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Maker Attitude Entrepreneur:
um relato de boas
práticas do Fab Lab Inatel.
Educando para o empreendedorismo e a inovação.
Autor: Raphael Cardoso Mota Pereira ;
1
Co-Autores: Rogério Abranches da Silva ;
2
Tânia Maria da Costa Rosas ;
3
Eduardo Esteves Zanin .
4
Resumo
A contribuição das atividades makers para o desenvolvimento das habilidades e atitudes
empreendedoras são amplamente citadas na literatura como forma de impulsionar o
desenvolvimento de novos negócios. Cada vez mais universidades apostam em oficinas abertas
como motores do empreendedorismo, impulsionando a criação de novos negócios entre sua
comunidade de alunos, professores, pesquisadores e funcionários.
1Gestor e consultor do Laboratório de Ideação da Incubadora de Empresas e Projetos do Inatel. Coordena as atividades do
programa de ideação e é responsável pelo Fab Lab do Inatel. MBA em Engenharia e Inovação, pós-graduado em Administração
de Empresas e graduado em Design Industrial com Habilitação em Produto. Atuou como Agente de Inovação pelo Sebrae na
região de São José dos Campos-SP e possui experiência na área de projetos de inovação, e em ambas possui cursos de
aperfeiçoamento. Av. João de Camargo, 510 - 37540-000 – Santa Rita do Sapucaí – MG – Brasil. 35 3471-9370.
raphaelpereira@inatel.br
2Coordenador do Núcleo Educacional de Empreendedorismo e Inovação do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel). É
Mestre em Educação (com pesquisa concentrada na Pedagogia Universitária e Educação Empreendedora) pela Universidade do
Vale do Sapucaí (UNIVÁS) e Bacharel em Administração de Empresas pelo Centro de Ensino Superior em Gestão, Tecnologia e
Educação (FAI). Coordenou diversos projetos no campo da pesquisa e da inovação, oriundos de várias Agências de Fomento do
país, como: CNPq, FINEP, BDMG, FAPEMIG, SECTES - MG e SEBRAE. Foi Presidente da Rede Minera de Inovação (RMI)
de 2006 a 2010 e já ministrou palestras em várias regiões do país. Av. João de Camargo, 510 - 37540-000 – Santa Rita do Sapucaí
– MG – Brasil. 35 3471-9203. rogeriosilva@inatel.br
3Gestora e Consultora da Incubadora de Empresas e Projetos do Inatel, Graduação em Análise e Desenvolvimento de Sistemas
pela Universidade Paulista Possui. Atuou por vários anos como consultora empresarial em micro e pequenas empresas de base
tecnológica. Av. João de Camargo, 510 - 37540-000 – Santa Rita do Sapucaí – MG, Brasil. 35 3471-9287. tania.rosas@inatel.br
4Gestor e consultor da Pré-incubadora de Empresas e Projetos do Inatel, Graduação em Administração - FAI - Centro de Ensino
Superior em Gestão, Tecnologia e Educação (2010), graduação em Direito pela Universidade José do Rosário Vellano (2004) e
mestrado em Administração pela Universidade Federal de Lavras (2016). Atualmente é professor e especialista em
empreendedorismo do Instituto Nacional de Telecomunicações, sendo responsável pelos programas Crowd Vale da Eletrônica e
de pré-incubação. Av. João de Camargo, 510 - 37540-000 – Santa Rita do Sapucaí – MG, Brasil. 35 3471-9287.
eduardo.zanin@inatel.br
Este artigo propõe e desenvolve a hipótese de que o maker attitude deve ser oportunizado com
atividades voltadas para o propósito empreendedor, estimulando um ambiente de geração de
negócios. Neste sentido, quais devem ser as ações para que esses espaços se tornem de fato
“máquinas” de transformação empreendedora? Como orientar o maker attitude para o
desenvolvimento de novos negócios? E, ao responder essas questões, poderemos desenvolver
uma autêntica cultura de Maker Attitude Entrepreneur
.
O objetivo geral deste artigo é apresentar reflexões sobre o relato de boas práticas do Fab Lab
Inatel sobre o incentivo ao empreendedorismo universitário através do propósito e do “faça você
mesmo”. E os objetivos específicos são: i) realizar um levantamento bibliográfico sobre o tema;
ii) e relatar as principais práticas catalisadoras do empreendedorismo realizadas pelo Núcleo de
Empreendedorismo do Inatel no Fab Lab Inatel.
Palavra-chave: Maker Attitude Entrepreneur
, Empreendedorismo Maker, Fab Fab.
Abstract
The contribution of maker activities to the development of entrepreneurial skills and attitudes is
cited as a way to drive new business development. More and more universities are betting on
open workshops as engines of entrepreneurship, driving the creation of new businesses among
their community of students, professors, researchers and staff.
This article proposes and develops the hypothesis that the maker attitude should be opportunized
with activities aimed at the entrepreneurial purpose, so that in fact a business generation
environment is stimulated. In this sense, what should be the actions for these spaces to actually
become "machines" of entrepreneurial transformation? How to guide the maker attitude towards
new business development? And by answering these questions, we can develop an authentic
Maker Attitude Entrepreneur culture.
The general objective of this article is to present reflections on the practices oriented to the
development of maker attitude in university entrepreneurship. And the specific objectives are: i)
to conduct a bibliographic survey on the theme; ii) and report the main catalyst practices of
entrepreneurship performed by Inatel's Entrepreneurship Center at Fab Lab Inatel.
Keyword: Maker Attitude Entrepreneur, Entrepreneurship Maker, Fab Fab.
Introdução
O empoderamento de empreendedores através de espaços makers têm sido amplamente relatado
por pesquisadores da área de empreendedorismo e inovação. O movimento maker vive a terceira
onda, em que a prosperidade do movimento, inovação e empreendedorismo se destacam, até
mesmo em locais sem infraestrutura de fabricação industrial. (STEPHEN, 2014; BROWDER et
al, 2019).
E a contribuição das atividades makers para o desenvolvimento das habilidades e atitudes
empreendedoras, também são citadas como forma de impulsionar o desenvolvimento de novos
negócios. Cada vez mais universidades apostam em oficinas abertas como motores do
empreendedorismo, impulsionando a criação de novos negócios entre sua comunidade de alunos,
professores, pesquisadores e funcionários (SCOTT, 2015; GOLDENSE, 2013; HOLM, 2015).
Os resultados dessas iniciativas podem ser verificadas através de estudos especializados e
também no mercado, com startups originalmente criadas a partir do propósito de seus fundadores
e da experiência do faça você mesmo em ambientes universitários. Empresas de grande sucesso
como FormLab, MakerBot, Modkit, Ponoko, Ultimaker, FabFi, Remake Electric, entre muitas
outras compõem o hall de startups originárias da cultura maker. (FAB FOUNDATION, 2018).
Contudo, observa-se que os espaços makers não são suficientes em si para o desenvolvimento de
habilidades e atitudes empreendedoras. Ou seja, a infraestrutura de máquinas, mobiliário, projetos
e treinamento não são suficientes para formar empreendedores e criar novos negócios. De acordo
com o educador e maker Brian Aspinall: “maker attitude é mais sobre cultura e menos sobre
espaço e coisas ”, o que também evidencia a necessidade da construção de uma cultura que seja
5
catalisadora para o fenômeno do empreendedorismo (REDEKOPP & NANTAIS, 2017).
Este artigo propõe e desenvolve a hipótese de que o maker attitude deve ser oportunizado com
atividades voltadas para o propósito empreendedor, para que de fato se estimule um ambiente de
geração de negócios. Neste sentido, quais devem ser as ações para que esses espaços se tornem
5 http://brianaspinall.com/maker-is-a-culture-not-a-space/
de fato “máquinas” de transformação empreendedora? Como orientar o maker attitude para o
desenvolvimento de novos negócios? E, ao responder essas questões, poderemos desenvolver
uma autêntica cultura de Maker Attitude Entrepreneur.
O objetivo geral deste artigo é apresentar reflexões sobre as práticas orientadas ao
desenvolvimento do maker attitude no empreendedorismo universitário. E os objetivos
específicos são: i) realizar um levantamento bibliográfico sobre o tema; ii) e relatar as principais
práticas catalisadoras do empreendedorismo realizadas pelo Núcleo de Empreendedorismo do
Inatel no Fab Lab Inatel.
Fundamentação teórica
O que é movimento maker?
De acordo com Silva (2015) o movimento DIY - do-it-yourself
, “faça você mesmo”, teve origem
no pós-guerra com a escassez de produtos industrializados, o que motivou as pessoas a
fabricarem seus próprios produtos. Nessa ocasião nasceram as primeiras iniciativas voltadas para
o “faça você mesmo”, como as revistas de bricolagem voltadas para as famílias e depois as
revistas especializadas em hobbys
, como o modelismo.
Na década de 70, o movimento punk criou sua própria identidade cultural, produzindo sua
própria música, roupas e revistas. Esse movimento juntamente com a ascensão do
micro-computador pessoal e popularização da internet, trouxe um tom de rebeldia para o
movimento do do-it-yourself
. O movimento que era caracterizado por uma iniciativa individual,
muitas vezes na própria garagem do maker/hacker
, ganhou maior dimensão com a organização
de grupos makers
. Não demorou muito para outros indivíduos começarem a se reunir em
garagens para inventar novos utensílios, momento em que surgem os maker spaces ou hacker
spaces
, lugares onde um grupo de “fazedores” se reúnem para compartilhar projetos,
conhecimento e equipamentos (SILVA, 2015).
Na década de 90 surgiram fóruns na internet que concentravam comunidades on-line de
fazedores, popularmente conhecidos como fóruns makers, entre os mais populares está o
https://www.instructables.com/. Atualmente essas comunidades reúnem mais de 1 milhão de
pessoas em feiras como Maker Faire, https://makerfaire.com. À medida em que o movimento
ganhou impulso, os makers criaram seu próprio mercado, desenvolvendo novos produtos e
serviços. A combinação de makers engenhosos e tecnologias inovadoras, como o
microcontrolador Arduino e a impressão 3D pessoal, impulsionou a inovação na fabricação,
engenharia, design industrial, tecnologia de hardware e educação (SILVA, 2015; MAKE, 2012).
De acordo com Gershenfeld (2012), uma nova revolução digital está chegando, e desta vez será
no modo de fabricação. Baseando-se nos mesmos conceitos que levaram às digitalizações
anteriores da comunicação e computação, mas agora o grande impacto será no mundo físico e
não no virtual. A fabricação digital permitirá aos indivíduos projetar e produzir objetos sob
demanda, onde e quando precisarem. A fabricação digital começou a se desenvolver ainda no
século XIX, a máquina de tecer de Joseph Marie Jacquard (1801) funcionava com cartões
perfurados e traduzia a informação para padrões em tecelagem. Assim nasceu um novo tipo de
indústria que utiliza ferramentas e processos controlados por computador para transformar,
diretamente, projetos digitais em produtos físicos.
A alta disponibilidade das tecnologias, open hardware e software, necessárias para a fabricação
digital, está criando uma disrupção na indústria da manufatura. E a economia maker tem se
destacado como uma das mais expoentes para o futuro dos produtos personalizados, com
logística descentralizada e custo de produção cada vez mais barato. E, seu impacto em outras
áreas, como a do empreendedorismo, tem se mostrado de extrema importância para a viabilidade
de empreendimentos.
O que é Fab Lab?
Uma iniciativa fruto desse cenário é o Fab Lab, uma rede mundial de laboratórios de fabricação
que se originou em uma universidade, no Centro para Bits e Átomos (CBA) do MIT
(Massachusetts Institute of Technology), como uma extensão de pesquisa em fabricação e
computação digital. A iniciativa nasceu de um curso chamado “Como fazer (quase) qualquer
coisa”, do MIT OpenCourseWare, organizado pelo professor Neil Gershenfeld, que percebeu que
nas aulas de empreendedorismo e em várias outras áreas acadêmicas, os alunos tinham grande
dificuldade para materializar suas ideias (GERSHENFELD, 2012).
Ser um Fab Lab significa conectar-se a uma comunidade global de alunos, educadores,
tecnólogos, pesquisadores, fabricantes e inovadores - uma rede de compartilhamento de
conhecimento que abrange 30 países e 24 fusos horários. Como todos os Fab Labs compartilham
ferramentas e processos comuns, o programa está construindo uma rede global, um laboratório
distribuído para pesquisa e invenção (FAB FOUNDATION, 2018).
Um Fab Lab é composto por ferramentas de fabricação e eletrônica, de nível industrial,
comandadas em software aberto e programas escritos por pesquisadores do Centro para Bits e
Átomos do MIT. Atualmente, os Fab Labs possuem basicamente os seguintes maquinários: uma
máquina de corte a laser que faz estruturas 2D e 3D, uma máquina para corte de vinil que pode
criar máscaras em cobre para criar, por exemplo, antenas e circuitos flexíveis, uma máquina
fresadora CNC de alta resolução que fabrica placas de circuitos e peças de precisão, uma grande
máquina CNC Router para construção de móveis e habitação, por exemplo, impressoras 3D para
impressões de peças em plásticos, e uma série de componentes eletrônicos e ferramentas de
programação para microcontroladores de baixo custo e alta velocidade para prototipagem de
circuitos rápidos no local (FAB FOUNDATION, 2018).
Em 2005, a National Science Foundation concedeu aos Fab Labs US $ 14 milhões em subsídios
para semear a rede nos EUA, uma iniciativa com o objetivo de estimular o empreendedorismo.
No Brasil o movimento começou por volta de 2012 com tímidos três Fab Labs de garagem, logo
outras instituições abraçaram o projeto e apareceram mais Fab Labs. Em 2015 já eram doze e
atualmente ultrapassa a marca de 100 Fab Labs no Brasil (HOLMAN, 2015).
Em 2015, para a implementação do projeto do Fab Lab Inatel, foi realizada uma pesquisa de
estado da arte na plataforma Web of Science da Thomson Reuters. A palavra-chave “digital
fabrication
” apresentou 312 artigos, e a soma do número de citações foi de 564 no período de
2004 até 2016. Enquanto que para a palavra chave “do-it-yourself
” apresentou 759 artigos
publicados, com uma soma de citações de 2.517 para o período de 1996 até 2015. No entanto, o
mais relevante dessa pesquisa, como mostra os gráficos (1 e 2) abaixo, é a tendência exponencial
de como isso ocorreu em um período de dez anos (2005 até 2015), e como o interesse pelo tema
“do-it-yorself
” explodiu a partir de 2005, acompanhando a produção de digital fabrication
.
Gráfico 1. Busca pela palavra chave “digital fabrication”.
Fonte: Web of Science - Thomson Reuters
Gráfico 2. Busca pela palavra chave “do-it-yourself, DIY”.
Fonte: Web of Science - Thomson Reuters
Esse cenário também foi retratado em diversos relatórios de diferentes organizações, como:
Maker Market Study, The Maker Movement, The Maker Economy in Action, Envisioning the
Future of the Maker Movement, Makerspace: Towards a New Civic Infrastructure – e apenas nos
EUA a expectativa é de que o mercado maker chegará a US 8 bilhões até 2020. Existem algumas
evidências consistentes para essa afirmação, como o relato apresentado pela Atmel Corporation,
que é uma grande fabricante líder de microcontroladores e semicondutores para suporte do
movimento do maker, de que existe cerca de 135 milhões de adultos dos EUA que são makers
(MAKE, 2012; HOLMAN, 2015; AMERICAN SOCIETY FOR ENGINEERING EDUCATION,
2016; WOLF-POWERS et all, 2016; NATIONAL LEAGUE OF CITIES, 2016).
O que é Maker Attitude Entrepreneur
?
De acordo com a Fab Foundation (2018) o Fab Lab foi originalmente concebido para as
comunidades como plataforma de prototipagem para o empreendedorismo local. Contudo, os Fab
Labs são cada vez mais adotados pelas escolas e universidade como plataformas para a educação
STEM, baseada em projetos e prática, e normalmente orientadas para atividades de
empreendedorismo (PENGELLY J., FAIRBURN S. & NEWLANDS, 2012).
Omaker attitude se caracteriza pela iniciativa dos usuários aprenderem projetando e criarem
objetos de interesse pessoal ou baixando projetos compartilhados, ao invés de comprar esses
objetos no mercado. Empoderados pela experiência de fazer algo por si mesmos, ambos
aprendem e mentoram-se, obtendo conhecimento profundo sobre as máquinas, os materiais, o
processo de design e a engenharia utilizadas nas invenções e inovações (FAB FOUNDATION,
2018).
Nesse processo, diversas startups nasceram em Fab Labs, e a Fab Foundation tem buscado
formas de apoiar economicamente e financeiramente essas iniciativas distribuídas globalmente
pela rede, facilitando um ecossistema de empresas e produtos gerados por Fab Labs e com acesso
a mercados globais. Empresas de grande sucesso como FormLab, MakerBot, Modkit, Ponoko,
Ultimaker, FabFi, Remake Electric, entre muitas outras compõem o hall de startups originárias da
cultura maker (FAB FOUNDATION, 2018).
Grande parte dessas startups trouxeram para o mercado uma inovação disruptiva, ou seja,
oferecem uma solução por um preço muito mais acessível e alcançam um número muito maior de
consumidores. Como é o caso da MakerBot, empresa que fabrica impressoras 3D, pioneira em
oferecer impressoras residenciais por um preço acessível para os consumidores makers.
Atualmente centenas de empresas pelo mundo oferecem as mesmas impressoras por preços ainda
mais baixos (PRINT THE LEGEND, 2014).
Nesse sentido, o maker attitude entrepreneur
se caracteriza de forma diferente do maker attitude
puramente, e se manifesta através de uma vontade que vai além de fabricar seus próprios objetos,
mas que também desejam iniciar o próprio empreendimento, levando para o mercado as soluções
que são desenvolvidas nos laboratórios makers.
Metodologia utilizada
Para atender aos objetivos do artigo a pesquisa foi executada em duas partes. Na primeira parte,
foi realizada uma pesquisa prática de abordagem qualitativa. Essa pesquisa procurou obter
informações de várias bases bibliográficas e documentais disponibilizadas pelo portal Periódicos
da CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, para demonstrar o
uso dos espaços makers para o desenvolvimento do empreendedorismo e a criação de novos
negócios. Portanto, o método escolhido foi de levantamento bibliográfico e documental em bases
secundárias (FANTINATO, 2015).
Na segunda parte, foi realizada uma pesquisa empírica de abordagem qualitativa. Esta pesquisa
procurou obter informações de pessoas envolvidas no desenvolvimento nos projetos do Núcleo
de Empreendedorismo do Inatel no Fab Lab Inatel. O método escolhido foi o estudo de caso
múltiplo do tipo descritivo. Os instrumentos utilizados foram observação direta e análise de
documentos e artefatos (YIN, 2005).
O estudo de caso tem o objetivo descrever como o Maker Attitude tem impactado as atividades de
empreendedorismo desenvolvidas pelo Núcleo de Empreendedorismo do Inatel. Para isso, foram
selecionados as seguintes iniciativas atreladas diretamente ao Fab Lab Inatel: Laboratório de
Ideação, Cursos do Inatel Maker, Curadoria EduTec&Cria, Atividades Acadêmicas e os
Incentivos Econômicos.
Desenvolvimento da temática
O Núcleo de Empreendedorismo – NEMP – e a Incubadora de Empresas e Projetos do Inatel são
um mecanismo acadêmico do Instituto Nacional de Telecomunicações INATEL, voltado para a
preservação, ampliação e fortalecimento da experiência empreendedora da cidade de Santa Rita
do Sapucaí, contribuiu para a geração do Arranjo Produtivo Local- APL de Eletroeletrônica, mais
conhecido como “Vale da Eletrônica”.
Há 19 anos o NEMP dissemina a cultura empreendedora e de inovação na comunidade
acadêmica do Inatel no que tange ao desenvolvimento, a prática e a difusão do
empreendedorismo e da criação dos diversos programas premiados nacionalmente. E por estarem
inseridos numa cidade de pequeno porte, em um centro universitário, assumem importância
fundamental como agente de mudanças.
O Programa de Incubação do Inatel dá suporte a todas as fases de desenvolvimento das startups,
incluindo a fase de ideação, que tem como objetivo fornecer aos promotores das ideias de
negócio, conhecimentos, metodologias e instrumentos relacionados com a criação e
desenvolvimento de negócios inovadores, de forma a facilitar a análise, o planeamento e a
implementação de produtos ou serviços comercializáveis.
O Laboratório de Ideação oferece uma programação interna de eventos e atividades, como: aulas
6
sobre empreendedorismo e inovação, treinamentos pontuais e periódicos para uso de
equipamentos e metodologias, palestras, oficinas, workshops
,hackathons
,demodays
, entre outras
atividades inovativas que podem atender a toda comunidade de usuários do Inatel.
E em setembro de 2017 foi inaugurado o Fab Lab Inatel, local operado pelos usuários, levando-se
em consideração todos os aspectos de segurança, com áreas de atuação que podem ser integradas
às outras. Com o objetivo de ampliar a capacidade de prototipagem do Laboratório de Ideação, o
Fab Lab Inatel está aberto para toda comunidade de usuários do Inatel, e configura-se como uma
plataforma completa de desenvolvimento e prototipagem de ideias.
Nesse cenário, o maker attitude
tem sido desenvolvido através de um mix de atividades,
relacionados a seguir, que incluem treinamentos, atividades acadêmicas curriculares e
extracurriculares, e sempre orientadas para o desenvolvimento do maker attitude entrepreneur,
através da sinergia das atividades do Núcleo de Empreendedorismo do Inatel.
6 http://www.inatel.br/ideacao
Inatel Maker
O programa Inatel Maker é composto por uma conjunto de oito cursos com o objetivo de
7
habilitar e certificar os usuário para utilizar com excelência o Laboratório de Ideação e o Fab
Lab. Os cursos buscam o formato hands on e são baseados em projetos e podem ser prototipados
nos diversos equipamentos de fabricação digital do laboratório.
Os cursos são oferecidos aos sábados com duração de 8h, nos seguintes temas: Design Thinking,
Fundamentos de SolidWorks, Fundamentos de Impressão 3D, Fundamentos de Eagle,
Fundamentos de Corte a Laser e Fundamentos de CNC. Além de dois cursos no formato EaD,
nos seguintes temas: Fundamentos de Corrosão de PCI e Fundamentos de Recorte Eletrônico.
Os cursos beneficiam direta ou indiretamente os empreendedores, ajudando na formação maker
de empreendedores, ou na formação de especialistas que integram projetos de
empreendedorismo, o que facilita o uso dos recursos de infraestrutura do Fab Lab, e viabiliza a
prototipagem dos projetos para validação no mercado.
De 2017 até o primeiro semestre de 2019 foram realizadas 34 turmas dos cursos, somando um
total de 386 certificados emitidos exclusivamente para alunos do Inatel. No levantamento de
dados observa-se que 23% participantes buscam desenvolver múltiplas habilidades na plataforma
de prototipagem, participado em dois ou mais cursos de temáticas diferentes.
As capacitações para desenvolvimento de habilidades makers incentivam o uso dos equipamentos
do Fab Lab, estimulando o desenvolvimento de projetos e incentivando a prática de projetos. Dos
448 pedidos de prototipagem executados no Fab Lab Inatel, foram identificados 78 pedidos
solicitados diretamente por 54 participantes dos cursos oferecidos pelo Inatel Maker, o que
demonstra um incentivo de uso dos equipamentos através da capacitação prévia nos
equipamentos de fabricação digital.
Em uma pesquisa realizada com 94 participantes dos cursos do Inatel Maker, verificou-se que
73% praticaram o conhecimento em algum projeto; 57% afirma que após o curso utilizou um dos
equipamentos do Fab Lab; e 37% afirma que tem utilizado o conhecimento do curso em seu
estágio ou emprego.
7 http://www.inatel.br/maker
Os cursos do Inatel Maker também impactam positivamente as startups participantes do
Programa de Incubação do Inatel, capacitando os sócios ou colaboradores dos novos
empreendimentos. Foram identificadas 9 startups que participaram dos cursos do Inatel Maker,
são elas: Quantu, Das Coisas, Neurobrinq, V2Tech, Lagger, B3D, Dágora, Aurem, Ellos e Soil.
O integrante da startup Das Coisas, Anderson Palma, é o responsável pelo desenvolvimento da
parte mecânica de vários projetos de eletrônica. Anderson iniciou o desenvolvimento 3D com
maior seriedade a partir do curso de Solidworks oferecido pelo Inatel Maker. Através do Fab Lab
teve a oportunidade de participar de outros dois projetos de desenvolvimento 3D, um para
Ericsson, em um projeto para smart cities, e outro para o Centro de Referência em
Radiocomunicações do Inatel, em um projeto de desenvolvimento para a tecnologia 5G.
De acordo com Anderson o Laboratório de Ideação e Fab Lab Inatel são ambientes convidativos
ao empreendedorismo e inovação, e possuem em seu entorno todo um ecossistema que permite
aos usuários a participação em diversos projetos que podem prepará-los para uma prática
profissional.
Roberto sócio da startup Ellos, entende que o Fab Lab oportuniza os seus voluntários, trazendo
experiência e currículo, desenvolvendo uma vasta gama de novas skills
. Em seus projetos de
empreendedorismo, facilitou o desenvolvimento de protótipos rápidos, com a finalidade de
demonstrar a solução para investidores e bancas avaliativas. Contudo, afirma que para ter acesso
ao Fab Lab é necessário os conhecimentos de CAD/CAM, que é exatamente o que o Inatel Maker
possibilita.
Gabriel, ex-sócio da startup Neurobrinq, afirma que os cursos do Inatel Maker influenciaram em
diversos fatores do desenvolvimento produto físico da startup. O parque multi sensorial
demandava de muita prototipagem e uso de maquinários do Fab Lab Inatel. E foi através dos
cursos makers que a empresa descobriu a viabilidade para a produção final de cada item do
parque nos equipamentos do Fab Lab, entendo a capacidade dos equipamentos, intenção de
projetos e tipos de arquivos utilizados. Para Gabriel, se não tivesse acesso ao Fab Lab, a empresa
demoraria muito mais tempo para desenvolver, ou erraria muito mais e mais caro para chegar no
resultado final.
Dessa forma, os treinamentos pontuais para desenvolvimento de habilidades maker são práticas
relevantes para o fortalecimento da cultura do maker attitude entrepreneur
, estimulando o
desenvolvimento de projetos e o uso de equipamentos.
Foto 1. Curso Inatel Maker de Fundamentos de SolidWorks
Fonte: Inatel
Foto 2. Aluno de primeiro semestre com protótipo de papelão e protótipo final desenvolvido e
fabricado no Fab Lab Inatel.
Fonte: Inatel
Foto 3. Projeto AgroView da Startup Das Coisas - Anderson Palma, desenvolvedor 3D na Das
Coisas.
Fonte: Autor
EduTec&Cria
O Programa de Curadoria EduTec&Cria tem a finalidade de disseminar o conhecimento e
8
promover uma discussão crítico-reflexiva sobre temas contemporâneos relacionados à educação,
tecnologia e criatividade. É organizado pelo Núcleo de Empreendedorismo do Inatel e realizado
no Laboratório de Ideação da Instituição.
O objetivo do programa é de construir um conhecimento através da visão crítica de um curador,
que com sua liberdade de curadoria deve delinear uma linha de raciocínio, uma visão ou
perspectiva de futuro, através de suas escolhas para atividades junto a comunidade do Inatel.
O evento possui carga horária de 8h à 12h, e sempre contemplam atividades mão-na-massa, e
entre os palestrantes convidados a presença de fundadores de startups e especialistas que relatam
oportunidades do tema para o desenvolvimento de novos negócios.
8 http://www.inatel.br/edutec
Foram realizada cinco edições, nos seguintes temas: Internet do Futuro, Indústria 4.0, Smart
Cities, Inteligência Artificial e Drones. Somando a participação total de 175 pessoas, entre
alunos, funcionário, pesquisadores, empreendedores e integrantes da comunidade de Santa Rita
do Sapucaí.
A contribuição da curadoria para o maker attitude entrepreneur
está na construção de cenários
tecnológicos construídos por especialistas que demonstram as oportunidades de desenvolvimento
tecnológico e de negócios. Engajando a comunidade empreendedora em atividades mão na
massa, proporcionando a demonstração da capacidade do Fab Lab Inatel de facilitar o processo
de desenvolvimento dos protótipos para validação no mercado.
Foto 4. EduTec&Cria Dones - Atividade de mão na massa no Laboratório de Ideação do Inatel
Fonte: Inatel
Foto 5. EduTec&Cria Dones - Atividade de mão na massa com a equipe de robótica RobotBulls
da engenharia de automação do Inatel.
Fonte: Inatel
Foto 6. EduTec&Cria Drones - Drones de reflorestamento da Startup Verde Drone, palestrante do
evento.
Fonte: Inatel
Incentivos
O Fab Lab Inatel possui uma política de descontos de 50% para alunos e funcionários, e 40%
para empresas incubadas com o intuito de incentivar uma cultura de errar rápido e barato, para
aprender mais rápido sobre o desenvolvimento do produto, compartilhando os riscos e reduzindo
os custos, e fortalecendo o maker attitude entrepreneur.
Dos 448 pedidos de prototipagem executados no Fab Lab Inatel no período de 2017 à 2019, 75
pedidos foram solicitados por startups do Programa de Incubação do Inatel, em fase de ideação,
pré-incubação ou incubação.
A política de preço diferenciada oferecida pelo Fab Lab Inatel tem um impacto positivo em todas
as etapas de prototipagem dos projetos. Na ideação, o protótipo é fundamental para validação do
problema junto ao usuário, na pré-incubadora para implementação do produto mínimo viável para
a validação da solução, e na incubadora para produção de lotes pilotos.
O caso da Neurobrinq, startup da área da tecnologia que oferece ao mercado uma plataforma de
integração de diversas tecnologias e dispositivos, com o objetivo de criar ferramentas e
aplicativos para otimizar o tempo e aumentar a qualidade dos recursos nos serviços oferecidos na
educação e saúde, utilizou ativamente o Fab Lab Inatel para construção dos protótipos e lotes
pilotos para os primeiros cliente.
Portanto os incentivos econômicos causam um impacto positivo para o fortalecimento do maker
attitude entrepreneur
, viabilizando para os empreendedores mais oportunidades de testar e
aprender com os resultados do trabalho de prototipagem e validação com os clientes.
Foto 7. Time da Neurobrinq em frente ao prédio da Incubadora do Inatel.
Fonte: Inatel
Foto 8. Brinquedo fibra de vidro da Neurobrinq.
Fonte: Inatel
Foto 9. Brinquedo painel sensorial.
Fonte: Inatel
Discussão e Conclusões
A dinâmica de mercado para o desenvolvimento de novos negócios tem exigido dos
empreendedores uma abordagem ágil e centrada no usuário, com o objetivo de reduzir custos,
riscos e ser mais mais aderente ao problema do negócio. Essas abordagens são amplamente
utilizadas em metodologias como Customer Development, Lean Startup, Design Thinking e
BMC, e aplicadas nos principais ambientes de empreendedorismo do mundo para
desenvolvimento de novos negócios (BLANK & DORF, 2012; RIES, 2017; BROWN, 2010;
OSTERWALDER & PIGNEU, 2010).
O ciclo de desenvolvimento desses novos negócios ocorre de forma iterativa, com uma série de
modificações ao longo do tempo, acarretando na necessidade de implementação de diversos
protótipos que devem ser validados em várias etapas com os próprios usuários. Este conceito,
também conhecido como MVP (Produto Mínimo Viável) ressignifica a lógica de prototipagem,
que antes se apresentava como uma solução definitiva, e agora como pedaços de uma solução que
podem ser validadas por sua efetiva proposta de valor para o usuário (BLANK & DORF, 2012;
RIES, 2017; BROWN, 2010; OSTERWALDER & PIGNEU, 2010).
Uma das maiores dificuldades dos empreendedores nos ciclos de desenvolvimento de novos
negócios é materializar as soluções elaboradas, em função da dificuldade de acesso a recursos
físicos necessários ao desenvolvimento, como: máquinas, ferramentas e materiais; como também
a recursos intelectuais, como: softwares e profissionais especializados (GERSHENFELD, 2012).
Diante disso, iniciativas como o Fab Lab tem difundido e até popularizado o acesso a esses
recursos de prototipagem, empoderando os empreendedores no processo de execução de seus
projetos, conferindo-lhes maior autonomia e flexibilidade, permitindo que o desenvolvimento de
novos negócios sejam mais ágeis, baratos e de menor risco para investidores e empreendedores
(STACEY, 2014).
Recomendação de boas práticas
É importante fortalecer uma rede de colaboração com outros laboratórios pode potencializar a
capacidade de realização de projetos, obtenção e acesso a recursos que podem não estar
disponíveis para os empreendedores em seu ambiente físico.
O Fab Lab Inatel está concluindo a sua fase de implantação interna, o que possibilita um olhar
externo para buscar parcerias e oportunidades junto a empresas e outros espaços makers, para
oportunização e construção de uma cultura cada vez mais forte do maker attitude entrepreneur.
O empreendedor universitário, que ainda precisa conciliar seus estudos com as atividades de
validação, necessitam de uma atenção especial em seu desenvolvimento. O desafio de
implementar um negócio se torna ainda maior quando é necessário compartilhar o tempo com
uma graduação de engenharia.
Nesse sentido, é válido repensar todos paradigmas utilizados como processos de capacitação
empreendedora, e desburocratizar o processo de aprendizado desses empreendedores. Investindo
mais em experiências imersivas para o desenvolvimento da atitude empreendedora, como visitas
técnicas a feiras, eventos e ecossistemas; dinâmicas imersivas como startup weekend,
hackathons, ideathons, demo days; e desafios de curto prazo, como concursos de ideias com
empresas e instituições que preferencialmente trabalhem com propósito (metas globais).
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