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Envelhecer saudavelmente numa cidade gentrificada: perspetivas de adultos mais velhos da coorte EPIPorto

Authors:

Abstract

Antecedentes/Objetivos: Analisar as perspetivas de adultos mais velhos (60 ou mais anos) sobre os processos de gentrificação, envelhecimento saudável e as relações entre ambos. Métodos: Neste estudo qualitativo foram convidados a participar numa entrevista semi-estruturada elementos da coorte EPIPorto através de uma chamada telefónica. Utilizou-se uma amostragem intencional, cuja seleção se baseou em quatro características: sexo, escolaridade, propriedade imobiliária e área de residência. O software NVivo foi utilizado para realizar uma análise temática indutiva de dezanove entrevistas realizadas. Resultados: Em relação às mudanças sentidas devido à gentrificação no Porto, a maioria dos entrevistados revelou a ocorrência de alterações no ambiente físico, modificando a forma como estes utilizam o espaço urbano. Os participantes reconheceram que a cidade vive, atualmente, um processo de renovação e transformação urbana ao nível dos espaços verdes e de lazer, da restauração, habitação e comércio. Foi mencionado, ainda, o contributo da gentrificação para a escassez de habitações a preços comportáveis e para o enfraquecimento da coesão social, especialmente das relações familiares. Por sua vez, os entrevistados consideraram que o envelhecimento saudável significa ter controlo sobre a saúde individual (manutenção de hábitos saudáveis), ter apoio social (auxílio e compreensão dos outros), recursos económicos (de forma a viver confortavelmente) e bem-estar (sentirem-se bem consigo próprios), sendo condicionado por políticas relacionadas com a saúde e com os idosos (através do acesso a lares e cuidados de saúde). Quanto à relação entre gentrificação e envelhecimento saudável, alguns participantes referiram que as mudanças no ambiente físico podem contribuir para o seu bem-estar. Contudo, reconheceram que a gentrificação aumenta o custo de vida, podendo agravar a vulnerabilidade a problemas de saúde mental e bem-estar, especialmente no caso de pessoas com menor poder económico. Alguns dos entrevistados revelaram, ainda, que há pouca ou nenhuma influência dos processos de gentrificação sobre o envelhecimento saudável. Conclusões/Recomendações: Apesar dos adultos de 60 ou mais anos reconhecerem que a gentrificação pode beneficiar as suas vidas e a cidade, identificaram também algumas dimensões na qual esta pode ser desfavorável para a sua visão de envelhecimento saudável. Financiamento: UIDB/04750/2020, LA/P/0064/2020, PTDC/GES-OUT/1662/2020, CEECIND/02386/2018, UI/BD/150782/2020.
Gac Sanit. 2023;37(S1):S6–S56
S17
Further more, 25% of alcohol attributable deaths occur in people aged
≥ 65 years. While the overall trend of alcohol use has been declining
in recent years, some point out that this does not happen in people
aged ≥ 65 years. Our object ive was to describe the evolution of alcohol
consumption in people aged ≥ 65 years in Spain by sex and educa
tional level during 2001‑2020.
Methods: Data comes from the consecut ive editions of the Spanish
National Health Survey (ENSE) and the European Health Survey (EES)
in Spain. We selected people aged ≥ 65 years. Average daily alcohol
intake in grams of pure alcohol was estimated from the quantity‑
frequency of self‑reported intake of different alcoholic beverages, as
signing a differentiated alcohol content to each of them.
Subsequently, the prevalence of intake of < 10/20 grams (moderate
drinking) and ≥ 10/20 grams (regular excessive drinking) for women
and men, respectively, were obtained. Educational level was catego
rized into ≤ primary, secondary, and higher education. Changes in
alcohol use between 2001‑2011 and 2014‑2020 were assessed.
Results: Prevalence of moderate drinking showed an increasing
trend in men throughout the period, while in women it remained
stable. By contrast, the prevalence of regular excessive drinking
showed a general downward trend in both men and women, regard
less of their educational level. The prevalence of regular excessive
drinking decreased between the two analysed periods, being this
decrease more noticeable in men, while no major sex differences
were observed for moderate drinking prevalence. The differences ac
cording to educational level in prevalence of alcohol use decreased
during the study period.
Conclusions/Recommendations: Among people aged ≥ 65 the
prevalence of regular excessive alcohol use decreased during 2001‑
2020, while the prevalence of moderate drinking increased. Educa‑
tional inequalities in alcohol consumption decreased in the most
recent years.
Financiación: DGPNS‑Ministerio Sanidad [2021I034].
ME 05. Qualitative research in practice:
in, for, and with epidemiology and public
health
Coordinan: Sahra Gibbon y José Pedro Ribeiro da Silva
747. ENVELHECER SAUDAVELMENTE NUMA CIDADE
GENTRIFICADA: PERSPETIVAS DE ADULTOS MAIS VELHOS
DA COORTE EPIPORTO
C.J. Santos, J.P. Silva, E. Torres, H. Barros, A.I. Ribeiro
EPIUnit-Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto;
Laboratório para a Investigação Integrativa e Translacional em Saúde
Populacional; Instituto de Sociologia da Universidade do Porto;
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Antecedentes/Objetivos: Analisar as perspetivas de adultos mais
velhos (60 ou mais anos) sobre os processos de gent rificação, envelhe
cimento saudável e as relações entre ambos.
Métodos: Neste estudo qualitativo foram convidados a participar
numa entrevista semi‑estruturada elementos da coorte EPIPorto
através de uma chamada telefónica. Utilizou‑se uma amostragem in
tencional, cuja seleção se baseou em quatro características: sexo, es
colaridade, propriedade imobiliária e área de residência. O software
NVivo foi utilizado para realizar uma análise temática indutiva de
dezanove entrevistas realizadas.
Resultados: Em relação às mudanças sentidas devido à gentrifica
ção no Porto, a maioria dos entrevistados revelou a ocorrência de al
terações no ambiente físico, modificando a forma como estes utilizam
o espaço urbano. Os participantes reconheceram que a cidade vive,
atualmente, um processo de renovação e transformação urbana ao
nível dos espaços verdes e de lazer, da restauração, habitação e co
mércio. Foi mencionado, ainda, o contributo da gentrificação para a
escassez de habitações a preços comportáveis e para o enfraqueci
mento da coesão social, especialmente das relações familiares. Por
sua vez, os entrevistados consideraram que o envelhecimento saudá
vel significa ter controlo sobre a saúde individual (manutenção de
hábitos saudáveis), ter apoio social (auxílio e compreensão dos ou
tros), recursos económicos (de forma a viver confortavelmente) e
bem‑estar (sentirem‑se bem consigo próprios), sendo condicionado
por políticas relacionadas com a saúde e com os idosos (através do
acesso a lares e cuidados de saúde). Quanto à relação ent re gentrifica
ção e envelhecimento saudável, alguns participantes referiram que as
mudanças no a mbiente físico podem contribuir para o seu bem‑estar.
Contudo, reconheceram que a gentrificação aumenta o custo de vida,
podendo agravar a vulnerabilidade a problemas de saúde mental e
bem‑estar, especialmente no caso de pessoas com menor poder eco
nómico. Alguns dos entrevistados revelaram, ainda, que há pouca ou
nenhuma influência dos processos de gentrificação sobre o envelhe
cimento saudável.
Conclusões/Recomendações: Apesar dos adultos de 60 ou mais
anos reconhecerem que a gentrificação pode beneficiar as suas vidas
e a cidade, identificaram também algumas dimensões na qual esta
pode ser desfavorável para a sua visão de envelhecimento saudável.
Financiamento: UIDB/04750/2020, LA/P/0064/2020, PTDC/GES‑
OUT/1662/2020, CEECIND/02386/2018, UI/BD/150782/2020.
678. UNVEILING THE INDIVIDUAL AND CONTEXTUAL
DETERMINANTS OF FOOD INSECURITY IN AN EU
OUTERMOST REGION: A QUALITATIVE STUDY
ON THE AZORES ISLANDS IN PORTUGAL
R. Freiheit, A.C. Santos, T. Leão
Institute of Public Health of the University of Porto; EPIUnit-Instituto
de Saúde Pública, Universidade do Porto; Laboratório para a
Investigação Integrativa e Translacional em Saúde Populacional (ITR),
Universidade do Porto; Departamento de Ciências da Saúde Pública e
Forenses, e Educação Médica, Faculdade de Medicina, Universidade
do Porto.
Background/Objectives: In 2019, over 1 billion people experienced
food insecurity. In the Azores, a 9‑island archipelago in the Atlantic
Ocean, 13.4% of its population perceived food insecurity, the highest
regional rate in Portugal. Geographical limitations paired with high
unemployment and low education rates may challenge its popula
tion’s access to nutritious food. T hough, it is still unknown which con
textual factors limit access and availability to food in this European
outermost region, and how they interact with individual ones. This
study aimed to investigate which individual factors are perceived in
the Azores for FI, which contextual factors affect FI, and how. It fur
ther aimed to understand if and how contextual factors amplify indi
vidual ones, to better understand why the Azorean population and
certain subgroups are at high risk of FI.
Methods: Data collection was conducted in early 2022 with 13 in‑
depth, 1:1 semi‑str uctured interv iews regarding topics of food access
and availability in the Azores. Non‑probability sampling was used,
with purposive and snowball sampling of key‑stakeholders currently
living in the region or employed in a position related to the Azores
(i.e., in healthcare, supply chain, agriculture, etc.). A thematic analysis
was performed with an inductive‑deductive iterative approach.
Results: Participants identified several factors related to access
and availability of food, which frequently interacted. Vegetables,
fruit, and fish can be scarce and are subject to seasonal variation.
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