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Revista Ensino de Geografia (Recife) V. 5, No. 1, 2022
https://doi.org/10.51359/2594-9616.2022.251015
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o devido crédito pela criação original.
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ENSINO DE GEOGRAFIA E LITERATURA: PERSPECTIVAS
POSSÍVEIS
Francisca Linara da Silva Chaves¹ - ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7143-8494
Rosalvo Nobre Carneiro² - ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3468-5194
¹ Universidade Estadual do Rio Grande do Norte – UERN, Pau dos Ferros, RN, Brasil*
² Universidade Estadual do Rio Grande do Norte – UERN, Pau dos Ferros, RN, Brasil**
Artigo recebido em 09/07/2021 e aceito em 08/02/2022
RESUMO
A literatura encontra espaço promissor para o ensino de geografia. As múltiplas abordagens revelam as
perspectivas diferenciadas quando se pensa a relação entre o saber literário e o saber geográfico.
Objetivamos, desse modo, apresentar as contribuições da literatura para o ensino de geografia na Educação
Básica. Para tanto, realizamos uma revisão de literatura sobre o tema, condensando as metodologias de
ensino predominantes e os gêneros literários apontados nos estudos mapeados. A pesquisa envereda em
abordagens diversas, que se utilizam de diferentes gêneros literários para trabalhar a geografia na sala de
aula, por meio de metodologias que visam contextualizar os conteúdos geográficos através de obras
literárias. Os resultados obtidos nos proporcionaram conhecer diferentes abordagens realizadas acerca do
ensino de geografia com a literatura, através de metodologias que tornam possível a realização de um
trabalho interdisciplinar em sala de aula. Além disso, asseguram a possibilidade de trazer gêneros textuais
variados, que podem ser escolhidos com base nas preferências do público com o qual irá trabalhar. Dessa
forma, os caminhos oferecidos pela literatura são inúmeros, e não devemos hesitar em percorrê-los.
Palavras-chave: Geografia; Ensino; Literatura.
TEACHING GEOGRAPHY AND LITERATURE: POSSIBLE
PERSPECTIVES
ABSTRACT
Literature finds a promising space for teaching geography. The multiple approaches reveal different
perspectives when thinking about the relationship between literary knowledge and geographic knowledge.
We aim, in this way, to present the contributions of literature for the teaching of geography in Basic
Education. Therefore, we carried out a literature review on the subject, condensing the predominant teaching
* Graduada em geografia pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte-UERN, Campus Pau dos Ferros.
Atualmente cursando Mestrado em Ensino pelo Programa de Pós Graduação em Ensino - PPGE/UERN. E-mail:
linarachaves@hotmail.com
** Professor do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Ensino (PPGE). Pesquisador do
Observatório das Paisagens Patrimoniais e Artísticas da América Latina (Rede OPPALA). E-mail:
rosalvonobre@uern.br
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methodologies and the literary genres pointed out in the mapped studies. The research takes a different
approach, using different literary genres to work on geography in the classroom, through methodologies that
aim to contextualize geographic contents through literary works. The results obtained allowed us to know
different approaches taken about the teaching of geography with literature, through methodologies that make
it possible to carry out an interdisciplinary work in the classroom. In addition, they ensure the possibility of
bringing varied textual genres, which can be chosen based on the preferences of the audience with which you
will work. Thus, the paths offered by literature are countless, and we should not hesitate to follow them.
Keywords: Geography. Teaching. Literature.
ENSEÑANZA DE GEOGRAFÍA Y LITERATURA: PERSPECTIVAS
POSIBLES
RESUMEN
La literatura encuentra espacio prometedor para la enseñanza de geografía. Los múltiplos enfoques revelan
las diferentes perspectivas cuando se piensa la relación entre el conocimiento literario y el conocimiento
geográfico. Nuestro objetivo, de ese modo, es presentar las condiciones de la literatura para la enseñanza de
la geografía en la Educación Básica. Para tanto, realizamos una revisión de la literatura sobre el tema,
condensando las metodologías de enseñanza predominantes y los géneros literarios señalados en los estudios
mapeados. La investigación toma enfoques diversos, que se utilizan de diferentes géneros literarios para
trabajar la geografía en el aula, a través de las metodologías que apuntan contextualizar los contenidos
geográficos a través de obras literarias. Los resultados obtenidos nos permitieron conocer diferentes
enfoques realizados sobre la enseñanza de geografía con la literatura, a través de metodologías que tornan
posibles la realización de un trabajo interdisciplinar en el aula. Además, aseguran la posibilidad de traer
géneros textuales variados, que pueden ser elegidos con base en las preferencias del público con el cual va a
trabajar. De esa forma, los caminos ofrecidos por la literatura son innumerables, y no debemos dudar en
seguirlos.
Palabras-clave: Geografía. Enseñanza. Literatura.
INTRODUÇÃO
Ensinar geografia na sociedade atual requer pensar em alternativas que possam promover
um ensino mais significativo para o aluno, proporcionando aprendizagens que geram sentido e se
refletem em seu contexto de vida, contribuindo na ampliação dos conhecimentos que ele já possui
(TOSO; MORAES; CALLAI, 2016). Por essa razão, pensar em uma geografia literária escolar é
uma alternativa promissora que pode resultar em uma melhor contextualização dos conteúdos
trabalhados em sala, pois, quando associada ao cotidiano, possibilita um espaço-tempo de fala aos
alunos para expressão de opiniões e interpretações da realidade humana, natural e social.
Diante disso, há diversas pesquisas que realizam análises de obras literárias com um viés
geográfico, expondo conteúdos e conceitos presentes nas narrativas. Cada uma apresenta
metodologias de ensino para que o professor da escola básica possa desenvolver sua prática em sala
de aula com o auxílio dessas obras. Logo, percebe-se que não apenas se desenvolve uma geografia
literária, mas também uma didática para o professor.
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Nessa perspectiva, os trabalhos levantados são analisados e as suas metodologias expostas
paralelamente à identificação dos gêneros literários predominantes. Para isso, realizou-se um
levantamento na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), no portal do
periódico CAPES e no Google Acadêmico, utilizando os descritores “Geografia”, “Ensino” e
“Literatura”. Escolheu-se o período de 1999 a 2020, pois dentre as pesquisas selecionadas, a
datação mais antiga data de 1999, por isso, decidimos selecionar esse ano específico para delimitar
nosso período, que se estende até 2020, ano em que encontramos as publicações mais recentes.
Os artigos foram selecionados de acordo com a classificação no Qualis da CAPES, sendo
A1, A2, B1 e B2 considerados por nós, os mais relevantes. Seguiu-se à etapa de leitura dos resumos
e das palavras-chaves, visando organizar os artigos, teses e dissertações encontrados em grupos
diferenciados.
Dessa forma, objetiva-se, por meio deste artigo, apresentar as contribuições da literatura
para o ensino de geografia na Educação Básica. Para tanto, nossas seções dividem-se em três: na
primeira, destacamos as contribuições da literatura para o ensino de geografia; na segunda,
revisamos a literatura; e na terceira, apontamos as metodologias predominantes na literatura para o
ensino de uma geografia literária com os alunos no ensino básico, e quais gêneros literários estão
sendo selecionados e levados para a sala de aula.
CONTRIBUIÇÕES DA LITERATURA PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA
Geografia e literatura percorrem um caminho de confluências desde suas origens. Na Grécia,
a geografia aparece como contexto e cenário para a criação de obras literárias que tinham como
principal característica as descrições de informações que pudessem auxiliar na formação do cidadão
grego (AMORIM FILHO, 2008). Dessa forma, percebe-se que a implementação de uma abordagem
envolvendo ambas é possível.
A abordagem literária nas aulas de geografia possibilita aos alunos a percepção de que os
conhecimentos geográficos não se restringem aos conteúdos factuais e conceituais ensinados, o que
propicia mudanças de atitudes perante o saber geográfico escolar, tornando-o, assim, vivo,
interessante e motivador. Há uma tomada de consciência perante a relação existente entre os livros,
que muitas vezes os estudantes leem por diversão e gosto literário, com o seu cotidiano, assim como
com a disciplina de geografia, tornando o aprendizado mais efetivo.
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Diante disso, ao trabalharmos com obras literárias em sala não podemos nos prender aos
conceitos e categorias geográficas, pois os conhecimentos trazidos pela literatura não se restringem
a isso. Logo, é necessário realizar uma interpretação das obras, como uma forma de compreensão da
realidade, de se ver naquelas páginas. Silva e Barbosa (2014, p. 86) destacam isso, ao afirmar que
ao realizar a análise geográfica de uma obra,
Não buscamos o engessamento da obra literária a partir das categorias, teorias e
conceitos geográficos, mas as correspondências entre os elementos da obra literária
e as preocupações geográficas, em outras palavras, não podemos ir até o texto
procurar elementos que não compõem o repertório da criação literária do autor,
mas identificar retas interpretativas simbólicas que permitam a compreensão da
obra pelos cruzamentos e paralelismos com a ciência geográfica, que revelem o
espaço na sua multidisciplinaridade escalar. (SILVA e BARBOSA, 2014, p. 86).
Sabe-se da importância dos conteúdos que são trabalhados na disciplina de geografia para o
desenvolvimento humano, pessoal e social dos alunos, pois proporcionam formas diversas de
enxergar as situações da vida. Para Ferreira (1999), a literatura possibilita ao jovem construir e
fortalecer sua própria identidade, mediante a leitura de mundo de cada um.
A cobrança institucional-normativa ou mesmo a autocobrança do professor para que os
conteúdos do livro didático sejam cumpridos até o final do ano letivo, implica no receio de se
introduzir uma nova metodologia que ocupe muito tempo de suas aulas. Todavia, deve-se
compreender a utilização dos livros literários como uma prática e material auxiliares e
complementares à prática pelo uso do livro didático.
Nesse sentido, Theves (2012) afirma que os alunos inicialmente ficam curiosos,
perguntando como a literatura dialoga com a geografia, já que eles não conseguem identificar a
relação estabelecida entre elas. Depreende-se, então, que a inclusão de metodologias de ensino pela
literatura pode gerar ou ampliar a curiosidade pela aprendizagem.
Além disso, o trabalho com livros literários na aula de geografia possibilita aos alunos que
são extremamente tímidos, mas leitores, manifestarem suas opiniões pelo fato de se identificarem
com a obra, com a história narrada, sentindo-se seguros para falar e expor suas ideias. Conforme os
alunos vão fazendo seus relatos, o professor age como um mediador, realizando as
correspondências com a disciplina (THEVES, 2012).
Logo, o trabalho docente com a literatura em geografia exige a definição de um espaço de
diálogo para que os alunos se expressem. Ainda que os alunos realizem a leitura das obras em suas
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casas, o debate sobre elas com os demais colegas e o professor se realiza na escola, por meio do
levantamento de reflexões.
Por intermédio da literatura é possível identificar as relações das pessoas com o seu mundo
da vida, entendido, consoante Carneiro (2020), como espaço. A região, o seu lugar de moradia e
vivência passam a ser objetos de reflexão, sejam eles de identidade ou de opressão pelas
desigualdades existentes. O aluno pode manifestar até mesmo uma identificação do seu cotidiano
com a narrativa que está sendo desenvolvida no livro, podendo, assim, compreender melhor o seu
mundo da vida.
É fundamental, neste contexto, ter em mente que o autor de uma obra não a escreveu
pensando na possibilidade de um professor de geografia utilizá-la em sala de aula, assim, não
encontraremos a geografia de maneira explícita como no livro didático. Dito isso, a obra literária
impulsiona para o desafio de se debruçar sobre seu enredo e interpretar as situações que podem
estabelecer pontes com a geografia por meio da leitura que dela fazemos, do olhar geográfico que
direcionamos ao contexto social.
Destarte, o objetivo que se almeja ao trabalhar com obras literárias em sala de aula é
aprender ou aprofundar os conhecimentos geográficos de uma forma que o aluno possa perceber a
geografia do seu próprio mundo da vida, transformando os conteúdos geográficos em
conhecimentos práticos que podem lhe guiar na leitura da sua realidade, tendo em vista que os
alunos já possuem um saber prévio que precisa ser explorado em sala pelo professor.
Nas palavras de Moragas (2017, p. 29), “Quando sabemos utilizar a literatura nas aulas de
geografia, proporcionamos ao aluno, além de uma aula diferenciada e interessante, um
conhecimento que terá significado por meio da ficção ou de seu cotidiano, de forma prazerosa.”
Para aprofundar a nossa compreensão da importância educativa de uma prática geográfica pela
literatura na escola, cabe situar essa discussão em termos temporais, assim como as permanências e
mudanças que se verificam.
GEOGRAFIA, ENSINO E LITERATURA NO BRASIL: OBJETOS DE ESTUDO E
CONTEÚDOS DIDÁTICOS
Diante da revisão realizada na análise do referencial teórico utilizado, identifica-se alguns
autores comumente presentes: Augustin Berque, Brabant, Marc Brosseau, Bosi, Callai, Lana de
Souza Cavalcanti, assim como Roberto Lobato Correa, Milton Santos e Paulo Freire. A respeito do
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conceito de identidade, Rogério Haesbaert e Werther Holzer. Também se percebe o destaque dado à
obra O mapa e a trama, de Carlos Augusto Figueiredo Monteiro, texto de referência nos estudos de
geografia e literatura no Brasil. Além disso, Yi-Fu Tuan, com suas obras Topofilia e Espaço e
Lugar.
Por meio desses teóricos, nota-se que essa temática tem ganhado uma base de sustentação
teórica que promove uma consolidação das pesquisas desenvolvidas até o momento na interface
entre geografia e literatura.
Agrupou-se os estudos levantados por categorias e ano de sua publicação (quadro 1).
Percebe-se que o número de artigos foi superior ao de dissertações e teses publicadas nos últimos
anos.
Quadro 1 ─ Trabalhos sobre ensino de literatura na geografia escolar: 1999 a 2020.
Publicação
1999
2008
2009
2012
2014
2015
2016
2017
2018
2020
Total
Artigos
1
1
1
1
1
3
1
1
2
1
13
Dissertações
3
2
1
6
Teses
1
1
Fonte: Os Autores, 2020.
As dissertações encontradas foram produzidas pela Universidade Federal da Paraíba
(UFPB), Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Universidade Estadual de Londrina (UEL),
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Universidade Estadual do Rio Grande do
Norte (UERN) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); e a tese de doutorado na
Universidade de São Paulo (USP). Quatro dissertações são voltadas para a pós-graduação em
geografia, uma para o ensino e outra para a formação de professores.
Quanto aos artigos (quadro 2), estes apresentam análises de obras literárias dos mais
variados gêneros, e sugerem possíveis conteúdos a serem trabalhados. Alguns trabalhos propõem
estratégias metodológicas para a sala de aula.
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Quadro 2 ─ Sobre o que escrevem os pesquisadores nos artigos encontrados.
Ano
Autores
Título
Sobre o que escreve
1999
Cássia de Castro
Martins Ferreira
Ensino de geografia: uma
proposta metodológica para
o uso da literatura infanto-
juvenil na sala de aula, por
professores de geografia
Objetivo: usar obras literárias do gênero
literatura infanto-juvenil como
complementação ao livro didático, um
recurso auxiliar na contextualização do
conteúdo; buscando incentivar a leitura e a
abordagem interdisciplinar no ensino.
Conteúdos geográficos trabalhados:
localização, orientação, hemisférios e interior
da terra.
2008
Alexandre Vítor de
Lima Fonsêca e Karen
Sheron Bezerra
Fonsêca
Contribuições da literatura
de cordel para o ensino de
cartografia
Objetivo: utilizar o cordel como recurso
didático metodológico e produzir cordéis
tendo como base conhecimentos geográficos.
Conteúdos geográficos trabalhados: fusos
horários e escalas.
2009
Antônio Heleonarde
Dantas de Medeiros e
Virgínia Célia
Cavalcante de Holanda
Geografia e literatura de
cordel: trilhando práticas e
possibilidades em sala de
aula
Objetivo: abordar a historicidade sobre a
literatura de cordel e sua importância na
região nordeste; trazendo análises de cordéis
de escritores nordestinos e seleção de
conteúdos geográficos que podem ser
trabalhados a partir deles. Conteúdos
geográficos trabalhados: diferenças
regionais, divisão do trabalho e
desigualdades sociais.
2012
Denise Wildner
Theves
Caminhos e passagens que
podem ser abertos pelos
livros: diálogos entre a
geografia e a literatura no
ensino fundamental
Objetivo: trabalhar a literatura e a geografia
por meio da escuta, da observação e da
análise das atividades durante a interação
proposta pela prática em turmas de Ensino
Fundamental. Conteúdos geográficos
trabalhados: categoria do Espaço geográfico.
2014
Igor Antônio Silva e
Tulio Barbosa
O ensino de geografia e a
literatura: uma contribuição
estética
Objetivo: abordar a literatura como elemento
social, histórico e geográfico; por meio de
prática didática e pedagógica no cotidiano da
geografia escolar. Conteúdos geográficos
trabalhados: Espaço geográfico.
2015
Cláudio José Bartazzo
e Mychelle Priscila de
Melo
Estratégia de ensino de
geografia pela poética da
negritude
Objetivo: usar a literatura infantil destacando
a representatividade negra, através da
aplicação de proposta com alunos da
primeira etapa do Ensino Fundamental.
Conteúdos geográficos trabalhados:
localização, hierarquia social, trabalho
assalariado.
2015
Rosa Elisabete Militz
Wypyczynski Martins
O uso da literatura infantil
no ensino de geografia nos
anos iniciais
Objetivo: utilizar a literatura infantil como
estratégia de desenvolvimento de diferentes
atividades pedagógicas para ensinar
geografia; a importância do ensino de
geografia nas séries iniciais. Conteúdos
geográficos trabalhados: conhecimentos do
espaço e da paisagem.
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2015
Welber Alves
Menezes e Rita
Jaqueline Nogueira
Chiapetti
O ensino de geografia na
contemporaneidade: o
uso da literatura de cordel
Objetivo: usar a literatura de cordel como
metodologia de ensino com alunos do 8º e 9º
ano do Ensino Fundamental; realização de
revisão bibliográfica e análise de planos de
aula. Conteúdos geográficos trabalhados:
Globalização.
2016
Cláudia Eliane
Ilgenfritz Toso,
Maristela Maria de
Moraes e Helena
Copetti Callai
Ensinar geografia com
literatura
Objetivo: discutir conceitos geográficos com
alunos da Educação Básica, por meio da
literatura. Conteúdos geográficos
trabalhados: Paisagem, espaço e tempo,
estudados a partir da obra “Vidas Secas”.
2017
Alex Tristão de
Santana e Tatielle
Esteves de Araújo
Tristão
A leitura da obra de José J.
Veiga e a construção
de saberes geográficos no
ensino fundamental
Objetivo: interpretar a relação entre
Geografia e Literatura, através da análise da
leitura geográfica que os alunos do Ensino
Fundamental realizaram do conto “A
Máquina Extraviada”, de José J. Veiga.
Conteúdos geográficos trabalhados: lugar e
espaço.
2018
Patrícia Honório
Moura da Silva e
Ricardo Lopes
Fonseca
O Ensino do Conceito
Geográfico de Paisagem
por meio da literatura de
cordel
Objetivo: investigar as contribuições da
literatura de cordel no ensino do conceito
geográfico de paisagem, por meio de uma
revisão bibliográfica e aplicação de uma
oficina em uma turma do 2º ano do Ensino
Médio. Conteúdos geográficos trabalhados:
Paisagem.
2018
Leonardo Pinto dos
Santos
Uma viagem geográfica
pela literatura: uma
experiência com um clube
do livro na geografia
escolar
Objetivo: trabalhar o conceito de espaço
mentalmente projetado com turmas do 6º ao
9º ano, por meio da literatura. Conteúdos
geográficos trabalhados: Espaço geográfico.
2020
Paulo Adriano Santos
Silva e Robertta de
Jesus Gomes
Literatura de cordel:
desvendando o lugar na
geografia escolar
Objetivo: utilizar a literatura de cordel como
ferramenta de leitura e entendimento da
categoria analítica de lugar, através da
dinamização de aulas. Conteúdos geográficos
trabalhados: lugar.
2020
Tiago Vieira
Cavalcante e Eustógio
Wanderley Correia
Dantas
Geografia do litoral em
praias e várzeas de
Gustavo Barroso
Objetivo: analisar contos de um escritor
cearense que aborda conhecimentos ligados à
paisagem marítima e à cultura dos povos que
vivem desse litoral, como os pescadores,
destacando, assim, seu mundo vivido.
Conteúdos geográficos trabalhados:
paisagem e cultura.
Fonte: Os Autores, 2020.
Constata-se a forte presença da literatura de cordel na maioria dos artigos, bem como de
questões relacionadas à região nordeste, ressaltando a importância de se utilizar um gênero literário
difundido regionalmente, que expõe, por meio de seus versos, as paisagens presentes na caatinga, as
relações que o homem estabelece com o lugar, aspectos econômicos e políticos. A forte presença
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desse gênero justifica-se pelas marcas culturais, regionais e sociais que são abordadas pelos
cordelistas ao descreverem sua realidade, possibilitando aos leitores construírem uma imagem da
região, como ressaltam Menezes e Chiapetti (2015, p. 247):
Na região Nordeste do Brasil, as temáticas que alimentam o universo das histórias
de cordel, como a religiosidade popular, a miséria econômica, os personagens
típicos e históricos, o folclore, as tragédias amorosas, o meio ambiente, dentre
outros, contribuem para a disseminação e fortalecimento da memória cultural
regional, sendo este gênero de linguagem sempre relacionado a essa região na
produção literária, cinematográfica e televisiva. (MENEZES e CHIAPETTI, 2015,
p. 247).
O professor, ao trabalhar com essa literatura, parte do próprio mundo da vida regional no
qual está imbricado o aluno desde sempre, destacando aspectos que muitas vezes não são
percebidos por ele, além de aproximá-lo de uma literatura que é tão importante para sua cultura e
identidade nordestina. Ao mesmo tempo, é uma forma de contextualizar os conteúdos abordados em
sala e também enaltecer a produção de escritores locais, que escreveram uma vasta produção de
obras que precisam de visibilidade.
As análises em conjunto indicam a valorização crescente de uma abordagem da literatura
nas aulas de geografia, seja pela via da interdisciplinaridade, pela ideia de ensino prazeroso e
contextualizado, pela consideração do aluno não como um mero receptor, mas também como
participante, que tem suas opiniões, suas formas de ver e interpretar o mundo.
Por isso, no momento da escolha da obra e do gênero a ser trabalhado, o professor deve
levar em consideração a opinião dos alunos, para participarem do processo desde o início. Ou seja,
“O professor deve analisar com cuidado os seus alunos, a realidade de cada turma, de cada escola,
para fazer uma proposta adequada do livro ou dos livros a serem utilizados em sala de aula,
deixando prevalecer também a vontade e o gosto de seus alunos.” (FERREIRA, 1999, p. 12).
Algo que também foi destacado nos artigos é o trabalho dessa temática desde as séries
iniciais, pois nesta modalidade a geografia tem como intuito desenvolver conhecimentos que sejam
significativos para a criança, que envolvam o espaço em que vive e situações de seu cotidiano.
Portanto, é necessário proporcionar um ensino que possa contribuir para que esses objetivos sejam
alcançados, e a literatura infantil, por já fazer parte desse universo da criança, pode ser utilizada
como um meio para trabalhar essas questões (MARTINS, 2015).
Quanto às dissertações (quadro 3), as propostas e estratégias utilizadas contam com gêneros
como o cordel, o romance e o conto, no intuito de apresentar novas possibilidades para o ensino de
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geografia, visando à compreensão dos conteúdos por meio da contextualização das obras, que
muitas vezes são associadas ao lugar de origem dos alunos, trazendo ainda mais significado para
suas vidas.
Quadro 3 ─ Dissertações sobre geografia, ensino e literatura.
Ano
Autor
Título
Sobre o que escreve
2012
Joseilton
José de
Araújo Silva
A utilização da literatura de
cordel como instrumento
didático-metodológico no
ensino de geografia
Objetivo: estudar a região nordeste nas aulas
de geografia por meio da literatura de cordel,
estabelecendo uma relação entre cultura, saber
popular e científico ao abordar perspectivas da
geografia crítica e cultural. Conteúdos
geográficos trabalhados: aspectos físicos,
sociais, econômicos e políticos da região
nordeste.
2012
Aparecida
Ramazotti de
Camargo
Aproximações
metodológicas entre a
geografia e a literatura
Objetivo: realizar uma leitura do espaço por
meio do romance, através da elaboração de
uma proposta envolvendo as disciplinas de
Língua Portuguesa/literatura e geografia,
visando aplicar em turmas do Ensino Médio.
Conteúdos geográficos trabalhados: processo
de urbanização, cidade e campo.
2012
Patrícia
Velasco
Terra seca, homem seco: as
relações entre a literatura e
o ensino de geografia
Objetivo: estudar a relação homem/natureza,
destacando a influência do espaço de vida e da
força na paisagem nordestina nas atitudes dos
personagens, através de uma proposta voltada
para o ensino básico. Conteúdos geográficos
trabalhados: lugar, região e território.
2018
Alexandre
Dalla Barba
de Almeida
(Re) Leituras geográficas:
possibilidades pedagógicas
para o aprender e ensinar
geografia utilizando a
literatura de Júlio Verne
enquanto linguagem
auxiliar
Objetivo: abordar a literatura como recurso
auxiliar por meio da utilização de metodologia
baseada na articulação entre a Pesquisa
Qualitativa e o método do Paradigma da
Complexidade através dos princípios dialógico,
hologramático e recursivo. Conteúdos
geográficos trabalhados: espaço geográfico,
imaginário e paisagem.
2018
Evyllaine
Matias
Veloso
Ferreira
Santos
O ensino de geografia
mediado pelos folhetos de
cordel
Objetivo: abordar as categorias geográficas na
perspectiva cultural/humanista com o auxílio
de cordéis em turmas do 1º ano do Ensino
Médio. Conteúdos geográficos trabalhados:
lugar, espaço e paisagem.
2020
Mônica
Sebastiana
Brito de Sá
Projeto interdisciplinar
entre a geografia do Piauí e
a literatura Piauiense: pela
implementação da lei 5.359
de 2003
Objetivo: utilizar obras literárias de escritores
do Piauí como material auxiliar na rede
estadual de ensino nas aulas de geografia,
implantando assim, a lei que foi criada há mais
de 10 anos, mas que ainda não entrou em vigor
no Estado. Conteúdos geográficos trabalhados:
paisagem, cultura, formação social e territorial
piauiense.
Fonte: Os Autores, 2020.
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A leitura das dissertações proporcionou a identificação de diferentes abordagens voltadas
para um ensino de geografia que utiliza a literatura para enriquecimento de conhecimentos culturais,
de transformações que o tempo engendra no espaço e marcas regionais. Autores como Silva (2012),
ao trabalhar com literatura de cordel, opta por estabelecer uma ponte com o campo da geografia
cultural, que cobre questões ligadas à identidade, ao simbólico, ao cotidiano e às vivências do ser
humano no espaço.
Há, então, uma articulação entre a geografia e a arte, traçada por meio da literatura, que
proporciona uma ampliação da percepção dos alunos acerca das possibilidades de conhecimentos
existentes que se manifestam por meio das artes, revelando um mundo de experiências e
imaginários que permitem viajar por diferentes épocas, locais e espaços.
Dessa forma, a obra não deve ser dissociada do ser humano que está por trás de sua criação,
pois a literatura é criação humana e, portanto, deve ser utilizada pelos geógrafos como recurso
auxiliar, tendo em vista a riqueza de conhecimentos que são elencados por meio da escrita. Como
destaca Camargo (2012), a obra literária representa o tempo em que foi escrita, a sociedade da
época, podendo se tornar histórica, mas nunca deixando de ser atual, pelas discussões e reflexões
trazidas.
Um exemplo disso é a literatura de cordel, tão abordada nos artigos e dissertações
associadas a pesquisadores de universidades do Nordeste. Trata-se de um gênero que por si só
carrega marcas culturais associadas à região de origem, cujos escritores retratam, em seus versos, a
realidade dura vivida na época das grandes secas, as desigualdades sociais que ainda hoje persistem,
e, sobretudo, a identidade do povo nordestino, que sempre se mostra forte diante das adversidades,
força esta que advém de sua fé, que também é retratada na escrita dos cordéis.
É possível perceber também, por meio do quadro 3, que as categorias geográficas que mais
são citadas nessas pesquisas são a de lugar, espaço e paisagem. Dentro delas, são debatidos temas e
situações que surgem no decorrer da obra e que mostram como o meio pode influenciar no
desenvolvimento do ser humano, assim como suas ações podem desencadear reações no espaço.
Quanto à base epistemológica que sustenta as pesquisas, ela está localizada entre o campo
da geografia cultural e humanista, em que há um destaque para as relações que o homem estabelece
com o meio, com o lugar onde vive; as marcas culturais que estão impregnadas em sua
personalidade, que nas obras literárias são retratadas a partir da visão dos personagens sobre as
paisagens que os circundam, os lugares de sua infância e os conflitos sociais vivenciados.
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Para concluir, trazemos a análise da única tese de doutorado encontrada em nossas pesquisas
(quadro 4) que aborda o ensino, a geografia e a literatura. Outras se restringem apenas à geografia e
literatura, fazendo análises de obras, mas sem ter uma ligação com o ensino de geografia na
Educação Básica, sendo, deste modo, desconsideradas. Na tese em questão, a metodologia da
sequência didática resultou em um trabalho bem estruturado que seguiu o planejamento das aulas
para atingir o objetivo que se queria alcançar, qual seja, a compreensão dos conceitos de lugar,
paisagem e espaço.
Quadro 4 ─ Tese de doutorado sobre geografia, ensino e literatura.
Ano
Autor
Título
Sobre o que escreve
2017
Rosana Alves
Ribas Moragas
O (re) significar o
lugar no ensino de
geografia em Goiás:
por meio da poesia
de Cora Coralina
Objetivo: trabalhar com o conceito de lugar
aplicando uma proposta de sequência didática com
alunos do 6º ano. Para isso, utiliza algumas poesias
de Cora Coralina para que os alunos possam
associar ao lugar em que vivem, no caso, um
município de Goiás. Conteúdos geográficos
trabalhados: Lugar.
Fonte: Os Autores, 2020.
A tese defendida na USP parte das poesias de Cora Coralina pelo fato de os sujeitos da
pesquisa serem de municípios goianos, Estado da escritora. Quando a temática a ser abordada é o
próprio lugar de vivência dos sujeitos alunos, os pesquisadores buscam direcionar seu olhar para
obras de escritores que sejam daquele lugar e que, por meio de seus escritos, dão destaques para as
paisagens que os circundam, as memórias da infância e os sentimentos de pertencimento e
identificação com aquela realidade.
Vimos essa experiência nos artigos e dissertações através da literatura de cordel, e
percebemos também na tese de Moragas (2017), quando a autora traz escritos de uma poetisa
goiana para dentro de sua sala, com o intuito de aproximar ainda mais os alunos do seu lugar de
origem, fazendo-os refletir sobre as transformações ocorridas no espaço, através de comparações
com as descrições realizadas por Cora, de forma a manifestarem suas opiniões acerca dos lugares
que, hoje, chamam mais sua atenção.
Por meio da sequência didática montada, a pesquisadora pôde traçar um planejamento que
partiu de uma explanação acerca dos conhecimentos prévios dos alunos, permitindo que falassem
sobre os lugares que mais gostam de estar em sua casa, e os que sempre visitam na cidade, fazendo
com que expressassem seus sentimentos com relação a isso. No decorrer das aulas, essa estratégia
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pedagógica ajudava os estudantes a perceberem que, assim como eles, Cora Coralina também nutria
sentimentos pelos lugares que descrevia através de sua poesia.
Em suma, as contribuições proporcionadas por todos esses trabalhos são de extrema
importância para o ensino de geografia, diante das possibilidades que são trazidas por eles, das
propostas que foram elaboradas, das metodologias utilizadas. Na sequência, analisa-se as
metodologias de ensino predominantes nesses estudos.
Geografia, literatura e ensino no Brasil: as metodologias predominantes
Através das pesquisas que realizamos nas mais diversas bases, conseguimos obter uma gama
de trabalhos que se utilizam da literatura nas aulas de geografia por meio de diferentes
metodologias (quadro 5), entre elas, literatura como auxiliar ao livro didático, como recurso
didático, auxiliar ao ensino, ferramenta pedagógica, instrumento metodológico, proposta
interdisciplinar, sequência didática, leitura da realidade e produção de materiais didáticos.
Quadro 5: Metodologias utilizadas.
Metodologia
Autor
Ano
Literatura como auxiliar ao livro didático.
Cássia de Castro Martins Ferreira
1999
Literatura como recurso didático e
metodológico para o ensino de geografia.
Alexandre Vítor de Lima Fonsêca, Karen
Sheron Bezerra Fonsêca
2008
Literatura como auxiliar na prática
pedagógica em geografia.
Antonio Heleonarde Dantas de Medeiros,
Virgínia Célia Cavalcante de Holanda
2009
Literatura como ferramenta pedagógica.
Joseilton José de Araújo Silva
2012
Proposta pedagógica interdisciplinar
envolvendo as disciplinas de língua
portuguesa e geografia com auxílio de uma
obra literária.
Aparecida Ramazotti de Camargo
2012
Literatura como recurso auxiliar ao ensino de
geografia.
Denise Wildner Theves
2012
Patricia Velasco
2012
Igor Antônio Silva, Tulio Barbosa
2014
Claudio Jose Bertazzo, Mychelle Priscila de
Melo
2015
Cláudia Eliane Ilgenfritz Toso, Maristela
Maria de Moraes, Helena Copetti Callai
2016
Uso da literatura como estratégia ao
desenvolvimento de diferentes atividades
pedagógicas para ensinar geografia.
Rosa Elisabete Militz Wypyczynski Martins
2015
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Uso da literatura como instrumento
metodológico do ensino prazeroso de
geografia.
Welber Alves Menezes, Rita Jaqueline
Nogueira Chiapetti
2015
Elaboração de proposta de atividade
interdisciplinar entre as disciplinas de
geografia e português.
Alex Tristão de Santana, Tatielle Esteves de
Araújo Tristão
2017
Planejamento de uma sequência didática.
Rosana Alves Ribas Moragas
2017
Elaboração de propostas pedagógicas.
Alexandre Dalla Barba de Almeida
2018
Elaboração de proposta didática
interdisciplinar, com produção de materiais
didáticos.
Evyllaine Matias Veloso Ferreira Santos
2018
Uso da literatura como forma de leitura da
realidade a partir do Espaço Geográfico.
Leonardo Pinto dos Santos
2018
Utilizar interdisciplinarmente a literatura e a
geografia, por meio da realização de uma
oficina.
Patrícia Honório Moura da Silva, Ricardo
Lopes Fonseca
2018
Literatura como ferramenta de leitura e
entendimento na Geografia Escolar.
Paulo Adriano Santos Silva, Robertta de
Jesus Gomes
2020
Literatura como recurso no processo de
ensino-aprendizagem da disciplina geografia
no Piauí.
Mônica Sebastiana Brito de Sá
2020
Fonte: Os Autores, 2020.
Uma das primeiras metodologias que destacamos foi a utilizada por Ferreira (1999), que
trouxe a literatura como um recurso auxiliar ao livro didático. Para isso, enumerou algumas etapas
que precisam ser seguidas, a saber: escolha da obra literária; acompanhamento da leitura feita pelos
alunos; abertura de espaços para debates informais sobre a obra; exploração dos conteúdos vistos
em sala de aula, estabelecendo ligações com a obra lida.
Há um destaque nos trabalhos para a importância de realizar esse tipo de abordagem já nos
anos iniciais do Ensino Fundamental e, para isso, Martins (2015) traz a sugestão da contação de
histórias como uma metodologia que já é utilizada na educação infantil que pode trazer grandes
contribuições para a geografia, ao frisar aspectos geográficos dessas narrativas. Para o
desenvolvimento de seu trabalho, foram escolhidas diferentes histórias infantis, e para cada uma
delas, foram sugeridas atividades diversas que explorassem os conteúdos geográficos presentes nas
narrativas, atividades estas que mobilizavam os alunos por meio de desenhos, colagens, pesquisas
em jornais, construção de painéis, etc.
As palestras também tiveram destaque nas metodologias citadas, assim como oficinas, e
foram abordadas por Silva (2012), que trouxe cordelistas para falarem sobre sua experiência como
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escritores de cordéis, além da realização de oficinas sobre o gênero, como uma forma de
valorização da cultura. Segundo o pesquisador, ao ser utilizado como uma ferramenta, o cordel
serviu de estímulo à compreensão espacial do aluno, tornando-o capaz de captar detalhes e se tornar
um pesquisador e leitor de paisagens.
Menezes e Chiapetti (2015) recorrem à literatura de cordel para trabalhar um conteúdo
específico referente à globalização. Para tanto, elaboram um plano de aula em que utilizam um
cordel que aborda essa temática, buscando, com isso, discutir em sala elementos do cotidiano dos
alunos que são frutos do processo de globalização, reconhecer hábitos que foram sendo introduzidos
e compreender o conceito de globalização. Essa proposta foi trabalhada em duas séries do Ensino
Fundamental, o 8º e 9º anos. A utilização desses cordéis acabou resultando em uma aula dinâmica e
estimulante em que os alunos participaram de maneira muito positiva.
Ao trabalhar com uma nova metodologia, não basta apenas inseri-la em sala de aula, é
preciso realizar um planejamento adequando a disciplina e o conteúdo que está sendo ministrado,
por isso, a importância de explorar e problematizar ao máximo a obra em questão, do contrário, a
dinâmica continuará a mesma, havendo apenas a inserção de um material novo, o qual os alunos
não conseguirão identificar o propósito de tal utilização em sala.
Dessa forma, Moragas (2017) faz a utilização do cordel propondo uma sequência didática,
organizando o planejamento de suas aulas em uma ordem específica para alcançar o seu objetivo,
que, no caso, é um estudo aprofundado do conceito de lugar e paisagem com uma turma de 6º ano
do Ensino Fundamental do Estado de Goiás. Como primeiro momento, elaborou um quadro com
uma caracterização do público alvo, do colégio e do ambiente escolar em geral, em seguida, definiu
a metodologia de ensino, que foi dividida em 9 aulas, cada uma com determinados objetivos,
conteúdos e dinâmicas das atividades, obtendo, ao final, a bibliografia que foi utilizada. O produto
final foi a construção de uma poesia sobre o lugar onde os alunos vivem, em que era possível
identificar a aprendizagem que eles adquiriram.
Percebemos que alguns pesquisadores elegem, como produto final, produções literárias, a
exemplo de Fonsêca e Fonsêca (2008), que utilizam o cordel como recurso didático-metodológico e
promovem a produção de cordéis que tenham como base os conhecimentos geográficos ligados a
fusos horários e escalas.
Já Santana e Tristão (2017) promovem a leitura geográfica do conto “A máquina
extraviada”, de José J. Veiga, com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental. Os autores propõem
uma abordagem interdisciplinar envolvendo geografia e língua portuguesa, que tem como objetivo
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final a produção de um texto reflexivo sobre a obra lida, em que os alunos possam destacar os
conhecimentos geográficos levantados na discussão em sala.
Outra metodologia interessante foi a trabalhada por Ferreira Santos (2018), que buscou
realizar um ensino das categorias de espaço, lugar e paisagem na perspectiva cultural/humanista,
com o auxílio de cordéis. Para isso, foi elaborada uma proposta didática interdisciplinar, em que
foram produzidos materiais didáticos, como um módulo do aluno e um manual para o professor,
que foram utilizados em uma turma do 1º ano do Ensino Médio.
Mas nem todas as pesquisas focalizadas definiram um gênero específico a ser trabalhado,
Theves (2012) preferiu abordar práticas de interação pedagógica da geografia, trabalhando literatura
e geografia por meio da escuta, da observação e da análise das interações desencadeadas por sua
proposta. Voltada para turmas de Ensino Fundamental, foi solicitado aos alunos que escolhessem
um livro literário que tivesse sido marcante, para, subsequentemente, relatarem pontos que
chamaram sua atenção na obra, na medida em que o professor destacava a categoria do espaço
geográfico, que se fazia presente naquelas obras.
Nesse mesmo caminho, Pinto dos Santos (2018) relata uma experiência ocorrida em um
clube de leitura, iniciativa criada por ele na escola onde lecionava. A criação do clube tinha como
intuito incentivar a leitura e debater os contextos históricos em que a obra foi escrita, discutindo um
pouco sobre a biografia de cada autor(a) e a geografia ali permeada. O convite foi feito e um grupo
formado por treze alunos do 6º ao 9º ano foi composto. Os encontros eram mensais e cada
participante escolhia uma obra a ser lida e posteriormente compartilhada com o grupo.
Por fim, destacamos duas metodologias usadas por Camargo (2012) e Almeida (2018), em
que ambos trabalham com leitura de obras literárias, tanto do gênero romance, como aventura e
ficção. O primeiro realiza uma leitura do espaço e elabora uma proposta didática envolvendo as
disciplinas de língua portuguesa/literatura e geografia visando aplicar em turmas do Ensino Médio.
As unidades trabalhadas foram Romance Urbano e processo de urbanização e o livro utilizado foi O
caso da Chácara Chão. Foram desenvolvidas atividades de pesquisa, produção textual, visitas a
pontos da cidade e levantamento de imagens.
Já Almeida (2018) aborda a literatura como recurso auxiliar e, para isso, utiliza a
metodologia baseada na articulação entre a Pesquisa Qualitativa e o método do Paradigma da
Complexidade, por meio dos princípios dialógico, hologramático e recursivo. As categorias
estudadas são espaço geográfico, imaginário e paisagem. É proposta uma transformação do texto
literário em texto geográfico utilizando a técnica de análise de conteúdo. São elaboradas propostas
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pedagógicas para alunos do 6º ano, que são divididas em diferentes atividades inspiradas nas obras
literárias do escritor Júlio Verne.
Percebe-se, por meio dessa explanação, que as metodologias trabalhadas nessas pesquisas
têm justamente o propósito de instigar a participação dos alunos, de estimularem o desenvolvimento
de capacidades como a associação do que está sendo debatido ao seu próprio cotidiano, o
surgimento de habilidades de escrita e interpretação de textos literários com um olhar geográfico.
As atividades desenvolvidas e os materiais utilizados proporcionam aulas mais dinâmicas e
interativas que promovem um trabalho interdisciplinar, rompendo com as barreiras estabelecidas
entre as disciplinas e professores que compõem a Educação Básica, tornando o ensino diversificado
e os conhecimentos conectados entre si.
Geografia, ensino e literatura no Brasil: síntese dos gêneros literários
Depois de enfatizar os objetos de estudo, os conteúdos didáticos e as metodologias de ensino
adotadas nas pesquisas que compõem esta discussão, analisou-se os gêneros literários priorizados
nesses estudos. Percebe-se haver um campo vasto, que abrange desde contos infantis, a romances,
poemas e cordéis, o que proporciona uma diversidade de gêneros que podem ser utilizados pelo
professor, conforme o público com o qual trabalha.
Constata-se, dentre os gêneros mais recorrentes, a literatura de cordel, pelo fato de carregar
marcas da cultura, da região e do lugar que está sendo representado, que, no caso, é o nordeste
brasileiro, já que boa parte dos trabalhos analisados advém de instituições do Nordeste, associando,
assim, ao contexto de vivência dos próprios pesquisadores.
Nessa direção, Ferreira Santos (2018) destaca que a literatura de cordel promove a
interpretação e compreensão de diversos fenômenos, tanto no campo social, histórico e político,
quanto no escolar, o que traz visibilidade para a cultura nordestina, ressaltando sua relevância
regional e local.
Sendo assim, a poesia se torna uma aliada do professor, por ser uma das formas mais
completas de expressão humana. Ao se debruçar sobre a análise de uma obra, o professor precisa
entender, compreender e analisar a relação existente entre o homem e a natureza, para, então,
compreendê-lo. Afinal, alguns autores retratam cenas do seu cotidiano, as paisagens que os
circundam, as dificuldades que muitas vezes os abateram, trazendo a imagem de que o nordestino é
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forte, pois resiste e vem resistindo às condições mais adversas, não perdendo sua fé, aspecto muito
explorado nos folhetos por meio das devoções.
Com relação ao gênero romance, percebemos um destaque dado ao romance histórico e
regionalista, que trazem descrições das paisagens, relações existentes entre o homem e a natureza,
migrações, entre outros temas relevantes. Por mais que sejam obras de ficção, não deixam de tratar
questões que condizem à realidade, por isso, podem despertar no aluno uma identificação com o seu
cotidiano. Diante disso, pontua-se que:
[...] cada um é sujeito da sua própria vida ou pelo menos que queremos que os
alunos sejam capazes de construir a sua identidade e o seu pertencimento,
reconhecendo-se como sujeitos cidadãos, que vivem num determinado tempo, no
lugar em que estão. Perceber essa dimensão no romance pode levar a desencadear a
reflexão a respeito de como os autores daquela história, que embora seja ficção
possui relação com a realidade, concebem o mundo da vida. (TOSO; MORAES;
CALLAI, , 2016, p. 755).
Frequentemente direcionamos nosso foco de ensino apenas para os últimos anos do Ensino
Fundamental e Médio, mas Martins (2015) destaca, em seu estudo, os anos iniciais, e, para isso,
trabalha com obras da literatura infantil por meio da contação de histórias, o que, segundo a autora,
cria um ambiente propício para exercitar a imaginação, pois os elementos da narrativa, como
personagens, espaço, objetos e sons, ajudam os alunos a compreender sua realidade através das
associações que fazem com a história contada.
O gênero literário deve ser escolhido de acordo com o público que o professor deseja
trabalhar, por isso, Ferreira (1999) também destaca, em seu trabalho, o uso da literatura juvenil,
como uma forma de tratar o universo da criança e do adolescente, valorizando a leitura de mundo
que cada um possui, contribuindo para a formação de suas identidades.
Diante do exposto, percebe-se que não existe um único gênero tido como o principal a ser
utilizado em sala de aula, na verdade, a escolha do gênero pode ser pautada com base no público
alvo da ação, no conteúdo a ser trabalhado, bem como nos gostos particulares dos alunos, que
podem e devem ser levados em consideração. Observa-se, com isso, que a geografia tem
desbravado diversos caminhos na literatura, todos com foco na melhor forma de tornar o ensino de
geografia ainda mais prazeroso, significativo e dinâmico.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desenvolvemos o presente artigo com o intuito de reunir, em um único trabalho, pesquisas
que já foram desenvolvidas por diversos autores, focando em um ensino de geografia com a
literatura. Por meio desse levantamento, foi possível compreender de que forma a literatura pode
contribuir para o ensino de geografia, desde os anos iniciais do Ensino Fundamental, aos anos
finais, também abrangendo o Ensino Médio.
O levantamento bibliográfico é essencial em toda pesquisa, pois sem ele não saberíamos
quais rumos seguir ou o que já foi produzido até o momento. Através dele, foi-nos proporcionada a
oportunidade de conhecer diferentes metodologias adotadas por pesquisadores, além de perceber a
variedade de gêneros literários que podem ser utilizados.
Podemos inferir que, com a expansão dos estudos direcionados à essa área, as possibilidades
se ampliaram cada vez mais, desse modo, esperamos também contribuir, em breve, trazendo uma
nova abordagem a partir da pesquisa que estamos desenvolvendo no mestrado, em que pretendemos
somar mais uma metodologia às que já foram aplicadas e listadas, além de novas reflexões acerca
do tema que possam conferir um caráter de originalidade à nossa pesquisa.
Portanto, este artigo traz a certeza de que ainda há muito a ser feito, a ser estudado e
pesquisado, mas o caminho já está sendo trilhado por cada pesquisador que tem se debruçado sobre
essa temática, buscando novas possibilidades para o ensino de geografia. A literatura ainda tem
muitas contribuições a ofertar e que podem e devem ser exploradas.
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