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Revista Portuguesa de Educação, 35(1), 310-330. http://doi.org/10.21814/rpe.21952
Gestão curricular inclusiva e formação
de professores do 2.º Ciclo do Ensino
Básico em Portugal: Perceções
de coordenadores de cursos
de formação inicial
RESUMO
O presente artigo incide num estudo sobre perceções dos coordenadores de
cursos de formação inicial de professores do 2.º Ciclo do Ensino Básico (CEB),
em particular sobre a forma como os cursos que coordenam preparam os
futuros professores para o trabalho com alunos que evidenciam diculdades
de aprendizagem e necessitam de medidas de educação inclusiva. A questão
formulada – De que modo coordenadores de cursos de formação inicial de
professores do 2.º CEB percecionam a diferenciação curricular e pedagógica
em função do trabalho com alunos que necessitam de um apoio pedagógico
especíco? – faz parte de um projeto de investigação mais amplo, sendo
apresentados, neste texto, os resultados de um estudo empírico de natureza
qualitativa. Os dados foram recolhidos através de inquérito por entrevista,
realizado a coordenadores (n=5) de cursos de ensino superior português
público (quatro universidades e um instituto politécnico). Os resultados
evidenciam que os coordenadores em estudo identicam um processo de
melhoria na formação inicial de professores e na área especíca da gestão
curricular baseada na diversidade, que envolve alunos com diculdades de
aprendizagem ou incapacidades, pelo que as suas conceções se revelam
favoráveis à relevância da inclusão, ancorada numa revisão mais abrangente
da formação inicial de professores.
Palavras-chave: Diversidade; Formação de professores;
Gestão curricular; Inclusão
1. INTRODUÇÃO
A composição dos cursos de formação inicial revela-se particularmente
formação recebida e o desenvolvimento de práticas docentes mais inclusivas
Helena Inês i
Agrupamento de Escolas
4 de Outubro, Portugal
Filipa Seabra ii
Universidade Aberta,
Portugal
José Augusto Pacheco iii
Universidade do Minho,
Portugal
Revista
Portuguesa
de Educação
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apropriados” (p. 84)1.
Neste sentido, o estudo das perceções de coordenadores de formação
coordenadores de cursos do ensino superior responsáveis pela formação ini-
cursos e preparam os formandos para dar resposta a todos os alunos, e parti-
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analisamos os resultados, tendo em atenção o quadro teórico-conceptual e a
2. GESTÃO CURRICULAR INCLUSIVA E FORMAÇÃO DOCENTE
adequada a todos os alunos e potenciadora da equidade e do sucesso de cada
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partir de perspetivas que confrontam o modo mais autónomo de adequar o cur-
1. Tradução dos autores do
artigo (original em espanhol).
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2
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2. Alunos entre 10 e 12 anos,
sensivelmente.
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2018) consideram que a formação de professores deve ser questionada, face
aos papéis esperados do professor, defendendo a sua revisão e qualidade, de
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sido considerada um mecanismo indispensável de promoção da equidade e
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isso, é fundamental estudar as perceções dos coordenadores de formação de
educação inclusivas são prioritárias.
3. METODOLOGIA
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professores, no sentido de dar resposta a todos os alunos, e nomeadamente
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instituições de ensino superior diferentes, que responderam favoravelmen-
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4. PERCEÇÕES DE COORDENADORES DE CURSOS DE FORMAÇÃO
INICIAL: APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS
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ção inicial;
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Quadro 1
Categorização da Entrevista a Coordenadores de Cursos de Formação Inicial
de Professores de 2.º CEB
Fonte: Inês, 2021.
Entrevista a coordenadores de cursos de formação docente inicial de professores de 2.º CEB
Identicação
codicada
Categorias Subcategorias Indicadores
A - Experiências
relativas à denição
de planos de estudos
de formação inicial
Informações referentes a:
A1 - Práticas conducentes à deni-
ção de cursos de formação inicial
A2 - Constrangimentos
Descrição de processos de denição de cursos de forma-
ção inicial e de unidades ou conteúdos curriculares liga-
dos às diculdades de aprendizagem ou incapacidades
Enumeração de constrangimentos sentidos na denição
de cursos de formação inicial e de unidades ou conteúdos
curriculares ligados às diculdades de aprendizagem ou
incapacidades.
B - Perceções e
opiniões dos
coordenadores
quanto à formação
inicial de professores
de 2.º CEB
Informações referentes a:
B1 - Perceção e opinião do entre-
vistado acerca da necessidade de
revisão da formação inicial, nomea-
damente no âmbito da educação
inclusiva.
B2 - Necessidades sentidas pelos
estudantes no âmbito da temática
da educação inclusiva.
Recolha da opinião sobre a pertinência da revisão da for-
mação inicial
Enumeração de necessidades de formação referidas pelos
estudantes dos cursos de formação inicial no âmbito da
temática da educação inclusiva
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A - EXPERIÊNCIAS RELATIVAS À DEFINIÇÃO DE PLANOS DE
ESTUDOS DE FORMAÇÃO INICIAL
A1 - PRÁTICAS CONDUCENTES À DEFINIÇÃO DE CURSOS DE
FORMAÇÃO INICIAL
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Não, não. Isso está fora de questão [retirar a unidade curricular].
A continuidade da estrutura curricular, ou a necessidade da sua altera-
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car esta cadeira, no nosso entendimento, e depois, quando se criou
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A periodicidade de revisão dos planos de estudos era variável, sub-
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A2 - CONSTRANGIMENTOS
Nesta resposta, dois dos coordenadores focaram aspetos que consideram
3. A Agência de Avaliação e
Acreditação do Ensino Superior
(A3ES), instituída pelo Estado
através do Decreto-Lei n.º
369/2007, de 5 de novembro,
é independente no exercício
das suas competências, com
a incubência de acreditar os
cursos de formação em todos
os ciclos (graduação e pós-
graduação). Visa “proporcionar
a melhoria da qualidade do
desempenho das instituições
de ensino superior e dos seus
ciclos de estudos e garantir o
cumprimento dos requisitos
básicos do seu reconhecimento
ocial” (https://www.a3es.pt/
pt/o-que-e-a3es/objetivos).
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a formação que está a ser dada neste tipo de mestrado é ao mesmo
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B - PERCEÇÕES E OPINIÕES DOS COORDENADORES QUANTO À
FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE 2.º CEB
B1 - PERCEÇÃO E OPINIÃO DO ENTREVISTADO ACERCA DA
NECESSIDADE DE REVISÃO DA FORMAÇÃO
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Porém, as perceções incidiram em pontos diferentes, em relação aos
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Educação Básica considerou que o reforço da estrutura curricular poderia in-
cidir na área da docência e, posteriormente, no mestrado em ensino, nas áreas
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ser ter uma maior preocupação com a formação destes alunos em
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é que eles não têm sustentabilidade para atuar com esses alunos.
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Ainda a mesma coordenadora questionou o conceito de inclusão e os
no fundo da sala, mas aquele aluno, a meu ver, nem devia estar ali
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só tendo permanentemente uma pessoa dentro da sala de aula é que
Por outro lado, a mesma coordenadora apontou a revisão em termos
colaboração entre docentes.
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siva, então vamos ver quem é que nós vamos incluir nas turmas ditas
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alunos precisam, e é evidente que o professor que está em sala de aula
por dia a diferentes salas daquela escola. isto é o que eu observo.
com um professor convidado da área da Educação Especial, muitas
B2 - NECESSIDADES SENTIDAS PELOS ESTUDANTES NO ÂMBITO
DA TEMÁTICA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
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te sentida, pelos estudantes, como uma necessidade formativa.
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to, em termos de mestrado, eles relevam esse aspeto. Eles relevam o
contributo de cada uma das disciplinas, e claro está que isto é mais
relevado por aqueles que têm alunos com Necessidades Educativas
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5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
incapacidades, no cumprimento, aliás, de recomendações internacionais
perceções dos coordenadores estão, assim, em sintonia com a consolidação
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4
curricular-
tam, sobretudo em cursos de mestrado de ensino, para a mudança prioritária
focada no reforço da didática e da prática de ensino supervisionada, onde a
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em Educação Básica e os mestrados em ensino.
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4. Ponto 2, art.º 9.º do
Decreto-Lei n.º 79/2014, de
14 de maio: “A formação na
área educacional geral integra,
em particular, as áreas da
psicologia do desenvolvimento,
dos processos cognitivos,
designadamente os envolvidos
na aprendizagem da leitura
e da matemática elementar,
do currículo e da avaliação,
da escola como organização
educativa, das necessidades
educativas especiais, e da
organização e gestão da sala
de aula”.
5. Este peso curricular na
Licenciatura em Educação
Básica é de 8,8% em termos
de créditos mínimos, de acordo
com o ponto 1, art.º 13.º do
Decreto-Lei n.º 79/2014, de 14
de maio.
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parte do Ministério da Educação, mas também por intermédio da avaliação
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deficit-
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tados neste estudo, os futuros professores consideram como essencial a abor-
incapacidades, sendo claramente sentida como uma necessidade formativa
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ótica da inclusão, reforçando a relação entre teoria e prática, incorporando
As perceções dos inquiridos realçam a articulação profunda entre
como pilares que, cuidadosamente, deveriam ser acautelados na formação
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6. EM CONCLUSÃO
temas bastante variados dos quais sobressaem a inclusão, a equidade e
os participantes deste estudo referem também que tal problemática está não
inicial de professores, apostando-se, por um lado, na inserção ou consolidação,
imersão precoce dos futuros professores em salas de aula com alunos com
aula deve, pois, representar o ponto de partida dessa alteração, devendo
AGRADECIMENTO
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i Universidade Aberta, LE@D. Agrupamento de Escolas 4 de
Outubro, Portugal.
https://orcid.org/0000-0001-7012-0735
ii Universidade Aberta, LE@D. CIEd, Universidade do Minho,
Portugal.
https://orcid.org/0000-0003-1690-9502
iii CIEd, Universidade do Minho, Portugal. Membro do Conselho
Consultivo da Organização de Estados Ibero-Americanos para a
Educação, a Ciência e a Cultura.
https://orcid.org/0000-0003-4623-6898
Toda a correspondência relativa a este artigo
deve ser enviada para:
Helena Inês
Av. Principal, nº63, 2665-305 Casais da Serra, Milharado
helenaines@sapo.pt
Recebido em 28 de dezembro de 2020
Aceite para publicação em 20 de outubro de 2021
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Inclusive curriculum management and teacher training
in the 2nd Cycle of Basic Education in Portugal:
Perceptions of coordinators of initial training courses
ABSTRACT
This article focuses on a study on the perceptions of the coordinators of in-
itial training courses for teachers of the 2nd Cycle of Basic Education (CEB),
particularly on the way that the courses they coordinate prepare future
teachers to work with students who show learning difculties and need
inclusive education measures. The question formulated – How do coordina-
tors of initial training courses for 2nd CEB teachers perceive curricular and
pedagogical differentiation in terms of working with students who need
specic pedagogical support? – is part of a broader research project. In this
text, the results of a qualitative empirical study are presented. The data
were collected through an interview survey, carried out with coordinators
(n=5) of Portuguese public higher education courses (four universities and
a polytechnic institute). The results show that the coordinators identify a
process of improvement in the initial training of teachers and in the specic
area of curriculum management based on diversity, which involves students
with learning difculties or disabilities, so their conceptions are favourable
to the relevance of the inclusion, anchored in a more comprehensive review
of initial teacher education.
Keywords: Diversity; Teacher training; Curricular
management; Inclusion
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Gestión curricular inclusiva y formación de profesores
del 2.° Ciclo de Educación Básica en Portugal: Percepciones
de los coordinadores de los cursos de formación inicial
RESUMEN
Este artículo se centra en un estudio sobre las percepciones de los coordi-
nadores de los cursos de formación inicial para docentes del 2.° Ciclo de
Educación Básica (CEB), particularmente sobre la forma en que los cursos
que coordinan preparan a los futuros docentes para trabajar con alumnos
que presentan dicultades de aprendizaje y necesitan medidas de educa-
ción inclusiva. La pregunta formulada – ¿Cómo perciben los coordinadores
de los cursos de formación inicial para profesores de 2.º CEB la diferen-
ciación curricular y pedagógica con respecto al trabajo con alumnos que
necesitan un apoyo pedagógico especíco? – forma parte de un proyecto
de investigación más amplio. En este texto, se presentan los resultados
de un estudio empírico de carácter cualitativo. Los datos fueron recolecta-
dos a través de entrevista, realizada con coordinadores (n=5) de cursos de
educación superior pública portuguesa (cuatro universidades y un institu-
to politécnico). Los resultados muestran que los coordinadores identican
un proceso de mejora en la formación inicial de los docentes y en el área
especíca de la gestión curricular basada en la diversidad, que involucra a
estudiantes con dicultades de aprendizaje o discapacidades, por lo que
sus concepciones son favorables a la relevancia de la inclusión, anclada en
una revisión más completa de la formación inicial del profesorado.
Palabras clave: Diversidad; Formación de profesores;
Gestión curricular; Inclusión