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Análise geográfica da Covid-19 e os desafios no manejo da emergência na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE-DF)

Authors:

Abstract and Figures

This work aims to analyze the spatial distribution of incidence and mortality rates due to COVID-19 in the RIDE of the Federal District and Surroundings, as well as to demonstrate the capacity of the health care network and to identify the main contingency measures adopted from May / 20 to May / 21. This is a descriptive ecological study that analyzes data on cases and deaths from the Health Departments of the Federal District, Minas Gerais and Goias, presented through rates calculated based on the estimate of the resident population in the RIDE-DF of 2019. The service capacity observed the availability of exclusive beds for the treatment of COVID-19. The contingency measures were identified from the contents made available on the COVID-19 electronic panels of these Health Departments. The RIDE-DF computed an increase in the DF of 24.709% of cases and 22,345% of deaths in the period and the DF is responsible for 78.5% of the records and currently, the closer to the DF, the greater the recorded mortality. In addition to the DF, only 4 municipalities in GO and 1 in MG provided ICU beds. The contingency measures adopted weren't sufficient to contain the progress of the disease, demonstrating the need for greater articulation between the entities that integrate the RIDE-DF.
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MIRANDA, M.J.; BEZERRA, A.B.; MATOS, K.F.R.;SILVA,E.L.;GURGEL, H. Análise geográfica da Covid-19 e os desafios no manejo da
emergência na região integrada de desenvolvimento do distrito federal e entorno (RIDE-DF). In. Simpósio Nacional de
Geografia da Saúde: dimensões geográficas dos impactos e desafios das pandemias. X., 2021, Campina Grande. Anais
[...]. Campina Grande: UFCG, 2021. p. 536-547. Disponível em https://www.anaisgeosaude.com. ISSN 1980-5829
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ANÁLISE GEOGRÁFICA DA COVID-19 E OS DESAFIOS NO MANEJO DA
EMERGÊNCIA NA REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO DO DISTRITO
FEDERAL E ENTORNO (RIDE-DF)
MIRANDA, Marina Jorge de
1
BEZERRA, Amarílis Bahia
2
MATOS, Karina Flávia Ribeiro
3
SILVA, Eliane Lima e
4
GURGEL, Helen
5
Resumo
Este trabalho visa analisar a distribuição espacial das taxas de incidência e
mortalidade por COVID-19 na RIDE do Distrito Federal e Entorno, assim como demonstrar a
capacidade de atendimento da rede de saúde e identificar as principais medidas de contingência
adotadas de maio/20 a maio/21. Trata-se de um estudo ecológico descritivo que analisa dados
de casos e óbitos das Secretarias de Saúde do Distrito Federal, Minas Gerais e Goiás,
apresentados por meio de taxas calculadas com base na estimativa da população residente na
RIDE-DF de 2019. A capacidade de atendimento observou a disponibilidade de leitos exclusivos
para tratamento de COVID-19 e as medidas de contingências foram identificadas a partir dos
conteúdos disponibilizados nos Painéis eletrônicos COVID-19 destas Secretarias de Saúde. A
RIDE-DF computou um aumento no DF de 24.709% de casos e 22.345% de óbitos no período e
o DF é responsável por 78,5% dos registros e atualmente, quanto mais próximo do DF, maior a
mortalidade registrada. Além do DF, apenas 4 municípios de GO e 1 de MG disponibilizaram
leitos de UTI. As medidas de contingências adotadas não se mostraram suficientes para conter
o avanço da doença, demonstrando a necessidade de maior articulação entre os entes que
compõem a RIDE-DF.
Palavras-Chave: Geografia da Saúde, Coronavírus, Emergência em Saúde Pública, Políticas
Públicas em Saúde.
Abstract
This
work aims to analyze the spatial distribution of incidence and mortality rates due
to COVID-19 in the RIDE of the Federal District and Surroundings, as well as to demonstrate the
capacity of the health care network and to identify the main contingency measures adopted from
May / 20 to May / 21. This is a descriptive ecological study that analyzes data on cases and
deaths from the Health Departments of the Federal District, Minas Gerais and Goias, presented
through rates calculated based on the estimate of the resident population in the RIDE-DF of 2019.
The service capacity observed the availability of exclusive beds for the treatment of COVID-19.
The contingency measures were identified from the contents made available on the COVID-19
electronic panels of these Health Departments. The RIDE-DF computed an increase in the DF of
24.709% of cases and 22,345% of deaths in the period and the DF is responsible for 78.5% of
the records and currently, the closer to the DF, the greater the recorded mortality. In addition to
the DF, only 4 municipalities in GO and 1 in MG provided ICU beds. The contingency measures
adopted weren't sufficient to contain the progress of the disease, demonstrating the need for
greater articulation between the entities that integrate the RIDE-DF.
Keywords: Health Geography, Coronavirus, Public Health Emergency, Public Health Policies.
1
Doutora em Geografia pela Universidade de São Paulo (marinajmiranda@gmail.com
2
Mestre em Geografia pela Universidade de Brasília (amarilis.bezerra@gmail.com);
3
Bacharela em Geografia pela Universidade de Brasília (karinaflavia42@gmail.com);
4
Doutora em Geografia pela Universidade de Brasília (eliane.lima@unb.br)
5
Profa. Dra. do Dept. de Geografia da Universidade de Brasília (helengurgel@unb.br).
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emergência na região integrada de desenvolvimento do distrito federal e entorno (RIDE-DF). In. Simpósio Nacional de
Geografia da Saúde: dimensões geográficas dos impactos e desafios das pandemias. X., 2021, Campina Grande. Anais
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INTRODUÇÃO
O Brasil declarou emergência em saúde pública de importância nacional
ESPIN em 3 de fevereiro de 2020, por meio da Portaria GM/MS 188, logo após a
Organização Mundial da Saúde OMS declarar emergência internacional. O primeiro
caso nacional foi confirmado em 26 de fevereiro e o primeiro óbito em 12 de março, em
São Paulo. Desde então, o país superou 15.4 milhões de casos e perdeu mais de 430
mil vidas (BRASIL, 2021).
A Pandemia de COVID-19 entra em seu segundo ano demonstrando que o
manejo de uma emergência em saúde pública - ESP apresenta inúmeros desafios e
coloca em destaque as vulnerabilidades presentes nos sistemas de saúde, a fragilidade
das capacidades básicas instaladas para garantir atenção adequada à população e a
relevância de uma atuação articulada entre os componentes de gestão do SUS
federal, estaduais e municipais.
Um dos aspectos a ser observado no Sistema Único de Saúde - SUS é a
organização de sua rede de atendimento, observando o grau de complexidade dos
serviços e ainda as estratégias regionalizadas, que permite a cooperação entre os entes
federativos, tendo como premissa os princípios da universalidade, integralidade e
descentralização.
Nesse contexto de colaboração, se insere a Região Integrada de
Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE-DF). Assim, o objetivo deste
artigo é analisar a distribuição espacial das taxas de incidência e mortalidade por
COVID-19 na RIDE-DF, assim como demonstrar a capacidade de atendimento da
rede de saúde e identificar as principais medidas sanitárias de contingência adotadas
nos últimos 12 meses, considerando o período de maio de 2020 a maio de 2021.
PERCURSOS METODOLÓGICOS
No Brasil, municípios limítrofes que exibem algum tipo de integração em
suas dinâmicas socioeconômicas, políticas e ambientais cuja organização,
planejamento e execução de funções públicas têm interesse comum podem ser
agrupados em Regiões Metropolitanas (RM) ou em Regiões Integradas de
Desenvolvimento (RIDE).
A formação desses agrupamentos, por vezes, é condição indispensável
para a viabilidade técnica e financeira de serviços públicos por integrar a gestão de
funções urbanas cuja execução técnica extrapola a escala municipal. E, apesar de não
haver dispositivos legais que explicitamente reservem recursos para municípios
pertencentes a essas estruturas organizacionais, a integração formal de municípios em
RM ou RIDE pode facilitar a alocação de recursos públicos destinados à promoção de
iniciativas e investimentos que reduzam as desigualdades sociais (CAVALCANTE,
2020). Sumariamente, as RIDE se distinguem das RM por integrarem municípios
limítrofes pertencentes a mais de uma unidade da federação. Atualmente existem três
RIDE no Brasil: a RIDE do DF e Entorno, a RIDE Teresina e a RIDE Petrolina-Juazeiro
(CAVALCANTE, 2020).
A Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e do Entorno
(RIDE-DF) foi criada pela Lei Complementar 94/1998 e ampliada pela Lei
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Complementar nº 163/2018 que passou a integrar o Distrito Federal, 29 municípios de
Goiás e 4 municípios de Minas Gerais (Figura 1). Embora tenha sido criada com o
objetivo de planejar conjuntamente serviços comuns aos entes integrantes,
principalmente em questão de infraestrutura e geração de empregos, é observada
dificuldade crônica de efetivar o planejamento e a gestão das funções públicas de
interesse em comum em razão dos distintos graus de interação entre os municípios e o
Distrito Federal (CODEPLAN, 2020).
Os municípios que integram a RIDE-DF são bastante heterogêneos em
vários aspectos, dentre os quais pode-se destacar a distribuição populacional, que é
estimada em 4.627.771 habitantes que residem majoritariamente nos municípios mais
próximos ao Distrito Federal – cuja população ultrapassa 3 milhões de habitantes
(CODEPLAN, 2020).
Figura 1 - Localização da RIDE-DF. Fonte dos dados: CODEPLAN, DNIT e IBGE
Este trabalho trata-se de um estudo ecológico descritivo, em que se
desenvolveu análise comparativa entre a distribuição espacial das taxas de incidência
e mortalidade por COVID-19 (em três momentos distintos), a capacidade de
atendimento da rede de saúde e as medidas sanitárias de contingência adotadas no
último ano nos municípios que integram a RIDE-DF. O recorte temporal adotado neste
trabalho busca ampliar a análise iniciada em estudo previamente realizado sobre a
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COVID-19 na RIDE-DF ao longo dos primeiros meses de pandemia no país (SILVA et
al, 2020). Os dados referentes aos números de casos confirmados e óbitos por
COVID-19 foram obtidos através dos boletins epidemiológicos apresentados pelas
Secretarias de Saúde do Distrito Federal e dos estados de Minas Gerais e Goiás. As
taxas foram calculadas com base nas estimativas da população residente no ano de
2019, disponibilizadas pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal
(CODEPLAN, 2019) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2019).
Os dados sobre leitos exclusivos para o tratamento de COVID-19,
identificados como leitos complementares UTI II Adulto COVID-19 e UTI II Pediátrica
COVID-19, e de leitos com Suporte Ventilatório Pulmonar COVID-19, foram extraídos
no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNESNet), disponibilizado pelo
Datasus, sem dissociação entre público e privado. Para as análises, foram calculadas
as médias de leitos disponíveis nos meses entre abril de 2020 a abril de 2021, por
10.000 habitantes. Destaca-se que o período analisado não contemplou o mês de março
de 2020, por ainda não haver registro de leitos UTI adulto II COVID-19, UTI pediátrica II
COVID-19 e de suporte ventilatório pulmonar habilitados pelo Ministério da Saúde.
Os dados foram organizados em ferramentas de planilha eletrônica e
espacializados em mapas, utilizando técnicas da Cartografia Temática, por meio do
software livre “QGIS 3.4 “Madeira’”. Eles foram confeccionados a partir do método
coroplético de mapeamento. As figuras que representam a distribuição espacial da
incidência (Figura 3) e mortalidade (Figura 4) por COVID-19 foram discretizadas por
quartis de distribuição, e os mapas referentes à disponibilidade de leitos por quebras
naturais (RAMOS et al., 2016; ARCHELA; THÉRY, 2008).
Por fim, para identificar as medidas de contingências adotadas no âmbito
sanitário, foram analisados os conteúdos dos painéis COVID-19 das secretarias de
saúde do Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais, onde estes disponibilizam seus planos
de contingência, normativas, boletins epidemiológicos e orientações técnicas (GDF,
2021; GOIÁS, 2021; MINAS GERAIS, 2021).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A RIDE-DF contabilizava, até o dia 03 de maio de 2020, 1.721 casos
confirmados e 42 óbitos causados por COVID-19. Passados seis meses, em 03 de
novembro de 2020, esses números aumentaram para 230.261 casos confirmados e
4.366 óbitos; e, um ano depois, no dia 03 de maio de 2021, já tinham sido identificados
426.960 casos e 9.427 óbitos (Figura 2). Em outros termos, pode-se afirmar que, em
seis meses, houve aumento de 13.379% de casos confirmados e 10.295% de óbitos, ou
que, em doze meses, houve aumento de 24.709% de casos confirmados e 22.345% de
óbitos decorrentes de COVID-19 na RIDE-DF.
Como 78,5% dos casos confirmados são do Distrito Federal, este continuou
responsável pela maior parte dos casos observados na RIDE-DF. De fato, como
apresentado na Figura 2, se os casos confirmados pelo Distrito Federal forem
desconsiderados (n = 335.325), todos os demais municípios da RIDE-DF confirmaram
91.635 casos até o dia 03 de maio de 2021.
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Figura 2: Casos confirmados de COVID-19 na RIDE-DF. Fonte dos dados: Secretarias Estaduais
de Saúde.
Na data inicial (03/05/20), a taxa de incidência de COVID-19 na RIDE-DF
variava de 0 a 271,7 casos confirmados por 100 mil habitantes. Até aquela data, 21 dos
34 municípios integrantes da RIDE-DF ainda não haviam confirmado casos de COVID-
19. À exceção de Brasília-DF, o município de Goianésia-GO apresentava a maior
incidência à época na região, com 39,5 casos confirmados por 100 mil hab. Naquele
momento, Brasília-DF enquanto município apresentava incidência de 53,6 casos
confirmados por 100 mil hab., e a variação das taxas de incidência em suas Regiões
Administrativas (RAs) alertavam para a necessidade de medidas de contingência
mais efetivas devido à alta incidência como o Lago Sul-DF (271,7), Plano Piloto-DF
(107,2) e Águas Claras-DF (101,8) (Figura 3A) (SILVA et al., 2020).
Com o passar do tempo, foi possível observar uma configuração da
dispersão espacial da COVID-19 na região de forma mais heterogênea. No mês de
novembro de 2020, por exemplo, todas as 16 unidades espaciais que apresentaram as
maiores taxas de incidência da doença na região ( 5.543,7/100 mil hab.) foram RAs do
DF. A RA de Sobradinho-DF (10.757,4) passou a liderar o “ranking” na classificação da
região, seguida do Lago Sul-DF (9.349,6), Riacho Fundo-DF (8.609,2), Taguatinga-DF
(8.600,2) e Plano Piloto-DF (7.569,2) (Figura 3B).
Em maio de 2021, Sobradinho-DF e Lago Sul-DF mantiveram suas posições
de destaque na incidência de COVID-19 na RIDE-DF, com 20.426,4 e 19.573,9 casos
a cada 100 mil hab., respectivamente. Enquanto isso, o Plano Piloto-DF (15.943,2)
saltou algumas posições, configurando-se como a terceira unidade espacial da região
com a maior incidência de casos confirmados de COVID-19. Pode-se afirmar que no
atual momento da pandemia, além de Brasília-DF, os municípios com maior incidência
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de COVID-19 na RIDE são Goianésia-GO (11.470,5) e Barro Alto-GO (10.799,7).
Também apresentaram elevada incidência os municípios de Unaí-MG (9.242,9),
Luziânia-GO (8.708,1), Cidade Ocidental-GO (7.024,8), Alvorada do Norte-GO
(6.974,56), Alto Paraíso de Goiás-GO (6.873,0), Valparaíso de Goiás-GO (6.476,0),
Formosa-GO (6.185,8), Niquelândia-GO (6.064,0) e Cocalzinho de Goiás-GO (6.032,6)
(Figura 3C).
Figura 3: Distribuição Espacial das Taxas de Incidência de COVID-19 na RIDE-DF e Entorno.
Fonte dos dados: Secretarias Estaduais de Saúde.
Por outro lado, enquanto que no início da pandemia os óbitos decorrentes
de COVID-19 ainda não eram suficientes para explicitar padrões espaciais da doença
na RIDE-DF somente identificar unidades espaciais com maior “risco” (Figura 4A).
Após alguns meses, tornou-se possível identificar a persistência e a intensificação
desses desfechos concentrados em algumas regiões. Em novembro de 2020, por
exemplo, já era possível observar de forma bastante nítida a concentração de óbitos na
porção oeste do DF, com a proeminência das RAs de Sobradinho-DF (220,7),
Taguatinga-DF (184,1), Núcleo Bandeirante-DF (154,4), Gama-DF (152,4) e Ceilândia-
DF (152,3). O município de Goianésia-GO também se destacou nesse momento, com
134,1 óbitos por 100 mil habitantes (Figura 4B).
Passado um ano, verificou-se que a COVID-19 manteve a concentração de
óbitos na região oeste do DF. Destaca-se, nesse momento da pandemia, a configuração
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espacial da distribuição das taxas de mortalidade na região que se apresenta de
maneira concêntrica (quanto mais próximo do DF, maior a intensidade), sugerindo
aumento progressivo da mortalidade na região do entorno do DF (Figura 4C).
Figura 4: Distribuição Espacial das Taxas de Mortalidade por COVID-19 na RIDE-DF e
Entorno. Fonte dos dados: Secretarias Estaduais de Saúde.
A letalidade pela COVID-19 é determinada pelas características dos
indivíduos afetados (co-morbidades e hábitos de vida), bem como pela oferta e
disponibilidade de equipamentos e recursos terapêuticos (DE SOUZA et al. 2020).
Nesse sentido, a presença de vazios assistenciais pode levar o sistema ao colapso em
diversas microrregiões e macrorregiões de saúde, operando além de sua capacidade e
comprometendo o atendimento, principalmente a pacientes com sintomas mais severos
(NORONHA et al. 2020).
Em relação à disponibilidade de leitos de UTI II – SRAG COVID-19 (Adulto
e Pediátrica) na RIDE-DF, de abril de 2020 a abril de 2021, apenas o Distrito Federal,
Águas Lindas de Goiás-GO, Formosa-GO, Luziânia-GO, Planaltina-GO e Unaí-MG
tiveram estes leitos instituídos, com maiores médias de leitos disponíveis em Unaí-MG
e Distrito Federal, com 1,19 e 1,28 por 10 mil habitantes, respectivamente (Figura 5-A).
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Figura 5: Distribuição espacial da média de leitos de UTI adulto e pediátrica e suporte
ventilatório pulmonar disponíveis no período de abril 2020 a abril 2021. Fonte dos dados:
CNES-MS.
De forma complementar aos leitos de UTI específicos para COVID-19, foram
instituídos também leitos com Suporte Ventilatório Pulmonar COVID-19 no Distrito
Federal e em mais 9 municípios da RIDE-DF, sendo maiores as médias de
disponibilidade em Cabeceiras-GO, São João D’Aliança-GO e Águas Lindas de Goiás-
GO, com 2,88, 2,23 e 1,17 por 10 mil habitantes, respectivamente (Figura 5-B).
É importante chamar a atenção quanto à possibilidade da distribuição
desigual de recursos materiais e humanos pode interferir na condição de enfrentamento
da doença, impactando nas taxas de letalidade pela COVID-19 e no colapso do sistema
de saúde (CASTRO et al. 2020;
NORONHA et al., 2020
).
Nesse aspecto, Noronha et al. (2020) destacaram três ações relevantes para
o sistema de saúde no contexto da pandemia. A primeira refere-se à necessidade da
redução da velocidade de propagação da COVID-19 na população brasileira, utilizando
como estratégia a testagem em massa e o distanciamento social, a segunda à
necessidade de se expandir os leitos disponíveis e terceira diz respeito à
organizaç
ão
da oferta dos serviços de saúde, que é regionalizada e dependendo da rapidez que os
casos graves evoluem, é fundamental a organização da lógica do referenciamento para
evitar tempo de espera, o que pode levar pacientes ao óbito.
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A dimensão e complexidade desta pandemia são evidenciadas também pelos
inúmeros instrumentos normativos e de orientação técnica emitidos pelas autoridades
sanitárias e demais órgãos governamentais, de diversos setores, tanto em uma escala
internacional quanto nacional, incluindo aqueles emitidos pelos municípios. No âmbito
da saúde, as estratégias de contingência envolvem o emprego de medidas de
prevenção, controle e contenção de riscos, de redução de danos e agravos à saúde
(Brasil, 2020).
Na RIDE, os municípios e o Distrito Federal iniciaram essas medidas a partir dos
decretos de situação de emergência ou calamidade pública emitidos pelos
governadores de Goiás, Minas Gerais e do Distrito Federal, situação em que se
encontram até este momento (GOIÁS, 2020; MINAS GERAIS, 2020; GDF, 2020). Essas
normativas possibilitaram regulamentar adaptações das estratégias governamentais
para o manejo da emergência, incluindo a autorização para serviços extraordinários e a
contratação direta, dispensando processos licitatórios, conforme prevê o art. 24, da Lei
8.666/93 (BRASIL, 1993).
Nesse contexto sanitário, as iniciativas identificadas se estabeleceram
principalmente em dois grupos. As institucionais, que envolveram, dentre outros
aspectos, a elaboração de planos de contingência, recomendações aos profissionais de
saúde e à população, definição de estratégias de análise e divulgação contínua dos
dados sobre casos e óbitos, levantamento da capacidade instalada para o atendimento
e o estabelecimento de medidas para dotar os serviços das condições de atendimento
dos casos suspeitos e confirmados, principalmente aqueles que precisaram de
internação de alta complexidade. As medidas voltadas para a população envolveram,
dentre outras, a obrigatoriedade do uso de máscara, o distanciamento social, etiqueta
respiratória, higienização das mãos, limpeza de ambientes e isolamento domiciliar de
casos suspeitos e confirmados (GDF, 2021; GOIÁS, 2021; MINAS GERAIS, 2021;
FIOCRUZ, 2021).
As dificuldades apresentadas no manejo desta emergência na RIDE-DF são
similares, e até decorrentes, das incongruências apresentadas pela gestão federal na
resposta à pandemia. São consequências de uma combinação de fatores que envolvem
falhas na tomada de decisão e liderança para a definição de estratégias conjuntas de
atuação - principalmente na gestão governamental, subdimensionamento das
demandas e necessidades de saúde. Isso tem demonstrado que a análise de situação
de saúde não foi observada de forma adequada, resultando em mobilização de recursos
inoportuna ou insuficiente. Esses aspectos levaram ainda a um clima de desconfiança
da população sobre o discurso praticado pelos especialistas e políticos, culminando na
ampliação do risco de exposição ao coronavírus e no número de contaminados e óbitos
registrados.
Para mudar esse contexto, considerando que a vacinação em andamento
ocorre de forma mais lenta que o necessário para o controle da transmissão, e ainda as
novas variantes do vírus, é necessário continuar investindo em medidas não-
farmacológicas, combinadas com ampliação da capacidade de atendimento nas
unidades de saúde.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Situações de emergências exigem rápida tomada de decisão e ampla
capacidade de atuação articulada para propiciar medidas oportunas e efetivas de
contingência. Isso resulta em uma gama de desafios à saúde pública e exige que o
processo de preparação seja parte da rotina dos sistemas de saúde, tanto no campo da
vigilância quanto da atenção à saúde.
Nesta pandemia, as medidas sanitárias adotadas foram diversas e se
estabeleceram em diferentes níveis ao longo do território nacional. A indefinição de uma
estratégia comum, a partir de diretrizes nacionais, levou o Supremo Tribunal Federal a
reafirmar a competência, estabelecida na Constituição Federal de 1988, dos entes da
federação – estados, Distrito Federal e municípios - de decidir sobre as medidas a serem
implementadas para o manejo da emergência em decorrência da COVID-19, no âmbito
de seus territórios (STF, 2020).
A partir disso, cada ente federativo estabeleceu suas próprias medidas de
contenção e controle, desde o estabelecimento de orientações sobre os cuidados
individuais e coletivos, medidas de distanciamento social e de restrição da circulação de
pessoas e serviços.
Na RIDE-DF, isso não foi diferente. O DF e os estados de Goiás e Minas
Gerais adotaram medidas particulares e a circulação da população entre os municípios
que compõem a RIDE-DF na busca pelos serviços de saúde levou a alguns conflitos,
amplamente divulgados na mídia (SCHWINGEL, 2021), principalmente entre os
governadores do Distrito Federal e de Goiás, que se acusaram mutuamente de
negligência.
AGRADECIMENTOS
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
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Article
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Este artigo visa analisar a espacialização das taxas de incidência e mortalidade por COVID-19 na RIDE, a capacidade de atendimento da rede de saúde e as medidas sanitárias de contingência adotadas. Foram analisadas as taxas de incidência, mortalidade e ocupação dos leitos de UTI, a disponibilidade de respiradores e ambulâncias de emergência bem como as recomendações de saúde disponibilizadas pelo MS e secretarias estaduais de saúde. Desde o primeiro caso, observou-se um progressivo aumento diário e a taxa de incidência variou de 2,2 a 271,7 (casos por 100 mil habitantes) concentrando-se em Brasília-DF (53,6), Goianésia-GO (40,0) e Valparaíso de Goiás-GO (10,1) enquanto a maior taxa de mortalidade ocupa as regiões mais periféricas. Apenas 10 municípios e o DF apresentam o mínimo de leitos estabelecidos e o número de respiradores e ambulâncias atuais não atendem à demanda. Apesar do fluxo de pessoas em busca dos serviços de saúde em outro estado, não foi identificada essa previsão nas medidas de contingência estabelecidas pelas secretarias de saúde do DF, GO e MG. A experiência adquirida nesta pandemia evidencia a relevância de um sistema de saúde público, universal e gratuito e revela as fragilidades resultantes do subfinanciamento crônico do SUS.
Article
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The article systematizes the fundamental concepts of the cartographic process which must be respected in the construction of maps if they are to be useful for the analysis and the comprehension of geographical space. It establishes a correlation between the maps produced with the assistance of free softwares, graphic semiology and the preparation made by the "manufacturer" of the maps. A didactic analysis introduces a classification of the types of maps according to the mode of expression, scale, contents, type of implantation, level of organization, visual variables and methods of cartography, in order to contribute to the training of the "manufacturers" and "readers" of charts. Finally, it analyzes the cartographic language present in maps at several scales.
Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS)
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  • Ricardo
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Evolução espaço temporal da letalidade por COVID-19 no Brasil
  • D E Souza
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Dispõe sobre a decretação de situação de emergência na saúde pública do Estado de Goiás, em razão da disseminação do novo coronavírus (2019-nCoV). DO -Suplemento
  • Goiás
  • Governo Do Estado De Goiás
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