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9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
SUMÁRIO
SUMÁRIO 4
COMISSÃO ORGANIZADORA 9
BOAS-VINDAS 10
WELCOME 12
PROGRAMAÇÃO 14
10 Novembro de 2021 – Quarta-feria – Seção 1: Rastreamento ocular, Linguística e Educação ....... 16
10 Novembro de 2021 – Quarta-feria – 3rd International Congress of Vision Neurosciences .......... 17
11 Novembro de 2021 – Quinta-feria – Seção 2: Distúrbios do Processamento Visual e Estresse
Visual .............................................................................................................................................. 18
12 Novembro de 2021 – Sexta-feria – Seção 3: Neurociências da Visão na pesquisa básica de
laboratório ....................................................................................................................................... 19
PALESTRANTES DO 9º CONGRESSO BRASILEIRO DE NEUROCIÊNCIAS DA VISÃO –
NEUROVISÃO 20
Aline Saguie, Universidade Federal do Rio de Janeiro ......................................................... 21
Amanda Rodrigues Vieira, Universidade Federal de Minas Gerais ...................................... 21
Prof.ª Dr.ª Ana Carla Oliveira Garcia, Universidade Federal de Sergipe .............................. 22
Prof.ª Dr.ª Ana Isabel Arroyave Guzmán, Universidade de São Paulo ................................. 22
Prof. Dr. Douglas de Araújo Vilhena, Universidade Federal de Minas Gerais ..................... 23
Guilherme Carneiro Leão Farias, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro ......... 24
Hector Roberto Antunes Silva, Universidade Federal de Minas Gerais ................................ 24
Prof.ª Dr.ª Lorrane Medeiros Ventura, Universidade Federal do Rio de Janeiro .................. 25
Prof.ª Dr.ª Lucia Helena Souza de Toledo, Universidade Federal de Minas Gerais ............. 25
Prof.ª Dr.ª Marcia Nascimento Kaingangg, Universidade Federal do Rio de Janeiro ........... 26
Prof.ª Dr.ª Márcia Reis Guimarães, Hospital de Olhos de Minas Gerais .............................. 27
Prof. Dr. Marcus Maia, Universidade Federal do Rio de Janeiro .......................................... 28
Mateus Barroso Sacoman, Centro Universitário de Adamantina .......................................... 29
Otávio Castro Mendonça, Universidade Federal de Lavras .................................................. 29
Priscila de Cássia Souza Araújo, Universidade Federal de Minas Gerais ............................. 30
Ramon Bernardino, Universidade Federal de Minas Gerais.................................................. 30
Renata Raquel de Sousa Ferreira Silva, Universidade Federal de Minas Gerais .................. 30
Prof. Dr. Ricardo Queiroz Guimarães, Hospital de Olhos de Minas Gerais .......................... 31
Prof.ª Dr.ª Sabrina Lopes dos Santos, Universidade Federal do Rio de Janeiro .................... 32
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
PALESTRANTES DO 3rd INTERNATIONAL CONGRESS OF VISION NEUROSCIENCES
33
Prof. Emeritus Arnold J. Wilkins, University of Essex, Reino Unido ................................... 34
Prof. Dr. Olivier Penacchio, University of St Andrews, Reino Unido .................................. 35
Prof.ª Dr.ª Sarah M. Haigh, University of Nevada, USA ...................................................... 36
Prof. Dr. Stephen J. Loew, University of New England, Australia ....................................... 37
RESUMOS DAS PALESTRAS DA SEÇÃO 1: Rastreamento ocular, Linguística e Educação
38
MESA REDONDA: A TÉCNICA DE RASTREAMENTO OCULAR, SEUS PARADIGMAS E
APLICAÇÕES EM LINGUÍSTICA E EDUCAÇÃO .................................................................... 39
Marcus Maia, Lorrane Medeiros Ventura, Marcia Nascimento Kaingang, Aline Saguie,
Sabrina Santos ........................................................................................................................ 39
RASTREAMENTO OCULAR E EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA .............................................. 40
Prof. Dr. Marcus Maia ........................................................................................................... 40
O PARADIGMA DE MUNDO VISUAL NA INVESTIGAÇÃO DA LINGUAGEM
HUMANA .................................................................................................................................. 41
Prof.ª Dr.ª Lorrane Medeiros Ventura .................................................................................... 41
ESTUDO DE RASTREAMENTO OCULAR DE EVIDENCIAIS EM KAINGANG ........... 42
Prof.ª Dr.ª Marcia Nascimento Kaingang .............................................................................. 42
RASTREAMENTO OCULAR EM PALAVRAS MULTIMORFÊMICAS ................................ 43
Aline Saguie, Prof.ª Dr.ª Sabrina Santos ................................................................................ 43
O REPENSAR DO AMBIENTE CONSTRUÍDO E DO PROJETO ARQUITETÔNICO A
PARTIR DE UM OLHAR NEUROCIENTÍFICO ....................................................................... 44
Renata Raquel de Sousa Ferreira Silva¹, Isis Tacyana Gonçalves Lima², Theo Mota³ ......... 44
RESUMOS DAS PALESTRAS DA SEÇÃO 2: DISTÚRBIOS DO PROCESSAMENTO
VISUAL E ESTRESSE VISUAL 45
FUNÇÃO VISUAL MAGNOCELULAR NA DISLEXIA DO DESENVOLVIMENTO: Déficit
na perimetria de frequência duplicada e nas habilidades motoras oculares ....................................... 46
Prof. Dr. Douglas de Araújo Vilhena1,2,3 ............................................................................... 46
ASSOCIAÇÃO ENTRE PROCESSAMENTO TEMPORAL AUDITIVO E VISUAL NA
HABILIDADE DE LEITURA ...................................................................................................... 47
Prof.ª Dr.ª Ana Carla Oliveira Garcia, Universidade Federal de Sergipe .............................. 47
LÂMINAS ESPECTRAIS (OVERLAYS) PARA CRIANÇAS COM DIFICULDADE DE
LEITURA: avaliação oculomotora durante a leitura do teste de números ........................................ 48
Prof.ª Dr.ª Ana Isabel Arroyave Guzmán, Universidade de São Paulo ................................. 48
EFEITO DAS LÂMINAS ESPECTRAIS (OVERLAYS) EM PARÂMETROS VISUAIS E NA
HABILIDADE DE LEITURA: Revisão integrativa de 1980 a 2008 ............................................... 49
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
Prof.ª Dr.ª Márcia Reis Guimarães, Hospital de Olhos de Minas Gerais .......................... 49
SÍNDROME DE IRLEN EM DEBATE: diagnóstico e contexto de intervenção .......................... 50
Mateus Barroso Sacoman....................................................................................................... 50
O RECONHECIMENTO JURÍDICO DA 'SÍNDROME DE IRLEN' NO MODELO DE
DIREITOS HUMANOS DE DEFICIÊNCIA ............................................................................... 51
Guilherme Carneiro Leão Farias, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro ......... 51
RESUMOS DAS PALESTRAS DA SEÇÃO 3: NEUROCIÊNCIAS DA VISÃO NA PESQUISA
BÁSICA DE LABORATÓRIO 52
UMA PROPOSTA METODOLÓGICA PARA CARACTERIZAR AS PROPRIEDADES
DINÂMICAS DO REDIRECIONAMENTO DO OLHAR DURANTE PERÍODOS DE
ESCANEAMENTO VISUAL ........................................................................................................ 53
Otvio Castro Mendona, Universidade Federal de Lavras .................................................. 53
MODULAÇÃO ESPECTRAL DA RESPOSTA FOTOTÁTICA DESENCADEADA POR DUAS
VIAS NEURAIS PARALELAS NO CÉREBRO DAS ABELHAS ................................................ 54
Amanda Rodrigues Vieira1,2, Lívia Stemler1, Jerome Baron1, Theo Mota1,2 ........................ 54
ESPECTRO DE AÇÃO DA SUPRESSÃO DE MELATONINA PELA LUZ: Um estudo
comparativo das métricas disponíveis .............................................................................................. 55
Prof. Dr.ª Lucia Helena Souza de Toledo, Universidade Federal de Minas Gerais ........... 55
DESCRIÇÃO DE UM NOVO PROTOCOLO PSICOFÍSICO PARA AVALIAR A RELAÇÃO
DAS VIAS MAGNOCELULAR E PARVOCELULAR COM A MEMÓRIA DE TRABALHO
VISUAL .......................................................................................................................................... 56
Ramon Bernardino, Universidade Federal de Minas Gerais ............................................... 56
ADAPTAÇÃO DE UM PARADIGMA PSICOFÍSICO PARA AVALIAR A INFLUÊNCIA DA
ATENÇÃO NA PERCEPÇÃO DO MOVIMENTO GLOBAL ................................................... 57
Hector Roberto Antunes Silva, Universidade Federal de Minas Gerais ............................. 57
RESUMOS DAS PALESTRAS INTERNACIONAIS – 3rd International Congress of Vision
Neurosciences 58
USO DO COLORÍMETRO INTUITIVO EM DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS ..................... 59
Prof. Emeritus Arnold J. Wilkins ........................................................................................... 59
DESCONFORTO VISUAL E ELETROFISIOLOGIA DA CROMINÂNCIA ............................ 61
Prof. Dr. Sarah M. Haigh ....................................................................................................... 61
SINTOMAS E GRAVIDADE DE ESTRESSE VISUAL EM ESTUDANTES DE
ENFERMAGEM: Implicações para ambientes de educação e saúde............................................... 62
Prof. Dr. Stephen J. Loew1* ................................................................................................... 62
DESCONFORTO VISUAL E REGULARIDADES ESTATÍSTICAS EM CENAS NATURAIS 63
Prof. Dr. Olivier Penacchio .................................................................................................... 63
PRÊMIO MARCOS PINOTTI 64
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3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
GANHADOR DO PRÊMIO MARCOS PINOTTI DE MELHOR TRABALHO ..................... 65
UMA PROPOSTA METODOLÓGICA PARA CARACTERIZAR AS PROPRIEDADES
DINÂMICAS DO REDIRECIONAMENTO DO OLHAR DURANTE PERÍODOS DE
ESCANEAMENTO VISUAL ........................................................................................................ 65
Cntia Aparecida de Souza Garcia1, Otvio Castro Mendona²*, Alice Timponi Frana
Magalhes1, Jerome Baron1,3 ................................................................................................. 65
TRABALHOS DA SEÇÃO 1: RASTREAMENTO OCULAR, LINGUÍSTICA E EDUCAÇÃO
66
O REPENSAR DO AMBIENTE CONSTRUÍDO E DO PROJETO ARQUITETÔNICO A
PARTIR DE UM OLHAR NEUROCIENTÍFICO ....................................................................... 67
Renata Raquel de Sousa Ferreira Silva¹, Isis Tacyana Gonçalves Lima², Theo Mota³ ......... 67
TRABALHOS DA SEÇÃO 2: DISTÚRBIOS DO PROCESSAMENTO VISUAL E ESTRESSE
VISUAL 72
FUNÇÃO VISUAL MAGNOCELULAR NA DISLEXIA DO DESENVOLVIMENTO: déficit na
perimetria de frequência duplicada e nas habilidades motoras oculares ............................................ 73
Douglas de Araújo Vilhena1,2,3, Márcia Reis Guimarães2, Ricardo Queiroz Guimarães2,
Ângela Maria Vieira Pinheiro1,2 ............................................................................................. 73
ASSOCIAÇÃO ENTRE PROCESSAMENTO TEMPORAL AUDITIVO E VISUAL NA
HABILIDADE DE LEITURA ...................................................................................................... 77
Ana Carla Oliveira Garcia1, Douglas de Araújo Vilhena2-3, Márcia Reis Guimarães3, Ângela
Maria Vieira Pinheiro2, Teresa Maria Momensohn-Santos4 .................................................. 77
LÂMINAS ESPECTRAIS (OVERLAYS) PARA CRIANÇAS COM DIFICULDADE DE
LEITURA: Função oculomotora durante a leitura do teste de números .......................................... 80
Márcia Reis Guimarães1, Ana Isabel Arroyave Guzmán1,2,3, Douglas de Araújo Vilhena 1,4,
Raul Gonzalez Lima², Ricardo Queiroz Guimarães¹ ............................................................. 80
EFEITO DAS LÂMINAS ESPECTRAIS (OVERLAYS) EM PARÂMETROS VISUAIS E NA
HABILIDADE DE LEITURA: Revisão integrativa de 1980 a 2008 ............................................... 83
Márcia Reis Guimarães1, Douglas de Araújo Vilhena1,2, Ricardo Queiroz Guimarães1,
Ângela Maria Vieira Pinheiro1,2 ............................................................................................. 83
A SÍNDROME DE IRLEN EM DEBATE: diagnóstico e o contexto de intervenção .................... 86
Mateus Barroso Sacoman....................................................................................................... 86
O RECONHECIMENTO JURÍDICO DA ‘SÍNDROME DE IRLEN’ NO MODELO DE
DIREITOS HUMANOS DE DEFICIÊNCIA ............................................................................... 91
Guilherme Carneiro Leão Farias ............................................................................................ 91
TRABALHOS DA SEÇÃO 3: NEUROCIÊNCIAS DA VISÃO NA PESQUISA BÁSICA DE
LABORATÓRIO 97
UMA PROPOSTA METODOLÓGICA PARA CARACTERIZAR AS PROPRIEDADES
DINÂMICAS DO REDIRECIONAMENTO DO OLHAR DURANTE PERÍODOS DE
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
ESCANEAMENTO VISUAL ........................................................................................................ 98
Cntia Aparecida de Souza Garcia1, Otvio Castro Mendona²*, Alice Timponi Frana
Magalhes1, Jerome Baron1,3 ................................................................................................. 98
MODULAÇÃO ESPECTRAL DA RESPOSTA FOTOTÁTICA DESENCADEADA POR DUAS
VIAS NEURAIS PARALELAS NO CÉREBRO DAS ABELHAS .............................................. 100
Amanda Rodrigues Vieira1,2, Lívia Stemler1, Jerome Baron1, Theo Mota1,2 ...................... 100
TEMPORAL HABIT, BODY SIZE AND THE ARCHITECTURE OF VISUAL ORGANS IN
BEES ............................................................................................................................................ 102
Priscila de Cássia Souza Araújo1, Carolina de Almeida Caetano 2, Isabel Alves-dos-Santos3,
Clemens Schlindwein4, Theo Mota5 .................................................................................... 102
ESPECTRO DE AÇÃO DA SUPRESSÃO DE MELATONINA PELA LUZ: UM ESTUDO
COMPARATIVO DAS MÉTRICAS DISPONÍVEIS .................................................................. 106
Prof.ª Dr.ª Lucia Helena Souza de Toledo1,2, Prof. Dr. Jerome Baron1,2, Prof. Dr. Theo
Mota1,2 .................................................................................................................................. 106
DESCRIÇÃO DE UM NOVO PROTOCOLO PSICOFÍSICO PARA AVALIAR A RELAÇÃO
DAS VIAS MAGNOCELULAR (M) E PARVOCELULAR (P) COM A MEMÓRIA DE
TRABALHO VISUAL (MTV) ...................................................................................................... 120
Ramon Bernardino1, Hector Roberto Antunes Silva2, Laura Nequini de Faria3, Everson Elias
Gonçalves de Oliveira4, Amanda Murta de Siqueira Oliveira5, Caroline Rodrigues Velten5,
Luiza Sapucaia Martins Roland5, Rodrigo César Rocha dos Santos5, Sara Gabriele Vieira5,
Jerome Baron2,3 .................................................................................................................... 120
ADAPTAÇÃO DE UM PARADIGMA PSICOFÍSICO PARA AVALIAR A INFLUÊNCIA DA
ATENÇÃO NA PERCEPÇÃO DO MOVIMENTO GLOBAL ................................................. 122
Hector Roberto Antunes Silva1, Ramon Bernardino2, Laura Nequini de Faria3, Everson Elias
Gonçalves de Oliveira4, Ariade Gomes Freitas4, Regiane Helena Medeiros Braga4, Vitória
Augusto Santos4, Jerome Baron1,3 ....................................................................................... 122
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
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COMISSÃO ORGANIZADORA
Organização:
Sociedade Brasileira de Neurovisão (SBNV)
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Presidente:
Prof. Dr. Douglas de Araújo Vilhena
Presidência da Comissão Científica:
Prof.ª Dr.ª Márcia Reis Guimarães
Prof.ª Dr.ª Maria Lúcia Machado Duarte
Prof. Dr. Ricardo Queiroz Guimarães
Comissão Científica:
Prof.ª Dr.ª Ana Isabel Arroyave Guzmán
Prof.ª Dr.ª Ângela Maria Vieira Pinheiro
Prof.ª Dr.ª Camila Bim
Prof.ª Dr.ª Cláudia de Almeida Diniz
Prof. Dr. Fabrício Carvalho Soares
Prof.ª Dr.ª Izabel Cristina Soares Araújo
Prof. Dr. Jean Andrade Canestri
Prof. Dr. Jerome Baron
Prof. Dr. Marco Túlio de Mello
Prof.ª Dr.ª Valéria Prata Lopes
Laboratórios:
Laboratório de Pesquisa Aplicada à Neurociências da Visão (LAPAN-UFMG)
Grupo de Acústica e Vibrações em Seres Humanos (GRAVIsh-UFMG)
Laboratório de Bioengenharia (LabBio-UFMG)
Laboratório de Processos Cognitivos (LabCog-UFMG)
Laboratório de Neurodinâmica da Visão (LANEVI-UFMG)
Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício (CEPE)
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BOAS-VINDAS
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3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
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Estimados participantes,
É com grande felicidade que realizamos o 9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão e
3rd International Congress of Vision Neurosciences, organizado pela Sociedade Brasileira de Neurovisão (SBNV)
e pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), nos dias 10 a 12 de novembro de 2021.
O primeiro dia do Congresso teve a honra de começar com uma Mesa Redonda sobre
rastreamento ocular, linguística e educação, coordenada pelo Prof. Dr. Marcus Maia, com participação
da Prof.ª Dr.ª Lorrane Medeiros Ventura, Prof.ª Dr.ª Marcia Nascimento Kaingang, Prof.ª Dr.ª Sabrina
Santos e a mestranda Aline Saguie, todos pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ). Em seguida, a arquiteta Renata Silva apresentou sobre o ambiente construído e do projeto
arquitetônico a partir de um olhar Neurocientífico.
Após o intervalo, iniciou-se o 3rd International Congress of Vision Neurosciences, com a palestra magna
do Prof. Emeritus Arnold Wilkins da University of Essex do Reino Unido, seguido pela Prof.ª Dr.ª Sarah
Haigh da University of Nevada dos EUA, pelo Prof. Dr. Stephen Loew da University of New England da
Austrália, e finalizando com o Prof. Dr. Olivier Penacchio da University of St Andrews do Reino Unido.
O segundo dia de Congresso contará com sete palestras sobre os Distúrbios do Processamento
Visual e o Estresse Visual, também referido como síndrome de Irlen. A Seção 2 iniciará com o psicólogo
Prof. Dr. Douglas Vilhena, seguido da fonoaudióloga Prof.ª Dr.ª Ana Carla Garcia, da engenheira Prof.ª
Dr.ª Ana Isabel Guzmán, a oftalmologista Prof.ª Dr.ª Márcia Reis Guimarães, do pedagogo Mateus
Sacoman, do advogado Guilherme Farias, e finalizará com o oftalmologista Prof. Dr. Ricardo Guimarães.
O terceiro e último dia de Congresso contará com os avanços das Neurociências da Visão nas
pesquisas básicas de laboratório. Foram apresentados os estudos desenvolvidos principalmente no
Departamento de Fisiologia e Biofísica e no Programa de Pós-Graduação em Neurociências, ambos do
Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, sob a orientação do Prof. Dr.
Jerome Baron e do Prof. Dr. Theo Mota. Participarão como palestrantes a Prof.ª Dr.ª Lucia Helena de
Toledo, as doutorandas Amanda Vieira e a Priscila Araújo, e os alunos de graduação Otávio Mendonça,
Ramon Bernardino e o Hector Antunes Silva.
Esperamos que esta seja uma importante etapa para o desenvolvimento das Neurociências da
Visão, com a contribuição interdisciplinar e translacional das pesquisas desenvolvidas no Brasil e no
mundo, diminuindo as distâncias entre os pesquisadores e tornando os estudos mais dinâmicos. Este é
um momento para que possamos caminhar cada vez mais juntos em prol de uma ciência de qualidade e
que responda às demandas da sociedade.
Prof. Dr. Douglas de A. Vilhena
Presidente do Congresso
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WELCOME
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Dear participants,
It is with great happiness that we organize the 9th Brazilian Congress of Vision Neurosciences
and 3rd International Congress of Vision Neurosciences, organized by the Brazilian Neurovision Society
(SBNV) and the Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), from 10 to 12 November 2021.
The first day of Congress had the honor to start with a round-table, coordinated by Prof. Dr.
Marcus Maia, concerning the eyes, linguistics and education, and with the participation of Prof. Dr.
Lorrane Medeiros Ventura, Prof. Dr. Marcia Nascimento Kaingang, Prof. Dr. Sabrina Santos and Aline
Saguie, all researchers at the Universidade Federal de Rio de Janeiro (UFRJ). The architect Renata Silva
presented the built environment and architectural design from a neuroscientific perspective.
After the interval, the 3rd International Congress of Vision Neurosciences began with the keynote
speaker Prof. Emeritus Arnold Wilkins of the University of Essex, UK, followed by Prof. Dr. Sarah
Haigh of the University of Nevada, USA, by Prof. Dr. Stephen Loew from the University of New
England, Australia, and finalized with Prof. Dr. Olivier Penacchio of the University of St Andrews, UK.
The second day of Congress had seven lectures on the disorders of visual processing and visual
stress, also referred as Irlen's syndrome. The Section 2 started with the psychologist Prof. Dr. Douglas
Vilhena, followed by the speech therapist Prof. Ana Carla Garcia, Engineer Prof. Dr. Ana Isabel Guzmán,
the Ophthalmologist Prof. Dr. Márcia Reis Guimarães, the teacher Mateus Sacoman, the Lawyer
Guilherme Farias, and we finish with the Ophthalmologist Prof. Dr. Ricardo Guimarães.
The third and last day of the Congress concerned the advances of Vision Neurosciences in basic
laboratory research. The studies were developed mainly in the Department of Physiology and Biophysics
and the Postgraduate Program in Neurosciences, both of the Institute of Biological Sciences of the
Universidade Federal de Minas Gerais, under the supervision of Prof. Dr. Jerome Baron and Prof. Dr.
Theo Mota. As speakers, we wil have Prof. Dr. Lucia Helena de Toledo, the Doctoral students Amanda
Vieira and Priscilla Araújo, and the undergraduate students Otávio Mendonça, Ramon Bernardino and
Hector Antunes Silva.
We hope this is an important stage for the development of the Vision Neurosciences, with the
interdisciplinary and translational contribution of researches developed in Brazil and in the world,
reducing distances between researchers and making studies more dynamic. This is a time for us to move
together for a high quality science that respond to the demands of the society.
Prof. Dr. Douglas de A. Vilhena
Chair of the Congress
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PROGRAMAÇÃO
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10 Novembro de 2021 – Quarta-feria – Seção 1: Rastreamento ocular, Linguística
e Educação
Seção 1 completa: https://youtu.be/30cP5bZaD-E
14:00 às 14:20
MESA SOLENE DE ABERTURA
14:20 às 15:40
MESA REDONDA: A TÉCNICA DE RASTREAMENTO OCULAR, SEUS PARADIGMAS E
APLICAÇÕES EM LINGUÍSTICA E EDUCAÇÃO
Coordenação: Prof. Dr. Marcus Maia, Universidade Federal do Rio de Janeiro
RASTREAMENTO OCULAR E EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA
Prof. Dr. Marcus Maia, Universidade Federal do Rio de Janeiro
https://youtu.be/i6jqrlO_Smk
O PARADIGMA DE MUNDO VISUAL NA INVESTIGAÇÃO DA LINGUAGEM
HUMANA
Prof.ª Dr.ª Lorrane Medeiros Ventura, Universidade Federal do Rio de Janeiro
https://youtu.be/IVQrH92dSD0
ESTUDO DE RASTREAMENTO OCULAR DE EVIDENCIAIS EM KAINGANG
Prof.ª Dr.ª Marcia Nascimento Kaingang, Universidade Federal do Rio de Janeiro
https://youtu.be/BOD4XhP1jCc
RASTREAMENTO OCULAR EM PALAVRAS MULTIMORFÊMICAS
Aline Saguie e Prof.ª Dr.ª Sabrina Santos, Universidade Federal do Rio de Janeiro
https://youtu.be/wGSorGlp0FE
15:40 às 16:00
O REPENSAR DO AMBIENTE CONSTRUÍDO E DO PROJETO ARQUITETÔNICO A PARTIR
DE UM OLHAR NEUROCIENTÍFICO
Renata Raquel de Sousa Ferreira Silva, Universidade Federal de Minas Gerais
Coautores: Isis Tacyana Gonçalves Lima, Theo Mota
https://youtu.be/DNWe6OGrlLo
16:00 às 16:30
INTERVALO
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3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
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10 Novembro de 2021 – Quarta-feria – 3rd International Congress of Vision
Neurosciences
3 ICVN completo: https://youtu.be/d4RUOIs1SKw
16:30 às 17:00
USO DO INTUITIVE COLORIMETER EM DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS
Prof. Emeritus Arnold J. Wilkins, University of Essex, Reino Unido
https://youtu.be/YbMpWmUVZ4c
17:00 às 17:20
DESCONFORTO VISUAL E ELETROFISIOLOGIA DA CROMINÂNCIA
Prof. Dr. Sarah M. Haigh, University of Nevada, EUA
https://youtu.be/CsZNyO785HQ
17:20 às 17:40
SINTOMAS E GRAVIDADE DE ESTRESSE VISUAL EM ESTUDANTES DE ENFERMAGEM:
Implicações para ambientes de educação e saúde
Prof. Dr. Stephen J. Loew, University of New England, Austrália
Coauthors: Nigel V. Marsh, Celestino Rodríguez-Pérez, Kenneth Watson & Graham L. Jones
https://youtu.be/4-zXoN-fCD0
17:40 às 18:00
DESCONFORTO VISUAL E REGULARIDADES ESTATÍSTICAS EM CENAS NATURAIS
Prof. Dr. Olivier Penacchio, University of St Andrews, Reino Unido
https://youtu.be/A3X_qTkHyKU
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
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11 Novembro de 2021 – Quinta-feria – Seção 2: Distúrbios do Processamento
Visual e Estresse Visual
Seção 2 completa: https://youtu.be/azUrDYKH8s4
14:00 às 14:10
MESA SOLENE DE ABERTURA DO DIA
14:10 às 14:30
FUNÇÃO VISUAL MAGNOCELULAR NA DISLEXIA DO DESENVOLVIMENTO: Déficit na
perimetria de frequência duplicada e nas habilidades motoras oculares
Prof. Dr. Douglas de Araújo Vilhena, Universidade Federal de Minas Gerais
Coautores: Márcia Reis Guimarães, Ricardo Queiroz Guimarães, Ângela Maria Vieira Pinheiro
https://youtu.be/5G_Bvs5g0lM
14:30 às 14:50
ASSOCIAÇÃO ENTRE PROCESSAMENTO TEMPORAL AUDITIVO E VISUAL NA
HABILIDADE DE LEITURA
Prof.ª Dr.ª Ana Carla Oliveira Garcia, Universidade Federal de Sergipe
Coautores: Douglas de Araújo Vilhena, Márcia Reis Guimarães, Ângela Maria Vieira Pinheiro, Teresa
Maria Momensohn-Santos
https://youtu.be/fxgIuyYZTWQ 14:50 às 15:10
LÂMINAS ESPECTRAIS (OVERLAYS) PARA CRIANÇAS COM DIFICULDADE DE LEITURA:
Função oculomotora durante a leitura do teste de números
Prof.ª Dr.ª Ana Isabel Arroyave Guzmán, Universidade de São Paulo
Coautores: Márcia Reis Guimarães, Douglas de Araújo Vilhena, Raul Gonzalez Lima, Ricardo Queiroz
Guimarães
https://youtu.be/7E5ReyA5SQQ
15:10 às 15:30
INTERVALO
15:30 às 15:50
EFEITO DAS LÂMINAS ESPECTRAIS (OVERLAYS) EM PARÂMETROS VISUAIS E NA
HABILIDADE DE LEITURA: Revisão integrativa de 1980 a 2008
Prof.ª Dr.ª Márcia Reis Guimarães, Hospital de Olhos de Minas Gerais
Coautores: Douglas de Araújo Vilhena, Ricardo Queiroz Guimarães, Ângela Maria Vieira Pinheiro
https://youtu.be/mDcgBoLLSfY 15:50 às 16:10
A SÍNDROME DE IRLEN EM DEBATE: Diagnóstico e o contexto de intervenção
Mateus Barroso Sacoman, Centro Universitário de Adamantina
https://youtu.be/bXKxkwsyr4w 16:10 às 16:30
O RECONHECIMENTO JURÍDICO DA SÍNDROME DE IRLEN NO MODELO DE DIREITOS
HUMANOS DE DEFICIÊNCIA
Guilherme Carneiro Leão Farias, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
https://youtu.be/wCYhx7j70og
16:30 às 16:50
A LUZ, OS OLHOS, A VISÃO EM 2022: Uma perspectiva Biológica e Sensorial
Prof. Dr. Ricardo Guimarães, Hospital de Olhos de Minas Gerais
https://youtu.be/YVgCqJ3nxt4
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
19
12 Novembro de 2021 – Sexta-feria – Seção 3: Neurociências da Visão na
pesquisa básica de laboratório
Seção 3 completa: https://youtu.be/j6Jiu7bjfXw
14:00 às 14:20
UMA PROPOSTA METODOLÓGICA PARA CARACTERIZAR AS PROPRIEDADES
DINÂMICAS DO REDIRECIONAMENTO DO OLHAR DURANTE PERÍODOS DE
ESCANEAMENTO VISUAL
Otvio Castro Mendonca, Universidade Federal de Lavras
Coautores: Cntia Aparecida de Souza Garcia, Alice Timponi Franca Magalhes, Jerome Baron
https://youtu.be/xTYY50zrBL8
14:20 às 14:40
MODULAÇÃO ESPECTRAL DA RESPOSTA FOTOTÁTICA DESENCADEADA POR DUAS
VIAS NEURAIS PARALELAS NO CÉREBRO DAS ABELHAS
Amanda Rodrigues Vieira, Universidade Federal de Minas Gerais
Coautores: Lívia Stemler, Jerome Baron, Theo Mota
https://youtu.be/sgbUaiwV9_0
14:40 às 15:00
TEMPORAL HABIT, BODY SIZE AND THE ARCHITECTURE OF VISUAL ORGANS IN BEES
Priscila de Cássia Souza Araújo, Universidade Federal de Minas Gerais
Coautores: Carolina de Almeida Caetano, Isabel Alves-dos-Santos, Clemens Schlindwein, Theo Mota
https://youtu.be/wFQipqDE_X8 15:00 às 15:20
INTERVALO
15:20 às 15:40
ESPECTRO DE AÇÃO DA SUPRESSÃO DE MELATONINA PELA LUZ: Um estudo comparativo
das métricas disponíveis
Prof.ª Dr.ª Lucia Helena Souza de Toledo, Universidade Federal de Minas Gerais
Coautores: Jerome Baron, Theo Mota
https://youtu.be/LA6GgL4wppI
15:40 às 16:00
DESCRIÇÃO DE UM NOVO PROTOCOLO PSICOFÍSICO PARA AVALIAR A RELAÇÃO DAS
VIAS MAGNOCELULAR E PARVOCELULAR COM A MEMÓRIA DE TRABALHO VISUAL
Ramon Bernardino, Universidade Federal de Minas Gerais
Coautores: Hector Roberto Antunes Silva, Laura Nequini de Faria, Everson Elias Gonçalves de Oliveira,
Amanda Murta de Siqueira Oliveira, Caroline Rodrigues Velten, Luiza Sapucaia Martins Roland, Rodrigo
César Rocha dos Santos, Sara Gabriele Vieira, Jerome Baron
https://youtu.be/ZBFifGUtyH8
16:00 às 16:20
ADAPTAÇÃO DE UM PARADIGMA PSICOFÍSICO PARA AVALIAR A INFLUÊNCIA DA
ATENÇÃO NA PERCEPÇÃO DO MOVIMENTO GLOBAL
Hector Roberto Antunes Silva, Universidade Federal de Minas Gerais
Coautores: Ramon Bernardino, Laura Nequini de Faria, Everson Elias Gonçalves de Oliveira, Ariade
Gomes Freitas, Regiane Helena Medeiros Braga, Vitória Augusto Santos, Jerome Baron
https://youtu.be/U7AmerAHgbU
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
20
PALESTRANTES DO 9º CONGRESSO
BRASILEIRO DE NEUROCIÊNCIAS DA
VISÃO – NEUROVISÃO
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
21
Aline Saguie, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Possui graduação em Abi - Letras - Português -
Italiano pela Universidade Federal do Rio de Janeiro(2019) e
ensino-medio-segundo-graupelo Colégio Pentágono(2010).
Atualmente é da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem
experiência na área de Lingüística, com ênfase em
Psicolingüística.
Amanda Rodrigues Vieira, Universidade Federal de Minas Gerais
Possui graduação em Ciências Biológicas
(licenciatura plena) pela Universidade Federal de Minas
Gerais (2015), mestrado em Neurociências pela
Universidade Federal de Minas Gerais (2018). Atualmente é
doutoranda em Fisiologia e Farmacologia pela Universidade
Federal de Minas Gerais, com previsão para conclusão do
curso em setembro de 2023. Possui interesse nas áreas de
Neurociências, Neurofisiologia, Neuroanatomia,
Morfologia, Zoologia e Biologia Celular. Tem experiência
nas áreas de neurociências, neurofisiologia, comportamento,
neuroanatomia, morfologia, anatomia básica e neurofisiologia de insetos. Possui cursos de formação
complementar em Neurociência Básica e Neurofisiologia Aplicada ao Controle Motor. Atualmente,
desenvolve estudos sobre comportamento e percepção sensorial em abelhas.
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
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Prof.ª Dr.ª Ana Carla Oliveira Garcia, Universidade Federal de Sergipe
Possui graduação em Fonoaudiologia pela
PUCCAMP - Pontifícia Universidade Católica de Campinas
(1993). Tem Especialização na área de Audiologia, pelo
Conselho Federal de Fonoaudiologia, com ênfase em Saúde
e Educação Pública. Vivência Internacional com certificação
de Hearing Aid Specialist pelo Departamento de Saúde da
Flórida - USA (2004-2008). Estudante Visitante
Pesquisadora- Doutorado sanduíche na Universidade de
Montreal (Canadá-2017-2019) Mestrado na PUC SP (2016).
Doutorado PUC SP (2021) Atuação em Saúde Coletiva no
SUS há 20 anos, nas áreas de educação permanente, gestão e planejamento de serviços, avaliação em
saúde,prevenção, reabilitação, atenção e controle social . Professora Universidade Federal de Sergipe
- Departamento de Fonoaudiologia
Prof.ª Dr.ª Ana Isabel Arroyave Guzmán, Universidade de São Paulo
Bioengenheira pela Universidad de Antioquia na
Colômbia. Possui Doutorado (2019) e mestrado (2014) pela
Universidade de São Paulo (2019) na área de Engenharia
Biomédica. Tem conhecimentos na área da neurociências da
visão. Tem experiência na área de Engenharia Biomédica, com
ênfase em Biomecânica e caracterização mecânica de tecidos
biológicos e simulação computacional de sistemas biológicos.
Atualmente, trabalha como colaboradora em pesquisa na área
da Tomografia por Impedância Elétrica e Segmentação e
reconstrução 3D de imagens médicas.
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
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Prof. Dr. Douglas de Araújo Vilhena, Universidade Federal de Minas Gerais
Presidente do 9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão
3rd International Congress of Vision Neurosciences
Doutorado na linha Neuropsicologia do
Desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação em
Psicologia: Cognição e Comportamento da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG, 2017-2021), com
Doutorado Sanduíche na Faculdade de Psicologia e de
Ciências da Educação da Universidade do Porto, Portugal
(2019-2020). Mestre na área Desenvolvimento Humano, linha
Cognição e Linguagem, pelo Programa de Pós-Graduação em
Psicologia da FAFICH-UFMG (2013-2015). Graduado em
Psicologia pela FAFICH-UFMG (2006-2011), com
intercâmbio acadêmico na University of Leeds no Reino Unido (2010), e com visto J1 no Tennessee, EUA
(2011). Ensino médio integrado com técnico em Química pelo CEFET-MG (2003-2005). Atualmente, é
Embaixador de Intercâmbio Alumni da Universidade do Porto (2021-2023), coordenador do Laboratório
de Pesquisa Aplicada à Neurociências da Visão (LAPAN-UFMG, 2015-atual), pesquisador do
Laboratório de Processos Cognitivos (LabCog-UFMG, 2012-atual), colaborador do
www.DislexiaBrasil.com.br, Membro da European Literacy Network (ELN-COST, 2019-atual). Presidente
do anual Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão (2015-atual). Foi Administrador Chefe do II
World Dyslexia Forum (2014-UFMG). Pinheiro e Vilhena são autores da Bateria de Testes de Leitura, que
possui fontes de evidências psicométricas satisfatórias para avaliar a habilidade de leitura de alunos do 2º
ao 5º ano do ensino fundamental, sendo composta pelo: (1) Teste de Leitura: Compreensão de Sentenças
(TELCS); (2) Teste de Reconhecimento de Palavras (TRP); (3) Teste de Reconhecimento de
Pseudopalavras (TRPp); (4) Teste de Taxa de Leitura (RRT); e (5) a Escala de Avaliação da Competência
em Leitura pelo Professor (EACOL). Atua principalmente nos seguintes temas: processamento
cognitivo, processamento visual, linguagem escrita, dislexia, testes de leitura.
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
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Guilherme Carneiro Leão Farias, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
Mestre em Direito pela Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Bacharel em Direito
pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Advogado empregado público da Petróleo Brasileiro S.A.
(PETROBRAS).
Hector Roberto Antunes Silva, Universidade Federal de Minas Gerais
Graduando em Ciências Biológicas pela
Universidade Federal de Minas Gerais e estagiário no
Laboratório de Neurodinâmica da Visão (LANEVI-
UFMG).
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
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Prof.ª Dr.ª Lorrane Medeiros Ventura, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Doutora e Mestre em Linguística pelo Programa de Pós-
graduação em Linguística da Faculdade de Letras da UFRJ, na linha de
pesquisa Linguagem Mente Cérebro. Foi Pesquisadora visitante no
Language Processing and Language Development Lab da University of
Pennsylvania (EUA), durante o estágio de doutorado sanduíche.
Pesquisadora no Laboratório de Psicoliguística Experimental da UFRJ
(LAPEX). Defendeu a tese de Doutorado intitulada: Processamento
das construções de tópico-comentário e sujeito-predicado no português
do Brasil: língua orientada para a sentença, para o discurso ou mista? Tem interesse na área de
Psicolinguística: Sintaxe Experimental, Investigações sobre o curso temporal e o custo de processamento
na compreensão e produção. Tem interesse na técnica de rastreamento ocular (eye-tracking) na investigação
da linguagem humana.
Prof.ª Dr.ª Lucia Helena Souza de Toledo, Universidade Federal de Minas Gerais
Possui graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade
Federal de Juiz de Fora - UFJF (1979) e mestrado em Ciência da
Computação pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG
(1985). Possui doutorado em Engenharia Elétrica pela UFMG
(2017). Desenvolveu pesquisas nas áreas de Centros de Controle de
Sistemas Elétricos, Gestão do Conhecimento e Aprendizagem.
Atualmente cursa Especialização em Neurociências pela UFMG,
com previsão de término em 2021. Tem experiência profissional nas
áreas de Automação, Centros de Controle, Sistemas de Gerenciamento de Energia (EMS),
Desenvolvimento de Sistemas, Gerência de Projetos, Gestão de Pessoas e Ensino. Possui MBA em
Gestão de Negócios pelo IBMEC (1999) e aperfeiçoamento em Power System Control and Operation
pelo Royal Institute of Technology - Estocolmo - Suécia (1997). Trabalhou no Centro de Controle de
Geração e Transmissão da Cemig (Centro de Operação do Sistema - COS) (1980 - 2012). Coordenou
a área responsável pela infra-estrutura, desenvolvimento de sistemas, tecnologia e automação do
Centro, compreendendo atividades de gestão técnica, de pessoal e do Sistema de Qualidade.
Gerenciou diversos projetos, incluindo de P&D, destacando-se o Projeto do Sistema de Supervisão e
Controle do COS da Cemig e da Integração dos Centros de Operação da Distribuição - COD e o
COS.
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
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Prof.ª Dr.ª Marcia Nascimento Kaingangg, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Doutora em Linguística pelo programa de Pós-
Graduação em Linguística da Universidade Federal do Rio de
Janeiro - UFRJ, com bolsa CAPES. Atualmente, como bolsista
CNPq de Pós-doutorado desenvolve projeto na área de
Revitalização Linguistica junto ao povo Kaingang - Kanhgág vĩ
mré ẽg jykre pẽ jagfe (Ninho de lingua e cultura Kaingang) -
que trata de metodologias de transmissão intergeracional de
línguas em perigo de desaparecimento. No segundo semestre de 2017 realiza visitas e estágios na Massey
University e Ninhos de Língua Maori na Nova Zelândia. É pesquisadora do Laboratório de
Psicolinguística Experimental (LAPEX). Tem como principal área de interesse o estudo das línguas
indígenas brasileiras, em especial a língua Kaingang da qual é falante nativa, bem como o ensino de línguas
no contexto da Educação Escolar Indígena. Estuda aquisição e processamento dos evidenciais em
Kaingang. Entre 2014 e 2015 cumpriu dois semestres como pesquisadora visitante na Universidade de
Massachussets - UMASS (Amherst), participou de seminários e reuniões do Language Acquisition
Research Center (LARC) apresentando dados da língua Kaingang. Em 2013 concluiu o mestrado em
Lingüística pela UFRJ como bolsista do Programa Internacional de Bolsas da Fundação Ford. Possui
graduação em Línguas, Artes e Literaturas pela Universidade do Estado de Mato Grosso, através do
projeto 3º Grau Indígena (2006).
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
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Prof.ª Dr.ª Márcia Reis Guimarães, Hospital de Olhos de Minas Gerais
Presidente da Comissão Científica do 9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão
3rd International Congress of Vision Neurosciences
Graduada em Medicina pela Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG), Especialista em Oftalmologia pela
Faculdade de Ciências Médicas, Mestre em Biologia Molecular
pela Universidade de Paris-V, Doutora em Oftalmologia – área
de Neuroftalmologia e Qualidade da Visão – pela UFMG.
Fellowship em Patologia Ocular pelo Moorfields Eye Hospital
de Londres (Inglaterra) e da Armed Forces Institute of
Pathology – Walter Reed Military Hospital (Washington DC,
USA). Ex-diretora da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Refrativa. Atuou como Professora do Departamento de
Anatomia Patológica e Medicina Legal de 1978 a 1995.
Docente convidada da UNIFESP desde 1989 atuando como
Coordenadora da Disciplina de Embriologia, Malformações e Histologia Ocular do Curso Ciências
Básicas. Diretora Clínica e Chefe do Departamento de Neurovisão e do Departamento de Distúrbios de
Aprendizagem Relacionados a Visão do Hospital de Olhos de Minas Gerais. Diretoria Científica da
Fundação Hospital de Olhos.
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
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Prof. Dr. Marcus Maia, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Doutor em Linguística pela University of Southern
California - USC, (1994). Realizou estágio de pós-doutorado
na área de Processamento da Linguagem como pesquisador
visitante na City University of New York - CUNY (2003-
2004). Atualmente é Professor Titular de Linguística do
Departamento de Linguística e do Programa de Pós-
graduação em Linguística da Faculdade de Letras da
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi coordenador do
Programa de Pós-graduação em Linguística entre 2010 e
2015. Representou o Centro de Letras e Artes da UFRJ no Conselho Superior de Pós-graduação
(CEPG/UFRJ), por dois mandatos, entre 2009 e 2015. É bolsista de Produtividade em Pesquisa, nível
1B (CNPq/ 2020-2023) e foi Cientista do Nosso Estado (FAPERJ) no triênio 2015-2018. Foi
professor visitante no Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas e no Language Acquisition
Research Center (LARC), da University of Massachusetts, Amherst, no primeiro semestre de 2012.
Foi pesquisador visitante no Departamento de Linguística da Massey University, Nova Zelândia, em
setembro/outubro de 2015 e no segundo semestre de 2017 (Programa de Estágio Sênior no Exterior
- CAPES) e no Departamento de Espanhol e Português da University of Toronto, Canada, em
novembro de 2015. Fundou e coordena o Laboratório de Psicolingüística Experimental (LAPEX),
grupo de pesquisa da UFRJ, registrado no CNPq, em 2001. Coordenou o Grupo de Trabalho de
Psicolingüística da ANPOLL no biênio 2006-2008. Organizou, em parceria com professores da
UMass, a Conferência Internacional e a Escola de Altos Estudos Recursion in Brazilian Languages &
Beyond, na UFRJ, com apoio da CAPES, CNPq e FAPERJ, em agosto de 2013, havendo uma seleção
de trabalhos apresentados neste congresso resultado no livro Recursion Across Domains, publicado
em 2018 pela Cambridge University Press. Organizou com Bruna Franchetto o evento internacional
Viva Língua Viva, em 2019. Membro fundador da Rede Nacional de Ciência para a Educação (Rede
CpE). Membro do corpo editorial do Journal of Cultural Cognitive Science
https://www.springer.com/journal/41809. Eleito como presidente da International Society of
Applied Psycholinguistics - ISAPL, para o triênio 2021 - 2024. Atua nas áreas de Psicolinguística,
Teoria e Análise Linguística e Línguas Indígenas Brasileiras, desenvolvendo pesquisas e orientando
projetos sobre processamento sintático e lexical, sintaxe experimental, teoria da gramática,
psicolinguística e educação, línguas indígenas brasileiras.
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
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Mateus Barroso Sacoman, Centro Universitário de Adamantina
Possui graduação em História pela Unesp e pós-graduação
em Psicopedagogia pela Universidade de Franca. É pedagogo e
mestre na área de História Intelectual Latino-americana, também
pela Unesp, e foi bolsista do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Atualmente, leciona na
Unifai, nos sistemas Objetivo, Poliedro e Secretaria de Educação
do Estado de São Paulo. É também educador certificado pela
National Geographic Society, EducaMídia e Kahoot Academy,
além de autor e revisor de materiais didáticos da Conexia/Rede AZ
e idealizador do projeto "Tem fake news nessa História".
Otávio Castro Mendonça, Universidade Federal de Lavras
Aluno de graduação em Ciências Biológicas (Bacharelado) pela
Universidade Federal de Lavras, da qual, parte, foi cursada na
Universidade Federal de Minas Gerais através do Programa Andifes
de Mobilidade Estudantil. Atualmente, faz iniciação científica no
Laboratório de Neurodinâmica da Visão (LANEVI/UFMG) onde
desenvolve estudos sobre o comportamento visuomotor e os
mecanismos sinápticos homeostáticos do sono em aves.
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
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Priscila de Cássia Souza Araújo, Universidade Federal de Minas Gerais
Graduada em Ciências Biológicas (licenciatura) pela
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Mestre
em Entomologia pela Universidade Federal de Viçosa. Finalizando
o doutorado no programa de pós-graduação em Zoologia na
Universidade Federal de Minas Gerais (tema da tese: Adaptações
visuais das abelhas crepusculares e as suas interações com as flores
noturnas).
Ramon Bernardino, Universidade Federal de Minas Gerais
Acadêmico do 7º período da graduação de Medicina da
Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente, faz iniciação
científica no laboratório de Neurodinâmica da Visão do ICB-
UFMG, sob orientação do Professor Doutor Jerome Baron. Cursou
Engenharia Elétrica em 2013 por 6 períodos.
Renata Raquel de Sousa Ferreira Silva, Universidade Federal de Minas Gerais
Arquiteta, a frente do escritório que leva seu nome.
Co-fundadora do Instituto Hava. Membro do ACE – ANFA,
Academy of Neuroscience for Architecture. Pós-graduanda em
Neurociências na Universidade Federal de Minas Gerais. MBA
Gestão de Projetos-FGV. Especialista em Projetos para
Ambientes de Trabalho –Mensch&Buro Akademie.
Cofundadora e docente no Programa IMinds –
Transformação de cérebros e mentes.
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Prof. Dr. Ricardo Queiroz Guimarães, Hospital de Olhos de Minas Gerais
Presidente da Comissão Científica do 9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão
3rd International Congress of Vision Neurosciences
Graduado em Medicina pela Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais,
Especialização em Oftalmologia e Doutorado pela
UFMG. Fellowship em Córnea e Doenças Externas
pela Hospices Civils de Strasbourg, Estagiário do
Moorfields Eye Hospital (Londres), Attaché Étranger
du Hotel Dieu de Paris e Fellowship em Córnea e
Doenças Externas Oculares pela Georgetown
University (Washington, DC). Fundador, Presidente e
Diretor Técnico do Hospital de Olhos de Minas Gerais
e da Fundação Hospital de Olhos, Diretor do LAPAN
– Laboratório de Pesquisas Aplicadas a Neurociências
da Visão, Cônsul Honorário do Canadá, Professor convidado da UFMG, Diretor da Associação
Comercial de Minas e editor Médico da Revista Ocular Surgery News Latin America. Presidente da
União Brasileira pela Qualidade (UBQ).
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
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Prof.ª Dr.ª Sabrina Lopes dos Santos, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em
Linguística na UFRJ (Bolsista CNPq). Mestre em Linguística
(Bolsista CNPq) pela UFRJ. Graduada em Letras (Português-
Francês) também pela UFRJ. Atualmente, é Professora
Substituta do Departamento de Letras da Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro, onde leciona disciplinas na
área de Linguística. Atuou como professora assistente de
Língua Portuguesa e Redação Avançada na Universidade de
Massachusetts/Amherst no ano acadêmico de 2016/2017. É membro pesquisadora do Laboratório de
Psicolinguística Experimental (LAPEX/UFRJ) e do Grupo de Educação Multimídia, programa de
extensão ligado ao Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (NIDES/UFRJ), onde
coordena projeto de extensão voltado para a formação de leitores em parceria com escolas da rede
pública. Áreas de interesse: processamento da linguagem; (psico)linguística educacional; interface sintaxe-
pragmática; metodologias participativas de ensino-aprendizagem; linguagem audiovisual.
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
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PALESTRANTES DO 3rd
INTERNATIONAL CONGRESS OF
VISION NEUROSCIENCES
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
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Prof. Emeritus Arnold J. Wilkins, University of Essex, Reino Unido
Prof. Emeritus Wilkins obtained his
doctorate in 1972 from Sussex University in the
UK for work on human memory. He then spent
two years post-doctoral with Dr. Brenda Milner at
the Montreal Neurological Institute, where he
became interested in photosensitive epilepsy. He
returned to the UK to work at the Medical
Research Council Applied Psychology Unit in
Cambridge. Over the ensuing 22 years his studies
of photosensitive epilepsy broadened into a study
of visual stress and migraine. In 1997 he moved
to a chair at Essex University where he is now
Emeritus. Over the course of his career he demonstrated that fluorescent lighting causes headaches, and
he invented the Intuitive Colorimeter system for precision ophthalmic tinting, now in use worldwide. He
has published three books and 260 scientific papers.
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
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Prof. Dr. Olivier Penacchio, University of St Andrews, Reino Unido
Olivier Penacchio is currently a research fellow in the School
of Psychology and Neuroscience at the University of St
Andrews, Scotland, UK. He earned his master’s degree and
PhD in pure mathematics from the University Paul Sabatier,
Toulouse, France. He next earned a master’s degree in machine
learning, computer vision and artificial intelligence from the
Autonomous University of Barcelona, before focusing on
vision science and computational neuroscience. Dr
Penacchio’s main interest it to understand how the architecture
of the brain shapes our perception of the world, and how the
world shapes the functioning of our brain. In his work, he employs
computational modelling and behavioural experiments to understand how visual stimuli impact on the
brain of the viewer and, vice versa, how the design of certain visual stimuli can be understood given their
intended impact on the brain of the receiver.
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
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Prof.ª Dr.ª Sarah M. Haigh, University of Nevada, USA
I investigate the impact abnormal sensory
processing has on cognition. Specifically, I focus
on what drives the system to over-respond (hyper-
excitable) or to under-respond (hypo-excitable),
and how this can negatively impact information
processing. I focus on clinical populations, such as
autism, schizophrenia, and migraine, and on
individual differences in the neurotypical
population. From here, we can uncover 1) the
mechanisms that govern 'healthy' sensory
functioning, 2) biomarkers of pathological sensory functioning, and 3) potential methods to improve the
sensory environment and new behavioral treatments. The overall goal is to establish if methods for
improving sensory processing have cascading improvements on complex cognitive processing.
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
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Prof. Dr. Stephen J. Loew, University of New England, Australia
Associate researcher of reading difficulties in the School of
Psychology at the University of New England, Australia, and a
research partner with the Laboratory of Applied Research in
Neuroscience of Vision at the Federal University of Minas
Gerais, Brazil. His key research interests include the nature of
Meares-Irlen/visual stress syndrome, the overlap of associated
symptoms with ADHD and other learning disorders, and the
effects of increasingly brighter classroom lighting on present-
day literacy rates and learning in general.
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
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RESUMOS DAS PALESTRAS DA SEÇÃO 1:
Rastreamento ocular, Linguística e Educação
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
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Mesa Redonda – 60 minutos
MESA REDONDA: A TÉCNICA DE RASTREAMENTO OCULAR, SEUS
PARADIGMAS E APLICAÇÕES EM LINGUÍSTICA E EDUCAÇÃO
Marcus Maia, Lorrane Medeiros Ventura, Marcia Nascimento Kaingang, Aline Saguie, Sabrina Santos
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, Brasil.
A mesa discutirá diferentes paradigmas e aplicações da técnica de rastreamento ocular em análises
linguísticas e de cunho educacional que tem sido desenvolvidos no âmbito do Laboratório de
Psicolinguística Experimental (LAPEX/UFRJ-CNPq) desde 2007. A fala inicial do professor Marcus
Maia apresenta em linhas gerais a técnica de rastreamento ocular na leitura de períodos e demonstra a
partir de dados reais de mapas de calor (heatmaps) e de fixações (gazeplots estáticos e dinâmicos), análises
de cunho quantitativo e qualitativo entretidas em pesquisas no LAPEX. Resume-se, em seguida, o projeto
de Psicolinguística Educacional desenvolvido junto a um colégio estadual do Rio de Janeiro, em que
oficinas de rastreamento ocular foram aplicadas ao lado de outros tratamentos, com base em diagnósticos
iniciais na leitura de períodos compostos. Na segunda fala na mesa, Lorrane Medeiros apresenta o
paradigma do mundo visual em que o comportamento ocular na visualização de imagens é monitorada a
partir de input auditivo. Lorrane conclui apresentando um experimento dessa natureza em que investigou
comparativamente o processamento de construções de tópico-comentário e de sujeito-predicado,
aduzindo evidências em favor da análise de que o português falado no Brasil é uma língua mista. Na
terceira apresentação na mesa, Márcia Nascimento, demonstra o uso do rastreamento ocular em tarefa
do tipo sentence-picture matching, argumentando em favor da realidade psicológica de partículas evidenciais
na língua indígena brasileira Kaingang, estudada pela autora, falante nativa da língua, usando
inovadoramente a técnica de rastreamento ocular no estudo de língua indígena. A mesa encerra com a
apresentação de estudo de rastreamento ocular no processamento de palavras, retomando também a
aplicação educacional da técnica, discutida na primeira fala. Aline Saguie e Sabrina Santos estudam a
leitura de palavras multimorfêmicas em português, comparando leitores de ensino fundamental e de
ensino superior.
9º Congresso Brasileiro de Neurociências da Visão – Neurovisão
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MESA REDONDA: A TÉCNICA DE RASTREAMENTO OCULAR, SEUS
PARADIGMAS E APLICAÇÕES EM LINGUÍSTICA E EDUCAÇÃO
RASTREAMENTO OCULAR E EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA
Prof. Dr. Marcus Maia
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, Brasil.
Após uma breve introdução à técnica de rastreamento ocular (eye-tracking), de que o autor foi um dos
introdutores na pesquisa psicolinguística básica no Brasil, analisam-se qualitativamente leituras de
períodos, através de mapas de fixação ocular e de mapas de calor, procurando-se demonstrar efeitos dos
processos sintáticos de coordenação e de subordinação na leitura e interpretação de períodos, bem como
de processos pressuposicionais e inferenciais, já presentes na unidade do período. Exploram-se diferentes
critérios de leiturabilidade de períodos, identificando-se propriedades relativas à qualidade lexical e à
complexidade estrutural, incluindo construções declarativas, interrogativas, de tópico e foco, com
conectivos, garden-paths sintáticos e semânticos, efeitos de pontuação, entre outros. Estudos dessa
natureza têm sido desenvolvidos no Laboratório de Psicolinguística Experimental (LAPEX), que
coordenamos na UFRJ, usando desde 2007 a metodologia de rastreamento ocular. A técnica encontra-
se, portanto, em pleno uso no laboratório há mais de uma década, sendo que, nos anos de 2017 e 2018,
desenvolveu-se um projeto de Psicolinguística Educacional junto a escola pública do Rio de Janeiro (cf.
Maia (org), 2019) em que os resultados dos estudos de rastreamento ocular de períodos compostos foram
apresentados e discutidos qualitativamente com a participação ativa dos alunos, com vistas a desenvolver
metacognição e autorreflexividade acerca de seus padrões de leitura (cf. Mason, Pluchino & Tornatora,
2015). Testes posteriores demonstraram que as oficinas de rastreamento ocular contribuíram
significativamente para melhorar a capacidade de leitura dos alunos na identificação dos pontos de vista
dos períodos.
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3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
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MESA REDONDA: A TÉCNICA DE RASTREAMENTO OCULAR, SEUS
PARADIGMAS E APLICAÇÕES EM LINGUÍSTICA E EDUCAÇÃO
O PARADIGMA DE MUNDO VISUAL NA INVESTIGAÇÃO DA LINGUAGEM
HUMANA
Prof.ª Dr.ª Lorrane Medeiros Ventura
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, Brasil.
lorranesnm@hotmail.com
A técnica conhecida como visual world paradigma (VWP) ou paradigma de mundo visual, tem sido utilizada
na psicolinguística, pelo menos desde 1995 com o estudo de Tanenhaus, Spivey-Knowlton, Eberhard e
Sedivy, para investigar o processamento on-line da língua falada em interação com o ambiente visual. A
lógica de testes dessa natureza é a de que o comportamento ocular apresentado por um ouvinte durante
o rastreamento de imagens, ao receber um input auditivo, pode ser de muita utilidade para entendermos
melhor como a linguagem humana é processada em nossa mente/cérebro, de maneira on-line. Tal
paradigma pode ser utilizado tanto na investigação da compreensão quanto na produção da linguagem,
em comunidades variadas, sendo útil para investigação da linguagem em adultos e também em crianças.
Tal técnica permite medir o processamento da língua falada implicitamente e com alta precisão, por meio
de respostas oculares que so “time-locked” ao input, ou seja, ao mesmo tempo, à medida em que se ouve
algo, sem que o fluxo da fala seja interrompido. Nesta apresentação, reportaremos os resultados de um
experimento com falantes nativos de PB, realizando um teste de paradigma de mundo visual, durante o
processamento das estruturas de tópico-comentário e sujeito-predicado, recebendo, ao mesmo tempo,
input auditivo e visual. Este experimento buscou verificar se as pistas prosódicas contidas no input auditivo
podem guiar o ouvinte durante o processamento on-line, de maneira que sejam capazes de captar as pistas
prosódicas presentes no enunciado e direcionar os olhares para as imagens que representam as estruturas
analisadas. Os resultados do teste evidenciaram que os participantes foram capazes de diferenciar as pistas
prosódicas características de elementos tópicos e sujeitos, identificando inclusive, anomalias estruturais,
quando ocorrem.
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MESA REDONDA: A TÉCNICA DE RASTREAMENTO OCULAR, SEUS
PARADIGMAS E APLICAÇÕES EM LINGUÍSTICA E EDUCAÇÃO
ESTUDO DE RASTREAMENTO OCULAR DE EVIDENCIAIS EM KAINGANG
Prof.ª Dr.ª Marcia Nascimento Kaingang
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, Brasil.
Nesta comunicação será apresentado um estudo de rastreamento ocular de evidenciais em Kaingang
(Tronco Macro Jê, família Jê). Esta língua possui um sistema de evidencialidade com sete categorias
distintas que indicam fonte de informação e, basicamente, organiza as categorias contrapondo
informações do tipo “primeira mão” versus “ouvir dizer” (NASCIMENTO, 2013, 2017). Utilizando
técnicas da psicolinguística experimental, verificamos em falantes adultos, os processos de compreensão
dos evidenciais que se opõem quanto à fonte de informação, a saber, o evidencial direto myr, que indica
informação visual e o indireto je, que indica informação reportada. Aplicamos um experimento de
rastreamento ocular, com tarefa do tipo “sentence/picture matching” aferindo os mesmos evidenciais,
com o objetivo de verificar se esses evidenciais são reais psicologicamente em uma tarefa on-line. Esse
estudo mostrou que existe uma relação direta dos evidenciais presentes em inputs auditivos e os elementos
que indicam a fonte de informação em imagens visualizadas. Os resultados obtidos apoiam nossas
hipóteses e fornecem pistas importantes sobre as características desses morfemas e sobre a forma como
atuam no processamento.
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MESA REDONDA: A TÉCNICA DE RASTREAMENTO OCULAR, SEUS
PARADIGMAS E APLICAÇÕES EM LINGUÍSTICA E EDUCAÇÃO
RASTREAMENTO OCULAR EM PALAVRAS MULTIMORFÊMICAS
Aline Saguie, Prof.ª Dr.ª Sabrina Santos
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, Brasil.
sabrilopessantos@gmail.com
O rastreamento ocular é um método para estudar a atenção visual, possibilitando verificar em que área o
usuário fixa sua atenção, por quanto tempo e a sequência que segue sua exploração visual. O uso do
rastreador ocular tem se tornado cada vez mais comum na linguística experimental, pois permite um olhar
mais preciso ao que ocorre no momento do processamento de frases, palavras, imagens, etc. Realizamos
um estudo comparativo entre estudantes de Ensino Superior e Ensino Fundamental relativo ao
processamento de palavras multimorfêmicas (ex. Antilealdade; Pseudofestança) com objetivo de aferir o
quanto os leitores fazem uso do conhecimento morfológico como recurso na compreensão da leitura.
Verificamos que leitores menos experientes utilizam menos o conhecimento sobre as unidades
linguísticas das palavras, enquanto leitores mais experientes aplicam esse conhecimento para auxiliar a
leitura
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Palestra – 20 minutos
O REPENSAR DO AMBIENTE CONSTRUÍDO E DO PROJETO
ARQUITETÔNICO A PARTIR DE UM OLHAR NEUROCIENTÍFICO
Renata Raquel de Sousa Ferreira Silva¹, Isis Tacyana Gonçalves Lima², Theo Mota³
1 Programa de Pós-graduação em Neurociências, UFMG, Belo Horizonte, MG.
2 Departamento de Linguagens e Tecnologia, CEFET, Belo Horizonte, MG
3 Departamento de Fisiologia e Biofísica, UFMG, Belo Horizonte, MG.
renataferreiraarq@gmail.com, profaisislima@gmail.com, theomota@icb.ufmg.br
Neste trabalho, apresentamos evidências científicas
de como o ambiente construído pode impactar o
processamento sensorial, as emoções, o
comportamento e a recuperação de pessoas.
Nosso cérebro processa estímulos de forma
consciente e inconsciente, interagindo
sensorialmente com o ambiente, 24 horas por dia.
Estudos indicam que o conforto sensorial
(acústico, térmico, visual) é relevante para a
redução da tensão cognitiva e do estresse,
favorecendo a plasticidade neuronal e a aquisição
de memórias afetivas consolidadas por emoções
agradáveis e pelo prazer. Atributos visuais do
ambiente possuem forte influência, por exemplo,
na locomoção, no uso do espaço, na atenção e na
aprendizagem. Nestes estudos realizados em
diferentes tipos de ambiente construído, os
principais atributos visuais analisados foram cor,
forma, textura e iluminação. Nosso intuito ao
compilar informações oriundas destas pesquisas,
que se ampliam nas últimas décadas, é levantar a
necessidade de intensificarmos o diálogo entre
profissionais das áreas de design, arquitetura,
neuropsicologia e neurociências da visão.
Esperamos que a ampliação deste diálogo possa
favorecer a elaboração de espaços construídos
funcionais, os quais favoreçam a educação, a saúde
e o bem-estar de seus frequentadores. Dessa
forma, contribuiremos para que a experiência
arquitetônica cumpra o papel de possuir a
humanização como sua essência.
This work presents scientific evidence on the
way constructed environments can impact
sensory processing, emotions, behavior and
people's recovery. Our brain processes sensory
stimuli consciously and unconsciously,
interacting 24 hours a day with the
environment. Diverse studies indicate that
sensory comfort (acoustic, thermal, visual) is
relevant for reducing cognitive tension and
stress, thus promoting neuronal plasticity and
the acquisition of affective memories that are
consolidated by agreeable emotions and
pleasure. Visual attributes of the environment
have a strong influence, for instance, on
locomotion, use of space, attention and
learning. In these works that were developed in
different types of architectural environment,
some of the main visual attributes analyzed
were color, shape, texture and illumination. By
compiling information from these works,
which have increased in recent decades, we aim
at raising the need to intensify the dialogue
between professionals in the areas of design,
architecture, neuropsychology and
neurosciences of vision. We believe that the
expansion of this dialogue could promote the
development of functional built spaces,
favoring education, health and well-being of
their users. In this way, we would contribute to
bring the architectural experience to its
essential role of humanization.
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RESUMOS DAS PALESTRAS DA SEÇÃO 2:
DISTÚRBIOS DO PROCESSAMENTO
VISUAL E ESTRESSE VISUAL
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Palestra – 20 minutos
FUNÇÃO VISUAL
MAGNOCELULAR NA DISLEXIA
DO DESENVOLVIMENTO: Déficit
na perimetria de frequência duplicada
e nas habilidades motoras oculares
MAGNOCELLULAR VISUAL
FUNCTION IN
DEVELOPMENTAL DYSLEXIA:
deficit in frequency-doubling perimetry
and ocular motor skills
Prof. Dr. Douglas de Araújo Vilhena1,2,3
Coautores: Prof.ª Dr.ª Márcia Reis Guimarães2, Prof. Dr. Ricardo Queiroz Guimarães2, Prof.ª Dr.ª Ângela
Maria Vieira Pinheiro1,2
1 Laboratório de Pesquisa Aplicada à Neurociências da Visão, Hospital de Olhos de Minas Gerais – Dr.
Ricardo Guimarães – LAPAN-HOlhos - Belo Horizonte (MG), Brasil.
2 Programa de Pós-Graduação em Psicologia: Cognição e Comportamento, Faculdade de Filosofia e
Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG - Belo Horizonte (MG), Brasil.
3 Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade do Porto, Porto, Portugal.
douglasvilhena@ufmg.br; marciag2020@gmail.com
Esta palestra abarcará o artigo publicado nos Arquivos
Brasileiros de Oftalmologia por Vilhena, Guimarães,
Guimarães & Pinheiro (2021). O estudo teve como objetivo
verificar se participantes com Dislexia do Desenvolvimento
(DD), avaliados objetivamente por meio da Frequency Doubling
Technology (FDT) e de um eye-tracker, apresentam déficits
coerentes com disfunção magnocelular, quando comparados
a um Grupo Controle pareado. O Grupo DD apresentou
desempenho acentuadamente pior nas variáveis visuais
relacionadas à função visual magnocelular (ou seja, função
visual periférica e habilidades motoras oculares), quando
comparado a um Grupo Controle pareado. Assim, foi
possível identificar objetivamente evidências físicas de
dificuldades de leitura relacionadas à visão. O movimento
ocular registrado durante a leitura do texto (Visagraph-III)
demonstrou que o Grupo DD teve um número
significativamente maior de fixações e regressões oculares, e
menor alcance de reconhecimento (quantidade de
informação percebida em cada fixação do olho), taxa de
leitura mais lenta e eficiência relativa mais baixa do que o
Grupo Controle. Um sistema magnocelular visual
disfuncional pode estar no centro de alguns indivíduos com
DD, tendo uma relação causal com a dificuldade de leitura.
Um sistema magnocelular disfuncional induz condições de
estresse visual que impedem o desenvolvimento de uma
leitura proficiente, confortável e sustentada. Durante a leitura
sustentada de um livro, por exemplo, a atividade visual
acumulada pode levar a sintomas de estresse visual, como
deficiências motoras oculares, distorções visuais, dificuldades
de leitura e desconforto, frequentemente relatados por DD e
por pessoas com dificuldade de leitura.
This talk will cover the article published in the Brazilian
Archives of Ophthalmology by Vilhena, Guimarães,
Guimarães & Pinheiro (2021). The study aimed to verify
if participants with Developmental Dyslexia (DD),
objectively assessed through Frequency Doubling
Technology (FDT) and an eye-tracker, present deficits
consistent with magnocellular dysfunction, when
compared to a matched Control Group. The DD Group
performed markedly worse on visual variables related to
magnocellular visual function (ie, peripheral visual
function and ocular motor skills) when compared to a
matched Control Group. Thus, it was possible to
objectively identify physical evidence of vision-related
reading difficulties. The eye movement recorded during
text reading (Visagraph-III) demonstrated that the DD
Group had a significantly higher number of eye fixations
and regressions, and a lower recognition span (amount of
information perceived in each eye fixation), slower
reading rate and lower relative efficiency than the
Control Group. A dysfunctional visual magnocellular
system may be at the center of some individuals with
DD, having a causal relationship to reading difficulty. A
dysfunctional magnocellular system induces visual stress
conditions that hinder the development of proficient,
comfortable, and sustained reading. During sustained
reading of a book, for example, accumulated visual
activity can lead to symptoms of visual stress, such as
ocular motor impairments, visual distortions, reading
difficulties and discomfort, often reported by DD and by
people with reading difficulties.
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Palestra – 20 minutos
ASSOCIAÇÃO ENTRE
PROCESSAMENTO TEMPORAL
AUDITIVO E VISUAL NA
HABILIDADE DE LEITURA
ASSOCIATION BETWEEN
AUDITORY TEMPORAL AND
VISUAL PROCESSING IN
READING SKILL
Prof.ª Dr.ª Ana Carla Oliveira Garcia, Universidade Federal de Sergipe
Coautores: Prof. Dr. Douglas de Araújo Vilhena, Prof.ª Dr.ª Márcia Reis Guimarães, Prof.ª Dr.ª Ângela
Maria Vieira Pinheiro, Prof.ª Dr.ª Teresa Maria Momensohn-Santos.
Esta palestra apresentará o artigo publicado na Revista
CEFAC por Garcia et al. (2019). Assim como o
processamento auditivo dinâmico está relacionado à percepção
da fala e à consciência fonológica, o processamento visual
dinâmico está relacionado à habilidade ortográfica, sendo
ambos processamentos preditores do desenvolvimento da
habilidade de leitura e de escrita. Para investigar a associação
entre o processamento auditivo e o visual, o presente estudo
tem o objetivo de verificar se alunos rastreados com alteração
no processamento auditivo temporal possuem maior chances
de apresentar distúrbios do processamento visual, quando
comparados aos seus pares com processamento auditivo
normal. Trata-se de um estudo observacional e transversal. A
amostra foi composta por 68 crianças, de 9 a 12 anos de idade
matriculadas no 5° e 6° ano do ensino fundamental de uma
escola estadual. Foram excluídas todas as crianças com
alterações na avaliação audiológica ou oftalmológica. Os
participantes com alteração no processamento auditivo
temporal possuem três vezes mais chance de apresentar
comprometimento concomitante no processamento visual,
quando comparados aos seus pares com processamento
auditivo normal. Profissionais da área da saúde e da educação
devem examinar todas as crianças em idade escolar, a fim de
identificar e intervir precocemente nas alterações do
processamento auditivo e visual. Quanto aos instrumentos
utilizados na presente pesquisa – TPD, EPVL e RRT – todos
se mostraram ferramentas importantes de investigação das
habilidades que medem, processamento auditivo,
processamento visual e taxa de leitura, respectivamente.
This lecture will present the article published in the
Revista CEFAC by Garcia et al. (2019). Just as dynamic
auditory processing is related to speech perception and
phonological awareness, the dynamic visual processing
is related to orthographic ability, both processing being
predictors of the development of reading and writing
skills. To investigate the association between auditory
and visual processing, the present study aims to verify
whether students screened with alterations in temporal
auditory processing are more likely to have visual
processing disorders, when compared to their peers
with normal auditory processing. This is an
observational and cross-sectional study. The sample
consisted of 68 children, aged 9 to 12 years old,
enrolled in the 5th and 6th year of elementary school at a
state school. All children with alterations in the
audiological or ophthalmological evaluation were
excluded. Participants with alterations in temporal
auditory processing are three times more likely to
present concomitant impairment in visual processing,
when compared to their peers with normal auditory
processing. Health and education professionals should
examine all school-age children in order to identify and
intervene early in auditory and visual processing
disorders. As for the instruments used in this research
– TPD, EPVL and RRT – all proved to be important
tools for investigating the skills that they measure, the
auditory processing, visual processing and reading rate,
respectively.
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Palestra – 20 minutos
LÂMINAS ESPECTRAIS
(
OVERLAYS
) PARA CRIANÇAS
COM DIFICULDADE DE LEITURA:
avaliação oculomotora durante a leitura
do teste de números
SPECTRAL OVERLAYS FOR
CHILDREN WITH READING
DIFFICULTY: Oculomotor function
while reading the numbers test
Prof.ª Dr.ª Ana Isabel Arroyave Guzmán, Universidade de São Paulo
Coautores: Prof.ª Dr.ª Márcia Reis Guimarães, Prof. Dr. Douglas de Araújo Vilhena, Prof. Dr. Raul
Gonzalez Lima, Prof. Dr. Ricardo Queiroz Guimarães.
Esta apresentação apresenta um estudo transversal
retrospectivo cujo objetivo é verificar se participantes, sob o
uso de lâminas espectrais, melhoram os parâmetros de
movimentação ocular em uma tarefa de leitura de números,
quando comparadas à linha de base e ao grupo controle.
O estudo foi composto por participantes com dificuldade de
leitura de 4 a 12 anos, com 180 participantes no grupo
intervenção e 60 no grupo controle. Foi utilizado um
rastreador ocular com infravermelho para medir as
habilidades motoras oculares dos participantes durante a
leitura de um teste de números [ie., 1, 2, 3, 4, 5]. O grupo
intervenção realizou uma leitura sem e outra com o uso de
lâminas espectrais, e o grupo controle duas leituras
consecutivas sem a intervenção (linha de base). Análises de
variância revelaram uma interação significativa entre grupos
(intervenção e controle) e condições (primeira e segunda
leitura) em todos os parâmetros. Os resultados confirmaram
que o uso das overlays melhorou imediatamente e
significativamente, com tamanho de efeito moderado, o
número de fixações oculares (-26%), de regressões oculares
(-34%) e a taxa de leitura (37%), quando comparados à linha
de base e ao grupo controle. Dessa forma, apesar do estresse
visual estar relacionado à dificuldade de leitura de textos, o
distúrbio do processamento visual subjacente prejudica o
desempenho em outras funções visuais, sendo passível de ser
identificado em tarefas visuais que não envolvam a leitura de
palavras ou textos. Concliu-se que o uso do rastreador ocular
em tarefas de leitura em voz alta de números demonstrou ser
relevante para a identificação precoce do estresse visual, de
dificuldades na oculomotricidade, dos efeitos das lâminas
espectrais, e contribui com a avaliação de pessoas cuja
habilidade de leitura ainda não está desenvolvida.
This presentation demonstrates a retrospective cross-
sectional study aimed at verifying whether participants,
using spectral overlays, improve eye movement
parameters in a number-reading task, when compared to
baseline and to control group.
The study consisted of participants with reading
difficulty aged 4 to 12 years, with 180 participants in the
intervention group and 60 in the control group. An
infrared eye-tracker was used to measure participants'
ocular motor skills while reading a number test [ie., 1, 2,
3, 4, 5]. The intervention group performed one reading
without and another with the use of spectral overlays,
and the control group two consecutive readings without
the intervention (baseline). Analyzes of variance revealed
a significant interaction between groups (intervention
and control) and conditions (first and second reading)
for all parameters. The results confirmed that the use of
spectral overlays improved immediately and significantly,
with moderate effect size, the number of eye fixations (-
26%), regressions (-34%) and the reading rate (37%),
when compared to baseline and the control group. Thus,
although visual stress is related to the difficulty of
reading texts, the underlying visual processing disorder
impairs performance in other visual functions, being able
to be identified in visual tasks that do not involve reading
words or texts. It was concluded that the use of the eye-
tracker in reading aloud tasks of numbers proved to be
relevant for the early identification of visual stress,
difficulties in oculomotricity, the effects of spectral
overlays, and contributes to the assessment of people
whose reading ability is not yet developed.
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Palestra – 20 minutos
EFEITO DAS LÂMINAS
ESPECTRAIS (
OVERLAYS
) EM
PARÂMETROS VISUAIS E NA
HABILIDADE DE LEITURA:
Revisão integrativa de 1980 a 2008
EFFECT OF SPECTRAL
OVERLAYS ON VISUAL
PARAMETERS AND READING
ABILITY: Integrative review from
1980 to 2008
Prof.ª Dr.ª Márcia Reis Guimarães, Hospital de Olhos de Minas Gerais
Coautores: Prof. Dr. Douglas de Araújo Vilhena, Prof. Dr. Ricardo Queiroz Guimarães, Prof.ª Dr.ª
Ângela Maria Vieira Pinheiro
A presente palestra tem o objetivo realizar uma revisão
integrativa da literatura de 1980 a 2008 sobre o efeito das
lâminas espectrais nos parâmetros visuais e na habilidade de
leitura, sintetizando os principais resultados de cada artigo.
Este estudo foi publicado na Revista Research, Society and
Development por Guimarães et al. (2021). Foram incluídos na
presente revisão integrativa 36 artigos, lidos na íntegra, que
utilizaram as Irlen Overlays (n = 11) ou as Intuitive Overlays
(n = 25). Esta revisão complementa a de Vilhena,
Guimarães, Guimarães e Pinheiro (2020), que revisaram os
artigos de 2009 a 2019. A década de 1980 foi caracterizada
pela criação das Irlen Overlays pela psicóloga Helen Irlen,
assim como as primeiras pesquisas e dissertações. A década
de 1990 foi marcada pela criação das Intuitive Overlays pelo
Prof. Wilkins e por estudos científicos com maior rigor
metodológico. A década de 2000 foi caracterizada pela
consolidação dos estudos internacionais sobre o estresse
visual e o efeito das lâminas espectrais, em especial na
Inglaterra e na Austrália. Espera-se que a presente década de
2020 seja marcada pela consolidação das pesquisas sobre o
estresse visual e o uso das lâminas espectrais no Brasil, assim
como ocorreu na Inglaterra há duas décadas atrás. O uso das
lâminas espectrais possui respaldo na literatura como um
instrumento de intervenção eficiente para reduzir o estresse
visual e melhorar a leitura. Espera-se contribuir com o
resgate histórico dessas pesquisas, sendo uma leitura
importante para que os pesquisadores planejem os futuros
estudos sobre os efeitos das lâminas espectrais com
delineamentos que reproduzam os estudos internacionais e
que superem as inerentes limitações metodológicas.
This lecture aims to present an integrative literature
review from 1980 to 2008 on the effect of spectral
overlays on visual parameters and reading ability,
summarizing the main results of each article. This study
was published in the Journal Research, Society and
Development by Guimarães et al. (2021). Thirty-six
articles were included in this integrative review, read in
full, using the Irlen Overlays (n = 11) or the Intuitive
Overlays (n = 25). This review complements that by
Vilhena, Guimarães, Guimarães and Pinheiro (2020),
who reviewed articles from 2009 to 2019. The 1980s
were characterized by the creation of Irlen Overlays by
psychologist Helen Irlen, as well as the first research and
dissertations. The 1990s were marked by the creation of
Intuitive Overlays by Prof. Wilkins and for scientific
studies with greater methodological rigor. The 2000s
were characterized by the consolidation of international
studies on visual stress and the effect of spectral overlays,
especially in England and Australia. It is expected that
the present decade of 2020 will be marked by the
consolidation of researches on visual stress and the use
of spectral overlays in Brazil, as occurred in England two
decades ago. The use of spectral overlays is supported in
the literature as an efficient intervention tool to reduce
visual stress and improve reading. We expect to
contribute to the historical rescue of these researches,
being an important reading for researchers to plan future
studies on the effects of spectral overlays with designs
that reproduce international studies and that overcome
the inherent methodological limitations.
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Palestra – 20 minutos
SÍNDROME DE IRLEN EM
DEBATE: diagnóstico e contexto de
intervenção
IRLEN'S SYNDROME UNDER
DEBATE: diagnosis and intervention
context
Mateus Barroso Sacoman
Centro Universitário de Adamantina, Brasil.
mateussacoman@fai.com.br
A síndrome de Irlen foi identificada no início dos
anos de 1980 e constitui-se em uma alteração
visuoperceptual, originada por um descompasso da
aptidão de adaptação à luz que gera alterações no
córtex visual. Além da fotofobia, indivíduos que
apresentam indicativos da síndrome também
convivem com déficits de leitura, interferindo
diretamente no processo de aprendizagem e nas
relações interpessoais. Após algumas décadas,
entretanto, as pesquisas sobre essa temática, ainda
em número reduzido, continuam gerando debate
entre os especialistas, principalmente em relação
aos métodos de reconhecimento e intervenção.
Sendo assim, esta apresentação visa identificar
algumas proposições em torno da temática, na
tentativa de construir uma reflexão que contribua
para a prática dos profissionais que lidam com
todo esse processo.
Irlen's syndrome was identified in the early
1980s and constitutes a visual-perceptual
alteration, originated by a mismatch in the
ability to adapt to light, which generates
alterations in the visual cortex. In addition to
photophobia, individuals with signs of the
syndrome also live with reading deficits,
directly interfering with the learning process
and interpersonal relationships. After a few
decades, research on this topic, still in a small
number, continues to generate debate among
specialists, especially in relation to methods
of recognition and intervention. Thus, this
presentation aims to identify some
propositions around the theme, in an attempt
to build a reflection that contributes to the
practice of professionals who deal with this
entire process.
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Palestra – 20 minutos
O RECONHECIMENTO JURÍDICO
DA 'SÍNDROME DE IRLEN' NO
MODELO DE DIREITOS
HUMANOS DE DEFICIÊNCIA
THE LEGAL RECOGNITION OF
‘IRLEN SYNDROME’ IN THE
HUMAN RIGHTS MODEL OF
DISABILITY
Guilherme Carneiro Leão Farias, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
guileao@uol.com.br
O objetivo geral desta pesquisa é investigar a
possibilidade de reconhecimento jurídico, à
luz do modelo de direitos de humanos de
deficiência, dos portadores da chamada
“Sndrome de Irlen” como destinatários de
medidas específicas da Política Nacional
para a Inclusão da Pessoa com Deficiência.
A pesquisa classifica-se como descritiva
quanto aos objetivos e qualitativa quanto à
abordagem. Baseia-se eminentemente em
revisão de literatura. Os resultados obtidos
indicam que a “Sndrome de Irlen” é um
impedimento de natureza
predominantemente sensorial, de caráter
duradouro, cuja avaliação do resultado de
sua interação com as barreiras, quando
necessária, deve ser realizada por equipe
multiprofissional e interdisciplinar
capacitada em Neurociências da Visão.
Conclui-se que as pessoas com “Sndrome
de Irlen” em grau severo se enquadram nas
cláusulas gerais definidoras de pessoas com
deficiência segundo o modelo de direitos
humanos, sendo que a ausência de
especificação na Classificação Estatística
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados
com a Saúde, Décima Revisão (CID–10) e de
reconhecimento inequívoco nas legislações
da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios não justifica a exclusão desse
grupo vulnerável do público-alvo das
medidas compensatórias da Política
Nacional para a Inclusão da Pessoa com
Deficiência.
The general goal of this research is to
investigate the possibility of legal
recognition, in the light of the human
rights model of disability, of the carriers
of the so-called “Irlen Syndrome” as
recipients of specific measures of the
Brazilian National Policy for the
Inclusion of Persons with Disabilities.
The research is classified as descriptive in
terms of objectives and qualitative in
terms of approach. It is eminently based
on a literature review. The results
obtained indicate that "Irlen Syndrome"
is a predominantly sensory impairment,
of a lasting nature, whose evaluation of
the result of its interaction with the
barriers, when necessary, must be carried
out by a multidisciplinary and
interdisciplinary team trained in
Neurosciences of Vision. It is concluded
that people with severe "Irlen Syndrome"
fit the general clauses defining persons
with disabilities according to the human
rights model, and the absence of
specification in the International Statistical
Classification of Diseases and Related Health
Problems, Tenth Revision (ICD-10) and
unequivocal recognition in the legislation
of the Brazilian Federation entities does
not justify the exclusion of that
vulnerable group from the target
audience of the compensatory measures
of the Brazilian National Policy for the
Inclusion of Persons with Disabilities.
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RESUMOS DAS PALESTRAS DA
SEÇÃO 3: NEUROCIÊNCIAS DA
VISÃO NA PESQUISA BÁSICA DE
LABORATÓRIO
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Palestra – 20 minutos
UMA PROPOSTA METODOLÓGICA PARA CARACTERIZAR AS
PROPRIEDADES DINÂMICAS DO REDIRECIONAMENTO DO
OLHAR DURANTE PERÍODOS DE ESCANEAMENTO VISUAL
Otávio Castro Mendonca, Universidade Federal de Lavras
Coautores: Cntia Aparecida de Souza Garcia, Alice Timponi Franca Magalhes, Jerome
Baron
Para a grande maioria dos vertebrados, a exploração
visual do mundo é marcada por períodos de fixação
intercalados por movimentos sacádicos de
redirecionamento do olhar. Na medida em que a
dinâmica temporal desses movimentos estrutura o
tempo de refrescamento dos sinais visuais que
estimulam os receptores retinais, caracterizar essa
dinâmica é crucial para entender as bases neuronais
do processamento visual. Nessa apresentação
descreveremos um método simples e robusto para
identificar vários regimes temporais (e.g. periódico,
intermitentes, randômicos) em sequências de
movimentos sacádicos. O método foi inicialmente
desenvolvido para caracterizar as propriedades
dinâmicas de sistemas complexos intermitentes,
como terremotos, expressão gênica, flutuação na
bolsa de valores e troca de mensagens por emails.
Esse método quantifica tais propriedades a partir de
duas métricas distintas, porém complementares: (1) o
índice de burstiness (B), uma medida equivalente a
uma forma normalizada do coeficiente de variação
dos intervalos inter-eventos (IIE) de uma série
temporal; (2) o coeficiente de memória (M), definido
como o coeficiente linear de correlação (Pearson)
entre IIEs consecutivos. A utilidade deste método
será demonstrada com base em dados experimentais
do nosso laboratório obtidos em duas espécies de
corujas.
For most vertebrates, visual exploration of the
world is characterized by periods of fixation
interspersed with saccadic gaze-shift movements.
As the temporal dynamics of these movements
structure the update time of the visual signals that
stimulate retinal receptors, the characterization of
this dynamic is crucial for understanding the
neuronal bases of visual processing. This
presentation will describe a robust and
straightforward method for identifying various
temporal regimes (e.g., periodic, intermittent,
random) in saccadic movement sequences. The
method was initially developed to characterize the
dynamic properties of complex intermittent
systems such as earthquakes, gene expression,
stock market fluctuations, and email-message
exchange. This method quantifies such properties
from two distinct but complementary metrics: (1)
the burstiness index (B), a measure equivalent to a
normalized form of the coefficient of variation of
intervals between events (IBEs) of a time series;
(2) the memory coefficient (M), defined as the
linear correlation coefficient (Pearson) between
consecutive IBEs. The usefulness of this method
will be demonstrated based on experimental data
from our laboratory obtained in two owl species.
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3rd International Congress of Vision Neurosciences – 10 a 12 de novembro 2021
54
RESUMO
MODULAÇÃO ESPECTRAL DA
RESPOSTA FOTOTÁTICA
DESENCADEADA POR DUAS
VIAS NEURAIS PARALELAS
NO CÉREBRO DAS ABELHAS
SPECTRAL MODULATION OF
THE PHOTOTATIC
RESPONSE TRIPPED BY TWO
PARALLEL NEURAL WAYS IN
THE BEE BRAINS
Amanda Rodrigues Vieira1,2, Lívia Stemler1, Jerome Baron1, Theo Mota1,2
1 Departamento de Fisiologia e Biofísica, UFMG, Belo Horizonte, Brasil.
2 Programa de Pós-Graduação em Neurociências, UFMG, Belo Horizonte, Brasil.
theomota@icb.ufmg.br
Fototaxia positiva é uma orientação para a luz.
Nas abelhas, a resposta fototática está
relacionada a comportamentos como sair da
colmeia, escapar e navegar. Elas possuem três
tipos de fotorreceptores (S, M e L). Embora o
comportamento fototático em abelhas seja
evidente para luzes de diferentes comprimentos
de onda, nenhum estudo foi capaz de identificar
com precisão quais tipos de fotorreceptores
estão envolvidos e o papel das diferentes
estruturas visuais nessa resposta. Avaliamos
como comprimento de onda, irradiância da luz,
bem como fotorreceptores presentes nos ocelos
e olhos compostos influenciam a fototaxia
positiva da abelha Apis mellifera. Registramos
trajetórias de abelhas guiadas por fototaxia
positiva no escuro em direção a luzes
monocromáticas UV, azul ou verde. A análise da
distância e velocidade das trajetórias registradas
revelou que comprimentos de onda distintos
modulam de forma diferente a resposta
fototática das abelhas. Além disso, encontramos
diferentes contribuições dos ocelos e dos olhos
compostos nesta modulação. Observamos que
as abelhas apresentam uma resposta fototática
mais forte ao UV e ao verde do que ao azul,
sugerindo que fotorreceptores tipo S e L
desempenham um papel importante neste
comportamento. As trajetórias foram
significativamente mais lentas e sinuosas em
abelhas com os olhos compostos ocluídos.
Positive phototaxis is an orientation towards
light. In honeybees, the phototactic response
is related to behaviors such as leaving the
hive, escaping and navigating. Three
photoreceptor types can be found in
honeybees (S, M and L). Although the
phototactic behavior in bees is evident for
lights of different wavelengths, no study was
so far able to identify precisely which types of
photoreceptors are involved and the role of
different visual structures in this response. In
this work, we evaluate how light wavelength
and photoreceptors present in ocelli and
compound eyes influence the positive
phototaxis of the honeybee Apis mellifera.
We recorded the trajectories of bees that
were guided by positive phototaxis in the
dark towards UV, blue or green
monochromatic lights. The analysis of
distance and speed of the recorded
trajectories revealed that distinct wavelengths
differently modulate the phototactic response
of honeybees. In addition, we found different
contributions of the ocelli and the compound
eyes to this modulation. We observed that
bees exhibit a stronger phototactic response
to UV and green than to blue, suggesting that
the S and the L photoreceptor types play a
major role in this behavior. Trajectories were
significantly slower and more sinuous in bees
with the compound eyes occluded.
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Palestra – 20 minutos
ESPECTRO DE AÇÃO DA SUPRESSÃO DE MELATONINA PELA
LUZ: Um estudo comparativo das métricas disponíveis
Prof. Dr.ª Lucia Helena Souza de Toledo, Universidade Federal de Minas Gerais
Coautores: Prof. Dr. Jerome Baron, Prof. Dr. Theo Mota
Este trabalho apresenta as principais métricas
desenvolvidas até o momento para correlacionar
propriedades físicas da luz e seus efeitos na supressão
da melatonina. A melatonina é um hormônio
secretado à noite e sua produção é suprimida pela
exposição à luz. Neste contexto, os efeitos negativos
da iluminação artificial noturna e da alta exposição à
luz levantam a necessidade de uma melhor
quantificação destes impactos na saúde. Distintas
metodologias de espectroscopia de ação da luz têm
sido recentemente utilizadas para caracterizar a
resposta circadiana mediada pela melatonina em
humanos. Apesar disso, constatou-se a inexistência
de um modelo único validado para o referido
espectro de ação da luz, indicando a importância de
continuidade destes estudos. Contribuindo neste
sentido, foram analisados e comparados resultados de
trabalhos que desenvolveram e testaram métricas
baseadas nas curvas de absorção da melanopsina e
dos cones humanos, e na dinâmica de supressão da
melatonina em diferentes regimes de luz. Estes
estudos revelam como a composição espectral, a
irradiância e a temporalidade da luz modulam a
função da melatonina humana. Aplicado a diferentes
contextos, este conhecimento pode trazer mudanças
favoráveis à saúde em projetos de iluminação de
ambientes, produção de lentes oftálmicas, telas,
filtros, películas e outros dispositivos óticos.
This work presents the main metrics developed so
far to correlate physical properties of light and its
effects on melatonin suppression. Melatonin is a
hormone secreted at night and its production is
suppressed by exposure to light. In this context,
the negative effects of artificial lighting at night
and high exposure to light raise the need for a
better quantification of these impacts on health.
Different light action spectroscopy methodologies
have been recently used to characterize the
circadian response mediated by melatonin in
humans. Despite that, it was identified a lack of a
main validated model for such an action
spectrum, thus pointing out the importance of
complementary studies. Contributing in this
direction, the results of works that developed and
tested metrics based on the absorption curves of
human melanopsin and cones, and on the
dynamics of melatonin suppression in different
light regimes were analyzed and compared. These
studies reveal how the spectral composition,
irradiance and temporality of light modulate the
function of human melatonin. Applied to
different contexts, this knowledge can bring
favorable changes to health in environmental
lighting projects, production of ophthalmic lenses,
screens, filters, films and other optical devices.
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Palestra – 20 minutos
DESCRIÇÃO DE UM NOVO PROTOCOLO PSICOFÍSICO PARA AVALIAR
A RELAÇÃO DAS VIAS MAGNOCELULAR E PARVOCELULAR COM A
MEMÓRIA DE TRABALHO VISUAL
Ramon Bernardino, Universidade Federal de Minas Gerais
Coautores: Hector Roberto Antunes Silva, Laura Nequini de Faria, Everson Elias Gonçalves de Oliveira,
Amanda Murta de Siqueira Oliveira, Caroline Rodrigues Velten, Luiza Sapucaia Martins Roland, Rodrigo
César Rocha dos Santos, Sara Gabriele Vieira, Jerome Baron
A memória de trabalho visual (MTV) é uma função
utilizada no armazenamento temporário de
informações visuais empregadas em vários processos
cognitivos. Acredita-se que a MTV seja mediada pela
atividade persistente de populações neuronais do
córtex pré-frontal. Todavia, estudos recentes sugerem
o recrutamento de neurônios do córtex visual
primário (V1), o que abre espaço para a conjectura de
que há uma interação bidirecional das vias Magno (M)
e Parvocelulares (P) com a MTV, quando aquelas se
integram ao V1. Nosso estudo propõe a exploração
dessa hipótese por meio de uma nova tarefa
psicofísica que combina dois paradigmas clássicos: (1)
Pulsed/Steady pedestal, que avalia a integralidade das
vias P e M; e (2) detecção de mudança, usado para medir
a capacidade da MTV. O protocolo foi implementado
no PsychoPy, um software de livre acesso
extensivamente usado para pesquisas psicofísicas, e
suas características espaciais e temporais foram
validadas em laboratório e resultados pilotos serão
discutidos. Como várias doenças cognitivas cursam
com comprometimento das vias M e P, acreditamos
que este protocolo possa ser útil para futuras
investigações clínicas.
Visual working memory (VWM) is a function used to
temporarily store visual information employed in
various cognitive processes. Persistent activity of
neuronal populations in the prefrontal cortex is
thought to mediate VWM operation. However,
recent studies suggest the recruitment of neurons
from the primary visual cortex (V1), which allows for
the conjecture that there are bidirectional interactions
between the Magno (M) and Parvocellular (P)
pathways and the VWM when they are integrated
into V1. This study aims to explore this hypothesis
using a novel psychophysical task that combines two
classic paradigms: (1) Pulsed/Steady pedestal, which
probes P and M pathways; and (2) change detection,
used to measure MTV's capability. The protocol was
implemented in PsychoPy, an open-access software
extensively used for psychophysical research. Its
spatiotemporal characteristics were validated in the
laboratory, and pilot results will be discussed. As
several cognitive diseases course with impairment of
the M and P pathways, we believe this protocol can
be helpful in future clinical investigations.
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Palestra – 20 minutos
ADAPTAÇÃO DE UM PARADIGMA PSICOFÍSICO PARA AVALIAR A
INFLUÊNCIA DA ATENÇÃO NA PERCEPÇÃO DO MOVIMENTO
GLOBAL
Hector Roberto Antunes Silva, Universidade Federal de Minas Gerais
Coautores: Ramon Bernardino, Laura Nequini de Faria, Everson Elias Gonçalves de Oliveira, Ariade
Gomes Freitas, Regiane Helena Medeiros Braga, Vitória Augusto Santos, Jerome Baron
Várias evidências sustentam o fato de que o
processamento do movimento global se inicia na via
dorsal do córtex visual, mais especificamente na área
médio-temporal (MT). Este processamento,
geralmente é facilitado pela atenção. Neste trabalho,
descreveremos a adaptação de um paradigma
psicofísico que evidencia que a atenção pode piorar,
em certas condições, a discriminação de indivíduos
no cinematograma de pontos aleatórios (RDK – do
inglês random dot kinematogram), um paradigma
experimental amplamente utilizado para estudar o
processamento do movimento global. Este efeito é
atribuído a diminuição da área integrativa dos
neurônios envolvidos nesta tarefa. Discutiremos a
utilização deste paradigma em pacientes com
transtornos psiquiátricos (e.g. esquizofrenia) e de
neurodesenvolvimento (e.g. dislexia) nos quais a
atenção e o processamento do movimento são
notadamente deficitários.
Much evidence supports the fact that global
movement processing begins in the dorsal
pathway of the visual cortex, more specifically
in the middle temporal area (TM). This
processing is usually facilitated by attention.
In this talk, we will present the adaptation of a
psychophysical paradigm that shows that,
under certain conditions, attention can
worsen the discrimination of individuals in
the random dot kinematogram (RDK), an
experimental paradigm widely used to study
global movement processing. This effect is
attributed to a decrease in the integrative area
of neurons involved in this task. We propose
using this paradigm in patients with
psychiatric (e.g., schizophrenia) and
neurodevelopmental (e.g., dyslexia) disorders
in which attention and movement processing
are notably deficient.
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RESUMOS DAS PALESTRAS
INTERNACIONAIS – 3rd International
Congress of Vision Neurosciences
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Palestra Magna – 30 minutos
USO DO COLORÍMETRO
INTUITIVO EM DISTÚRBIOS
NEUROLÓGICOS
USE OF THE INTUITIVE
COLORIMETER IN
NEUROLOGICAL DISORDERS
Prof. Emeritus Arnold J. Wilkins
University of Essex, United Kingdom
arnold@essex.ac.uk
O sistema Intuitive Colorimeter para tingimento oftálmico de
precisão foi lançado pela primeira vez em 1992. Ele permite
que os efeitos perceptivos da luz colorida sejam avaliados
subjetivamente, otimizados e, em seguida, prescritos como
óculos tingidos. A cromaticidade da tonalidade obtida
demonstrou ser precisa e confiável. O sistema tem sido
usado em estudos de epilepsia fotossensível, autismo,
enxaqueca, cefaleia, acidente vascular cerebral e traumatismo
craniano, todos distúrbios comórbidos com epilepsia.
Faremos uma revisão da utilidade clínica dos óculos tingidos
nesses distúrbios.
(1) Em 33 pacientes com epilepsia fotossensível, 23
(70%) relataram efeitos perceptuais benéficos da luz
colorida e foram prescritos óculos tingidos. 17/23
estavam disponíveis em média 2,4 anos depois, dos
quais 13 (76%) ainda usavam os óculos e relataram
redução dos sintomas. Em 3 casos, os tons
reduziram as convulsões.
(2) Vários estudos controlados mostraram melhorias
no reconhecimento facial de emoção usando luz
colorida. Um desses estudos comparou 14 crianças
com Transtorno do Espectro Autismo (ASD) com
idades entre 10-14 e 14 crianças controle pareadas
para QI. Óculos tingidos foram usados quando as
crianças observaram um monitor colorido e foram
solicitadas a reconhecer a emoção em vídeos de
interações sociais. Os matizes escolhidos um mês
antes como ótimos para a clareza do texto
melhoraram o desempenho no reconhecimento da
emoção no grupo ASD. Outros matizes não. Um
estudo de caso de uma criança com ASD relatou
um efeito dos matizes na redução do afastamento
da criança da interação social.
(3) Em um estudo controle randomizado mascarado,
as óculos tingidos foram comparadas com as cores
de controle subótimas em pacientes com
enxaqueca. Houve uma redução estatisticamente
significativa, mas pequena nas dores de cabeça com
o tom ativo em relação ao controle, mas este estudo
selecionou pacientes com e sem aura. Em estudos
subsequentes, foram os pacientes com aura nos
quais os tons se mostraram mais eficazes. Esses
pacientes escolhem tonalidades confortáveis com
The Intuitive Colorimeter system for precision
ophthalmic tinting was first launched in 1992. It enables
the perceptual effects of coloured light to be evaluated
subjectively, optimized, and then prescribed as tinted
spectacles. The chromaticity of the tint obtained has
been shown to be precise and reliable. The system has
been used in studies of photosensitive epilepsy, and
autism, migraine, cluster headache, stroke, and head
injury, all disorders comorbid with epilepsy. We will
review the clinical utility of the precision tints in these
disorders.
(1) In 33 patients with photosensitive epilepsy 23
(70%) reported beneficial perceptual effects of
coloured light and were prescribed tints. 17/23
were available an average of 2.4 years later, of
whom 13 (76%) were still wearing the glasses
and reporting reduced symptoms. In 3 cases the
tints reduced seizures.
(2) Various controlled studies have shown
improvements in the facial recognition of
emotion using coloured light. One such study,
compared 14 children with autism spectrum
disorder (ASD) aged 10-14 and 14 control
children matched for IQ. Tinted spectacles
were worn when the children observed a colour
monitor and were asked to recognise the
emotion in videos of social interactions. Tints
chosen one month previously as optimal for the
clarity of text improved the performance at the
recognition of emotion in the ASD group.
Other tints did not. A case study of a child with
ASD reported an effect of the tints in reducing
the child’s withdrawal from social interaction.
(3) In a masked randomised control study,
precision tints were compared with sub-optimal
control tints in patients with migraine. There
was a statistically significant but small reduction
in headaches with the active tint relative to the
control, but this study selected both patients
with and those without aura. In subsequent
studies it is patients with aura in whom tints
have been shown to be most effective. These
patients choose as comfortable tints with
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60
cores não naturais fortemente saturadas.
(4) Em um estudo de caso, um paciente com cefaleia
em salvas descobriu que, ao usar seu óculos
tingidos, ele poderia prevenir a progressão de seu
pródromo e evitar a cefaléia. Estudos de
acompanhamento estão em andamento e até agora
revelaram sensibilidade à luz em 3/3 pacientes do
grupo.
(5) Dezessete pacientes (com idades entre 45-85) que
sofreram um AVC foram comparados com um
grupo de controle de mesma idade. O tom ideal foi
comparado com um cinza em ordem aleatória. O
uso dos óculos tingidos melhorou imediatamente a
velocidade de leitura em uma pequena quantidade,
embora o uso prolongado não aumente esses
benefícios significativamente.
(6) Indivíduos com lesão cerebral adquirida, 112
homens e 253 mulheres com idades entre 7 e 82
anos, foram vistos em média 2 anos após a lesão
(variação de 13 dias -26 anos). Quase todos
reclamaram de sensibilidade à luz e dor de cabeça.
Com os óculos tingidos, o aumento médio na taxa
de leitura foi de 29% e em 57% dos participantes o
aumento foi de mais de 15%.
Propomos que os óculos tingidos redistribuam o disparo de
neurônios no córtex visual de modo a evitar áreas locais de
hiperexcitabilidade.
Palavras-chave: Colorações oftálmicas de precisão,
enxaqueca, cefaléia, epilepsia, acidente vascular cerebral,
autismo.
Declaração: AJW inventou o Intuitive Colorimeter e
tonalidades dos óculos tingidos associados. Ele doou
emolumentos para a Universidade de Essex.
strongly saturated un-natural colour.
(4) In a single case study, a patient with cluster
headache found that when wearing his
precision tint he could prevent the progression
of his prodrome and avoid cluster headache.
Follow-up studies are on-going and have thus
far revealed light sensitivity in 3/3 cluster
patients.
(5) Seventeen patients (aged 45-85) who had
experienced a stroke were compared with an
age-matched control group. The optimal tint
was compared with a grey in random order. The
precision tint immediately improved reading
speed by a small amount, although prolonged
use did not increase these benefits significantly.
(6) Individuals with acquired brain injury, 112
males and 253 females aged 7-82, were seen on
average 2 years after injury (range 13 days -26
years). Nearly all complained of light sensitivity
and headache. With a precision tint the average
increase in reading rate was 29% and in 57%
the increase was more than 15%.
We propose that the tints redistribute the firing of
neurons in the visual cortex so as to avoid local areas of
hyperexcitability.
Keywords: Precision ophthalmic tints, migraine,
headache, epilepsy, stroke, autism.
Declaration: AJW invented the Intuitive Colorimeter
and associated Precision Tints. He has donated
emoluments to the University of Essex.
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Palestra – 20 minutos
DESCONFORTO VISUAL E
ELETROFISIOLOGIA DA
CROMINÂNCIA
VISUAL DISCOMFORT AND
ELECTROPHYSIOLOGY FROM
CHROMINANCE
Prof. Dr. Sarah M. Haigh
Department of Psychology and Integrative Neuroscience, University of Nevada, Reno, USA
A contribuição da cor para a sensibilidade visual e como ela
se relaciona com a atividade neural ainda é muito
inexplorada. Isso apesar de haver consequências bem
relatadas da cor na indução de convulsões em pacientes com
epilepsia fotossensível e com impacto na frequência e
gravidade da enxaqueca. Manipulamos a crominância em
padrões de grade que compreendiam duas cores alternadas,
para identificar seu impacto no desconforto e nas respostas
neurais. Aqui, relatamos uma série de estudos que mostram
que, independentemente da tonalidade e se as cores eram
isoluminantes, quanto maior a diferença de crominância,
maior o desconforto e maior a resposta eletrofisiológica.
Além disso, comparamos a resposta aos mesmos padrões
cromáticos em indivíduos com enxaqueca e controles sem
dor de cabeça e descobrimos que aqueles com enxaqueca
relataram maior desconforto e produziram respostas neurais
maiores para padrões com grandes diferenças de
crominância. Juntos, esses achados são consistentes com a
teoria de que a crominância impulsiona a excitabilidade
cortical e que o desconforto pode ser uma resposta
homeostática para reduzir a excitação neural aumentada.
The contribution of colour to visual sensitivity, and how it relates to
neural activity, has largely been unexplored. This is despite there
being well-reported consequences of colour in inducing seizures in
patients with photosensitive epilepsy and impacting migraine
frequency and severity. We manipulated the chrominance in grating
patterns that comprised two alternating colours, to identify its
impact on discomfort and neural responses. Here, we report a series
of studies that show that regardless of hue and whether the colours
were isoluminant, the greater the chromaticity difference, the greater
the discomfort, and the larger the electrophysiological response. In
addition, we compared the response to the same chromatic patterns
in individuals with migraine and headache-free controls and found
that those with migraine reported greater discomfort and produced
larger neural responses to patterns with large chromaticity
differences. Together, these findings are consistent with the theory
that chrominance drives cortical excitability and that the discomfort
may be a homeostatic response to reduce the heightened neural
excitation.
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62
Palestra – 20 minutos
SINTOMAS E GRAVIDADE DE
ESTRESSE VISUAL EM
ESTUDANTES DE ENFERMAGEM:
Implicações para ambientes de
educação e saúde
SYMPTOMS AND SEVERITY OF
VISUAL STRESS IN NURSING
STUDENTS: Implications for
Education and Healthcare Settings
Prof. Dr. Stephen J. Loew1*
Coauthors: Nigel V. Marsh2, Celestino Rodríguez-Pérez3, Kenneth Watson4 & Graham L. Jones4
1 School of Psychology, University of New England, Australia
2 Dept. of Psychology, James Cook University Singapore, Singapore
3 Faculty of Psychology, University of Oviedo, Spain
4 School of Science & Technology, University of New England, Australia
*Presenter: Stephen J. Loew, steveloew7@gmail.com
Introdução: O estresse visual afeta de 5 a 12% da população em
geral e de 20 a 30% das pessoas com dislexia. Os sintomas são
caracterizados por desconforto visual e distorções perceptivas ao
visualizar linhas de texto e podem ser exacerbados por luz
fluorescente e papel brilhante.
Método: neste estudo, os estudantes de enfermagem relataram
seus níveis de desconforto visual ao ler texto em papel
contemporâneo (ultra-branco) e em papel bege, sob iluminação
padrão de sala de aula (600 lux; n = 31) ou iluminação reduzida
(400 lux; n = 25).
Resultados: Sob a iluminação padrão, 10 (28%) dos indivíduos
relataram níveis notáveis de Estresse Visual (pontuação ≥15 em
uma escala de desconforto visual de 1-30). Ao ler o papel bege, o
grupo relatou menos desconforto em todos os seis sintomas.
Essas diferenças foram estatisticamente significativas para cinco
dos seis sintomas e a pontuação total de desconforto. Os
resultados foram semelhantes, mas menos pronunciados para o
grupo na condição de iluminação reduzida.
Conclusões: Este estudo constatou que o desconforto de leitura
relacionado ao estresse visual também pode afetar leitores
competentes e, além disso, que ajustes simples na iluminação e /
ou na mídia visual podem aliviar esses sintomas. As implicações
dessas descobertas para a prática organizacional em ambientes
de educação e saúde são discutidas.
Palavras-chave: Visual stress; Dificuldades de leitura;
Iluminação fluorescente; Papel ultra-branco, iluminação
excessiva
Introduction:
Visual Stress reportedly affects 5-12% of the
general population and 20-30% of people with dyslexia.
Symptoms are characterized by visual discomfort and
perceptual distortions when viewing lines of text, and can be
exacerbated by fluorescent lighting and bright paper.
Method:
In this study, nursing students reported their levels
of visual discomfort while reading text on contemporary (ultra-
white) paper and on beige-coloured paper, under either standard
classroom-lighting (600 lux; n = 31) or reduced illumination
(400 lux; n = 25).
Results:
Under the standard lighting, 10 (28%) of subjects
reported notable levels of Visual Stress (scoring ≥15 on a
visual discomfort scale of 1-30). When reading from the beige-
coloured paper the group reported less discomfort across all six
symptoms. These differences were statistically significant for five
of the six symptoms and the total discomfort score. The results
were similar but less pronounced for the group in the reduced
illumination condition.
Conclusions:
This study found that Visual Stress-related
reading discomfort can also affect capable readers and,
moreover, that simple adjustments to lighting and/or visual
media can alleviate such symptoms. The implications of these
findings for organisational practice in education and healthcare
settings are discussed.
Keywords:
Visual stress; Reading difficulties; Fluorescent
lighting; Ultra-white paper, Excessive illumination.
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Palestra – 20 minutos
DESCONFORTO VISUAL E
REGULARIDADES ESTATÍSTICAS
EM CENAS NATURAIS
DISCOMFORT AND STATISTICAL
REGULARITIES IN NATURAL
SCENES
Prof. Dr. Olivier Penacchio
University of St Andrews, Reino Unido
op5@st-andrews.ac.uk
Algoritmos que calculam o desvio do contraste de
luminância das imagens em relação às cenas
naturais, normalmente comparando seu espectro
de amplitude de Fourier com o que é típico em
cenas naturais, provaram ser bem-sucedidos em
prever o desconforto visual relatado pelos
observadores. Embora a cor seja fundamental em
nossa interação com a natureza e haja evidências
de que o contraste da cor também pode causar
desconforto visual (Haigh et al 2013), nenhum
estudo anterior tentou prever a contribuição do
contraste da cor para o desconforto visual. Para
preencher essa lacuna, mostramos recentemente
que uma métrica que calcula a média das
diferenças na cromaticidade dentro das imagens
explica uma parte da variação nos julgamentos de
desconforto visual não explicada com base apenas
na luminância (Penacchio et al., 2021). Imagens
desconfortáveis estão associadas a altos valores da
métrica, enquanto imagens naturais estão
associadas a valores baixos, com exceção de cenas
mostrando arranjos de frutas maduras contra
folhagem. Tomados em conjunto, nosso trabalho
fornece mais evidências de uma ligação estreita
entre desconforto visual e alguns tipos de desvios
com relação às regularidades em cenas naturais.
Algorithms that compute the deviation of
images’ luminance contrast with respect to
natural scenes, typically by comparing their
Fourier amplitude spectrum to what is typical
in natural scenes, have proved successful in
predicting observers’ self-reported visual
discomfort. While colour is fundamental in our
interaction with nature, and there is evidence
that colour contrast can also cause visual
discomfort (Haigh et al 2013), no previous
study has tried to predict the contribution of
colour contrast to visual discomfort. To fill this
gap, we have recently shown that a metric that
averages differences in chromaticity within
images explains a part of the variance in
judgements of visual discomfort not explained
based on luminance only (Penacchio et al.,
2021). Uncomfortable images are associated
with high values of the metric, while natural
images are associated with low values, at the
notable exception of scenes showing
arrangements of ripe fruits against foliage.
Taken together, our work provides further
evidence of a tight link between visual
discomfort and some types of deviations with
respect to the regularities in natural scenes.
References:
Haigh SM, Barningham L, Berntsen M, Coutts LV, Hobbs EST, et al. 2013. Discomfort and the cortical
haemodynamic response to coloured gratings. Vision Res. 89: 47-53
Penacchio O, Haigh SM, Ross X, Ferguson R, Wilkins AJ. 2021. Deviation from the chromatic content
of natural scenes is associated with visual discomfort. In revision
XXV Congresso Brasileiro de Engenharia Biomédica – CBEB 2014
PRÊMIO MARCOS PINOTTI
Prof. Dr. Marcos Pinotti Barbosa
in memoriam 08/07/1965 - 21/01/2016
Graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual de
Campinas (1989). Mestre em Engenharia Mecânica pela Universidade
Estadual de Campinas (1992). Doutor em Engenharia Mecânica pela
Universidade Estadual de Campinas (1996). Em 2010, participou, a convite
da Eisenhower Fellowship (Estados Unidos) do Programa Multination
2010, que permitiu estreitar relações com agências do governo norte-
americano e as principais universidade sobre o tema de inovação. Foi
professor titular da Universidade Federal de Minas Gerais. Coordenou dois
laboratórios de pesquisa, o Laboratório de Bioengenharia (Lab-Bio) que se
dedica a Engenharia Cardiovascular, Biofotônica, Tecnologia Assistiva, Biomimética, Medicina Regenerativa e
Biomecânica; e o Laboratório de Pesquisa Aplicada a Neurovisão (LAPAN, em parceria com o Hospital de Olhos
de Minas Gerais - Dr. Ricardo Guimarães) que se dedica a neurociêncais, visão neural, processos de cognição e
tecnologia da informação aplicada a neurociências. Pinotti foi também Fellow da International Union of the Societies of
Biomaterials Sciences and Engineering (IUSBSE) e do Copenhagen Institute For Future Studies. Foi presidente da Sociedade
Latino Americana de Biomateriais, Órgãos Artificiais e Engenharia de Tecidos (SLABO), secretário da Associação
Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas (ABCM) e membro do Conselho de Administração do Parque
Tecnológico de Belo Horizonte (BHTEC) como representante do Reitor da UFMG. Faleceu em 21/01/2016 no
ápice da sua carreira.
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GANHADOR DO PRÊMIO MARCOS
PINOTTI DE MELHOR TRABALHO
UMA PROPOSTA METODOLÓGICA PARA CARACTERIZAR AS
PROPRIEDADES DINÂMICAS DO REDIRECIONAMENTO DO OLHAR
DURANTE PERÍODOS DE ESCANEAMENTO VISUAL
Cntia Aparecida de Souza Garcia1, Otávio Castro Mendonca²*, Alice Timponi Franca Magalhes1,
Jerome Baron1,3
1 Programa de Pós-Graduação em Fisiologia e Farmacologia,
2 Curso de Graduação em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Lavras, Lavras, Brasil
3 Departamento de Fisiologia e Biofísica, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil
*Apresentador
Trabalho apresentado na Seção 3: Neurociências da visão na pesquisa básica de laboratório
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TRABALHOS DA SEÇÃO 1:
RASTREAMENTO OCULAR,
LINGUÍSTICA E EDUCAÇÃO
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RESUMO EXPANDIDO
O REPENSAR DO AMBIENTE CONSTRUÍDO E DO PROJETO
ARQUITETÔNICO A PARTIR DE UM OLHAR NEUROCIENTÍFICO
Renata Raquel de Sousa Ferreira Silva¹, Isis Tacyana Gonçalves Lima², Theo Mota³
1 Programa de Pós-graduação em Neurociências, UFMG, Belo Horizonte, MG.
2 Departamento de Linguagens e Tecnologia, CEFET, Belo Horizonte, MG
3 Departamento de Fisiologia e Biofísica, UFMG, Belo Horizonte, MG.
renataferreiraarq@gmail.com, profaisislima@gmail.com, theomota@icb.ufmg.br
Introdução e Justificativa: Atualmente, entendemos a
neurociência como uma grande área do conhecimento,
formada por diversos campos do saber que se dedicam ao
estudo do sistema nervoso e suas interações com o meio
ambiente externo e interno humano. Por ser
transdisciplinar, alguns autores optam por sua
nomenclatura no plural: neurociências [1,2]. A partir da
década de 90, conhecida como a década do cérebro,
estudos neurocientíficos permitem um novo avanço na
compreensão da totalidade e educação do ser humano.
Uma das grandes descobertas das neurociências foi
atribuída a Rita Levi-Montalcini, que recebeu o Prêmio
Nobel de Fisiologia em 1986 pela descoberta de uma
substância química capaz de influenciar o crescimento de
células nervosas, possibilitando ampliar-se os
conhecimentos a respeito da neurogênese. Com isso, passa-
se a aceitar que especialmente na primeira infância e
juventude, o comportamento e o ambiente são capazes de
modificar o sistema nervoso e vice-versa. Tal processo
passa a ser denominado neuroplasticidade, sendo mediado
por tais substâncias, chamadas fatores neurotróficos.
Assim, podemos afirmar que nascemos com toda a
potencialidade biológica e psíquica, em prol de uma
construção complexa humana, porém, esta perpassa pelo
constructo socioemocional e ambiental, devido ao
constante remodelamento de neurônios e demais células
nervosas até idade avançada. [3] Sendo assim, uma das
fortes tendências do Século XXI não poderia ser outra,
senão o enfoque no desenvolvimento humano, ou seja,
uma transição do fabricado, conteudista e massificado, para
a personalização. Entretanto, esse caminho ainda é difuso,
e profissionais responsáveis por colocá-lo em prática ainda
discutem sobre as possíveis formas de se projetar
ambientes para o novo Homo sapiens Digital. [4]
O arquiteto e design do séc. XXI precisa alcançar um
conhecimento psicossomático de seu cliente e com base
nesses saberes, transportar para o projeto elementos
capazes de afetar a experiência humana a partir do ambiente
construído. Para o arquiteto João Filgueiras Lima, a
arquitetura deve contribuir para o processo de cura, onde o
ambiente deve ter um papel de recuperação e qualidade de
vida, a partir dos elementos projetados. Barbosa e Araújo
(2014) no projeto “Edifcios e habitações sociais
humanizados para idosos e portadores de Alzheimer”
foram intencionais ao incluir elementos que atuassem no
psiquismo humano. O uso da madeira nos corrimãos,
cobertura, floreiras, portas e janelas, transmite sensação de
proximidade, calor e conforto, com a sensação de lar para
portadores de demência. Okamoto (2014) diz que o
objetivo da obra é compreender como o homem de hoje vê
e interpreta a realidade, para que assim então possa criar,
analisar e inovar, através do comportamento e dos ideais de
vida. De Botton (2007) acredita que o ambiente afeta as
pessoas de tal modo que não seria exagero dizer que a
arquitetura é capaz de estragar ou melhorar a vida afetiva
ou profissional de alguém. Uma de suas teses é a de que o
que buscamos numa obra de arquitetura não está tão longe
do que procuramos num amigo. [5]
Jonas Edward Salk, pesquisador responsável pela
vacina contra a poliomielite, em sua busca incansável pela
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cura da doença, decidiu que precisava ficar recluso,
decidindo ir para um mosteiro franciscano,
especificamente, na Baslica de San Francesco d’ Assis,
Itália. Foi neste ambiente que ele teve o insight para sua
pesquisa e consequentemente, desenvolvimento bem-
sucedido da mesma. Anos depois, Jonas Salk pediu ao
arquiteto Louis Kahn para recriar em San Diego a
atmosfera da basílica e nasce o centro de pesquisa cientifica
em Neurociências para a Arquitetura, conhecido como
Instituto Salk. Em 2003, anunciado por Fred Gage,
neurocientista sênior do Instituto Salk, foi criada a ANFA
(Academia de Neurociência para Arquitetura), com a
missão de promover e aprimorar o conhecimento que
vincula a pesquisa neurocientífica à crescente compreensão
das respostas humanas ao ambiente construído. [6]
A proposta deste trabalho de revisão é preencher
uma lacuna existente na produção acadêmica científica
sobre o projetar baseado em evidências psicológicas e
neurobiológicas. Nossa pesquisa traz discussões e reflexões
importantes sobre o tema, bem como sua correlação com a
proposta de ambiente construído e projeto arquitetônico a
partir de um olhar neurocientífico. Ressaltamos as
aplicabilidades e possíveis benefícios desta proposta para os
humanos.
Método: Este estudo trata-se de uma revisão bibliográfica
integrativa, visando discutir e analisar o tema proposto,
bem como os seus objetivos. Para o levantamento de
dados, fez-se uma busca literária, entre o período de janeiro
de 2017 a setembro de 2021, em periódicos científicos,
literatura autoral e banco de dados de dissertações e teses,
a partir dos seguintes descritores e suas combinações na
lngua portuguesa, espanhola e inglesa: “arquitetura”,
“design”, “neuroarquitetura”, “neurociências”, “sistema
lmbico”, “projeto arquitetônico baseado em evidências”,
“neuroplasticidade”. Os critérios de incluso definidos para
a seleção das referências utilizadas foram: conteúdos
publicados em português, espanhol e inglês; artigos
científicos e literatura publicados na íntegra e que
retratassem a temática. A análise dos estudos selecionados,
em relação ao delineamento de pesquisa, pautou-se na
apresentação dos dados de forma descritiva, possibilitando
observar e classificar de acordo com os objetivos
propostos, no intuito de reunir conhecimento a respeito do
tema explorado na revisão.
A revisão integrativa é uma metodologia científica
consolidada, a qual determina o conhecimento atual sobre
uma temática específica, já que é conduzida de modo a
identificar, analisar e sintetizar resultados de estudos
independentes sobre o mesmo assunto, contribuindo, pois,
para uma possível repercussão benéfica na compreensão do
tema proposto. Pontua-se, então, que o impacto da
utilização da revisão integrativa se dá não somente pelo
desenvolvimento de políticas, projetos e procedimentos,
mas também no pensamento crítico que a prática diária
necessita. A seguir, são apresentadas, de forma sucinta, as
seis etapas do processo de elaboração da revisão integrativa;
- 1ª etapa: Quais os fundamentos científicos das
neurociências para a arquitetura e design?
- 2ª etapa: Busca ou amostragem na literatura
relacionada à fase anterior.
- 3ª etapa: Coleta de dados.
- 4ª etapa: Análise crítica dos estudos incluídos.
- 5ª etapa: Discussão dos resultados. Nesta etapa, a
partir da interpretação e síntese dos resultados, comparou-
se os dados evidenciados na análise dos artigos ao
referencial teórico. Além de identificar possíveis lacunas do
conhecimento e possibilidade para estudos futuros.
- 6ª etapa: Conclusão da revisão integrativa, a partir de
informações pertinentes e detalhadas, baseadas em
metodologias contextualizadas, sem omitir qualquer
evidência relacionada.
Resultados e Discussão: O desenvolvimento do
potencial humano precisa estar no centro do projeto
arquitetônico, pois assim o espaço construído poderá ser
usado como um instrumento e ferramenta para
proporcionar bem-estar geral, saúde mental, produtividade,
aprendizagem e engajamento [7]. A nossa experimentação
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no mundo, sendo consciente e/ou inconsciente, e as obras
do nosso sistema nervoso, são dois aspectos igualmente
reais de uma mesma unidade mística. A visão de sermos
seres psicossomáticos nos faz elevar o nosso pensamento à
beleza da complexidade humana [8]. A correlação positiva
entre a arquitetura e as neurociências, fornece
configurações significativas para uma prática ainda mais
atraente e motivadora, especialmente desenhada para os
moldes e necessidades da atualidade. Modabbernia e
colaboradores (2021), descreveram em recente publicação
como a organização do sistema nervosa central ao longo da
vida é associada a múltiplos fatores genéticos, moleculares,
comportamentais e principalmente ambientais, abordando
a complexidade das associações cérebro-comportamento-
ambiente [9.]. O estudo analisou crianças, a partir de um
coorte de 11.875 participantes com idades entre 9 e 10 anos
de idade, residentes em 22 localizações distintas dos EUA.
De forma robusta, os resultados demonstraram que
atributos pessoais positivos e fatores ambientais foram
positivamente correlacionados entre si e com a estrutura e
conectividade do sistema nervoso. Tais achados ressaltam
a importância da compreensão das influências complexas e
entrelaçadas sobre a organização do sistema nervoso e a
função mental durante o desenvolvimento e sua correlação
com o ambiente [9].
É possível afirmar que o comportamento molda a
biologia e vice-versa, sendo que, apesar de possuirmos por
meio do nosso sistema nervoso toda a potencialidade
biológica, é necessária a construção e modulação da
aprendizagem. Este processo ocorre por meio da interação
do sistema nervoso central com o ambiente, mediante os
sentidos. A interação leva a formação de novas redes
neurais e de associação e consequentemente, ao
aperfeiçoamento de habilidades e inteligência. Porém, para
compreender e associar tais práticas, os ambientes precisam
ser projetados às necessidades deste novo indivíduo
integral. Em todo o mundo, projetos pedagógicos e
coorporativos, revisam seus parâmetros arquitetônicos
procurando atender a essa demanda. [10;11]
A arquitetura tem a capacidade de transformar um
espaço em funcional, convidativo e até mesmo lúdico, de
acordo com Reis (2019). A aplicação de achados
neurocientíficos para a construção de espaços educacionais
torna o espaço/ambiente um importante fator no
desenvolvimento, em especial o infantil, tornando-se de
grande relevância. Para atingir todo esse aparato neuro
encefálico, através da percepção, é necessário aguçar as
habilidades sensitivas e atencionais. Segundo Vieira e
colaboradores (2021), espaços fechados, onde seres
humanos mantêm-se diariamente expostos ao ar-
condicionado, além de deficiência de ventilação, são os
mais propensos à disseminaço de doenças. Um “edifcio
doente” pode estar ligado tanto a falhas projetuais na
estrutura, quanto a falhas psicológicas, “é aquele que no
satisfaz sua finalidade”, o arquiteto cita o exemplo de uma
universidade, a qual por ser um foco de aprendizado, é
preciso um ambiente que potencialize os alunos, os
estimule e atinja suas expectativas. [12, 13]
Além disso, o uso da cor nos ambientes escolares
ainda é pouco explorado em arquitetura. A cor, quando
utilizada adequadamente, pode contribuir para o conforto
ambiental, melhorando a qualidade dos espaços. Oliveira
(2020), em sua pesquisa analisou as percepções afetivas de
alunos do Ensino Médio em relação às cores aplicadas nas
paredes das salas de aula. Os dados demonstraram que
alterações na intensidade do afeto positivo, mostrando uma
predileção dos alunos por ambientes coloridos. O
vermelho e azul claros foram as tonalidades que
apresentaram afeto positivo mais intenso, enquanto a cor
atual das salas de aula (ambiente predominantemente
branco) não obteve afetação positiva [14].
Porém, o novo modelo de pensamento híbrido
humano traz mudanças significativas, desde a maneira de
interagir como de relacionar-se, até aquisição de maior
sabedoria digital e aprendizagem autodirigida. A hiper
estimulação por meio de interações em ambientes
tecnológicos digitais, big data, além do isolamento social
pode ser visto como um fator de risco para a manutenção
do bem-estar geral e saúde mental. Segundo Maracia (2020),
a experiência estética visual positiva e satisfatória, a partir
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de estímulos sensoriais enriquecidos, pode alterar a
excitabilidade da microestrutura do trato corticoespinhal,
diminuir o volume de substância branca dos giros pré-
motor e frontal lateral, além do aumento do diâmetro do
axônio. Estes achados estão associados ao gasto energético
favorável do sistema nervoso, redução de fadiga cerebral e
a aumento da velocidade no processamento para a
realização de atividades motoras. [15]
Um importante processo subjacente é a integração
multissensorial de uma variedade de estímulos, que tem um
impacto importante na percepção e em uma grande
variedade de processos. Este processo, advém do circuito
cerebral do prazer, também conhecido como Sistema de
Recompensa ou circuito mesocorticolímbico, sendo
modulado por uma substância denominada dopamina.
Nosso sistema nervoso busca sempre equilibrar esta
balança diariamente, entre situações estressantes e
prazerosas. Associamos a experiência de prazer a estímulos
sensoriais (visuais, táteis, gustativos, olfativos e auditivos).
Processamos estímulos de forma consciente e inconsciente,
interagindo, sentindo, 24 horas por dia. As interações
sensoriais que nos fazem ativar o circuito do prazer e nos
trazem satisfação são, dentre muitas: o conforto sensorial
(acústico, luminoso, térmico); praticar esporte; ajudar o
próximo; alcançar objetivos; conclusão de tarefas e
interações com a natureza. Sendo assim, o ambiente é capaz
de reduzir a tensão cognitiva e estresse, favorecendo a
formação de novas redes neurais, consolidadas por
emoções agradáveis e prazer, levando a uma experiência
ricamente complexa e efetiva, além de criativa e resolutiva.
A correlação positiva entre a neurociência e arquitetura
fornece configurações significativas para uma prática ainda
mais atraente e motivadora, especialmente desenhada para
os moldes e necessidades da atualidade. [16].
Outro importante recurso é o uso do design biofílico,
teoria defendida por Edward Wilson em seu trabalho
Biofilia (1984). A satisfação pela natureza e sua inclusão em
projetos, aponta uma correlação positiva entre a exposição
a espaços verdes e saúde mental de crianças e adolescentes.
Segundo Pretty e colaboradores (2017), é visto uma
consistente associação benéfica entre a exposição ao espaço
verde e melhora de transtornos emocionais e
comportamentais das crianças, particularmente em
hiperatividade e desatenção, favorecendo a restauração da
atenção, controle de impulsos, sono e laços sociais.[17]
Impactando assim, a neuroplasticidade cerebral, sendo está
uma propriedade do sistema nervoso em se reorganizar e
se remodelar constantemente, mediante situações novas e
desafiadoras [18] ou seja, não saímos de um ambiente da
mesma forma que chegamos, literalmente, nosso sistema
nervoso será sempre impactado e modificado através da
interação cérebro-comportamento-ambiente.[19]
Conclusões: O profissional arquiteto e/ou design ao
desenvolver um projeto, muitas vezes expressa suas ideias
sem levar em consideração as reais demandas emocionais,
físicas, motoras e cognitivas de seus clientes. Diante dessa
realidade, torna-se fundamental a formação destes
profissionais para o estudo de como o espaço construído
influencia