo, bem como a
conscientização acerca da administração medicamentosa são potenciais fatores para a minimização dos custos, uma vez que
através da mudança de atitude, com base em conhecimentos acessíveis, usuários que poderiam vir a ser afetados pela condição
clínica da HAS, por conta de hábitos não saudáveis, passam a evitar esse quadro e apostar na prevenção e no cuidado com a sua
saúde (Alves et al., 2016; Gonçalves, 2021). A melhor adesão ao tratamento da HAS contribui para a minimização das
complicações e hospitalizações, suprimindo os custos com assistência médica (Melo et al., 2021; Alves et al., 2017; Pires &
Andrade, 2021).
Ademais, o acompanhamento e monitoramento dos pacientes hipertensos por parte dos farmacêuticos, e de uma equipe
multidisciplinar preparada para dar o suporte necessário a esses usuários, foi outra possibilidade de atuação conforme os dados
da pesquisa (n=12). A contribuição multidisciplinar de acompanhamento pode auxiliar para que eventos graves de acidentes
cardiovasculares sejam evitados, prevenindo-os e tratando-os, pois pode auxiliar na redução da incidência e diretamente na
gravidade dessas complicações (Lima & Andrade, 2023).
Na Atenção Primária a Saúde (APS), o manejo da HAS envolve o trabalho de diversos profissionais, visando assegurar
um acompanhamento adequado e possibilitar a melhora na qualidade de vida desses pacientes que convivem com a doença, por
isso o farmacêutico desempenha um papel fundamental dentro dessas equipes (Siqueira et al., 2017; Lansing et al., 2017;
Gonçalves, 2021).
Os profissionais de farmácia podem realizar triagens para detectar fatores de risco cardiovascular e encaminhar
pacientes para avaliação médica adequada conforme a demanda de cada caso. Bem como, podem ajudar a identificar sinais de
complicações da HAS e instruir os pacientes sobre quando procurar cuidados médicos adicionais (Melgarejo et al., 2020; Silva
et al., 2016; Lima & Andrade, 2023).
Outro aspecto bastante mencionado, está relacionado à aferição da PA pelo farmacêutico (n=12), principalmente em
unidades de saúde pública. Esse profissional é habilitado e possui conhecimentos suficientes para aferir a pressão arterial (PA),
observando se esta encontra-se dentro dos valores estabelecidos como meta pressórica, além de analisar qual o medicamento que
está sendo administrado, de que forma, se está tendo o efeito esperado e adequado para o tratamento, entre outros fatores
importantes. De uma forma, relaciona-se com a atuação multidisciplinar mencionada, uma vez que no caso de observar
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variações ou outros fatores, pode realizar encaminhamentos e contribuir para a busca de uma estratégia terapêutica mais adequada
para o caso (Alves et al., 2017; Melo et al., 2021; Silva et al., 2016).
Estudos como o de Souza e Bertoncin (2008), demonstraram que a atuação direta do farmacêutico, por meio de
atendimentos domiciliares contribuíram de forma exponencial para o controle da doença em pacientes hipertensos que, até então,
possuíam dificuldade em controlar a PA, o que é de extrema importância para a diminuição dos impactos da HAS (Souza &
Bertoncin, 2008).
Outra pesquisa realizada por Reinhardt et al. (2012), com pacientes hipertensos idosos, evidenciou que vários deles
possuíam dificuldade para a realização do tratamento adequado, tanto na medição da PA, como na adesão ao tratamento
farmacológico, sendo que a partir da intervenção do farmacêutico por meio das práticas de cuidado os percentuais de adesão ao
tratamento e de controle da pressão aumentaram significativamente (Reinhardt et al., 2012). Já no estudo de Cazarim (2016), o
autor demonstrou que os pacientes que eram submetidos ao acompanhamento farmacêutico dispuseram de uma redução de 30,3%
relacionada à média de risco cardiovascular, uma vez que a atuação do farmacêutico ocorre nos fatores de risco modificáveis
(Cazarim, 2016).
Ademais, o estudo de Amarante et al. (2011) também expôs que o cuidado farmacêutico destinado aos pacientes
hipertensos, por meio da medição da pressão contribuiu para um melhor controle da PA, bem como para a minimização dos
efeitos como o mal-estar, náuseas e tosse seca, a partir de um acompanhamento realizado de modo contínuo (Amarante et al.,
2011). Dessa forma, os estudos demonstram em comum acordo, que o cuidado farmacêutico é uma prática muito positiva no
tratamento da HAS, pois promove um tratamento mais efetivo, proporcionando benefícios para os pacientes, através do controle
da doença; e para o sistema de saúde, através da redução da ocupação das unidades de assistência em todos os níveis de atuação
e dos gastos associados à doença (Amarante et al., 2011; Reinhardt et al., 2012; Souza & Bertoncin, 2008).
Um estudo conduzido por Penaforte em 2011, buscou evidenciar se ou não relação entre a melhora dos pacientes
hipertensos quando há o acompanhamento farmacêutico (Penaforte, 2011). Para a autora, as intervenções farmacêuticas acabam
aumentando o custo com os medicamentos, uma vez que há a melhor adesão à terapia farmacológica e, que em muitos casos, se
faz necessária a troca de medicamentos e intervenções com outros fármacos. Porém, o aumento com os custos na área dos
medicamentos pode auxiliar a reduzir custos com internações e hospitalizações, por exemplo, que demonstram um valor
consideravelmente mais alto (Penaforte, 2011).
Ainda nesta pesquisa, a autora revelou que os pacientes com hipertensão controlada recebem o investimento de
aproximadamente R$ 162,98 por ano, individualmente. Já os não controlados apresentam um custo de cerca de R$117,55 por
ano, sendo essa a doença mais custosa para o sistema de saúde e especificamente para o componente da atenção básica (Penaforte,
2011).
Ao analisar o risco coronariano em pacientes hipertensos que estavam sendo acompanhados por farmacêuticos,
evidenciou-se uma redução de custo de R$67,82 por ano em atendimentos por paciente. A pesquisadora ainda considerou que,
se um profissional farmacêutico em regime estatutário com carga horária de 40 horas semanais conseguiria atender cerca de 384
pacientes ao mês, isso resultaria em uma redução de até R$ 26.042.88 mensal para a atenção básica em saúde. Por isso, a pesquisa
enfatiza com clareza o quanto o cuidado farmacêutico é efetivo para a atenção em saúde, não trazendo apenas benefícios relativos
aos ganhos econômicos, mas sim na esfera terapêutica e também social (Penaforte, 2011).
Para o estudo que considerou 57 pacientes em Ribeirão Preto-SP, o custo da Atenção Farmacêutica com doze consultas
anuais teve uma média de R$51.518,60, sendo R$495,37 anuais por cada paciente atendido. O autor considerou como principais
materiais para a realização do atendimento do cuidado farmacêutico a mobília, materiais de escritório, materiais gerais como
computador e impressora e materiais para aferição das medidas, o que, estimativamente, representava um custo de aproximados
R$75,75 ao ano, por atendimento na unidade de saúde (Cazarim, 2016).
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No modelo convencional de atendimento, o custo anual per capita para pacientes com HAS era de R$466,17 para o
município da pesquisa, o que anualmente resultaria em aproximados R$96.109.049,14 somente no tratamento da HAS. Com a
incorporação do cuidado farmacêutico ao tratamento, os custos passaram a ser de R$463,20 per capita, representando uma
economia de 898.441,12 anuais. No mesmo sentido, foram observadas reduções significativas no custo com consultas na
especialidade de cardiologia e consultas em pronto atendimento (Cazarim, 2016).
Dado o exposto, fica evidente que o cuidado farmacêutico no tratamento da HAS auxilia no controle da PA, amplia a
adesão ao tratamento, previne complicações e promove um melhor manejo da condição gerais dos pacientes, possibilitando a
redução de custos deste tratamento ao Estado, a partir de uma perspectiva de prevenção e de conscientização (Barroso et al.
2021).
4. Conclusão
A partir da pesquisa, foi possível perceber que a HAS é uma doença crônica que acomete pessoas das mais diversas
idades e condições socioeconômicas. Em território brasileiro, é uma patologia extremamente custosa para o Estado, que
gradualmente vêm buscando apostar em estratégias de prevenção, antes de remediá-la.
Neste cenário, a atuação do profissional de farmácia, através do cuidado farmacêutico, apresenta-se como uma estratégia
que pode auxiliar no manejo da HAS, a partir da educação em saúde, do acompanhamento dos pacientes hipertensos e da
conscientização destes a respeito do uso correto dos anti-hipertensivos; que pode contribuir para a melhora da qualidade de vida,
e, por consequência, para a diminuição da doença e seus impactos diretos para o SUS.
Sendo assim, é importante que esse seja um assunto explorado, pois é perceptível a escassez de estudos que mostram
dados concretos sobre os custos da HAS, bem como as possibilidades para que eles sejam reduzidos. Além disso, considerando
os estudos que demonstram a efetividade do cuidado farmacêutico no tratamento da HAS, é evidente que este deveria estar
implementado em toda a rede do sistema público de saúde brasileiro.
Dada a falta de estudos que evidenciem a eficácia da intervenção do farmacêutico na redução dos custos associados ao
tratamento de doenças crônicas, como a HAS, é crucial promover pesquisas que não apenas abordem essa doença, mas também
outras enfermidades crônicas que geram despesas substanciais para os sistemas de saúde. Nesse sentido, espera-se que esta
pesquisa seja um ponto de partida para o desenvolvimento de novos estudos, os quais, por sua vez, possam estimular a reflexão
na comunidade científica, especialmente nas áreas de saúde e gestão.
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Article
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Objective: To analyze adequacy of care received by adults and elderly people with arterial hypertension, and its association with region of the country, demographic, socioeconomic and health system characteristics in Brazil in 2013 and 2019. Methods: This was a cross-sectional study using National Health Survey data. People aged ≥18 years with diagnosis of hypertension and medical consultation for this reason in the last three years were included. Adequacy of care was analyzed based on 11 indicators and using Poisson regression. Results: Adequate care was provided to 11,129 people with hypertension (25.3%; 95%CI 24.5;26.1) in 2013 and to 19,107 (18.8%; 95%CI 18.2;19.3) in 2019. Adequate care prevalence was 2.54 (95%CI 2.03;3.17) times higher in 2013, and 3.53 (95%CI 2.94;4.23) times higher in 2019 among individuals belonging to the highest socioeconomic quintile compared to those belonging to the poorest. Conclusion: We identified that care decreased, and economic inequalities intensified in the period 2013-2019.
Article
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Objective: To gather and synthesize current evidence that evaluates Pharmaceutical Services in hypertension, from an economic point of view. Methods: A systematic review of articles published from 2009 to September 2020 in PubMed, Scopus, Lilacs and Cochrane was carried out, following PRISMA guideline. Two reviewers screened and selected independently of the studies, extracted the data and assessed the risk of bias. Results: 2,223 articles excluding duplicates were found in the databases. After analyzing the inclusion and exclusion criteria, 12 studies were included, 8 were experimental and 4 were observational. The PS was performed in community pharmacies, outpatient clinics and hospitals, with interventions performed only by pharmacists or in collaboration with other professionals. Most of the interventions were cost-effective, improving clinical parameters and improving the quality of life. Only one intervention did not show significant results in relation to usual care. Conclusion: PS have been associated with positive economic impacts and interventions have significantly reduced direct medical costs. However, there is a need to develop more robust research, such as randomized and controlled studies, in order to allow a more assertive assessment regarding the cost-effectiveness of pharmaceutical services
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Ao longo dos anos, a profissão farmacêutica passou por diversas mudanças. A matriz curricular foi sendo aprimorada conforme a necessidade em formar profissionais preparados para o mercado de trabalho, bem como proporcionar a educação em saúde. A evolução é constante e hoje o profissional graduado é capaz de atuar em diferentes áreas, entre elas, a Atenção Farmacêutica, foco deste estudo que tem como objetivo descrever a experiência de inserção do profissional farmacêutico em equipe multiprofissional em serviço de atenção secundária à saúde, como também suas ações frente ao paciente. O estudo de caráter transversal foi realizado junto ao Consultório Farmacêutico do Ambulatório de Especialidades Médicas (AEM) do Centro Universitário Univates. Durante os meses de março a agosto de 2016, foram realizadas 276 consultas farmacêuticas (CF) no AEM, das quais foram compilados os dados referentes a 138 consultas com 98 pacientes atendidos pelas especialidades médicas de cardiologia e pneumologia. A amostra foi constituída por 57 homens (58,2%) e 41 mulheres (41,8%), com idade entre 8 e 92 anos (média de 61,8 anos). Nas CF foram realizadas 227 intervenções no período avaliado, perfazendo uma média de 1,6 serviços por paciente/consulta. Entre os serviços ofertados estão análise do receituário (37,0%), orientação sobre o acesso ao tratamento farmacológico (76,1%), orientação sobre o tratamento medicamentoso (21,7%) e reconciliação medicamentosa (18,1%). Assim, é possível verificar-se que a inserção do farmacêutico em equipe multiprofissional pode ser benéfica tanto para a equipe quanto para o paciente, contribuindo para o uso racional da terapia.
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Introducao: A hipertensao arterial sistemica (HAS) e reconhecida como principal fator de risco paradoenca cerebrovascular, doenca arterial coronariana, insuficiencia renal cronica e doenca vascular deextremidades. Quando nao tratada adequadamente, a HAS pode resultar em graves consequencias a orgaosvitais como coracao, cerebro e rins, constituindo, desse modo, um dos mais graves problemas de saudepublica. Nesse sentido, o emprego de terapeutica medicamentosa, alem de acoes educativas para mudancasno estilo de vida, e considerado elemento necessario para atingir o seu controle. Objetivos: Verificar amudanca de valores de pressao arterial entre os usuarios que recebem o cuidado da atencao farmaceutica.Metodologia: O estudo prospectivo, controlado, foi desenvolvido na Farmacia-Escola da UniversidadeMunicipal de Sao Caetano do Sul (USCS). Para avaliar o efeito da pratica da atencao farmaceutica sobre ocontrole da pressao arterial em usuarios hipertensos, utilizou-se o metodo Dader. Resultados: A media deidade dos 18 usuarios de medicamentos para hipertensao arterial foi de 69,7±8,9 anos. Foram prescritosa esses usuarios 120 principios ativos (media de 6,7±3,8 medicamentos por prescricao). Ao final doacompanhamento a reducao media da pressao arterial sistolica foi de 23,8 mmHg (p<0,002). Conclusao:A atencao farmaceutica, realizada de maneira sistematica pelo farmaceutico treinado para esta finalidade,pode contribuir efetivamente para o controle da pressao arterial dos usuarios de medicamentos.
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A Atenção Farmacêutica é um novo papel para o profissional farmacêutico, pautado nas ações proativas preconizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pautadas na farmacovigilância e na farmacologia adequada para cada paciente. Os primeiros estudos que avaliam a eficácia dessa intervenção no tratamento de pacientes com hipertensão não controlada demonstram a eficácia e potencial contribuição para o controle da hipertensão por meio de tratamentos não farmacológicos e farmacológicos adquiridos durante a assistência farmacêutica. Os serviços clínicos são prestados por farmacêuticos que desempenham um papel ativo na saúde de indivíduos, famílias e comunidades por meio de intervenções direcionadas a pacientes, outros profissionais de saúde e serviços de saúde. Os serviços de farmácia são projetados para melhorar a qualidade do atendimento e a qualidade de vida do paciente. Em relação à disponibilidade de tratamento e monitoramento eficazes, o controle da hipertensão arterial em escala populacional está longe do ideal, sendo a falta de adesão e o início tardio da terapia medicamentosa as principais razões para os maus resultados do tratamento hipertensão arterial. Portanto, o acompanhamento do paciente hipertenso pelo farmacêutico é fundamental, pois o controle da hipertensão arterial depende da adesão e continuidade do tratamento.
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A hipertensão arterial sistêmica (HAS) apresenta alta prevalência e baixo índice de controle, sendo considerada um dos principais fatores de risco mutáveis e um dos mais importantes problemas de saúde pública. Portanto, a hipertensão é uma doença crônica não transmissível que apresenta níveis elevados das pressões sistólica e diastólica, considerada um dos fatores de risco principais para doenças cardiovasculares, com condições clínicas multifatoriais caracterizadas por um aumento contínuo da pressão arterial. Pacientes com hipertensão geralmente aderem de forma incorreta ao tratamento medicamentoso, o que pode levar à diminuição da eficácia do medicamento, seja por dosagem insuficiente ou local de armazenamento inadequado, resultando em perda da atividade do medicamento, ou até mesmo com a interação de medicamentos ou alimentos que podem aderir ao tratamento. O uso correto dos medicamentos é um dos fatores preponderantes para o sucesso do tratamento. A Atenção Farmacêutica pode ser definida como a interação direta entre o farmacêutico e o paciente, visando o tratamento medicamentoso razoável e a obtenção de resultados mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida, tornando-se imprescindível para diminuir possíveis problemas relacionados à medicamentos.
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p>Pharmaceutical Care is a practice that the main purpose is to improve the patient’s quality of life who use frequently drugs, especially whose chronic use. Hypertension is considered a public health problem, with significant risk factors to increase cardiovascular issues in a population. Patients with this type of chronic disease can use a specific medication to stabilize their clinical system. In addition, these patients often use the medication improperly as a different drug amount or quality and stored incorrectly in their home. Through this pharmaceutical care practice, the pharmacist may interact directly with the patient to identify their needs related with drugs. Given these considerations, this study aim to develop a safer and more effective antihypertensive pharmacotherapy providing information about the correct and safe drugs use. This is the way to avoid the patients with early return in a hospital for treatments.</p