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ESTILÍSTICA DO LEITOR COROADO: SUBVERSÃO E CARNAVALIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DO GÊNERO DISCURSIVO FANFICTION

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Este trabalho analisa a fanfic como prática literária de experimentação em que os valores, questões e identidades dos autores são refletidas e refratadas para suas narrativas. Para tanto, compreende a fanfiction como produção escriturística realizada por sujeitos fãs, em fandoms, motivada pela relação emotivo-volitiva de afetividade desses sujeitos com um texto matriz. Para alcançar nossos objetivos, fazemos uso dos postulados advindos de Bakhtin (2015a; 2015b; 2015c), sobretudo referente à discussão de signo, ideologia, gêneros discursivos, carnavalização, coroação-destronamento e reelaboração. Na tentativa de aprofundar o debate, discussões acerca de cultura da convergência e da antropologia especulativa apontadas por Jenkins (2009) e Nodari (2015) juntam-se ao arcabouço teórico. Por fim, a pesquisa demonstrou elementos estilísticos que caracterizam e diferenciam a fanfic de outros gêneros romanescos e como sua prática é vetor de experimentação identitária para aqueles que a produzem. REFERÊNCIAS A. MHADHBI. Estudo da ONU revela que mundo tem abismo digital de gênero. ONU News: Perspectiva Global Reportagens Humanas. nov. 2019. Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2019/11/1693711. Acesso em: 12 jul. 2021. BAKHTIN, Mikhail M. Os gêneros do discurso. Tradução Paulo Bezerra. São Paulo: 34, 2016. BAKHTIN, Mikhail M. Cultura popular na idade média e no renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: Hucitec, 2015a. BAKHTIN, Mikhail M. Problemas da poética de Dostoievski. Tradução Paulo Bezerra. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2015b. BAKHTIN, Mikhail M. Teoria do romance I: a estilística. Tradução Paulo Bezerra. São Paulo: 34, 2015c. BAKHTIN, Mikhail M. Estética da criação verbal. Tradução de Paulo Bezerra. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003. BENJAMIM, W. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. In: ______. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Obras escolhidas. São Paulo: Brasiliense, 1987. v. 1. JAMISON, Anne. Fic: porque a fanfiction está dominando o mundo. Tradução Marcelo Barbão. Rio de Janeiro: Anfiteatro, 2017. JENKINS, Henry. Invasores do texto: fãs e cultura participativa. Tradução Érico Assis. Nova Iguaçu: Marsupial, 2015. JENKINS, H. Cultura da convergência. Tradução Susana L. de Alexandria. 2. ed. São Paulo: Aleph, 2009. KUNDERA, Milan. A arte do romance. Tradução Teresa Bulhões Carvalho da Fonseca. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. MEYER, Stephenie. Crepúsculo. Tradução Ryta Vinagre. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2009.

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Se décadas atrás, Lyotard identificou a crise de legitimação política e do conhecimento de então como a crise dos grandes relatos, talvez se possa dizer que a crise atual é uma crise do grande Relator: a crise das humanidades seria, assim, parte mais geral da crise do Humano. Diante do Antropoceno, as ciências do homem (as antropologias) têm como um dos seus desafios converterem-se em humanidades, isto é, especular sobre as definições de homem e mundo, descobrindo outras humanidades e mundos. Aqui, a literatura, entendida a partir de Juan José Saer como uma “antropologia especulativa”, pode revelar-se uma linha de fuga: diante do contingenciamento econômico das humanidades, ela apresenta a contingência ecológica desse modelo de mundo. This work is licensed under a Creative Commons Attribution 3.0 License.
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A. MHADHBI. Estudo da ONU revela que mundo tem abismo digital de gênero. ONU News: Perspectiva Global Reportagens Humanas. nov. 2019. Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2019/11/1693711. Acesso em: 12 jul. 2021.
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BAKHTIN, Mikhail M. Os gêneros do discurso. Tradução Paulo Bezerra. São Paulo: 34, 2016.
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Problemas da poética de Dostoievski
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BAKHTIN, Mikhail M. Problemas da poética de Dostoievski. Tradução Paulo Bezerra. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2015b.
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Estética da criação verbal. Tradução de Paulo Bezerra
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BAKHTIN, Mikhail M. Estética da criação verbal. Tradução de Paulo Bezerra. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica
  • W Benjamim
BENJAMIM, W. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. In: ______. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Obras escolhidas. São Paulo: Brasiliense, 1987. v. 1.
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JENKINS, Henry. Invasores do texto: fãs e cultura participativa. Tradução Érico Assis. Nova Iguaçu: Marsupial, 2015.
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VOLOCHÍNOV, V. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico da linguagem. Tradução Sheila Grillo e Ekaterina Vólkova Américo. São Paulo: 34, 2017. Data de submissão: 30/09/2021