Technical ReportPDF Available

MÍLDIO NA RÚCULA SELVAGEM – O PORQUÊ DE INVESTIGAR ESTA DOENÇA

Authors:

Abstract

A rúcula (Diplotaxis spp. e Eruca spp.) é uma hortícola de folhas “baby-leaf” muito apreciada pelas suas características organoléticas e benefícios para a saúde. Pertence à família das Brassicáceas e a rúcula selvagem (Diplotaxis tenuifolia (L.) DC.) é a mais apreciada pelosconsumidores. Nas últimas décadas, tem tido uma grande expansão e, atualmente, apresenta uma relevância económica crescente a nível mundial devido à utilização na indústria de saladas minimamente processadas. Apesar de ser uma cultura bem-adaptada ao clima mediterrânico, a sua produção intensiva, ao ar livre ou em estufa, favorece a ocorrência de míldio. Esta doença causa perdas de produção e prejuízos avultados, pelo que a identificação de variedades resistentes à infeção e a adoção de práticas agronómicas sustentáveis são importantes para o aumento de rendimento dos produtores.
. maio 202 1
DOSSIER TÉCNICO
44
. maio 202 1
DOSSIER TÉCNICO
45
Introdução
O mercado mundial de hortícolas de folha, colhi-
das ainda jovens e conhecidas por “baby leaf”, cres-
ceu substancialmente desde os anos 90 devido a
um maior interesse por uma alimentação saudável,
com acesso a alimentos diversificados, seguros,
nutritivos e de qualidade. A rúcula é uma planta
espontânea e é um caso recente de sucesso de do-
mesticação de espécies vegetais. A rúcula selvagem
foi utilizada desde a antiguidade para diferentes
fins, como alimento, na cosmética e na medicina
tradicional[1].
O aumento da procura de saladas pré-embaladas e
prontas a comer, exigentes em produtos inovadores
e de elevada qualidade, fez disparar, numa primeira
fase, o consumo de alface, a que se sucederam ou-
tras hortícolas, nomeadamente a rúcula selvagem[2]
cujas folhas, inconfundíveis pelo aroma caracterís-
tico e sabor picante, podem ser consumidas cruas
ou cozidas. Nas últimas décadas, devido ao aumen-
to da procura, esta espécie vegetal adquiriu im-
portância económica na indústria das hortícolas a
nível mundial, assistindo-se ao aumento exponen-
cial do número de produtores e da área cultivada.
Porém, a produção intensiva, tanto em estufa como
ao ar livre, potenciou o surgimento de várias doen-
ças, nomeadamente do míldio, colocando em risco
o rendimento dos produtores.
A rúcula – O que é?
São designadas de rúcula as diferentes espécies
dos géneros Diplotaxis e Eruca que pertencem à
família das Brassicáceas. Para consumo humano
são usadas quatro espécies, mas apenas duas são
comercializadas em larga escala: a rúcula selvagem
(Diplotaxis tenuifolia (L.) DC.) e a rúcula cultiva-
da (Eruca sativa (L.) Cav.). São plantas nativas da
região mediterrânica, mas diferentes espécies do
género Diplotaxis foram encontradas em países
como a Índia, Paquistão, Cabo Verde e Nepal[3]. A
espécie D. tenuifolia é economicamente mais im-
portante e a mais consumida na Europa, América
do Norte e Austrália, enquanto que a E. sativa é
amplamente cultivada no Médio Oriente e Sul da
Ásia[1] .
Paula S. Coelho1, Ana L. Pereira1, Corina Carranca1, Paula
Scotti1, Violeta Lopes1, Clarisse Boto2, João Reis3, José
Leitão3
1 Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária
2 Vitacress Portugal SA
3 Universidade do Algarve
MÍLDIO
NA RÚCULA SELVAGEM
– O PORQUÊ
DE INVESTIGAR
ESTA DOENÇA
A rúcula (Diplotaxis spp. e Eruca spp.) é
uma hortícola de folhas “baby-leaf” muito
apreciada pelas suas características
organoléticas e benefícios para a saúde.
Pertence à família das Brassicáceas e
a rúcula selvagem (Diplotaxis tenuifolia
(L.) DC.) é a mais apreciada pelos
consumidores. Nas últimas décadas,
tem tido uma grande expansão e,
atualmente, apresenta uma relevância
económica crescente a nível mundial
devido à utilização na indústria de saladas
minimamente processadas. Apesar de
ser uma cultura bem-adaptada ao clima
mediterrânico, a sua produção intensiva, ao
ar livre ou em estufa, favorece a ocorrência
de míldio. Esta doença causa perdas de
produção e prejuízos avultados, pelo que
a identificação de variedades resistentes à
infeção e a adoção de práticas agronómicas
sustentáveis são importantes para o
aumento de rendimento dos produtores.
. maio 202 1
DOSSIER TÉCNICO
46
As espécies de Diplotaxis e Eruca registam dife-
renças ténues em termos de morfologia e compo-
sição fitoquímica[4 ]. Os dois géneros são por vezes
confundidos no comércio de sementes a retalho e,
frequentemente, o produtor não tem acesso a in-
formação sobre qual o género de sementes que está
a adquirir.
A rúcula selvagem (D. tenuifolia) tem uma forma de
folha distinta, mais reconhecida pelos consumido-
res, pequena e recortada, por vezes “esquelética”, e
muito aromática, ao passo que as folhas do género
Eruca são mais diversas, variam entre o grande e
arredondado (semelhante à alface ou espinafre) e
o tipo recortado. Diferenças na morfologia, núme-
ro de cromossomas e composição de glucosinola-
tos são características que permitem identificar
as espécies nos géneros Diplotaxis e Eruca[5]. As
flores e as síliquas possibilitam também distinguir
os diferentes géneros e espécies, mas não são nor-
malmente observadas pelos produtores, devido aos
ciclos de produção curtos (corte da folha antes da
entrada em floração). A rúcula selvagem tem flor
amarela e uma síliqua septada e a rúcula cultivada
apresenta habitualmente flor branca e uma síliqua
simples (Fig. 1).
Relativamente aos hábitos de desenvolvimento,
a D. tenuifolia tem sementes mais pequenas e é
mais lenta a germinar e a crescer do que a E. sati-
va, especialmente no inverno[6]. A rúcula selvagem
necessita de 36 a 99 dias para ser comercializada,
enquanto que a rúcula cultivada carece de apenas
26 a 68 dias, dependendo da estação do ano[7]. Em
Portugal existem condições ótimas para a produ-
ção de rúcula, em especial no inverno, conseguin-
do-se ciclos entre colheitas mais curtos do que o
mencionado na bibliografia.
Comparando com outras hortícolas de folha, a rú-
cula selvagem possui um teor elevado em fibras e
ferro[8] e metabolitos secundários, tais como ácido
ascórbico, flavonóides, carotenóides e glucosino-
latos[1]. São-lhe atribuídas propriedades bioativas
importantes, nomeadamente a antioxidante, anti-
tumoral, diurética e anti-inflamatória, assim como
efeitos benéficos no sistema cardiovascular.
As folhas de rúcula selvagem devem o seu sabor pi-
cante, forte e amargo e o aroma pungente típicos
aos elevados teores em glucosinolatos[4] , cuja com-
posição pode ser bastante diversa. O sabor típico
e pungente das saladas de rúcula é percecionado
como características sensoriais positivas, enquan-
to que as notas amargas e especialmente herbá-
ceas caracterizaram as variedades de rúcula menos
aceites. Nas variedades classificadas como muito
desagradáveis predominam glucosinolatos como a
sinigrina (forte perceção de sabor pungente e vá-
rias outras notas sensoriais adicionais) ou a sinal-
bina/gluconapina (fraca perceção de sabor e forte
nota herbácea)[6]. A aceitação pelos consumidores é
muito condicionada pela composição em glucosi-
nolatos, o que deve ser considerado nos programas
Figura 1 – Aspeto da flor de rúcula selvagem Diplotaxis tenuifolia (L.) DC. (A) e de rúcula cultivada Eruca sativa
(L.) Cav. (B).
A B
. maio 202 1
DOSSIER TÉCNICO
47
de melhoramento e na seleção das variedades. As
espécies de rúcula diferem das restantes brássicas
por não necessitarem de cozedura, o que é uma
vantagem, uma vez que as temperaturas elevadas
(>65 °C) reduzem a disponibilidade de compostos
benéficos para a saúde como os glucosinolatos.
Cultivo e colheita
A rúcula selvagem é semeada em produção inten-
siva, com densidade de plantas muito elevada, fac-
to que, além de aumentar a produção, estimula o
crescimento apical das folhas e facilita a colheita
mecanizada (Fig. 2). As folhas voltam a crescer após
cada corte, o que possibilita várias colheitas numa
única sementeira e representa um benefício eco-
nómico importante para os produtores. Apesar de
o número de cortes ser variável e depender da épo-
ca de produção, após a primeira colheita é possível
realizar mais 1–3 colheitas com intervalos de 15–30
dias na Diplotaxis spp. e 4–5 colheitas espaçadas de
10–20 dias na Eruca sativa[9].
As várias colheitas induzem, no entanto, respostas
de stress nas plantas que alteram o sabor e aspe-
to da cultura, com aumento da produção de glu-
cosinolatos e de antocianinas. Existem mercados
que preferem os cortes subsequentes ao primeiro
corte, devido ao aumento da conservação e consis-
tência das folhas e ao gosto e aroma mais intensos.
Em certas regiões de Itália, o primeiro corte não
é aproveitado, o que demostra grandes diferenças
na preferência e na perceção do gosto entre con-
sumidores, diferenças essas que são realçadas pela
seleção da variedade[9].
A cor das folhas é afetada pelo aumento do teor de
antocianinas que lhes confere uma cor roxa ou ver-
melha indesejável. A cor é uma das características
mais valorizadas pelos consumidores de rúcula,
pelo que a perda da aparência fresca pode levar à
rejeição final da colheita[10]. Outro efeito das colhei-
tas múltiplas é a redução do tamanho das folhas,
que adquirem progressivamente uma aparência
mais “esquelética”.
Os vegetais de folha requerem um fornecimento
adequado de azoto, que garanta níveis de produ-
ção e de qualidade elevados. De um ponto de vis-
ta qualitativo, e à semelhança de outras hortícolas
(como alface, espinafre e rúcula cultivada), quando
a adubação é excessiva a rúcula selvagem apresenta
problemas de acumulação de nitratos nas folhas[1 0].
Os produtos resultantes da degradação dos ni-
tratos (nitritos e nitrosaminas) estão relacionados
com efeitos tóxicos no corpo humano[11] . Os mes-
mos autores[11] referem o efeito benéfico da luz ver-
melha na redução do teor de nitratos nas folhas de
rúcula. Os teores permitidos variam entre espécies
vegetais e diferem com a época do ano e o modo de
cultivo. Apesar da rúcula (Diplotaxis spp. e Eruca
sativa) possuir um elevado valor nutricional, não
pode ser comercializada na EU com um teor de ni-
trato (NO3) superior a 6000 mg/kg de peso fresco
no verão (colheita de 1 de abril a 30 de setembro) ou
7000 mg/kg no inverno[12].
A doença do míldio
A doença do míldio na rúcula selvagem, causado
pelo oomiceta Hyaloperonospora sp., é uma amea-
ça crescente à produção em regiões de clima tem-
perado e húmido[13] e conduz a perdas elevadas de
produtividade e qualidade das folhas (Diplotaxis
tenuifolia (L.) DC.), sendo normalmente a rúcula
cultivada (Eruca sativa (L.) Cav.) mais resistente ao
míldio. O potencial da resistência varietal no con-
trolo ao míldio foi demonstrado em plantas jovens
Figura 2 – Vista parcial de um campo de produção
de rúcula selvagem Diplotaxis tenuifolia (L.) DC.
semeado em alta densidade.
. maio 202 1
DOSSIER TÉCNICO
48
de Diplotaxis e Eruca testadas em condições de
crescimento controladas[14,15] .
O género Hyaloperonospora reúne mais de 100 es-
pécies que afetam culturas economicamente im-
portantes da família das Brassicáceas. O agente
causal do míldio na Eruca sativa foi classificado de
Hyaloperonospora erucae sp. nov.[16], enquanto que
o que infeta a Diplotaxis tenuifolia é atualmente
designado de forma mais genérica como Hyalope-
ronospora sp.
Sintomas da doença na rúcula
Em condições de humidade elevada, podem ob-
servar-se, na página inferior das folhas das varie-
dades suscetíveis, as estruturas de frutificação de
Hyaloperonospora sp., esbranquiçadas e densas,
designadas por conidióforos, que se estendem a to-
da a superfície foliar nos casos mais severos (Fig.
3). As culturas de rúcula muito afetadas pelo míl-
dio são frequentemente destruídas e abandonadas
no campo antes da colheita. De um modo geral, a
doença é mais grave nas plantas mais jovens, mas
a intensidade da esporulação aumenta com o enve-
lhecimento da folha. Uma vez que o período de in-
cubação pode prolongar-se até 12 dias, os sinais da
doença podem ser difíceis de reconhecer em con-
dições de humidade reduzida e tornar-se evidentes
apenas no produto já embalado.
O ciclo de vida do míldio
O míldio é uma doença policíclica e a infeção no
campo ocorre a partir dos conídios transportados
pelo vento. A doença do míldio é mais grave no iní-
cio da primavera ou no final do outono. As condi-
ções mais favoráveis ao seu desenvolvimento são
temperaturas de 15–20 °C (temperatura amena) e
humidade relativa de 90–98%, ficando o ciclo de
vida do parasita completo em apenas 4–5 dias.
Quando o teor de humidade do ar é elevado, os
conidióforos crescem através dos estomas para
o exterior das folhas, produzindo os conídios. Na
rúcula, os conidióforos de Hyaloperonospora sp.
são estruturas ramificadas 7 a 9 vezes e possuem
apenas um conídio elipsoidal na extremidade das
bifurcações finais. A presença de água na super-
fície da folha é essencial para a germinação dos
conídios, que ocorre entre 3–6 horas. O mesófilo
foliar é invadido com o desenvolvimento interce-
lular do micélio do parasita e a formação de haus-
tórios (estruturas globulosas) para obtenção de
nutrientes. Nesta fase, os sintomas da infeção nas
folhas começam a ser visíveis nas variedades mais
Figura 3 – Aspeto de plantas jovens de rúcula selvagem Diplotaxis tenuifolia (L.) DC. suscetível (A)
e resistente (B) ao míldio (Hyaloperonospora sp.).
A B
. maio 202 1
DOSSIER TÉCNICO
49
suscetíveis, com aparecimento de cloroses e ne-
croses difusas.
O Hyaloperonospora também pode sobreviver no so-
lo nos resíduos das plantas de rúcula como oósporo
(esporo de resistência), sendo esta, provavelmente,
a fonte de infeção primária das culturas seguintes.
Medidas de controlo
da doença do míldio
A plantação de variedades de rúcula resistentes à
doença é um método preventivo eficaz de controlo
do míldio, económico e sustentável. As variedades
parcialmente resistentes não impedem o estabe-
lecimento do míldio, mas atrasam a progressão da
doença, o que pode ser suficiente para reduzir a
desvalorização das folhas e controlar a doença. O
uso de um número reduzido de cultivares da mes-
ma espécie e a produção intensiva facilitam o de-
senvolvimento de doenças e a ocorrência de mu-
tações mais rápidas nas populações do parasita,
diminuindo a resistência dos hospedeiros.
A fácil dispersão aérea dos conídios e a necessidade
de períodos curtos de humidade de poucas horas à
superfície das folhas são suficientes para a rápida
instalação do míldio. Devem ser adotadas boas prá-
ticas culturais como a rega ao início do dia, o que
evita que as folhas fiquem molhadas durante longos
períodos, designadamente durante a noite, espe-
cialmente favorável à germinação dos conídios. No
caso das culturas protegidas, é importante um bom
arejamento das estufas.
A aplicação de fungicidas é o principal método de
controlo do míldio, mas o seu uso na cultura da rú-
cula é problemático devido aos intervalos de segu-
rança dos produtos. Considerando os ciclos curtos
entre colheitas na cultura da rúcula e o consumo
em fresco, o controlo químico do míldio deve ser
efetuado utilizando produtos com intervalos de
segurança muito reduzidos[1 3]. Em Modo de Produ-
ção Convencional (MPC) podem utilizar-se muito
poucos fungicidas e em Modo de Produção Bioló-
gico (MPB) isto é ainda mais difícil, uma vez que
os fungicidas de síntese não estão autorizados.
Métodos de produção sustentáveis, como a rota-
ção cultural, a remoção dos resíduos vegetais do
solo, o controlo das infestantes e a utilização de
variedades de rúcula mais resistentes são práti-
cas que reduzem a incidência da doença do míldio.
Outra medida preventiva inclui o uso de sementes
de qualidade, puras, certificadas, e com uma taxa
de germinação elevada.
O melhoramento da rúcula
Novas variedades de rúcula são desenvolvidas con-
tinuamente com o objetivo de obter produções de
qualidade superior, bem-adaptadas às condições
climáticas e que acompanhem a preferência dos
consumidores. As novas variedades devem combi-
nar uma elevada produtividade (rendimento eleva-
do), bom aroma e sabor (mais apimentado), folhas
uniformes, hábito vertical das folhas que facilite a
colheita, rápido crescimento (plantas vigorosas), to-
lerantes ao espigamento (entrada lenta em floração)
e uma vida longa pós-colheita. Outra característica
a ter em atenção é serem resistentes às principais
pragas e doenças, em particular ao míldio, garan-
tindo a produção de alimentos saudáveis e seguros.
A investigação na rúcula
O projeto REMIRUCULA pretende contribuir pa-
ra o desenvolvimento de estratégias de produção
mais sustentáveis, que assegurem a proteção am-
biental e a saúde humana, e aumentem a competi-
tividade dos produtores de rúcula selvagem. Tem
por objetivo selecionar genótipos resistentes e par-
cialmente resistentes ao míldio em coleções muito
diversificadas de germoplasma, conhecer os meca-
nismos de controlo da resistência ao míldio e iden-
tificar marcadores genéticos e bioquímicos ligados
à resistência. A importância deste tema é realçada
pelas regras rigorosas no uso de pesticidas imple-
mentadas atualmente a nível nacional e comuni-
tário e que limitam a aplicação de pesticidas. Para
mais informações sobre o projeto consultar o site
https://projects.iniav.pt/remirucula/pt/.
Agradecimentos
O trabalho desenvolvido insere-se no âmbito do projeto
REMIRUCULA – Caracterização da resistência ao míldio
na cultura da rúcula (PTDC/ASP-PL A/28963/2017) lide-
. maio 202 1
DOSSIER TÉCNICO
50
rado pelo INIAV e nanciado pela Fundação para a Ciên-
cia e Tecnologia e pelo Programa Operacional Regional do
Algarve no âmbito do Portugal 2020. A Vitacress Portu-
gal, SA colabora neste estudo com cedência de sementes,
inóculos e testagem no campo da resistência à infeção
com o míldio de diferentes variedades de rúcula.
Bibliografia
[1] Cavaiuolo, M.; Ferrante, A. (2014). Nitrates and glu-
cosinolates as strong determinants of the nutritional
quality in rocket leafy salads. Nutrients, 6:1519–1538.
doi:10.3390/nu6041519.
[2] Schiattone, M.I.; Viggiani, R.; Di Venere, D.; Sergio, L.;
Cantore, V.; Todorovic, M.; Perniola, M.; Candido, V.
(2018). Impact of irrigation regime and nitrogen rate on
yield, quality and water use ef ciency of wild rocket.
Sci Hortic, 229:182–192. ht tps: //doi.org/10.1016/j.
scienta.2017.10.036.
[3] Mar tín, J.P.; Sánchez-Yélamo, M.D. (2000). Genetic
relationships among species of the genus Diplota-
xis (Brassicaceae) using inter-simple sequence re-
peat markers. Theor Appl Genet, 101:1234–1241. doi:
10.1007/s0 01220051602.
[4] Bell, L.; Wagstaff, C. (2014). Glucosinolates, myrosina-
se hydrolysis products, and avonols found in rocket
(Eruca sativa and Diplotaxis tenuifolia). J Agric Food
Chem, 62(20):44 81– 4492. ht tps: //doi.org/10.1021/
jf5 01096x .
[5] Hall, M.K.D.; Jobling, J.J.; Rogers, G.S. (2015). Fun-
damental differences between perennial wall rocket
and annual garden rocket inuence the commercial
year-round supply of these crops. J Agric Sci, 7(3 ):1– 7.
doi:10.5539/jas.v7n3p1.
[6] D’Antuono, L.F.; Elementi, S.; Neri, R. (2009). Exploring
new potential health-promoting vegetables: glucosi-
nolates and sensory at tributes of rocket salads and
related Diplotaxis and Eruca species. J Sci Food Agric,
89:713–722. doi: 10.1002/jsfa.3507.
[7] Hall, M.K.D.; Jobling, J.J.; Rogers, G.S. (2012). Fac-
tors affecting growth of perennial wall rocket and
annual garden rocket. Int J Veg Sci, 18:393–411. doi:
10.1080/19315260.2012.660565 .
[8] Barillari, R.N.; Canistro, D.; Paolini, M.; Ferroni, F.;
Pendullini, G.F.; Iori, R.; Valmigli, L. (2005). Direct an-
tioxydant activity of puried glucoerucin, the dieta-
ry secondary metabolite, contained in rocket (Eruca
sativa Mill.) seeds and sprouts. J Agric Food Chem,
53:2475 –24 82. ht tps: //doi.org/10.1021/jf047945a.
[9] Pimpini, F.; Enzo, M. (1997). Present status and pros-
pects for rocket cultivation in the Veneto region. In: Pa-
dulosi, S.; Pignone, D. (Eds), Rocket: a Mediterranean
Crop for the World. IPGRI, pp. 51–66.
[10] Siomos. A.S., Koukounaras, A. (2007). Quality and
postharvest physiology of rocket leaves. Fresh Prod,
1(1):5965.
[11] Signore, A.; Bell, L.; Santamaria, P.; Wagstaff, C.; Van
Labeke, M-C. (2020). Red light is effective in reducing
nitrate concentration in rocket by increasing nitrate
reductase activity, and contributes to increased total
glucosinolates content. Front Plant Sci, 11:604. doi:
10.3389/fpls.2020.00604.
[12] EU (2011). Regulamento EU 1258/2011 da Comissão,
de 2 de dezembro de 2011. Jornal Ocial da União
Europeia 3.12.2011 que altera o Regulamento EU
1881/2006 no que diz respeito aos teores máximos de
nitratos nos géneros alimentícios.
[13] Caruso, G.; Parrella, G.; Giorgini, M.; Nicoletti, R. (2018).
Crop systems, quality and protection of Diplotaxis te-
nuifolia. Agriculture, 8(4):55. doi:10.3390/agricultu-
re8040055.
[14] Coelho, P.S.; Valério, L.; Monteiro, A .A . (2017). Sources
of resistance to downy mildew disease in wild rocket
crop. Painel apresentado ao 3rd General COST Meeting
action FA1306, Oeiras, Portugal. p. 78.
[15] Coelho, P.S.; Carranca, C.; Scotti, P.; Semedo, J.; Lourei-
ro, M.F.; Pais, I.; Gaspar, C., Lopes, V.; António, C., Diogo,
V.; Leitão, J. (2020). Establishment of a wild rocket (Di-
plotaxis tenuifolia) germplasm collection and its preli-
minary assessment for downy mildew resistance and
genetic diversity. Painel apresentado ao IMPSG-2020,
Faro, Portugal. p. 56.
[16] Choi, Y.J.; Kruse, J., Thines, M. (2018). Hyaloperonospo-
ra erucae sp. nov. (Peronosporaceae; Oomycota), the
downy mildew pathogen of arugula (Eruca sativa). Eur
J Plant Pathol, 151:549–555. https://doi.org/10.1007/
s10658-017-1389-0.
Descarbonização
Energias
renováveis Sociedade 5.0
Consumo ético
Economia
circular
MARCA DE COMUNICAÇÃO
EM SUSTENTABILIDADE
SUBSCREVA A NEWSLETTER SEMANAL SOBRE
SUSTENTABILIDADE PARA O SEGMENTO CORPORATE.
WWW.REVISTASUSTENTAVEL.PT
SUBSCREVA AQUI
Desplastificação
Responsabilidade
social
ResearchGate has not been able to resolve any citations for this publication.
Article
Full-text available
Rocket cultivation is increasing to supply the expanding ready-to-eat market because of its unique taste, but crops are often over fertilized to avoid nitrogen deficiencies. This leads to nitrate accumulation in leaves, and the products of their degradation (nitrites and nitrosamines) have been related to several health problems. Nitrate concentrations in rocket and other leafy vegetables are subject to limits by the EU legislation, yet rocket holds a great nutritional value. Degradation products of glucosinolates (isothiocyanates) have been consistently linked with benefits to human health. We investigated the influence of nitrogen application (1 and 8 mM), species [Eruca sativa (L.) Cav. and Diplotaxis tenuifolia (L.) DC.] and light spectrum (full spectrum, red, blue and red + blue) on the nitrate concentration, nitrate reductase activity and glucosinolate content of rocket grown in a soil-less system. Red light decreased the nitrate concentration with respect to the blue spectrum (4,270 vs. 7,100 mg⋅kg–1 of fresh weight, respectively), but such reduction was influenced by the species and the nitrogen level (significantly higher in D. tenuifolia and with the higher concentration of N). The nitrate reductase activity increased under red light in D. tenuifolia, with the lower N concentration. Rocket is known to contain several health-promoting compounds mainly antioxidants and glucosinolates, as secondary metabolites that act as part of plant defense mechanisms. The total content of glucosinolates was mainly affected by the species (D. tenuifolia showed the highest concentrations). Our results will help growers to tailor light spectra with the aim of reducing nitrate concentration and to remain within EU legislative limits, without any detrimental influence on other qualitative parameters in rocket.
Poster
Full-text available
Rocket is a popular baby leaf vegetable from Brassicaceae family native from Mediterranean region appreciated for its organoleptic characteristics. Wild rocket (Diplotaxis tenuifolia L.) is characterized by distinct lobate leaves with a pungent aroma and typical bitter and spicy taste due to the presence of flavonoids and glucosinolates. In the last two decades this crop has been largely diffused and its economic relevance is increasing rapidly worldwide. Downy mildew is a rocket devastating disease, especially in temperate and humid climate regions. Caused by the oomycete Hyaloperonospora sp. this disease reduces drastically the quality and yield of the rocket leaves and, in multiple cases, leads to the complete annihilation of the crop. The severe legislation adopted in Europe on the use and registration of new pesticides, and the general environmental concerns, imply the need to develop new production strategies, less dependent on chemical products. The REMIRUCULA project (ref. PTDC/ASP-PLA/28963/2017) aims to improve rocket downy mildew resistance and to contribute for its sustainable production, assuring a healthier and safer product and environmental protection. The project consortium involves three scientific and academic organizations, INIAV, UAlg, and ITQB/NOVA, working in close commitment with the baby leaf producer Vitacress. The project integrates four main scientific tasks: 1) Establishment of collections of wild rocket germplasm and Hyaloperonospora sp. isolates; 2) Characterization of the rocket collection regarding the response to downy mildew infection under controlled environment and field conditions; 3) Biomolecular characterization of wild rocket accessions and Hyaloperonospora sp. isolates; and 4) Metabolomic characterization of rocket accessions with different downy mildew responses. Here we communicate the first preliminary results regarding the establishment of the wild rocket germplasm collection and the characterization of the (over 100) accessions regarding their response to mildew infection and molecular features.
Poster
Full-text available
Wild (Diplotaxis tenuifolia) and cultivated (Eruca sativa) rocket are used in Mediterranean cuisine in fresh cut salads, being part of packaged ready-to-eat products and garnish for food. Baby-leaves are associated with a healthy diet style, showing twice more beneficial compounds when compared with other leaf types, and ensure the prevention of several diseases. Downy mildew (DM) is a foliar disease caused by the oomycete Hyaloperonospora sp. pathogen, which represents an increasing threat to rocket production in different regions of the world. DM attacks the plants in all stages and is a great problem for Portuguese producers. The high susceptibility observed in wild rocket commercial types reduces crop production, which becomes often destroyed before harvest. The use of resistant / tolerant varieties will allow to increase crop yields with great benefits for producers. Besides, it also represents clear advantages for environment with reduction of pesticide treatments, providing consumers with a better quality food. The two main objectives of this study were (1) to develop a method for cotyledon and leaves DM evaluation in controlled conditions, and (2) to screen different genotypes to identify resistance responses. Fourteen-day plants from ten genotypes were inoculated by pulverization with a fresh field H. parasitica inoculum. Twelve days later, the cotyledon and the first two leaves were visually evaluated in terms of DM resistance in a total of 90 plants of each accession, on three separate replications, and using six interaction-phenotype classes. Four accessions were very susceptible and have no interest as resistant sources, four were moderately resistant, and two showed good DM resistance with clear advantages to be used.
Article
Full-text available
Perennial wall rocket (Diplotaxis tenuifolia [L.] DC.) and annual garden rocket (Eruca sativa Mill.) are cultivated around the world as salad crops and as an ingredient of condiments. From a botanical perspective these species are classified in the Rapa/Oleracea linage, which is consistent with their similar morphological characteristics, chromosomal number and the diversity of glucosinolates. It is understandable that these species have been informally grouped together for convenience. However, the evaluation of a wide range of factors over a typical production cycle has clearly illustrated that these species should be considered distinct crops from a commercial perspective. We will demonstrate with examples why these species should be managed differently and considered commercially distinct crops.
Article
Full-text available
Rocket species have been shown to have very high concentrations of glucosinolates and flavonols, which have numerous positive health benefits with regular consumption. In this review we highlight how breeders and processors of rocket species can utilize genomic and phytochemical research to improve varieties and enhance the nutritive benefits to consumers. Plant breeders are increasingly looking to new technologies such as HPLC, UPLC, LC-MS and GC-MS to screen populations for their phytochemical content to inform plant selections. Here we collate the research that has been conducted to-date in rocket, and summarise all glucosinolate and flavonol compounds identified in the species. We emphasize the importance of the broad screening of populations for phytochemicals and myrosinase degradation products, as well as unique traits that may be found in underutilized gene bank resources. We also stress that collaboration with industrial partners is becoming essential for long-term plant breeding goals through research.
Article
Full-text available
Rocket is an important leafy vegetable crop and a good source of antioxidants and anticancer molecules such as glucosinolates and other sulfur compounds. Rocket is also a hyper-accumulator of nitrates which have been considered for long time the main factors that cause gastro-intestinal cancer. In this review, the content of these compounds in rocket tissues and their levels at harvest and during storage are discussed. Moreover, the effect of these compounds in preventing or inducing human diseases is also highlighted. This review provides an update to all the most recent studies carried out on rocket encouraging the consumption of this leafy vegetable to reduce the risk of contracting cancer and other cardiovascular diseases.
Article
In Italy, the cultivation of wild rocket is still rising due to the increase of the market of minimally processed vegetables that requires innovative and high quality products. The present study focused on the interactive effect of irrigation regimes (IR) and nitrogen (N) supply on yield, water use efficiency (WUE), nitrogen use efficiency (NUE), morphological and quality parameters of wild rocket. The research was carried out on four crop cycles during autumn-spring season in Basilicata region, Southern Italy, on wild rocket grown in a plastic greenhouse. Four IR (corresponding to 75, 100, 125 and 150% of crop evapotranspiration, and labelled respectively as I75, I100, I125 and I150) and two N levels (60 and 120 kg ha⁻¹), were compared. The irrigation and N levels affected production traits of wild rocket. The highest yield was obtained by I100, while 8% and 6% decrease in yield was observed with I75 and I150, respectively. The greater yield was obtained with the higher N rate, to which contributed firstly the leaf number and secondly the leaf size. However, the higher N dose provided higher leaf nitrate content. Moreover, in conditions of greater water stress occurring in the last two crop cycles of I75, higher N rate adversely affected yield. Lower water and N supply improved phenols, carotenoids and antioxidant activity in rocket leaves. Both yield and biomass WUE increased in water shortage conditions (I75) at 1st crop cycle. Thereafter, both parameters tended to decrease because of the increase of water shortage, indicating that biomass and marketable yield losses were proportionally greater than the amount of water used by crops. Higher N rate improved WUE, but reduced NUE. The latter parameter was higher in water shortage conditions. Thus, adequate water and N supply are critical factors to ensure economically sustainable production levels and high quality features of wild rocket.
Article
Arugula (or rocket; Eruca sativa) is a popular leafy vegetable often used as a salad. Downy mildew disease poses a major threat to the cultivation of this crop. Along with a quick expansion of the cultivated land of arugula, significant losses due to this disease are continuously reported worldwide. Previous studies have attributed arugula downy mildew to Hyaloperonospora parasitica (previously classified under Peronospora), applying a broad species concept, or to Peronospora erucastri, but the identity of that the causal agent is still unproven. Based on both morphology and molecular phylogeny, the arugula pathogen is revealed to be distinct from the above two species in the current study. Consequently, Hyaloperonospora erucae sp. nov. is described and illustrated, and P. erucastri affecting Erucastrum spp. is transferred to the genus Hyaloperonospora as H. erucastri comb. nov., based on morphology and phylogenetic position.