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CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DO ÊXODO RURAL NO NORDESTE BRASILEIRO CAUSES AND RURAL EXODUS AFTERMATH IN NORTHEASTERN BRAZIL

Authors:
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CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DO ÊXODO RURAL NO NORDESTE BRASILEIRO
FONSECA, Wéverson Lima
1
FONSECA, Wéverton José Lima2
OLIVEIRA, Augusto Matias de3
VOGADO, Gleissa Mayone Silva4
SOUSA, Gioto Ghiarone Terto e5
SOUSA, Tiago de Oliveira6
SOUSA JÚNIOR, Severino Cavalcante de7
LUZ, Carlos Syllas Monteiro8
Recebido em: 2014.12.31 Aprovado em: 2015.05.08 ISSUE DOI: 10.3738/1982.2278.1422
RESUMO: O presente artigo apresenta resultados de estudos que tem por objetivo fornecer informações sobre o
êxodo rural na região Nordeste, visando incentivar as organizações governamentais a promover movimentos sociais
no campo que priorize o pequeno agricultor a desenvolver suas atividades agrícolas. Entre as causas desse processo,
a falta de emprego e o poder atrativo que as cidades exercem sobre a população rural, são as mais frequentes. Diante
disso, as informações apresentadas neste trabalho serão de fundamental relevância para a criação de políticas
públicas visando o aperfeiçoamento do pequeno agricultor com técnicas agrícolas.
Palavras-chave: Migrações. Subsídio. Geração de emprego e renda.
CAUSES AND RURAL EXODUS AFTERMATH IN NORTHEASTERN BRAZIL
SUMMARY: This article presents results of studies which aims to provide information on the rural exodus in the
Northeast, aiming to encourage government organizations to promote social movements in the field that prioritizes
small farmers to develop their agricultural activities. Among the causes of this process, the lack of jobs and the
attractive power that cities have on the rural population, are the most frequent. Therefore, the information presented
in this paper will be of key importance for the creation of public policies for the improvement of small farmers with
agricultural techniques.
Keywords: Migration. Allowance. Generating employment and income.
INTRODUÇÃO
No Brasil, o estudo acerca do êxodo rural em particular a região Nordeste está se tornando cada
vez mais frequente. Isso se deve ao seu caráter interdisciplinar e à sua importância, que se torna cada vez
maior, para os órgãos públicos na tomada de decisões que visam às melhorias para a população.
O desencadeamento do êxodo rural é uma modalidade de migração em consequência, entre outros
fatores, da implantação de um modelo econômico moderno na produção agropecuária, onde afetou
profundamente a vida dos agricultores familiares ( VANDERLINDE, 2005). A modernização da
1
Mestrando em Agronomia/Fitotecnia (CPCE/UFPI), Bom Jesus, Piauí, Brasil.
2Mestrando em Ciência Animal (CCA/UFPI), Teresina, Piauí, Brasil.
3Graduando em Biologia (CPCE/UFPI), Bom Jesus, Piauí, Brasil.
4Graduanda em Zootecnia (CPCE/UFPI), Bom Jesus, Piauí, Brasil.
5Mestre em Ciência Animal- (CCA/UFPI), Teresina, Piauí, Brasil.
6Mestrando em Agronomia/Fitotecnia (CPCE/UFPI), Bom Jesus, Piauí, Brasil.
7Doutor em Genética e Melhoramento Animal - (UNESP), Jaboticabal, São Paulo, Brasil.
8Doutorando em Ciência Animal - (CCA/UFPI), Teresina, Piauí, Brasil.
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agricultura incentivou a mecanização do setor rural (AUGUSTO; RIBEIRO, 2005), porém, a adoção do
novo modelo padrão tecnológico, baseado em insumos agrícolas e na mecanização, quebrou a lógica da
agricultura familiar (VANDERLINDE, 2005), uma vez que os produtores de baixa que não conseguem
realizar mecanização em sua produção e têm baixo rendimento de produtividade, está submetido à
desvantagem no mercado. De acordo com Wanderley (2009), o êxodo rural atinge um grande número de
pequenos agricultores, o que os torna extremamente vulneráveis, no que se refere à sua permanência no
meio rural.
A região Nordeste, tem se caracterizado por sucessivos movimentos migratórios intensificados
pela ocorrência do êxodo rural (SANTOS et al., 2009). O processo de êxodo rural vem sendo ocasionado
principalmente por parte da população da zona rural que saem do campo em busca de melhores condições
de vida nas cidades, atraídos pelo lucro financeiro e pelo fator atrativo que as cidades exercem nas
populações de baixa renda (CASAGRANDE; SOUZA, 2012).
Porém, esse processo gera vários problemas sociais, com destaque para o desemprego e o
subemprego (MATTAR, 2003). Além disso, nas cidades, atividades como vendedores ambulantes,
catadores de materiais recicláveis, flanelinhas, entre outros, são a cada dia as mais comuns (PEREIRA;
LOPES, 2013). Outro fator negativo a citar é o inchaço das cidades, que na ausência de um planejamento
urbano há o superpovoamento de bairros pobres, moradias em locais sem estrutura e o aumento de favelas
(FRANCISCO, 2014).
Na tentativa de reduzir esses efeitos se fazem necessárias políticas públicas criadas com o objetivo
de mudar esse efeito negativo do êxodo rural, devendo subsidiar os pequenos produtores, para evitar a
emigração da população rural para as cidades em busca de uma melhor sobrevivência. Uma das medidas
para reverter essa situação é a reforma agrária (LOPES, 2002). Com a ampliação da fome e da miséria, do
desemprego, do inchaço dos centros urbanos e das reduzidas taxas de crescimento econômico, os
assentamentos rurais representam uma importante iniciativa no sentido de gerar empregos diretos e
indiretos a baixo custo e para estabelecer um modelo de desenvolvimento agrícola em bases sociais mais
igualitárias (GIRARDI; FERNANDES, 2008). Além disso, as hortas comunitárias e a agricultura urbana
vêm sendo desenvolvidas, a fim de se implantar um modelo de planejamento urbano que priorize a
sustentabilidade.
Desta forma, objetivou-se com o estudo apresentado nesse artigo fornecer informações sobre o
êxodo rural na região Nordeste, visando incentivar as organizações governamentais a promover
movimentos sociais no campo que priorize o pequeno agricultor a desenvolver suas atividades agrícolas.
A REGIÃO NORDESTE
O Brasil é um país de proporções continentais onde cada região possui aspectos fisiográficos
singulares, com características únicas e com enormes diferenças físicas, sociais, culturais, populacionais e
políticas (SANTOS et al., 2009). Porém, na região do Nordeste brasileiro apresenta suas próprias
qualidades e diversidades. Ab’saber (2003) descreve a região do Nordeste seco do Brasil, como uma
província fitogeográfica das caatingas, onde predominam as temperaturas médias anuais muito elevadas e
constantes.
De acordo com Santos et al. (2009) as regiões semiáridas são sempre de origens climáticas,
hídricas e fitogeográficas com baixos níveis de umidade, escassez de chuvas, irregularidade e
precipitações ao longo do ano, prolongados períodos de carência hídrica, solos problemáticos, salinos,
carbonáticos e ausência de rios perenes, que se refere às drenagens autóctones. No entanto a região
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Nordeste do Brasil apresenta variações climáticas, caracterizada seca e com menos concentração climática
(SANTOS et al., 2009).
A região Nordeste apresenta problemas estruturais quanto à sustentabilidade dos sistemas de
produção de alimentos, que aliados aos constantes efeitos do clima, a exemplo das secas, dificultam sua
manutenção e desenvolvimento como a degradação do solo, água, diminuição da biodiversidade de
espécies e, como consequência ao meio ambiente, início do processo de desertificação (BARBOSA;
SANTOS, 1998, PAN-BRASIL, 2005). De acordo com Medeiros Filho e Souza (1988), a pobreza da
região é originada pela inadequada estrutura latifundiária, do sistema de crédito agrícola, comercialização,
insuficiente, deficiente sistema educacional e da ineficiência das políticas públicas.
Conforme a descrição feita pela MMA (2003), parte da região Nordeste possui uma importante
representação vegetal e paisagística, o Bioma Caatinga, que ocupa quase 10% do território nacional,
abrange os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, sul e
leste do Piauí e norte de Minas Gerais. Região de clima semiárido e solo raso e pedregoso, embora
relativamente fértil, o bioma é rico em recursos genéticos resultante da sua grande biodiversidade
(SANTOS et al., 2009).
PROCESSO MIGRATÓRIO E O ÊXODO RURAL
De acordo com Evangelista e Carvalho (2001), o processo migratório é um movimento
populacional que se dirige de uma região para outra e modifica o tamanho e a composição das populações
de distribuição por sexo, idade e força de trabalho, e com isso, a migração é uma das variáveis mais
importantes da dinâmica populacional, junto com a natalidade e a mortalidade. A migração é um processo
seletivo que afeta indivíduos possuidores de determinadas características econômicas, sociais,
educacionais e demográficas (TODARO, 1999).
Conforme Santos et al. (2009) os grandes eventos de migração ocorridos em outras épocas tiveram
sua causa nas invasões, conquistas, êxodos, mudanças sazonais, fome, superpopulação de determinadas
regiões, entre outras. Migrante é, pois, toda a pessoa que migra e se transfere de seu lugar habitual, do seu
domicílio comum para outro lugar, região ou país. Refere-se às migrações em geral, tanto de entrada
quanto de saída de um país, região ou lugar. É comum, também, falar em "migrações internas", referindo-
se aos migrantes que se movem dentro do país (GONÇALVES, 2004).
No caso das motivações que levam à formação de fluxos migratórios, a conjuntura econômica é
insuficiente para compreender o fenômeno em toda a sua plenitude (SANTOS et al., 2009). É o que
defende o demógrafo Rezende (2005), autor de uma premiada tese de doutorado, que discute o conceito de
migração e propõe uma nova forma de analisá-lo. Nesse contexto, o êxodo rural no Nordeste brasileiro é
um fenômeno construído a partir da integração de processos econômicos, sociais, políticos, culturais e
ambientais, que afeta a qualidade de vida humana, nas áreas de aridez edáfica ou climática (SANTOS et
al., 2009).
No Brasil, os movimentos migratórios têm envolvido maior número pessoas de baixa renda, que
perdem as condições de trabalho em seus lugares de origem e vivem no limite de sua sobrevivência
(SOBRINHO, 1982). Esses, ao longo dos séculos, têm deixado o Nordeste brasileiro em direção às áreas
mais dinâmicas da economia brasileira, migram dos seus municípios para as capitais e especialmente para
o eixo Rio/São Paulo, bem como, para as áreas de fronteira agrícola, na tentativa de sua sobrevivência
(SILVA; GOMES, 2001).
O êxodo rural no nordeste brasileiro é ocasionado devido a vários fatores, que podem ser de
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ordem sociais, econômicas, culturais, políticos e ambientais, fatores estes que interferem a qualidade de
vida humana. O processo de mudança de pessoas do meio rural para o meio urbano é conhecido como
migração rural-urbana, podendo ocorrer à mudança de algumas pessoas, grupos ou até povos, devido a
várias motivações, que podem ser de natureza voluntária ou não (SANTOS et al., 2009).
De acordo com Camarano e Abramovay (1999), o processo de esvaziamento da população rural
pode ser respondido pelos movimentos migratórios, uma vez que as pessoas deixam o meio rural em busca
de uma melhor condição de vida. Um fator que vem sendo observado é a concentração progressiva e
acentuada de pessoas nas áreas urbanas, principalmente nas grandes cidades. No ano de 1940, apenas 31%
dos brasileiros habitavam em regiões urbanas, já em 1996, este número subiu para 78%.
A grande maioria desta população encontra-se nas áreas metropolitanas. Em 1991, 43 milhões de
habitantes eram abrigados nestas regiões, o que correspondia a 24% da população brasileira. Já no período
de 1980-91, absorveram 29% do incremento populacional. Conforme os dados do Censo IBGE (2000),
81,23% da população viviam nas cidades e em 2010, esse número subiu para 84,36%. A mudança destas
pessoas para os grandes centros urbanos ocorre em vista de mudanças econômicas nacionais e mundiais.
A BUSCA DE MELHORES CONDIÇÕES DE VIDA NA CIDADE
O problema do êxodo rural é consequência da mecanização da agricultura, uma vez que o pequeno
agricultor não consegue mecanizar suas terras e acaba em desvantagem no mercado. Diante dessa
situação, procuram melhores opções de vida nas grandes cidades, pois muitas vezes são atraídos por uma
falsa ilusão que as cidades despertam nas pessoas (CASAGRANDE; SOUZA, 2012).
A falta de investimentos na área agrícola também faz com que o agricultor desanime diante dos
inúmeros problemas que tem de enfrentar sem receber subsídios do governo. As pessoas idosas,
aposentadas na zona rural, muitas vezes, também migram para as cidades em busca de sossego e acesso
fácil a farmácias, bancos e supermercados, em razão de sua idade avançada (HERMES; VALENTE,
2006).
AS CAUSAS NORTEADORAS DO ÊXODO RURAL NA REGIÃO NORDESTE
Com a adaptação e o desenvolvimento de inovações da Revolução Verde no final da década de
1970, originou-se a intensa modernização da agropecuária no Brasil, especialmente no Centro-Sul e, mais
recentemente, na região dos cerrados (AUGUSTO; RIBEIRO, 2005). A partir de então, surgiram politicas
de modernização onde os beneficiários foram os grandes produtores (VANDERLINDE, 2005). Com a
falta de subsídios e incentivos do governo, os pequenos produtores começaram a se deslocar para as
grandes cidades para a procura de emprego.
Singer (1976) explica que “a mecanização da agricultura está historicamente ligada à redução da
força de trabalho empregada na agricultura. Ela se desenvolveu em primeiro lugar nos Estados Unidos e
estava ligada à redução da mão de obra agrícola naquele país”.
Com a falta de incentivos na agricultura, os agricultores migram para a cidade, gerando uma
massa de desempregados que se sujeitam, muitas vezes, a trabalhos com baixa remuneração. Segundo
Hermes e Valente (2006), as migrações têm várias causas, sendo a principal o descontentamento
econômico, o desejo de algo novo, a busca pelo lucro financeiro, um melhor modo de vida, um emprego
mais favorável, ou ainda, uma melhor moradia. Esse processo migratório pode ser temporário ou,
definitivo, interno ou externo, dependendo do objetivo e da necessidade de cada grupo populacional.
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AS CONSEQUÊNCIAS DO ÊXODO RURAL NA REGIÃO NORDESTE
As pessoas que se encontram sem opções de vida no campo pela carência de investimentos no
setor agrário acabam sendo obrigadas a migrarem para a cidade para garantirem a sobrevivência de sua
família (HERMES; VALENTE, 2006). Este fato faz com que haja um aumento populacional desordenado,
além do desemprego e do subemprego nessas cidades, bem como o inchaço das cidades.
De acordo com Hermes e Valente (2006), as migrações geram diversas consequências tanto nas
áreas de recepção quanto nas áreas de origem. Nas áreas de recepção, acarretam crescimento das cidades,
ou seja, aumentam a taxa de urbanização. Além disso, há o povoamento de novas áreas, o desbravamento
de novas terras, ocorrendo, muitas vezes, dificuldades de adaptação ao novo meio. Já nas áreas de origem,
ocorre a diminuição da população, a perda dos elementos mais ativos, além do esvaziamento do campo,
caracterizado pelo êxodo rural.
Monteiro e Monteiro (2006) em estudo realizado na cidade de Teresina-PI relatou que o inchaço
populacional na capital se comprova na medida em que, em 1991, segundo a Prefeitura Municipal de
Teresina, havia 56 vilas e favelas cadastradas, ao passo que em 1999, no terceiro Censo de Vilas e
Favelas, a cidade contava com 150 vilas e favelas. Considera-se o aspecto renda, em 1993, 69,50% das
famílias auferiam até um salário mínimo mensal. Em 1996 essa parcela se reduz para 42,16%, e em 1999
aumenta para 55,97%. Esse valor representa a precariedade das condições de vida da população habitante
da periferia de Teresina. Estes dados apontam para a falta de políticas de fomento à indústria local e ao
setor primário com vistas à reversão do fluxo rural urbano, bem como para o reflexo da precarização do
emprego na cidade. Dessa forma, faz-se mister a ação do Estado no sentido de conter e minimizar a
pobreza urbana teresinense, concentrada, de forma expressiva, nas vilas e favelas teresinenses.
ALTERNATIVAS VIÁVEIS PARA REDUZIR O ÊXODO RURAL
O intenso processo de êxodo rural verificado na segunda metade do século XX, responsável pelo
alto grau de urbanização alcançado por nossa população, encontra-se hoje em fase de desaceleração,
tornando-se cada vez mais significativa a migração entre pequenos municípios rurais e o movimento
cidade-campo (MARQUES, 2002). Uma das medidas contribuintes para esse processo de desaceleração
do êxodo rural é a implantação de assentamentos rurais (GIRARDI; FERNANDES, 2008). De acordo com
Bergamasco e Norder (1996) os assentamentos rurais podem ser definidos como a criação de novas
unidades de produção agrícola, por meio de políticas governamentais visando o reordenamento do uso da
terra, em benefício de trabalhadores rurais sem terra ou com pouca terra. Desta forma, os assentamentos
seria uma política pública viável para o desenvolvimento do campo no Brasil.
Outra medida para diminuir o fluxo migratório do agricultor rural para a cidade é a reforma
agrária (LOPES, 2002) feita de forma ordenada e consciente, com a desconcentração de terras de
proprietários que não a cultivam, repartindo-as entre aqueles que realmente sabem e querem produzir,
dando-lhes condições e incentivos para o desenvolvimento de suas lavouras. Monteiro e Monteiro (2006)
relataram sobre a importância das Hortas Comunitárias, implantadas pela Prefeitura Municipal de
Teresina-PI que teve o objetivo de gerar trabalho e renda e melhorar o padrão alimentar das famílias
carentes da periferia. De acordo com Madaleno (2001), a agricultura urbana é cada vez mais considerada
como parte integral da gestão urbana, sendo uma ferramenta para a diminuição da pobreza, por meio da
geração de renda e empregos, e do manejo ambiental.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O êxodo rural se relaciona com a falta de incentivos financeiros por parte das organizações
governamentais para o pequeno agricultor. O homem do campo por enfrentar inúmeras dificuldades acaba
se deslocando para as grandes cidades, porém, nem sempre encontram melhores condições de
sobrevivência. O êxodo rural além de promover o crescimento populacional desordenado das cidades, gera
o desemprego e acaba com o sonho de muitos agricultores que saem em busca de melhores condições de
vida. A criação de políticas públicas como hortas comunitárias, assentamentos rurais e agricultura urbana
em benefício do trabalhador rural pode ser uma medida de fundamental relevância para a desaceleração do
êxodo rural.
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... The rural exodus process is characterized as a problem in urban spaces, since it favors the disorderly growth of cities, generating infrastructure problems, lack of access to public and private goods and increased unemployment (FONSECA et al., 2015;NASCIMENTO et al., 2018). The migratory population is often concentrated in the peripheral regions of urban centers, contributing to the increase in pockets of poverty and, due to difficulties in entering formal work, tends to be inserted in segments of urban agriculture, developing agricultural activities, as was already the case in their cities of origin (FONSECA et al., 2015;SOUZA et al., 2019). ...
... The rural exodus process is characterized as a problem in urban spaces, since it favors the disorderly growth of cities, generating infrastructure problems, lack of access to public and private goods and increased unemployment (FONSECA et al., 2015;NASCIMENTO et al., 2018). The migratory population is often concentrated in the peripheral regions of urban centers, contributing to the increase in pockets of poverty and, due to difficulties in entering formal work, tends to be inserted in segments of urban agriculture, developing agricultural activities, as was already the case in their cities of origin (FONSECA et al., 2015;SOUZA et al., 2019). Additionally, it is worth mentioning that the urban gardens studied have been promoting work and income, not only for the farmers interviewed, but also for other members of the communities in which they are inserted. ...
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Urban agriculture is an alternative for generating jobs, food production and sustainable development in cities. However, the activity has faced challenges being carried out in Brazil, often spontaneously and lacking government support. Thus, this work aimed at highlighting the contribution of urban gardens to the promotion of Food and Nutrition Security (production and availability) and sustainable development in the city of Salvador, Brazil. A descriptive study was carried out, with data collection from farmers in urban gardens in the city. It was shown that the gardens have been promoting work and generating income for families, contributing to food supply and security. In addition to producing fresh vegetables for the local population, the activity contributes to the balance of ecosystems and sustainability. Due to its strategic relevance, the findings point to the need for urban gardens to be included in the formulation of supply and sustainable development policies in the city.
... Por ser uma garantia constitucional, a preocupação com o meio ambiente ganha relevância, na gestão e organização do território urbano, com a intensificação do êxodo rural ao longo das últimas décadas no Brasil (Fonseca et al., 2015). A forma como esse processo ocorreu desencadeou uma aceleração no crescimento dos centros urbanos, mas também trouxe uma série de desafios às cidades. ...
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A avaliação de impacto ambiental deve sempre ser exigida quando uma atividade está relacionada à existência de riscos sérios e irreversíveis ao meio ambiente e à saúde humana. Isso se aplica à vertente do saneamento relacionada a atividade de disposição final dos resíduos sólidos. O presente artigo avaliou os impactos ambientais no local sobre a população e como isso fere seu direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Foi possível avaliar os impactos negativos observados, para a população do entorno como aumento dos processos erosivos, depreciação da qualidade da água subterrânea, poluição do ar, poluição do solo, proliferação de macro e micro vetores de contaminação e poluição visual. Além disso, a presença de catadores de materiais recicláveis na área do aterro controlado é um agravante à condição atual da disposição final no município. Apesar do aparato legal municipal elucidar sobre o acesso ao direito à cidade para todos, percebe-se a ausência da função socioambiental do Poder Público em relação ao aterro controlado e seus impactos negativos, ferindo os direitos fundamentais dessas pessoas.
... A modernização do campo e o processo de urbanização das cidades foram alguns dos fatores que mais influenciaram o êxodo rural entre os anos de 1980-1991, provocando "inchaços" populacionais nos centros urbanos, posto que os pequenos produtores não conseguiram acompanhar esse desenvolvimento verde, principalmente na aquisição de maquinário modernos (Fonseca et al., 2015;Mueller;Martine, 2022). ...
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A juventude que reside no meio rural é afetada negativamente desde a urbanização do Brasil iniciada na década de 50. Este trabalho objetivou investigar os motivos que podem levar ao êxodo rural da juventude no Povoado Natal localizado no município de São Luís Gonzaga do Maranhão – MA. O estudo foi realizado em 2022 com aplicação de questionário seguindo a metodologia “bola de neve” com 20 jovens da comunidade. Os dados foram armazenados e tabulados no pacote Office Excel da Microsoft. 65% dos jovens possuíam entre 15-20 anos, 30% já saíram da comunidade em busca de emprego, 40% cursavam o ensino médio, 80% pretendem dar continuidade aos estudos e 65% se sentem apoiados pelos pais a estudarem. Em relação às dificuldades enfrentadas pela juventude, 25% relataram que não gostam de morar na comunidade e 70% afirmaram que possuem o desejo de saída do meio rural. 65% dos jovens conhecem projetos relacionados a políticas públicas como: PRONAF, PAA e PNAE, contudo 90% não participam de nenhum programa e 75% afirmaram que esse fator pode levá-los a deixar o campo. A falta de direitos considerados básicos como trabalho, educação, saúde e lazer são oferecidos na comunidade de maneira precária e pode levar a uma expulsão desses jovens do campo em curto tempo.
... The rural exodus directly affects family farming, impacting the family, its structure and the local economy, and the rupture of the ties that have been established with its members may occur, and causing them to seek the urban area in search of better living conditions (SANTOS; SILVA; OLIVEIRA, 2009;CASAGRANDE;SOUZA, 2012;FONSECA, 2015). Abramovay et al. (1998) emphasize that the noises in the succession process within the countryside may compromise the future of rural communities and, consequently, of family farming. ...
Chapter
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The human being, throughout his development, builds his personality and, from adolescence, many changes occur in the person's life, added to the new thoughts and ways of acting that arise. These transformations lead young people to look at their living space and at the activity developed by the family in an analytical and critical way, making them reflect on the present reality. Given this scenario, the present work sought to know the vision of young people in 3 Family Farming communities in the Southern Region of Bahia in relation to their perception of the place where they live and the family farming activity. The objectives were operationalized through the application of forms, following the ethical precepts of Resolution 466/12. The results indicate that the local youth still perceive the place as pleasant and with the potential to provide a pleasant life, however, as a professional possibility, Family Farming is not an option for the majority.
... Nesse momento, ele observa a diferença existente entre o papel social daqueles que vivem no campo e na cidade. Nesta perspectiva, Lima et al. (2013) retomam o trabalho de Castro (2009) ao observar que as condições de vida e até mesmo o fato de morar no campo, geram um estigma de desvalorização, fazendo com que o jovem pense que migrar para o urbano é a única opção para uma condição melhor em todos os aspectos (FONSECA et al., 2015). ...
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O sentimento de pertença pode se manifestar de diversas maneiras, variando em função do perfil de cada grupo humano, mas por mais multiforme que seja, é importante que esteja fundamentado a partir de uma identidade histórica e/ou geográfica (FREITAS, 2008).
... O processo de êxodo rural se caracteriza como uma problemática nos espaços urbanos, uma vez que favorece o crescimento desordenado das cidades, gerando problemas de infraestrutura, falta de acesso a bens públicos e privados e aumento do desemprego (FON-SECA et al., 2015;NASCIMENTO et al., 2018). A população migratória frequentemente se concentra nas regiões periféricas dos centros urbanos, contribuindo para o aumento de bolsões de pobreza e, devido a dificuldades de inserção no trabalho formal, tende a se inserir em segmentos da agricultura urbana, desenvolvendo atividades agrícolas, como já ocorria em seus municípios de origem (FONSECA et al., 2015;SOUZA et al., 2019). ...
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Resumo A agricultura urbana constitui uma alternativa para a geração de trabalho, produção de alimentos e desenvolvimento sustentável nas cidades. No Brasil, entretanto, a atividade tem enfrentado desafios, sendo realizada, muitas vezes, de modo espontâneo e sem apoio governamental. Assim, este trabalho buscou destacar a contribuição das hortas urbanas para a promoção da Segurança Alimentar e Nutricional (produção e disponibilidade) e do desenvolvimento sustentável, no município de Salvador, Brasil. Realizou-se um estudo descritivo, com coleta de dados junto aos agricultores das hortas urbanas da cidade. Evidenciou-se que as hortas vêm promovendo trabalho e renda para famílias e contribuindo para o abastecimento e a segurança alimentar. Além de produzir vegetais frescos para a população local, a atividade contribui para o equilíbrio dos ecossistemas e sustentabilidade. Pela relevância estratégica, os achados apontam a necessidade de que as hortas urbanas sejam incluídas na formulação de políticas de abastecimento e de desenvolvimento sustentável da cidade.
... Brazilian agriculture has been facing a depopulation process over the years due to hard rural work and low pay (dissatisfaction), as well as young people moving to cities in search of better living conditions, however, this threatens the succession of the family farmer business [11]. Fonseca et al. and Kageyama contributed to the discussion by elucidating that this dissatisfaction is related to the rural socioeconomic factors, such as education and family income, and both could help farmers to invest in the production system and use management strategies to comply with government and market requirements [12,13]. ...
Conference Paper
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Traceability is one way to ensure food supply chain transparency. However, when food is produced by family farmers, especially in communities with low levels of education and a lack of TI infrastructure, traceability becomes a major challenge. This article verified the adequacy of the family farmer to the traceability of the food production chain through the application of a multiple case study in Alto Tietê region, Brazil. The results showed that most farmers have an incomplete elementary education (55%), largely work alone in production, and are unable to carry out traceability due to the lack of pesticide registration, which makes implementation unfeasible even if the community has IT infrastructure.
... O autor ainda trata da importância da renda para a sucessão geracional, visto que a insatisfação com a renda se torna um fator de desmotivação e contribui para a não permanência no campo (Savian, 2014). Fonseca et al. (2015) também contribuiu com a discussão destacando que uma das grandes causas do êxodo rural é devido a implantação de um modelo econômico moderno na produção agropecuária, com a adoção do novo modelo padrão tecnológico, baseado em insumos agrícolas e na mecanização; logo, os produtores de baixa renda não conseguem realizar mecanização em sua produção e têm baixo rendimento de produtividade sendo submetidos à desvantagem no mercado. Observando a distribuição dos participantes por tempo de atividade agrícola e a renda familiar, percebe-se que a maioria apresentou renda familiar acima de 3 salários-mínimos, e acima de 21 anos de experiência na atividade agrícola (χ² = 13,5; p < 5%). ...
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A rastreabilidade assegura o registro das informações sobre o ‘caminho’ que o alimento percorreu desde a produção no campo até a mesa do consumidor. A Anvisa conjuntamente com o Mapa, por meio da INC nº 2, de 2018 e INC nº 1, de 2019, exigiu a adequação dos produtores para os procedimentos da rastreabilidade de produtos vegetais, Entretanto, quando os alimentos são produzidos por agricultores familiares, considerando das comunidades com grau de escolaridade baixo, falta de infraestrutura e muitos sem acesso a internet, a rastreabilidade passa a ser um grande desafio. Este artigo verificou a adequação do agricultor familiar à rastreabilidade da cadeia produtiva de alimentos, por meio da aplicação de estudo de caso múltiplo. Foi realizada uma pesquisa com nove propriedades rurais de hortaliças localizadas na região do Alto Tietê, Brasil. Nos resultados foi evidenciado que apenas um produtor implementou o sistema de rastreabilidade, mas para controle de somente 1% do total da sua produção, que atende grandes redes de fastfood. A maioria dos produtores tem o ensino fundamental incompleto (55%), trabalham praticamente sozinhos na produção e contam com auxílio de familiares. Os resultados ainda apontaram que os produtores não têm como realizar a rastreabilidade devido a falta de registro dos insumos utilizados na produção, o que inviabiliza a implementação mesmo se a comunidade tiver infraestrutura de TI. Dessa forma, considera que a rastreabilidade é importante para a cadeia de alimentos, mas mediante a falta de estrutura legal dos insumos adicionado a falta de assistência técnica tornam dificil a adequação à INC 01, de 2019 pelos produtores do Alto Tietê.
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To be successful in the activity developed, the producer must know the characteristics of his own busiQHVVZHOO�7KXV�WKHZRUNDLPVWRLGHQWLI\ZKLFKVWUDWHJLHVDGRSWHGE\IDPLO\IDUPHUVFDQEHFRQVLGHUHGH൶FLHQW IRUPD[LPL]LQJLQFRPHLQWKH¿HOG�7RDFKLHYHWKHREMHFWLYH�DQLQYHVWLJDWLRQZDVFDUULHGRXWLQWKHOLWHUDWXUHWKDW sought the historical process of occupation of the Brazilian agrarian space, understanding that the creation of the Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) aimed to meet an old demand of rural ZRUNHUVRQWKHIRUPXODWLRQDQGLPSOHPHQWDWLRQRIUXUDOGHYHORSPHQWSROLFLHV�VSHFL¿FWRIDPLO\IDUPLQJ�ZKLFK is a sector that strongly contributes to the country’s development, but which until then had no support from the government. An analysis was also carried out of how the management of family production units and the product commercialization channel occur, to identify the strategies that increase the income of productive family units. It was found that participation in free markets and the use of some business management techniques can be contributing factors to the success of the rural business.
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Com o processo de expansão e interiorização da Universidade Estadual da Paraíba, em 2004 é implantado o campus IV no município de Catolé do Rocha-PB, sertão paraibano, o que pressupõe em alterações na dinâmica urbana dessa localidade. Este artigo buscou estudar os aspectos socioeconômicos e culturais das contribuições do campus IV da Universidade Estadual da Paraíba no município de Catolé do Rocha/PB. A proposta metodológica envolveu a coleta de dados quantitativos e pesquisa de campo com lideranças políticas do município e acadêmicas da UEPB (qualitativa), por meio de entrevistas semiestruturadas, tendo como variáveis e eixos norteadores: relação entre a interiorização universitária e o desenvolvimento regional e percepção dos efeitos locais da interiorização universitária. O estudo revelou que o campus IV contribui, desde sua criação, para importantes transformações sociais e culturais, decorrentes das suas ações institucionais (ensino, pesquisa, extensão), além de impulsionar a economia com os recursos para pagamento de salários e manutenção do campus.
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Este artigo analisa a luta pela terra e a sua conquista no Brasil. A ocupação de terra éprincipal forma de luta dos camponeses organizados em movimentos socioterritoriais noBrasil e o Estado, em resposta a essas ações, cria os assentamentos rurais.Consideramos inicialmente as contradições do campo brasileiro e, a partir de algumaspremissas, analisamos a política de assentamentos rurais como uma estratégia para nãorealizar uma reforma agrária ampla no país. A política de assentamentos ruraiscaracteriza, por seu alcance reduzido, a reforma agrária conservadora executada noBrasil. Essa política não consegue desconcentrar a terra, diminuir as desigualdadessociais ou impedir o êxodo rural, além de ter a Amazônia como válvula de escape paranão reformar as regiões de ocupação consolidada no centro-sul e no Nordeste. Asanálises deste artigo fazem parte do Atlas da Questão Agrária Brasileira (www.fct.unesp.br/nera/atlas).
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Resumo: A idéia do CAPA é considerada o sinal luterano de se envolver com a questão da terra: voz e presença da IECLB – Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – na realidade agrícola brasileira, marcada por tanta injustiça na terra. A idéia se identifica com a formulação da identidade da Igreja Luterana no Brasil e preconiza, juntamente com os pequenos agricultores, num processo de libertação, a construção de uma "nova paisagem" no meio rural. Abstract: CAPA's idea is considered as the lutheran signal of involvement with the land subject: IECLB voice and presence in the brazilian agricultural reality, marked by so much injustice on land. CAPA's idea identifies with the Lutheran Church formation in Brazil and preconizes, jointly with the small farmers, in a liberating process, the construction of a "new scenery" in the rural area.
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Esse artigo analisa se as Hortas Comunitárias de Teresina apresentam-se como alternativa de geração de trabalho e renda e de melhoria sócio-econômica, sem degradar o meio ambiente. O procedimento metodológico embasa-se em levantamento de dados primários e na realização de pesquisa de campo nas 43 hortas urbanas de Teresina. Detectou-se que a maioria dos horticultores é do sexo feminino, possui mais de 45 anos; tem até o ensino fundamental incompleto; aufere até um salário mínimo; procede do interior do Estado; trabalhava na agricultura antes das hortas; e exerce a função em família. Além disso, constatou-se que a maior parte dos produtores não participou de treinamentos desde sua inserção no Programa; utiliza recursos próprios na produção; 70,08% do produzido centram-se em coentro, cebolinha e alface; e comercializam a produção, primordialmente, na própria horta. Ademais, observou-se que usam majoritariamente esterco para adubação do solo com pouca utilização de adubos químicos, bem como apenas 36,81% dos horticultores utilizam agrotóxicos no cultivo. Conclui-se que, a baixa remuneração percebida pelos horticultores, decorrente da pouca diversidade do cultivo, da precária organização e da falta de financiamento, conduziu alguns membros da família a buscarem ocupação alternativa com vista à complementação da renda.
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This article analyzes the effect of the aging and the retirements in the Brazilian rural scene, which is a question of most importance for the current days, since the relative participation of the aging group in the total set of the Brazilian population is increasing. Thus, there exists a concern with the future of the Social Security sot that it must pass through reforms. Hence, the objective of this paper is to raise elements for the discussion on the importance of the social security in the agricultural sector, since it passes through significant demographic changes. With a sufficiently fragmented history, since the years of the Empire, the Social Security has been extending several segments of society, being one of the most important forms of inclusion of the agricultural workers. Since 1991, agricultural workers have been covered by the General Regimen of the Social Security, which constitutes a great landmark in the history of the institution. With the incorporation of women in this benefit, new rights have been set, since aged women are majority in the field. The number of retirees due to aging the rural areas. This is an evidence of the aging process of the rural population and a better income redistribution among the elderly households). The field, that in the past depended basically on the income of the agricultural production, now counts on this extra alternative of income, reason for why the phenomenon of aging of the Brazilian population, specifically in the agricultural environment, brings the necessity of adjusting policies to the sector, so that the concession of these social security will not be threatened in the future.
Os domínios da natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas
  • A N Ab'saber
AB'SABER, A.N.Os domínios da natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê, 2003.
SIG e os desastres naturais: uma experiência na região de Sumé
  • M P Barbosa
  • J Santos M
BARBOSA, M. P.; SANTOS M. J. SIG e os desastres naturais: uma experiência na região de Sumé, Estado da Paraíba, Brasil. LA RED/ITDG, 1998.
O espaço e a demografia: o planejamento regional em perspectiva nas margens paranaenses do Lago de Itaipu
  • A E Casagrande
  • E B C Souza
CASAGRANDE, A. E. SOUZA, E.B. C. O espaço e a demografia: o planejamento regional em perspectiva nas margens paranaenses do Lago de Itaipu. Sociedade e Território, Natal, v. 24, n. 1, p. 2-27, 2012.