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PSICODRAMA E GESTAÇÃO: INTERVENÇÕES EM UM CURSO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

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Abstract

Resumo O presente trabalho teve como enfoque um Curso de Extensão Universitária para gestantes. Adotou-se como referencial teórico o Psicodrama Pedagógico e como metodológico da pesquisa-ação. A população constituiu-se de dezenove gestantes. Os dados foram coletados na Sociedade Espírita Obreiros do Bem, através de entrevistas que foram submetidos à análise de conteúdo. Os resultados demonstraram que o Curso proporcionou às gestantes aprendizagem para desempenharem os cuidados relacionados à gestação, parto, puerpério e recém-nascido, além de uma série de mudanças que contribuiram para uma melhor qualidade de vida, contemplando desta forma, inúmeros aspectos que comprovam a importância da extensão universitária. 1. Introdução "Entende-se por atividade de extensão universitária aquela que é voltada para o objetivo de tornar acessível à sociedade o conhecimento de domínio da Universidade, seja por sua própria produção, seja pela sistematização do conhecimento universal disponível" (Universidade Federal de São Carlos, 1993, p.2). "Tornar acessível o conhecimento existente inclui a produção de conhecimento sobre o próprio processo de acesso ao saber, desde a caracterização das necessidades da sociedade e a identificação de problemas relevantes para gerar a produção do conhecimento, até a realização de processos de disseminação do conhecimento disponível" (Universidade Federal de São Carlos, 1993, p.2). Esta forma de ver a extensão nos leva a entendê-la como qualquer atividade dirigida a pessoas, grupos de pessoas, à família, instituições públicas e privadas ou a toda comunidade, desenvolvida por docente e/ou alunos, e/ou funcionários, de caráter curricular ou extracurricular que vise ao desenvolvimento da comunidade ou pessoa a quem ela é dirigida. Também nos leva a considerá-la como parte de um projeto integrado na organicidade de ensinar e de produzir conhecimento, pelo fato de fazer parte de um processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre universidade e sociedade. Dentro dessa linha de compreensão do significado da extensão universitária, RIBEIRO e OLIVA discutem sobre a sua responsabilidade e a sua tarefa. RIBEIRO (1996), ao falar sobre a responsabilidade da universidade na área cultural por meio da extensão, diz que esta tem conseguido ser menos solitária e mais solidária, ao efetivar as tarefas que a especificam na divisão social do trabalho: ao ensinar e pesquisar, ela também aprende; ao se perceber agente ético, ajuda a criticar e a criar; enquanto que a parceria em favor das boas
PSICODRAMA E GESTAÇÃO: INTERVENÇÕES EM UM CURSO DE EXTENSÃO
UNIVERSITÁRIA.
Maria Isabel Ruiz Beretta
Profa. Dra. Denf. UFSCar
F: (16) 2608334
dmirb@power.ufscar.br
Antônio dos Santos Andrade
Prof. Dr. FCCL. USP – Rib.Preto
F: (16) 6023803
antandra@usp.br
Resumo
O presente trabalho teve como enfoque um Curso de Extensão Universitária para gestantes.
Adotou-se como referencial teórico o Psicodrama Pedagógico e como metodológico da
pesquisa-ação. A população constituiu-se de dezenove gestantes. Os dados foram coletados na
Sociedade Espírita Obreiros do Bem, através de entrevistas que foram submetidos à análise de
conteúdo. Os resultados demonstraram que o Curso proporcionou às gestantes aprendizagem
para desempenharem os cuidados relacionados à gestação, parto, puerpério e recém-nascido,
além de uma série de mudanças que contribuiram para uma melhor qualidade de vida,
contemplando desta forma, inúmeros aspectos que comprovam a importância da extensão
universitária.
1. Introdução
+
“Entende-se por atividade de extensão universitária aquela que é voltada para o objetivo de tornar acessível à
sociedade o conhecimento de domínio da Universidade, seja por sua própria produção, seja pela sistematização do
conhecimento universal disponível” (Universidade Federal de São Carlos, 1993, p.2).
“Tornar acessível o conhecimento existente inclui a produção de conhecimento sobre o próprio processo de acesso
ao saber, desde a caracterização das necessidades da sociedade e a identificação de problemas relevantes para gerar
a produção do conhecimento, até a realização de processos de disseminação do conhecimento disponível”
(Universidade Federal de São Carlos, 1993, p.2).
Esta forma de ver a extensão nos leva a entendê-la como qualquer atividade dirigida a pessoas,
grupos de pessoas, à família, instituições públicas e privadas ou a toda comunidade,
desenvolvida por docente e/ou alunos, e/ou funcionários, de caráter curricular ou extracurricular
que vise ao desenvolvimento da comunidade ou pessoa a quem ela é dirigida. Também nos leva
a considerá-la como parte de um projeto integrado na organicidade de ensinar e de produzir
conhecimento, pelo fato de fazer parte de um processo educativo, cultural e científico que
articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre
universidade e sociedade.
Dentro dessa linha de compreensão do significado da extensão universitária, RIBEIRO e OLIVA
discutem sobre a sua responsabilidade e a sua tarefa.
RIBEIRO (1996), ao falar sobre a responsabilidade da universidade na área cultural por meio da
extensão, diz que esta tem conseguido ser menos solitária e mais solidária, ao efetivar as tarefas
que a especificam na divisão social do trabalho: ao ensinar e pesquisar, ela também aprende; ao
se perceber agente ético, ajuda a criticar e a criar; enquanto que a parceria em favor das boas
causas, contribui na formação de consciências e atitudes políticas mais afinadas com a harmonia
cultural democrática.
OLIVA (1995), ao discorrer sobre a contribuição da extensão universitária na Universidade
Estadual Paulista - UNESP para um ensino de qualidade, apresenta-a como um momento em
que a universidade surge com a sua tarefa inquestionável de instrumentalizar o processo da
práxis, contribuindo para superar o falso e dicotômico conceito de teoria versus prática; de
articular a pesquisa e o ensino com as demandas e as necessidades da sociedade; de comprometer
e confrontar a comunidade acadêmica com a realidade e de socializar o conhecimento para
consolidar o direito à cidadania.
Como uma reflexão sobre o comprometimento da extensão universitária para com a comunidade,
GURGEL e MELO NETO preocupam-se com o papel que ela realmente representa.
GURGEL (1986), ao falar sobre o fato da extensão universitária ter um papel de comunicação e
não de domesticação, coloca que esta deveria caminhar em uma dimensão de mudança social na
direção de uma sociedade mais justa e igualitária, tendo obrigatoriamente, uma função de
comunicação da universidade com o seu meio, possibilitando, assim, a sua realimentação face à
problemática da sociedade e propiciando uma reflexão crítica e uma revisão permanente de suas
funções de ensino e pesquisa. Portanto, a extensão universitária, deveria representar, igualmente,
um serviço às populações, com as quais os segmentos mais conscientes da universidade
estabeleceriam uma relação de troca ou confronto de saberes.
MELO NETO (1996), ao referir-se à extensão, salienta a busca de uma outra hegemonia por
parte da universidade que, a partir do século passado, começou a projetar-se também como uma
nova dimensão, assumindo um novo papel em que admitia um comprometimento para com a
sociedade, algo bastante amplo enquanto conceito, porém, expresso mais diretamente como uma
oferta de prestação de serviço.
Acreditamos que a extensão também não possa limitar-se ao papel institucional de prestadora de
serviço, mas deva ser situada como um trabalho, no qual se pressupõe que a ação resulte em uma
transformação teórica ou tecnológica; deva ter um apelo pedagógico no sentido de um duplo
aprendizado: a universidade aprende a realidade objetiva da população, ao mesmo tempo em que
ensina. A universidade, ao sair da exclusividade acadêmica, avança seus limites e leva o
conhecimento, criando cultura e um mundo mais humano, minimizando o privilégio do
conhecimento e da escola somente para quem tem acesso aos mesmos.
Portanto, podemos dizer que cabe à universidade, enquanto extensão, assumir uma tarefa
educacional, produzindo e renovando conhecimentos, propiciando oportunidades de
ensino/aprendizagem, indispensáveis à sociedade. Cabe-lhe também desenvolver nos
profissionais que trabalham nesta área, uma competência crítica e uma capacidade de ação e
reflexão renovadora e construtiva, o que contribuirá para o exercício de sua prática educativa.
Desta forma, com base nestes conceitos, partimos para o desenvolvimento deste trabalho, com o
objetivo de favorecer o processo-ensino-aprendizagem das gestantes em um curso de extensão
universitária.
2. Metodologia
+
Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, que foi realizado junto à Sociedade Espírita
Obreiros do Bem, na cidade de São Carlos-SP. Ao abordarem a pesquisa qualitativa TRIVIÑOS
(1992) na área de ciências sociais, MINAYO (1994) na área da saúde e BOGDAN e BIKLEN
(1994) na área da educação, consideram-na como aquela que tem o ambiente natural como fonte
direta dos dados e o pesquisador como instrumento chave; o significado como de importância
vital; a preocupação com o processo da investigação maior do que com o produto; a
investigação dos dados descritiva e sua análise indutiva.
Seguindo esta abordagem qualitativa, utilizamos como referencial teórico o Psicodrama
Pedagógico e como referencial metodológico a pesquisa-ação.
Ao tratar do Psicodrama Pedagógico ROMANÃ (1996), o define como uma combinação
equilibrada de trabalho em grupo, desenvolvido num clima de jogo e liberdade, que alcança sua
maior expressão, quando articulado no plano dramático ou teatral. O grupo seria um organismo
que iria se estabilizando, à medida que seu próprio processo fosse se desenvolvendo. Jogar ou
brincar seria uma atividade que garantiria a permanência do trabalho em grupo numa instância
própria. O teatro estaria presente por meio da possibilidade de se desempenharem papéis, de se
intercambiarem personagens e de se transcenderem a perspectiva pessoal.
Ao falar sobre pesquisa-ação, THIOLLENT (2000) a coloca como sendo um tipo de pesquisa
social com base empírica, concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a
resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos
da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.
A população foi constituída por dezenove gestantes que foram selecionadas com base nos
seguintes critérios: primíparas ou multíparas com idade gestacional de, no mínimo, cinco meses
e no máximo sete meses; matriculadas num serviço de pré-natal. Vale ressaltar que as gestantes
foram orientadas a respeito do estudo, autorizando sua participação através de um termo de
consentimento (Anexo 1) elaborado de acordo com as normas do Ministério da Saúde (capítulo
3° da Resolução n° 196/96 sobre pesquisa envolvendo seres humanos).
Procedimento:
Na realização do curso, foram feitos oito encontros, baseados nos seguintes temas definidos
pelas gestantes: 1- Gravidez: cuidados; relação sexual; cuidados com as mamas; enxoval da mãe
e do bebê para uso na maternidade; problemas causados pela diferença de tipos de sangue entre a
gestante e o companheiro; vacinas; rejeição na gravidez. 2- Parto: sinal, hora, medo, dor;
contração; parto normal e cesárea; anestesia raqui e do parto; cuidados da enfermeira no parto;
acompanhamento médico; pagamento. 3- Cuidados com o recém-nascido: cuidados com o
umbigo; banho; dores (cólica, dor de ouvido); febre; assadura; Alojamento Conjunto. 4-
Amamentação: cuidados com as mamas; fissuras; alimentação. 5- Dieta: orientação; relação
sexual. 6- Anticoncepção e laqueadura.
Durante os encontros a pesquisadora sempre utilizava uma linguagem popular e próxima do
cotidiano das participantes. No final destes, estas foram submetidas a entrevistas que foram
gravadas e analisadas com base na análise de conteúdo.
3. Resultados e Discussão:
+
As gestantes ao serem questionadas sobre sua participação na escolha dos assuntos abordados
no curso, apresentaram as seguintes opiniões:
Tabela 1 - Opinião das gestantes sobre a possibilidade de participar da escolha dos temas
do Curso
Atuação
Educand
o
Achei bom porque assim nós pudemos escolher o que a gente precisava saber. (G.5) (G.4) (G.6)
(G.16) (G.10) (G.11) (G.17)
7
Achei muito importante porque sempre tem alguma coisa que a gente não sabe e assim a gente
acabou aprendendo aquilo que escolheu. (G.12) (G.15) (G.19)
3
Achei bom porque cada uma tinha sua dúvida e você não ia adivinhar qual era. Assim, cada um
falou aquilo que queria aprender. (G.13)
1
É importante porque todo mundo fala o que pensa, pergunta o que quer saber. (G.7)
Achei importante porque a gente pode dar opinião e escolher uma coisa que a gente não sabia.
(G.3)
1
1
Atuaçã
o
Educado
ra
Achei importante, porque se você não tivesse perguntado, você ia chegar, começar a falar aquilo
que você achava. A gente ia ficar com dúvida, não ia tirar e não ia adiantar nada. Mas a gente
escolhendo, não deixou dúvidas no ar. (G.18)
1
Eu creio que sim, porque às vezes você já tem alguns temas e às vezes quem faz o Curso não está
tão interessada naquilo como em outro que ela gostaria de falar. (G.2)
1
Foi importante porque não ficou aquela coisa de só você escolher. Assim, nós pudemos escolher
o que a gente queria aprender. (G.8)
1
Achei bom porque nós ficamos sabendo o que a gente precisava e não aquilo que você queria.
(G.9)
1
Cont.* Achei bom porque eu queria saber sobre a laqueadura e pude perguntar. (G.14)
1
Achei importante. A gente não tem estudo para isso. Pude escolher falar sobre “evitar”. Eu
mesma não sabia, camisinha meu marido nunca usou e agora aprendi. (G.1)
1
N +19
*Cont - Conteúdo G – Gestante
Os resultados dessa Tabela demonstram que o curso teve o embasamento da metodologia
Psicodramática. Na classe de respostas correspondente ao Educando, os relatos das gestantes
falam sobre a importância da oportunidade que tiveram de poderem escolher os assuntos em que
tinham dúvidas e, dessa forma, aprenderem aquilo de que necessitavam, o que vai de encontro ao
Psicodrama Pedagógico, quando alguns autores (ROMAÑA 1996; NUNES e ANDRADE 1998)
o consideram como uma metodologia que respeita a interação do educando com os outros e com
o meio do qual faz parte.
Ao se referirem ao Educador, destacamos que as gestantes consideraram importante que a figura
deste não foi apenas a de passar conhecimentos sobre temas que para ele eram fundamentais,
mas sim pelo fato do Educador levar em conta o que elas achavam importante.
O Psicodrama, quando se refere ao educador, o coloca como aquele que procura alcançar nos
seus alunos, em alguma medida, a integração entre conhecimento adquirido e experiência vivida;
portanto, um facilitador do conhecimento do aluno, desenvolvendo neste tanto a sua
compreensão crítica e ativa como sua vontade transformadora (ROMAÑA,1996).
.
Com relação ao Conteúdo, observamos como foi importante para algumas gestantes poderem
escolher temas sobre os quais provavelmente tinham dúvidas. Essa forma de trabalhar o
conteúdo que a população necessita teve como fundamentação estudos como o de ROMAÑA
1996 e PUTTINI 1991), que consideram o Psicodrama como um método adequado à nossa
realidade educacional pois, trabalha com material relacionado às experiências do grupo de alunos
refletindo as vivências no seu meio social, não se correndo o risco, desse modo, de se trabalhar
os conteúdos de maneira inexpressiva para os adultos. Este fato pode ser constatado através das
respostas das gestantes sobre o conteúdo do curso, que são apresentadas na Tabela 2.
Tabela 2 - Opinião das gestantes sobre o conteúdo do Curso
Conteúd
o
Específi
co
Gostei da aula de métodos. Eu não sabia de nada para evitar filhos. Era muito
complicado para a gente saber. Nunca ninguém tinha me falado. (G.19)
1
Ah, eu gostei do que ensinou sobre o nenê. Também da aula de parto e do filme
porque eu nunca tinha visto. (G.4)
1
Gostei de tudo, principalmente do dia em que fez de conta que estava fazendo o
parto. (G.1)
1
Gostei de aprender a dar banho, porque não sabia. (G.18) 1
Gostei muito. A gente aprendeu bastante. Todo mundo que vêm me visitar, fala
assim:
“nossa, como ela sabe cuidar do nenê, olha como ela sabe fazer bem o curativo do
umbigo”. (G.16)
1
Conteúd
o Geral
Gostei de tudo. Para mim, tudo foi importante.(G.17) (G.14) (G.13) (G.12) (G.11)
(G.10) (G.9) (G.7) (G.5) (G.3)
110
Ah, eu gostei de tudo. Aprendi muitas coisas que não sabia. Foi muito bom. (G.6) 1
Gostei de todas as orientações que eu recebi e precisava aprender. Quando eu
cheguei no Curso tinha bastante dúvida e agora eu esclareci. (G.8)
1
Gostei de tudo, não tenho o que reclamar. Até esquecia dos problemas quando ia no
Curso. (G.15)
1
Gostei de tudo. Não tem nada que não gostei. Tudo coisa boa, interessante. Tinha
muitas que já tinham tido nenê e não sabiam! Imagine a gente que nunca teve nenê
então: ensina tudo, o nenê, como dar banho,curativo...ah gostei de tudo! (G.2)
1
N119
Podemos observar que a maior parte das gestantes gostou de tudo, considerando importante
todos os assuntos abordados. Salientamos que seus relatos foram dados com muito entusiasmo,
fazendo questão de afirmarem a sua importância. Segundo a maioria, não poderia citar nenhum
especificamente porque tudo tinha sido aproveitado. Cinco gestantes citaram assuntos
específicos, pois eram dúvidas que elas necessitavam esclarecer. Pelas suas falas, foi possível
visualizarmos que os encontros não foram meros tópicos de um programa de orientação para
gestantes, mas sim a reunião de conhecimentos necessários para poder cuidar tanto delas
próprias, como da família. Ao nos depararmos com estes resultados, procuramos saber a opinião
das gestantes sobre as reuniões do Curso.
Tabela 3 – Opinião das gestantes sobre as reuniões do Curso
Aprendiz
agem
Ah, eu gostei porque a gente aprende bastante coisa.É uma pena que acabou. (G.15) 1
Achei muito bom. Aprendi bastante coisa que me ajudou. As aulas foram muito boas. O curso é
bom, a gente aprende bastante. (G.7) (G.18) (G.17)
3
Achei importante porque aprendi bastante coisa que precisava saber e não sabia. (G.5) (G.1)
(G.3)
3
Achei muito legal. Aprendi bastante coisa que não sabia. Depois de dez anos, tinha esquecido
tudo. (G.12)
1
Achei ótimas. Aprendi muita coisa. Ainda na maternidade lembrei de muita coisa que aprendi no
Curso. Acho que foi por isso que fui tão bem tratada lá. Tratei bem as pessoas como tinha
aprendido e também fui bem tratada. (G.13)
1
Realização Achei excelente. O assunto foi bem abordado. As dúvidas foram sanadas. A gente tinha liberdade
para perguntar o que quisesse. (G.2)
1
Achei que foram boas, muito boas.(G.14)(G.11)(G.16)(G.10) (G.9) (G.8) (G.6) (G.4) 8
Achei que as aulas foram ótimas. Queria fazer de novo. acho que deveria abrir para mais
pessoas porque ensina muita coisa importante. (G.19)
1
N19
Para nove gestantes as reuniões foram consideradas importantes porque levaram à aprendizagem.
Através destas foi possível adquirir conhecimentos de que elas necessitavam para o seu dia-a-
dia. Dentre esses relatos estão as falas de algumas mulheres com várias gestações e que nunca
tiveram a oportunidade de aprender. Ao afirmarem que as reuniões do Curso significaram
aprendizagem, fizeram questão de dizê-lo com orgulho. Quanto às demais gestantes que se
mostraram realizadas, consideramos que o fato de terem aproveitado a oportunidade para
aprender fez com que alcançassem seus objetivos.
Ao nos basearmos nestes resultados , vamos ao encontro da opinião de MELO NETO (1996)
quando este se refere à extensão dizendo que a sua busca pela hegemonia deveria criar uma nova
cultura para a classe trabalhadora, além do que deveria ser situada como um trabalho cuja ação
resultasse em transformação, criando-se um mundo mais humano. Pelo fato de as reuniões do
Curso terem significado aprendizagem e realização, acreditamos que a criação de uma nova
cultura e um mundo mais humano foi favorecida para essas gestantes que passaram a se sentir
donas de um conhecimento que até então não dominavam. Assim o artigo 3º da Portaria da
UFSCar também passa a ter significado, sem ficar somente no papel, ou seja, “tornar acessível à
sociedade o conhecimento de domínio da Universidade”; a universidade, dessa forma, através da extensão,
investiu na educação para a saúde dessa população, proporcionando-lhe ferramentas para
melhorar sua qualidade de vida, o que foi enfatizado nos relatos sobre suas mudanças atribuídas
ao curso.
Tabela 4 - Mudanças das gestantes e puérperas atribuídas ao Curso
Autonomia e
Segurança
Ah, eu é que vou fazer os cuidados: o banho, o curativo...Era sempre minha mãe quem fazia.
Agora que eu aprendi aqui, já tenho segurança. Antes eu era dependente, não me interessava em
aprender, agora não. Esse eu vou cuidar, vou me virar. (G.15)
1
Mudou, porque tenho mais segurança em cuidar da criança. (G.18)(G.11)(G.7)(G.5) (G.2) 5
Mudou bastante porque muitas coisas eu não sabia e aprendi no Curso. Por exemplo: eu nunca
cuidei do umbigo das minhas filhas. Era sempre uma mulher que mora perto da minha casa.
Agora não, quem vai cuidar do umbigo dessa sou eu porque eu aprendi a cuidar e agora eu tenho
segurança. (G.17)
1
Mudou porque como eu tinha perdido a prática, estava preocupada, mas agora com o que
aprendi, eu é que vou cuidar do nenê. (G.14) (G.9)
2
Mudou porque se eu não fizesse o Curso, eu não ia saber quase nada para cuidar do nenê. Eu
aprendi bastante coisa e fiquei contente. (G.16)
1
Ah, mudou. Apesar de euter duas crianças, eu aprendi bastante coisa. Sempre quem cuidava
nos primeiros dias era minha mãe. Esse não, eu é que estou dando banho, fazendo o curativo do umbigo e
tudo. (G.3)
1
Mudou, fiquei mais ciente do que é uma gravidez, de como cuidar do nenê. (G.8) 1
Maior
Responsabilida
de
Depois que o nenê nascer, já penso em criar o nenê. De primeiro eu tinha medo. Agora vou lutar
pelo meu filho, porque antes eu perdia tudo. Os filhos ficavam tudo com meu marido e a outra
mulher, mas esse vai ficar comigo. (G.1)
1
Mudou bastante coisa. Antes de eu fazer o Curso, eu era muito sossegada, não estava nem aí, não
ia no médico. Depois que comecei a fazer o Curso é que comecei a pensar, a ir direito no pré-
natal, a achar que eu tinha que ter mais responsabilidade. (G.13)
1
Ah, mudou né, Nossa Senhora! Hoje eu sou uma pessoa muito mais segura. No Curso a gente
aprende de tudo. (G.10)
1
Mudou sim. Antes, por mais que a gente não ligue para as coisas, a gente fica pensando. Falaram
para mim que não podia colocar roupa amarela no nenê porque dava icterícia. De primeiro eu
pensava. Muita gente fala um monte de coisa, então a gente fica sem saber se é verdade ou não. Agora com o
Curso, eu já não penso mais nisso. Deixo as pessoas falarem e nem ligo. (G.6)
1
Mudou em tudo né. Antes eu só pensava em sair de casa, ir embora. Eu falava: um dia eu sumo
daqui. Agora não, mudou meu pensamento. (G.12)
1
Mudou bastante. Tinha muita coisa que eu não sabia. Tinha muita gente que falava: já é o quarto
filho e você vai no Curso? E eu falava que tinha muita coisa que não sabia e estava aprendendo.
O pessoal tem mania de achar que porque a gente tem muitos filhos, já está velha e não aprende mais. (G.4)
1
Mudou, parece que a gente fica menos nervosa, pensa um pouco diferente, antes de fazer alguma
coisa, já pensa mais antes de fazer. (G.19)
1
N +19
+
Podemos observar que para doze gestantes, o Curso proporcionou a aquisição de segurança, o
que as levou a ter maior autonomia para cuidar do bebê. O conhecimento adquirido no Curso
não teve somente uma conotação teórica mas também envolveu todo um contexto prático que as
habilitou a desempenharem cuidados específicos com o recém-nascido, principalmente o banho e
o curativo do umbigo. Sete gestantes referiram que as mudanças ocasionadas pelo Curso foram
de uma maior responsabilidade, levando a: coragem para assumir o filho, entender a importância
do pré-natal e a refletir sobre os comentários populares.
Levando-se em conta as mudanças atribuídas ao Curso pelas gestantes, acreditamos que este
esteve de acordo com o pensamento de RIBEIRO (1996) quando este defende a responsabilidade
da universidade na área cultural por meio da extensão dever ser menos solitária e mais solidária.
Consideramos que realmente houve a solidariedade com a transposição dos muros da
universidade, com uma intervenção educativa comprometida com a realidade social que a
transformou em ação desse contexto sócio-cultural. Para podermos observar este fato,
estabelecemos uma comparação com o que as gestantes disseram a respeito do motivo que as
levou a fazer o Curso (Tabela 5) e sobre o significado que este teve (Tabela 6).
Tabela 5 - Motivo de fazer o Curso
G. Enx. Eu vim porque não tenho condições de comprar o enxoval.
(G.17)(G.12)(G.5)(G.1)(G.9)(G.14)(G.13)(G.18)(G.16)(G.15)
Falaram para mim que é bom. A gente ganha o enxoval. Ajudam
no que a gente precisa.(G.4)
1
11
1
GG.
Enx./Apr.
Aprender
Para ajudar um pouco com o enxoval e para aprender.(G.19)(G.3)
Gostaria de saber as informações que são passadas no curso e
para ajudar no enxovalzinho.(G.2)
Todo mundo fala bem. Dizem que é gostoso vir.Têm as palestras.
Ensinam bastante coisa e também dá um pouco de roupa.(G.11)
4
4
Aprend
er
Quero aprender a cuidar da criança.(G.6)(G.7)
Quero aprender mais a cuidar do nenê. A gravidez, não tenho
prática nenhuma.(G.8)
Para aprender. Já fiz antes e gostei muito.(G.10)
4
4
N 1
19
+
+
Tabela 6 - Significado do Curso para gestantes e puérperas e opiniões sobre o mesmo
Aprendizagem Gostei, foi bom, ninguém tinha vergonha de nada, todo mundo perguntava. A gente
aprendeu um pouco de tudo, do nenê, do parto, porque quando eu fui ter o nenê, eu me senti
preparada. Agora me sinto segura para cuidar do nenê. Eu não choro junto com o nenê. Eu
já sei o que fazer, que nem quando dá cólica, eu faço massagem na barriguinha, ginástica
com a perninha...Também aprendi a saber porque ele está chorando, se está com dor, com
fome...(G.19)
1
Significou muito. Antes de fazer o Curso, tinha muitas dúvidas sobre a gravidez e como
cuidar do recém-nascido. Agora, com o que aprendi, com as dúvidas esclarecidas, me sinto
muito segura do que fazer. (G.2)
1
Este Curso me ajudou em muita coisa. Eu não sabia cuidar do nenê e aqui eu aprendi. (G.7) 1
O Curso foi bom, ótimo, aprendi bastante coisa. (G.18) (G.1) (G.11) (G.13) 4
Ah, eu aprendi muita coisa boa, porque tinha muita coisa que eu não sabia. Eu fiquei até
preferindo fazer parto normal. (G.4)
1
Foi bom porque aprendi bastante coisa sobre o parto e o nenê. Fiz muitas amigas, conheci
mais gente. Gostava de vir aqui. (G.6)
1
Teve muito significado. Eu sou uma pessoa que tudo que é bom eu seguro com as duas mãos.
A gente aprendeu de tudo. Me ajudou em muita coisa. (G.10)
1
A gente aprendeu bastante coisa. Foi tão bom que eu sinto muitas saudades. (G.16) 1
Achei muito bom porque a gente aprende muita coisa. Este Curso valeu a pena. tinha
feito de uma outra menina minha, mas era diferente, ia por ir, mas este nossa, se eu ficar
grávida, faço de novo. Antes eu fazia o Curso, só para ganhar o enxoval, mas este não, eu ia
para aprender. (G.17)
1
Foi muito bom. Deveria continuar desse jeito. Valeu a pena. Às vezes eu vou fazer as coisas
e lembro do curso e penso: vou fazer igual a I..Até para trocar o nenê, procuro fazer
igual. (G.3)
1
Mudança de
Atitude
Significou bastante. Porque eu estava perdida em muitas coisas e elas foram esclarecidas.
Então no meu modo de ver melhorou a gravidez. Cheguei aqui com muitas dúvidas e agora
não tenho mais. Me ajudou bastante a me afirmar mais ainda e de ter o nenê de parto
normal. (G.8)
1
Achei bom. Quem puder fazer, eu aconselho. Que nem eu que tenho vinte anos e três filhos.
Operar, o médico fala que não pode. Me falaram para colocar o DIU. Antes do Curso, eu
me sentia perdida sem saber o que fazer , morria de medo, achando que era um ferro
enorme que colocavam dentro da gente, Mas depois que eu assisti o Curso, vi como ele é e o
jeito que coloca, me deu a maior coragem. Até marquei com o médico uma consulta
quinze dias depois do parto, para ele colocar. (G.9)
1
Significou muito, nãopara mim, mas para todas daqui. A gente aprende a lidar com as
pessoas, a respeitar o sentimento delas, porque é muito bom a gente aprender as coisas.
(G.5)
1
Significou muito. O Curso é muito bom. Se a pessoa puder fazer, ajuda muito. Ajuda em
tudo: a gente se sente bem com a gente mesmo. Eu antes me considerava insuportável.
Brigava, xingava e, agora eu aceito a criança. Estou bem comigo mesma. (G.12)
1
Foi muito bom para mim. Me ajudou no que aprendi e em aceitar a criança, porque a minha
gravidez não foi planejada. (G.14)
1
Eu era dependente, sempre as pessoas me ajudando. Cheguei aqui, comecei a aprender que
a gente mesmo tem que fazer e não esperar. Fiquei independente e me sinto muito bem com
isso. (G.15)
1
N 19
+
+
Podemos visualizar pela Tabela 5 que onze gestantes apontaram que o maior motivo para
realizarem o Curso foi o fato de ganhar enxoval e quatro apontaram para ganhar o enxoval e
aprender. Podemos dizer que o enxoval doado pelo Curso foi o que a princípio atraiu essa
população. Apenas quatro disseram que procuraram o Curso somente para aprender. Vale
ressaltar que três delas eram primigestas que possuiam convênios de saúde com serviço de pré-
natal em consultório particular e uma delas tinha feito o Curso em outra oportunidade. As
demais estavam fazendo pré-natal em Unidades Básicas de Saúde da Prefeitura Municipal de
São Carlos.
Constatamos pela Tabela 6 que, após terem realizado o Curso, este deixou de representar
somente o enxoval e passou a ter outro sentido para essas gestantes. Treze referiram que o Curso
significou aprendizagem, o que nos leva a pensar que a ignorância sobre assuntos relacionados à
gravidez, ao parto, puerpério e aos cuidados com o recém-nascido deu lugar a conhecimentos
fundamentais para a sobrevivência das gestantes. Seis gestantes relataram que o Curso levou a
mudanças de atitude como: definir o tipo de parto, optar pelo uso do método anticonceptivo,
respeitar o sentimento das pessoas, aceitar a criança e também procurar ser independente. Com
base nesses resultados, podemos considerar que para todas as gestantes o Curso teve um
significado importante. Não serviu somente para ganhar o enxoval, conforme a maioria disse no
início e G.17 fez questão de lembrar que outras vezes havia feito o Curso apenas com esse
objetivo. Se no início era essa a intenção, ela passou a ser secundária e deu lugar a uma
realização pessoal, a uma satisfação em afirmar com segurança e orgulho o fato de haver
crescido.
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Considerações finais
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Ao refletirmos sobre o significado da extensão universitária, consideramos que este estudo nos
permitiu desenvolvê-la, investindo na educação da saúde e, desta forma, tentando contribuir para
a qualidade de vida das gestantes. Acreditamos que nossa trajetória sempre teve a extensão como
função integradora das atividades de ensino e pesquisa, direcionada num pensar e fazer
acadêmicos, comprometidos com a produção do conhecimento, fato este sempre guiado pelo
referencial metodológico da pesquisa-ação, considerada por THIOLLENT (2000) como
constituída não somente pela ação ou pela participação, mas também por uma necessidade de
produzir conhecimentos, adquirir experiência, contribuir para a discussão ou fazer avançar o
debate acerca das questões abordadas.
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Os resultados demonstraram que o objetivo proposto foi alcançado. Os encontros do Curso
significaram aprendizagem, pois as gestantes passaram a dominar conhecimentos sobre gestação,
parto, puerpério e cuidados com o recém-nascido, favorecendo assim o cuidado da própria saúde
e da criança. Dessa forma, entendemos que os encontros do Curso não foram meros tópicos de
um programa de orientação para gestantes, mas sim a reunião de conhecimentos considerados
fundamentais, pois partiram de temas que foram solicitados por elas, ao invés de ser um
programa previamente elaborado.
Desta forma, acreditamos que conseguimos cumprir o artigo 9ºda Portaria da UFSCar que se
refere aos Cursos de extensão cultural, pois oferecemos meios que proporcionaram o
crescimento de uma população para que ela, necessitando de usufruir dos conhecimentos
adquiridos, tenha condições de agir com maturidade e segurança nas necessidades do seu
cotidiano. Também caminhamos ao encontro das palavras de GURGEL (1986) quando este
considera a extensão em uma dimensão de mudança social, na direção de uma sociedade mais
justa e igualitária e, com OLIVA (1995) sobre o fato deste considerar a extensão como uma
alternativa de produção de conhecimento, de aprendizado mútuo e de prática de ações
simultaneamente transformadoras entre universidade e sociedade. Essas afirmações brotam da
certeza de podermos dizer que a aprendizagem ocorreu, não isoladamente, mas com uma troca
que proporcionou ganhos não somente às gestantes, mas também aos profissionais da
universidade que participaram desse Curso.
Referências Bibliográficas
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BOGDAN,R., BIKLEN,S. Investigação qualitativa em educação. Porto : Porto Editora, 1994.
336p.
BRASIL. Ministério da Saúde Resolução n° 196/96 sobre pesquisa envolvendo seres
humanos. Brasília : Conselho Nacional de Saúde, 1996. 24p
GURGEL, R.M. Extensão universitária: comunicação ou domesticação. São Paulo :
Cortez/Universidade Federal do Ceará, 1986. 182p.
MELO NETO, J.F. Extensão Universitária: em busca de outra hegemonia. Revista de
Extensão, João Pessoa, v. 1, n. 1, p. 9-21, 1996.
MINAYO, M.C.S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 3. ed. Rio de
Janeiro : HUCITEC/ABRASCO, 1994. 269p.
NUNES, C.M.F., ANDRADE, A .S. Construção e desconstrução de uma classe especial de 1a
série do ensino fundamental na escola pública. In: CONGRESSO IBERO-AMERICANO
DE EDUCAÇÃO ESPECIAL 3., Foz do Iguaçu, PR, 4-7 de novembro. Anais... 1998. p.
182-186.
OLIVA, V.J. A extensão universitária na UNESP: contribuição para um ensino de qualidade.
Raízes e Rumos, Rio de Janeiro, v. 2, n. 4, p. 30-33, 1995.
PUTTINI,E.F. O papel do professor da pré-escola: uma abordagem psicodramática. In:
________. Psicodrama na educação. Ijuí : Unijuí, 1991. p. 61-65.
RIBEIRO, M.A.A. A responsabilidade da universidade na área cultural. Utopia e Ação, Porto
Alegre, v. 1, n. 1, p. 23-31, 1996.
ROMAÑA, M.A. Do psicodrama pedagógico à pedagogia do drama. Campinas : Papirus,
1996. 102p.
THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 9. ed. São Paulo : Cortez, 2000. 108p.
TRIVIÑOS, A .N.S. Introdução à pesquisa em ciências sociais. São Paulo : Atlas 1992.
175p.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS. Portaria das normas das atividades de
extensão da UFSCar: GR Nº 220/93, de 13 de agosto de 1993.
ANEXO 1 - TERMO DE CONSENTIMENTO
Eu, ____________________________________________________________aceito participar
da pesquisa “PSICODRAMA E GESTAÇÃO: intervenções em um Curso de Extensão
Universitária”.
Estou ciente de que posso participar ou sair da pesquisa em qualquer momento, que nada vou
receber em troca de minha participação, que é voluntária, e de que minhas informações e os
registros dos roteiros de entrevistas, serão utilizados somente para o estudo da referida pesquisa,
de forma a não me identificar.
São Carlos, _________________________.
... Os estudos já realizados enfocam a abrangência do método em todos os níveis de ensino: fundamental, médio e superior. Destacamos alguns estudos que se valeram do referencial psicodramático aplicado a contextos de saúde, educação, e também trabalhos com comunidades: Andrade (1986, 1988, 1990, 1991, 1996, 1997, 1999a, 1999b, 2000, 2001a, 2001b); Andrade et al (1996); Beretta (2000a;2000b); Beretta e Andrade (2001,2002); Borsato (2000); ; Almeida (1999); Alves e Andrade (1996); Jacques et al (1998); Fonseca (1999); Pasqualim (1998); Russo (1996). Desta forma, o Sociodrama Educacional destaca-se enquanto um procedimento vivencial voltado para o grupo como um todo, sendo utilizado com o objetivo de investigação social e a transformação de conflitos intergrupais (Kellerman, 1998). ...
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Group activities with medical students represent a key teaching technique, offering them a space for critical reflection on the development of their professional role. Thus, as a theoretical reference for group work, we highlight educational sociodrama, a line of action-based research in Educational Psychology. The aim of this study was to evaluate the effects of reflective group activities with sociodrama as the reference, developed with medical students in a public university. Ten previously selected second-year to fourth-year students participated. The activities were held in nine weekly meetings and concluded with a role-playing exercise, the theme of which was enrollment in medical school. The students rated the exercise positively, highlighting the benefits of sharing their difficulties in medical training with the group, integration of students from different classes, fostering positive links between the members, the experience of putting oneself in another's place through role-playing, and opportunity for more critical reflection on the development of their professional role.
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