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Os pródromos da imprensa socialista no Brasil: o legado de Antônio Pedro de Figueiredo

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Abstract

O presente artigo analisa o pensamento de Antônio Pedro de Figueiredo (1814-1859), tradutor de Victor Cousin para o português, o que lhe rendeu a alcunha de “Cousin Fusco”. O autor associa o ecletismo à ideia de progresso material, o que resultou no periódico “O Progresso”, em que discute e busca rever algumas das principais teses da escola eclética. O socialismo apregoado por Antônio Pedro de Figueiredo visa minimizar a desigualdade social brasileira. A polêmica havida entre Antônio Pedro de Figueiredo e Pedro Autran da Matta Albuquerque girou em torno do que seria a doutrina e qual seria a eficácia do socialismo na melhoria das condições da população.
ARTIGO
Os pródomos da imprensa
socialista no Brasil: o legado
de Antônio Pedro de
Figueiredo
The prodomes of the socialist press in
Brazil: Antônio Pedro de Figueiredo´s
legacy
Los prodomos del periodismo
socialista en Brasil: el legado de
Antônio Pedro de Figueiredo
Leticia Pereira Pimenta
Pontifica Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Porto Alegre, Brasil
Revista Dia-Logos, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, p.8-23, jan./jun. 2019.- Página 8
Resumo
O presente artigo analisa o pensamento de Antônio Pedro de Figueiredo
(1814-1859), tradutor de Victor Cousin para o português, o que lhe rendeu a
alcunha de “Cousin Fusco”. O autor associa o ecletismo à ideia de progresso
material, o que resultou no periódico “O Progresso”, em que discute e busca
rever algumas das principais teses da escola eclética. O socialismo apregoado
por Antônio Pedro de Figueiredo visa minimizar a desigualdade social
brasileira. A polêmica havida entre Antônio Pedro de Figueiredo e Pedro Autran
da Matta Albuquerque girou em torno do que seria a doutrina e qual seria a
eficácia do socialismo na melhoria das condições da população.
Palavras-chave: Socialismo. Periodismo. Fourierismo.
Abstract: This article analyzes Antônio Pedro de Figueiredo’s (1814-1859)
thought, who translated Victor Cousin to Portuguese, what gave him the
nickname “Cousin Fusco”. The author connects the eclecticism to the idea of a
material progress, what resulted in the magazine “O Progresso”, in which he
discusses and review some of the more important thesis of the eclectic school.
The socialism disclosed by him aims to minimize the Brazilian social inequality.
The controversy between Antônio Pedro de Figueiredo and Pedro Autran da
Matta Albuquerque focused in what would be doctrine and what would be the
efficiency of socialism to improve the population conditions.
Keywords: Socialism. Periodic. Fourierist.
Resumen: El presente artículo analiza el pensamiento de Antônio Pedro de
Figueiredo (1814-1859), traductor para el portugués de Victor Cousin, facto que
le ha rendido el apodo de "Cousin Fusco". El autor asocia el eclecticismo a la
idea del progreso material y eso resultó en el periódico "O Progresso", en el cual
discute y busca rever algunas de las principales tesis de la escuela ecléctica. El
Socialismo promocionado por Antônio Pedro de Figueiredo objectiva minimizar
a la desigualdad social brasileña. La polémica que ocurrió entre Ântonio Pedro
de Figueiredo y Pedro Autran de Matta Albuquerque se pasó en razón de lo qué
había de ser la doctrina y cual debería de ser la eficacia del socialismo en la
mejora de las condiciones de la populación.
Palabras clave: Socialismo. Periodismo. Fourierismo.
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Antônio Pedro de Figueiredo: vida e obra
Em que pese a história não lhe tenha feito justiça, o legado de Antônio
Pedro de Figueiredo, de tempos em tempos acena, do ‘horisonte esmaecido do
passado’ (QUENTAL, 1872, p. VI). Quão embotados os fatos, quão amarelecidas
as páginas que recontam os vãos que a história persiste em retirar o viço, quão
maior o múnus de devolver-lhe o frescor. Descrito por Gilberto Freyre como
“[...] o mulato admirável que se destaca dos doutoraços da época por sua visão
clara e larga dos problemas brasileiros” (FREYRE, 1960, p. 338), sua obra em
determinado ponto tangencia com os problemas levantados e mesmo suscitados
pelo Conselheiro Autran. De origem humilde, Figueiredo teria uma existência
marcada pelas dificuldades, pela parca condição econômica e sobretudo por um
espírito intrépido, idílico e assaz obstinado.
Pobre, lutando com immensas difficuldades, sem mestres que o
encaminhassem, sem livros que lhe servissem de guia na grande róta
litteraria a que o seu gênio o impelira a transpor, Antônio Pedro de
Figueiredo deixa o ninho paterno ainda bem jovem, domicilia-se no
Recife, mais largo campo às suas aspirações, e atira-se sem tregoas e
sem descanso ao mais laborioso trabalho, aos mais assíduos estudos
(PEREIRA DA COSTA, 1882, p. 145).
Um espírito vivaz e deveras incompreendido, sofreu forte oposição dos
homens de seu tempo. Devido à sua tez mulata, recebera a alcunha de
“Cousin-Fusco” uma vez que, aos 29 anos, realizara a tradução da obra de Victor
Cousin, Cours de l’Histoire de la Philosophie, pela Typographia de M.F.de Faria,
cujo primeiro volume, editado em 1843, compreendia a introdução à história da
filosofia; e o segundo e o terceiro volumes, editados respectivamente em 1844 e
1845. Em 25 de abril de 1843 no Diário de Pernambuco, AP Figueiredo
anunciava, em artigo, estar à venda o livro de Cousin, por ele traduzido.
Enaltece o valor da obra de Cousin a quem se refere como o “Platão dos nossos
dias”, salientando a premência “d’elle ser estudado por todos os brasileiros”.
(FIGUEIREDO, 1843, p. 05)
A admiração por Cousin não partia apenas de Figueiredo, seu tradutor no
Brasil; outros autores como Mont’Alverne também colhiam os seus louros. “Foi
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pela mão de Cousin que outros países latino-americanos se iniciaram na
Filosofia”.(CHACON, 1981, p. 80). Consoante Paim,
a familiaridade com a doutrina da Escola Eclética é alcançada graças a
ida a Paris, nos anos 30 (do século XIX) de dois jovens, em busca de
uma alternativa tanto para o sensualismo, com quem se tinha
familiaridade, como para o espiritualismo renascente, mais afeiçoado
com o ciclo da denominada Escolástica decadente (PAIM, 1991, p. 31)
Seu legado intelectual se expressa na tradução da obra de Cousin, que lhe
rendeu a alcunha de Cousin-fusco; da obra de Ortolan, Da soberania do povo e
dos princípios do governo republicano (1847), e de George Sand, As sete cordas
da lira (1847). Publica um livro Noções abreviadas de filologia acerca da Língua
Portuguesa de 1851. Foi editor da Revista O Progresso (1846-1848), e colunista
de A Carteira, folhetim semanal do Diário de Pernambuco (1848-1849), sob o
pseudônimo de Abdalah El-Kratif; possuía ainda artigos publicados nos
periódicos A Imprensa, O Parlamentar, O Lidador e Aurora Pernambucana.
Alfredo de Carvalho preleciona ter sido o Diário de Pernambuco
o orgam genuíno de todo o Norte brasileiro, circulando profusamente
de Alagôas ao Amazonas, onde não occorria uma contenda política,
nem uma controvérsia judiciária, que se não viesse debater nas suas
columnas; condecorava-lhe semanalmente o rodapé com primorosos
folhetins, cuja verve, erudição e amenidade invejam hodiernos
chronistas, o formoso espírito de Antonio Pedro de Figueiredo, sob o
pseudonymo de Abdallah El-Kratif (CARVALHO, 1908, p. 109).
Os referidos folhetins, intitulados “A Carteira”, que vinham sendo
publicados desde 24 de setembro de 1855, às segundas feiras, demarcam um
período de primazia intelectual para o matutino, a par do “retrospecto semanal’,
a que se agregaria, em junho de 1857, a “Página Avulsa”, com o subtítulo “Bom
dia!” e a assinatura Até amanhã (quando era sábado, assinada, até depois de
amanhã), composta de notas breves e comentários sobre os fatos da cidade.
A nossa pobre Carteira não tem grao em academia alguma; he ignorante
e obscura; mas os seus olhos procuram a grande luz da verdade, e onde
quer que esta luz fulgure, para ahi corre, como as levianas libéllulas
após os raios do sol (ABDALAH-EL-KRATIF, 1855, p. 01).
Durante as décadas de 1840 e 1850, foi colaborador assíduo de diversos
jornais recifenses (Diário de Pernambuco, A Imprensa, Aurora Pernambucana,
etc.). Em A Carteira Abdalah El-Kratif elaborava crítica literária e teatral,
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biografia de artistas, contos e lendas, traduções e assuntos locais, sofrendo
todavia intervalos a partir da segunda quinzena de março de 1859, em razão de
convalescença. Foi um dos colaboradores mais profícuos, “cuja penna largou
para cahir sobre o leito” (PEREIRA DA COSTA, 1882, p. 147), razão por que fora
substituído por Antonio Rangel de Tôrres Bandeira, que manteve o mesmo
pseudônimo.
Figueiredo e o embate com Pedro Autran1
Pedro Autran Nasceu em Salvador em 01 de fevereiro de 1805, filho de
Pedro Autran da Matta Albuquerque e Gertrudes Maria da Matta. Seu pai era
francês de nascimento e naturalizado brasileiro, razão por que concluiu seus
estudos de humanidades e, em 1821, vai para Paris estudar Medicina, curso este
que abandonara findo o primeiro ano, transferindo-se para o Curso de Direito
em Paris e tendo cursado um ano, vai para Aix-la Chapelle, onde isso pôde,
enfim, se graduar, e posteriormente, se Doutor em Leis em 11 de agosto de 1827.
Autran casou-se duas vezes, cujo segundo matrimônio fora com a
patrícia D. Júlia Carolina D’Alemcastro. Autran teve 16 filhos, sendo 9 da
segunda esposa. Retornando ao Brasil, é nomeado, em 1828, lente, em exercício
desde 31 de julho, sendo inicialmente substituto e secretário do Curso Jurídico
em Olinda. Em 1830 torna-se catedrático do primeiro ano do curso, lecionando
Direito Natural e, contando 25 anos de magistério, torna-se lente de economia
1Pedro Autran da Matta e Albuquerque nasceu em Salvador em 01 de fevereiro de 1805, filho de
Pedro Autran da Matta Albuquerque e Gertrudes Maria da Matta. Seu pai era francês de
nascimento e naturalizado brasileiro, razão por que concluiu seus estudos de humanidades e,
em 1821, vai para Paris estudar Medicina, curso este que abandonara findo o primeiro ano,
transferindo-se para o Curso de Direito em Paris e tendo cursado um ano, vai para Aix-la
Chapelle, onde isso pôde, enfim, se graduar, e posteriormente, se Doutor em Leis em 11 de
agosto de 1827. Dentre as obras que publicara, e o primeiro livro editado no Brasil, fora Liçõens
de Direito Público Constitucional, traduzido por D.G.L. D’Andrade, de 1831; o segundo fora
Táctica das Assembléas Legislativas, de autoria anônima, e publicado em Lisboa em 1821 com
tradução de Jose Maria de Avellar Brotero. A estes, sucederiam outras obras, como os
Elementos de Economia Política de Stuart Mill, mencionada supra, bem como o Elogio da
Loucura, de Erasmo, tradução também de Autran; Cartas de Echo a Narciso, por Antônio
Feliciano de Castilho; a tradução de Micromegas, de Voltaire; a novela de Anna Radcliffe,
vertida do inglês, A Caverna da Morte; um compêndio de Gramática Portugueza e A Defesa, de
Nicolau Rodrigues dos Santos França Leite.
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política da Faculdade de Direito de Olinda, e depois em Recife, cadeira que
ulteriormente pertenceria a Aprígio Guimarães. Mesmo após ser jubilado, segue
Autran vinculado à instituição enquanto diretor da mesma.
Em 1832 lecionava Direito Natural com base em uma tradução sua dos
Elementos de Direito Natural de Zeiler.Autran, em sua trajetória profissional,
viria também a lecionar outras disciplinas, como Direito das Gentes e
Diplomacia. Completos mais de quarenta anos de magistério, foi jubilado2. Em
sua estada no Rio de Janeiro, lecionou economia política no Instituto de
Comércio da Corte. Pertenceu ao Conselho de Dom Pedro II e fora comendador
da Ordem da Rosa e Cavaleiro Imperial da Ordem de Cristo.
Autran, além de exímio polemista, fora um notável tradutor. Versou
para o Português obras como Elementos de Economia Política, de Stuart Mill,
elaborada conjuntamente com os discentes Álvaro e Sérgio Teixeira de Macedo
(1833)3, Direito Natural Privado, de Francisco Nobre Zeiller (1ª edição de 1840 e
a de 1852); Elogio da Loucura, de Erasmo de Rotterdam, Jesus Christo e a
Crítica Moderna, do Padre Félix (1862 e 1866), possivelmente De l’influence des
moeurs sur les lois, de Jacques Matter e seguramente um livro acerca dos
milagres de Nossa Senhora de Lourdes4(Revista do Rio de Janeiro, p. 159).
Dentre as obras que publicara, e o primeiro livro editado no Brasil, fora
Liçõens de Direito Público Constitucional, traduzido por D.G.L. D’Andrade, de
1831; o segundo fora Táctica das Assembléas Legislativas5, de autoria anônima,
e publicado em Lisboa em 1821 com tradução de Jose Maria de Avellar Brotero.
A estes, sucederiam outras obras, como os Elementos de Economia Política de
5A obra de Bentham fora de peculiar importância e de vasto uso para a constituição da técnica
parlamentar dos políticos brasileiros no período imperial.
4Consta da Gazeta de Notícias de 29.11.1878 uma nota à pág.02, segundo a qual se informa a
ocorrência de uma série de conferencias filosófico-religiosas acerca dos milagres de Lourdes a
partir de 02 de dezembro de 1878 no convento de S. Bento. (Gazeta de Notícias, n. 40,
28.11.1878, p. 02)
3Raconta Bevilaqua que Trigo de Loureiro procedeu a críticas acerbas a Autran que, melindroso
redargiu, instaurando um embate entre os lentes de modo que Loureiro se refere a Autran como
seu maior inimigo. Trigo de Loureiro, quando titular da cadeira de Economia Política, intentou
encontrar erros na tradução de Autran “Invocando a sua qualidade de professor de Frances,
matéria que havia lecionado no Colégio das Artes, Loureiro pretendeu apontar erros gravíssimos
na tradução” (ARAGÃO, 1952, p. 14). De qualquer modo,em que pese a controvérsia, o fato é que
Autran estudou em Aix-la Chapelle e Álvaro Teixeira de Macedo na Inglaterra, o que faria com
que a crítica de Loureiro restasse despicienda.
2Autran fora jubilado em 14 de novembro de 1870. Ver AGUIAR apud OLIVEIRA, 1871, p. 159.
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Stuart Mill, mencionada supra, bem como o Elogio da Loucura, de Erasmo,
tradução também de Autran; Cartas de Echo a Narciso, por Antônio Feliciano de
Castilho; a tradução de Micromegas, de Voltaire; a novela de Anna Radcliffe,
vertida do inglês, A Caverna da Morte; um compêndio de Gramática Portugueza
e A Defesa, de Nicolau Rodrigues dos Santos França Leite6.
Em que pese sua posição de claro avanço em relação aos autores de
tendência utópica, nota-se, porém, de sua parte, o influxo das ideias cristãs,
talvez devido ao tempo de sua estada no Convento do Carmo. Figueiredo
defendeu sua concepção política e social quando da diatribe com Pedro Autran,
professor da Faculdade de Direito de Olinda.
O primeiro artigo da revista O Progresso intitulado “Exposição de
princípios”, ao contrário do que parece, não se trata apenas de uma mera
exposição de princípios, mas sim um pretenso postulado metodológico a ser
empregado, a saber: uma preterida legitimidade a partir da razão e não de
dogmas, com acentuado influxo das ideias de Bacon, sobremaneira, referente às
possibilidades da investigação humana, uma defesa contundente dos progressos
da técnica e da ciência e a ideia de síntese das partes, bem como, a busca da
harmonia como critério para chegar à “verdade ideal”. O propósito que se impõe
Figueiredo parte da necessidade de constituir um veículo impresso que estivesse
voltado para as questões regionais, de modo a apresentar soluções e saídas para
o desenvolvimento sócio-moral brasileiro desprovido de partidarismos.
Entretanto, ahi deparamos, com o maior pesar, estampada à página 7,
uma immerecida accusação, proferida em nome do christianismo,
contra alguns reformadores sociais, que tomaram o mesmo
christianismo por ponto de partida. Por isso, rogamos ao autor deste
escripto, aliás notavel, que se digne estudar as obras de St. Simon,
Owen, e Fourier, e sobre todas, as do ultimo. Tudo é permitido ao
crítico, menos o não ter lido os autores que pretende julgar
(FIGUEIREDO, 1847, 208).
O contendor em questão trata-se de Pedro Autran da Matta
Albuquerque, lente renomado da Faculdade de Direito do Recife, esgrimista das
palavras e grande porta voz das ideias ultramontanas no país, o qual em artigos
6A respeito, Pereira da Costa, Annaes Pernambucanos, 1831, p. 449. Disponível em:
<http://www.liber.ufpe.br/pc2/get.jsp?id=4901&year=1831&page=449&query=autran>;
CARVALHO, 1908, p. 44; BERNARDES apud BRAGANÇA, Aníbal; ABREU, Márcia, 2010, p.
202-204; FREYRE, 1960, p. 46-48.
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publicados no jornal A União, números 464-469,rebatia as ideias socialistas de
Moraes Sarmento na Assembleia Geral apregoando que o socialismo se resume
à “comunhão dos bens e mulheres” (ALBUQUERQUE, 1852, p. 03),
posicionamento este com o qual de pronto discorda Pedro de Figueiredo, que
passa a discorrer a respeito no Diário de Pernambuco e em seguida no folhetim
A Imprensa. Em face disso, Figueiredo passa a ser tachado pelos redatores de O
Liberal Pernambucano de republicano, socialista e inimigo da monarquia
representativa.
Nas segundas feiras lê-se além da Pagina-avulsa um retrospecto da
semana. É obra do Sr Antonio Pedro de Figueiredo [...] Suas opiniões
manifestadas são republicanas e socialistas; elle aborrece o meio social
em que vive e julga de toda a necessidade um reforma radical na
sociedade que acabe de todo com a propriedade, com a religião, com
as formas de governo conhecidas.Tudo o que existe é a seus olhos
prejuízo. [...] O Sr. Figueiredo deve ver na monarchia representativa o
seu maior inimigo, o seu mais terrível adversário; abale-a de qualquer
modo e esteja certo de que de produzir o chaos (O LIBERAL
PERNAMBUCANO, 1857, p. 01).
Em uma nota do artigo “Variedades” de O Progresso, Figueiredo
dilucida que ao à época da conclusão da edição de abril e maio do periódico
quando recebe um exemplar de maio de Phileidemon,em cujo aduz ter sido
alvejado por uma “[...] immerecida accusação, proferida em nome do
Christianismo, contra alguns reformadores sociaes, que tomaram o mesmo
Christianismo por ponto de partida” (FIGUEIREDO, 1847, p. 208). Em A
União, periódico redigido por Autran e pelo Monsenhor Pinto de Campos,
energicamente se opõe às ideias socialistas em julho e agosto de 1852,
encetando a polêmica com Antônio Pedro de Figueiredo.
O que havia na família, antes que o socialismo a absorvesse na
indivisão? Havia o casamento, a união do homem consigo mesmo pela
separação dos sexos, a sociedade na solitude, um dialogo em um
monólogo. Era a consumação da personalidade humana. O socialismo
não viu nisso senão uma derrogação do seu princípio: permitindo-se a
lascívia dos selvagens e a frequência dos adúlteros em uma civilização
em crise, ele remediou tudo suprimindo o casamento, e substituindo a
inviolabilidade do amor a licença dos coitos.(ALBUQUERQUE,
1852-II, p. 02)
Segundo Autran, não apenas os jesuítas e absolutistas acusam o
socialismo de solapar o casamento, como também Proudhon, o “inimigo de
Deos!” Elucida também que com isso, as mulheres tornam-se “comuns”, a
menos que o socialismo defenda a castidade. Autran explicita que considera
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como communhão de mulheres “[...] o estado em que as mulheres tem trato
carnal com vários” (ALBUQUERQUE,1852-II, p. 03). Parafraseando Proudhon,
que em carta a Villegardelle afirma que o socialismo não é senão “[...] vaidade e
asneira”. Além da polêmica visão acerca do amor, da sexualidade e da mulher,
Proudhon derrubou um a um os “ídolos” enaltecidos pelos socialistas e os
“ultrademocratas”. Proudhon, no capítulo XII de Système des contradictions
economiques, realiza crítica acerba ao conceito de comunidade. Comunidade,
sob a acepção do autor, é um sistema servil, contrário ao exercício das
faculdades humanas.
A refutação do conceito de comunidade de Proudhon se deu sob a forma
de uma carta endereçada a Villegardelle, transcrita no capitulo XII. Proudhon
asseverara que o comunismo visa implodir a instituição da família, induzindo, à
“comunidade das fêmeas”. (PROUDHON, 1850, p. 31) De acordo com ele, a
comunidade diz com as coisas e não com as pessoas. E a comunhão de pessoas
ocorre, assim, por intermédio das coisas. A comunidade se vincula por meio do
uso dos mesmos objetos. Assim, em razão da partilha do trabalho, dos prazeres,
dos afetos, e mesmo, do leito, a pessoa torna-se “comum”. (PROUDHON, 1850,
p. 30)
Ainda Autran, embasado na “Théorie des quatre mouvements”
(1808), salienta que a relação entre os sexos se dá, reciprocamente: uma mulher
com muitos maridos, um marido com muitas mulheres; evoca a liberdade plena;
quer o amor livre, e a prostituição. O Fourierismo encontra, de acordo com
Autran o equilíbrio da população, haja vista que resta comprovado que as
meretrizes concebem muito menos do que as mulheres afeitas à vida doméstica
e à castidade conjugal. Logo, amor livre é amor estéril.
Destarte, Autran se vale das ideias de Fourier e Proudhon, para ressaltar
que a cafirmação que outrora disse “socialismo cifra-se na comunhão de
mulheres e bens”. Com isso, quer mostrar que esta expressão não corresponde a
ideias forjadas pelo próprio Autran, senão pelos teóricos supracitados que assim
o defendem. De igual modo, tal como ocorre com as relações afetivas, ocorre em
relação à propriedade. Em face disso, Autran afirma que, uma vez demostrada a
coerência das ideias apresentadas, defende - se de uma possível acusação de
falso testemunho:
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Não assume o communismo a idéa da abolição da propriedade e da
emancipação das mulheres e dos são simonianos, a idéa do amor
livre dos phalanstriamos ou fouristas? Creio, pois, senhor, que
nenhum falso testemunho levantei ao socialismo, quando disse que ele
cifra se na communhão das mulheres e dos bens, e que vos tenho
provado que ha socialistas que prégam uma e outra cousa. Tenho
vos respondido evitando tudo que pudesse offender vosso melindre, e
estou que tereis para commigo a mesma atenção, advertindo vos,
porem que as minhas ocupaccoes me não dão tempo para
polemicas (ALBUQUERQUE, 1852-I, p. 04).
Destarte, indo de encontro aos ataques viscerais de Autran ao
socialismo, Figueiredo, que outrora o havia desafiado a demonstrar
teoricamente quais expoentes teóricos do socialismo defenderiam a
“monstruoso ideia de comunhão de bens e mulheres”. Seguro de suas
convicções teóricas a acidez irônica de Figueiredo se salienta em um artigo
publicado no Diário de Pernambuco de 12 de agosto, de 1852, quando refere:
Portanto, senhor, parece-me que a vossa argumentação nada tem de
irresistivel, porque nada provastes em abono da vossa irreflectida
asserção. Assim, podia eu parar aqui, aguardando citações mais
concludentes. Entretanto, como tenho certeza de que não podereis
achá-las, aproveito a occasião para dar a definição genuína desse
mesmo socialismo que pintastes aos leitures da União, como
cifrando-se na communhao dos bens e das mulheres. O socialismo
não he uma doutrina, ainda não passa de uma aspiração; mas esta
aspiração tende a reformar o estado social actual em prol do
melhoramento moral e material de todos os membros da sociedade.
Para este fim cada eschola socialista offerecemeisdifferentes, mas não
ha uma sequer, cujas intenções deixem de ser puras e generosas, cujo
ideal não seja a realisação na terra dos princípios de liberdade e
fraternidade (FIGUEIREDO, 1852-II, p. 02).
A polêmica girava em torno de qual seriam os benesses do socialismo.
Figueiredo, assim, condena a atitude de Autran de induzir os leitores a erro ao
fazer com que pensassem que o socialismo enquanto doutrina negaria os valores
cristãos, e a própria existência de Deus. Figueiredo refuta alegando que, não
apenas os socialistas adoram a Cristo como se autodenominam como legítimos
sucessores dos seus apóstolos7.
Com efeito, de todos os socialistas é a realização na terra dos grandes
princípios de liberdade, igualdade e fraternidade, revelados ao mundo,
dezoito séculos pelo cristianismo desse reinado de Deus e da sua
Justiça, onde todos os bens são dados ao homem, como diz o apóstolo
(FIGUEIREDO, 1852-II, p. 144).
7“O ideal de todos os socialistas é a realização na terra dos grandes princípios de liberdade,
igualdade e fraternidade, revelados ao mundo dezoito séculos pelo cristianismo, desse
reinado de Deus e da sua Justiça, onde todos os bens são dados ao homem, como diz o
apóstolo.” (Nota do revisor: a autora não informou a referência).
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Para sustentar sua tese, recorre ao princípio do direito divino isto é, os
socialistas seriam defensores da prerrogativa da divisão dos bens doados por
Deus. Autran sustentou que, ante à realidade brasileira, mesmo a Europa não
estaria apta a recepcionar o socialismo na integra, e vivenciar a abolição do
capital, a vida comunitária, gratuidade do crédito e igualdade e salários. Pedro
de Figueiredo encerra a discussão nos seguintes termos: “[...] a fórmula geral da
eschola socialista a que pertenço, é a realisação progressiva do principio
christão de liberdade, igualdade e fraternidade, efetuada sem violência, e por
meio de medidas apropriadas às necessidades dos diversos países”
(FIGUEIREDO, 1852-II, p. 106).
A idealização da Revista O Progresso
O valor histórico de O Progresso se encontra no fato de ter
testemunhado um período de capital importância na formação do pensamento
social brasileiro. O Progresso totaliza três números, subdivididos em oito partes:
Philosophia, Sciencias Sociaes e Politicas, Historia e Litteratura, Politica,
Sciencias Physico Mathematicas, Poesias, Critica Bibliographica e Polemica e
Miscellaneas. O periódico aborda questões diversificadas, dentre discussões
filosóficas, políticas, resenhas bibliográficas e trabalhos que abordam filigranas
que vão de questões sobre o comércio internacional à liberdade de imprensa,
colonização do Brasil, latifúndio territorial, bem como, traduções sobre a lei
agrária, o comunismo na Alemanha, o socialismo na Suíça e a doutrina
Santsimoniana.
O periódico se tornou um dos principais difusores do Fourierismo no
Brasil que abraça o socialismo utópico, fundado em uma crítica frontal ao
capitalismo, à civilização urbana, à industrialização, ao matrimônio e à
monogamia. Em 1840 chega ao Recife o engenheiro francês Louis Lèger
Vauthier, discípulo de Fourier, de Sant Simon, Robert Owen e outros socialistas
europeus e fora sob esta atmosfera, que Pedro de Figueiredo se estimulou a
idealizar O Progresso.
A iniciativa de criação da revista decorre do ambiente político do
momento. Seus idealizadores não tinham como escopo um periódico que se
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dirigisse simplesmente a ideais partidaristas, estando comprometido,
sobremaneira, com a “causa da humanidade, a do povo que geme, paga e se
cala”. (ALMEIDA, 2001, p. 39) Tal ideia, extraída do prefácio de Amaro Quintas
é do próprio Antônio Pedro de Figueiredo que, em um diálogo fictício com
outros quatro amigos, que caminhavam pelas ruas do Recife discutindo a
situação da imprensa da época, que consideravam de baixo nível.
Importa, ao versar sobre o papel da imprensa naquele contexto,
relembrar o embate entre Figureiredo e Autran, e a pretensão fradesca de
aniquilar com as ideias socialistas de Moraes Sarmento discursadas na
Assembléia, salientando ser o socialismo uma comunhão de mulheres e de bens.
Figueiredo, discordando dessa leitura, passa a escrever no Diário de
Pernambuco e em seguida no folhetim A Imprensa. Em razão da suas
manifestações acerca do socialismo, Figueiredo passou a ser acusado, em 05 de
janeiro de 1857 pelos redatores de O Liberal Pernambucano, de republicano,
socialista e inimigo da monarquia representativa. (ALMEIDA, 2001, p. 40)
Figueiredo desconheceu os bancos da faculdade e nem por isso seu
legado fora menos brilhante; as palavras que proferiu tiveram um impacto tal
que estremeceu as estruturas da Faculdade de Direito do Recife quando o
conselheiro Autran procede a um embate de ideias. Autran, polemista nato,
havia polemizado com Filipe Lopes Neto e Nascimento Feitosa.
A revista "O Progresso" circulou no Recife entre julho de 1846 e
setembro de 1848, cuja ideação foi devidamente recontada na primeira edição
do periódico. O periódico O Progresso surgiu em meados de abril de 1846.
Quatro homens, A, B, C e D, num passeio pelo Trapiche Novo rumo ao Bairro
Santo Antônio no Recife. No percurso, os rapazes cruzam com um empregado
público demitido pelo governo do liberal Chichorro da Gama, outrora objeto de
crítica. A partir desse encontro chegaram à conclusão de que o governo, à
medida que governava para os seus era uma mal a ser combatido. Sendo assim,
criticaram o fato de que uma minoria vivia às expensas da população. Uma das
formas para manifestar sua indignação perante as circunstâncias era forjar um
periódico que despertasse a população para os desmandos do governo. Sendo
assim, deram vazão à circulação a partir do dia 12 de julho de 1846, da revista
social, política, literária e científica O Progresso (O PROGRESSO, 1847, p.
52-54).
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A revista trazia bastantes traduções, como os temas da Lei Agrária, O
comunismo na Alemanha, O socialismo na Suíça, Doutrina de Saint-Simon,
dentre outras, sendo algumas com autoria, outras não. Contudo todas sem o
nome do tradutor, o qual se presume seja o próprio editor e fundador da revista,
já renomado pelas suas traduções anteriores.
O periódico foi um dos principais difusores do fourierismo no Brasil no
que atine ao socialismo utópico baseado, dentre outras noções, na crítica ao
capitalismo, à civilização urbana, à industrialização, ao matrimônio, à
monogamia. A revista nasceu em meio ao clima de tensão havida entre os
partidos ou facções políticas que faziam do Recife um campo de batalha. Este
cenário bélico foi o mote para essa publicação que teve atuação diferenciada
ante às demais como veículo de ideias com as quais se lançavam na disputa
político-partidária.
Durante o período regencial e imperial, os jornais e periódicos
mantinham uma relação direta com o debate político, “influenciando e, às vezes,
até mesmo ditando temas e dilemas a serem discutidos pela sociedade como um
todo.”(ALMEIDA, 2001, p. 40). Muitos desses jornais eram utilizados pelos
políticos locais para travarem disputas com seus inimigos; e a revista O
Progresso é exemplar neste sentido. Trata-se de um “veiculo que assumiria o
papel de pensar e propor saídas para o desenvolvimento social e moral
brasileiro sem partidarismos.”(ALMEIDA, 2001, p. 45)
Deixada de lado desde o falecimento de Antônio Pedro de Figueiredo, a
revista O Progresso foi recuperada ante aos pedidos de Gilberto Freyre para
que a mesma não caísse no esquecimento tendo em vista o legado que
representa para o conhecimento do Brasil do século XIX. De acordo com
Barbosa Lima Sobrinho,
Coube-lhe divulgar notícias e artigos a respeito da extensão do
socialismo na Suíça, nas comunas da Alemanha, assim como em torno
das ideias de Saint-Simon, ou das leis agrárias dos Estados Unidos,
estudos a propósito de Constantino Pecqueurer, um socialista
otimista, da linha de Sismondi, convicto de que a revolução industrial
concorreria para a felicidade da humanidade (LIMA SOBRINHO apud
ABREU E LIMA, 1979, p. 20-21)
Tomando para si a tarefa de instruir os homens de seu tempo para a
luta, o periódico O Progresso buscou construir um edifício teórico com o qual
Revista Dia-Logos, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, p.8-23, jan./jun. 2019.- Página 20
pudesse “instruir as massas quanto a providencias de atitudes mais pacíficas e
ordeiras.” Possuía a premência de constituir um discurso que conclamasse a
conciliação nacional., “serenando os ânimos e ao mesmo tempo instrumentando
teoricamente o grupo destinado a gerir o processo de reformas progressistas.
(PERIOTTO, 2011, p. 149)
A construção de um pensamento elevado tal como apresentado em O
Progresso merece análise detida de tal forma que delineie as condições que
permitiram sua existência. Seu conteúdo se distinguia do tipo de imprensa
produzido na época. A diferença qualitativa existente entre O Progresso e as
demais publicações do período reside no fato de que a revista corresponde a um
verdadeiro programa. O surgimento da revista, tal como foi organizada, possui a
intenção de mostrar no que se constituía o progresso apto a modernizar uma
nação, mas e sobretudo a maneira de conquistá-lo.
Gozando do privilegio bem raro em nossa terra, para não dizermos
desconhecido, de possuirmos uma redacção perfeitamente uma de
intenções e desenhos, teremos assim a vantagem de apresentar
constantemente, no desenvolvimento do nosso pensamento proprio,
ou na exposição das ideas de outrem, as memas doutrinas e os
mesmos principios geraes, applicados aos factos de diversas ordens.
(O PROGRESSO, 1846, p. 2)
A revista O Progresso e seu redator, Antônio Pedro de Figueiredo,
merecem destaque na história do pensamento econômico brasileiro, haja vista
que o teor que sai da pena desse intelectual pernambucano foi intencionalmente
forjado para instruir quando propôs um debate que se pretendia civilizador.
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(Primeiras linhas do texto) "Foi graças ao sr. Gilberto Freyre que travei conhecimento com a obra de Antônio Pedro de Figueiredo. O sociólogo pernambucano, nos seus livros Nordeste e Um engenheiro francês no Brasil, despertou a atenção dos meios intelectuais para a figura extraordinária dêsse mulato (...)"
Diário de Pernambuco. Recife
  • Abdalah-El-Kratif Carteira
ABDALAH-EL-KRATIF. A Carteira. Diário de Pernambuco. Recife, p. 01, 22 ago.
A revista O Progresso e a proposta de reformas sociais
  • Marcelo Francisco Almeida
  • De
ALMEIDA, Marcelo Francisco de. A revista O Progresso e a proposta de reformas sociais. 2001. 163 f. Dissertação (Mestrado) -Curso de Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Sociologia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2001.
Annaes da Imprensa Periódica Pernambucana
  • Alfredo Carvalho
  • De
CARVALHO, Alfredo de. Annaes da Imprensa Periódica Pernambucana, de 1821-1908. Recife: Typographia do Jornal do Recife, 1908.
História das ideias socialistas no Brasil. 2ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira
  • Vamireh Chacon
CHACON, Vamireh. História das ideias socialistas no Brasil. 2ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.
Curso de História da Filosofia. Diário de Pernambuco. Recife
  • Antônio Figueiredo
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FIGUEIREDO, Antônio Pedro de. Curso de História da Filosofia. Diário de Pernambuco. Recife, p. 04, 25 abr. 1843.
Senhores Redatores. Diário de Pernambuco
  • Antonio P Figueiredo
  • De
FIGUEIREDO, Antonio P. de. Senhores Redatores. Diário de Pernambuco, Recife, p. 144-146, 23.08.1852.
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  • Tiago A Lara
LARA, Tiago A. As raízes cristãs do pensamento de Antônio Pedro de Figueiredo. São João Del-Rei: Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras, 1977.