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Gestão curricular inclusiva e formação de professores do 2.º Ciclo do Ensino Básico em Portugal: Perceções de coordenadores de cursos de formação inicial

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Abstract

RESUMO O presente artigo incide num estudo sobre perceções dos coordenadores de cursos de formação inicial de professores do 2.º Ciclo do Ensino Básico (CEB), em particular sobre a forma como os cursos que coordenam preparam os futuros professores para o trabalho com alunos que evidenciam dificuldades de aprendizagem e necessitam de medidas de educação inclusiva. A questão formulada-De que modo coordenadores de cursos de formação inicial de professores do 2.º CEB percecionam a diferenciação curricular e pedagógica em função do trabalho com alunos que necessitam de um apoio pedagógico específico?-faz parte de um projeto de investigação mais amplo, sendo apresentados, neste texto, os resultados de um estudo empírico de natureza qualitativa. Os dados foram recolhidos através de inquérito por entrevista, realizado a coordenadores (n=5) de cursos de ensino superior português público (quatro universidades e um instituto politécnico). Os resultados evidenciam que os coordenadores em estudo identificam um processo de melhoria na formação inicial de professores e na área específica da gestão curricular baseada na diversidade, que envolve alunos com dificuldades de aprendizagem ou incapacidades, pelo que as suas conceções se revelam favoráveis à relevância da inclusão, ancorada numa revisão mais abrangente da formação inicial de professores. Palavras-chave: Diversidade; Formação de professores; Gestão curricular; Inclusão 1. INTRODUÇÃO A composição dos cursos de formação inicial revela-se particularmente pertinente, na medida em que se verifica uma significativa relação entre a formação recebida e o desenvolvimento de práticas docentes mais inclusivas (Marcos et al., 2019). Pegalajar e Colmenero (2017) sublinham que "o sucesso do trabalho com alunos com necessidades educativas depende de
Revista Portuguesa de Educação, 35(1), 310-330. http://doi.org/10.21814/rpe.21952
Gestão curricular inclusiva e formação
de professores do 2.º Ciclo do Ensino
Básico em Portugal: Perceções
de coordenadores de cursos
de formação inicial
RESUMO
O presente artigo incide num estudo sobre perceções dos coordenadores de
cursos de formação inicial de professores do 2.º Ciclo do Ensino Básico (CEB),
em particular sobre a forma como os cursos que coordenam preparam os
futuros professores para o trabalho com alunos que evidenciam diculdades
de aprendizagem e necessitam de medidas de educação inclusiva. A questão
formulada De que modo coordenadores de cursos de formação inicial de
professores do 2.º CEB percecionam a diferenciação curricular e pedagógica
em função do trabalho com alunos que necessitam de um apoio pedagógico
especíco? – faz parte de um projeto de investigação mais amplo, sendo
apresentados, neste texto, os resultados de um estudo empírico de natureza
qualitativa. Os dados foram recolhidos através de inquérito por entrevista,
realizado a coordenadores (n=5) de cursos de ensino superior português
público (quatro universidades e um instituto politécnico). Os resultados
evidenciam que os coordenadores em estudo identicam um processo de
melhoria na formação inicial de professores e na área especíca da gestão
curricular baseada na diversidade, que envolve alunos com diculdades de
aprendizagem ou incapacidades, pelo que as suas conceções se revelam
favoráveis à relevância da inclusão, ancorada numa revisão mais abrangente
da formação inicial de professores.
Palavras-chave: Diversidade; Formação de professores;
Gestão curricular; Inclusão
1. INTRODUÇÃO
A composição dos cursos de formação inicial revela-se particularmente
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Helena Inês i
Agrupamento de Escolas
4 de Outubro, Portugal
Filipa Seabra ii
Universidade Aberta,
Portugal
José Augusto Pacheco iii
Universidade do Minho,
Portugal
Revista
Portuguesa
de Educação
Gestão curricular inclusiva e formação de professores do 2.º Ciclo do Ensino Básico 311
Revista Portuguesa de Educação, 35(1), 310-330. http://doi.org/10.21814/rpe.21952
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apropriados” (p. 84)1.
Neste sentido, o estudo das perceções de coordenadores de formação
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coordenadores de cursos do ensino superior responsáveis pela formação ini-
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cursos e preparam os formandos para dar resposta a todos os alunos, e parti-
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analisamos os resultados, tendo em atenção o quadro teórico-conceptual e a
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2. GESTÃO CURRICULAR INCLUSIVA E FORMAÇÃO DOCENTE
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adequada a todos os alunos e potenciadora da equidade e do sucesso de cada
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partir de perspetivas que confrontam o modo mais autónomo de adequar o cur-
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1. Tradução dos autores do
artigo (original em espanhol).
Gestão curricular inclusiva e formação de professores do 2.º Ciclo do Ensino Básico 312
Revista Portuguesa de Educação, 35(1), 310-330. http://doi.org/10.21814/rpe.21952

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   
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
2. Alunos entre 10 e 12 anos,
sensivelmente.
Gestão curricular inclusiva e formação de professores do 2.º Ciclo do Ensino Básico 313
Revista Portuguesa de Educação, 35(1), 310-330. http://doi.org/10.21814/rpe.21952
-
   
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        
2018) consideram que a formação de professores deve ser questionada, face
aos papéis esperados do professor, defendendo a sua revisão e qualidade, de

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-

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
          -
    
       

         
sido considerada um mecanismo indispensável de promoção da equidade e


 -
-

isso, é fundamental estudar as perceções dos coordenadores de formação de

educação inclusivas são prioritárias.
3. METODOLOGIA
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Gestão curricular inclusiva e formação de professores do 2.º Ciclo do Ensino Básico 314
Revista Portuguesa de Educação, 35(1), 310-330. http://doi.org/10.21814/rpe.21952
professores, no sentido de dar resposta a todos os alunos, e nomeadamente

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instituições de ensino superior diferentes, que responderam favoravelmen-
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
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Gestão curricular inclusiva e formação de professores do 2.º Ciclo do Ensino Básico 315
Revista Portuguesa de Educação, 35(1), 310-330. http://doi.org/10.21814/rpe.21952
          
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-
         
        

4. PERCEÇÕES DE COORDENADORES DE CURSOS DE FORMAÇÃO
INICIAL: APRESENTÃO DE RESULTADOS
         

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ção inicial;
-

    -
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Quadro 1
Categorização da Entrevista a Coordenadores de Cursos de Formação Inicial
de Professores de 2.º CEB
Fonte: Inês, 2021.
Entrevista a coordenadores de cursos de formação docente inicial de professores de 2.º CEB
Identicação
codicada
Categorias Subcategorias Indicadores
A - Experiências
relativas à denição
de planos de estudos
de formação inicial
Informações referentes a:
A1 - Práticas conducentes à deni-
ção de cursos de formação inicial
A2 - Constrangimentos
Descrição de processos de denição de cursos de forma-
ção inicial e de unidades ou conteúdos curriculares liga-
dos às diculdades de aprendizagem ou incapacidades
Enumeração de constrangimentos sentidos na denição
de cursos de formação inicial e de unidades ou conteúdos
curriculares ligados às diculdades de aprendizagem ou
incapacidades.
B - Perceções e
opiniões dos
coordenadores
quanto à formação
inicial de professores
de 2.º CEB
Informações referentes a:
B1 - Perceção e opinião do entre-
vistado acerca da necessidade de
revisão da formação inicial, nomea-
damente no âmbito da educação
inclusiva.
B2 - Necessidades sentidas pelos
estudantes no âmbito da temática
da educação inclusiva.
Recolha da opinião sobre a pertinência da revisão da for-
mação inicial
Enumeração de necessidades de formação referidas pelos
estudantes dos cursos de formação inicial no âmbito da
temática da educação inclusiva
Gestão curricular inclusiva e formação de professores do 2.º Ciclo do Ensino Básico 316
Revista Portuguesa de Educação, 35(1), 310-330. http://doi.org/10.21814/rpe.21952
-
-

A - EXPERIÊNCIAS RELATIVAS À DEFINIÇÃO DE PLANOS DE
ESTUDOS DE FORMAÇÃO INICIAL
A1 - PRÁTICAS CONDUCENTES À DEFINIÇÃO DE CURSOS DE
FORMAÇÃO INICIAL
          
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
        -
       
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
-

          


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
Não, não. Isso está fora de questão [retirar a unidade curricular].

A continuidade da estrutura curricular, ou a necessidade da sua altera-

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
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
Gestão curricular inclusiva e formação de professores do 2.º Ciclo do Ensino Básico 317
Revista Portuguesa de Educação, 35(1), 310-330. http://doi.org/10.21814/rpe.21952
       
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-
car esta cadeira, no nosso entendimento, e depois, quando se criou

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

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
A periodicidade de revisão dos planos de estudos era variável, sub-

         
  
-


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
A2 - CONSTRANGIMENTOS
Nesta resposta, dois dos coordenadores focaram aspetos que consideram

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3. A Agência de Avaliação e
Acreditação do Ensino Superior
(A3ES), instituída pelo Estado
através do Decreto-Lei n.º
369/2007, de 5 de novembro,
é independente no exercício
das suas competências, com
a incubência de acreditar os
cursos de formação em todos
os ciclos (graduação e pós-
graduação). Visa “proporcionar
a melhoria da qualidade do
desempenho das instituições
de ensino superior e dos seus
ciclos de estudos e garantir o
cumprimento dos requisitos
básicos do seu reconhecimento
ocial” (https://www.a3es.pt/
pt/o-que-e-a3es/objetivos).
Gestão curricular inclusiva e formação de professores do 2.º Ciclo do Ensino Básico 318
Revista Portuguesa de Educação, 35(1), 310-330. http://doi.org/10.21814/rpe.21952

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a formação que está a ser dada neste tipo de mestrado é ao mesmo
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
B - PERCEÇÕES E OPINIÕES DOS COORDENADORES QUANTO À
FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE 2.º CEB
B1 - PERCEÇÃO E OPINIÃO DO ENTREVISTADO ACERCA DA
NECESSIDADE DE REVISÃO DA FORMAÇÃO

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Gestão curricular inclusiva e formação de professores do 2.º Ciclo do Ensino Básico 319
Revista Portuguesa de Educação, 35(1), 310-330. http://doi.org/10.21814/rpe.21952
Porém, as perceções incidiram em pontos diferentes, em relação aos
          -
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Educação Básica considerou que o reforço da estrutura curricular poderia in-
cidir na área da docência e, posteriormente, no mestrado em ensino, nas áreas
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ser ter uma maior preocupação com a formação destes alunos em
  
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Gestão curricular inclusiva e formação de professores do 2.º Ciclo do Ensino Básico 320
Revista Portuguesa de Educação, 35(1), 310-330. http://doi.org/10.21814/rpe.21952
-
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é que eles não têm sustentabilidade para atuar com esses alunos.
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Ainda a mesma coordenadora questionou o conceito de inclusão e os
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no fundo da sala, mas aquele aluno, a meu ver, nem devia estar ali
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só tendo permanentemente uma pessoa dentro da sala de aula é que
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Por outro lado, a mesma coordenadora apontou a revisão em termos
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colaboração entre docentes.
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siva, então vamos ver quem é que nós vamos incluir nas turmas ditas
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Gestão curricular inclusiva e formação de professores do 2.º Ciclo do Ensino Básico 321
Revista Portuguesa de Educação, 35(1), 310-330. http://doi.org/10.21814/rpe.21952
alunos precisam, e é evidente que o professor que está em sala de aula
      
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por dia a diferentes salas daquela escola. isto é o que eu observo.
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com um professor convidado da área da Educação Especial, muitas
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B2 - NECESSIDADES SENTIDAS PELOS ESTUDANTES NO ÂMBITO
DA TEMÁTICA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
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te sentida, pelos estudantes, como uma necessidade formativa.
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to, em termos de mestrado, eles relevam esse aspeto. Eles relevam o
contributo de cada uma das disciplinas, e claro está que isto é mais
relevado por aqueles que têm alunos com Necessidades Educativas
         
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 
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Gestão curricular inclusiva e formação de professores do 2.º Ciclo do Ensino Básico 322
Revista Portuguesa de Educação, 35(1), 310-330. http://doi.org/10.21814/rpe.21952
5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
          
            
         
          
incapacidades, no cumprimento, aliás, de recomendações internacionais

     
         


           
          
         

         

perceções dos coordenadores estão, assim, em sintonia com a consolidação



          
-
-



4
curricular-
tam, sobretudo em cursos de mestrado de ensino, para a mudança prioritária
focada no reforço da didática e da prática de ensino supervisionada, onde a
-








em Educação Básica e os mestrados em ensino.
       -


  
          

4. Ponto 2, art.º 9.º do
Decreto-Lei n.º 79/2014, de
14 de maio: “A formação na
área educacional geral integra,
em particular, as áreas da
psicologia do desenvolvimento,
dos processos cognitivos,
designadamente os envolvidos
na aprendizagem da leitura
e da matemática elementar,
do currículo e da avaliação,
da escola como organização
educativa, das necessidades
educativas especiais, e da
organização e gestão da sala
de aula”.
5. Este peso curricular na
Licenciatura em Educação
Básica é de 8,8% em termos
de créditos mínimos, de acordo
com o ponto 1, art.º 13.º do
Decreto-Lei n.º 79/2014, de 14
de maio.
Gestão curricular inclusiva e formação de professores do 2.º Ciclo do Ensino Básico 323
Revista Portuguesa de Educação, 35(1), 310-330. http://doi.org/10.21814/rpe.21952
parte do Ministério da Educação, mas também por intermédio da avaliação
  -
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tados neste estudo, os futuros professores consideram como essencial a abor-

incapacidades, sendo claramente sentida como uma necessidade formativa
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ótica da inclusão, reforçando a relação entre teoria e prática, incorporando

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As perceções dos inquiridos realçam a articulação profunda entre
        
como pilares que, cuidadosamente, deveriam ser acautelados na formação
    -
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Gestão curricular inclusiva e formação de professores do 2.º Ciclo do Ensino Básico 324
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   
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6. EM CONCLUSÃO

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temas bastante variados dos quais sobressaem a inclusão, a equidade e
          
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os participantes deste estudo referem também que tal problemática está não

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
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
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
inicial de professores, apostando-se, por um lado, na inserção ou consolidação,
         
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imersão precoce dos futuros professores em salas de aula com alunos com
 
aula deve, pois, representar o ponto de partida dessa alteração, devendo

AGRADECIMENTO
   
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
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Gestão curricular inclusiva e formação de professores do 2.º Ciclo do Ensino Básico 328
Revista Portuguesa de Educação, 35(1), 310-330. http://doi.org/10.21814/rpe.21952
i Universidade Aberta, LE@D. Agrupamento de Escolas 4 de
Outubro, Portugal.
https://orcid.org/0000-0001-7012-0735
ii Universidade Aberta, LE@D. CIEd, Universidade do Minho,
Portugal.
https://orcid.org/0000-0003-1690-9502
iii CIEd, Universidade do Minho, Portugal. Membro do Conselho
Consultivo da Organização de Estados Ibero-Americanos para a
Educação, a Ciência e a Cultura.
https://orcid.org/0000-0003-4623-6898
Toda a correspondência relativa a este artigo
deve ser enviada para:
Helena Inês
Av. Principal, nº63, 2665-305 Casais da Serra, Milharado
helenaines@sapo.pt
Recebido em 28 de dezembro de 2020
Aceite para publicação em 20 de outubro de 2021
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Revista Portuguesa de Educação, 35(1), 310-330. http://doi.org/10.21814/rpe.21952
Inclusive curriculum management and teacher training
in the 2nd Cycle of Basic Education in Portugal:
Perceptions of coordinators of initial training courses
ABSTRACT
This article focuses on a study on the perceptions of the coordinators of in-
itial training courses for teachers of the 2nd Cycle of Basic Education (CEB),
particularly on the way that the courses they coordinate prepare future
teachers to work with students who show learning difculties and need
inclusive education measures. The question formulated How do coordina-
tors of initial training courses for 2nd CEB teachers perceive curricular and
pedagogical differentiation in terms of working with students who need
specic pedagogical support? is part of a broader research project. In this
text, the results of a qualitative empirical study are presented. The data
were collected through an interview survey, carried out with coordinators
(n=5) of Portuguese public higher education courses (four universities and
a polytechnic institute). The results show that the coordinators identify a
process of improvement in the initial training of teachers and in the specic
area of curriculum management based on diversity, which involves students
with learning difculties or disabilities, so their conceptions are favourable
to the relevance of the inclusion, anchored in a more comprehensive review
of initial teacher education.
Keywords: Diversity; Teacher training; Curricular
management; Inclusion
Gestão curricular inclusiva e formação de professores do 2.º Ciclo do Ensino Básico 330
Revista Portuguesa de Educação, 35(1), 310-330. http://doi.org/10.21814/rpe.21952
Gestión curricular inclusiva y formación de profesores
del 2.° Ciclo de Educación Básica en Portugal: Percepciones
de los coordinadores de los cursos de formación inicial
RESUMEN
Este artículo se centra en un estudio sobre las percepciones de los coordi-
nadores de los cursos de formación inicial para docentes del 2.° Ciclo de
Educación Básica (CEB), particularmente sobre la forma en que los cursos
que coordinan preparan a los futuros docentes para trabajar con alumnos
que presentan dicultades de aprendizaje y necesitan medidas de educa-
ción inclusiva. La pregunta formulada – ¿Cómo perciben los coordinadores
de los cursos de formación inicial para profesores de 2.º CEB la diferen-
ciación curricular y pedagógica con respecto al trabajo con alumnos que
necesitan un apoyo pedagógico especíco? – forma parte de un proyecto
de investigación más amplio. En este texto, se presentan los resultados
de un estudio empírico de carácter cualitativo. Los datos fueron recolecta-
dos a través de entrevista, realizada con coordinadores (n=5) de cursos de
educación superior pública portuguesa (cuatro universidades y un institu-
to politécnico). Los resultados muestran que los coordinadores identican
un proceso de mejora en la formación inicial de los docentes y en el área
especíca de la gestión curricular basada en la diversidad, que involucra a
estudiantes con dicultades de aprendizaje o discapacidades, por lo que
sus concepciones son favorables a la relevancia de la inclusión, anclada en
una revisión más completa de la formación inicial del profesorado.
Palabras clave: Diversidad; Formación de profesores;
Gestión curricular; Inclusión
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Resumo: Com este artigo pretendemos abordar a forma como os professores referem pôr em prática os princípios da Educação Inclusiva (EI), nomeadamente na resposta à diversidade e mais especificamente aos alunos sinalizados como NEE. Este trabalho decorre da investigação mais abrangente no âmbito de um curso de doutoramento, através da qual analisámos a formação inicial de professores (FIP) do 1.º e 2.º Ciclo de Ensino Básico (CEB) em Portugal, nomeadamente a forma como estão a ser formados os futuros professores para atenderem à inclusão de alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE). Realizámos entrevistas a quatro professoras do ensino regular para perceber como estas percecionam o conceito de EI, mas através das quais pretendíamos saber quais consideravam ser as dificuldades que sentidas em sala de aula ao trabalharem com alunos com NEE. As quatro participantes expressam uma ideia clara de que o trabalho colaborativo é fundamental para o desenvolvimento de práticas inclusivas e que é essencial que as práticas estejam assentes nos princípios da diferenciação pedagógica (DP) para responderem a todos os seus alunos. Abstract: This article aims to address how teachers report putting the principles of Inclusive Education (EI) into practice, particularly in response to diversity and more specifically to students flagged as SEN. This work stems from a more comprehensive research project within the scope of a doctoral course, through which we analysed the initial teacher education (FIP) of teachers of the 1st and 2nd cycle of basic education (CEB) in Portugal, namely how future teachers are being trained to attend to the inclusion of students with Special Educational Needs (SEN). We conducted interviews with four
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This article focuses on how curricular and pedagogical differentiation for students of special education is perceived by teachers of the second cycle of basic education in Portugal. The objectives of this research were (i) to inquire about the teachers' perceptions regarding their training path and their training needs; (ii) to characterize the teaching practices of teachers, aimed at students of special education ; and (iii) to learn the perceptions of these teachers regarding their curricular and pedagogical practices directed at students of special education-this called for an interpretative methodology. The data were collected through semi-structured interviews and subjected to content analysis. The results indicate a widespread concern with teachers' current professional development and the management of diversity. The respondents' perceptions, shown as favorable to change, are in line with personalized work, enhancing visible contributions to students' personal and social development.
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Everybody agrees that the COVID-19 pandemic is a big disruption in education. It questions many traditional rules and structures that have organised the work of schools in the past. But not everyone agrees that the pandemic will eventually change schools. In this article, I narrow the scope of that question and ask whether the pandemic helps us fix some of the pre-existing inequalities that we were unable, and often unwilling, to improve. I argue that as we think about how education should be reimagined, it is paramount to continue efforts to make education more inclusive, fairer and equitable for all. I take some early examples from two distinct education systems, Australia and Finland, to highlight how disrupted teaching caused by school closures has had different impacts on schools and teachers. The conclusion is that the pandemic may help make education more equitable if current socio-economic inequalities are addressed early on; teachers and principals are trusted more in leading schools forward in the post-pandemic world; and schools and children are supported to become more self-directed in leading and learning.
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The current study aims to analyze the adequation process of a Higher Education Federal Institution to law no. 13.409, of December 28 th , 2016, which implements quotas for people with disabilities. It is a qualitative research of a single case. Two managers of the Institution were interviewed and researched documents related to the theme for our documental corpus were collected. For the documental analysis, the content analysis procedure was used. It was found that the analyzed institution does not have adequate conditions to meet the quota for people with disabilities established by the law. It is concluded that, even though law no. 13.409/2016 is fair and necessary, the conditions for its effectiveness by part of the federal government were not created. What should have been inclusion is, in fact, a process of exclusion. 1 Revista Brasileira de Educação v. 25 e250016 2020 A ACESSIBILIDADE E A INCLUSÃO EM UMA INSTITUIÇÃO FEDERAL DE ENSINO SUPERIOR A PARTIR DA LEI N. 13.409 RESUMO O presente estudo tem como objetivo analisar o processo de adequação de uma Instituição Federal de Ensino Superior à lei n. 13.409, de 28 de dezembro de 2016, que implementa cota para pessoas com deficiência. A pesquisa é de natureza qualitativa e configura-se um estudo de caso único. Foram entrevistados dois gestores da instituição e levantados do-cumentos relacionados ao tema para a composição do corpus documental. Para o exame documental, utilizou-se o procedimento da análise de conteúdo. Constatou-se que a instituição examinada não apresenta con-dições adequadas para o atendimento à cota para pessoas com deficiência estabelecida na referida lei. Conclui-se que, mesmo a lei n. 13.409/2016 sendo justa e necessária, as condições para a sua efetivação por parte do governo federal não foram criadas. O que deveria ser inclusão configura-se, na verdade, um processo de exclusão. PALAVRAS-CHAVE acessibilidade; inclusão; ensino superior; lei n. 13.409. LA ACCESIBILIDAD Y LA INCLUSIÓN EN UNA INSTITUCIONE FEDERALE DE EDUCACIÓN SUPERIOR A PARTIR DE LA LEY N. 13.409 RESUMEN El presente estudio tiene como objetivo analizar el proceso de adecuación de una Institución Federal de Educación Superior a la ley n. 13.409, de 28 de diciembre de 2016, que implementa una cuota para personas con discapacidad. La investigación es de naturaleza cualitativa y se trata de un estudio de caso único. Se entrevistaron dos directivos de la institución y se recopilaron documentos relacionados con el tema para la composi-ción del corpus documental. Para el tratamiento documental, se utilizó el procedimiento del análisis de contenido. Se constató que la institución examinada no presenta las condiciones adecuadas para cumplir con la cuota para personas con discapacidad establecida en la referida ley. Se concluye que, aunque la ley n. 13.409/2016 es justa y necesaria, no se crearon las condiciones para su efectuación por parte del gobierno federal. Lo que debería ser inclusión se configura, en realidad, un proceso de exclusión. PALABRAS CLAVE accesibilidad; inclusión; enseñanza superior; ley n. 13.409.
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A educação é definida como um processo organizado de preparação do individuo para enfrentar os desafios da sociedade, sendo a escola o contexto da sua realização. As reflexões apresentadas têm como base as anotações pessoais sobre o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, no cumprimento dos objectivos traçados pela educação. Para o efeito, a reflexão sobre o tema “Currículo, formação de professores e desenvolvimento curricular”, é apresentada sob duas perspectivas. A primeira perspectiva, admitamos ou não mas, o currículo prescrito existe e serve de base para o professor nas reflexões sobre o trabalho que vai desenvolver. Ou seja, é o primeiro instrumento colocado a disposição do professor recém enquadrado, para realizar a actividade lectiva. A segunda perspectiva está focalizada no enquadramento do futuro professor numa comunidade pedagógica e científica na qual, são criados ambientes de trabalho colaborativo e de partilha de conhecimentos e de experiências, encarado como via do seu desenvolvimento profissional e do currículo. Olhando para o continente africano, particularmente a zona Subsariana e muito particular para alguns países de língua portuguesa, tais ambientes estão ainda aquém do desejado, pois os conflitos internos vividos ou ainda em activo constituem obstáculos na mudança de consciências em relação às novas dinâmicas a empreender no processo de ensino-aprendizagem como fonte de desenvolvimento do currículo, com repercussões nos países vizinhos. Igualmente, apresenta-se uma reflexão sobre o impacto das línguas nacionais no sistema de ensino, pois elas constituem uma riqueza natural do continente, um elo de unidade e de valorização da cultura dos povos. Essa temática tem sido motivos de debates em eventos nacionais e internacionais, cujos resultados mostram que alguns países africanos já introduziram algumas línguas nos programas de ensino. As perspectivas referidas são ou devem ser transmitidas pelas instituições de formação de professores, pois a forma como são passadas podem influenciar o modo de actuação e de convivência laboral dos futuros professores. Igualmente a implementação adequada do currículo e do seu desenvolvimento depende do papel assumido pelas instituições de formação de professores na preparação e capacitação dos professores, assumindo-se como factor de sustentabilidade e de desenvolvimento do currículo.
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This article provides an overview of the 2020 Global Education Monitoring Report, which looks at social, economic, and cultural mechanisms that discriminate against disadvantaged children, youth, and adults, keeping them out of education or marginalized in it. Countries are expanding their vision of inclusion in education to put diversity at the core of their systems. Yet, implementation of well-meaning policies often falters. Released at the start of the Decade of Action to 2030, and during the Covid-19 crisis, which has exacerbated underlying inequalities, the report argues that resistance to addressing every learner's needs is a real threat to achieving global education targets. Inclusion and Education: All Means All identifies practices in governance and finance; curricula, textbooks, and assessments; teacher education; school infrastructure; and relations with students, parents, and communities that can unlock the process to inclusion. It provides policy recommendations to make learner diversity a strength to be celebrated, a force for social cohesion.
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A implementação do processo de Bolonha veio introduzir alterações estruturais na formação inicial de professores. Os currículos de cursos de formação inicial de professores expressam essas novas configurações e a sua análise permite conhecer as competências que são privilegia- das pelas diferentes instituições de ensino superior. Com este estudo pretendemos compreender as semelhanças e diferenças dos currículos de formação inicial de professores nos cursos que habilitam para a docência, no ensino secundário, de duas instituições de ensino superior, uma em Portugal e outra na Irlanda, tendo sido selecionada a área das ciências físicas e naturais. Neste sentido, utilizando uma metodologia qualitativa de estudo de caso múltiplo, foi efetuada a análise qualitativa de conteúdo de documentos oficiais e institucionais, procurando-se compreender como se estruturam os referidos cursos e a importância que neles é atribuída à prática. Apesar destes programas se inserirem no Espaço Europeu de Ensino Superior e de serem fortemente definidos centralmente, conclui-se que existem diferenças na oferta formativa de ambas as instituições e na organização curricular da formação, sendo de realçar a acentuada discrepância do número de horas de prática em contexto escolar que um e outro contemplam.
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RESUMO O presente estudo tem como objetivo analisar o processo de adequação de uma Instituição Federal de Ensino Superior à lei n. 13.409, de 28 de dezembro de 2016, que implementa cota para pessoas com deficiência. A pesquisa é de natureza qualitativa e configura-se um estudo de caso único. Foram entrevistados dois gestores da instituição e levantados documentos relacionados ao tema para a composição do corpus documental. Para o exame documental, utilizou-se o procedimento da análise de conteúdo. Constatou-se que a instituição examinada não apresenta condições adequadas para o atendimento à cota para pessoas com deficiência estabelecida na referida lei. Conclui-se que, mesmo a lei n. 13.409/2016 sendo justa e necessária, as condições para a sua efetivação por parte do governo federal não foram criadas. O que deveria ser inclusão configura-se, na verdade, um processo de exclusão.
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En la actualidad los estudiantes demandan propuestas de enseñanza más flexibles, activas y participativas, adaptadas a sus necesidades, que fomenten el aprendizaje colaborativo y el desarrollo de diferentes competencias y habilidades. Y es que en el aprendizaje colaborativo los alumnos asumen la responsabilidad de su aprendizaje, reflexionando sobre sus procesos cognitivos y desarrollando habilidades de orden superior. En este contexto, el objetivo de esta investigación es conocer las concepciones de los estudiantes de la Universidad de Salamanca acerca de los beneficios e inconvenientes que posee la metodología de aprendizaje colaborativo en función de su experiencia. Para ello, se ha utilizado un enfoque cuantitativo y cualitativo, a través de un cuestionario que se ha aplicado a una muestra de 137 estudiantes. Los resultados muestran una valoración positiva de esta metodología. Los estudiantes destacan haber aprendido a compartir conocimientos, tener mayor autonomía y control sobre la tarea, ser tolerantes y respetuosos con los demás, solucionar conflictos y resolver problemas. Sin embargo, destacan algunos inconvenientes relacionados con la implicación de ciertos compañeros en el equipo, además del esfuerzo y dedicación adicional que supone a las tareas académicas.
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En este trabajo se presenta parte de los resultados del Proyecto Europeo K1 ACTTEA (2012-2015) en el cual participaron España, Estonia, Finlandia y Holanda. El objetivo fue valorar qué tipos de conocimiento pedagógico asimilan los profesores durante el prácticum. En los datos recogidos en España se llevó a cabo un estudio empírico siguiendo tres fases: grabación de sesiones de clase, análisis de incidentes críticos y elaboración de informes individuales. Se emplearon tres condiciones en el diseño de investigación: reflexión individual, diálogo entre compañeros y diálogo con profesor-tutor. Se siguió un procedimiento inductivo basado en el análisis temático y proposicional y se utilizó la prueba Chi cuadrado y V de Cramer. Los resultados evidencian que los profesores en formación bajo la condición C son más capaces de aprender un conocimiento pedagógico sofisticado y generalizable, mientras que las condiciones A y B permiten entender mejor lo que hacen en la práctica.
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Effects rippling from the Covid 19 emergency include changes in the personal, social, and economic spheres. Are there continuities as well? Based on a literature review (primarily of UNESCO and OECD publications and their critics), the following question is posed: How can one resist the slide into passive technologization and seize the possibility of achieving a responsive, ethical, humane, and international-transformational approach to education? Technologization, while an ongoing and evidently ever-intensifying tendency, is not without its critics, especially those associated with the humanistic tradition in education. This is more apparent now that curriculum is being conceived as a complicated conversation. In a complex and unequal world, the well-being of students requires diverse and even conflicting visions of the world, its problems, and the forms of knowledge we study to address them.