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Ciência em Evidência, Revista Multidisciplinar, v. 01, n.01, jan./jun. 2020.
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TÍTULO D O T RABALHO
BITCOIN, ETHEREUM E XRP: UMA ANÁLISE HISTÓRICA
DAS CRIPTOMOEDAS E SUAS TECNOLOGIAS
Angelo Pisani Neto1 e Gustavo Matarazzo2
1Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo - IFSP
Capivari, SP, Brasil
2Docente Área de Gestão
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo - IFSP
Capivari, SP, Brasil
angeloneto_11@hotmail.com, gustavo.matarazzo@ifsp.edu.br
Resumo
O dinheiro é indispensável para o ser humano e apresenta constantes evoluções. Com o avanço
da tecnologia, diversos meios de pagamento surgiram e dentre eles é possível destacar as
criptomoedas, um assunto recente que tem sido apresentado em diversos meios, sobretudo,
como uma possibilidade de investimento. Nesse contexto, o presente trabalho tem como
objetivo analisar as características tecnológicas chaves das três criptomoedas que ocupam,
atualmente, os maiores índices de capitalização de mercado, sendo elas: Bitcoin, Ethereum e
XRP. Para atingir tal objetivo, assumiu-se nesta pesquisa um posicionamento de natureza
qualitativa. Aplicou-se técnicas descritivas para retraçar os históricos e a descrição de suas
tecnologias chave. Como resultados, a presente pesquisa demonstrou que as criptomoedas
apresentam objetivos diferentes, no entanto, utilizam-se da mesma tecnologia de transação, a
peer-to-peer. As tecnologias de blockchain, mineração e proof-of-work são utilizadas de
maneiras distintas por cada uma das criptomoedas. Por fim, considera-se que trabalhos como
esse são importantes por colocarem luz nas tecnologias implementadas. Como limitações,
ressalta-se o estudo em três casos.
Palavras-chave: Tecnologia; Criptomoedas; Blockchain; Bitcoin; Pagamentos.
BITCOIN, ETHEREUM AND XRP: A HISTORICAL ANALYSIS OF
CRYPTOMOEDES AND THEIR TECHNOLOGIES
Abstract
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Money is indispensable for humans and is constantly evolving. With the advancement of
technology, several payment methods have emerged and among them it is possible to highlight
cryptocurrencies, a recent subject that was presented in various media, mainly as a possibility
of investment. Therefore, this paper aims to analyze the three cryptocurrencies that occupy the
highest market capitalization indexes, namely: Bitcoin, Ethereum and XRP. To achieve this
goal, a qualitative approach was assumed in this research. Descriptive techniques were applied
to retrace the histories and the description of their key technologies. As a result, the present
research demonstrated that cryptocurrencies have different objectives, however, it uses the
same peer-to-peer transaction technology. Blockchain, mining and proof-of-work technologies
are used in different ways. Finally, it is considered that works like this are important because
they shed light on the implemented technologies. Limitations include the application in three
cases.
Keywords: Tecnologies; Criptocurrencies; Blockchain; Bitcoin; Payment.
1. INTRODUÇÃO
A moeda é uma velha conhecida dos seres humanos, surgiu como uma forma primitiva
de troca, na qual as pessoas trocavam bens que possuíam por outros que desejavam, sem
equivalência de valor. A partir disso, a moeda foi se consolidando e mudando sua forma: de
metais preciosos como cobre, prata e ouro para papéis moeda e, mais recentemente, pequenos
pedaços de plástico conhecidos como cartão de crédito (BANCO CENTRAL DO BRASIL,
2019). A evolução continua e, com a popularização da internet, surgiu um novo método de
pagamento, as moedas digitais.
Em 2008, o pseudônimo Satoshi Nakamoto fez a publicação de um artigo intitulado
“Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System”. Vendo a necessidade de colocar a moeda a
nível de código computacional, Nakamoto (2008) propôs então, a moeda digital mais conhecida
atualmente, o Bitcoin. Não se sabe muito a respeito do autor, há pessoas que acreditam que
Satoshi Nakamoto não seja uma pessoa, mas sim um grupo.
O artigo apresentava um sistema de pagamento eletrônico ponto a ponto, baseado em
provas criptografadas, as quais tornam possíveis duas partes interessadas transacionarem
diretamente uma com a outra, sem a necessidade de um intermediário confiável (NAKAMOTO,
2008). Garantindo assim uma ideia central para o uso da moeda digital, que se esquiva de
fraudes e apresenta custos de transação menores.
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Outro termo que passou a se tornar conhecido a partir da publicação do artigo foi o
“Blockchain”. O que torna comum a confusão entre os termos Bitcoin e Blockchain. De maneira
geral, entende-se que o Bitcoin é o ativo financeiro transacionado na Internet, enquanto o
Blockchain é a tecnologia base para as transações (GUIA DO BITCOIN, 2019).
Diante desses elementos, uma moeda digital pode ser definida como uma cadeia de
assinaturas digitais, na qual cada proprietário transfere a moeda para o próximo assinando
digitalmente o hash da transação anterior e a chave pública do próximo proprietário
(NAKAMOTO, 2008).
Algumas moedas digitais chamam a atenção pelo seu preço e capitalização de mercado.
Sendo uma tecnologia de grande vicissitude, as criptomoedas têm chamado cada vez mais a
atenção de investidores financeiros. A moeda digital mais conhecida do público em geral é a
Bitcoin, mas além dela, há outras milhares de criptomoedas espalhadas pela Internet. A partir
de uma visão a respeito da quantia financeira movimentada, estima-se que o valor das três
principais moedas em capitalização de mercado (Bitcoin, Ethereum e XRP) seja de 717,2
bilhões de reais segundo as cotações do site CoinMarketCap (2019), o que representa,
aproximadamente, 80% do mercado total.
Porém, as criptomoedas em geral continuam sendo uma temática pouco explorada.
Percebe-se que o conhecimento tecnológico acerca deste tema não é popularizado, e que mesmo
em alguns setores de tecnologia da informação, não se têm conhecimento sobre os seus
funcionamentos. Ao se realizar um levantamento de artigos dos últimos dez anos e efetuar uma
análise qualitativa de seus resumos, identificou-se que as pesquisas são, majoritariamente,
aprofundadas e/ou aplicadas sem o intuito de democratizar os conhecimentos.
Portanto, o presente trabalho visa responder a seguinte questão de pesquisa: quais as
principais características tecnológicas que possibilitam a existência de criptomoedas, mais
especificadamente, Bitcoin, Ethereum e XRP? E tem como objetivo geral mapear os
componentes tecnológicos chave que possibilitam a existência das três criptomoedas
mencionadas.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Trocas, moedas, dinheiro e tecnologia: uma perspectiva histórica
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De acordo com a Casa da Moeda do Brasil (2019), a ideia de pagamento surgiu nos
primórdios da vida humana, com a evolução do homem primitivo, o qual começou a buscar
conforto e itens para sua necessidade pessoal, dando início às trocas. Sendo assim, o sistema
monetário passou por diversas mudanças, é possível ressaltar, em seu início, o papel dos objetos
como formas de pagamento. Com a descoberta do metal e seus utensílios, caracterizados pela
necessidade de certa habilidade para serem produzidos, facas e outros utensílios metálicos
passaram a ser utilizados para trocas, até que, em VII a.C., houve o surgimento das moedas,
caracterizadas por serem pequenas peças de metal com peso e valor definidos.
Metais preciosos, como ouro, prata e cobre, logo se impuseram como moedas, devido à
raridade, beleza e costumes religiosos. Posteriormente, na idade média, o papel moeda emergiu,
primeiramente como recibos preenchidos à mão. Com o passar do tempo, o governo começou
a conduzir a emissão do papel moeda, com as chamadas cédulas, que perpetuam
contemporaneamente (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2019).
Diante desse primeiro cenário de desenvolvimento das moedas e das próprias relações
sociais que envolvem a humanidade e a economia, torna-se interessante explorar a relação entre
meios de pagamento e tecnologia.
Os meios de pagamento e as formas de executar transações financeiras foram
diretamente afetadas pela evolução tecnológica. A forma física abriu espaço para o
processamento de dados, e a principal função dos meios de pagamento eletrônicos passou a
estar relacionada com a transferência de informações de forma rápida (FUZITANI, 2007). Essa
evolução das formas de pagamento está inserida no contexto da “Convergência Digital”, que
influencia diretamente nas decisões de compra e, consequentemente, na economia mundial.
Após o cartão de crédito se estabelecer, em 1970, e o cartão de débito substituir em
grande parte o cheque, os bancos começaram a investir e experimentar outros meios para a
expansão do mercado. Um exemplo é o caso das milhas áreas, que passou a envolver a indústria
de aviação, influenciando diretamente no número de viagens. O exemplo de milhas, propicia o
surgimento de dispositivos como as “milhas voadas”, que abrangem outros mercados, por
exemplo, os programas de hotéis e locadoras de automóveis. Tal fato cria diversos vínculos
entre empresas de ramos diferentes (FARIAS, 2017).
Nesse contexto, diferentes possibilidades foram criadas e movimentaram as formas
como pessoas e organizações movimentam a economia. Mais especificamente, em 2008, um
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artigo abriu outras possibilidades para os meios de pagamentos. Nakamoto (2008) apresentava,
de maneira geral, a ideia de uma moeda virtual, e o funcionamento da tecnologia que propiciava
sua existência, posteriormente, denominada de Blockchain. Surgiu, então, o conceito de
Bitcoin, uma moeda totalmente virtual, que não se enquadrava em uma situação legal
consistente e desprovida de centralizações, como bancos, para executar transações. Tratar-se-á
de tal temática a seguir.
2.2 Criptomoedas
De acordo com o site CoinMarketCap (2019), atualmente, existe mais de 2300
criptomoedas catalogadas.
Ao se fazer um sobrevoo sobre as 50 primeiras criptomoedas do ranking de capitalização
de mercado do site CoinMarketCap (2019), é possível observar o movimento de criação e
ascensão das moedas digitais. Desde 2008, com a primeira criptomoeda, até o final de 2018,
pode-se perceber que a criação dessas moedas virtuais se popularizou. Ressalta-se a alta
considerável de criação de criptomoedas apresentada a partir de 2016 (Figura 1).
Figura 1 - Número de Criptomoedas criadas de 2008 a 2018
Fonte: Elaborado pelo autor com base em dados do CoinMarketCap (2019).
Visto que existem milhares de criptomoedas catalogadas no site CoinMarketCap (2019)
e o gráfico ilustrado na figura 1 foi criado com base nas 50 maiores em capitalização de
mercado, é possível afirmar que as moedas mais recentes têm figurado dentre as mais valiosas.
-2
0
2
4
6
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10
12
14
16
2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020
Número de Criptomoedas criadas por ano
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Nesse sentido, entende-se que o Blockchain é a tecnologia central para a criação e
desenvolvimento de todas essas criptomoedas.
2.3 Blockchain
Com a publicação do artigo de Satoshi Nakamoto (2008), no qual foram difundidas as
principais perspectivas tecnológicas da criptomoeda Bitcoin, explica-se também as primeiras
noções de Blockchain. Segundo Mattila (2016), essa tecnologia tem potencial para impactar
todos os setores e camadas da sociedade, pois é transparente e redefine a segurança nas relações
de troca de informações e valores. Com isso, tornou-se base para a moeda digital e,
posteriormente, para diversos outros fins.
Inicialmente, a tecnologia blockchain foi disseminada como solução para o problema de
gastos duplos da criptomoeda Bitcoin. Funciona a partir de uma chave privada criptografada
(secreta como uma senha) e uma chave pública compartilhada com todas as outras partes da
rede, cada bloco criado por uma transação possui uma espécie de impressão digital chamada
hash, que se trata de um algoritmo matemático criptografado e extremamente difícil de ser
revertido (NAKAMOTO, 2008).
Em um contexto abrangente, o blockchain pode ser considerado uma cadeia de blocos
que utiliza diversas tecnologias para criptografia, estrutura de dados e outras técnicas
matemáticas. Com isso, há a possibilidade de criação de ativos digitais nas fases de mineração,
pré-mineração ou contratos inteligentes, o que resulta em transações por duas partes, sem a
intervenção de um terceiro, garantindo autenticidade, devido às assinaturas digitais
criptografadas e a corrente de transações, a qual permite o acesso à trajetória do dado
transacionado do seu último destino à sua origem. (LEWIS, 2018).
Trata-se, portanto, de uma base de dados distribuída, gerida de forma descentralizada e
compartilhada por uma rede peer-to-peer, a qual os participantes a armazenam e a mantém.
Nesse sentido, funciona como um livro-razão público e compartilhado, que cresce à medida
que novas transações são feitas e consequentemente novos blocos são criados (FORMIGONI
FILHO; BRAGA; LEAL, 2017).
Por ser confiável, esta cadeia de blocos está se expandindo, podendo ser utilizada para
comunicações em cadeia de fornecimento, contratos inteligentes, gerenciamento de identidades
e outras aplicações. (CHICARINO et al., 2019).
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Segundo Lewis (2018), a melhor definição para o blockchain é de que se trata de uma
palavra que representa um conjunto de tecnologias que possibilitam os ativos digitais serem
criados e transmitidos ponto a ponto com garantia de autenticidade e de que não foram
falsificados ou alterados, sem a necessidade de confiar em um terceiro. Dado esse primeiro
panorama teórico acerca das moedas, tecnologias e do blockchain. A seguir, serão apresentados
os aspectos metodológicos da presente pesquisa.
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Nesta seção, serão demonstrados os procedimentos adotados para a realização deste
trabalho, que se trata de uma pesquisa de natureza qualitativa e de caráter descritivo.
A pesquisa qualitativa, segundo Creswell (2013), reflete a forma em que o pesquisador
se empenhou para fazer o estudo, depende da análise de dados e imagens, não se preocupando
tanto com números. Também envolve a discussão do objeto estudado, comentários do
pesquisador e os procedimentos gerais realizados para a coleta e análise dos dados. Portanto, a
estrutura de um projeto qualitativo pode variar consideravelmente entre pesquisadores.
Ao efetuar uma pesquisa de caráter descritivo, faz-se necessário diversas informações,
observações e registros sobre o assunto a ser tratado, sem que haja alteração de dados, a fim de
descobrir as características do objeto de estudo, com a maior precisão possível (CERVO;
BERVIAN; DA SILVA, 2006). Entre os exemplos de pesquisa descritiva, encontra-se o estudo
de caso.
Portanto, para este estudo foram realizadas buscas em periódicos e sites específicos a
fim de obter informações sobre o histórico das três criptomoedas que foram estudadas (Bitcoin,
Ethereum e XRP), e de suas principais tecnologias. Foram encontrados, no portal de periódicos
CAPES, um total de 164 artigos revisados por pares envolvendo as palavras-chave:
“Cryptocurrency”, “Blockchain” e “Technology”. Após um filtro a partir de uma análise
qualitativa de seus resumos e introduções, 19 artigos foram escolhidos. Além destes, diversos
outros artigos, sites e livros foram estudados a fim de finalizar esta pesquisa, levantando os
resultados que serão demonstrados a seguir.
4. RESULTADOS
4.1 Bitcoin
A criptomoeda mais conhecida atualmente, o Bitcoin (BTC), surgiu após a publicação
do artigo “Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System”, pelo pseudônimo de Satoshi
Nakamoto, em 2008. O documento propõe uma moeda para pagamentos digitais ponto a ponto,
permitindo que transferências digitais sejam realizadas sem o auxílio de uma instituição
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financeira para intermediá-las. Portanto, basta um sistema de pagamento eletrônico com base
em provas criptografadas ao invés de confiança, o que permite duas partes interessadas
transacionem entre si sem a necessidade de uma terceira parte confiável (NAKAMOTO, 2008).
Como é citado no título do artigo de Nakamoto, o modelo de transferência de dados é o
peer-to-peer (P2P), traduzido literalmente como ponto a ponto. Segundo Vicente (2017), é uma
das principais tecnologias utilizadas para que as moedas digitais possam ser transacionadas,
pois possibilita a troca direta de dados em grande escala e trabalha no formato de rede de
computadores, no qual cada usuário conectado realiza funções de servidor e cliente e seu
objetivo é a transmissão de arquivos.
Os Bitcoins são gerados por um processo chamado de mineração, esse processo é
caracterizado por adicionar registros ao livro razão público do Bitcoin, o blockchain, uma
cadeia de blocos que confirma as transações para toda da rede, evitando assim os gastos duplos
ou reuso da criptomoeda, como citado por Nakamoto (2008).
A mineração do Bitcoin é feita por meio da resolução de problemas matemáticos
complexos segundo tentativa e erro. Tais problemas são criados por uma tecnologia
denominada Proof-of-Work (PoW) ou prova de trabalho. (GERVAIS et al., 2016).
Introduzido por Nakamoto (2008) em seu artigo, o Bitcoin emprega um PoW baseado
em hash, com a criptografia SHA-256. Quanto maior o poder computacional, mais rápido será
a resolução dos problemas e consequentemente a construção dos blocos no blockchain,
portanto, devido a essa demanda de computadores superpotentes, entusiastas criaram circuitos
integrados específicos de aplicativo (ASICs), ou seja, máquinas próprias para a solução de
problemas complexos.
A mineração é intencionalmente projetada para ser difícil e complexa, limitando assim
o número de blocos encontrados, e tem como principal objetivo, a definição dos históricos de
transação. Após a descoberta de um bloco, o seu minerador recebe um certo número de bitcoins
como recompensa, tal número varia de acordo com a quantidade de blocos minerados na rede,
e taxas pagas pelos usuários que fazem transações (BITCOIN WIKI, 2019).
4.2 Ripple
A empresa OpenCoin, fundada em 2012, foi responsável pelo desenvolvimento do
protocolo de transação Ripple (RTXP) e sua rede de pagamento e trocas. Renomeada um ano
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depois, em 2013, para Ripple Labs Inc., trata-se de uma empresa de capital privado com
diversos investidores, como Seagate Technology e Google Ventures (FRIED, 2018).
O protocolo de pagamento Ripple, como é chamado, possui sua própria criptomoeda, o
XRP e ocupa a terceira posição no ranking de capitalização das criptomoedas, segundo cotações
do site CoinMarketCap (2019). Refere-se a um protocolo de pagamento de código aberto,
disponível para o público e que suporta, em sua rede, diferentes tipos de moedas.
Apesar de ter como base um código aberto, a implantação atual do Ripple é gerenciada
exclusivamente pelo Ripple Labs, que busca permitir pagamentos seguros e instantâneos. Os
nós de uma rede Ripple podem ser divididos em três tipos: aqueles que fazem e/ou recebem
pagamentos; facilitadores comerciais e validadores que executam o protocolo a fim de validar
transações (ARMKNECHT et al., 2015).
Segundo Fried (2018) o XRP foi criado para resolver uma grande resistência existente
em transações internacionais, devido a ganância de bancos, que lucram milhões de dólares com
taxas de transação. Esta moeda pode aumentar pagamentos mais rapidamente, executar
liquidações instantâneas e manter as taxas de transação muito mais baixas.
Ao contrário das criptomoedas citadas anteriormente, a XRP não pode ser minerada. O
Ripple utiliza um algoritmo de consenso (RPCA) a partir de uma verificação por seus nós, para
manter a concordância na rede e evitar bifurcações. Segundo Armknecht et. al. (2015) tal
protocolo passa por três fases:
• Fase de coleta: os servidores de validação coletam as transações que são recebidas da
rede, em seguida verificam sua autenticidade, por meio do ledger da transação, da chave
pública do emissor e da validade da assinatura;
• Fase de consenso: processo iterativo, no qual os servidores na rede processam e enviam
propostas, os validadores, por meio do processo de consenso, devem concordar com a
transação, até que a grande maioria deles (80%) chegue a um acordo sobre o conjunto
de transações que está sendo validada;
• Fase de fechamento: cada servidor de validação encaminha um hash assinado, assim
que uma ledger de transação obtém uma maioria de 80% dessas assinaturas, ela é
considerada validada e então, fechada. A partir do momento em que uma ledger é
fechada, outra que foi coletada entra para a fase de consenso, iniciando uma nova
rodada.
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Isso demonstra uma grande diferença com as outras duas criptomoedas anteriormente
descritas. O Bitcoin e o Ethereum utilizam Proof-of-Work por meio de mineração, para verificar
as transações e garantir a descentralização da criptomoeda. Em contrapartida, o XRP utiliza o
método de consenso, descrito acima, para que suas transações sejam validadas, portanto, o XRP
não pode ser minerado (SILKJÆR, 2019).
Ao ser criado, segundo o site oficial XRPL ORG (2019), foram gerados 100 bilhões de
XRP e não é possível criar mais essa criptomoeda. Desta quantia, 20% foram distribuídos para
os fundadores do projeto e os outros 80 bilhões ficaram com a empresa Ripple Labs. Sendo
assim, o XRP não pode ser considerado como totalmente descentralizado, tal qual Bitcoin e
Ethereum. Além disso, ao serem feitas transações via XRP, uma pequena fração é destruida,
devido aos custos de transação. O que faz com que a criptomoeda seja, naturalmente,
deflacionária. Entretanto, essa destruição não oferece riscos à existência da criptomoeda.
4.3 Ethereum
Apesar da moeda Ether ser uma das maiores em questão de capital de mercado, segundo
o site CoinMarketCap (2019), com aproximadamente US$ 18,2 bilhões, é importante entender
que o Ethereum é mais do que uma moeda digital. Trata-se de um blockchain programável, que
permite aos desenvolvedores criarem e implantarem aplicativos descentralizados, denominados
DApps (ETHEREUM ORG, 2019).
A intenção do Ethereum, segundo Buterin (2014) é fundir o potencial de scripting,
altcoins e meta-protocols que existem no blockchain, permitindo que os desenvolvedores
consigam criar aplicativos que unam paradigmas, como escalabilidade, funcionalidade e
facilidade, ao mesmo tempo. O Ethereum faz isso construindo um blockchain com uma
linguagem de programação completa e integrada, o que proporciona que qualquer pessoa
escreva contratos inteligentes e DApps.
Entretanto, para que um usuário escreva contratos inteligentes ou desenvolva
aplicativos, é necessário participar da rede Ethereum. Lewis (2016) diz que, para se conectar a
essa rede, explorar seu blockchain, fazer transações ou minerar novos blocos faz-se necessário
a execução de um cliente Ethereum. O que torna o computador do cliente um nó, fazendo-o
participar da rede.
Assim como outros blockchains, o Ethereum possui sua criptomoeda nativa, o Ether
(ETH). De acordo com o site oficial Ethereum.org (2019) o ETH se assemelha ao Bitcoin por
ser uma criptomoeda peer-to-peer, podendo ser transacionada para qualquer lugar do mundo
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sem a necessidade de terceiros envolvidos no processo, também é descentralizada e não possui
nenhum órgão que a controle.
Outra semelhança se dá na sua mineração. O ETH possui um sistema de PoW parecido
com o do bitcoin, no qual mineradores competem entre si para descobrir novos blocos, e a partir
disso, serem recompensados. Quanto maior o preço da moeda digital, mais mineradores são
atraídos, dificultando cada vez mais a mineração (SASSANO 2019).
Ressalta-se que o Ethereum utiliza um sistema de PoW com o algoritmo de mineração
ETHash, que tem como principal diferencial, o consumo total da banda de acesso à memória
disponível na placa de vídeo, ou seja, processamento gráfico. Portanto, essa moeda é minerada
por Graphics Processing Units (GPUs) contemporâneas, que utilizam as tecnologias mais
recentes de entrada e saída, o que impossibilita sua mineração a partir de circuitos integrados
próprios (ASICs), pois esses não possuem processamento gráfico (SUKHAREV; SILNOV,
2018).
4.4 Síntese dos Resultados
Após a descrição das criptomoedas que ocupam as três melhores posições no ranking
de capitalização de mercado, construiu-se um quadro comparativo (Quadro 1), que lista as
informações das moedas digitais e suas tecnologias.
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Quadro 1: Comparativo entre as criptomoedas estudadas.
TECNOLOGIAS
BITCOIN
XRP
ETHEREUM
Ano de criação
2008
2012
2015
Preço unitário
$7,493.49 USD *
$0.278491 USD *
$162.17 USD *
Função
Moeda digital criada
para realização de
transferências sem o
auxílio de
intermediários.
Rede de pagamentos
para empresas e
bancos, com
transações
instantâneas.
Plataforma para
contratos inteligentes
e aplicativos
descentralizados.
Tecnologia de
transação
Peer-to-Peer (p2p)
Peer-to-Peer (p2p)
Peer-to-Peer (p2p)
Blockchain
Utilizado para validar
transações na rede.
Permite validação de
transações por meio de
“votação” dos nós da
rede, que garante a
autenticidade da
transação.
Plataforma
programável,
possibilitando a
criação de aplicativos
descentralizados e
contratos inteligentes.
Mineração
Soluções de
problemas
matemáticos por
tentativa e erro.
Minerado
principalmente por
máquinas próprias
denominadas ASICs.
Não é minerada.
Soluções de
problemas
matemáticos por
tentativa e erro.
Minerado através de
processamento gráfico
(GPU).
Proof-of-work
Criptografia
SHA-256.
Método de consenso
(RPCA).
Criptografia ETHash.
Fonte: Elaborado pelo autor.
* Data da cotação – 23 de outubro de 2019
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho propôs, como objetivo geral, mapear os componentes tecnológicos
chaves que possibilitam a existência das três criptomoedas, segundo a capitalização de mercado,
Bitcoin, Ethereum e XRP. Para isso, empregou-se a revisão bibliográfica como técnica central
a fim de retraçar os históricos de tais moedas digitais e então descrever suas principais
tecnologias.
É possível notar conceitos tecnológicos em comum entre as moedas digitais,
principalmente com relação à tecnologia de transação, isto é, o peer-to-peer é aplicado nas três
criptomoedas estudadas. Entretanto, nota-se que o objetivo de cada moeda se difere e, com isso,
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tecnologias são moldadas para atingi-los. A partir disso, tecnologias chaves como o blockchain
e o conceito de mineração são diferentes em todas as moedas digitais vistas neste trabalho.
É importante ressaltar que tal temática abordada é relativamente nova e está em
ascensão, não só nas áreas de tecnologia. Portanto, este trabalho visa a inserção do público no
tema de moedas digitais, trazendo os principais conceitos para entender a funcionalidade de
uma criptomoeda. É possível estender tal estudo para um maior aprofundamento de cada
tecnologia envolvida, principalmente o blockchain, que pode ser programável e está se
expandindo para além da criptomoeda, tornando-se disruptivo para diversas áreas.
Referências
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