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EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA:
Da graduação para uma atuação
consolidada
Conselho Editorial
Prof. Dr. Ednilson Sergio Ramalho de Souza - UFOPA (Editor-Chefe)
Prof. Dr. Laecio Nobre de Macedo-UFMA
Profª. Ma. Rayssa Feitoza Felix dos Santos-UFPE
Prof. Me. Otávio Augusto de Moraes-UEMA
Prof. Dr. Aldrin Vianna de Santana-UNIFAP
Profª. Ma. Luzia Almeida Couto-IFMT
Profª. Drª. Raquel Silvano Almeida-Unespar
Prof. Me. Luiz Francisco de Paula Ipolito-IFMT
Prof. Me. Fernando Vieira da Cruz-Unicamp
Prof. Dr. Carlos Erick Brito de Sousa-UFMA
Profª. Drª. Ilka Kassandra Pereira Belfort-Faculdade Laboro
Profª. Dr. Renata Cristina Lopes Andrade-FURG
Prof. Dr. Elias Rocha Gonçalves-IFF
Prof. Dr. Clézio dos Santos-UFRRJ
Prof. Dr. Rodrigo Luiz Fabri-UFJF
Prof. Dr. Manoel dos Santos Costa-IEMA
Profª. Ma. Adriana Barni Truccolo-UERGS
Prof. Me. Pedro Augusto Paula do Carmo-UNIP
Prof.ª Drª. Isabella Macário Ferro Cavalcanti-UFPE
Prof. Me. Alisson Junior dos Santos-UEMG
Prof. Me. Raphael Almeida Silva Soares-UNIVERSO-SG
Prof. Dr. Rodolfo Maduro Almeida-UFOPA
Prof. Me. Tiago Silvio Dedoné-Faccrei
Prof. Me. Fernando Francisco Pereira-UEM
Prof. Dr. Deivid Alex dos Santos-UEL
Prof. Me. Antonio Santana Sobrinho-IFCE
Todo o conteúdo apresentado neste livro, inclusive correção ortográca e
gramatical, é de responsabilidade do(s) autor(es).
Obra sob o selo Creative Commons-Atribuição 4.0 Internacional.
Prof.ª Drª. Maria de Fatima Vilhena da Silva-UFPA
Profa. Dra. Dayse Marinho Martins-IEMA
Prof. Me. Darlan Tavares dos Santos-UFRJ
Prof. Dr. Daniel Tarciso Martins Pereira-UFAM
Prof.ª Drª. Elane da Silva Barbosa-UERN
Nossa missão é a difusão do conhecimento gerado no âmbito acadêmico por meio da organização e da
publicação de livros cientícos de fácil acesso, de baixo custo nanceiro e de alta qualidade!
Nossa inspiração é acreditar que a ampla divulgação do conhecimento cientíco pode mudar para me-
lhor o mundo em que vivemos!
Equipe RFB Editora
Pedro Jorge Cortes Morales
Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Organizadores)
Belém-PA
RFB Editora
2022
Edição 1
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA:
Da graduação para uma atuação
consolidada
© 2022 Edição brasileira
by RFB Editora
© 2022 Texto
by Autor
Todos os direitos reservados
Editor-Chefe
Prof. Dr. Ednilson Souza
Diagramação e capa
Worges Editoração
Imagens da capa
www.canva.com
Revisão de texto
O autor
Bibliotecária
Janaina Karina Alves Trigo Ramos
Produtor editorial
Nazareno Da Luz
https://doi.org/10.46898/rfb.9786558894155
RFB Editora
CNPJ: 39.242.488/0001-07
www.rfbeditora.com
adm@rfbeditora.com
91 98885-7730
Av. Governador José Malcher, nº 153, Sala 12, Nazaré,
Belém-PA, CEP 66035065
Catalogação na publicação
Elaborada por RFB Editora
E24
Educação física é ciência: da graduação para uma atuação consolidada/ Pedro Jorge
Cortes Morales (Organizador), Eduarda Eugenia Dias de Jesus (Organizadora). –
Belém: RFB, 2022.
Livro em PDF
126 p.
ISBN: 978-65-5889-415-5
DOI: 10.46898/rfb.9786558894155
1. Educação física. I. Morales, Pedro Jorge Cortes. II. Jesus,
Eduarda Eugenia Dias
de. III. Título.
CDD 372.86
Índice para catálogo sistemático
I. Educação física.
AGRADECIMENTO
Inicialmente, agradecemos, e parabenizamos, aos estudantes de educação fí-
sica da Univille que aceitaram esse desao, mostrando suas capacidades nessa tarefa.
Agradecemos a professora Sonia Maria Ribeiro pela sua contribuição dentro
desse E-book. Desejamos que tenha mais prossionais como você, colaborando com
sublimidade na área da educação física.
Também agradecemos a Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE, que
nos dá a oportunidade de crescer prossionalmente e construir uma carreira consis-
tente.
Nosso agradecimento para nossos familiares, que certamente estão contentes
com mais uma conquista, assim como, sempre estão torcendo por nós.
Não podemos deixar de agradecer à RFB Editora que, com muita atenção e
dedicação, tornou real esse sonho para nós (organizadores) e para os estudantes de
educação física da Univille, autores dos capítulos desta coletânea.
Pedro Jorge Cortes Morales
Eduarda Eugenia Dias de Jesus
A todos os acadêmicos que se dispuseram e se esforçaram para estar, como
autor(a), em um dos capítulos desse E-book!
SUMÁRIO
PREFÁCIO ..............................................................................................................................11
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................13
CAPÍTULO 1
ANÁLISE DO IMC, GLICEMIA E PRESSÃO ARTERIAL DOS FUNCIONÁRIOS
DA EMPRESA DE VENDAS ON-LINE DE JOINVILLE-SC .......................................15
Sara Sabrina De Oliveira
Joslaine Lacerda Romanek
CAPÍTULO 2
SATISFAÇÃO DAS ATIVIDADES FÍSICAS REALIZADAS PELOS ESTUDAN-
TES DE UMA UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE .................................23
Andreia Hintz
Eduarda Eugenia Dias de Jesus
CAPÍTULO 3
PERFIL DE ESTILO DE VIDA DE MULHERES QUE PRATICAM EXERCÍCIO FÍ-
SICO ........................................................................................................................................31
Cesar Augusto dos Anjos
CAPÍTULO 4
PERFIL DA QUALIDADE DE VIDA EM PRATICANTES DE TREINAMENTO
FUNCIONAL EM UM ESTÚDIO DA REGIÃO DE JOINVILLE ...............................39
Jeancarlo Weber de Andrade
Jianluca Weber de Andrade
CAPÍTULO 5
PERCEPÇÃO DOS PAIS SOBRE OS BENEFÍCIOS DO KARATÊ E JUDÔ NA IN-
FÂNCIA ..................................................................................................................................45
Djulia Luisa Cordeiro
Vinícius Sareta Sardagna
CAPÍTULO 6
ESTILO DE VIDA DOS ACADÊMICOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA
UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE ..........................................................53
Kariane Silva Araujo Lima
Tainara de Jesus Roldão
CAPÍTULO 7
NECESSIDADES PSICOLÓGICAS BÁSICAS DOS ACADÊMICOS DO CURSO
DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVILLE ........................................................................61
Gabriel Andrzeyvski da Costa
Eduarda Eugenia Dias de Jesus
CAPÍTULO 8
ANÁLISE DO GRAU DOS FATORES MOTIVACIONAIS PARA A PRÁTICA DE
MUSCULAÇÃO NA REGIÃO DE JOINVILLE .............................................................71
Bruno Cesar Moreira
João Pedro Simioni Kocanoski
Maicon Vinicius Leite
CAPÍTULO 9
ADESÃO E ADERÊNCIA EM PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO: UMA REVI-
SÃO DE LITERATURA .......................................................................................................77
Guilherme Luiz Hafermann
CAPÍTULO 10
BENEFÍCIOS DAS PRÁTICAS AQUÁTICAS EM PESSOAS COM DEFICIÊNCIA:
UMA REVISÃO TEÓRICA .................................................................................................85
Henrique Pereira Rupp
João Victor Hadlich dos Passos
Vitor Hugo Cidral Cambruzzi
CAPÍTULO 11
EXERCÍCIO FÍSICO EM IDOSOS COM SARCOPENIA: UM ESTUDO BIBLIO-
GRÁFICO ...............................................................................................................................91
Matheus Felipe Zeni Esperandio
CAPÍTULO 12
ESPORTES DE AREIA E SEUS BENEFÍCIOS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFI-
CA.....................................................................................................................................101
Fabrício César Fernandes
CAPÍTULO 13
ASPECTOS QUE INFLUENCIAM NA MOTIVAÇÃO E ADERÊNCIA DAS PES-
SOAS AO HIGH-INTENSITY FUNCTIONAL TRAINING: UMA REVISÃO TEÓ-
RICA ......................................................................................................................................113
Lilian da Silva Cava
ÍNDICE REMISSIVO .........................................................................................................121
NOTA DOS AUTORES .....................................................................................................122
SOBRE OS ORGANIZADORES .....................................................................................123
PREFÁCIO
Inicialmente quero dizer que senti-me honrada ao receber o convite para fazer
o prefácio da obra “EDUCAÇÃO FÍSCA É CIÊNCIA: da graduação para uma atuação
consolidada”, bem como foi motivo de alegria, academicamente falando, uma vez que
os capítulos que compõem a obra foram escritos por graduandos do curso de educação
física da Universidade da Região de Joinville, os quais tive oportunidade de conhecer
e atuar como docente em alguns componentes curriculares.
Ser formadora na área da educação física, há mais de três décadas, oportuni-
zou-me presenciar e, principalmente, atuar prossionalmente em diferentes momen-
tos, em que cada um deles atribuíam a educação física um corpo de conhecimento em
consonância com interesses oriundos das esferas econômicas e políticas. Não que hoje
seja diferente!
O que marca, entretanto, os últimos vinte anos é sem dúvida o avanço da edu-
cação física enquanto campo de produção do conhecimento cientíco.
Nas últimas décadas a educação física consolidou-se signicativamente en-
quanto ciência, graças aos esforços de prossionais que por meio de suas pesquisas
ampliaram o campo teórico, consequentemente, a abrangência social desta ciência a
partir de uma epistemologia pautada no movimento humano e em suas diferentes
dimensões. Assim, a obra organizada pelos colegas Professor Pedro Morales e gra-
duanda Eduarda Eugenia evidencia não somente a diversidade que há nos campos
de investigação, como a valorização do conhecimento produzido pelos graduandos/
autores que se constituirão prossionais, também, por meio da pesquisa.
Compreendo que a importância deste processo está no fato de que os gra-
duandos ao produzirem seus conhecimentos tornar-se-ão prossionais mais críticos
sobre sua atuação prossional, compreensão esta evidenciada no título da obra. Faço
tal destaque pois a atuação deste futuro prossional além de estar pautada na aquisi-
ção do conhecimento prático, contará também com uma abordagem teórica, ou seja, a
dialética entre teoria e prática, ampliando as possibilidades no processo de formação
do graduando de educação física, bem como do movimento humano culturalmente
ressignicado nos diferentes espaços em que este ocorre.
A educação física, dadas as tendências sociais e culturais que marcam o século
XXI, demanda um olhar diversicado para o movimento e para o signicado que este
adquire junto a seus praticantes, penso ser este um dos méritos desta obra quando
divulga pesquisas que abarcam jovens, idosos, atletas e pessoas com deciência.
Desejo que as pesquisas apresentadas nesta coletânea possam inspirar os leito-
res a lançarem-se em novas investigações. O campo é vasto, e somente investigações, a
12
priori realizadas com rigor e sistematização, possibilitarão que a educação física avan-
ce cada vez mais no seu status de ciência.
Dra. Sonia Maria Ribeiro
APRESENTAÇÃO
A criação desse livro foi pensando especialmente na educação física e sua ár-
dua necessidade de se basear na ciência. Aplicar, na prática, os conteúdos sem emba-
samento teórico cientíco é uma falha que acontece visivelmente entre os prossionais
da educação física, no qual boa parte dos prossionais operam treinos "personaliza-
dos" sem ao menos avaliar as características do praticante.
São disseminados mitos para os clientes/alunos, assim como é informado,
pelas redes sociais, assuntos sem evidências cientícas. Vemos inuenciadores da in-
ternet divulgarem informações de baixa qualidade sobre a área da educação física,
aumentando a desinformação para milhões de pessoas.
Nesse sentido, as universidades, para desmisticar essa situação, enfatizam a
necessidade da ciência para ser aplicada na sociedade, porém não são todos os estu-
dantes que aderem a este método. Em diversas ocasiões é notório que o estudante em
educação física prefere o empirismo ao invés da ciência.
Para tal, como maneira de "treiná-los" para a atuação prossional de qualida-
de, os capítulos dessa obra foram compostos somente pelos graduandos em educação
física da Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE, para que consigam se for-
mar com uma base teórica consolidada, visando não somente a conquistar e reconhe-
cer o esforço do trabalho desenvolvido, mas passar pela experiência de investigação,
escrita, aplicação e publicação.
Os leitores irão se deparar com 11 capítulos voltados, especialmente, para a
educação física, por meio da atividade física e saúde, bem como o exercício físico e
esporte. Capítulos pertinentes para o mercado de trabalho, como forma de se destacar
com conhecimento cientíco.
Serão apresentadas pesquisas de revisão teórica e pesquisas transversais. No
mais, salienta-se que os capítulos, com método transversal, utilizaram o “guarda-chu-
va” do projeto Centro de Atividades Físicas (CAF), do qual auxiliou com as questões
éticas da pesquisa, facilitando a criação e publicação dessa obra.
Certamente, esse E-book não tem a intenção de esgotar os assuntos, mas in-
centivar mais reexões acerca dos capítulos abordados e ampliá-los, se possível, com
mais pesquisas cientícas.
Diante dessa apresentação, o objetivo dessa coletânea foi apresentar a relevân-
cia de estudos cientícos e sua pluralidade de representação para área da educação
física, como recurso de destacar cada vez mais sua necessidade para a sociedade.
Pedro Jorge Cortes Morales
Eduarda Eugenia Dias de Jesus
Sara Sabrina De Oliveira
Joslaine Lacerda Romanek
ANÁLISE DO IMC, GLICEMIA E PRESSÃO
ARTERIAL DOS FUNCIONÁRIOS DA
EMPRESA DE VENDAS ON-LINE DE
JOINVILLE-SC
CAPÍTULO 1
16
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
RESUMO
Objetivo: Analisar o IMC, glicemia e pressão arterial dos funcionários de
uma empresa de vendas on-line de Joinville/SC através do programa de
extensão CAF. Metodologia: O estudo analisou 40 sujeitos que trabalham em uma em-
presa de vendas on-line, de Joinville, Santa Catarina. Como instrumento, optou-se por
realizar o IMC, Glicemia e Pressão Arterial (PA). O tratamento estatístico foi realizado
por intermédio do programa SPSS® 25.0. Resultados: A média do IMC se classica
com sobrepeso (32,50%). O sexo masculino teve correlação moderada (0,595) entre PA
diastólica com o IMC (p<0,05). Foi perguntado sobre a prática de atividade física du-
rante a semana e 70% (n=28) da amostra disse que não realiza. Conclusão: A glicemia
e PA estavam adequadas. Porém, durante a semana a amostra se encontra inativa si-
camente e com sobrepeso. Assim, torna-se relevante mais intervenções como essa para
que os sujeitos estejam conscientes sobre o estado de sua própria saúde.
Palavras-chave: IMC; Glicemia; Pressão Arterial; Atividade Física; Funcionários.
1 INTRODUÇÃO
Para que a população esteja ciente da saúde, de modo geral, existem diversos
tipos de ferramentas de rápido e fácil acesso que o sujeito pode utilizar para classicar
o valor encontrado. Pode-se citar, nesse contexto, o cálculo do Índice de Massa Corpo-
ral (IMC), a Glicemia e Pressão Arterial (PA).
O IMC é uma medida populacional, que atualmente é sugerida pela Organi-
zação Mundial de Saúde para medir o grau de obesidade de uma pessoa de maneira
rápida. Trata-se de um método fácil, o índice é calculado pela relação entre a massa
corporal dividida pelo quadrado da altura, através dos resultados é possível vericar
se alguém está acima ou abaixo dos parâmetros ideais de maneira generalista (WHO,
1998). A glicemia é a quantidade de glicose presente no nosso sangue. A glicose é um
tipo de carboidrato obtido através da digestão e absorção dos alimentos. Os carboidra-
tos são açúcares presentes na maioria dos alimentos, não apenas em alimentos doces
como os açúcares (GROSS et al., 2002). A PA, às vezes referida, em alguns casos, como
“pressão sanguínea”, é uma variável que está relacionada com à pressão exercida pelo
sangue circulante contra as paredes das artérias. Essa pressão é causada em parte pelo
coração, que é o órgão muscular contrátil que impulsiona o sangue para as artérias.
Ao se contrair (sístole), ele injeta sangue no sistema arterial, a cada “batida”, fazendo
aumentar aquela pressão. Durante sua dilatação (diástole), a pressão diminui. Assim,
tem-se, alternativamente, dois valores da pressão arterial: (1) pressão “máxima” ou
sistólica e (2) pressão “mínima” ou diastólica (MEDINA et al., 2010).
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EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
Para que a população esteja cada vez mais ciente dos valores e classicações
referente ao IMC, glicemia, pressão arterial e entre outros, podemos destacar o projeto
de extensão Centro de Atividades Físicas (CAF), que faz parte da extensão da Univer-
sidade da Região de Joinville/SC - Univille, e está em atuação desde 2002. O público-
-alvo do programa tem como perl: crianças, adolescentes, adultos, atletas, idosos e
pessoas com necessidades especiais. As atividades desenvolvidas pelo programa CAF
visam melhorar a qualidade de vida da prática regular de atividade física, bem como
avaliar a população com instrumentos rápidos e de fácil acesso.
Diante desse contexto, esse trabalho teve como objetivo analisar o IMC, glice-
mia e pressão arterial dos funcionários de uma empresa de vendas on-line de Joinvil-
le/SC através do programa de extensão CAF.
2 METODOLOGIA
O estudo caracteriza-se como transversal e descritivo, no qual analisou 40 su-
jeitos dos gêneros feminino e masculino que trabalham em uma empresa de vendas
on-line, e cam mais de 4 horas sentados, localizada na região de Joinville, Santa Ca-
tarina.
Como instrumento, optou-se por realizar o Índice de Massa Corporal [IMC=
massa corporal (kg)/ estatura (m²)], segundo a World Health Organization (1998), Glice-
mia e Pressão Arterial (PA). Foi perguntado para o participante sua idade e quantida-
de de vezes que realiza atividade física na semana.
Os materiais para a coleta foram um estadiômetro de dois metros de compri-
mento de trena da marca Cescorf para a estatura, uma balança digital marca Tanita
com precisão de 100g para o peso corporal, esgmomanômetro e estetoscópio da mar-
ca Nylon Velcro e um medidor de glicemia da marca G-Tech.
As informações coletadas foram analisadas por meio da estatística descritiva
(média, desvio padrão, mínimo e máximo) e frequência (número absoluto), organiza-
das e disponibilizadas em uma planilha do programa Microsoft Excel® for Windows®10.
O tratamento estatístico foi realizado por intermédio do programa Statistical Package
for the Social Sciences - IBM SPSS® 25.0. O teste de normalidade utilizado foi o teste de
Shapiro-Wilk. A partir da normalidade dos dados, foi aplicado o teste de correlação de
Pearson. Neste sentido os valores de p<0,05 foram considerados signicativos.
Este estudo teve o parecer favorável à sua execução pelo Comitê de Ética e
Pesquisa da Universidade da Região de Joinville/SC - UNIVILLE-CEP, conforme a
Resolução do Conselho Nacional de Saúde para a pesquisa com seres humanos, sob
parecer número 5.161.461.
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Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
3 RESULTADOS
Participaram 21 (52,50%) homens e 19 (47,50%) mulheres da pesquisa, no qual
15% (n=6) entra na faixa etária entre 17 a 24 anos, 67,50% (n=27) entra na faixa etária
entre 26 a 39 anos e 17,50% (n=7) entra na faixa etária entre 41 a 57 anos de idade. No
Quadro 1 é possível analisar outras variáveis, como IMC, glicemia e PA.
Quadro 1. Informações referente a amostra.
Variáveis Média Desvio Padrão Mínimo Máximo
Idade 33,4 8,46 17 57
Peso 81,41 20,26 41,7 146,2
Estatura 1,67 0,07 1,53 1,83
IMC 28,81 6,24 14,95 43,65
Glicemia 84,5 12,94 70 141
PA Sistólica 132,52 14,07 106 160
PA Diastólica 82,45 9,45 64 106
Estatisticamente, encontrou-se para a amostra geral uma correlação moderada
(0,605) entre a PA diastólica com a PA sistólica (p<0,05). Ao separar o gênero, vemos
que o sexo masculino teve correlação moderada (0,595) entre PA diastólica com o IMC
(p<0,05).
A glicemia se encontrou adequada para todos os sujeitos, no qual 37,50%
(n=15) estavam entre 70 à 79, 37,50% (n=15) estavam entre 80 a 89, 20% (n=8) entre 90
a 99 e 5% (n=2) estavam entre 110 a 141.
No que se refere a PA sistólica, vê-se que 40% (n=16) estava entre 106 e 128,
45% (n=18) estava entre 130 a 146 e 15% (n=6) estava entre 150 a 160. A PA diastólica
viu que 30% (n=12) estavam entre 64 à 78, 47,50% (n= 19) entre 80 a 88, 17,5% (n=7)
entre 90 a 98 e 5% (n=2) entre 102 a 106.
No Quadro 2 encontra-se a classicação do IMC, o número absoluto e o per-
centual da amostra.
Quadro 2. Classificação do IMC
IMC Classificação n (%)
<18,5 Abaixo do peso 2 (5)
18,5-24,9 Peso normal 10 (25)
25,5-29,9 Excesso de peso 13 (32,5)
30,0-34,9 Obesidade I 6 (15)
35,0-39,9 Obesidade II 8 (20)
>40,0 Obesidade III 1 (2,5)
Foi perguntado sobre a prática de atividade física durante semana e 70% (n=28)
da amostra disse que não realiza nenhum tipo de atividade física, 2,5% (n=1) realiza
uma vez na semana, 5% (n=2) realiza duas vezes na semana, 7,5% (n=3) realiza três
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EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
vezes na semana, 7,5% (n=3) realiza quatro vezes na semana, 5% (n=2) realiza cinco
vezes na semana e 2,5% (n=1) realiza sete vezes na semana.
2 DISCUSSÃO
A presente pesquisa teve como eixo central analisar o IMC, glicemia e PA dos
funcionários da empresa de vendas on-line, através do programa de extensão CAF,
como meio de informar as classicações e orientar para um estilo de vida adequado.
O IMC é um indicador de saúde simples e generalista, mas que serve como um
padrão internacional para medir o grau de obesidade da população (WHO, 1998). No
atual estudo, foi possível notar que a média do IMC deu 28,81 kg/m², classicando a
amostra com sobrepeso, assim se conrma no Quadro 2, no qual 32,50% da amostra se
encontra com sobrepeso.
A glicose é uma fonte de energia básica para muitas das operações do corpo.
É usado para a maioria dos processos corporais, incluindo a respiração celular, a di-
gestão dos alimentos, e a produção de ATP. A glicose no sangue é importante, pois é
facilmente utilizada pelo organismo, sem a necessidade de ser discriminado ou recu-
perado de outra área do corpo (LIMA e et al., 2006). Para tal análise, foi possível obser-
var que a glicemia se encontrou adequada para todos os sujeitos, no qual 75% (n=30)
da amostra estavam entre 70 e 89 e a média foi de 84,5.
A pressão arterial garante que a entrada de sangue no sistema arterial (débito
cardíaco) se iguale a saída de sangue desse sistema (euxo) para o sistema venoso e
assim ocorra um bom funcionamento siologicamente no corpo humano (MEDINA et
al., 2010). Como meio de avaliar a PA sistólica/diastólica, a média mostra 132/82 para
a amostra, gerando correlação moderada.
Segundo os resultados de Olbrich et al. (2009) foi possível analisar que a pre-
valência de inatividade física foi de 59,9% da amostra; 57% eram homens. Observou-se
uma proporção de sedentários maior na faixa etária entre 30 a 60 anos, quando compa-
rada com faixa etária inferior (p<0,003). Encontrou-se associação no grupo sedentário
com IMC igual ou maior que 30 kg/m² (p<0,000). Os valores de glicemia (em jejum)
foram maiores entre os sedentários e a proporção de hipertensos foi maior (p<0,002)
entre os sedentários.
A amostra de Mascarenhas, Laat e Smolarek (2008) foi constituída de 46 mo-
toristas do sexo masculino com média de idade 38,3 ±5,79 anos. Obtendo resultados
preocupantes em relação a glicemia, o IMC e a PA. Concluindo que existe risco para a
saúde, isso pode ter se apresentado devido ao alto sedentarismo por causa do tempo
elevado sentado.
20
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
Uma maneira de controlar o peso corporal, glicose no sangue e a PA é através
da prática regular de atividade física. A atividade física é entendida como movimento
corporal, que permite qualquer gasto energético maior do que os níveis de repouso,
assim tendo, um papel muito importante no processo de vida do ser humano (CAS-
PERSEN, POWELL; CHRISTENSON, 1985). Dessa forma, atividade física é vista como
de suma importância para prevenção/manutenção e restabelecimento dos equilíbrios
biológico, psicológico e social, ameaçado constantemente pelas mudanças bruscas da
sociedade moderna (OLIVEIRA, 2011). Em contrapartida, no resultado do presente
estudo, vemos que a prática de atividade física durante a semana é baixa para essa
população, com apenas 30% (n=12), nesse sentido compreendemos que a falta de exer-
cício pode gerar danos à saúde.
Devido ao estilo de vida menos ativo, sicamente, está havendo um aumento
do número de pessoas com sobrepeso, que vem agravando os problemas de saúde
de inúmeros gêneros gradativamente nas últimas décadas (CORTES MORALES et al.,
2022). Portanto, vale ressaltar que os benefícios promovidos pela atividade física, não
estão relacionados apenas à diminuição do peso, mas existe uma grande contribuição
em todo nosso metabolismo em função da manutenção de nossa saúde em geral (NA-
ZARÉ OLIVEIRA et al., 2011).
Diante desse contexto, praticar, pelo menos, 30 minutos de atividades físicas
nos seus dias, com intensidade leve a moderada ajudará a prevenir risco à saúde. Al-
gumas tarefas simples e rápidas podem ajudar no início, como: Optar por caminhadas
em trajetos curtos, fazer uso de escadas, ao invés de elevadores e escadas rolantes,
levar o cachorro para passear na rua, lavar o carro, andar de bicicleta.
A presente pesquisa apresenta limitações, tais como o número amostral baixo,
informações referentes a intensidade e duração da atividade física e o tipo de alimen-
tação ingerida antes de realizar a coleta de glicemia. No entanto, esses pontos são en-
carados como um incentivo para novas pesquisas.
5 CONCLUSÃO
Concluímos que a análise do IMC, glicemia e pressão arterial dos funcioná-
rios, da empresa online de Joinville, foram coletadas, através do programa de extensão
CAF, em que a população investigada se encontrou com sobrepeso, glicemia e PA
adequada. Porém, durante a semana a amostra se encontra inativa sicamente. Assim,
torna-se relevante mais intervenções como essa para que os sujeitos estejam conscien-
tes sobre o estado de sua própria saúde.
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EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
REFERÊNCIAS
CASPERSEN, C. J., POWELL, K. E.; CHRISTENSON, G. M. Physical activity, exercise,
and physical tness: denitions and distinctions for health-related research. Public
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CORTES MORALES, P. J. et al. Association of Anthropometric Parameters with the
Lifestyle of Bodybuilders. ESHPA - Education, Sport, Health and Physical Activity.
v. 6, n. 2, p. 71-82, 2022.
GROSS, J. L. et al. Diabetes Melito: Diagnóstico, Classicação e Avaliação do Controle
Glicêmico. Arq Bras Endocrinol Metab. v. 46, n. 1, p. 16-26, 2002.
LIMA, M. L. et al. Síndrome Metabólica: NCEP-ATP III vs. IDF. Gaz. méd. v. 76, n. 2,
p. 12-19, 2006.
MASCARENHAS, L. P. G.; LAAT, E. F.; SMOLAREK, A. C. Relação entre o índice de
massa corporal com a glicemia e pressão arterial em motoristas de transporte coletivo.
Cinergis. V. 9, n. 1, p. 1-6, 2008.
MEDINA, F. L. et al. Atividade física: impacto sobre a pressão arterial. Rev Bras Hiper-
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demic. Geneva: Program of Nutrition, Family and Reproductive Health; (Technical
Report Series 894), 1998.
Andreia Hintz
Eduarda Eugenia Dias de Jesus
SATISFAÇÃO DAS ATIVIDADES FÍSICAS
REALIZADAS PELOS ESTUDANTES DE
UMA UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE
JOINVILLE
CAPÍTULO 2
24
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
RESUMO
Objetivo: Analisar a consistência e satisfação das atividades físicas rea-
lizadas pelos estudantes de uma universidade de Joinville. Metodolo-
gia: Participaram do estudo 73 universitários de uma universidade da região norte de
Joinville, Santa Catarina. Como instrumento de pesquisa foi utilizado um questioná-
rio validado denominado: “Escala de satisfação com a prática de atividade física em
adultos” (ESAF). O tratamento estatístico foi realizado pelo programa SPSS® 25.0.
Resultados: Os universitários consideram a saúde como “boa”, apresentando 52,17%
(n=36), em seguida 26,08% apresentaram-se como “muito boa” (n=18). O gênero femi-
nino, apresentou-se correlação moderada ao sentir-se bem quando está caminhando e
depois de caminhar (0,680). Para o gênero masculino encontrou correlação moderada
para “gostar de caminhar’’ com a consideração referente à saúde (0,572). Conclusão:
Ocorreu uma alta pontuação para a satisfação das atividades físicas realizadas pelos
estudantes de uma universidade de Joinville. Contudo, é necessário buscar estratégias
para que o gênero feminino tenha uma aderência igual ao gênero masculino.
Palavras-chave: Atividade Física; Satisfação; Universitários.
1 INTRODUÇÃO
A prática de AF gera diversos benefícios para o corpo humano, sendo ela in-
dispensável dentro de uma universidade (FONTE; VIANNA, 2009). O incentivo da AF
é fundamental, principalmente para se sentir satisfeito durante e após a prática, visto
que o sedentarismo está cada vez mais alto. Com base nisso, os resultados de Louren-
ço et al. (2016) mostraram prevalências elevadas do uso de eletrônicos (computador/
smartphone) não só durante os estudos, mas também no lazer. Por isso, a realização de
pesquisas referente a satisfação dos universitários é importante para identicar com-
portamentos que podem inuenciar na saúde geral, possibilitando assim intervenções
para serem feitas sob medida.
O conceito de Atividade Física (AF) pode ser caracterizado por qualquer mo-
vimento que gera gasto calórico maior do que o nível em repouso. Já o exercício físico
consiste em uma AF sistematizada, estruturada e com objetivos especícos (CASPER-
SEN, POWELL; CHRISTENSON, 1985). Para tal, devemos considerar que AF e exercí-
cio físico não são sinônimos, entretanto a AF é a mais conhecida pela população inde-
pendente do objetivo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere que os adultos,
maiores de 18 anos, façam, pelo menos, 75-150 minutos de AF de intensidade vigorosa
ou 150-300 minutos de intensidade moderada por semana, assim como o fortalecimen-
to muscular em, pelo menos, dois dias por semana (WHO, 2020).
25
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
Segundo os achados de Vankim e Nelson (2013), é possível armar que uni-
versitários que cumprem as recomendações de AF vigorosa estão propensos a terem
menos problemas de saúde mental e estresse comparado com os que não atendem às
recomendações. Além dos aspectos mentais, a realização da AF pode provocar impor-
tantes modicações nos parâmetros de composição corporal, sobretudo na diminuição
da gordura corporal e no aumento da massa magra (NETO et al., 2012).
Para que a população esteja cada vez mais ciente dos valores e benefícios da
AF, podemos destacar o projeto de extensão Centro de Atividades Físicas (CAF), que
faz parte da pró-reitoria de extensão da Universidade da Região de Joinville/SC - Uni-
ville, e está em atuação desde 2002. As atividades desenvolvidas pelo projeto CAF
visam melhorar a qualidade de vida dos sujeitos através da prática da AF, bem como
avaliar a população com instrumentos rápidos e de fácil acesso para estar ciente sobre
classicações e resultados do risco à saúde.
Diante disso, essa pesquisa tem como hipótese a satisfação com altas porcenta-
gem para o gênero masculino referente a AF moderada-vigorosa e baixa porcentagem
para caminhadas. A pesquisa teve como objetivo analisar a consistência e satisfação
das atividades físicas realizadas pelos estudantes de uma universidade de Joinville.
2 METODOLOGIA
Para esta pesquisa foi utilizado como modelo de investigação o método descri-
tivo e transversal, apoiados por uma revisão conceitual a partir de leituras de artigos
cientícos dentro da temática de estudo.
Participaram do estudo 73 universitários de uma universidade da região norte
de Joinville, Santa Catarina.
Como instrumento de pesquisa foi utilizado um questionário validado deno-
minado: “Escala de satisfação com a prática de atividade física em adultos” (ESAF),
traduzido por Rech et al. (2011). Este instrumento foi organizado na plataforma Google
Forms®. O questionário apresenta seis questões sobre satisfação, em que o sujeito pode
selecionar uma das três opções (“não”, “um pouco” e “muito”). Além disso, pergun-
tou-se sobre a “saúde” como meio de resposta sendo o “múltipla escolha” e duas per-
guntas em abertos para saber o tempo (em minutos) que o sujeito faz caminhada e AF
moderada-vigorosa. Como veículo de distribuição, foi utilizado meio virtual a partir
dos aplicativos de redes sociais como WhatsApp® e Instagram®. Este instrumento tinha
aproximadamente mais de três minutos para a sua conclusão, sendo de rápida leitura
e compreensão.
26
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
Os critérios para inclusão foram: 1) universitários regularmente matriculados
da universidade destinada para a presente pesquisa; 2) preenchimento adequado do
questionário. Caso contrário, o respondente era excluído.
As informações coletadas foram analisadas por meio da estatística descritiva
(apresentadas em média e desvio padrão, números absolutos, percentuais e moda), or-
ganizadas e disponibilizadas em uma planilha do programa Microsoft Excel® for Win-
dows®10. O tratamento estatístico foi realizado por intermédio do programa Statistical
Package for the Social Sciences - IBM SPSS® 25.0. O teste de normalidade utilizado foi o
teste de Shapiro-Wilk. A partir da não normalidade dos dados, foi aplicado o teste de
correlação de Spearman. Neste sentido os valores de p<0,05 foram considerados signi-
cativos.
Este estudo passou pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da
Universidade Região de Joinville - Univille, através do projeto de pesquisa do CAF,
sob parecer número 5.238.601.
3 RESULTADOS
Participaram 73 universitários de uma universidade da região de Joinville,
contudo, devido aos critérios do estudo, apenas 69 permaneceram para análise, sendo
30,43% (n=21) mulheres e 69,56% (n=48) homens.
Esses universitários consideram a saúde como “boa”, apresentando 52,17%
(n=36), em seguida 26,08% apresentaram-se como “muito boa” (n=18), 18,84% relata-
ram que a saúde está “regular” (n=13) e 2,89% disseram que estava “ruim” (n=2).
No Quadro 1 nota-se informações sobre idade, caminhada e AF moderada-vi-
gorosa.
Quadro 1. Caracterização da amostra
Variáveis Média Desvio Padrão
Idade 22,16 3,51
Caminhada 134,93 113,97
AF moderada-vigorosa 270,94 154,22
Observa-se no Quadro 2 o número absoluto e o percentual dos participantes
no que se refere a caminhada e a AF moderada-vigorosa em minutos.
27
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
Quadro 2. Quantidade em minutos de caminhada e AF
Caminhada
Minutos n %
0 7 10,14
10-30 10 14,49
40-90 14 20,28
100-180 20 28,98
200-285 8 11,59
300-420 10 14,49
Atividade física moderada-vigorosa
Minutos n %
0 1 1,44
30-90 13 18,84
120-280 23 33,33
300-600 32 46,37
n- número absoluto; %- porcentagem.
No Quadro 3 apresenta o nível de satisfação dos universitários matriculados
em uma universidade de Joinville no que se refere a prática da AF.
Quadro 3. Resposta dos estudantes
Questões não (1) um pouco (2) muito (3) Moda
n (%) n (%) n (%)
1 20 (28,98) 32 (46,37) 17 (24,63) 2
2 4 (5,79) 11 (15,94) 54 (78,26) 3
3 4 (5,79) 13 (18,84) 52 (75,36) 3
4 1 (1,44) 18 (26,08) 50 (72,46) 3
5 0 5 (7,24) 64 (92,75) 3
6 0 4 (5,79) 65 (94,20) 3
Estatisticamente, observou-se que para o gênero feminino, apresentou-se cor-
relação moderada ao sentir-se bem quando está caminhando e depois de caminhar
(0,680).
Para o gênero masculino encontrou correlação moderada para “gostar de ca-
minhar’’ com a consideração referente à saúde (0,572). Encontrou correlação modera-
da para sentir-se bem quando está caminhando com os valores (28,98%) em minutos
da caminhada (0,583). Assim como encontrou correlação forte para “gostar de prática
AF moderada-vigorosa” com os valores (46,37%) em minutos da AF (0,704).
4 DISCUSSÃO
A presente pesquisa visou analisar a consistência e satisfação das atividades
físicas realizadas pelos estudantes de uma universidade de Joinville, como meio de
investigar se a prática tem concebido contentamento.
Dos participantes, vemos que obteve maior número para o gênero masculino,
corroborando com os achados de Vasudevan e Ford (2022), em que nos diz que o trei-
namento entre as mulheres é baixo. Para tal, é vital que mais mulheres sejam incenti-
28
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
vadas a participar de exercícios físicos para manter a integridade musculoesquelética
(VASUDEVAN; FORD, 2022).
Quando se fala em AF, é notória que a caminhada é considerada uma ativida-
de leve, em que os participantes, do gênero masculino, se sentem bem quando estão
caminhando correlacionando moderadamente com o tempo entre 100 a 180 minutos
de caminhada. Segundo o estudo de Dutra et al. (2007) a caminhada pode alcançar
pequenos benefícios, desde que seja perdido cerca de 150 kcal por dia. Assim como,
observou-se que o gênero feminino, pela AF leve, visto que quando estão caminhando
elas se sentem bem, correlacionando moderadamente com o mesmo sentimento depois
de caminhar. Costa et al. (2009) informa que a maioria das mulheres não têm o hábito
de praticar AF, por isso é necessário estimular essa prática, uma vez que as mulheres
ativas apresentam melhora na aptidão física, principalmente cardiorrespiratória. Com
isso, percebe-se que independente do movimento feito por elas, é bem-vindo, preferin-
do intensidade leve ao invés da inatividade física.
A AF moderada-vigorosa é apreciada pelo gênero masculino, pois eles ar-
mam que gostam de praticar, no qual obteve fortemente correlação com o tempo entre
300 a 600 minutos de AF moderada-vigorosa. Nesse contexto, vê-se que eles alcan-
çaram, semanalmente, as recomendações sugeridas pela OMS (WHO, 2020). Diante
disso, pode-se armar que a AF, apropriada à condição de cada indivíduo, é um com-
portamento que inuencia a qualidade de vida, principalmente se este sujeito pratica
atividades ativas no lazer (SILVA et al., 2010).
Em contrapartida, viu-se que todas as questões apresentaram escore alto na
ESAF, apenas para a primeira questão que os participantes armaram não se sentirem
muito bem ao caminhar no tempo livre, hipotetizando, nesse contexto, que caminhar
ocupa seu tempo. Nesse sentido, cabe aos pesquisadores e prossionais de educação
física investirem em estratégias para o incentivo da prática de atividade física, exclusi-
vamente se for no âmbito universitário (NETTO et al., 2012), como forma de diminuir
a inatividade e aumentar, de modo consequente, o desempenho acadêmico.
Observa-se que os estudantes do gênero masculino gostam de realizar AF
leve, como caminhar, no qual correlaciona-se com a boa saúde deles. Ademais, os par-
ticipantes, de modo geral, se sentem bem quando realizam AF moderada-vigorosa
(92,75%) e depois que nalizam a AF (94,20%). Podemos presumir, com esses resul-
tados, que a prática pode inuenciar na aptidão física e, consequentemente, na saúde
dos estudantes ativos sicamente. De acordo com Araújo e Araújo (2000), a expressão
aptidão física representa a habilidade do corpo de adaptar-se às demandas do esforço
físico que a atividade precisa para níveis moderados ou vigorosos, sem levar a com-
pleta exaustão. No que diz respeito à condição de saúde, a literatura nos mostra que
29
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
a saúde é o “estado de boa disposição física e psíquica’’, não sendo apenas a ausência
de doença, no qual envolve a percepção do indivíduo com seus hábitos de vida (como
a prática de AF, alimentação e tabagismo), bem como é preciso considerar são fatores
sociodemográcos (PAVÃO; WERNECK; CAMPOS, 2013). Nesse sentido, os parti-
cipantes, do presente estudo, consideram a saúde como boa/muito boa, totalizando
78,26% dos participantes. Contudo, cabe investigar os motivos pelos quais 21,73% dos
participantes consideram a saúde como regular/ruim. Para Pavão, Werneck e Campos
(2013), os achados mostram que o aumento da idade, baixos níveis de escolaridade/
renda, consumo excessivo de tabagismo, inatividade física e obesidade são um dos
fatores associados à percepção de saúde ruim.
No contexto geral, os resultados encontrados do presente estudo corroboram
com os achados de Salles-Costa (2003), no qual reforça que os homens preferem AF
coletivas e de caráter competitivo, onde a intensidade é moderada-vigorosa, e as mu-
lheres em atividades individuais, que requerem menos força física, com intensidade
leve-moderada.
Como limitações, entende-se que a universidade escolhida é composta por
mais de mil alunos, e por se tratar de um questionário o número amostral é baixo, re-
sumindo a extrapolação dos resultados apenas para a referida população. Na análise
do estudo, percebeu-se a necessidade de informações como os aspectos sociodemográ-
cos e psicológicos, dos quais poderiam auxiliar nas questões comportamentais dos
estudantes. No entanto, esses pontos são encarados como uma oportunidade para um
novo desao de pesquisas cientícas, visto que os universitários têm uma frequência
alta para a inatividade física.
5 CONCLUSÃO
Diante dos achados, foi possível concluir que ocorreu uma alta pontuação para
a satisfação das atividades físicas realizadas pelos estudantes de uma universidade de
Joinville. A amostra do estudo seguiu as recomendações da OMS, sendo esse um dos
mecanismos inuenciadores para cuidar da saúde, uma vez que eles consideram a
saúde como “boa”. Assim como, os estudantes se sentem bem durante e depois da
caminhada e da AF moderada-vigorosa. Contudo, é necessário buscar estratégias para
que o gênero feminino tenha uma aderência igual ao gênero masculino.
REFERÊNCIAS
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30
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
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WHO - World Health Organization. Physical activity. 2020.
Cesar Augusto dos Anjos
PERFIL DE ESTILO DE VIDA DE
MULHERES QUE PRATICAM EXERCÍCIO
FÍSICO
CAPÍTULO 3
32
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
RESUMO
Objetivo: Analisar o perl de estilo de vida das mulheres que praticam
exercício físico na região de Joinville/SC. Metodologia: A amostra foi
composta por 29 mulheres que moram na região de Joinville. Foi aplicado o questio-
nário do PEVI com 15 questões fechadas e o valor do IMC. As informações foram ana-
lisadas por meio da estatística descritiva e frequência, organizadas no Microsoft Excel®
for Windows®10. Resultados: O IMC encontrou-se com sobrepeso. Para o questionário,
apenas o componente “nutrição’’ não apresentou escore positivo; para “atividade físi-
ca”, “relacionamento” e “controle de estresse” encontrou um escore positivo; salienta-
do que para o “comportamento preventivo” a porcentagem foi a mais alta. Conclusão:
As mulheres estão com um bom estilo de vida, mas, embora sejam consideradas como
ativas, pode-se observar que o IMC as apresenta com excesso de peso o que pode ser,
hipoteticamente, devido aos maus hábitos alimentares.
Palavras-chave: Estilo de vida, Mulheres; Exercício Físico.
1 INTRODUÇÃO
Desigualdades entre homens e mulheres são vivenciadas desde a era patriar-
cal, no qual reete no estilo de vida geral. Para tanto, fazem-se necessárias modi-
cações profundas na sociedade, no sentido de promover a igualdade plena entre os
gêneros em um sentido mais amplo, a começar por uma mudança de base educacional
(LIMA; LIMA; SILVA, 2016). Essas mudanças são necessárias para que a saúde, de
modo geral, não seja afetada.
O estilo de vida saudável está relacionado com diversos fatores, tais como a
prática regular da atividade física, o controle e diminuição do estresse, a escolha de
alimentos saudáveis, relacionamento com amigos e familiares, diminuição de bebidas
alcoólicas e uso de tabacos, entre outros fatores. Nesse caso, é necessário que a popu-
lação tenha cuidado com os hábitos adquiridos ao longo do dia, visto que o estado de
saúde nem sempre é a ausência da doença (ARAÚJO; ARAÚJO, 2000).
Dentre os componentes do estilo de vida podemos encontrar a atividade física.
Seu conceito, segundo Caspersen, Powell e Christenson (1985), pode ser caracterizado
por qualquer movimento que gera gasto calórico maior do que o nível em repouso. Já
o exercício físico consiste em uma atividade física sistematizada, estruturada e com
objetivos especícos. E essa prática precisa ser realizada por toda a população. De
acordo com a World Health Organization (Organização Mundial da Saúde), sugere-se
que adultos, maiores de 18 anos, façam, pelo menos, 75-150 minutos de atividade física
de intensidade vigorosa ou 150-300 minutos moderada por semana, assim como o for-
33
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
talecimento muscular (exercício físico), em pelo menos dois dias por semana (WHO,
2020).
Contudo, a literatura cientíca é clara ao esclarecer que a prática de exercícios
físicos é escolhida frequentemente pelos homens do que pelas mulheres (DOMINSKI,
2021). A inatividade física está cada vez maior no gênero feminino no qual pode im-
pactar, negativamente e diretamente no estilo de vida delas.
Diante desse contexto, o presente estudo teve como objetivo analisar o perl
de estilo de vida das mulheres que praticam exercício físico na região de Joinville/SC.
2 METODOLOGIA
Este estudo se caracterizou como modelo transversal e descritivo. A amostra
estudada foi composta por 29 mulheres que moram na região de Joinville, Santa Cata-
rina, sendo elas sicamente ativam com idade entre 20 a 69 anos.
O instrumento foi organizado na plataforma Google Forms®, no qual foi apli-
cado o questionário do Perl do Estilo de Vida Individual - PEVI dos autores Nahas,
Barros e Francalacci (2000, p. 56), com 15 questões fechadas, divididas nos em cinco
componentes - nutrição, atividade física, comportamento preventivo, relacionamento
social e controle do estresse.
A escala de classicação das respostas foi realizada onde: zero [0] signica que
“absolutamente não faz parte do seu estilo de vida”; um [1] “às vezes corresponde ao
seu comportamento”; dois [2] “quase sempre verdadeiro ao seu comportamento”; três
[3] “a armação é sempre verdadeira no seu dia a dia” ou “faz parte do seu estilo de
vida”. Deste modo, é importante ressaltar que os escores 2 e 3 denotam uma conduta
positiva para a questão avaliada. Contudo, os escores nos níveis 0 e 1 estabelecem um
diagnóstico negativo, indicando a existência de comportamentos de risco.
Além disso foi feito perguntas para caracterizar a amostra, sendo elas: idade,
modalidade que realiza e o peso e estatura para o cálculo do IMC segundo a World
Health Organization (1998).
Os critérios de inclusão foram as mulheres que estavam realizando algum tipo
de exercício físico; que estavam na faixa etária entre 18 anos em diante; e que que res-
ponderam todas as questões. Foram excluídos da amostra os participantes que não se
encaixaram nos critérios de inclusão.
Como veículo de distribuição, foi utilizado meio virtual a partir dos aplicati-
vos de redes sociais como WhatsApp® e Instagram®. O instrumento tinha aproximada-
mente dez minutos para a sua conclusão, sendo de rápida leitura e compreensão.
34
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
As informações coletadas foram analisadas por meio da estatística descritiva
(média e desvio padrão) e frequência (número absoluto), organizadas e disponibiliza-
das em uma planilha do programa Microsoft Excel® for Windows®10.
O presente estudo obteve o programa de extensão Centro de Atividades Físi-
cas (CAF) da Universidade Região de Joinville (Univille) como parceria. O CAF tem
como objetivo avaliar todos os tipos de população, principalmente mulheres que pra-
ticam algum tipo de exercício físico. Diante disso, tem-se o consentimento do Comitê
de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Univille, sob parecer número 5.161.461.
3 RESULTADOS
Conforme o Quadro 1 é possível observar os valores das variáveis: idade
(anos), peso total (kg), estatura (m) e IMC (kg/m²).
Quadro 1. Caracterização da amostra.
Variáveis
Média
Desvio Padrão
Idade (anos) 41,14 9,43
Peso (kg) 68,26 9,58
IMC (kg/m²) 25,65 3,29
O Quadro 2 apresenta informações detalhadas referente a idade, a quantidade
de modalidade que as mulheres praticam durante a semana e quais são elas.
Quadro 2. Informações da amostra.
Idade
N (%)
20 a 29 3 (10)
30 a 39 11 (37)
40 a 49 12 (40)
50 a 59 3 (10)
60 a 69 1 (3)
Quantas Modalidades
N (%)
Uma 8 (27,5)
Duas 12 (41)
Três 8 (27,5)
Não descreveu 1 (4)
Quais
Modalidades
N (%)
Musculação 17 (58)
Exercícios Aeróbicos 16 (55)
Body Pump 6 (20)
Outras 15 (51)
No Quadro 3 encontram-se os resultados relativos ao questionário do PEVI,
podendo ser observado através do número absoluto (n) e porcentagem (%).
35
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
Quadro 3. Respostas das participantes relativo ao questionário do PEVI
QUESTÕES 0 1 2 3
MODA
n (%) n (%) n (%) n (%)
NUTRIÇÃO
A 2 (6,89) 13 (44,82)
7 (24,13) 7 (24,13) 1
B 3 (10,34%)
16 (55,17)
6 (20,68) 4 (13,79%) 1
C 4 (13,79%)
9 (31,03) 8 (27,58) 8 (27,58) 1
ATIVIDADE FÍSICA
D 1 (3,44) 9 (31,03) 6 (20,68) 13 (44,82) 3
E 0 3 (10,34%)
7 (24,13) 19 (65,51) 3
F 3 (10,34%)
8 (27,58) 10 (34,48)
8 (27,58) 2
COMPORTAMENTOS PREVENTIVOS
G 5 (17,24) 8 (27,58) 4 (13,79%)
12 (41,37) 3
H 5 (17,24) 6 (20,68) 3 (10,34%)
15 (51,72) 3
I 0 1 (3,44) 2 (6,89) 26 (89,65) 3
RELACIONAMENTO SOCIAL
J 0 2 (6,89) 7 (24,13) 20 (68,96) 3
K 1 (3,44) 7 (24,13) 8 (27,58) 13 (44,82) 3
L 4 (13,79%)
9 (31,03) 13 (44,82)
3 (10,34%) 2
CONTROLE DE ESTRESSE
M 3 (10,34%)
10 (34,48)
7 (24,13) 9 (31,03) 1
N 6 (20,68) 10 (34,48)
11 (37,93)
2 (6,89) 2
O 0 10 (34,48)
12 (41,37)
2 (24,13)
2
4 DISCUSSÃO
O presente estudo teve como eixo central analisar o perl de estilo de vida
das mulheres que praticam exercício físico na região de Joinville/SC, como forma de
monitorar as condições das praticantes, bem como estimular ainda mais os hábitos
saudáveis para esse gênero.
As participantes apresentaram média de idade de 41 anos, sendo que essa mé-
dia está na representação de 40% da amostra. O IMC apresenta-as com excesso de peso
(sobrepeso) conforme a World Health Organization (1998). Os achados de Cortes Mo-
rales et al. (2022) investigaram 42 (54%) mulheres, com média de idade de 34,50±9,01
anos, e com 23,4 kg/m² para o IMC. Assim como, no estudo de Vieira et al. (2020) as
mulheres, que praticam musculação, apresentaram idade de 33 anos e o IMC de 23 kg/
m². Embora o IMC tenha classicado como normal (eutroa), as mulheres apresenta-
ram uma associação forte entre a massa corpórea e %G, sugerindo que as mulheres
estão com maior volume de gordura corporal.
Embora as participantes sejam consideradas como ativas, pode-se observar
que o IMC as apresenta com excesso de peso (sobrepeso) o que pode ser um viés de
informação devido o instrumento ser analisado com apenas duas variáveis (peso e es-
tatura), visto que a massa magra pode gerar um valor mais alto que a massa gorda na
balança. Para isso, precisa-se de um resultado mais apurado, como o instrumento de
dobras para mensurar o percentual de gordura.
Por outro lado, hipoteticamente, podemos analisar que o IMC classicou com
um valor alto devido ao componente da “nutrição” ter apresentado um score negativo
para todas as questões. Segundo Costa et al. (2012) as mulheres de 49 anos com obe-
sidade (24%) não mostraram ter uma alimentação adequada, principalmente entre as
36
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
mais novas. No entanto, cabe salientar que a terceira questão (c) apresenta que 55% da
amostra faz de 4 a 5 refeições por dia. Corroborando com o estudo de Jesus et al. (2021)
vericou hábitos saudáveis para o componente nutrição, sendo possível identicar
ainda, uma correlação signicativa (p<0,03) para o grupo de mulheres praticantes de
musculação acima de 30 anos, que por sua vez, possuem o hábito de realizar 4 a 5
refeições diárias inserido no seu estilo de vida. Ademais, cabe salientar a importância
de manter uma boa alimentação, por isso implantar estratégias nutrição educacionais
pode ser viável para esse gênero (COSTA et al., 2012).
Referente à prática de exercício físico, podemos ver que 41% da amostra práti-
ca duas modalidades na semana, no qual a musculação (58%) e os exercícios aeróbicos
(55%) notável pelas mulheres da presente pesquisa. Diante disso, as respostas sobre o
componente de “atividade física” se assemelham com a prática do cotidiano. Em rela-
ção ao “comportamento preventivo” e “relacionamento social” é possível armar que
todas as mulheres estão com uma conduta positiva para as questões avaliadas.
Em contrapartida, nos achados de Jesus et al. (2021) houve correlação signi-
cativa (p<0,04) para o gênero feminino, acima de 30 anos, que mantém hábitos de
“nunca” e “às vezes” caminhar ou pedalar como meio de deslocamento e usar escadas
ao invés do elevador. Mostrando assim que as mulheres obtêm hábitos sedentários ao
longo do dia. Contudo, no que se refere ao relacionamento social, os achados do mes-
mo estudo mostraram valores signicantes (p<0,01) para o grupo feminino, acima de
30 anos, que preservam hábitos de lazer com amigos e atividades em grupo.
Ao contrário dos resultados apresentado na presente pesquisa, o estudo de
Morales et al. (2021) encontrou correlações moderadas, demonstrando uma variação
conjunta do uso de tabaco com o álcool, sendo possível identicar alguns fatores com-
portamentais de risco em relação à saúde, que podem ter inuenciado na procura de
medidas de proteção, como no caso deste estudo, a adesão em programas de muscula-
ção. Jesus et al. (2021) investigaram 34 mulheres, das quais apenas três (8,82%) fumam
e 13 (38,2%) fazem o uso de bebida alcoólica.
O “controle de estresse” apresentou um score negativo para a décima terceira
questão (m), contudo 55% da amostra reserva um tempo do dia para relaxar, bem
como equilibrar o tempo de trabalho com o de lazer. Embora a décima quarta questão
apresenta um score positivo, ainda é possível analisar que 55% da amostra não conse-
gue manter uma discussão sem se alterar. Os resultados de Jesus et al. (2021) mostrou
que em relação ao nível de estresse, 19 (55,88%) mulheres disseram estar apenas às
vezes estressadas e vivendo razoavelmente bem, 10 (29,41%) delas disseram estar ra-
ramente estressados, vivendo muito bem e 5 (14,71%) relataram estar quase sempre
estressados e enfrentando problemas com frequência. Diante dos achados, vemos que
37
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
o estresse depende muito das adversidades do cotidiano, para tal, percebe-se que a
prática do exercício físico pode agir no controle do estresse em mulheres (OLIVEIRA,
RIBEIRO; MELLO, 2019).
Como limitações, entende-se que a região de Joinville é a maior cidade de
Santa Catarina, localizando-se muitas academias/modalidades, e por se tratar de um
questionário o número amostral é baixo, resumindo a extrapolação dos resultados
apenas para a referida população. No entanto, esses pontos são encarados como uma
oportunidade para um novo desao de pesquisas cientícas, visto que as mulheres
têm uma frequência alta para a inatividade física.
4 CONCLUSÃO
Diante dos resultados encontrados, podemos concluir que as mulheres embo-
ra sejam consideradas como ativas (com prática de atividade física regular), pode-se
observar que o IMC as apresenta com excesso de peso (sobrepeso) o que pode ser,
hipoteticamente, devido aos maus hábitos alimentares. Além disso, é possível armar
que as mulheres estão com um excelente comportamento preventivo e relacionamento
social, tendo que ter um olhar mais crítico para o estresse no que se refere ao estilo de
vida saudável. Não obstante faz-se necessário mais investigações a m de conrmar os
resultados obtidos neste estudo.
REFERÊNCIAS
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38
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
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demic. Geneva: Program of Nutrition, Family and Reproductive Health; (Technical
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WHO - World Health Organization. Physical activity. 2020.
Jeancarlo Weber de Andrade
Jianluca Weber de Andrade
PERFIL DA QUALIDADE DE VIDA EM
PRATICANTES DE TREINAMENTO
FUNCIONAL EM UM ESTÚDIO DA
REGIÃO DE JOINVILLE
CAPÍTULO 4
40
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
RESUMO
Objetivo: Analisar o estilo da qualidade de vida em praticantes do treina-
mento funcional em um estúdio da região de Joinville/SC. Metodologia:
Participaram do estudo 30 praticantes de treinamento funcional de uma academia lo-
calizada em Joinville, Santa Catarina. Como instrumento de pesquisa foi utilizado um
questionário validado denominado: “Qualidade de Vida - SF-36”, do qual apresentou
11 questões. Resultados: Na perspectiva dos participantes, eles armaram que a saúde
não irá piorar (83,33%), bem como não costumam adoecer (63,33%) e têm hábitos sau-
dáveis (50%). No último mês, não se sentiram deprimidos (56,77%) ou desanimados e
abatidos (43,33%). Além disso, 40% da amostra armou que se sente feliz a maior parte
do tempo. Conclusão: A qualidade de vida dos praticantes de funcional está com alta
porcentagem, sendo esses resultados positivos para a saúde da amostra. As atividades
habituais, as relações interpessoais e as questões psicológicas estão equilibradas.
Palavras-chave: Treinamento Funcional; Qualidade de Vida; Sáude.
1 INTRODUÇÃO
Dene-se o termo “treinamento” como uma “ação ou efeito de treinar” e “fun-
cional” está relacionado com às funções vitais, do qual exerce ou é capaz de exercer
sua função regularmente intrínseca (GRIGOLETTO, BRITO; HEREDIA, 2014).
Conforme D’Elia (2017), o treinamento é um processo em que o aluno apren-
derá a fazer de seu corpo uma ferramenta mais funcional, com objetivos denidos em
médio e longo prazos, independentemente da idade; de ser um atleta ou um indivíduo
sedentário.
Para um treinamento ser funcional, deve-se controlar e manipular as variáveis
para que a prescrição contenha a dose adequada de exercício que o indivíduo deve
realizar na unidade de treinamento (GRIGOLETTO, BRITO; HEREDIA, 2014).
Atualmente, o treinamento funcional tem como característica realizar a igual-
dade das habilidades biomotoras fundamentais do ser humano, para produção de mo-
vimentos mais ecientes. Este método de treinamento atende tanto o indivíduo mais
condicionado como o menos condicionado, criando um ambiente dinâmico de treino
(JUNIOR; BERTOLO, 2017).
A essência desse método de treinamento físico é manter a melhoria da aptidão
física relacionada à saúde ou a performance e prevenção de lesão músculo esquelético,
contribuindo assim para a qualidade de vida.
41
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
Para tal, a pesquisa teve por nalidade analisar o estilo da qualidade de vida
em praticantes do treinamento funcional em um estúdio da região de Joinville/SC.
2 METODOLOGIA
Para esta pesquisa foi utilizado como modelo de investigação o método descri-
tivo e transversal, apoiados por uma revisão conceitual a partir de leituras de artigos
cientícos dentro da temática de estudo.
Participaram do estudo 30 praticantes de treinamento funcional de uma aca-
demia localizada em Joinville, Santa Catarina.
Como instrumento de pesquisa foi utilizado um questionário validado deno-
minado: “Qualidade de Vida - SF-36”, traduzido por Ciconelli et al. (1999). Este instru-
mento foi entregue pessoalmente, do qual apresentou 11 questões. Este instrumento
foi de rápida leitura e compreensão. Link disponível para acesso ao questionário: ht-
tps://toneurologiaufpr.les.wordpress.com/2013/03/questionc3a1rio-de-qualida-
de-de-vida-sf-36.pdf.
Os critérios para inclusão foram: a) praticantes de funcional regularmente ma-
triculados, e b) preenchimento adequado do questionário. Caso contrário, o respon-
dente era excluído.
As informações coletadas foram analisadas por meio da frequência (porcenta-
gem), organizadas em uma planilha do programa Microsoft Excel® for Windows.
Este estudo passou pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da
Universidade Região de Joinville - Univille, através do projeto de pesquisa do CAF,
sob parecer número 5.238.601.
3 RESULTADOS
Participaram 30 indivíduos, sendo 22 (84%) mulheres e 8 (16%) homens. No
Quadro 1 é apresentado a porcentagem das questões: 1, 2, 6, 7, 8 e 10.
Quadro 1. Porcentagem das questões
Questão 1 2 3 4 5
1 20% 43,33% 33,33% 3,33% 0%
2 50% 33,33% 10% 3,33% 3,33%
6 53,33% 20% 23,33% 3,33% 0%
7 40% 23,33% 16,67% 16,67% 3,33%
8 70% 20% 6,67% 3,33% 0%
10 0% 0% 16,67% 36,67% 46,67%
42
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
No Quadro 2 apresenta-se a porcentagem da terceira questão.
Quadro 2. Porcentagem da questão
Questão 3 1 2 3
a 6,66% 36,67% 56,67%
b 0% 3,33% 96,67%
c 3,33% 3,33% 93,30%
d 6,66% 13,33% 80%
e 0% 10% 90%
f 6,66% 20% 73,33%
g 6,66% 3,33% 80%
h 6,66% 16,67% 76,77%
i 0% 3,33% 96,67%
j 0% 3,33% 96,67%
No Quadro 3 observa-se a porcentagem das questões: 4 e 5.
Quadro 3. Porcentagem das questões
Questão 4 1 2
a 23,33% 76,67%
b 43,33% 56,67%
c 30% 70%
d 20% 80%
Questão 5 1 2
a 20% 80%
b 33,33% 66,67%
c 13,33% 86,67%
No Quadro 4 apresenta-se a porcentagem da nona questão.
Quadro 4. Porcentagem da questão
Questão 9 1 2 3 4 5 6
a 20% 23,33% 40% 10% 6,67% 0%
b 0% 3,33% 3,33% 23,33% 50% 20%
c 0% 3,33% 6,67% 6,67% 26,67% 56,67%
d 16,67% 20% 43,33% 16,67% 3,33% 0%
e 13,33% 23,33% 6,67% 20% 3,33% 0%
f 0% 0% 6,67% 20% 30% 43,33%
g 0% 0% 20% 10% 30% 40%
h 23,33% 40% 30% 3,33% 3,33% 0%
i 0% 0% 13,33% 30% 40% 16,67%
No Quadro 5 apresenta-se a porcentagem da décima primeira questão.
43
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
Quadro 5. Porcentagem da questão
Questão 11 1 2 3 4 5
a 0% 6,67% 13,33% 16,67% 63,33%
b 26,67% 50% 13,33% 6,67% 3,33%
c 0% 3,33% 6,67% 6,67% 83,33%
d 46,67% 43,33% 3,33% 6,67% 0%
4 DISCUSSÃO
Esse estudo visou analisar o estilo da qualidade de vida em praticantes do trei-
namento funcional em um estúdio da região de Joinville/SC, como meio de investigar
se método a porcentagem para assim buscas meio de melhorar a saúde.
Inicialmente, a amostra da presente pesquisa arma que a saúde é muito boa,
onde no último mês a saúde e problemas emocionais não interferiram de forma al-
guma nas atividades habituais e relações interpessoais, bem como armaram que a
saúde não irá piorar (83,33%). Para a dor corporal, os participantes informaram que
não sentem dor nenhuma, bem como a dor, no último mês, não interferiu nas ativida-
des habituais. Corroborando com os resultados de Cândido (2016), onde expõe que os
domínios dor e saúde possuem distribuição normal.
A amostra armou que não costuma adoecer (63,33%) e tem hábitos saudáveis
(50%). De acordo com Siqueira Farias et al. (2012), o treinamento funcional impacta di-
retamente na vida dos praticantes, contribuindo na imunidade. Diante deste contexto,
o treinamento funcional, praticado de forma regular, é uma alternativa de exercício
ecaz para melhorar a qualidade de vida dos praticantes (DA SILVA et al., 2020).
Uma pequena parte do tempo (50%) da amostra se sente muito nervosa, bem
como, no último mês, não se sentiram deprimidos (56,77%) ou desanimados e abati-
dos (43,33%). Além disso, a amostra armou que se sente feliz a maior parte do tempo
(40%). Assim, arma-se que praticar exercícios geram inúmeros benefícios físicos e
mentais, incluindo também a melhora da cognição (DA SILVA et al., 2020).
Como limitação, compreende-se que a amostra é baixa, uma vez que o ins-
trumento de pesquisa foi um questionário. Além do mais, este estudo demonstra-se
prejudicado devido à falta de uma quantidade maior de homens para complementar
na pesquisa realizada e a falta de uma intervenção de pré e pós-teste para uma maior
comprovação sobre a qualidade de vida dos praticantes do treinamento funcional. As-
sim, compreende-se que é necessário de cautelas para extrapolação dos dados.
44
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
5 CONCLUSÃO
Conclui-se que a qualidade de vida dos praticantes de funcional está com alta
porcentagem, sendo esses resultados positivos para a saúde da amostra. As atividades
habituais, as relações interpessoais e as questões psicológicas entraram equilibradas.
Para essa análise, levamos a hipótese que o treinamento funcional é um exercício físico
que pode contribuir para a qualidade de vida.
REFERÊNCIAS:
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mulheres de Planaltina-DF. 2016. 48 f. Monograa (Graduação) - Faculdade de Ciên-
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tárias e praticantes da modalidade de treinamento funcional. RBPFEX - Revista Brasi-
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GRIGOLETTO, M. E. S; BRITO, C. J.; HEREDIA, J. R. Treinamento funcional: funcional
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JUNIOR, A. U; BERTOLO, M. A importância do treinamento funcional para a qualida-
de de vida. Revista Cientíca, v. 1, n. 1, 2017.
SIQUEIRA FARIAS, U. et al. Respostas Imunes Agudas a Dois Métodos De Treina-
mento De Força. Educação Física em Revista, [s. l.], v. 6, n. 2, p. 1–11, 2012.
Djulia Luisa Cordeiro
Vinícius Sareta Sardagna
PERCEPÇÃO DOS PAIS SOBRE OS
BENEFÍCIOS DO KARATÊ E JUDÔ NA
INFÂNCIA
CAPÍTULO 5
46
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
RESUMO
Objetivo: Destacar a importância das artes marciais, Judô e Karatê, e os
benefícios que os pais podem encontrar nas crianças que praticam regu-
larmente. Metodologia: A pesquisa obteve 32 pais/responsáveis de alunos praticantes
de Karatê ou Judô em Joinville/SC. Para tal, utilizou-se como instrumento de pesquisa
um questionário com 13 questões desenvolvidas pelos pesquisadores da presente pes-
quisa. Os dados foram analisados através do número absoluto, porcentagem e média,
pelo Microsoft Excel® for Windows. Resultados: Os pais armaram que a comunicação
dos lhos melhorou (93,8%) e a interação com os demais colegas (87,5%) também. Na
perspectiva dos pais, ao entrar na modalidade, as crianças se mostraram disciplinadas
(56,3%) e mais entusiasmadas (15,6%). Conclusão: As artes marciais são importantes
para a saúde física e para o desenvolvimento das crianças como forma de inspirá-las
a serem pessoas melhores, assim como o esporte pode ajudar no aspecto psicológico,
social e mental.
Palavras-chave: Judô; Karatê; Responsáveis; Crianças; Benefícios.
1 INTRODUÇÃO
Com o tempo as artes marciais ganharam forças e um grande interesse por
parte de toda a população, pois envolvem uma série de benefícios para a saúde física
e psicológica, bem como mantendo os praticantes em segurança. Pais e responsáveis
procuram colocar seus lhos em alguma atividade que possa trazer benefícios, pode-
mos perceber que muitos já não estão optando pelos esportes mais populares (como
futebol ou natação), mas sim nas artes marciais, visto que essas além de lhes pro-
porcionar autoconança, autodefesa, podem vir a trazer mudanças comportamentais
(STRAYHORN; STRAYHORN, 2009).
Estudos como os de Zimmermann et al. (2018) buscam comparar as diferenças
e os benefícios das crianças que praticam judô e as que não praticam, tendo enfoque
sobre uma grande melhora de postura e disciplina das crianças. Além disso, viu-se que
o desenvolvimento do caráter e coordenação são aspectos também essenciais.
Contudo, ainda existem preconceitos sobre as artes marciais, e como forma
de quebrar essa barreira, nota-se que a praticada por crianças pode trazer grandes
mudanças e benefícios em seus comportamentos, sendo na formação de valores e na
convivência humana. Já existem estudos comprovando as mudanças comportamen-
tais em crianças praticantes de artes marciais tais como judô e karatê. De acordo com
Leandro e da Graça (2016), é notório o desenvolvimento e a contribuição, principal-
47
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
mente no comportamento das crianças, que as artes marciais causam. Os pais relatam
que encontraram melhorias no aspecto cognitivo, sócio-afetivo e físico.
Diante disso, percebe-se que o comportamento das crianças melhora, desmis-
ticando a ideia de que as artes marciais têm agressão, mas uma prática física que gera
benefícios para o praticante (CERDEIRA et al., 2013).
É muito importante salientar que as crianças devem ser estimuladas de ma-
neiras que possam estar sempre em movimento para obterem uma capacidade motora
mais evoluída, com isso as artes marciais são muito procuradas visto que desenvol-
vem diferentes áreas motoras. Segundo Zittlau e Pimenta (2017), a luta pode ser um
aliado não apenas para o desenvolvimento motor daqueles que têm contato com ela,
mas, ainda, auxiliar no desenvolvimento cognitivo e social desses sujeitos. O sucesso e
a importância de se praticar esta atividade encontra-se no fato do desenvolvimento da
inteligência tática, devido à variedade de técnicas e habilidades que deve apresentar o
lutador ou o praticante (MORTATTI et al., 2003).
Tendo essa base, o desenvolvimento motor representa um período no qual as
crianças estão ativamente envolvidas na exploração e na experimentação das capaci-
dades motoras de seus corpos. Bilibio, Cheuczuk e Costa (2017) relatam que o desem-
penho motor é caracterizado pelo nível de desempenho atual, bem como os prossio-
nais precisam passar movimentos que aguçam as habilidades motoras fundamentais
como forma de organizar o movimento da criança para a fase adulta. Uma sem objeti-
vos pode criar uma criança com limitações ou incapacidades motoras, travando-a de
progredir e então essa nunca chegará ao estágio prociente.
Diante desse contexto, este estudo foi elaborado visando destacar a importân-
cia dessas artes marciais, Judô e Karatê, e os benefícios que os pais podem encontrar
nas crianças que praticam regularmente.
2 METODOLOGIA
Esse estudo, quanti-qualitativo, teve como tipo de estudo o método descritivo
e transversal. Assim, a pesquisa obteve 32 pais/responsáveis de alunos praticantes de
Karatê ou Judô em Joinville/SC.
Para tal, utilizou-se como instrumento de pesquisa um questionário com 13
questões (4 perguntas de múltipla escolha, 5 perguntas dicotômicas, 3 perguntas trico-
tômicas e 1 pergunta aberta) desenvolvida pelos pesquisadores da presente pesquisa
(Quadro 1), das quais foram inseridas em um formulário online (Google Forms©).
48
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
Quadro 1. Perguntas feita para os pais/responsáveis.
MÚLTIPLA ESCOLHA
Qual a idade do seu filho (a)?
O que te levou a colocar seu filho (a) no Karatê ou judô?
Quanto tempo levou para que seu filho demonstrasse mudanças em seu
comportamento a partir da prática do Karatê ou judô?
Através dos comportamentos ensinados no Karatê ou judô, qual(is) você
acredita que seu filho (a) demonstrou possuir mais?
DICOTÔMICA
Qual arte marcial seu filho pratica?
Você leu/pesquisou antes de colocar seu filho na modalidade de Karatê ou
judô?
Teve mudanças na sua interação com os demais colegas?
Melhorou sua forma de comunicar-se com as pessoas de forma positiva?
Usualmente está de bom humor?
TRICOTÔMICA
O seu filho (a) mudou o comportamento depois que começou a praticar a
modalidade de Karatê ou judô?
Seu filho se mostra empolgado para ir aos treinos?
Mudou seu comportamento em relação ao humor de forma positiva?
ABERTA
Descreva como seu filho mudou após iniciar a prática do Karatê ou judô:
Como critério de inclusão, pode responder o questionário apenas maiores de
18 anos; que fosse responsável legal pela criança, entre 3 à 16 anos, praticante de Ka-
ratê ou Judô matriculado em academias de Joinville/SC. Foram excluídas as crianças
que não estavam praticando as aulas regularmente; que não tinham a idade adequada;
e os sujeitos que não era responsável pelo praticante.
Os dados foram analisados através do número absoluto, porcentagem e mé-
dia, pelo Microsoft Excel® for Windows, para as questões quantitativas, já para as qualita-
tivas serão utilizadas com base em citações a respeito da resposta obtida. Para manter
a preservação do anonimato dos participantes, atribui-se “P” que representa o termo
“Participantes”, seguindo de um numeral arábico, como por exemplo P1, P2… e assim
sucessivamente.
49
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
O presente estudo obteve colaboração com o programa de extensão Centro
de Atividades Físicas (CAF) da Universidade Região de Joinville - Univille, do qual
tem como objetivo avaliar crianças e adolescentes que praticam algum esporte. Para
tal, tem-se o consentimento do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da
Univille, sob parecer número 5.161.461.
3 RESULTADOS
Participaram 32 pais/responsáveis pelas crianças (n=35) que praticam Karate
ou Judo com média de 11,07 anos. Das crianças, 86% (n=30) praticam Judô, 12% (n=4)
praticam Karatê e 2% (n=1) não respondeu.
A idade que mais prevaleceu, nesse estudo, foram crianças com idade entre 8
a 11 anos com 42% e 24% crianças menores de 8 anos, já os adolescentes entre 12 a 16
anos apresentaram 34%.
Quadro 2. Resposta dos pais em número absoluto (n) e percentual (%).
QUESTÃO
SIM
NÃO
Você leu/pesquisou antes de colocar seu filho na
modalidade de Karatê ou judô?
75%
(n=24)
25%
(n=8)
Teve mudanças na sua interação com os demais colegas? 87,5%
(n=28)
12,5%
(n=4)
Melhorou sua forma de comunicar-se com as pessoas de
forma positiva?
93,8%
(n=30)
6,3%
(n=2)
Usualmente está de bom humor? 100%
(n=32)
0
Nas perguntas de múltipla escolha vemos que 37,5% (n=12) dos pais coloca-
ram as crianças na modalidade para a “saúde”, 15,6% (n=5) para “queimar gordura” e
15,6% (n=5) pelo interesse da criança em lutar, as demais respostas não prevaleceram.
Na perspectiva dos pais, 62,5% (n=20) viram mudanças entre os três primeiros meses
e 21,9% (n=7) viram entre três a seis meses, as demais respostas não prevaleceram. Ao
entrar na modalidade 56,3% (n=18) se mostraram disciplinados e 15,6% mais entusias-
mados, as demais respostas não prevaleceram.
Para as perguntas tricotômicas, notou-se que 90,6% (n=29) dos pais observa-
ram uma melhora no comportamento e 9,4% (n=3) não notaram. Os pais respondem
que 93,8% (n=30) das crianças se mostram empolgados com os treinos e 9,4% (n=3) só
às vezes. No que se refere ao humor, 78,1% (n=25) armaram que “sim”, 18,8% (n=6)
apontaram para a opção “um pouco” e 6,3% (n=2) disseram que “não”.
50
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
Na pergunta aberta, somente 68,5% (n=24) responderam. A visão dos pais pe-
rante as mudanças da modalidade foram positivas dos quais ressaltaram frases como:
“cou mais responsável” (P9), “ca entusiasmado para fazer atividade física” (P2), “suas notas
melhoraram muito” (P5), “ele se tornou mais disciplinado” (P12), “está muito mais concentra-
do” (P20) e “respeita mais” (P11).
4 DISCUSSÃO
A presente pesquisa teve como nalidade destacar a importância das artes
marciais, Judô e Karatê, e os benefícios que os pais podem encontrar nas crianças que
praticam regularmente, uma vez que a população está cada vez mais inativa, para tal,
vivenciar a prática esportiva desde criança, as chances são maiores de apresentarem
uma vida adulta ativa.
Os pais notaram mudanças nas atitudes dos lhos, principalmente nos primei-
ros meses, onde foi notório a mudança no aspecto social (com maior facilidade para
se comunicar) e mental (com melhoria no humor). Corroborando com os achados de
Zluhan (2021), em que destaca que as artes marciais trazem ao praticante, além do de-
senvolvimento físico motor, uma forte inuência na formação social e mental.
Embora as crianças se encontrem na modalidade pelo interesse, cabe destacar
que saúde e preocupação com o corpo é um dos motivos dos pais, sendo essas três con-
dições relevantes nos tempos atuais. As artes marciais prometem benefícios nas habili-
dades motoras, habilidades competitivas e na aptidão cardiorrespiratória (LUDYGA et
al., 2021; BU et al., 2010). Esses benefícios precisam ser ressaltados e enfatizados, visto
que a obesidade ou sobrepeso aumentam signicativamente em crianças e adolescen-
tes inativos (GLINKOWSKA; GLINKOWSKI, 2018).
Ao entrar na modalidade, os pais notaram que seus lhos se mostraram disci-
plinados, entusiasmados, responsáveis e concentrados. Para os achados de Strayhorn
e Strayhorn (2009), os pais matriculam as crianças nas aulas de artes marciais com a
esperança do seu lho obter resultados de saúde mental, como autoestima, autocon-
ança, concentração e autodisciplina.
As artes marciais além de tirar as crianças do comportamento sedentário, elas
acabaram apresentando um bom desempenho acadêmico, com retornos positivos re-
ferente aos estudos. Esse comportamento cognitivo é fundamental para o desenvolvi-
mento da criança. Segundo Santos (2018), a prática é uma ótima ferramenta para esti-
mular o aprendizado, visto que as artes marciais estimulam a capacidade de raciocinar
e buscar soluções.
51
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
Para que os benefícios possam virar uma rotina na vida das crianças, é viável
ressaltar que as aulas devem ser trabalhadas de maneira lúdica, não focar especica-
mente na técnica, para que os alunos possam sentir prazer (SANTOS, 2018). Nesse
contexto, uma boa orientação prossional se faz necessária (ZLUHAN, 2021).
Como limitação dos estudos, é possível compreender que o questionário onli-
ne, gera uma melhor mobilidade do envio e da coleta dos dados, ajudando a conseguir
um maior número de amostras, porém os responsáveis podem se sentir desconfortá-
veis ao expor seus sentimentos e opinião. Diante disso, espera-se que seja feita mais
pesquisa nessa linha, como forma de dar mais visibilidade para a arte marcial, visando
ressaltar as benesses desse esporte e encontrar respostas sobre os motivos e as melho-
rias comportamentais dos praticantes.
5 CONCLUSÃO
Com essa pesquisa foi possível encontrar benefícios como responsabilidade,
disciplina e concentração pelas crianças que praticam Judô e Karatê. Através das pers-
pectivas dos pais conclui-se que essas artes marciais são importantes para a saúde fí-
sica e para o desenvolvimento das crianças como forma de inspirá-las a serem pessoas
melhores, assim como o esporte pode ajudar no aspecto psicológico, social e mental.
REFERÊNCIAS
BILIBIO, H. H.; CHEUCZUK, F.; COSTA, V. de O. Desempenho motor de crianças
participantes de atividades esportivas extracurriculares. Conexões, Campinas, SP, v.
15, n. 3, p. 293–304, 2017.
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comportamental de crianças. Trabalho de Conclusão de Curso - TCC (EDF Licencia-
tura), Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, p. 1-10, jul. 2016.
52
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
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in Preadolescent Children: A Randomized Controlled Trial. Medicine and science in
sports and exercise, v. 53, n. 8, p. 1648–1655, 2021.
MORTATTI, A. L. et al. Efeitos da simulação de combates de muay thai na composição
corporal e em indicadores gerais de manifestação de força. Conexões, Campinas, SP,
v. 11, n. 1, p. 218–234, 2013.
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ZLUHAN, L. E. A inuência das artes marciais no comportamento para crianças e
adolescentes: Uma revisão literária. Trabalho de Conclusão de Curso - TCC RUNA,
2021.
Kariane Silva Araujo Lima
Tainara de Jesus Roldão
CAPÍTULO 6
ESTILO DE VIDA DOS ACADÊMICOS
DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
DA UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE
JOINVILLE
54
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
RESUMO
Objetivo: Analisar cinco componentes do estilo de vida dos acadêmicos
do Curso de Educação Física da Universidade da Região de Joinville
(UNIVILLE). Metodologia: A amostra utilizada foi constituída por 64 alunos estudan-
tes do curso de Educação Física da UNIVILLE, sendo eles de licenciatura e ou bacha-
relado. Para a escolha do instrumento de pesquisa, optou-se pelo questionário valida-
do de Nahas, Barros e Francalacci (2000), que aborda cinco componentes do estilo de
vida, totalizando 15 questões. Resultados: Os resultados mostraram que a nutrição
apresentou média de 1,27, sendo um componente de grande preocupação para esses
participantes. Para relacionamento social (2,33) e atividade física (2,10), a média foi
alta comparada com as demais, mostrando que são componentes bem cuidados pelos
participantes. Conclusão: Os estudantes de educação física estão preocupando-se com
o relacionamento social, bem como esses acadêmicos se preocupam em realizar algum
tipo de atividade física. Porém, eles não possuem um componente nutritivo saudável.
Palavras-chave: Estilo de vida; Educação Física; Universitários.
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, o estilo de vida vem sendo cada vez mais pesquisado e está en-
trando em alta entre os pesquisadores da área da saúde. Por esse motivo não devemos
considerar o estilo de vida como um modismo (JESUS et al., 2021).
É comum confundir o termo “estilo de vida” com “qualidade de vida”. Para
a Organização Mundial da Saúde (WHO, 1996) qualidade de vida pode ser entendida
como a visão de cada indivíduo sobre a sua própria posição na vida.
Exige de múltiplos aspectos que envolvem sexo, raça, idade, escolaridade, mo-
radia, entre outros. Todavia, o estilo de vida está relacionado a vários aspectos com-
portamentais da sociedade, e cada um desses fatores inuenciam diretamente a saúde
e a consistência da qualidade de vida (PÕLLUSTE et al., 2016).
Diante disso, pode parecer simples falar de saúde, onde o fato da ausência de
doenças é visto por muitos como ter uma boa saúde; mas hoje o contexto dessa de-
nição vai muito além disso, mesmo está informação não estando totalmente errada
(WHO, 1948).
Um conjunto de bons hábitos podem contribuir para uma vida saudável e a
ausência de doenças tanto físicas quanto mentais. Por isso, hoje acadêmicos da área da
saúde vem estudando e conhecendo um pouco mais sobre a promoção da saúde para
que assim possam passar e contribuir para a vida de uma sociedade.
55
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
Para tal, a busca pelos cuidados do estilo de vida, é de extrema importância
para uma vida saudável, principalmente aos universitários, visto que se não ocorrer
autocontrole pode acarretar altos riscos à saúde (DE JESUS et al., 2021).
Acadêmicos do Curso de Educação Física estudam para agirem no processo
preventivo e recuperativo da saúde de indivíduos diversos da sociedade, e isso leva a
hipótese de que durante o processo de aprendizado, o estilo de vida desses indivíduos
esteja de acordo com o que está sendo realizado no seu cotidiano. Sendo assim, é de
interesse realizar estudos que analisam os componentes dos estudantes, seja no am-
biente acadêmico, quanto no ambiente geral, pois o meio socioambiental pode variar
de região para região.
No presente estudo, iremos analisar cinco componentes do estilo de vida dos
acadêmicos do Curso de Educação Física da Universidade da Região de Joinville (UNI-
VILLE).
2 METODOLOGIA
O presente estudo é caracterizado como descritivo com abordagem quantitati-
va. A amostra utilizada foi constituída por 64 alunos estudantes do curso de Educação
Física da Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE), sendo eles de licenciatura
e ou bacharelado. Os participantes do estudo são alunos regularmente matriculados
do primeiro semestre ao quinto ano (a troca do anual para o semestre ocorreu no ano
de 2021).
Para a escolha do instrumento de pesquisa, optou-se pelo questionário vali-
dado de Nahas, Barros e Francalacci (2000), que aborda cinco componentes do estilo
de vida, sendo eles: Nutrição, Atividade Física, Comportamento Preventivo, Relacio-
namentos e Controle de Estresse. Cada componente possuí três questões a serem ava-
liadas pelos acadêmicos, totalizando 15 itens que foram avaliadas por escala, onde
0 signica “absolutamente não faz parte do estilo de vida”; 1 está relacionado a “às
vezes corresponde ao seu comportamento”; 2 refere-se a “quase sempre verdadeiro no
seu comportamento”; e 3 está armando que é “sempre verdadeira no seu dia a dia,
faz parte do seu estilo de vida”.
Os critérios de inclusão utilizados são estar matriculado na Universidade da
Região de Joinville - UNIVILLE; ser acadêmico do curso de Educação Física do primei-
ro semestre ao quinto ano e ter respondido todas as variáveis e itens do questionário.
No critério de exclusão foi considerado não ser acadêmico de Educação Física, alunos
já formados no curso, não foi respondido todos os itens e os que não compareceram
nos dias da coleta.
56
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
As informações coletadas foram analisadas por meio da estatística descritiva
(média e desvio padrão) e frequência (número absoluto), organizadas e disponibiliza-
das em uma planilha do programa Microsoft Excel® for Windows.
Essa pesquisa teve a parceria do programa de extensão Centro de Atividades
Físicas (CAF) da Universidade Região de Joinville (Univille). O CAF tem como objeti-
vo avaliar todos os tipos de população, principalmente acadêmicos do curso de educa-
ção física da Univille. Assim, tem-se o consentimento do Comitê de Ética em Pesquisa
com Seres Humanos da Univille, sob parecer número 5.161.461.
3 RESULTADOS
A amostra foi composta por 64 acadêmicos, sendo eles 31 (48%) do sexo femi-
nino e 33 (52%) do sexo masculino. A média (desvio padrão) de idade geral composta
no questionário foi de 21,63 (2,08) anos.
No que se refere aos resultados do questionário, em média, a maior parte dos
entrevistados responderam “Às vezes” para os itens dos componentes de “Nutrição”,
“Comportamento Preventivo” e “Controle de Estresse” e “Quase Sempre” nos com-
ponentes de “Atividade Física” e “Relacionamentos”, conforme posto no Quadro 1.
Quadro 1: Escores dos componentes.
Componentes do Perfil de Qualidade de Vida
Média
D
esvio padrão
Nutrição 1,27 0,26
Atividade Física 2,10 0,13
Comportamento Preventivo 1,94 0,70
Relacionamentos 2,33 0,31
Controle de Estresse 1,81 0,06
Os 64 alunos participantes responderam as 15 questões, dos cinco componen-
tes, gerando uma variação na porcentagem dos resultados como mostra no Quadro 2
abaixo:
57
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
Quadro 2. Resultados em número absoluto e percentual
Questão 1 Questão 2 Questão 3
0 21 (32%)
0 11 (17%)
0 16 (25%)
1 29 (45%)
1 28 (43%)
1 16 (25%)
2 9 (14%) 2 16 (25%)
2 17 (26%)
3 5 (7%) 3 9 (14%) 3 15 (23%)
Questão 4 Questão 5 Questão 6
0 4 (6%) 0 12 (18%)
0 4 (6%)
1 8 (12%) 1 7 (10%) 1 13 (20%)
2 20 (31%)
2 14 (21%)
2 22 (34%)
3 32 (50%)
3 31 (48%)
3 25 (39%)
Questão 7 Questão 8 Questão 9
0 15 (23%)
0 15 (23%)
0 0 (0%)
1 22 (34%)
1 12 (18%)
1 4 (6%)
2 12 (18%)
2 17 (26%)
2 8 (12%)
3 15 (23%)
3 20 (31%)
3 52 (81%)
Questão 10 Questão 11 Questão 12
0 0 (0%) 0 1 (1%) 0 5 (7%)
1 6 (9%) 1 10 (15%)
1 14 (21%)
2 12 (18%)
2 18 (28%)
2 21 (32%)
3 46 (71%)
3 35 (54%)
3 24 (32%)
Questão 13 Questão 14 Questão 15
0 10 (15%)
0 7 (10%) 0 7 (10%)
1 17 (26%)
1 18 (28%)
1 15 (23%)
2 10 (15%)
2 24 (32%)
2 22 (34%)
3 27 (42%)
3 15 (23%)
3 19 (25%)
4 DISCUSSÃO
Neste presente estudo o objetivo principal foi analisar cinco componentes do
estilo de vida dos acadêmicos do Curso de Educação Física da Universidade da Região
de Joinville (UNIVILLE) para assim vericar se os mesmos aplicam em suas vidas os
princípios sobre promoção de saúde que aprendem no curso.
O componente de nutrição viu-se que os alunos às vezes porções de frutas/
hortaliças em sua alimentação diária, bem como às vezes evitam ingerir alimentos
gordurosos. No entanto, 37% dos alunos responderam que quase sempre fazem de
4 a 5 refeições por dia, incluindo um bom café da manhã. Diante disso, vemos que a
58
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
alimentação dos acadêmicos de educação não está adequada, apresentando um escore
baixo para esse componente. Salienta-se que esses dados podem ser levados em conta
através do meio social em que o acadêmico se encontra diariamente, pois ao conciliar
faculdade com trabalho, pode-se acabar por buscar meios mais rápidos e alternativos
para alimentação. Diante disso, é necessário buscar intervenções que possam ajudar
na conscientização para melhorar os hábitos alimentares, pois poderá acarretar pro-
blemas relacionados à saúde e baixos níveis de qualidade de vida (NETO, SILVA;
OLIVEIRA, 2017).
As questões que integram o componente de atividade física, armam que no
lazer sempre inclui a prática de atividades físicas, bem como, ao menos duas vezes por
semana, sempre realiza exercícios que envolvam força e alongamento muscular e ca-
minhada ou pedalada como meio de deslocamento e, preferencialmente, usar escadas
ao invés de elevadores. Assim, arma-se que para esse componente, os acadêmicos
estão com um escore alto. Em contrapartida, para os achados de Neto, Silva e Oliveira
(2017), a atividade física para uma parcela dos indivíduos do curso de Educação Física
apresentou índice indesejável, sendo caracterizada como indivíduos abaixo dos níveis
considerados ideais para a saúde física.
No componente preventivo os alunos armam que às vezes sabem o valor da
sua pressão arterial, seus níveis de colesterol e procura controlá-los. Os alunos sempre
se abstêm de fumar e ingerir álcool com moderação (ou não ingere), bem como sempre
respeitam as normas de trânsito (como pedestre, ciclista ou motorista) usa sempre o
cinto de segurança, e não ingere álcool. Para esse componente, nota-se que os acadê-
micos estão com um escore alto. Corroborando com o estudo de Nogueira et al. (2014),
onde os alunos avaliados apresentaram elevados índices de hábitos positivos em rela-
ção ao comportamento preventivo.
O componente de relacionamento os alunos responderam que sempre procu-
ra cultivar os amigos e está satisfeito com seus relacionamentos, assim como em seu
lazer sempre inclui encontro com os amigos, atividades em grupo ou participações
associações e entidades sociais. Os alunos ainda armam que sempre procura ser ativo
em sua comunidade, sentindo-se útil no seu ambiente social. De acordo com os resul-
tados, observa-se que os alunos estão com um bom vínculo social. Assim como para o
presente estudo, Castro et al. (2017) também notou que o relacionamento apresentou
média alta, sendo esse componente fundamental para o senso de pertencimento dos
estudantes.
No componente controle dos estresses, os alunos sempre reservam tempo (ao
menos 5 minutos) todos os dias para relaxar. Ainda nesse componente, os alunos qua-
se sempre mantêm uma discussão sem alterar-se mesmo quando contrariados, bem
59
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
como quase sempre equilibram o tempo dedicado ao trabalho com o tempo dedicado
ao lazer. Para o estresse, nota-se que os acadêmicos estão controlados, mostrando um
escore alto. Ao contrário do presente estudo, para Rechenchosky et al. (2012), o con-
trole de estresse para os universitários teve um percentual baixo comparado com os
outros componentes, classicando-se no perl regular.
Para as limitações, observa-se que como o estudo foi composto por 64 entrevis-
tados, o ideal seria realizar uma nova pesquisa com um número maior de participan-
tes, para assim, se obter uma variância maior nos dados apresentados. Assim como, é
importante levar em conta que os dados apresentados podem e devem ser diferentes
em pesquisas realizadas em outras universidades, pois cada região comporta realida-
des diferentes, sendo assim, os dados obtidos podem ser diferentes se feito com um
outro público da área da saúde, por exemplo.
5 CONCLUSÃO
Os componentes estavam todos acima da média, ressaltando que os estudan-
tes de educação física estão, em sua maior parte do tempo, preocupando-se com o
relacionamento social, bem como esses acadêmicos se preocupam em realizar algum
tipo de atividade física no seu dia a dia. Porém, para a presente pesquisa, os acadêmi-
cos de educação física não possuem um componente nutritivo saudável. Assim, se faz
necessário buscar estratégias para cuidar desse componente, visto que é fundamental
para a saúde humana.
Diante desses dados e da hipótese da pesquisa, conclui-se que a maior parte
dos discentes pesquisados aplicam em suas vidas os princípios sobre o estilo de vida
que aprendem durante o curso.
REFERÊNCIAS
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universitários de Educação Física da cidade do Rio de Janeiro. R. bras. Ci. e Mov
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de Medicina da Univille - Joinville/SC. Brazilian Journal of Development, Curitiba,
v.7, n.8, p. 77739-77751 aug. 2021
JESUS, E. E. D. et al. Perl do estilo de vida individual de praticantes de musculação.
FIEP BULLETIN, v. 91, 2021.
60
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
NAHAS, M. V.; BARROS, M. V. G.; FRANCALACCI, V. Pentáculo do Bem Estar: Base
Conceitual Para Avaliação do Estilo de Vida de Indivíduos ou Grupos. Revista Brasi-
leira Atividade Física & Saúde, v. 5, n. 2, p. 48-59, 2000.
NOGUEIRA A. et al. O estilo de vida dos universitários da Faculdade de Educação
Física e Fisioterapia da UFAM. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto. Janeiro
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NETO, J. M. S., SILVA, S. S.; OLIVEIRA, M. S. Estilo de vida dos estudantes de Educa-
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RECHENCHOSKY, L. et al. Estilo de vida de universitários calouros e formandos
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WORLD HEALTH ORGANIZATION: Better health for everyone, everywhere, 1948.
WHO Quality of Life Assessment Group. What quality of life?. World Health Forum
1996 ; v. 17, n. 4), p. 354-356, 1996.
Gabriel Andrzeyvski da Costa
Eduarda Eugenia Dias de Jesus
NECESSIDADES PSICOLÓGICAS
BÁSICAS DOS ACADÊMICOS DO CURSO
DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVILLE
CAPÍTULO 7
62
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
RESUMO
Objetivo: Investigar as Necessidades Psicológicas Básicas, acerca da satis-
fação e frustração, dos acadêmicos do curso de educação física da Uni-
versidade da Região de Joinville (Univille). Metodologia: Participaram do estudo 106
acadêmicos, todos cursando Educação Física na Univille. Utilizou-se o questionário
de validade de Chen et al. (2015), com 24 questões fechadas, com o modelo de Escala
Likert. As informações coletadas, sobre a caracterização, foram analisadas por meio da
estatística descritiva e frequência e foram organizadas e dispostas no Microsoft Excel®
for Windows®10. Resultados: Nota-se a indecisão dos acadêmicos (43%) sobre sentir-se
obrigado a realizar determinadas funções. Do gênero feminino, 33% estão indecisas
sobre como desempenhar bem suas funções, aumentando as chances de frustração
para a liberdade de escolha. De modo geral, os alunos estão satisfeitos com relação às
necessidades psicológicas, bem como não se encontram frustrados com o componente
autonomia. Conclusão: Concluímos que as necessidades dos estudantes de educação
física da Univille, embora com algumas ressalvas, encontram-se satisfatórias.
Palavras-chave: Necessidades Psicológicas Básicas; Frustração; Satisfação; Universitá-
rios; Educação Física.
1 INTRODUÇÃO
Frequentemente é relatado que os universitários estão cada vez mais com pro-
blemas comuns de saúde mental, como o estresse, a depressão e ansiedade (XU et
al., 2021). Devido a situação da pandemia da COVID-19 mostrou que a saúde mental
desses universitários tem sido uma preocupação crescente (SON et al., 2020), e que
consequentemente, interfere na motivação do sujeito.
A motivação de qualquer indivíduo é movida pelas suas necessidades psico-
lógicas básicas (NPB). O conceito de “necessidade” refere-se a desejos ou preferências.
Em outros contextos, no entanto, o termo “necessidade” refere-se ao que é essencial ou
necessário para o bem-estar e funcionamento saudável. Nesse caso, é prudente supor
que a satisfação é necessária para o funcionamento humano saudável, em todos os
indivíduos e culturas (CHEN et al., 2015). Segundo Deci e Ryan (2008), essas necessi-
dades nascem com o indivíduo, reetindo a capacidade de regular as suas próprias
escolhas e tomar iniciativas (autonomia), a capacidade de interagir com uma tarefa,
sentindo conança em realizá-la (competência), além da integração, sentindo-se parte
de um determinado grupo (relacionamento). Diz-se que a satisfação dessas NPB é uni-
versalmente essencial para o desenvolvimento humano, que contribui para a saúde e
o bem-estar psicológico. Chen et al. (2015) reforça que além de medir a satisfação das
63
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
NPB, é possível que durante a graduação os acadêmicos revertam, frustrantemente,
esse sentimento.
O estudo de Neufeld e Malin (2019) investigou universitários da área da saú-
de, e percebeu que fomentar as necessidades básicas de motivação, especialmente a
competência, é recomendado para apoiar a resiliência e o bem-estar durante o período
de graduação.
Para os Acadêmicos do Curso de Educação Física (ACEF), isto não é diferente.
A satisfação ou frustração dentro de uma sala de aula é um ponto que precisa ser le-
vado em consideração. A falta de motivação intrínseca pode causar desapontamento
e descontentamento do universitário com aquilo que precisa ser estudado. Analisar os
fatores referente às NPB é imprescindível para que estes possam se formar e atuar com
um maior contentamento.
Para tal, diante dessa situação exposta, o presente estudo teve como nalidade
investigar as NPB, acerca da satisfação e frustração, dos ACEF da Universidade da
Região de Joinville (Univille).
2 METODOLOGIA
Para esta pesquisa foi utilizado como modelo de investigação o método descri-
tivo e transversal, apoiados por uma revisão conceitual a partir de leituras de artigos
cientícos dentro da temática de estudo.
Participaram do estudo 106 acadêmicos, todos cursando graduação em Educa-
ção Física na Universidade da Região de Joinville, Santa Catarina - Brasil (Univille). A
escolha dos candidatos foi intencional, ou seja, todos os acadêmicos foram convidados
a participar do estudo.
Utilizou-se o questionário de validade de Chen et al. (2015) para o instrumento
de pesquisa, com 24 questões fechadas, utilizando o modelo de Escala Likert para men-
suração das respostas (Quadro 1). Logo, o participante poderia responder optando
por: [1] concordo plenamente, [2] concordo, [3] não concordo nem discordo, [4] discor-
do e [5] discordo totalmente, de acordo com o que mais correspondesse ao seu grau
de concordância (ou discordância) em relação à questão apresentada. O questionário
abordou as NPB, referentes a Satisfação (S) e Frustração (F), sendo organizado em três
categorias: “Autonomia” (S - questão 1 a 4/ F - questão 5 a 8), “Relacionamento” (S -
questão 9 a 12/ F - questão 13 a 16) e “Competência” (S - questão 17 a 20/ F - questão
21 a 24).
64
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
Quadro 1. Armativas correspondentes ao questionário.
N
Questão
1
Tenho uma sensação de escolha e liberdade nas coisas que realizo
2
Sinto que minhas decisões refletem o que realmente quero
3
Eu sinto que minhas escolhas expressam quem eu realmente sou
4
Sinto que tenho feito o que realmente me interessa
5
A maioria das coisas que eu faço sinto que sou obrigado a fazer
6
Sinto-me forçado a fazer muitas coisas que não escolheria fazer
7
Eu me sinto pressionado a fazer muitas coisas
8
Minhas atividades diárias parecem uma cadeia de obrigações
9
Sinto que as pessoas com quem me importo também se importam comigo
10
Sinto-me conectado com as pessoas que se importam comigo e com quem me importo
11
Sinto-me próximo e conectado com outras pessoas que são importantes para mim
12
Eu experimento uma sensação calorosa com as pessoas com quem convivo
13
Sinto-me excluído do grupo ao qual quero pertencer
14
Eu sinto que as pessoas que são importantes para mim são frias e distantes mim
15
Tenho a impressão de que as pessoas com quem passo o tempo não gostam de mim
16
Eu sinto que os relacionamentos que tenho são apenas superficiais
17
Sinto-me confiante de que posso fazer bem as coisas
18
Me sinto capaz no que faço
19
Sinto-me competente para atingir meus objetivos
20
Eu sinto que posso completar com sucesso tarefas difíceis
21
Tenho sérias dúvidas sobre se posso fazer bem as coisas
22
Eu me sinto decepcionado com muitas das minhas performances
23
Eu me sinto inseguro sobre minhas habilidades
24
Eu me sinto um fracasso por causa dos erros que cometo
Como veículo de distribuição, o questionário foi entregue em uma folha A4
para cada acadêmico, dentro da sala de aula. Na folha constavam: a caracterização da
amostra (gênero, idade, fase do curso, peso e estatura) e as 24 questões propostas. O
instrumento tinha aproximadamente quinze minutos para a sua conclusão, sendo de
rápida leitura e fácil compreensão.
65
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
Foram utilizados os dados dos questionários preenchidos adequadamente pe-
los ACEF. Foram excluídos da amostra os participantes que não responderam o ques-
tionário completamente.
As informações coletadas, sobre a caracterização, foram analisadas por meio
da estatística descritiva (média, mediana e desvio padrão), e frequência (número abso-
luto), no qual foram organizadas e dispostas em uma planilha do programa Microsoft
Excel® for Windows®10.
Este estudo teve parceria com o programa de extensão Centro de Atividades
Físicas (CAF) da Universidade Região de Joinville - Univille, no qual visa avaliar todos
os tipos de população, inclusive acadêmicos do curso de educação física. Para tal, tem-
-se o consentimento do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Univille,
sob parecer número 5.161.461.
3 RESULDADOS
Participaram 106 ACEF da Univille, contudo, seis (5,6%) não responderam
completamente o questionário. Nesse caso a amostra efetiva apresentou um total de
100 acadêmicos, sendo 54% do gênero masculino e 46% do gênero feminino. Desses
ACEF, 29% são do 4º ano e 5º semestres, respectivamente; 24% são do 5º ano; 11% do
1º semestre; e 6% do 3º semestre. Ressalta-se que um sujeito não respondeu a fase do
curso em que se encontra (1% da amostra).
Conforme a Tabela 1, é possível observar os valores das variáveis: idade (anos),
estatura (m), peso total (kg) e IMC (kg/m²) dos ACEF, analisando também a separação
dos gêneros.
Tabela 1 - Caracterização dos ACEF
Amostra Variáveis Ẋ SD Med.
Geral
Idade (anos) 21,83
2,53 21,5
Estatura (m) 1,71 0,1 1,72
Peso Corporal (kg) 71,73
15,76
68
IMC (kg/m²) 23,39
4,83 23,05
Masculino
Idade (anos) 22 2,96 21,5
Estatura (m) 1,77 0,08 1,78
Peso Corporal (kg) 77,7 15,8 75
IMC (kg/m²) 23,61
5,13 23,2
Feminino
Idade (anos) 21,63
1,92 21,5
Estatura (m) 1,64 0,07 1,64
Peso Corporal (kg) 64,71
12,61
63,5
IMC (kg/m²) 23,15
4,48 22,92
Ẋ
: média, SD: desvio padrão, Med.: mediana.
IMC: índice de massa corporal.
66
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
Na Quadro 2 encontram-se as respostas do género masculino e feminino atra-
vés dos números absolutos (frequência).
Quadro 2 - Resultado do gênero masculino e feminino
Questões
Masculino (n= 54) Feminino (n= 46)
1 (%) 2 (%) 3 (%) 4 (%) 5 (%) 1 (%) 2 (%) 3 (%) 4 (%) 5 (%)
1 10 (19)
33 (61)
10 (16)
1 (2) 0 10 (22)
25 (54)
9 (20) 2 (4) 0
2 16 (30)
28 (52)
8 (13) 1 (2) 1 (2) 11 (24)
22 (48)
9 (20) 4 (9) 0
3 16 (30)
28 (52)
9 (14) 1 (2) 0 11 (24)
25 (54)
8 (17) 2 (4) 0
4 15 (28)
29 (54)
7 (11) 3 (6) 0 7 (15) 17 (37)
17 (37)
3 (7) 2 (4)
5 1 (2) 5 (9) 24 (38)
17 (31)
7 (13) 2 (4) 8 (17) 19 (41)
15 (33)
2 (4)
6 1 (2) 14 (26)
13 (20)
19 (35)
7 (13) 1 (2) 10 (22)
10 (22)
20 (43)
5 (11)
7 1 (2) 15 (28)
12 (19)
16 (30)
10 (19)
3 (7) 13 (28)
8 (17) 21 (46)
1 (2)
8 0 6 (11) 16 (25)
20 (37)
12 (22)
3 (7) 4 (9) 12 (26)
20 (43)
7 (15)
9 24 (44)
18 (33)
10 (16)
2 (4) 0 9 (20) 20 (43)
12 (26)
3 (7) 2 (4)
10 22 (41)
27 (50)
2 (3) 3 (6) 0 7 (15) 26 (57)
10 (22)
3 (7) 0
11 11 (20)
32 (59)
7 (11) 3 (6) 1 (2) 6 (13) 24 (52)
8 (17) 8 (17) 0
12 10 (19)
26 (48)
16 (25)
2 (4) 0 4 (9) 24 (52)
11 (24)
7 (15) 0
13 0 5 (9) 10 (16)
25 (46)
14 (26)
1 (2) 4 (9) 11 (24)
24 (52)
6 (13)
14 0 1 (2) 8 (13) 26 (48)
19 (35)
0 5 (11) 10 (22)
23 (50)
8 (17)
15 0 1 (2) 11 (17)
25 (46)
17 (31)
0 8 (17) 6 (13) 23 (50)
8 (17)
16 0 3 (6) 9 (14) 26 (48)
16 (30)
2 (4) 2 (4) 11 (24)
23 (50)
8 (17)
17 20 (37)
28 (52)
3 (5) 2 (4) 1 (2) 6 (13) 26 (57)
8 (17) 5 (11) 1 (2)
18 21 (39)
28 (52)
1 (2) 3 (6) 1 (2) 6 (13) 26 (57)
9 (20) 4 (9) 1 (2)
19 20 (37)
30 (56)
1 (2) 1 (2) 2 (4) 5 (11) 26 (57)
12 (26)
3 (7) 0
20 14 (26)
28 (52)
8 (13) 3 (6) 1 (2) 2 (4) 25 (54)
16 (35)
1 (2) 2 (4)
21 3 (6) 10 (19)
10 (16)
23 (43)
8 (15) 3 (7) 13 (28)
15 (33)
12 (26)
3 (7)
22 3 (6) 11 (20)
13 (20)
25 (46)
2 (4) 2 (4) 13 (28)
6 (13) 21 (46)
4 (9)
23 5 (9) 8 (15) 11 (17)
20 (37)
10 (19)
6 (13) 13 (28)
8 (17) 14 (30)
5 (11)
24 1 (2) 9 (17) 5 (8) 20 (37)
19 (35)
9 (20) 4 (9) 7 (15) 20 (43)
3 (13)
4 DISCUSSÃO
A presente pesquisa teve como eixo central investigar as NPB dos ACEF da
Univille, para compreender as variáveis frustrantes e satisfatórias que os acadêmicos
apresentam até o momento.
A satisfação sobre a autonomia refere-se à experiência de autodeterminação,
vontade plena e vontade ao realizar uma atividade, e a frustração da autonomia en-
volve sentir-se controlado por meio de pressões impostas externamente ou autoim-
postas (RYAN, 1995). Os alunos estão satisfeitos com relação às NPB, bem como não
se encontram frustrados com o componente autonomia. A literatura nos mostra que a
autonomia está associada ao bem-estar psicológico individual, juntamente com a au-
toaceitação, domínio ambiental, propósito na vida e crescimento pessoal (CHARRY,
67
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
GOIG; MARTÍNEZ, 2020). Todavia, é notória a indecisão dos ACEF na questão cinco
(43%) sobre sentir-se obrigado a realizar determinadas funções, sendo, neste caso, uma
sinalização para um possível risco de futuras frustrações durante o curso. A busca por
estratégias para minimizar a insegurança deve ser urgente, objetivando um curso com
tarefas prazerosas, e que estimulem a autonomia e conança dos ACEF.
A satisfação sobre o relacionamento refere-se à experiência de intimidade e
conexão genuína com o próximo, enquanto a frustração de relacionamento envolve a
experiência de exclusão e solidão relacional (RYAN, 1995). Encontrou-se altos percen-
tuais de relacionamentos para os ACEF da presente pesquisa. Nesse caso, o relaciona-
mento faz com que estas se sintam importantes, conectadas e cuidadas pelos outros à
sua volta, em vez de se sentirem isoladas e desconectadas (WANG et al., 2020).
A satisfação sobre a competência envolve se sentir capaz de alcançar os re-
sultados desejados, já a frustração da competência envolve sentimentos de fracasso
e dúvidas sobre a própria ecácia (RYAN, 1995). Nessa categoria, notou que 33% do
gênero feminino estão indecisas sobre como desempenhar bem suas funções, aumen-
tando as chances de frustração para a liberdade de escolha. Para essa análise, de acor-
do com Müller et al. (2021), devido às mudanças críticas impostas pela pandemia da
COVID-19, a competência pode ter sido afetada, bem como a regulação motivacional
também podem ter sofrido alterações.
O estudo de Xu et al. (2021) envolveu 2.375 universitários (1.110 homens e
1.265 mulheres), com idade média de 20 anos. Os resultados mostraram que a prática
da atividade física foi positivamente associada às três necessidades básicas. Contudo,
o efeito indireto da necessidade de competência foi signicativamente maior do que
a necessidade de autonomia e necessidade de relacionamento. A literatura diz que
a competência afeta a dependência por meio da habilidade. Isto é, os acadêmicos se
sentem competentes ao realizarem determinada tarefa, devido a sua aptidão para tal
(LI, 2018).
Segundo Bae et al. (2021) o esporte é uma forma de atribuir satisfação dos
atletas com as NPB. Diante disso, por se tratar de ACEF, hipoteticamente podemos
supor que a prática de atividade física e esporte pode ter interferido nos resultados.
O estudo de Wang et al. (2020) investigou um total de 594 universitários que cursam
Educação Física em Taiwan (280 homens e 314 mulheres) com idade média de 18 anos.
Os resultados mostraram que eles teriam maior relacionamento e conexão genuína
(vínculo social) com professores e colegas, e um senso de pertencimento (competên-
cia), permitindo que eles interajam efetivamente com o curso, e pessoas envolvidas na
graduação, aproveitando as oportunidades para expressar/desenvolver suas capaci-
dades e pontos fortes.
68
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
A frustração das necessidades básicas (autonomia, relacionamento e compe-
tência) pode provocar mal-estar e até psicopatologia (CHEN et al., 2015). Embora os
resultados tenham mostrado que os ACEF estão com as NPB com frequência positiva,
pode-se notar que 28% da amostra se sente pressionados ao fazerem muitas coisas (au-
tonomia), 21% estão indecisos com relação ao grupo que pertence, não identicando
se se sente parte ou se sente excluído (relacionamento) e 24% se sentem decepcionados
com algumas das performances (competência). Diante disso, é fundamental buscar
intervenções para que esse percentual possa ser revertido. Apoiar as necessidades de
autonomia, competência e relacionamento dos universitários pode levar a ótimos re-
sultados de motivação, o que tem uma inuência importante na educação (ORSINI et
al., 2018), assim como, quanto maior a satisfação, menor o sofrimento emocional, sio-
lógico e dinâmico (Liu, Liu; Liu, 2021).
Como limitações, entende-se que o curso de Educação Física da Univille pos-
sui mais de 100 acadêmicos, e por se tratar de um questionário onde o número amos-
tral é baixo, há uma extrapolação dos resultados referentes a apenas uma determinada
população. No entanto, estes pontos podem ser encarados como uma oportunidade
para um novo desao de pesquisas cientícas, visto que as NPB não são frequente-
mente estudadas no meio acadêmico, embora sejam fundamentais para o pleno desen-
volvimento prossional e social dos ACEF.
5 CONCLUSÃO
Concluímos que as NPB dos ACEF da Univille, embora com algumas ressal-
vas, encontram-se satisfatórias. A autonomia dos ACEF está com ótimas pontuações,
estando eles satisfeitos durante a trajetória no curso, porém não foi concordando nem
discordando sobre se sentir obrigado a fazer determinadas funções, podendo ser um
risco para frustração. Na categoria sobre relacionamento, os ACEF apresentam-se uni-
dos, estando perto de pessoas que são importantes. Para competência, é perceptível
que, mesmo que os ACEF apresentem frequência altas para satisfação, algumas aca-
dêmicas se apresentam indecisas sobre como desempenhar bem suas funções, possi-
bilitando maiores chances de aumentar a frustração quanto a liberdade de escolha.
Com os achados do presente estudo, é possível notar que apesar de bons resultados,
a aplicabilidade de intervenções que possam aumentar a satisfação dos ACEF se faz
necessária, para aumentar seu desempenho e assegurar uma boa atuação prossional
no futuro.
69
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
REFERÊNCIAS:
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MÜLLER, F. H. et al. University Students’ Basic Psychological Needs, Motivation, and
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medical education, v. 19, n. 1, p. 405, 2019.
ORSINI, C. et al. Learning climate and feedback as predictors of dental students’ self-
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Education in Europe, v. 22, n. 2, p. 228–236, 2018.
RYAN, R. M. Necessidades psicológicas e facilitação de processos integrativos. Jour-
nal of Personality, v. 63, p. 397-427, 1995.
SON, C. et al. Effects of COVID-19 on College Students’ Mental Health in the United
States: Interview Survey Study. Journal of medical Internet research, v. 22, n. 9, p.
21279, 2020.
70
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
WANG, F. J. et al. Temporal Precedence of Physical Literacy and Basic Psychological
Needs Satisfaction: A Cross-Lagged Longitudinal Analysis of University Students. In-
ternational journal of environmental research and public health, v. 17, n. 12, p. 4615,
2020.
XU, S. et al. Physical Activity and Resilience among College Students: The Mediating
Effects of Basic Psychological Needs. International journal of environmental resear-
ch and public health, v. 18, n. 7, p. 3722, 2021.
Bruno Cesar Moreira
João Pedro Simioni Kocanoski
Maicon Vinicius Leite
CAPÍTULO 8
ANÁLISE DO GRAU DOS FATORES
MOTIVACIONAIS PARA A PRÁTICA
DE MUSCULAÇÃO NA REGIÃO DE
JOINVILLE
72
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
RESUMO
Objetivo: Identicar os principais fatores que inuenciam o envolvimento
desse público em academias na região de Joinville. Metodologia: Parti-
ciparam 57 sujeitos que praticam musculação. O instrumento de pesquisa, utilizou-se
o formado de Meneguzzi e Voser (2011), denominado de “Questionário de Motivação
para a Prática de Atividade Física Sistemática”. O questionário foi transferido para
Google Forms, para que os sujeitos respondessem no formato on-line. Resultados: As
mulheres foram o gênero que mostrou uma preocupação ainda maior para a saúde. A
redução da ansiedade teve sua média maior comparado com a estética e igualou com
o condicionamento físico. Conclusão: Dentro de todos os fatores apresentados nessa
pesquisa, a saúde teve um grau de importância relativamente maior para essa popula-
ção, nesta determinada região.
Palavras-chave: Musculação; Motivação; Atividade Física.
1 INTRODUÇÃO
A prática regular de exercícios físicos traz inúmeros benefícios para os indiví-
duos como: melhora na qualidade de vida, saúde, estética, bem-estar e diminuição de
doenças cardiovasculares (BLAIR et al., 1989). Para tal, as academias vêm ganhando
notoriedade.
Segundo Novaes (1999), as academias de ginástica e musculação se tornaram
a principal escolha para alguns indivíduos de ambos os sexos e de todas as idades
praticarem seus exercícios físicos. Para Saba (2001), as academias ocupam um espaço
cada vez maior na sociedade, sendo procuradas por diversos grupos que buscam os
benefícios proporcionados pelas atividades físicas, que podem ser tanto siológicos
quanto psicológicos.
Por isso, identicar o grau de motivação dessas pessoas é de extrema impor-
tância para que haja uma continuidade da prática onde será inserido, e assim os pro-
ssionais conseguirem compreender as necessidades daqueles que estão procurando
academia para inicialização de um treino.
Sabe-se que há vários fatores motivacionais para iniciar a prática de exercícios
físicos no meio onde convivemos, com isso o presente estudo teve como objetivo iden-
ticar os principais fatores que inuenciam o envolvimento desse público em acade-
mias na região de Joinville.
73
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
2 METODOLOGIA
A presente pesquisa caracteriza-se como descritiva e transversal. Participaram
57 sujeitos que praticam musculação.
O instrumento de pesquisa, utilizou-se o formado de Meneguzzi e Voser
(2011), denominado de “Questionário de Motivação para a Prática de Atividade Física
Sistemática”. O questionário foi transferido para Google Forms, para que os sujeitos
respondessem no formato on-line. O questionário é caracterizado por seis fatores mo-
tivacionais: (1) Condicionamento físico/Melhora do desempenho, (2) Estética, (3) Saú-
de/Reabilitação/Prevenção de Doenças e Qualidade de vida, (4) Integração Social, (5)
Redução de Ansiedade/Stress e (6) outro motivo. Utilizando a Escala de Likert para
mensurar as respostas. Para tal, o indivíduo respondeu com as seguintes classica-
ções: 1 (NI = Nada Importante); 2 (PI = Pouco Importante); 3 (I = importante); 4 (MI =
Muito Importante); e 5 (EI = Extremamente Importante).
Como veículo de distribuição, foi utilizado meio virtual a partir dos aplicati-
vos de redes sociais como WhatsApp® e Instagram®. Este instrumento tinha aproxima-
damente dez minutos para a sua conclusão, sendo de rápida leitura e compreensão.
Foram utilizados os dados dos questionários preenchidos adequadamente e os demais
foram excluídos.
As informações coletadas foram analisadas por meio da estatística descritiva
(média, desvio padrão) e frequência (número absoluto e percentual), organizadas no
programa Microsoft Excel® for Windows®1.
Essa pesquisa teve a parceria do programa de extensão Centro de Atividades
Físicas (CAF) da Universidade Região de Joinville (Univille). Diante disso, tem-se o
consentimento do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Univille, sob
parecer número 5.161.461.
3 RESULTADOS
Participaram 57 sujeitos, sendo 31 (54%) mulheres e 26 (45%) homens. De acor-
do com o Quadro 1, é possível observar a idade, peso, estatura e IMC dos participan-
tes, separado por gênero.
74
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
Quadro 1. Caracterização da amostra, separada por gênero.
Variáveis (
Masculino)
Média
Desvio Padrão
Idade (anos) 25,44 7,79
Peso (kg) 75,96 10,06
Estatura (cm) 1,76 0,08
IMC (kg/m²) 24,39 3,33
Variáveis (Feminino)
Média
Desvio Padrão
Idade (anos) 29,70 11,38
Peso (kg) 64,19 8,97
Estatura (cm) 1,61 0,06
IMC (kg/m²) 24,78 3,40
No Quadro 2 nota-se as variáveis, separada por gênero, sendo analisa em mé-
dia e desvio padrão, observando, assim que a “Saúde” cou em primeiro.
Quadro 2. Estatística descritiva das variáveis respondidas pela amostra.
Variáveis (Masculino)
Média
Desvio
Padrão
Condicionamento físico/Melhora do
desempenho
4,3 0,79
Estética 3,9 1,09
Saúde/Reabilitação/Prevenção de Doenças e
Qualidade de vida
4,6 0,71
Integração Social 3,2 1,15
Redução de Ansiedade/Stress 3,8 1,02
Variáveis (Feminino)
Média
Desvio Padrão
Condicionamento físico/Melhora do
desempenho
4,2 0,77
Estética 3,7 0,85
Saúde/Reabilitação/Prevenção de Doenças e
Qualidade de vida
4,7 0,51
Integração Social 3 1,18
Redução de Ansiedade/Stress 4,6 0,61
No Quadro 3, as armativas são expostas e podem ser analisadas através de
número absoluto e porcentagem, notando que a “Saúde” é o motivo principal para a
prática de exercício físico.
Quadro 3. Frequência das variáveis respondidas pela amostra.
Variáveis (n/%)
1
2
3
4
5
Condicionamento físico/Desempenho 0 0 11 (19,3)
20 (35,1)
26 (45,6)
Estética 0 3 (5,4) 22 (39,3)
13 (23,2)
18 (32,1)
Saúde e Qualidade de vida 0 0 4 (6,9) 11 (19) 43 (74,1)
Integração Social 4 (7) 15 (26,3)
20 (35,1)
9 (15,8) 9 (15,8)
Redução de Ansiedade/Stress 0 3 (5,3) 8 (14) 17 (29,8)
29 (50,9)
4 DISCUSSÃO
O atual estudo teve a nalidade de identicar os principais fatores que in-
uenciam o envolvimento desse público em academias na região de Joinville, como
forma de compreender os anseios da população perante a prática de exercício físico.
De acordo com os resultados, notou-se que a amostra procura a musculação
para cuidar da saúde. Na pesquisa de Allendorf e Voser (2012), com 150 indivíduos de
ambos os sexos, com idade entre 16 a 83 anos, encontraram resultados muito parecidos
75
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
com a presente pesquisa, mostrando a saúde em primeiro lugar, seguido de condi-
cionamento físico/melhora da performance, redução de ansiedade stress, estética e
integração social por último.
As mulheres foram o gênero que mostrou uma preocupação ainda maior para
a saúde. Segundo Fermino et al. (2010), as mulheres e pessoas com um maior percen-
tual de gordura procuravam a atividade física para harmonia corporal, principalmente
relacionado à redução de peso. Esse mesmo estudo também mostrou que conforme o
aumento da idade maior a incidência do fator: “melhorar da saúde”.
A interação social é relevante e precisa de seu destaque. A literatura informa
que a participação em exercícios físicos pode ampliar a rede de vínculos sociais geran-
do maior inuência direta no domínio social e paralelamente nos componentes psico-
lógicos (GONÇALVES, BICALHO; NOCE, 2019). Todavia, para a presente amostra, o
relacionamento social obteve uma média muito baixa para se dizer que teria um grau
muito inuenciável como um possível grau motivacional.
A atividade física apresenta uma opção de tratamento adicional promissora
para pessoas com transtornos de ansiedade, estresse e depressão (KANDOLA et al.,
2018). A redução da ansiedade teve sua média maior comparado com a estética e igua-
lou com o condicionamento físico. Assim, entende-se que muitas pessoas têm a sua ida
para academia como um alívio diário após o expediente de trabalho, por exemplo, ter
a sua relação com a ansiedade amenizada com a sua prática de atividade física. Corro-
borando com os achados de Stonerock et al. (2015), em que menciona que o exercício
físico diminui a ansiedade, sendo um tratamento útil para as doenças psíquicas.
As limitações do estudo estão no baixo número amostral, para tal a extrapo-
lação dos dados devem ser feitas com cautela. Entretanto, esses dados são encarados
como uma oportunidade para investir em mais pesquisas como essa, visto que a moti-
vação é fundamental para diminuir a inatividade física da população.
5 CONCLUSÃO
Conclui-se que dentro de todos os fatores apresentados nessa pesquisa, a saú-
de teve um grau de importância relativamente maior para essa população, nesta deter-
minada região, mostrando uma certa preocupação com sua saúde sendo assim um dos
pontos primordiais quando se relaciona com academia, principalmente para o gênero
feminino.
76
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
REFERÊNCIAS
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ADESÃO E ADERÊNCIA EM
PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO: UMA
REVISÃO DE LITERATURA
Guilherme Luiz Hafermann
CAPÍTULO 9
78
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
RESUMO
Objetivo: Investigar nos estudos existentes quais são os motivos de ade-
são e aderência em praticantes de musculação e os fatores envolvidos
nesse contexto. Metodologia: Para este estudo foi feito uma revisão de literatura, onde
foram utilizadas as seguintes plataformas: PubMed, Ebsco, Scielo e Google Acadêmico,
dos quais foram selecionados artigos de qualquer idioma publicados a partir de 2015.
Os descritores utilizados na busca foram: “Adesão e aderência musculação”, “Moti-
vação e musculação”, “Prossionais de educação física e aderência e musculação” e
“Aderência e exercício”. Resultados e Discussão: Separou-se em três tópicos esse as-
sunto, 1) Motivação e aderência na prática da atividade física, 2) Motivos de Adesão e
Aderência do praticante e 3) Inuência do prossional no processo de aderência. Con-
clusão: Os principais motivos para permanecer na musculação são a saúde e a estética,
das quais geram prazer. Para tal, compreendeu que o prossional de educação física
é uma peça central essencial para criar um método de treino de acordo com o objetivo
do praticante.
Palavras-chave: Musculação; Aderência; Adesão; Motivação.
1 INTRODUÇÃO
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, sugere-se que adultos fa-
çam, pelo menos, 75-150 minutos de atividade física de intensidade vigorosa ou 150-
300 minutos moderada por semana, assim como o fortalecimento muscular (exercício
físico), em pelo menos dois dias por semana (WHO, 2020). Segundo Caspersen, Powell
e Christenson (1985), a atividade física pode ser caracterizada por qualquer movimen-
to que gera gasto calórico maior do que o nível em repouso, e o exercício físico consiste
em uma atividade física sistematizada, estruturada e com objetivos especícos.
A atividade física sistematizada torna-se um recurso relevante, possibilitando
a defesa contra vários distúrbios ocasionados pelo comportamento da sociedade con-
temporânea (JESUS et al., 2021). Nesse contexto, investigar os motivos que levam os
praticantes a aderir a prática regular em uma musculação, se faz necessário, uma vez
que a população não está praticando o suciente, de acordo com o mínimo recomen-
dado por instituições de saúde (CORTES MORALES et al., 2022).
Diante disso, para que o praticante obtenha os benefícios da prática regular da
atividade física é de grande importância a aderência ao programa de treinamento. De
acordo com Deschamps e Domingues Filho (2005), o conhecimento a respeito das ra-
zões que levam o indivíduo a buscar alguma atividade física parece fundamental para
mantê-lo motivado à prática.
79
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
Existe um grande índice de desistência dos praticantes iniciantes de um pro-
grama de exercício físico nas academias nos primeiros seis meses que podem chegar a
50% dos alunos novos, dessa forma a motivação se relaciona com a aderência ou desis-
tência da prática do exercício físico podendo ser uma variável de extrema importância
num processo de mudança de estilo de vida (RODRIGUES, 2017).
Para entender mais sobre as questões envolvidas neste processo, este trabalho
teve como objetivo, por meio de uma revisão de literatura, investigar nos estudos exis-
tentes quais são os motivos de adesão e aderência em praticantes de musculação e os
fatores envolvidos nesse contexto.
2 METODOLOGIA
Para este estudo foi feito uma revisão de literatura, onde foram utilizadas as
seguintes plataformas: PubMed, Ebsco, Scielo e Google Acadêmico dos quais foram se-
lecionados artigos de qualquer idioma publicados a partir de 2015. Os descritores utili-
zados na busca foram: “Adesão e aderência musculação”, “Motivação e musculação”,
“Prossionais de educação física e aderência e musculação” e “Aderência e exercício”.
Como critério de inclusão foram aceitos somente artigos com textos comple-
tos, publicados a partir de 2015 e que abordavam o assunto. Artigos que não tinham
relação com o tema ou apresentavam somente o resumo foram desconsiderados.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A presente pesquisa teve como nalidade investigar, nos estudos existentes,
quais são os motivos de adesão e aderência em praticantes de musculação e os fatores
envolvidos nesse contexto, diante disso, separou-se em três tópicos esse assunto.
3.1 Motivação e aderência na prática da atividade física
Atualmente existe uma preocupação maior em ter uma vida mais saudável
e um corpo perfeito, dessa forma vem aumentando muito a procura por academias
e centros de estéticas (AZEVEDO, 2020). Sendo assim, uma das modalidades procu-
radas para atingir esse objetivo é a musculação devido a seus diversos benefícios na
saúde e composição corporal. Segundo Kubiak (2021), o exercício possui benefícios na
força, resistência, equilíbrio muscular, aumento da autoestima e preserva as capacida-
des funcionais.
Para que os praticantes possam obter os benefícios da prática regular de ati-
vidade física é de extrema importância a sua aderência ao programa de treinamento.
Telles et al. (2016) armam que muitas pessoas citam a falta de tempo, falta de acesso
80
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
às academias, falta de transporte, academias lotadas, falta de dinheiro como motivos
para não praticar atividade física o que interfere no processo de aderência.
A motivação, que segundo Ryan e Deci (2017) é uma ação intencional que está
direcionada a um objetivo e está associada a fatores ambientais e pessoais, é outro fator
determinante nesse processo. De acordo com a literatura, essa motivação do indivíduo
pela modalidade está associada a adesão e aderência na prática de atividade física
(SILVA et al., 2019).
Compreender os fatores relacionados à motivação do aluno pode ser um ca-
minho para aumentar as chances de permanência do praticante na modalidade. A
pesquisa de Moraes (2015), que investigou motivos de desistência em praticantes de
musculação, mostrou que a maioria dos alunos do estudo abandonaram a atividade
por motivo de preguiça e desmotivação.
As características da modalidade também parecem inuenciar na motivação
do aluno. Silva et al. (2019) compararam os níveis de motivação e bem-estar entre prati-
cantes de três modalidades de exercício físico (treinamento funcional, musculação com
personal e musculação sem personal trainer). O principal achado do estudo foi que há
uma maior percepção de prazer na prática da modalidade entre os praticantes de fun-
cional em relação aos praticantes de musculação. De acordo com o estudo, esse prazer
proporcionado pelo exercício pode gerar uma maior diminuição no estresse, persistên-
cia, conança e satisfação com a prática. Dessa forma, gerar esse tipo de situação aos
praticantes se torna uma estratégia interessante para manter a permanência do aluno
no programa de treinamento (SILVA et al., 2019).
3.2 Motivos de Adesão e Aderência do praticante
Dentre os estudos achados, os principais fatores que motivam as pessoas a
ingressar na musculação e permanecerem na atividade destacam-se a busca por saú-
de e estética. O estudo feito por Rodrigues e dos Santos (2016) analisaram os fatores
motivacionais que levaram 22 sujeitos de ambos os sexos, com faixa etária entre 18 e
25 anos, à prática e adesão ao treinamento de musculação. Como escolha inicial da
modalidade foram citados a busca por melhora na saúde e estética, e como os fatores
determinantes para a aderência ao treinamento novamente estética e saúde.
Já Kubiak (2021) zeram uma pesquisa com 66 praticantes de musculação em
duas academias na cidade de Farroupilha - RS, onde foi avaliado os motivos de adesão
e desistência. Dos participantes, 31,8% tinham como objetivo de treino a melhora na
estética e 31,8% tinham como foco o aumento da massa muscular. Um ponto interes-
sante dessa pesquisa é que além desses dois fatores citados como motivo para a prática
81
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
da atividade, o estudo aborda uma outra questão importante nesse processo. Além
disso, 37,9% dos indivíduos responderam que treinar em local com supervisão de pro-
ssionais qualicados e bom atendimento lhe motivam mais. Com relação a desistên-
cia o que se destacou mais, como motivo, foi a demora na obtenção de resultados.
Um resultado semelhante foi encontrado no estudo de Moraes (2015) onde
foi aplicado um questionário para 80 alunos de uma academia em Brasília - DF para
avaliar quais são os principais aspectos que levam essas pessoas a praticarem ativi-
dade física. Dentre os motivos de reabilitação, terapia (controle de stress ou redução
de ansiedade), condicionamento físico, estética e saúde, os que mais inuenciaram os
alunos foram os dois últimos sendo 37,5% das respostas estéticas e 37,5% saúde.
Jesus, Macedo e Oliveira (2019) criaram um questionário para identicar o
perl e as características da prática de atividade física entre frequentadores de uma
academia na cidade de Goiás. O estudo foi feito com 40 alunos e dentre as perguntas
uma delas foi com o principal objetivo praticar atividade física regularmente. Viu-se
que 60% dos alunos armaram que se exercitam por recomendação médica e 35% por
questões estéticas.
No trabalho de Daniel (2019) foi investigado os motivos de adesão e aderên-
cia em praticantes de musculação em um clube desportivo em Florianópolis – SC,
utilizando como amostra 75 indivíduos de ambos os sexos. Com relação à Adesão os
principais motivos citados foram saúde e qualidade de vida como motivo primário e
melhoria do condicionamento físico como motivo secundário. Apesar de não aparecer
como principal entre a maioria, vale ressaltar a questão estética, pois foi citado por um
número expressivo de praticantes como motivo secundário para a adesão. Já na ques-
tão aderência houve uma resposta similar, sendo qualidade de vida como primário e
condicionamento físico como secundário, porém aqui a estética aparece como motivo
terciário.
Segundo os achados de Daniel (2019), notou-se que a estética (devido a mo-
dicação do corpo) e o prazer inuenciam no aspecto psicológico. Essa informação
corrobora com Silva et al. (2019) que destaca que o sentimento de prazer durante a
atividade física possui grande inuência na motivação do indivíduo o que é positivo
para a aderência do praticante na atividade.
3.3 Inuência do Prossional no processo de aderência
O prossional de educação física, quando conhece os motivos que levam o
cliente ao treino de musculação, consegue otimizar seu planejamento, priorizando de
forma mais eciente o aluno, uma vez que contribui para as prioridades e necessida-
82
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
des, evitando desistência (BARDINI, 2018). Dessa forma entende-se que o prossional
possui um papel fundamental no processo de aderência do praticante de atividade
física. Para isso é importante que o prossional tenha conhecimento e esteja 5 apto a
desenvolver o seu trabalho com qualidade. A literatura expõe que antes de escolher
o método de treino, é necessário compreender a individualidade biológica, visto que
cada praticante tem uma necessidade diferente, gerando resultados diferenciados para
cada sujeito (PATTAT, 2018).
O estudo de Jesus, Macedo e Oliveira (2019) apresentou que 95% dos prati-
cantes são acompanhados por um prossional de Educação Física e acreditam que a
formação superior dele é fundamental. Isso indica que muitos praticantes têm essa
percepção da importância do acompanhamento de um prossional capacitado.
Daniele et al. (2020) investigaram a inuência do personal trainer para a prática
e continuidade nos treinos de musculação, por meio de um questionário aplicado em
25 praticantes de ambos os sexos. Como motivo para busca do atendimento persona-
lizado, 84% dos indivíduos responderam a busca por saúde, 12% estética e 7% a socia-
lização. Os alunos também relataram a necessidade de uma maior atenção a execução
dos exercícios e a busca por melhores resultados como motivo de adesão ao treino
com personal. Além disso todos os indivíduos armaram que a contratação do personal
trainer trouxe benefícios para a motivação no treinamento.
No estudo de Kubiak (2021), 50% dos alunos relatam que conseguem poucos
resultados com a musculação sendo que a maioria treina seguindo as orientações do
professor disponibilizado pela academia. Acredita-se que isso ocorra porque o pra-
ticante tem a percepção de que um treino individualizado possui mais chances de
promover resultados signicativos. Também houve um grande destaque por meio
dos participantes nesse estudo da inuência da estrutura da academia na motivação
ao treinamento. Boa conservação dos aparelhos, limpeza, segurança e boa iluminação
deixaram os praticantes satisfeitos (KUBIAK, 2021).
É importante que o prossional de educação física que atua nessa área se
aproprie desse conhecimento para oferecer um serviço de qualidade aos seus alunos e
ter sucesso prossional, segundo Alves et al. (2018) leva vantagem o prossional que
conhece o perl, necessidade, preferência e particularidade do público contratante.
Ainda nesse mesmo estudo foi vericado o nível de importância que os clientes que
buscam treinamento com personal atribuem a diferentes fatores no momento da con-
tratação do serviço. O conhecimento técnico especíco foi o fator considerado mais
relevante (100%) seguido por postura prossional (98,3%), atendimento (97,4%) e cur-
rículo (96,6%). Pode-se pensar nisso como uma evidência da busca dos praticantes de
83
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
6 musculação por prossionais capacitados e da importância desse conhecimento para
aderência do aluno ao programa de treinamento.
4 CONCLUSÃO
Conclui-se que a literatura mostrou que os principais motivos para permane-
cer na musculação são a saúde e a estética, das quais geram prazer. Para tal, compreen-
deu que o prossional de educação física é uma peça central essencial para criar um
método de treino de acordo com o objetivo do praticante. Dessa forma cabe ao pros-
sional estar ciente dos fatores envolvidos no processo de adesão e aderência e buscar
conhecimento técnico especíco para desenvolver um trabalho de qualidade.
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Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
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Henrique Pereira Rupp
João Victor Hadlich dos Passos
Vitor Hugo Cidral Cambruzzi
BENEFÍCIOS DAS PRÁTICAS
AQUÁTICAS EM PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA: UMA REVISÃO TEÓRICA
CAPÍTULO 10
86
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
RESUMO
Objetivo: Revisar e identicar os benefícios das práticas aquáticas para
pessoas com deciência. Metodologia: Este estudo se caracterizou como
uma análise bibliográca e para a realização deste artigo foram feitas pesquisas na
base de dados do “Google Acadêmico” e “PubMed”, selecionando artigos com os se-
guintes palavras-chave: “deciência física”, “atividades aquáticas”, “benefícios”. Re-
sultados e Discussão: Separou-se a temática do estudo em dois tópicos, sendo eles: a)
Tipos de deciências, e b) Benefícios das práticas aquáticas para pessoas com Deciên-
cia. Conclusão: Os benefícios da realização de atividades aquáticas para pessoas com
deciência foram siológico, psicológico e social, fornecendo uma melhor qualidade
de vida destes indivíduos.
Palavras-chave: Atividades Aquáticas; Pessoas com Deciência; Benefícios.
1 INTRODUÇÃO
Segundo a Classicação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saú-
de – CIF [s.d.], a classicação do conceito de deciência pode ser aplicada a vários
aspectos da saúde e da doença, estabelece uma escala de deciências com base nos
níveis de dependência.
Essa população, devido a deciência, vem apresentando altos níveis de seden-
tarismo. Para isso, a prática regular de exercícios físicos, como atividades aquáticas
podem contribuir para melhorar a qualidade de vida, o desenvolvimento psicossocial,
coordenação motora e, sobretudo, a percepção sobre a imagem corporal (BRADBURY
M, et al., 2021).
Ao longo da história, cada vez mais se tem conhecimento dos inúmeros bene-
fícios que a prática de atividades físicas traz para o ser humano, e quando falamos das
pessoas com deciência, isso pode ser visto com mais facilidade (HENRYKOWSKA;
SOIN; SIERMONTOWSKI, 2021).
Através desse contexto, o presente artigo teve por objetivo geral revisar e iden-
ticar os benefícios das práticas aquáticas para pessoas com deciência.
2 METODOLOGIA
Este estudo se caracterizou como uma análise bibliográca e para a realiza-
ção deste artigo foram feitas pesquisas na base de dados do “Google Acadêmico” e
“PubMed”, selecionando artigos com os seguintes palavras-chave: “deciência física”,
“atividades aquáticas”, “benefícios”.
87
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
Posteriormente foram selecionados alguns trabalhos e feita a leitura completa
desses materiais para, posteriormente, ser realizada a discussão acerca do tema sobre
os benefícios da prática das atividades aquáticas para a pessoa com deciência.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Como já se sabe que esse trabalho visou revisar e identicar os benefícios das
práticas aquáticas para pessoas com deciência, foi, nesse caso, separado a temática do
estudo em dois tópicos:
3.1 Tipos de deciências:
A deciência é a perda ou anormalidade de estrutura ou função psicológica,
siológica ou anatômica, temporária ou permanente. Incluem-se, nessas, a ocorrência
de uma anomalia, defeito ou perda de um membro, órgão, tecido ou qualquer outra
estrutura do corpo, inclusive das funções mentais. Representa a exteriorização de um
estado patológico, reetindo um distúrbio orgânico (AMIRALIAN et al., 2000).
As pessoas com deciência são a menor parte da população do planeta, de
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) eles representam 15% da popula-
ção, divididas em categorias pelo Decreto nº 5.296/2004, sendo elas: deciência física,
deciência visual, deciência auditiva, deciência intelectual e deciência múltipla.
Sobre o que são as deciências físicas pode-se armar que, segundo o autor
Maior (2015), é uma deciência com completa alteração do corpo ou pode ser parcial-
mente (com um ou mais segmentos do corpo). Essa alteração gera comprometimento
da função física que são tem o nal com em “gia” como a paraplegia, monoplegia,
tetraplegia, triplegia, hemiplegia, bem como as que terminam com “sia”, sendo: pa-
raparesia, monoparesia, tetraparesia, triparesia, hemiparesia. Além dessas, existem
também: ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo,
membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas
e as que não produzem diculdades para o desempenho de funções.
Já as deciências intelectuais são correto armar, de acordo com Maior (2015),
o funcionamento intelectual inferior à média pode estar exposto a limitações associa-
das a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, antes dos 18 anos de idade, tais
como: comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais e acadêmicas, utilização dos
recursos da comunidade, saúde e segurança, lazer e trabalho.
Segundo Silva (1987), pessoas com deciência são todas aquelas que não per-
tencem aos padrões impostos pela sociedade como “normal” por motivos físicos, men-
tais ou qualquer outra questão que impeça deste indivíduo viver normalmente.
88
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
Também, vale ressaltar que a categoria de deciência múltipla, caracteriza-se
por determinado indivíduo ter dois ou mais tipos de deciência.
3.2 Benefícios das práticas aquáticas para pessoas com Deciência
No início do séc. XIX as práticas aquáticas começaram a ser utilizadas com m
terapêutico em pessoas com reumatismo e problemas no aparelho locomotor (ARAÚ-
JO; SOUZA, 2009). A aprendizagem e o ensino da natação para pessoas com deciên-
cia, respeita o mesmo processo de pessoas típicas, onde se ensina desde o controle
respiratório até os diferentes quatro estilos.
Por esse motivo, a prática de natação é muito recomendada para pessoas com
deciência, proporcionando para o indivíduo maior independência, pois dentro do
meio líquido o indivíduo consegue realizar movimentos livremente, sem auxílio de
outras ferramentas como bengalas, cadeira de rodas, andadores entre outras (ARAÚ-
JO; SOUZA, 2009).
Quando falamos dos benefícios da prática de atividades aquáticas para pes-
soas com deciência, é possível encontrar inúmeros benefícios da prática. Segundo
Castro (2011 apud DOESCHER; NUNES, 2019), a água pode proporcionar relaxamento
muscular, diminuição de espasmos, sensação de bem-estar e autoestima. Tsutsumi et
al. (2004) traz a ideia de que as atividades em meio líquido são voltadas para o desen-
volvimento cognitivo, afetivo, emocional e social sendo um excelente meio de execu-
ção motora, onde favorece o desenvolvimento global da pessoa com deciência.
Doescher e Nunes (2019), explica que por conta da autonomia, desenvolvida
durante as atividades aquáticas, o indivíduo consegue se beneciar muito mais, pois
acaba percebendo mais independente, beneciando a sua percepção da imagem cor-
poral, lhe trazendo benefícios além de físicos, também benefícios psicossociais.
Desse modo, deve ser mudada e superada essa visão que a sociedade enrai-
zou a pessoa com deciência como alguém “incapaz” de realizar suas atividades do
cotidiano. Entretanto, a pessoa com deciência deve assumir uma postura onde ela
demonstra essa autonomia e competência nas atividades do seu cotidiano.
4 CONCLUSÃO
Os benefícios da realização de atividades aquáticas para pessoas com de-
ciência foram siológico, psicológico e social, fornecendo uma melhor qualidade de
vida destes indivíduos. Assim vericamos que a prática de atividades aquáticas se
torna uma possibilidade interessante para a pessoa com deciência, proporcionando
um ambiente mais livre onde a pessoa descobre sua autonomia.
89
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
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Matheus Felipe Zeni Esperandio
EXERCÍCIO FÍSICO EM IDOSOS
COM SARCOPENIA: UM ESTUDO
BIBLIOGRÁFICO
CAPÍTULO 11
92
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
RESUMO
Objetivo: Revisar estudos que abordam sobre exercício físico para idosos
com sarcopenia. Metodologia: Este estudo foi composto de uma revisão
de literatura e utilizou-se das plataformas: PubMed, EBSCO, Cochrane Library e Google
Scholar onde foram captados os artigos publicados em qualquer idioma, independente
do ano publicado. Para tanto utilizou-se descritores para nortear a seleção do material.
Resultados e Discussão: A presente pesquisa separou a temática em tópicos que con-
tribuem para a saúde dos pacientes com sarcopenia. 1) Exercício físico como auxiliar
na redução da sarcopenia, 2) Exercício resistido e idosos com sarcopenia, 3) Exercício
aeróbico e idosos com sarcopenia, 4) HIIT e idosos com sarcopenia. Conclusão: Um
programa de exercício individualizado, pensando nas limitações e preferência do ido-
so, pode contribuir para a aderência, assim como minimizar os danos da sarcopenia.
Optar por exercícios aeróbicos, HIIT e resistido são fundamentais para a evolução do
sujeito que apresenta sarcopenia.
Palavras-chave: Sarcopenia; Idosos; Exercício Físico; Saúde.
1 INTRODUÇÃO
Sarcopenia é a diminuição da massa, força e função muscular; a sua origem se
dá, primeiramente, pelo processo de envelhecimento, porém, há outros fatores como
a nutrição-ingestão incorreta de macronutrientes, inatividade física e estilo de vida
nocivo (PRATA; CAMELIER, CAMELIER, 2014).
De 2010 e 2018 um grupo denominado: “European Working Group on Sarcope-
nia in older People” (EWGSP), encontrou sugestões conceitual para essa doença, como
‘pré-sarcopenia’, ‘sarcopenia’ e ‘sarcopenia severa’ (CRUZ-JENTOFT et al., 2010; CRU-
Z-JENTOFT et al., 2019).
Segundo Panisset et al. (2012), o sedentarismo e o uso excessivo do tabaco po-
dem prejudicar a saúde dos idosos, aumentando o risco de ter sarcopenia. Contudo, a
prática de exercício físico regular ajuda no aumento da massa magra e consequente-
mente reduz as chances de sarcopenia.
De acordo com o estudo de Seo et al. (2021), realizado com mulheres idosas
com sarcopenia, o treinamento resistido com base no peso corporal e banda elástica
melhoraram aptidão funcional e qualidade muscular.
Devido ao aumento da tecnologia e as evidências cientícas, sabe-se que o
número de idoso tende a aumentar cada vez mais (RIZZOLLI; SURDI, 2010), para tal,
encontra-se na literatura diversos estudos sobre sarcopenia. Além disso, o aumento da
93
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
inatividade física está cada vez maior e mais preocupante, gerando diversas doenças
para o corpo humano (BUENO et al., 2016), no qual apresenta-se mais frequentemente
na terceira idade.
Diante desse contexto, este trabalho visou revisar estudos que abordam sobre
exercício físico para idosos com sarcopenia.
2 METODOLOGIA
Este estudo foi composto de uma revisão de literatura e utilizou-se das pla-
taformas: PubMed, EBSCO, Cochrane Library e Google Scholar onde foram captados os
artigos publicados em qualquer idioma, independente do ano publicado.
Para tanto os descritores, que nortearam a seleção do material foram: “Ativi-
dade Física e idosos”; “Sarcopenia e idosos”; “Sarcopenia e atividade física”; “Sarco-
penia e exercício aeróbico”; “Sarcopenia e exercício resistido”; “Sarcopenia e HIIT”.
Como critério de inclusão, foram aceitos os artigos e sites de organização/
sociedades que apresentavam texto completo, abordavam somente a população idosa.
Foram excluídos os artigos que apresentavam somente o resumo e os que não se rela-
cionam com a temática da presente pesquisa.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A presente pesquisa teve como eixo central revisar os diversos estudos que
abordam sobre exercício físico para idosos com sarcopenia, para tal, separou-se essa
temática em questão tópicos e como esses podem contribuir para a saúde dos pacien-
tes com a doença sarcopenia.
3.1 Exercício físico como auxiliar na redução da sarcopenia:
O exercício físico consiste em uma atividade física sistematizada, estruturada e
com objetivos especícos (CASPERSEN, POWELL; CHRISTENSON, 1985). Esse exer-
cício sistematizado contribui para diversas capacidades físicas, como a força, potência,
coordenação motora, exibilidade, entre outras. Sendo considerado como um método
capaz de promover benefícios para a aptidão musculoesquelética, e automaticamente
para a qualidade de vida de diversos indivíduos (HUGHES, ELLEFSEN; BAAR, 2018).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (2010), a atividade física e o exercí-
cio físico são as ferramentas de intervenção mais ecazes para a promoção do envelhe-
cimento saudável e prevenção de doenças, tal como a sarcopenia.
94
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
A sarcopenia é considerada uma doença muscular (insuciência muscular),
em que está associada aos idosos devido ao envelhecimento, mas se reconhece tam-
bém que o desenvolvimento da sarcopenia começa mais cedo na vida (CRUZ-JEN-
TOFT et al., 2019).
Para tal, aumentar a motivação em relação à prática de exercício físico é im-
portante e, para isso, a equipe que presta assistência a essa população precisa se cons-
cientizar com as necessidades psicológicas básicas. Além disso, pensar em aumentar a
variedade dos exercícios físicos tornando-os mais atrativos ao público-alvo entra como
estratégias motivacionais (PINHEIRO et al., 2022).
Oferecer uma variedade de abordagens alternativas de treinamento físico que
podem melhorar simultaneamente vários resultados, como por exemplo: força mus-
cular, desempenho físico e aptidão cardiorrespiratória, contribuindo como estratégia
terapêutica para idosos que vivem com sarcopenia (HAYES et al., 2021).
3.2 Exercício resistido e idosos com sarcopenia:
O exercício resistido trabalha com treinamento com pesos e pode ser caracte-
rizado por exercícios que realizam o movimento contra uma força oposta (externa), a
partir da força muscular (FLECK; KRAEMER, 2017). A utilização do exercício resis-
tido, pela literatura, é o mais ecaz para prevenir o aparecimento da sarcopenia ou
modicar esse fator.
Para a população idosa, os benefícios gerados pelo treinamento resistido são
a melhora do bem-estar psicossocial, a mobilidade, o desempenho das atividades diá-
rias, preservação da independência dos idosos e melhora a resistência à lesões; além
disso, as adaptações siológicas são neuromusculares, neuroendócrinas e hormonais
(FRAGALA et al., 2019).
Ademais, é importante destacar que os programas de treinamento resistido
feito especicamente para os idosos com sarcopenia precisam seguir estratégias indi-
vidualizadas, através de uma periodização para gerar progressão no sujeito (FRAGA-
LA et al., 2019).
Pesquisas feitas por Landi et al. (2014) e Marzetti et al. (2013) mostram que o
exercício resistido de baixa intensidade aumenta aptidão aeróbica, melhorando a ca-
pacidade de oxidação do músculo esquelético e a função cardiovascular, mas, a área
de secção transversal do músculo é basicamente pouco afetada. Agora, o exercício re-
sistido com de alta carga afeta a área de secção transversal do músculo, gerando um
aumento do número e tamanho das bras de contração rápida (LANDI et al., 2014).
95
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
Para Fragala et al. (2019), um programa de treinamento resistido para esse pú-
blico deve-se trabalhar com exercícios que atingem intensidade de 70-85% de 1RM,
com o volume do treino sendo entre 2 a 3 séries de 6 a 12 repetições por grupo mus-
cular, com frequência de treinamento de 2 a 3 vezes na semana, e incluindo exercícios
de força onde a velocidade é maior na fase concêntrica com intensidade moderada, ou
seja, de 40-60%.
3.3 Exercício aeróbico e idosos com sarcopenia:
O exercício aeróbico, para Pinheiro et al. (2022), é necessário ser aplicado em
idosos com sarcopenia, porém essa modalidade isolada (sem exercícios resistidos e de
exibilidade) não gera resultados signicativos.
Contudo, tanto a atividade física quanto o exercício demonstraram diminuir o
risco de sarcopenia e o aparecimento de limitações funcionais em idosos. Infelizmente,
em idosos é a que apresenta maior percentual de indivíduos classicados como inati-
vos ou sedentários (FREIBERGER; SIEBER; PFEIFER, 2011). Por isso, realizar exercí-
cios comuns de leve intensidade pode ser uma estratégia motivacional para a aderên-
cia futura (SANTOS et al., 2017).
Em contrapartida, as recomendações atuais para atividade física são de 150
minutos por semana para atividades aeróbicas de intensidade moderada (WHO, 1998),
no qual visa acelerar visivelmente a frequência cardíaca, por isso, incluir caminhadas
rápidas, dança, natação ou ciclismo (MIJNARENDS et al., 2016). De acordo com os
achados de D’Angelo et al. (2019), o exercício aeróbico envolve a realização de movi-
mentos contínuos com grandes grupos musculares por 20 minutos ou mais, depen-
dendo principalmente do consumo de oxigênio e melhora da função cardiovascular.
Dentre os diferentes tipos de treinamento, o exercício aeróbico aumenta a produção de
energia pelas mitocôndrias e a densidade capilar. O aumento da capilaridade muscu-
lar permite atender às necessidades aumentadas de uxo de oxigênio pelas mitocôn-
drias musculares (D’ANGELO et al., 2019).
Apesar de não contribuir para hipertroa como os exercícios resistido, é pos-
sível armar que os exercícios aeróbicos, segundo os achados de Martinez et al. (2013),
podem aumentar a área transversal das bras musculares e a atividade enzimática,
melhorando a frequência de declínio na massa muscular ao longo dos anos. Optar pelo
exercício aeróbio contribui para a redução da gordura intramuscular e, por consequen-
te, melhora a funcionalidade muscular e a redução da perda de unidades motoras ao
longo dos anos (MARZETTI et al., 2013). Diante disso, a atividade física aeróbica deve
ser realizada por 30-60 minutos de intensidade moderada por dia ou pelo menos 20-30
minutos por dia de intensidade vigorosa (D’ANGELO et al., 2019).
96
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
Esse tipo de exercício reduz o dano oxidativo relacionado à idade, a ina-
mação crônica, melhora a função mitocondrial e sensibilidade à insulina. Portanto,
programas de intervenção de exercícios aeróbicos devem ser prescritos com base no
funcionamento físico do indivíduo e adaptados à resposta resultante (ANGULO et al.,
2020).
3.4 HIIT e idosos com sarcopenia:
O treinamento intervalado de alta intensidade, também conhecido como HIIT,
pode ser realizado usando uma variedade de modos de exercícios (por exemplo, subir
escadas, pisar, andar de bicicleta ou caminhar). O HIIT pode melhorar as característi-
cas fenotípicas da sarcopenia (HAYES et al., 2021).
Liu et al. (2022) relata que o HIIT exibe efeitos abrangentes na capacidade de
exercício e no metabolismo do músculo esquelético. O HIIT induz grande crescimento
muscular, previne a atroa do músculo esquelético e melhora a função motora. Tam-
bém é importante para a vascularização do músculo. Idosos que realizaram HIIT apre-
sentaram aumento signicativo da massa muscular, qualidade muscular, desempenho
físico e força muscular. Além disso, o HIIT fornece um tempo limite para a recupera-
ção das funções cardiopulmonares e musculares sem causar efeitos adversos graves,
sendo essa modalidade viável e seguro para pacientes hospitalizados com mais de 65
anos que estão se recuperando de uma condição médica aguda. Assim como, o HIIT
também reduz a resistência à insulina e aumenta a ingestão de açúcar no músculo es-
quelético (LIU et al., 2022).
Nos achados de Hayes et al. (2021), o HIIT foi ecaz na melhora da função
muscular e desempenho físico em comparação com quem estava no grupo controle
(não exercitados), em idosos mais velhos (ou seja, ≥80 anos de idade) ou naqueles que
já apresentam sarcopenia.
Pesquisas feitas por Jefferis et al. (2014) e Luzak et al. (2017) encontraram uma
baixa taxa de adesão dos exercícios ‘tradicionais’ pelos idosos. Por esse motivo, o HIIT
pode ser considerado um modelo alternativo ao tradicional, que pode melhorar a ade-
são dos idosos por conta de ser dinâmico e ter uma boa eciência de tempo, ou seja,
sessões mais curtas (JUNG et al., 2015).
Para Li et al. (2018), a prática do HIIT traz a melhora no desempenho, sínte-
se (produção) de proteínas muscular e melhora na função contrátil do músculo, bem
como pode prevenir o comprometimento da autofagia relacionada ao envelhecimento.
97
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
3 CONCLUSÃO
Conclui-se que a literatura mostra resultados ecazes do exercício físico para
idosos com sarcopenia, sendo uma ferramenta de baixo custo e que contribui para a
saúde geral. Os achados deste trabalho mostram que um programa de exercício indi-
vidualizado, pensando nas limitações e preferência do idoso, pode contribuir para a
aderência, assim como minimizar os danos da sarcopenia. Optar por exercícios aeróbi-
cos, HIIT e, principalmente, resistido são fundamentais para a evolução do sujeito que
apresenta sarcopenia.
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Fabrício César Fernandes
ESPORTES DE AREIA E SEUS
BENEFÍCIOS: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
CAPÍTULO 12
102
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
RESUMO
Objetivo: Revisar os estudos que abordam sobre esporte de areia e seus
benefícios para os jogadores. Metodologia: Este estudo foi composto de
uma revisão de literatura e utilizou-se das plataformas: PubMed, Google Scholar e EBS-
CO, no qual foram captados os artigos publicados em qualquer idioma, independente
do ano publicado. Para tanto usou-se descritores que nortearam a seleção do material.
Resultados e Discussão: A presente pesquisa separou-se em seis tópicos sobre esse
assunto. 1) Beach Tennis, 2) Frescobol, 3) Futevôlei, 4) Voleibol de praia, 5) Futebol de
areia, 6) Handebol de areia. Conclusão: Os estudos encontrados mostraram grandes
benefícios para o praticante, sendo eles: siológicos, motores e sociais. Assim como, foi
ressaltado os efeitos imediatos como a diversão e descontração.
Palavras-chave: Esportes de areia; Benefícios; Jogadores.
1 INTRODUÇÃO
Observando o cenário dos esportes na areia, viu-se aumentar relativamente
à prática deles em quadras particulares ou até mesmo na praia, muita dessa crescen-
te deve-se ao fato de serem em ambientes outdoor (externo) e sem a necessidade de
contato físico, que no período pandêmico da Covid-19 teve uma maior procura nos
esportes como beach tennis, futevôlei e vôlei de praia. Além do mais, as superfícies de
areia podem oferecer um maior custo de energia e estímulo de treinamento de menor
impacto em comparação com locais de treinamento de esportes coletivos mais rmes
e tradicionais. Além disso, o jogador pode limitar o dano muscular, a dor muscular
e a diminuição da capacidade de desempenho em relação à intensidade do exercício
(BINNIE et al., 2014).
Sabe-se que qualquer esporte pode gerar diversos benefícios para a saúde
geral do praticante, destacando, diante disso, o esporte de areia, no qual encontrou-
-se um estudo que aborda os aspectos psicológicos em crianças (GIOVANETTI et al.,
2005). Além disso, a literatura mostra que as diversas modalidades de área podem
trazer melhorias no que se refere a valências físicas (SIERPINSKI et al., 2021).
Como qualquer esporte, os jogadores estão sujeitos a lesões, por isso as inter-
venções para reduzir lesões incluem treinamento especializado. O uso do treinamento
na areia tem sido postulado como um tratamento ecaz, onde a areia pode fornecer
uma alternativa mais segura ao solo rme, principalmente em programas de preven-
ção e reabilitação de lesões (RICHARDSON et al., 2020). Além disso, viu-se que a cor-
rida de longa duração na areia resulta em redução da pronação dos pés, aumento da
atividade do gastrocnêmio medial e melhora da estabilidade pélvica no plano frontal
103
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
devido à maior atividade do glúteo médio (JAFARNEZHADGERO et al., 2021). Diante
disso, vemos o impacto que a areia pode causar, sendo recomendado até mesmo a ca-
minhada na areia para idosos e indivíduos lesionados, permitindo realizar exercícios
de alta intensidade em condições seguras, minimizando o impacto nas articulações e o
risco de queda (PACINI PANEBIANCO et al., 2021).
Muitos adeptos dos esportes de areia, citam que além dos benefícios usuais do
exercício físico ainda se destacam pelo acesso fácil ao local da prática, contato com a
natureza, clima agradável, práticas ao ar livre, mobilidade, prática de diversas ativida-
des em ambiente único e a sensação de liberdade durante os momentos de execução
dos exercícios (SILVA; ZAMAI, 2019).
Embora existam vantagens para os esportes de areia, no que se refere a saúde
e desempenho dos jogadores, ainda é precária as investigações cientícas nessa área,
por isso, investigar sobre a temática e reunir um apanhado de informações, pode faci-
litar buscas de leitores interessados.
Diante desse contexto, o presente estudo teve como nalidade revisar os estu-
dos que abordam sobre esporte de areia e seus benefícios para os jogadores.
3 METODOLOGIA
Este estudo foi composto de uma revisão de literatura e utilizou-se das plata-
formas: PubMed, Google Scholar e EBSCO, no qual foram captados os artigos publicados
em qualquer idioma, independente do ano publicado.
Para tanto os descritores, que nortearam a seleção do material foram: “esporte
de areia”; “exercício na areia”; “quadras de areia”; “modalidades de areia”; “treina-
mento de areia”, “vôlei de areia”, “futebol de areia”, “futevôlei”, “beach tennis”, “Fres-
cobol” e “handebol de areia”.
Como critério de inclusão, foram aceitos os artigos e sites de organização/
sociedades que apresentavam texto completo, abordando somente a população e re-
sultados voltados para esporte de areia. Foram excluídos os artigos que apresentavam
somente o resumo e os que não se relacionam com a temática da presente pesquisa.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A presente pesquisa teve como eixo central revisar os estudos que abordam
sobre esporte de areia e seus benefícios para os jogadores, diante disso, separou-se em
tópicos esse assunto.
104
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
4.1 Beach Tennis:
O Beach Tennis pode ser jogado no formato individual, conhecido como sim-
ples ou em duplas. Os jogadores cam o tempo todo com uma raquete especíca na
mão, tem por objetivo marcar um ponto com a bola tocando o solo dentro da quadra
adversária, cada jogador pode tocar uma vez na bola e ela tem que transpassar para o
lado do adversário por cima da rede, entre as antenas.
É uma modalidade esportiva cuja origem exata é desconhecida, entretan-
to, acredita-se que sua prática esportiva foi derivada do tênis, em quadras de Beach
Volley, iniciada aproximadamente na década de 1970 nas areias da costa Romagnola,
na Itália (TAKAYAMA, 2020, p. 72, apud SANTINI, 2017).
A literatura expõe tanto riscos quanto benefícios referentes a essa moda-
lidade. A título de exemplo, um estudo apresenta sobre a incidência de lesões, de Nas-
cimento et al. (2021), com uma amostra de 202 praticantes que tiveram alguma lesão.
Nesse estudo, a maioria das lesões aconteceram no membro superior, principalmente
no ombro e cotovelo. No entanto, também foi registrado um número signicativo de
lesões no membro inferior, sendo o joelho e o tornozelo/pé os mais acometidos neste
segmento.
Os achados de Carpes et al. (2021) encontraram que uma única sessão de tênis
de praia recreativo reduz a pressão arterial durante 24 horas em adultos com hiperten-
são, onde mostrou diminuição da pressão arterial sistólica e diastólica. Ainda sobre os
benefícios, o estudo de Silva (2014), com 16 praticantes do sexo feminino, apresentou
diferença na diminuição de massa corporal nas participantes que estiveram ao menos
em dois treinos semanais, comparadas ao grupo controle. A relação de gasto energé-
tico e a qualidade de vida também tiveram diferenças signicativas entre os dois gru-
pos, ou seja, a prática dessa modalidade contribui para resultados benécos.
4.2 Frescobol
O frescobol é jogado por dois jogadores de forma colaborativa. Esse esporte
foi criado nas praias do Rio de Janeiro, visando cultivar o vínculo social (IRIGARAY,
2020). O Frescobol tem como ponto positivo a interação entre as pessoas juntamente
com a diversão (BOTH; MALAVASI, 2003).
O frescobol é um jogo sem rede. De uma maneira diferente do tênis, no fresco-
bol é necessário jogar a bola justamente onde o segundo jogador vai poder alcançar a
bola e rebater. Isto é, para essa modalidade não há nem vencedores, nem perdedores.
No frescobol o intuito é manter a bola no ar, vagando de um para o outro, sem cair no
chão (BRANDÃO, 2015).
105
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
Segundo Both e Malavasi (2003), no início da prática do jogo do “frescobol”,
não existiam regras. Conforme a execução da atividade, foram desenvolvidas regras
que adaptassem o jogo da melhor forma possível com o objetivo de aumentar o tempo
de duração de disputa de bola entre os participantes.
Esse é um esporte com uma grande ausência no que se refere a dados cientí-
cos. Assim como, a falta de ação do poder público para o incentivo à prática esportiva
nas praias é notória, algo que deveria ser ao contrário, visto que o frescobol é um es-
porte que não apresenta conito por parte dos praticantes, mas sim a parceria e des-
contração (FREITAS; MOTA, 2015).
Diante disso, incentivos no meio escolar é uma excelente estratégia para al-
cançar visibilidade. Costa (2022), em seu relato de experiência, buscou favorecer a me-
lhoria das competências motoras, cognitivas e afetivas sociais no cotidiano cultural
dos alunos através do frescobol. As referidas atividades foram executadas nas aulas
de educação física, e a prática foi fundamental para a convivência entre os alunos, por
meio da diversidade de brincadeiras e jogos de rebater.
4.3 Futevôlei
O Futevôlei é, geralmente, jogado em duplas, podendo haver também a rea-
lização de jogos em quarteto, o que não é tão comum. Similar ao vôlei de praia onde
pode, no máximo, dar três toques e a bola tocar o solo do campo adversário, a única
diferença é que não pode utilizar os braços para o toque, podendo qualquer outra par-
te do corpo.
Esse esporte é um esporte genuinamente brasileiro, com tradição com mais de
55 anos (ALVES et al., 2015), no qual se caracteriza pelo jogo com a cabeça, os pés, o
peito, o ombro, as coxas e pernas, sem o uso das mãos, em uma quadra de voleibol de
areia. É um esporte coletivo, de extrema habilidade e concentração dos seus pratican-
tes (SOUZA, GALATTI, 2008).
Na pesquisa de Frutos et al. (2010) participaram 10 jogadores de futevôlei, sen-
do cinco jogadores que jogavam duas vezes na semana comparado com os outros cinco
jogadores que jogavam cinco vezes na semana. Os autores concluem que a sobrecarga
do treino realizada em mais dias da semana gera alterações siológicas.
Contudo, o excesso pode gerar lesões futuras. De acordo com Alves et al.
(2015), os jogadores do gênero masculino treinam por dia em torno de duas a três ho-
ras, principalmente na coluna lombar e nos membros inferiores com maior prevalência
na articulação do joelho e tronco. Corroborando com os resultados de Xavier (2022),
106
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
do qual conclui que as lesões na coluna, pelve e membros inferiores são acometidas
durante os treinos.
Na perspectiva escolar, o futevôlei é uma excelente modalidade para ser ensi-
nada para os adolescentes, trabalhando a interação, socialização e promovendo saúde.
Essa prática se faz necessária no ambiente escolar, permitindo que o aluno experimen-
te novos esportes e não somente os tradicionais: futebol, voleibol, basquete e handebol
(NEVES, 2010).
4.4 Voleibol de praia
O vôlei de praia é jogado em duplas ou quarteto, vence a partida o time que
alcançar primeiro 21 pontos. Surgiu a partir de adequações do vôlei de quadra, desta-
cando assim algumas semelhanças, no qual os fundamentos permanecem os mesmos,
porém alguns são realizados de formas distintas, obtendo suas particularidades (BOR-
BA; MUNIZ, 2017).
Posteriormente, conforme sua evolução, iniciou-se a aplicação de periodiza-
ção, visando proporcionar uma resposta mais adequada para o condicionamento físico
do voleibolista de dupla na areia (MARQUES JUNIOR, 2009).
O estudo de Sebastia-Amat et al. (2020) avaliou a ecácia de um programa de
treinamento de equilíbrio, durante 12 semanas, em seis jogadores de vôlei de praia
masculinos. Os resultados do estudo mostraram melhor controle postural estático e
monopedais não dominantes. Em jogadores de vôlei de praia, um programa de treino
de equilíbrio é ecaz para os jogadores que almejam desenvolver equilíbrio durante
os campeonatos.
Um total de 16 participantes, no estudo de Ahmadi et al. (2021), foram divi-
didos aleatoriamente em um grupo de superfície de areia (n=8) e grupo de superfície
rígida (n=9). Ambos os grupos completaram rotinas iguais de treinamento de voleibol.
Foi observada interação signicativa para resistência cardiorrespiratória, e para o tipo
de superfície é viável mencionar que, com base nas necessidades individuais dos atle-
tas, os praticantes podem prescrever um tipo que melhor preferir.
4.5 Futebol de areia:
A história do futebol de areia está muito ligada à praia de Copacabana, no Rio
de Janeiro, em 1927, o horário do serviço de salvamento se estendia às 11 da manhã
e ainda assim não dava conta da crescente população que demandava os banhos. No
rastro dessa inexão, ganharam importância os divertimentos sobre as areias, espe-
107
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
cialmente os jogos esportivos. Por esse ano, já se praticavam em Copacabana o “foot-
-ball”, o “voley-ball” e a peteca (DONADIO, 2011).
O futebol de areia é uma junção do futebol de campo e o futsal, com o objetivo
de marcar um gol na meta do time adversário, a principal diferença é a areia que faz
com o que a bola seja jogada muito pelo alto e tenha variações quando tocada no solo
por ser um ambiente irregular. Esse esporte é jogado por 4 jogadores na linha e 1 go-
leiro, podendo haver até 5 reservas para cada time.
A literatura expõe que o treinamento pliométrico na areia é ecaz, trazendo
melhorias nas valências físicas, principalmente na potência e velocidade (SIERPINSKI
et al., 2021). Dessa forma, investir em treinos pliométricos pode ser um caminho viável
para a evolução das jogadoras.
O menor impacto no sistema musculoesquelético induzido pelo exercício plio-
métrico na areia em comparação com uma superfície rme pode ser útil para reduzir o
estresse de períodos de treinamento intenso ou durante a reabilitação de lesões, visto
que o treinamento pliométrico na areia melhorou a capacidade de salto e corrida e
induziu menos dor muscular nos jogadores de futebol, segundo os achados de Impe-
llizzeri et al. (2008).
Os achados de Fazolo et al. (2005) em um estudo sobre a dermatoglia e a so-
matotipologia com os jogadores da seleção brasileira, armam que o beach soccer neces-
sita de níveis ótimos de resistência de velocidade e coordenação, e que a potência pura,
assim como a velocidade, são características complementares e importantes, que têm
na coordenação um mediador e, no que se refere ao aspecto morfológico, evidencia-se
a prevalência do componente morfológico.
4.6 Handebol de areia:
O handebol de areia é jogado com 4 atletas de linha e 1 goleiro, a quadra tem
12 metros de largura por 27 de comprimento. É permitido segurar por 3 segundos a
bola a cada jogador e ela pode car na areia por esse mesmo período, ainda podem
dar três passos e quicar ou rolar a bola sobre a areia. Há diversas pontuações que di-
ferenciam o handebol de areia para a quadra, como o vencedor de cada período, gols
criativos, do goleiro, do tiro de 6 metros, que valem mais pontos.
O handebol de praia é um tipo de esporte relativamente novo, derivado do
handebol coletivo (ACHENBACH et al., 2018), e recente caracterizado por ações defen-
sivas e ofensivas em uma superfície de areia (MARTÍNEZ-RODRÍGUEZ et al., 2021).
Esse esporte é, também, caracterizado por esforços de alta e baixa intensidade em uma
superfície instável (LEMOS et al., 2021).
108
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
A composição corporal é fundamental no desempenho esportivo, para tal, os
jogadores de handebol de areia devem ser treinados para melhorar sua composição
corporal, como forma de aprimorar sua performance em quadra (MARTÍNEZ-RO-
DRÍGUEZ et al., 2021). Além disso, as habilidades físicas que precisam ser desenvolvi-
das ao longo dos anos de preparação dos jogadores de handebol de praia de alto nível
são: salto horizontal, agilidade, velocidade, força de pressão manual e habilidades es-
pecícas de arremesso (LEMOS et al., 2021).
No handebol de areia nota-se, pelo desempenho dos jogadores, que o solo
pode dicultar o drible e pode reetir diretamente nas interações entre os jogadores
(SILVA; MENEZES, 2018). Nesse caso, cabe aos treinadores, criarem estratégias para
fortalecer o vínculo social e melhor o drible.
No que se refere a lesões, o handebol de praia parece ter menor incidência de
lesões comparado com o handebol de quadra. Contudo, se faz necessário o desenvol-
vimento de estratégias de prevenção de lesões neste esporte que devem se concentrar
em coxas, tornozelos, pés e dedos dos pés (ACHENBACH et al., 2018).
5 FORÇAS E LIMITAÇÕES
O esporte precisa ser uma prática de fácil acesso e que está se desenvolvendo
devido ao esforço da educação física acabar com a inatividade física da população.
Diante disso, a presente pesquisa abordou sobre seis esportes de areia mais conheci-
dos, ressaltando os benefícios encontrados através de pesquisas experimentais, permi-
tindo enxergar o esporte de areia como auxiliar nos benefícios do público heterogêneo.
A limitação do estudo está na carência de artigos cientícos com análise no
mesmo objetivo do atual estudo, uma vez que, embora o assunto seja atrativo, essas
modalidades nem sempre cam postas como ferramenta auxiliar de primeira linha,
isso se deu devido a busca dos materiais, por apenas três plataformas, reduzindo as
chances de citar outros artigos sobre essa linha de pesquisa.
6 CONCLUSÃO
Conclui-se que a literatura cientíca traz sobre os esportes de areia de maneira
inepta, onde as informações sobre cada esporte foram insucientes. Todavia, os estu-
dos encontrados mostraram grandes benefícios para o praticante, sendo eles: siológi-
cos (redução da pressão arterial, diminuição da composição corporal e melhora na re-
sistência cardiorrespiratória), motores (equilíbrio, potência, velocidade, coordenação,
agilidade e impulsão) e sociais (interação interpessoal). Assim como, foi ressaltado os
efeitos imediatos como a diversão e descontração. Diante disso, compreende-se que a
109
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
escola, no ponto de vista de esportes, é uma forte aliada para incentivar os alunos a
conhecerem os esportes de areia e seus benefícios.
Em relação a lesões, viu-se que as articulações e a coluna foram as mais cita-
das, contudo, mesmo que o impacto na areia encontra-se como um fator protetor para
não causar rupturas, se faz necessário criar estratégias de prevenção de lesões para os
atletas de areia.
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Lilian da Silva Cava
ASPECTOS QUE INFLUENCIAM NA
MOTIVAÇÃO E ADERÊNCIA DAS
PESSOAS AO HIGH-INTENSITY
FUNCTIONAL TRAINING: UMA
REVISÃO TEÓRICA
CAPÍTULO 13
114
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
RESUMO
Objetivo: Investigar e entender os aspectos que inuenciam na motivação
e aderência dos praticantes de HIFT. Metodologia: Este estudo foi com-
posto de uma revisão de literatura e utilizou-se das plataformas: PubMed, EBSCO, Co-
chrane Library e Google Scholar onde foram captados os artigos publicados em qualquer
idioma, independente do ano publicado. Para tal, foi selecionado os descritores que
nortearam a seleção do material. Resultados e Discussão: Para a presente pesquisa,
separou a temática em dois tópicos: 1) HIFT e motivação como fator para aderência
e 2) Barreiras para a prática regular no HIFT. Conclusão: A motivação intrínseca é o
aspecto mais importante para a aderência dos praticantes de HIFT. Entretanto, a mo-
tivação extrínseca entra como um fator inuenciável para fortalecer a adesão, por isso
deve-se buscar e pensar em estratégias para crescer a consideração nessa modalidade,
da qual atribui diversos benefícios ao praticante.
Palavras-chave: HIFT; Motivação; Aderência.
1 INTRODUÇÃO
O programa de condicionamento físico chamado “High-Intensity Functional
Training” (HIFT), traduzido como “Treinamento Funcional de Alta Intensidade”, no
qual foi criado em 1996 pelo Greg Glassman, de Santa Cruz, Califórnia, EUA. É possí-
vel confundir o HIFT com o “CrossFit®”, contudo, é considerável salientar que Cross-
Fit® é uma empresa fundada em 2000 e atualmente existem mais de 11 mil academias
aliadas em todo o mundo (OCAP, 2022). Diante disso, um treino só pode ser descrito
como CrossFit® se for executado pela CrossFit Inc., ou por um grupo licenciado pela
CrossFit Inc. Assim, a comunidade cientíca tem adotado outros termos, incluindo o
HIFT (DOMINSKI, TIBANA; ANDRADE, 2022).
O HIFT é um programa central de força e condicionamento. A modalidade
vem ganhando uma visibilidade e aceitação muito sólida no mundo todo de modo que
anualmente são realizados eventos, onde são reunidos os melhores atletas do mundo
(PAINE, UPTGRAFT; WYLIE, 2010)
Os exercícios abordados no HIFT são movimentos funcionais, com uma inten-
sidade alta e com muitas variações, e que a capacidade de correr por longas distân-
cias, levantar cargas altas e resistir a muitas repetições é mais interessante para este
programa de treinamento do que os treinamentos especícos, como, por exemplo, a
musculação (GLASSMAN, 2007).
Além disso, o mesmo autor menciona que o HIFT é conduzido por uma meto-
dologia empírica e por este fato é clinicamente testado e o produto “nal” destes testes
115
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
que são observados e mensurados (os dados) são desenvolvidos de forma prática pe-
los treinadores e atletas que seguem este método de treinamento, ou seja, a comunida-
de. Tende a mostrar um modelo de condicionamento físico abrangente, generalizado e
inclusivo (GLASSMAN, 2007).
Segundo Glassman (2002) o HIFT foi desenvolvido para tornar o indivíduo
competente em todas as atividades físicas do dia a dia, aprimorando suas valências
físicas, são elas: capacidade aeróbica, força e resistência muscular, exibilidade, velo-
cidade, coordenação, precisão, agilidade, equilíbrio e potência.
Com isso, os atletas que praticam HIFT são submetidos ao programa de trei-
namento para que atuem de forma ecaz e íntegra em desaos diversos e aleatórios,
consequentemente realizando-os com sucesso. Sendo assim, é importante abordar a
motivação e a paixão pela prática esportiva.
O termo motivação vem no verbo latino movere que signica mover, no dicio-
nário da língua portuguesa motivação signica o conjunto de fatores que determinam
a atividade às condutas individuais (LUCKWU; GUZMÁN, 2008), deste modo, os in-
divíduos são motivados a todo instante, tanto por fatores internos quanto por fatores
externos. Machado (1997) também nos diz que a motivação é o estado emocional que
faz com que o indivíduo esteja concentrado e interessado em algo, ou seja, motivação
é um fator biológico e cognitivo, que exerce uma função importante nas ações do indi-
víduo, pois, no seu dia a dia em tudo que ele faz há inuência da motivação.
Segundo Gagné e Deci (2005) na teoria da autodeterminação a motivação in-
trínseca envolve pessoas fazendo uma atividade, porque elas acham interessante tal
atividade e sentem satisfação espontânea no seu desempenho. Motivação extrínseca,
ao contrário, exige uma instrumentalidade entre a atividade e algumas consequências
separáveis, como recompensas tangíveis ou verbais. A satisfação não vem da ativida-
de em si, mas sim das consequências extrínsecas produzidas pela atividade.
Portanto, evidentemente, pelo crescimento do HIFT, muitos indivíduos estão
aderindo a esta atividade, surgindo, nesse caso, a necessidade de tentar entender quais
os motivos das pessoas buscarem este esporte e suas motivações a eles.
Com base nisso, o presente estudo tem o objetivo de investigar e entender os
aspectos que inuenciam na motivação e aderência dos praticantes de HIFT.
2 METODOLOGIA
Este estudo foi composto de uma revisão de literatura e utilizou-se das pla-
taformas: PubMed, EBSCO, Cochrane Library e Google Scholar onde foram captados os
artigos publicados em qualquer idioma, independente do ano publicado.
116
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
Para tanto os descritores, que nortearam a seleção do material foram: “Cross-
t”; “HIFT”; “HIFT e motivação”; “HIFT e aderência”; “HIFT e vínculo social”, “HIFT
e autonomia” e “HIFT e competência”.
Como critério de inclusão, foram aceitos os artigos e sites de organização/
sociedades que apresentavam texto completo, abordando somente a população que
realizou HIFT. Foram excluídos os artigos que apresentavam somente o resumo e os
que não se relacionam com a temática da presente pesquisa.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 HIFT e motivação como fator para aderência:
A falta de motivação é uma das causas pelas quais a população se encontra
inativa sicamente (BALBINOTTI et al., 2011). Na teoria da autodeterminação pode-
mos entender que às necessidades psicológicas básicas. As necessidades, segundo Deci
e Ryan (2008), nascem com o indivíduo, reetindo a capacidade de regular as suas
próprias escolhas e tomar iniciativas (autonomia), a capacidade de interagir com uma
tarefa, sentindo conança em realizá-la (competência), além da integração, sentindo-se
parte de um determinado grupo (relacionamento).
Para exercícios físicos não se pensa diferente. Dominski et al. (2020) encontrou
que a maioria dos motivos foi caracterizada por formas autônomas para a prática re-
gular do HIFT. Assim como, notou que aqueles que participaram do treinamento de
HIFT menos de duas vezes por semana apresentaram níveis mais baixos de necessida-
des psicológicas em comparação com aqueles que participaram mais de três vezes por
semana. Isto é, aqueles que treinaram com mais frequência pontuam mais alto para as
motivações intrínsecas (prazer, desao e competição) e aqueles que treinaram menos
dias por semana apresentaram os níveis mais altos para componentes motivacionais
extrínsecos (DOMINSKI et al., 2020).
Diante disso, vemos a importância da psicologia nesse contexto. Temas da
psicologia do exercício entram a motivação, adesão, autoestima, atenção, bem-estar,
consciência corporal, vício em exercícios, esforço, humor, ansiedade, prazer, persona-
lidade, competência, satisfação com a imagem corporal e saúde mental (DOMINSKI,
2021).
Sujeitos que praticam variações de exercícios apresentaram maiores níveis de
motivação ao longo do programa de treinamento. Isto é, mudar regularmente a sele-
ção de exercícios pode ajudar a aumentar a adesão ao treino naqueles que não têm mo-
tivação para treinar (BAZ-VALLE et al., 2019). Além do mais, em outras perspectivas,
117
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
segundo os achados de Oliveira et al. (2021), observou que a inuência de outras pes-
soas e das redes sociais como motivadores para o início da prática desta modalidade
é fundamental.
O desempenho nos treinamentos do HIFT depende do senso de pertencimento
dos participantes, e podem ser determinados por fatores motivacionais. Os resultados
de Souza et al. (2021) revelam que a motivação interna se mostrou um fator importante
para aderir e continuar na modalidade.
Prochnow et al. (2022) nos relata que indivíduos envolvidos em uma comuni-
dade tness (vínculo social) mostram uma maior adesão à atividade física, possivel-
mente inuenciado pelo apoio social. O mesmo estudo menciona que a inclusão em
uma comunidade de tness, como o HIFT, diminui a intimidação ao exercício, onde o
prazer de participação e o apoio aumentam, com isso a sensação de realização. Indiví-
duos envolvidos em grupo também relatam um aumento na coesão social e habilida-
des de comunicação interpessoal, redução da ansiedade, bem como melhores conheci-
mentos e atitudes em relação ao exercício físico (PROCHNOW et al., 2022).
Segundo Sibley et al. (2017), há razões para acreditar que o ambiente de exer-
cícios especícos do HIFT proporciona uma experiência que satisfaz as necessidades
psicológicas básicas dos participantes. Os treinos do HIFT incorporam muitos elemen-
tos de alta habilidade, sendo eles: levantamento de peso olímpico e ginástica, e os par-
ticipantes que se exercitam em um box de HIFT recebem instruções e feedbacks sobre
esses movimentos durante as aulas. Além disso, os treinos são realizados em um nível
de alta intensidade.
Em contrapartida, Heinrich et al. (2014) nos traz que a intensidade do HIFT é
auto selecionada pelos participantes, ou seja, existe uma maior tolerância especialmen-
te para indivíduos anteriormente sedentários. Nesse caso, entende-se que o praticante
pode optar por intensidade leve a vigorosa, isso pensando de acordo com a autonomia
e competência. Posteriormente, ele irá perceber que seu condicionamento físico evo-
luiu e os fatores negativos se mostraram menores com o passar do tempo de prática
(LINO, OLIVEIRA; RIBEIRO, 2020).
O participante típico (praticante a mais de seis meses) do HIFT apresenta ní-
veis mais altos de motivações intrínsecas (prazer, desao e aliação) que podem in-
centivar uma maior adesão em comparação com motivos extrínsecos (aparência ou
composição corporal). Além disso, muitos participantes também podem atingir seu
objetivo e/ou adaptar às demandas cognitivas (memorizar o treino, entender a técni-
ca dos movimentos envolvidos, calcular cargas, entre outros) e socais de uma forma
autorregulada que, automaticamente, induz melhorias na adesão ao exercício (PRO-
CHNOW et al., 2022).
118
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
Diante das evidências expostas na presente pesquisa, capta-se que o HIFT pro-
duz efeito positivo no perl do estado de humor dos praticantes. Para essa nalidade,
se faz necessário os professores de HIFT estarem cientes sobre “motivação”, “motiva-
ção extrínseca” e “motivação intrínseca” e como esses podem estimular os alunos para
viver uma vida ativa com segurança e disposição.
3.2 Barreiras para a prática regular no HIFT:
Como o HIFT exige um esforço elevado, mesmo para iniciantes, esse pode ser
um fator de desistência. A tensão e fadiga geram valores altos nos praticantes de HIFT,
de acordo com os achados de Lino, Oliveira e Ribeiro (2020).
Ademais, vê-se que o tratamento de doenças pregressas (devido aos medica-
mentos de uso contínuo) e as limitações físicas (como por exemplo: falta de coorde-
nação motora) foram os fatores considerados como barreira para a continuidade no
esporte (OLIVEIRA et al., 2021).
Heinrich et al. (2014) encontrou algumas preocupações, onde o potencial de
instrução, para alguns sujeitos, é insuciente em métodos HIFT. Para tal, é necessário
orientar com cautela a progressão de treinamento e monitorar participantes para over-
training ou lesões.
Embora existam achados cientícos que discordam sobre lesões com alto índi-
ce no HIFT (DOMINSKI, 2018), alunos ainda consideram como risco futuros e por isso
desistem da modalidade (OLIVEIRA et al., 2021).
Com base nos achados, do atual estudo, nota-se que algumas preocupações
assolam o mundo do HIFT, no qual a lesão ao realizar os exercícios pode gerar desis-
tência por parte dos praticantes, aumentando, consequentemente, as chances de inati-
vidade física.
O aluno não se sentir seguro no ambiente, é um dos motivos para desistências.
Por isso, volta-se para o tópico principal: a motivação. De acordo com Sibley e Berg-
man (2017), os professores do HIFT têm o poder de instruir os movimentos corretos,
afastando o medo do aluno, bem como pode enfatizar, por meio de metas, o foco no
aprendizado de habilidades novas e melhora na saúde física e mental.
4 CONCLUSÃO
Conclui-se que a motivação intrínseca é o aspecto mais importante para a ade-
rência dos praticantes de HIFT. Ser desaado e se sentir competente ao realizar uma
tarefa fornece prazer para a prática e isso aumenta as chances de aderência nessa co-
munidade. Entretanto, a motivação extrínseca entra como um fator inuenciável para
119
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
fortalecer a adesão, por isso deve-se buscar e pensar em estratégias para crescer a con-
sideração nessa modalidade, da qual atribui diversos benefícios ao praticante.
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121
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
A
Atividade 14, 15, 16, 18, 19, 22, 23, 26, 28,
30, 31, 34, 35, 36, 44, 45, 48, 52, 56,
57, 64, 65, 73, 74, 76, 77, 78, 79, 80,
82, 91, 93, 96, 100, 101, 103, 113, 115,
117
B
Benefícios 18, 19, 22, 23, 26, 41, 44, 45, 48,
49, 70, 76, 77, 80, 82, 84, 85, 86, 91,
92, 100, 101, 102, 106, 107, 109, 112,
117
D
Direitos 6
E
Educação 19, 42, 50, 52, 53, 55, 56, 57, 58,
60, 61, 65, 66, 80, 81, 82, 107, 108,
109, 118
Estudo 14, 15, 17, 18, 22, 23, 24, 26, 27,
31, 32, 33, 34, 35, 38, 39, 41, 45, 47,
53, 55, 56, 57, 60, 61, 63, 65, 66, 70,
72, 73, 76, 77, 78, 79, 80, 82, 84, 85,
90, 91, 95, 96, 100, 101, 102, 104, 105,
106, 112, 113, 115, 116, 117
Exercício 28, 30, 35, 42, 49, 81, 82, 90, 91,
92, 93, 96, 97, 118
F
Fins 2
Física 14, 19, 22, 36, 42, 50, 52, 53, 54, 55,
56, 57, 58, 60, 61, 65, 66, 70, 71, 80,
81, 82, 91, 107, 108, 109, 117
M
Motivação 60, 61, 66, 70, 73, 77, 78, 79,
80, 92, 112, 113, 114, 115, 116
Mulheres 16, 24, 25, 26, 27, 28, 30, 31, 32,
33, 34, 35, 36, 39, 42, 65, 70, 71, 73,
82, 90
Musculação 33, 34, 36, 57, 70, 71, 72, 74,
76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 112
P
Pesquisa 15, 16, 17, 18, 22, 23, 24, 25, 34,
38, 39, 41, 44, 45, 48, 49, 52, 53, 54,
57, 61, 64, 65, 70, 71, 72, 73, 74, 77,
78, 90, 91, 100, 101, 103, 106, 112,
114, 116
Prática 14, 15, 16, 18, 22, 23, 25, 26, 27, 28,
30, 31, 34, 35, 45, 48, 50, 56, 65, 70,
72, 73, 74, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82,
84, 85, 86, 90, 92, 94, 100, 101, 102,
103, 104, 106, 108, 109, 112, 113, 114,
115, 116, 117, 118
Q
Qualidade 4, 15, 23, 26, 27, 28, 35, 36, 38,
39, 41, 42, 52, 56, 70, 74, 79, 80, 81,
82, 84, 86, 90, 91, 94, 102, 109
R
Resultados 14, 17, 22, 23, 26, 27, 32, 34,
35, 38, 41, 42, 48, 52, 54, 56, 65, 66,
72, 79, 80, 92, 93, 95, 101, 102, 103,
104, 115
S
Sarcopenia 90, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97
Saúde 14, 17, 18, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28,
30, 34, 35, 38, 41, 42, 44, 47, 48, 49,
52, 53, 55, 56, 57, 60, 61, 70, 72, 73,
76, 77, 78, 79, 80, 81, 84, 85, 87, 90,
91, 95, 100, 101, 104, 114, 116
T
Treinamento 25, 38, 39, 41, 42, 76, 77, 78,
80, 81, 90, 92, 93, 94, 95, 96, 100, 101,
104, 105, 109, 112, 113, 114, 116, 118
V
Vida 15, 17, 18, 23, 26, 27, 28, 30, 31, 33,
34, 35, 36, 38, 39, 41, 42, 48, 49, 52,
53, 55, 56, 57, 58, 64, 70, 71, 74, 77,
79, 82, 84, 86, 90, 91, 92, 102, 109, 116
ÍNDICE REMISSIVO
122
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
NOTA DOS AUTORES
Confessamos, fazer esse E-Book não foi fácil. Tivemos que fazer várias recusas
para que os acadêmicos escrevessem os trabalhos e enviassem-nos.
Além disso, lidamos com algo novo. É nossa primeira coletânea, certamente
a incerteza estava presente em todos os momentos dessa ideia. Dúvidas como: Será
que estará atrativo para os pesquisadores iniciantes da educação física? Será que os
capítulos irão inuenciar no estudo dos estudantes? Será que impactará na carreira
prossional desses autores?
Com isso, compreendemos que esse projeto é o verdadeiro signicado de
“Equipe”. Os acadêmicos de educação física da Univille (autores dos capítulos) ves-
tiram a camisa e embarcaram nessa ideia ousada e cheia de esperança para o futuro.
123
EDUCAÇÃO FÍSICA É CIÊNCIA: DA GRADUAÇÃO PARA UMA ATUAÇÃO CONSOLIDADA
SOBRE OS ORGANIZADORES
Pedro Jorge Cortes Morales
Natural de São Borja, Rio Grande do Sul. Pela prática do voleibol chegou em
Joinville, Santa Catarina, em 1980, no qual reside até o momento. O esporte sempre
esteve presente em sua vida, onde passou desde as categorias inferiores até o pros-
sional, bem como no master.
Formado em Educação Física pela Universidade da Região de Joinville - UNI-
VILLE. Realizou mestrado em Educação Física na Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC), sob orientação do professor Doutor Markus Vinicius Nahas. Poste-
riormente, realizou o doutorado em Ciências da Educação pela Universidade de Jaén -
Espanha, com dupla titulação da Universidade Autônoma de Assunção, Paraguai, sob
a orientação do professor Doutor Tomás Jesus Campoy Aranda. Assim como, doutora-
do em Saúde e Meio Ambiente pela Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE
sob orientação do professor Doutor Gilmar Sidnei Erzinger.
Criou em 2008 e coordena o Grupo de Pesquisa em Movimento – GPEM. É
professor do Curso de Educação Física da Universidade da Região de Joinville - UNI-
VILLE desde 1995 e professor do Município de Joinville, lotado na Secretaria de Cul-
tura e Turismo na Casa da Cultura de Joinville/Escola Municipal de Ballet também
desde 1995.
Estar no curso de Educação Física oportunizou a participação como conselhei-
ro do Conselho Estadual de Desportos de Santa Catarina - CED, por 11 anos; como
conselheiro do Conselho Regional de Educação Física - CREFSC, por 10 anos e atual-
mente como Delegado Adjunto da Federação Internacional de Educação Física - FIEPS
- Santa Catarina/Brasil. Em 2022 publicou, ao lado da acadêmica Eduarda de Jesus,
o E-Book: “Como estruturar um artigo cientíco?” e o Livro: “Movimento e Saúde:
aliados à ciência”.
124
Pedro Jorge Cortes Morales, Eduarda Eugenia Dias de Jesus
(Orgs)
Eduarda Eugenia Dias de Jesus
Nasceu e mora em Joinville, Santa Catarina. Atualmente, é acadêmica do curso
de Educação Física da Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE). Despertou
uma paixão pelos conhecimentos que a ciência oferece em 2019, por isso, em 2020
tornou-se integrante do Grupo de Pesquisa em Movimento (GPEM), coordenado pelo
professor Pedro Jorge Cortes Morales, envolvendo-se com linhas de pesquisas relacio-
nadas principalmente nos seguintes temas: atividade física e saúde.
Atualmente, possui mais de 30 publicações cientícas, contando com artigos
cientícos e capítulos de livros. Tem experiência com organização de eventos cientí-
cos, e, desde 2019, com natação infantil como estagiária remunerada e extensionista
voluntária na mesma universidade. Participa, atualmente, do projeto de extensão Cen-
tro de Atividades Físicas (CAF), como bolsista, contribuindo na parte administrativa
do projeto. Foi monitora na disciplina de Esportes Aquáticos (2020) e na disciplina de
Cinesiologia e Biomecânica (2021), no qual orientou e aplicou atividades avaliativas
(teóricas e práticas) para os acadêmicos do curso de Educação Física da Univille.
Em 2022 publicou, ao lado do professor Pedro Morales, o E-Book: “Como es-
truturar um artigo cientíco?” e o Livro: “Movimento e Saúde: aliados à ciência”.
RFB Editora
Home Page: www.rfbeditora.com
Email: adm@rfbeditora.com
WhatsApp: 91 98885-7730
CNPJ: 39.242.488/0001-07
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