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Effects of a Physical Exercise Program in the Work Environment on the Sleep Quality of Employees at a Federal University of Santa Catarina

Authors:

Abstract

Introdução: as consequências atreladas à má qualidade do sono ultrapassam a dimensão física, atingindo a cognitiva, a afetiva, a emocional, a social e a laboral. Objetivo: verificar os efeitos de um programa de exercícios físicos no ambiente de trabalho (PEFAT) sobre a qualidade de sono de funcionários técnicos administrativos de uma Universidade Federal de Santa Catarina. Materiais e Método: participaram 26 sujeitos com idade média de 30,49 anos, enquadrados como sedentários ou insuficientemente ativos pelo IPAQ versão VIII reduzida. A qualidade do sono foi avaliada por meio do questionário PSQI versão curta. O PEFAT foi desenvolvido utilizando exercícios de flexionamento, reforço muscular, relaxamento e alongamento. Cada aula teve duração de 10 minutos, três vezes por semana em um período de 12 semanas concluindo 36 aulas (seis horas de atividades). Para a análise dos dados foi utilizado estatística descritiva e inferencial. Resultados: verificou-se que não houve diferença na qualidade de sono entre os grupos e entre os momentos pré e após a intervenção. Conclusão: não existe diferença na qualidade de sono entre os grupos e os momentos pré e pós-intervenção.
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Efeitos de um Programa de Exercícios Físicos no Ambiente de
Trabalho Sobre a Qualidade do Sono de Funcionários de uma
Universidade Federal de Santa Catarina
Effects of a Physical Exercise Program in the Work Environment on
the Sleep Quality of Employees at a Federal University of Santa
Catarina
DOI:10.34117/bjdv7n12-427
Recebimento dos originais: 12/11/2021
Aceitação para publicação: 13/12/2021
Karina Prestes Lanzarini
Graduação em Educação Física
Universidade do Oeste de Santa Catarina
Av Nereu Ramos, Seminário, 89813-000, Chapecó, Santa Catarina
E-mail: karina.p.l@hotmail.com
Dayanne Sampaio Antonio
Graduação em Educação Física
Universidade Federal do Paraná
Av. Cel. Francisco H. dos Santos, 100 - Jardim das Américas, Curitiba - PR, 81530-000
E-mail: dayanne.sampaio@unoesc.edu.br
Paulo Pagliari
Mestre em Educação
Universidade do Oeste de Santa Catarina
Av Nereu Ramos, Seminário, 89813-000, Chapecó, Santa Catarina
E-mail: paulo.pagliari@unoesc.edu.br
Sara Teresinha Corazza
Doutora em Ciências do Movimento Humano
Universidade Federal de Santa Maria
Av. Roraima nº 1000 Cidade Universitária Bairro - Camobi, Santa Maria - RS, 97105-
900
E-mail: saratcorazza@gmail.com
Rafael Cunha Laux
Mestre em Educação Física
Universidade do Oeste de Santa Catarina
Av Nereu Ramos, Seminário, 89813-000, Chapecó, Santa Catarina
E-mail: rafael-laux@hotmail.com
RESUMO
Introdução: as consequências atreladas à má qualidade do sono ultrapassam a dimensão
física, atingindo a cognitiva, a afetiva, a emocional, a social e a laboral. Objetivo: verificar
os efeitos de um programa de exercícios físicos no ambiente de trabalho (PEFAT) sobre
a qualidade de sono de funcionários técnicos administrativos de uma Universidade
Federal de Santa Catarina. Materiais e Método: participaram 26 sujeitos com idade média
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de 30,49 anos, enquadrados como sedentários ou insuficientemente ativos pelo IPAQ
versão VIII reduzida. A qualidade do sono foi avaliada por meio do questionário PSQI
versão curta. O PEFAT foi desenvolvido utilizando exercícios de flexionamento, reforço
muscular, relaxamento e alongamento. Cada aula teve duração de 10 minutos, três vezes
por semana em um período de 12 semanas concluindo 36 aulas (seis horas de atividades).
Para a análise dos dados foi utilizado estatística descritiva e inferencial. Resultados:
verificou-se que não houve diferença na qualidade de sono entre os grupos e entre os
momentos pré e após a intervenção. Conclusão: não existe diferença na qualidade de sono
entre os grupos e os momentos pré e pós-intervenção.
Palavras-chave: privação do sono, sono, ambiente de trabalho, qualidade do sono.
ABSTRACT
Introduction: the consequences linked to poor sleep quality go beyond the physical
dimension, reaching the cognitive, affective, emotional, social and work dimensions.
Objective: to verify the effects of a physical exercise program in the work environment
(PEFAT) on the sleep quality of administrative technical employees at a Federal
University of Santa Catarina. Materials and Method: 26 subjects with an average age of
30.49 years, classified as sedentary or insufficiently active by the reduced IPAQ version
VIII participated. Sleep quality was assessed using the short version PSQI questionnaire.
PEFAT was developed using flexion, muscle strengthening, relaxation and stretching
exercises. Each class lasted 10 minutes, three times a week over a 12-week period
completing 36 classes (six hours of activities). For data analysis, descriptive and
inferential statistics were used. Results: it was found that there was no difference in sleep
quality between groups and the moments before and after the intervention. Conclusion:
there is no difference in sleep quality between groups and the pre- and post-intervention
moments.
Keywords: sleep deprivation, sleep, working environment, sleep quality.
1 INTRODUÇÃO
A saúde do trabalhador tem assumido um caráter de grande relevância científica
e a temática de distúrbios do sono tem ganhado maior atenção1. Estima-se que a qualidade
e duração de sono tenham sofrido prejuízos nas últimas décadas, em razão das demandas
da vida contemporânea, observa-se na população mundial a curta duração (menor que 8
horas) e sono de má qualidade2,3. Essa limitação do sono é compreendida como privação
do sono4.
A privação do sono acarreta alterações significativas no funcionamento físico,
ocupacional, cognitivo e social do indivíduo, além de comprometer substancialmente a
qualidade de vida5 do sujeito. O induzindo a muitas vezes dormir em outro horário, como
por exemplo, no período diurno ou em momentos de lazer, fazendo com que se prive de
atividades físicas e possivelmente, não tenha tempo disponível para a família6.
A privação do sono durante a vida adulta de maneira crônica está associada a
diversos quadros de desequilíbrios fisiológicos e a várias doenças5, podendo causar
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diversas alterações endócrinas, metabólicas, físicas, cognitivas e neuronais4. Esta
abstinência pode desencadear situações estressoras, assim como reduçãoodo tempo de
socialização familiar, e potencialização de transtornos psicológicos6, uma vez que
compromete funções e habilidades como a memória, a atenção, o raciocínio, a vigilância
psicomotora, a percepção visual e espacial4.
Um dos malefícios da péssima qualidade do sono decorrente dos distúrbios do
sono, é a sonolência que pode ocorrer durante o horário de trabalho6. Sabe-se que
trabalhadores com alta percepção de distúrbios do sono e sonolência durante o horário de
trabalho possuem maiores chances de se afastarem do trabalho por consequência de seu
baixo rendimento7. Ainda, indivíduos que tem menor número de horas de sono
apresentam maiores chances para doenças ocupacionais e acidentes no local de trabalho4.
A sonolência excessiva é acarretada devido à insônia, levando o indivíduo a ter
distúrbios do sono, o que diminui significativamente o nível de atenção desse durante o
trabalho8. Aspectos debilitantes como dificuldades de memória, de atenção e até mesmo
de reação, podem ser acometidos devido à sonolência durante o horário de trabalho9. Os
prejuízos na qualidade do sono têm sido associados a ausência de atividade física,
tabagismo e consumo de álcool, comportamento sedentário e sofrimento psicológico2.
Nessa perspectiva de melhorar a qualidade de sono de trabalhadores, surgem os
Programas de Exercício Físico no Ambiente de Trabalho (PEFAT), que apresentam
comprovação científica de eficácia apenas na melhora da capacidade cognitiva, como o
tempo de reação10, das capacidades perceptivo-motoras11, da ansiedade12, do estado de
humor13,14, da diminuição do estresse15 e da diminuição dos atestados médicos13.
Todavia, estudos que avaliem o efeito dessas intervenções de curta duração com
exercícios físicos no local de trabalho, diretamente sobre a qualidade de sono do
trabalhador, não foram documentados até o momento na literatura. Desta forma, por meio
do presente estudo têm-se como objetivo verificar os efeitos de um programa de exercício
físico no ambiente de trabalho sobre a qualidade de sono de funcionários técnicos
administrativos de uma Universidade Federal de Santa Catarina.
2 MATERIAIS E MÉTODO
Essa pesquisa caracterizou-se como experimental16. A população do estudo foi
formada por 75 servidores técnicos administrativos da Universidade Federal da Fronteira
Sul Campus Chapecó (UFFS). Sendo, o grupo de estudo constituído por 26 desses
servidores, com idade entre 18 e 50 anos, classificados como, sedentários ou
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insuficientemente ativos A ou B pelos critérios do IPAQ versão VIII reduzida. Todos os
participantes do estudo desempenhavam atividades laborais sentados em frente ao
computador ou com atendimento ao público.
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade
Federal da Fronteira do Sul CAAE nº 53085216.5.3001.5564, seguindo todos os padrões
éticos exigidos pela resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.
O grupo de estudo foi selecionado conforme os seguintes preceitos: à realização
de um convite aos trabalhadores, bem como divulgação da pesquisa na UFFS, a aplicação
de uma anamnese com o intuito de caracterizar os sujeitos e identificar se esses
praticavam atividade física regularmente. A divisão dos grupos se deu de forma igual, por
meio de um sorteio simples, sendo 13 integrantes no Grupo Controle (GC) e 13 no Grupo
Experimental (GE), conforme descrito na figura 1.
Figura 1. Seleção dos sujeitos e desenho do estudo.
Fonte: os autores.
No estudo foram incluídos os sujeitos que tiveram idade entre 18 e 60 anos e
estiverem classificados como sedentários (A) ou irregularmente ativo (B). Foram
excluídos desse estudo os sujeitos que faziam uso de algum medicamento que poderia ter
efeito sob o sistema nervoso central, que demonstraram mudanças nos níveis de prática
de atividade física durante o estudo e os que não apresentaram 75% de frequência mínima
na intervenção.
Para a caracterização dos sujeitos realizou-se uma anamnese composta por
perguntas como idade e sexo, bem como uma avaliação antropométricas de massa
corporal e estatura, e a partir disso foi calculado o Índice de Massa Corporal (IMC= Massa
Corporal/(Estatura²), sendo que a massa foi expressa em quilogramas (Kg) e a estatura
em metros (m). Para coletar os dados antropométricos seguiu-se o protocolo aplicado no
Seleção do grupo de
estudo
(n=26)
Pré teste Grupo controle
(n=13) Re- teste
Pré teste Grupo experimental
(n=13) Re-teste
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estudo de Marfell-Jones et al.17. Para avaliação do nível de atividade física aplicou-se o
Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) versão VIII reduzida validado por
Matsudo et al.18, seguindo a classificação: i) Sedentário, quando não realiza nenhuma
atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos na semana; ou ii) Insuficientemente
Ativo que se subdivide em: Insuficientemente Ativo A, realiza atividade física por pelo
menos 10 minutos contínuos cinco dias/ semana ou 150 minutos/semana; e
Insuficientemente Ativo B, que não segue os critérios de recomendação citada nos
indivíduos insuficientemente ativos A e prática pelo menos 10 minutos de atividade física
contínua.
A qualidade do sono foi avaliada de forma subjetiva em relação ao último mês,
pelo questionário Pittsburgh SleepQuality Index (PSQI) versão curta traduzido e
validado para o português do Brasil por Bertolazi et al.19. A PSQI brasileira mostrou-se
válida e confiável para manejo clínico ou pesquisa. O questionário consiste em 19
questões autoadministradas e cinco questões respondidas pelos seus companheiros de
quarto. Estas cinco últimas questões são utilizadas apenas para informações clínicas e não
fizeram parte deste estudo. As questões são agrupadas em sete componentes: 1) qualidade
subjetiva do sono; 2) latência do sono; 3) duração do sono; 4) eficiência habitual do sono;
5) alterações do sono; 6) uso de medicação para dormir; e 7) disfunção diurna do sono.
Sua classificação é por uma escala de 0 a 21 pontos da soma total dos escores, no qual de
0 a 4 é considerado uma boa qualidade de sono, de 5 a 10 uma qualidade ruim de sono e,
com mais de 10 pontos, é caracterizado com presença de distúrbio do sono19.
O programa de exercício físico no ambiente de trabalho foi desenvolvido
utilizando a proposta do PEFAT de Laux, Corazza e Andrade20. Cada aula teve duração
de 10 minutos, três vezes por semana em um período de 12 semanas, concluindo 36 aulas
(6 horas de atividades), utilizando exercícios de flexionamento, reforço muscular,
relaxamento e alongamento. A intervenção foi composta por parte inicial, principal e final
como exposto na figura 2.
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Figura 2. Estrutura das sessões de intervenção do PEFAT.
Fonte: Adaptado de Laux et al.14.
A parte inicial teve duração de quatro minutos, com destaque para as atividades
recreativas, envolvendo ritmo, coordenação motora fina, rapidez de raciocínio e atenção.
Utilizou-se bolinhas de borracha, jornal, bola de vôlei, arcos, bastões e músicas. Na parte
principal foram desenvolvidos os exercícios de flexionamento com duração de cinco
minutos ou os exercícios de reforço muscular com duração de quatro minutos, com ênfase
nos grupos musculares mais utilizados durante o trabalho. Os materiais utilizados na parte
principal foram bolinhas de borrachas, bastões, arcos, colchonetes e músicas.
Na parte final, quando se utilizado de exercícios de flexionamento na parte
principal, o final era voltado para atividades de relaxamento com duração de um minuto.
Enquanto, quando eram exercícios de reforço muscular, aplicou-se ao final alongamentos,
sendo os mesmos das sessões de flexionamento, com intensidade submáxima e duração
de dois minutos, envolvendo exercícios de concentração e respiração. Além, de dinâmicas
de grupo, com o uso de colchonetes e músicas.
O controle da intensidade dos exercícios foi realizado pela escala de percepção
subjetiva do esforço de Borg21, de modo a controlar a intensidade durante toda atividade
entre pouco intensa e intensa (13-15 pontos na escala).
Para a análise dos dados foi utilizado estatística descritiva e inferencial. A
normalidade dos dados foi verificada com o teste Shapiro-Wilk. Para comparação entre
os períodos (pré e pós-intervenção) e grupos (controle e experimental) utilizou-se o teste
de Friedman com o Post Hoc de Bonferoni. Nos dados de caracterização utilizou-se o
teste T para amostras independentes e na comparação entre os níveis de atividade física
o teste Qui-quadrado. Os testes foram realizados no programa estatístico SPSS® versão
21.0 para Windows®, com nível de significância de 5%.
Exercícios de
aquecimento (4minutos)
Exercícios de
flexionamento (5minutos)
Exercícios de
relaxamento
(1minuto)
Exercícios de
flexionamento
(4minutos)
Exercíos de alongamento
(2minutos)
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3 RESULTADOS
Na tabela 1, são apresentadas as caracterizações dos dois grupos do estudo.
Evidencia-se que não houve diferenças entre as variáveis de caracterização do grupo
controle e experimental (p> 0,05).
Tabela 1. Caracterização do grupo de estudo e ausência de diferenças inter-grupos.
Grupo controle
n (13)
Grupo experimental
n (13)
dp
Média
dp
P
Idade (anos)
5,63
30,12
7,40
0.905a
Massa corporal (kg)
16,1
73,96
18,31
0.968a
Estatura (m)
0,08
1,68
0,09
0.714a
IMC (Kg/m²)
4,89
21,83
7,40
0.897a
IPAQ
n (%) n(%) .
Sedentário
6 (46,15%)
5 (38,45%)
0.691b
Insuficientemente Ativo A e
B
7 (53,84%)
8 (61,53%)
Legenda: a=Teste T para amostras independentes; b=Qui-Quadrado; dp=Desvio Padrão; IMC=Índice de
Massa Corporal; Kg=Quilogramas; m²=Metros ao quadrado; m=Metros; n=número de integrantes;
IPAQ=Questionário Internacional de Atividade Física.
Fonte: os autores.
A tabela 2 apresenta os resultados da qualidade do sono. Verificou-se que ambos
os grupos (GC e GE), em ambos os momentos (pré e pós-intervenção), estão classificados
como ruim (5-10 pontos). A intervenção não provocou uma melhora na qualidade de
sono, seja em sua classificação global ou nas subcategorias (p> 0,05).
Tabela 2. Diferenças entre as alterações no sono.
Domínios
Controle
Experimental
P
Pré
m(dp)
Pós
m (dp)
Pré
m(dp)
Pós
m (dp)
PSQI Global
6,38(2,81)
6,92(4,17)
6,92(2,78)
5,69(1,84)
0.012a
Qualidade subjetiva do
sono
0,92(0,64)
1,15(0,99)
1,46(0,88)
1,00(0,71)
0.117b
Latência do sono
0,69(0,85)
0,85(1,28)
0,62(0,77)
0,38(0,51)
0.783b
Duração do sono
0,85(0,80)
0,69(0,75)
1,15(0,55)
0,69(0,75)
0.123b
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Eficiência habitual do
sono
2,08(1,44)
2,00(1,41)
1,38(1,56)
2,00(1,35)
0.378b
Alterações do sono
0,77(0,44)
0,77(0,60)
1,15(0,55)
1,15(0,38)
0.049b
Uso de medicamentos
para dormir
0,08(0,28)
0,38(0,96)
0,00(0,00)
0,00(0,00)
0.300b
Disfunção diurna do sono
1,00(0,71)
1,08(1,04)
1,15(0,90)
0,46(0,66)
0.048b
Legenda: a=A nova de medidas repetidas; b =Friedman teste; m= Média; dp= Desvio Padrão; p<0,05.
Fonte: os autores.
4 DISCUSSÃO
Na verificação dos efeitos do PEFAT sobre a qualidade de sono de funcionários
técnicos administrativos de uma Universidade Federal de Chapecó, observou-se que não
existe diferença na qualidade de sono entre os grupos e no momento pré e após a
intervenção.
A prática regular de exercícios físicos é uma intervenção não farmacológica
recomendada pela Associação Americana de Medicina do Sono para promover o sono
adequado22. Todavia neste estudo apenas 12 semanas de PEFAT não foram suficientes
para alterar a qualidade de sono dos funcionários. Fato que pode ser justificado pelo sono
ser considerado um processo biológico complexo, mediado por modulações neural e
hormonal23,24, no qual pode ser que seja preciso mais tempo de prática de exercícios para
que os efeitos sob está variável sejam notados.
Neste contexto, outro protocolo de exercício também não foi capaz de modificar
a qualidade de sono de trabalhadores, evidenciando que um programa de ginástica laboral,
recreativa e de relaxamento durante 60 sessões de 15 minutos cada, em técnicos
administrativos, não houve modificações na qualidade de sono de todos os envolvidos25.
Porém, no estudo de Marqueze, Silva e Moreno26, ao investigar funcionários noturnos do
setor administrativo e da linha de produção, verificou que após uma intervenção de três
meses de ginástica laboral com duração de 15 minutos e três vezes por semana, promoveu
uma melhora na qualidade de sono.
Ainda, uma explicação pode ser que o tipo de atividade laboral influencie na
magnitude do efeito, assim como no tempo para se observar benefícios expressivos na
qualidade do sono. Os funcionários técnicos administrativos das universidades
desempenham, principalmente, tarefas de escritório, em alguns casos envolvendo muita
responsabilidade e exigindo elevados níveis de concentração. Com isso, essa população
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de trabalhadores pode estar mais exposta a situações que podem interferir na duração do
sono1.
No presente estudo verificou-se, também, que os colaboradores técnicos
administrativos apresentaram uma qualidade de sono ruim, corroborando com os achados
de Andrade et al.7 com trabalhadores administrativos. Todavia, o estudo de Marqueze,
Silva e Moreno26 que investigou funcionários técnicos administrativos e os trabalhadores
da linha de produção que trabalham no turno noturno, apesar de os sujeitos trabalharem
de noite, apresentaram a qualidade de sono classificado como boa. Isso demonstra que
talvez o tipo de atividade laboral realmente influencie na qualidade do sono e nos
benefícios advindos do PEFAT. Todavia é importante destacar que, a qualidade e a
quantidade do sono são influenciadas por uma variedade de fatores, incluindo aspectos
culturais, sociais, psicológicos, fisiopatológicos e ambientais27.
A ideia central relacionando atividade física com o sono, diz respeito ao aumento
das ondas lentas e da redução do sono REM23, propiciando melhora do estado de saúde e
consequentemente da qualidade de vida do trabalhador24. Apesar do sono ser um
obstáculo para o trabalho e para os interesses econômicos, sendo cada vez mais
desvalorizados28, uma noite de sono boa é essencial para o bem-estar do indivíduo, assim
como para sua produtividade, 4.
Apesar dos resultados desse estudo, outros tipos de exercício físico observaram
melhora da qualidade do sono em outras populações, como no estudo de Pereira,
Brasileiro-Santos e Lima29, no qual uma intervenção de exercício aeróbico na esteira com
duração de 40 minutos, três vezes por semana, durante oito semanas em 16 estudantes
universitários apresentou melhoras na qualidade do sono. Além dessa, a pesquisa de
Steffens et al.30 com indivíduos do sexo feminino que realizaram 32 sessões orientadas
de caminhada, com duração de 15 minutos e duas vezes por semana, constatou melhoria
na qualidade de sono.
Dessa forma, entende-se que todo estudo apresenta limitações. Neste, destaca-se
a baixa quantidade de sujeitos, que de algum modo podem ter interferido na não
verificação de diferença na qualidade de sono após a intervenção com o PEFAT. Porém,
esse grupo selecionado foi randomizado e controlado durante toda a intervenção para que
as variáveis intervenientes como o nível de prática de atividade física não interferisse na
pesquisa. Sugerem-se novos estudos sobre a influência de outros exercícios físicos na
qualidade do sono.
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5 CONCLUSÃO
Ao verificar os efeitos de um programa de exercícios físicos no ambiente de
trabalho sobre a qualidade de sono de funcionários técnicos administrativos de uma
Universidade Federal de Chapecó, observou-se que não existe diferença na qualidade de
sono entre os grupos e após a intervenção. Além disso, destaca-se que a classificação do
sono de ambos os grupos é classificada como ruim pré e pós-intervenção.
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Introduction: Work activities have been occupying an increasing amount of time in the daily lives of the population, making individuals less physically active. A job market strategy is to invest in physical exercise programs in the actual workplace to improve the physical and cognitive aspects of these employees. Objective: To verify the effects of a workplace physical exercise program on the simple and choice reaction times of public university employees. Methods: Twenty-six physically inactive male and female subjects with a mean age of 29.62 ± 6.47 years underwent a program consisting of thirty-six sessions with physical exercises in the workplace, held three times a week over twelve weeks. Simple reaction time (SRT) and choice reaction time (CRT) were assessed before and after the intervention, using the Vienna Test System ® , and the results were presented in: I) reaction time, II) movement time; and (III) response time. Descriptive and inferential statistical analyses were conducted using the statistical program SPSS ® (version 21.0 for Windows), with a significance level of 5%. Results: When observing the SRT and CRT variables before and after the experiment, we noticed an improvement in reaction time, movement time and response time in the experimental group but not in the control group. Conclusion: The workplace physical exercise program was able to reduce the SRT and CRT of the experimental group. Level of evidence I; randomized clinical trial.
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Background: Sleep disorders are receiving increasing attention in the occupational medicine literature as a function of their substantial impact on the functional recovery of workers. Objective: To investigate the relationship of leisure-time and transportation physical activity with sleep duration among technical-administrative employees at a public university. Method: The sample comprised 371 participants. Data collection was performed by means of a self-report questionnaire for sociodemographic, nutritional, behavioral, health and occupational variables. We performed crude and adjusted analysis of the association between physical activity level and outcomes. Results: Leisure-time physical activity exhibited positive correlation with sleep time on weekdays (β=22.2; p=0.006) and weekends (β=31.3; p=0.007). Transportation physical activity exhibited negative correlation with sleep time on weekends (β=-44.5; p<0.001). Conclusion: Leisure-time physical activity was associated with longer sleep duration on weekdays and weekends. Differently, transportation physical activity was associated with shorter sleep time on weekends. More studies, especially intervention studies, are needed to achieve a better understanding of the relationship between physical activity domains and sleep duration among workers.
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Introduction: The mood state is related to health quality, which can be improved by practicing physical exercises. Objective: To verify the effects of an intense functional and metabolic training session on the mood state. Material and Methods: The study group consisted of 29 subjects with a mean age of 32.76 ± 10.39 years, with functional training. The mood state of the subjects was evaluated using the Brunel scale (BRUMS) and the training intensity was controlled using the BORG scale. Each training session lasted 65 minutes. Results: An improvement in the mood state was observed, due to the improvement of the aspects related to tension and anger in both training models and to the aspects of depression in strength training when compared the pre and the post training. Conclusion: Intervention with functional physical training improved the mood state in the aspects of tension, anger and depression of the participants.
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Contemporary workstations have been transformed by technological advances, meaning that employees are less physically active. Physical exercise programs are a tool to combat this sedentary lifestyle and prevent possible work-related illnesses. The aim of this study consisted of drafting an intervention proposal through physical exercise - the Workplace Physical Activity Program / WPAP - to be applied in the workplace, covering physical, mental and social aspects. The trial was methodologically structured in three stages: a) contextualization of the WPAP; b) implementation of the program; and c) the intervention proposal. It is believed that this type of program should receive investments, as it has a quick return and effectively improves the health of workers. Level of Evidence V; Expert opinion.
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Introdução: O sono é um importante indicador de saúde e sua qualidade pode sofrer influência de diversos fatores, como alterações psicológicas e sociais; ambiente; uso de medicamentos; ingestão alcoólica e a prática regular de atividade física. Porém, ainda não está esclarecido se a atividade física teria efeito positivo sobre os distúrbios de sono mais prevalentes como insônia e apneia do sono. Objetivo: buscar publicações que falam da interação sono e atividade física, e estudos que esclareçam os efeitos da atividade física sobre a qualidade do sono e qualidade de vida. Material e Método: foi feito uma busca na literatura nas bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scielo, Pubmed e Scopus usando os descritores Exercício; Sono; Qualidade de Vida; Apneia Obstrutiva do Sono. Resultados: foram discutidos sete artigos que abordam o assunto a atividade física como coadjuvante para a qualidade do sono mostrando que atividade física tem ação benéfica. Conclusão: a atividade física melhora a percepção subjetiva e objetiva da qualidade do sono e qualidade de vida, podendo ser utilizada como tratamento terapêutico nos tratamentos dos distúrbios do sono.Descritores: Exercício; Sono; Qualidade de Vida; Apneia Obstrutiva do Sono.
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Introdução: Cada vez mais as indústrias mantêm seu volume de produção durante as 24h horas do dia. Esta reorganização temporal traz repercussões importantes para a saúde do trabalhador. O objetivo deste estudo foi analisar os fatores associados ao absenteísmo em trabalhadores de diferentes turnos de uma indústria de grande porte do sul do Brasil. Método: A amostra foi composta por 885 profissio nais com média de idade de 31,1(8,5) anos de uma indústria do setor de telecomunicação. A variável dependente foi avaliada por meio de faltas ao trabalho nos últimos 12 meses por motivos de saúde. Resultados: A frequência de absenteísmo foi de 16,6%. Os fatores associados ao desfecho foram a idade avançada (OR=2,16; IC95%= 1,27-3,67), o trabalho em turnos extremos, primeiro turno (OR=1,91; IC95%= 1,08-3,36) e terceiro turno (OR=2,06; IC95%= 1,01-4,25), percepção elevada de estresse (OR=1,74; IC95%= 1,07 - 2,82) e os distúrbios do sono (OR=2,03; IC95%= 1,07-3,76). Não foram identi ficadas associações entre absenteísmo e fatores de estilo de vida como prática de atividade física e consumo de álcool e tabaco. Conclusão: Trabalhadores com distúrbios de sono e que exercem suas funções em turnos extremos (manhã ou noite) possuíram mais chan ce de faltar ao trabalho por questões de saúde.
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Recent studies have pointed the labor gymnastics as an important tool to alleviate some caused by the working in the modern life. Therefore, the present study aimed to analyze the influence of a labor gymnastics program (LGP) in reduction the amount of certificates of industrial in the city of Chapecó-SC. The sample consisted of 31 subjects, 22 males and 9 females with an average age of 32.48 ± 8.28. All data were collected from the medical records of employees. The LGP was developed two times a week for 12 months continuous. The results show a decrease in the total amount of certificates (51.52%), for systemic diseases (43.48%) and musculoskeletal diseases (55.56%) in the period of development on the LGP. In conclusion, with the decrease in the number of certificates, there was also improvement in health and quality of life of its practitioners.
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The Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI) is a questionnaire that assesses sleep quality and disturbances over a 1-month period. It is a valuable tool for research purposes. The aim of this study was to validate a Brazilian Portuguese version of the PSQI. The Brazilian Portuguese version (PSQI-BR) was developed according to the following steps: (a) translation, (b) back-translation, (c) comparison between translation and back-translation performed by a group of experts, and (d) pretest in bilingual individuals. Between January 2006 and September 2007, the PSQI-BR was applied to a group of consecutive patients who were submitted to overnight polysomnography with clinical suspicion of obstructive sleep apnea syndrome (OSAS) or insomnia. As in the original article, a group of patients with depression and a control group were included. The depression group was composed of patients from the Mood Disorders Unit of the Psychiatry Department of Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Brazil. The control group was composed of subjects with a history of normal sleep habits, without noticed snoring. A total of 83 patients and 21 controls completed the questionnaire and were submitted to overnight polysomnography. The seven-component scores of the PSQI-BR had an overall reliability coefficient (Cronbach's α) of 0.82, indicating a high degree of internal consistency. The groups included 43 patients with OSAS, 21 with insomnia, 19 with depression and 21 controls. The mean (±SD) PSQI-BR score was 8.1±4.0 for patients with OSAS, 12.8±3.7 for insomnia patients, 14.5±3.7 for those with depression and 2.5±2.0 for control subjects. The one-way ANOVA demonstrated significant differences in PSQI-BR scores across the four diagnostic groups (p<0.001). Post hoc tests between paired groups showed that scores for OSAS, depression and insomnia were significantly higher than for controls (p<0.05). PSQI-BR scores for insomnia did not differ from those obtained for depression (p>0.05), but both were higher than for OSAS (p<0.05). The results of the present study demonstrate that the PSQI-BR is a valid and reliable instrument for the assessment of sleep quality and equivalent to its original version when applied to individuals who speak the Brazilian Portuguese language. Despite relevant influences of language and cultural background, no major cultural adaptations were necessary during the validation process. The PSQI-BR can be a tool either for clinical management or research.
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The common assumption that population sleep duration has declined in the past few decades has not been supported by recent reviews, which have been limited to self-reported data. The aim of this review was to assess whether there has been a reduction in objectively recorded sleep duration over the last 50+ years. The literature was searched for studies published from 1960 to 2013, which assessed objective sleep duration (total sleep time (TST)) in healthy normal-sleeping adults. The search found 168 studies that met inclusion criteria, with 257 data points representing 6052 individuals ages 18-88 y. Data were assessed by comparing the regression lines of age vs. TST in studies conducted between 1960 and 1989 vs. 1990-2013. Weighted regression analyses assessed the association of year of study with age-adjusted TST across all data points. Regression analyses also assessed the association of year of study with TST separately for 10-y age categories (e.g., ages 18-27 y), and separately for polysomnographic and actigraphic data, and for studies involving a fixed sleep schedule and participants' customary sleep schedules. Analyses revealed no significant association of sleep duration with study year. The results are consistent with recent reviews of subjective data, which have challenged the notion of a modern epidemic of insufficient sleep.
Quality and sleep duration among public health network users
  • N D Simões
  • Lhb Monteiro
  • R Lucchese
  • T A Amorim
  • De
  • T C Denardi
  • I Vera
Simões ND, Monteiro LHB, Lucchese R, Amorim TA de, Denardi TC, Vera I, et al. Quality and sleep duration among public health network users. Acta Paul Enferm. outubro de 2019;32(5):530-7.