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Research, Society and Development, v. 12, n. 3, e14812340643, 2023
(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v12i3.40643
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Relação do tabagismo, inatividade física, consumo de álcool e população idosa com a
mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis: um estudo ecológico com base
de dados mundial
Relation of smoking, physical inactivity, alcohol consumption and elderly population with mortality
from noncommunicable diseases: a worldwide database ecological study
Relación del tabaquismo, la inactividad física, el consumo de alcohol y la población anciana con la
mortalidad por enfermedades crónicas no transmisibles: un estudio ecológico con una base de datos
mundial
Recebido: 18/02/2023 | Revisado: 25/02/2023 | Aceitado: 26/02/2023 | Publicado: 03/03/2023
Lucas de Oliveira Fernandes
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0180-8215
Universidade do Sul de Santa Catarina, Brasil
E-mail: lucasoliveirafernandes@hotmail.com
Nathan Westphal Teixeira
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2509-2610
Universidade do Sul de Santa Catarina, Brasil
E-mail: teixeiranathan@hotmail.com
Kelser de Souza Kock
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0117-6142
Universidade do Sul de Santa Catarina, Brasil
E-mail: kelserkock@yahoo.com.br
Resumo
Introdução: As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são condições que resultam de uma combinação
multifatorial do indivíduo. Representam-se principalmente pelas doenças respiratórias crônicas e cardiovasculares,
câncer e diabetes. Relacionam-se a alguns fatores de risco incrementadores da incidência de morbimortalidade tais
como tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, inatividade física e processo natural de envelhecimento. Objetivos:
analisar a associação entre tabagismo, inatividade física, envelhecimento e alcoolismo com a mortalidade por DCNT a
nível mundial. Materiais e Métodos: Realizou-se um estudo observacional do tipo ecológico, sendo a população
estudada composta por regiões mundiais e países, com seus respectivos dados sobre prevalência de mortalidade por
DCNT, prevalência de idosos com 65 anos de idade ou mais, de tabagistas, de inativos fisicamente e do consumo de
bebidas alcoólicas estimado em litros de álcool per capita. Resultados: Avaliou-se 253 regiões e países disponíveis no
banco mundial. A prevalência média (±DP) de mortalidade por DCNT foi 70,2 (±20,2)%. Avaliando a população
idosa, percebeu-se que a cada 1% de acréscimo na sua prevalência, nota-se incremento de 2,3% na mortalidade por
DCNT (p<0,001). Usando o mesmo parâmetro para o tabagismo, o incremento foi de 1,2% (p<0,001). Para o
consumo de álcool, incrementou-se 1,8% (p<0,001). A inatividade física apresentou o menor índice de correlação,
aumentando 0,6% nos números de mortalidade por DCNT a cada 1% de prevalência adicional (p<0,001). Conclusão:
Assim, todos os fatores de risco obtiveram influência quando relacionados ao desfecho, sendo que a população idosa
denotou-se como o maior dos fatores de risco associado a mortalidade por DCNT.
Palavras-chave: Fatores de risco; Doença crônica; Estilo de vida sedentário; Tabagismo; Alcoolismo.
Abstract
Introduction: Noncommunicable Diseases (NCDs) are conditions that result from a multifactorial combination of the
individual. They are mainly represented by chronic respiratory and cardiovascular diseases, cancer and diabetes. They
are related to some risk factors that increase the incidence of morbidity and mortality, such as smoking, consumption
of alcoholic beverages, physical inactivity and the natural aging process. Objectives: to analyze the association
between smoking, physical inactivity, aging and alcoholism with NCDs mortality worldwide. Materials and Methods:
An ecological observational study was carried out, with the population studied being composed by world regions and
countries, with their respective data on the prevalence of mortality from NCDs, prevalence of elderly people aged 65
years and over, smokers, physically inactive and consumption of alcoholic beverages estimated in liters of alcohol per
capita. Results: 253 regions and countries available in the world bank were evaluated. The mean prevalence (±SD) of
mortality from NCDs was 70.2 (±20.2)%. Evaluating the elderly population, it was noticed that for every 1% increase
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in its prevalence, there is an increase of 2.3% in NCDs mortality (p<0.001). Using the same parameter for smoking,
the increment was 1.2% (p<0.001). For alcohol consumption, there was an increase of 1.8% (p<0.001). Physical
inactivity presented the lowest correlation index, increasing 0.6% in the NCDs mortality numbers for each 1% of
additional prevalence (p<0.001). Conclusion: Thus, all risk factors had an influence when related to the outcome, with
advanced age being denoted as the greatest risk factor associated with mortality from NCDs.
Keywords: Risk factors; Chronic disease; Sedentary lifestyle; Tobacco use disorder; Alcoholism.
Resumen
Introdução: Las enfermedades crónicas no transmisibles (ENT) son afecciones que resultan de una combinación
multifactorial del individuo. Están representadas principalmente por enfermedades crónicas respiratorias y
cardiovasculares, cáncer y diabetes. Están relacionados con algunos factores de riesgo que aumentan la incidencia de
la morbilidad y la mortalidad, como el tabaquismo, el consumo de alcohol, la inactividad física y el proceso natural de
envejecimiento. Objetivos: Analizar la asociación entre el tabaquismo, la inactividad física, el envejecimiento y el
alcoholismo con la mortalidad por ENT en todo el mundo. Materiales y métodos: Se realizó un estudio observacional
de tipo ecológico, y la población de estudio estuvo compuesta por regiones y países del mundo, con sus respectivos
datos de prevalencia de mortalidad por ENT, prevalencia de ancianos de 65 años o más, de fumadores, de inactivos
físicos, y de consumo de bebidas alcohólicas estimado en litros de alcohol per cápita. Resultados: Evaluamos 253
regiones y países disponibles en el banco mundial. A prevalência média (±DP) de mortalidade por DCNT foi 70,2
(±20,2)%. Evaluando a população idosa, se observou que por cada aumento de 1% na prevalência, se observou um
aumento de 2,3% na mortalidade por DCNT (p<0,001). Utilizando el mismo parámetro para el tabaquismo, el
aumento fue del 1,2% (p<0,001). Para el consumo de alcohol, el aumento fue del 1,8% (p<0,001). La inactividad
física mostró el menor índice de correlación, aumentando 0,6% las cifras de mortalidad por ENT por cada 1%
adicional de prevalencia (p<0,001). Conclusión: Así, todos los factores de riesgo fueron influenciados cuando se
relacionaron con el desenlace, y la población anciana fue señalada como el mayor factor de riesgo asociado a la
mortalidad por ECNT.
Palabras clave: Factores de riesgo; Enfermedad crónica; Estilo de vida sedentario; Tabaquismo; Alcoholismo.
1. Introdução
As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) podem se caracterizar por serem condições duradouras, presentes
na vida diária de quem as possui e que necessitam de uma gestão contínua. (Budreviciute et al., 2020). São resultado de uma
combinação genética, psicológica, ambiental e comportamental do indivíduo, e representam um dos principais desafios de
saúde pública a nível mundial por sua elevada morbimortalidade. As DCNT são responsáveis por 41 milhões de mortes
anualmente, o que equivale a 71% das mortes globais, e algumas delas merecem destaque. (World Health Organization, 2022;
Malta, 2014).
Os principais tipos de DCNT são as doenças cardiovasculares - como Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e Acidente
Vascular Encefálico (AVE), neoplasias, diabetes e doenças respiratórias crônicas – como a Doença Pulmonar Obstrutiva
Crônica (DPOC) e a asma. Pessoas de todos os grupos, regiões e países estão propensas a serem afetadas pelas DCNT, que
estão geralmente associadas ao processo natural de envelhecimento. Porém, o público mais suscetível a adquirir essas doenças
são as populações de baixa renda e de baixo nível educacional por terem acesso reduzido a serviços de saúde e por estarem
mais expostas a outros fatores de risco que provocam e exacerbam essas condições. (World Health Organization, 2022; Malta,
2014; Ministério da Saúde, 2012).
Além do processo natural de envelhecimento, o uso prejudicial do álcool, a inatividade física e o tabagismo são os
principais fatores de risco associados a mortalidade pelas DCNT. (World Health Organization, 2022) Diferente da inatividade
física, grupos socioeconomicamente desfavorecidos estão mais propensos ao tabagismo e ao consumo de bebidas alcóolicas
(Allen et al., 2017), também representam a maior parcela de mortes prematuras por DCNT, que estão fortemente
correlacionadas a tais fatores. Cerca de 15 milhões de mortes anuais por doenças crônicas acontecem na faixa etária entre 30 a
69 anos, sendo que 85% dessas mortes precoces são referidas a essa parcela não prevalecida da sociedade. (World Health
Organization, 2022).
O tabagismo é responsável por mais de 7 milhões de mortes anuais e esse número tende a crescer acentuadamente
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nos próximos anos. Dentre os fatores do estilo de vida, o hábito de fumar é o detentor da associação mais forte com o risco de
contrair pelo menos uma DCNT (GBD 2017 Risk Factor Collaborators, 2018; Ng et al., 2020), especialmente as doenças
cardiovasculares e as doenças respiratórias crônicas, sendo ele o principal causador da DPOC. Nos Estados Unidos essa
questão se confirma e, adicionalmente, estudos mostram que a exposição ao fumo passivo em crianças e em adultos está
associada à morbimortalidade por DPOC em não fumantes. (Menezes, et al., 2005; Wheaton et al., 2017).
Outro fator de risco que pode ser associado às doenças crônicas é o alcoolismo, visto que 2,3 bilhões de pessoas
bebem álcool em todo o mundo (World Health Organization, 2018). Por um lado, o uso leve e moderado da substância foi
associado à redução da incidência de doenças crônicas, como doença coronariana e diabetes.(Ng et al., 2020) Por outro viés, o
uso abusivo do mesmo, pode ser prejudicial à saúde tendo maior probabilidade do indivíduo desenvolver mais doenças
crônicas como câncer de pulmão e doenças crônicas do fígado, como cirrose e hepatite alcoólica (sendo responsável por 27%
das mortes relacionadas ao órgão no mundo) (Ng et al., 2020; Rehm et al., 2013; Mokdad et al., 2016).
Inatividade física é o termo usado para se referir à incapacidade de atingir os níveis recomendados de atividade física
para a saúde. (Haileamlak, 2019) Por conseguinte é mais um fator que vai de encontro as DCNT, este hábito agrava o risco de
doenças cardiovasculares (45%) (Booth et al., 2017), diabetes (26%) (Aune et al., 2015) , câncer de mama (25%) (Lynch et al.,
2011) e cólon (27%), (Boyle et al., 2012) além de demência (31%) (Beydoun et al. 2014) e depressão (Schuch et al., 2016).
Atividades físicas conferem diversos benefícios para os portadores, podendo reduzir a incidência de câncer, Vírus da
Imunodeficiência Humana (HIV), hipertensão e Diabetes Mellitus do Tipo 2 (DM2). Ademais, influencia positivamente na
saúde mental, cognitiva e na qualidade do sono, além de reduzir índices de gordura corporal. (Bull et al. 2020)
Considerando que os fatores de risco descritos são importantes e muito comuns no dia a dia de todas as pessoas, nota-
se a relevância deste trabalho para avaliar as DCNT no mundo e comparar com os dados apresentados, para fins de facilitar a
compreensão e correlação dos mesmos. Diante do exposto, o objetivo do trabalho foi analisar a associação entre tabagismo,
inatividade física, envelhecimento e alcoolismo com a mortalidade por doenças crônicas a nível mundial.
2. Metodologia
Foi realizado um estudo observacional de tipo ecológico (Merchán-Hamann & Tauil, 2021). Por se tratar de um
estudo de tipo ecológico, baseado em dados secundários de domínio público, sem a identificação dos participantes, apenas
agregados populacionais como unidade de análise, não foi necessária a submissão e apreciação do projeto pelo Comitê de Ética
em Pesquisa, de acordo com os termos da Resolução CNS 510/2016 Artigo 1º, Parágrafo Único, incisos II, III e V.
A população estudada foi composta por regiões mundiais e países, com suas respectivas prevalências de mortalidade
por DCNT, prevalência de idosos (população com 65 anos de idade ou mais), prevalência de tabagistas, prevalência de inativos
fisicamente e consumo de bebidas alcoólicas com 15 anos de idade ou mais (litros de álcool puro per capita).
A fonte de dados utilizada foi o Global Health Observatory Data Repository, pertencente à Organização Mundial da
Saúde. (World Health Organization, 2022) Os dados coletados foram extraídos de 253 regiões mundiais e países, sendo que
alguns desses não continham informações completas para todas as variáveis estudadas.
Os dados estão disponíveis nos links referenciados a seguir: população idosa (2020)22, em uso decorrente de tabaco
(2020) (The World Bank, 2020), álcool puro consumido per capita (2018) (The World Bank, 2018), inatividade física (2016)
(World Health Organization, 2016) e mortalidade por DCNT (2019) (The World Bank, 2019).
Foram incluídas no estudo estatísticas a nível mundial presentes no banco de dados da Global Health Observatory
Data Repository sobre percentual de população com 65 anos de idade ou mais, percentual de uso decorrente de tabaco em
adultos, total de álcool puro consumido em litros per capita, prevalência de inatividade física entre adultos e percentual de
mortalidade por DNCT.
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Os dados foram armazenados em um banco de dados criado com auxílio do software Microsoft Excel, e
posteriormente exportado para o software SPSS 20.0. Os mesmos foram apresentados por meio de números absolutos e
percentuais, medidas de tendência central e dispersão. Foi realizado teste t de Student, análise bivariada e multivariada por
meio de regressão linear, tendo como desfecho a prevalência de mortalidade por DCNT. Foi considerado intervalo de
confiança de 95%, com nível de significância estatística de 5%.
3. Resultados
Na presente pesquisa foram avaliadas variáveis de 253 regiões e países disponíveis no banco mundial, sendo que
apenas 136 continham dados de todos os cinco fatores de risco discutidos no trabalho. Com relação ao tabagismo, foram
obtidos dados de 210 regiões e países e o menor índice se apresentou em Gana (3,5%) e o maior índice em Nauru (48,5%).
Dados mais recentes demonstram que, em média, 20,2% da população mundial adulta está em uso decorrente do tabaco
(revelando decréscimo de cerca de 0,4% em relação ao ano anterior), como demonstrado na Figura 1.
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Figura 1 – Prevalência dos fatores de risco ilustrados no mapa-múndi. Uso decorrente de tabaco em adultos no ano de 2020;
total de álcool puro consumido, em litros, per capita na população com 15 anos ou mais no ano de 2018; população mundial
com 65 anos ou mais no ano de 2020; atividade física insuficiente dentre adultos com 18 anos de idade ou mais no ano de
2016.
Fonte: Adaptado do Banco Mundial.
Dados sobre o consumo total de álcool puro per capita em litros (L) foram extraídos de 235 regiões e países, sendo
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que o país que apresentou menor índice foi o Kuwait (0,003L) e o maior índice foi percebido em Seychelles (20,5L). Em
média, a população mundial acima de 15 anos de idade ingere 5,9L de álcool puro por ano, como demonstrado na Figura 1.
A Figura 1 demonstra dados de 240 países sobre o percentual da população idosa (com 65 anos de idade ou mais. O
país com a menor prevalência de idosos foi o Emirados Árabes Unidos (1,2%), enquanto a maior longevidade foi revelada pelo
Japão (28,3%). Observa-se que 9,1% da população mundial é composta por idosos, como demonstrado na Figura 1.
A inatividade física foi estimada por dados verificados em 156 países, analisando a população com 18 anos de idade
ou mais. A nação que mais se mostrou inativa fisicamente foi o Kuwait (67%), em contrapartida a população mais ativa
fisicamente foi observada em Uganda (5,5%). Com isso, tem-se que 28,4% da população mundial com 18 anos de idade ou
mais é considerada fisicamente inativa, conforme a Figura 1.
No que se refere a mortalidade relacionada às DCNT, foram extraídos dados de 231 nações ao longo do globo. O país
que apresentou o menor indicador foi Chade (26,9%), e o país com a maior relação observada foi a Macedônia do Norte
(96,1%). Em média, 70% da população mundial morre por doenças crônica não transmissíveis, corroborado na Figura 2.
Figura 2 – Taxa de mortalidade mundial por DCNT no ano de 2019.
Fonte: Adaptado do Banco Mundial (2019).
Comparando a prevalência dos fatores de risco nos países e regiões do mundo com a prevalência de mortalidade por
DCNT acima de 60%, pode-se observar diferença significativa em todos os fatores de risco analisados (Tabela 1).
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Tabela 1 – Comparação dos fatores de risco de países e regiões com mortalidade por DCNT ≥60% e <60%.
n
Óbito
Média
DP
p
Tabagismo (%)
55
<60%
12,9
6,5
150
≥60%
22,6
8,2
<0,001
Idosos (%)
63
<60%
3,2
0,7
167
≥60%
11,1
6,1
<0,001
Consumo de álcool per capita (litros/ano)
63
<60%
4,5
3,3
167
≥60%
6,5
4,0
<0,001
Inatividade física (%)
40
<60%
21,5
9,1
110
≥60%
30,7
10,4
<0,001
Fonte: Elaborado pelos autores (2022).
Ao relacionar a prevalência dos fatores de risco com a prevalência de mortalidade por DCNT, foi observado
correlação positiva e significativa. Nota-se forte correlação com idade acima de 65 anos e tabagismo. E uma correlação
moderada do mesmo contexto quando a inatividade física e o consumo de álcool estão em questão. A cada acréscimo de 1% na
prevalência de idosos, aumenta 2,3% de mortalidade por DCNT. Enquanto isso, a cada 1% de aumento da prevalência mundial
do uso decorrente de tabaco, observa-se incremento de 1,2% na mortalidade por DCNT. A inatividade física se apresentou
como o fator de risco com o menor impacto na mortalidade por DCNT dentre os estudados, apresentando 0,6% de aumento na
mortalidade a cada 1% adicional de inativos fisicamente, observado na Figura 3.
Figura 3 – Gráfico de regressão linear demonstrando correlação de cada fator de risco com a mortalidade por DCNT.
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Fonte: Elaborado pelos autores (2022).
Na análise multivariada, onde os fatores de risco estão sendo comparados simultaneamente com a mortalidade por
DCNT, os modelos demonstraram associações significativas dessas condições. Importante ressaltar que o consumo de álcool
apresenta associação inversa em alguns modelos. Também, deve-se comentar que quando retirada a inatividade física do
conjunto dessa análise, nota-se que o nível de associação permanece o mesmo, ratificando a demonstração presente na Figura
3. A idade maior ou igual a 65 anos foi tida como o fator de risco de maior relevância em todos os cenários ponderados, de
acordo com a Tabela 2.
Tabela 2 – Gráfico de regressão multivariada demonstrando quatro cenários de correlação entre os fatores de risco e a
mortalidade por DCNT.
Modelos
Variáveis
β (IC 95%)
p
1
Tabagismo (%)
0,684 (0,431-0,937)
<0,001
n=136
Idosos (%)
1,911 (1,444-2,377)
<0,001
R2=0,651
Consumo de álcool per capita (litros/ano)
-0,641 (-1,292-0,01)
0,054
r=0,807
Inatividade física (%)
0,268 (0,057-0,48)
0,013
2
Tabagismo (%)
0,723 (0,470-0,975)
<0,001
n=136
Idosos (%)
1,613 (1,254-1,971)
<0,001
R2=0,641
Inatividade física (%)
0,319 (0,112-0,526)
<0,001
r=0,801
3
Tabagismo (%)
0,588 (0,379-0,796)
<0,001
n=204
Consumo de álcool per capita (litros/ano)
-1,093 (-1,667--0,519)
<0,001
R2=0,650
Idosos (%)
2,393 (2,014-2,771)
<0,001
r=0,807
4
Tabagismo (%)
1,14 (0,865-1,414)
<0,001
n=137
Consumo de álcool per capita (litros/ano)
1,088 (0,488-1,689)
<0,001
R2=0,481
Inatividade física (%)
0,636 (0,404-0,868)
<0,001
r=0,693
Fonte: Elaborado pelos autores (2022).
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4. Discussão
Dentre os principais achados do presente estudo podem ser destacados as correlações positivas e significativas entre
prevalência de população idosa, tabagismo, inatividade física e consumo de álcool com a prevalência de mortalidade por
DCNT. No entanto, na análise multivariada, observou-se um certo fator protetivo das bebidas alcoólicas quando consumidas
em pequena ou moderada quantidade, reduzindo as chances de morbimortalidade por DCNT.
As DCNT são condições que merecem destaque, tanto para o indivíduo acometido e seu círculo social, quanto para os
órgãos governamentais gestores da saúde pública, visto que estão diretamente associadas à senioridade e ao estilo de vida. A
relevância se dá pelo fato de que doenças como o câncer, diabetes, cardiopatias e doenças crônicas respiratórias compõem uma
maior morbidade e taxa mortalidade do que todas as outras causas combinadas (Global status report on noncommunicable
diseases, 2014). A variável de maior preponderância foi a população com 65 anos ou mais, em correlação mais vinculada com
óbitos mundiais por DCNT. Isso provavelmente pode ser explicado pelo fato do processo de envelhecimento natural se
caracterizar por uma série de fatores que, em geral, causam inflamações crônicas. Com a idade, citocinas marcadoras
inflamatórias que geram grande suscetibilidade a doenças crônicas, disfunções e fragilidades aumentam por conta da
senescência celular, estresse oxidativo pela disfunção mitocondrial, desregulação de células imunes e mudanças na composição
da microbiota. Dessa maneira, a inflamação relacionada a idade se torna um grande fator de risco para doenças crônicas renais,
diabetes mellitus, câncer, doenças cardiovasculares, demência, depressão, dentre outras (Ferrucci et al., 2018).
Alguns achados do trabalho ratificam a informação de que o idoso é hegemônico dentre todos os fatores de risco. A
nível mundial, a Macedônia do Norte foi vista como o país com o maior índice de mortalidade por DCNT (96,1%), tendo uma
das mais significativas prevalências de população com 65 anos ou mais no ano de 2020 (14,4%). Em contrapartida, Chade, que
foi a nação detentora da menor taxa de mortalidade por DCNT (27,9%), possui uma taxa de população idosa bem reduzida
(2,4%) no mesmo ano. Além disso, a expectativa de vida desse país é de 55 anos, o que torna a população menos propensa a
chegar em idades mais avançadas e de evoluir com DCNT (United Nations, 2022). Essas informações harmonizam-se com os
resultados do trabalho que demonstraram um aumento de 2,3% da prevalência de óbito por DCNT a cada 1% de incremento da
população ≥65 anos.
Um estudo feito com mulheres da Índia avaliou a correlação entre o uso do tabaco e consumo de álcool com as
chances de desenvolver DCNT (Mishra et al., 2022). Nesse estudo, foi averiguado que as mulheres fumantes de tabaco têm
16% mais chances de ter DCNT comparado às não fumantes. Mulheres que consomem álcool, de forma isolada, apresentaram
20% mais chances de ter DCNT do que as mulheres que não fazem o uso do mesmo. De forma combinada, constata-se que
mulheres que fumam tabaco e consomem álcool possuem 42% mais chances de terem DCNT do que àquelas que não possuem
nenhum desses hábitos.
O hábito de fumar ficou situado como o segundo maior fator de risco, tendo enfoque nas doenças respiratórias
crônicas e cardiovasculares. Pondera-se que 20,6% da população adulta mundial esteve em uso decorrente de tabaco no ano de
2019, o que contribuiu, em grande escala, para 70% de todas as mortes registradas no mesmo ano, que foram relacionadas às
DCNT. De acordo com análises do presente estudo, o aumento de 1% na prevalência de tabagistas incrementa 1,2 % a
prevalência de falecer por DCNT. Existe uma correlação apontando que a parcela menos favorecida socioeconomicamente dos
países desenvolvidos (que mostraram maior prevalência de tabagistas) está mais propensa a iniciar o hábito de fumar, consumir
maior quantidade de tabaco, ter dificuldade em parar de fumar, sofrer mais com efeitos adversos de saúde e morrer mais cedo
do que grupos mais avantajados (Allen et al., 2017). Níveis socioeconômico e educacional influenciam no desfecho da maioria
das variáveis analisadas. Populações residindo em países e regiões com maior poder aquisitivo tendem a um menor consumo
de tabaco e maiores índices de inatividade física e consumo de bebidas alcoólicas quando comparadas aos países e regiões de
baixa renda e média-baixa renda, onde o risco de morte prematura por DCNT é de 1,5 vezes maior (#Allen et al., 2017).
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O papel do álcool foi relacionado como um dos quatro maiores fatores de risco de DCNT, junto com o uso do tabaco,
dieta desbalanceada e a falta de exercício físico (Global status report on noncommunicable diseases, 2014). Dentre as DCNT, o
álcool foi associado especialmente ao câncer, doenças cardiovasculares e doenças hepáticas (Parry et al., 2011). No presente
estudo, infere-se que o consumo abusivo de álcool tem influência direta sobre as DCNT, no valor de beta, quando a variável é
observada individualmente, revela-se que a cada acréscimo de 1 litro/ano de consumo de álcool aumenta 1,85 % a mortalidade
por DCNT. Em contrapartida, quando o consumo é executado de forma leve a moderada, o álcool serve como fator protetivo,
podendo reduzir as chances em até 10% de desencadear doenças cardiovasculares, de forma semelhante à prática regular de
exercícios físicos, como exposto no estudo de Yusuf et al. (2004), da mesma maneira que foi demonstrado na análise
multivariada do estudo.
A atividade física é uma medida natural de prevenção contra diferentes tipos de DCNT e serve como um catalisador
para o corpo humano, aprimorando a performance corporal, principalmente o sistema imune (Saqib et al., 2020; Bray et al.,
2012). Um estudo conduzido por Manton (1988) inferiu que manter a atividade física no estilo de vida aumenta a saúde
cardiovascular através da melhora da função vasodilatadora do endotélio, redução de disfunção diastólica e da gordura
abdominal acumulada. Ser ativo fisicamente é considerado um fator que desacelera a patogênese diabética, tendo um papel
fundamental na prevenção do desenvolvimento dessa doença e da obesidade.
Atualmente, é aceito que um estilo de vida pouco saudável promove um estado de inflamação crônica de baixo grau
que está ligada à progressão da doença crônica. A carência de uma vida ativa fisicamente faz com que células imunes do tecido
conjuntivo se desregulem, gerando fibrose gradativa dos tecidos (Huston, 2022). Por mais que seus malefícios sejam
amplamente compreendidos, a inatividade física apresentou a menor correlação com mortes por DCNT dentre os fatores de
risco do presente estudo. Adultos com 18 anos de idade ou mais em vigência de um estilo de vida sedentário são detentores de
65% mais chances de morrerem por alguma DCNT. Considerando os dados de inatividade física mundial em 2016, infere-se
que o país mais inativo fisicamente (Kuwait) relatou 79% das mortes por DNCT após 3 anos do levantamento desses dados.
Por outro panorama, Uganda, o país mais ativo fisicamente, demonstrou apenas 35% das mortes relacionadas por DCNT no
mesmo período. Mais um fator que comprova esse dado é o fato de que Uganda apresenta apenas 2% de sua população
composta por idosos, o que ameniza o principal fomentador das DCNT. No presente estudo foi observado que o incremento de
1% de inatividade física eleva em 0,6% a mortalidade por DCNT.
Dentre as limitações do estudo, tendo em vista o delineamento ecológico, é que a relação entre o fator de exposição e
o evento não pôde estar ocorrendo a nível do indivíduo, e sim por conglomerados. Os dados foram extraídos de diferentes
fontes e anos, que podem comprometer a qualidade da informação. Também há a impossibilidade de avaliar a causalidade.
5. Considerações Finais
Todas as variáveis do estudo obtiveram correlação positiva quando relacionadas à mortalidade por DCNT, mostrando-
se semelhante aos trabalhos pré-existentes na literatura que possuem o mesmo enfoque. Idosos com 65 anos de idade ou mais
se apresentaram como o maior dos fatores de risco, tendo 2,3% mais chance de óbito a cada incremento de 1% na prevalência.
O tabagismo foi a segunda maior correlação, seguida do uso prejudicial de álcool e da inatividade física.
Quando feito uma análise multivariada todas os fatores de risco mostraram-se associados, contudo, o consumo do
álcool revelou um fator protetivo à mortalidade por DCNT.
Research, Society and Development, v. 12, n. 3, e14812340643, 2023
(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v12i3.40643
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