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A Representação de Embarcações em Vasos Áticos

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ISSN 1807-1783 atualizado em 23 de março de 2010
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A Representação de Embarcações em Vasos Áticos
por Marina Fontolan
Sobre a autora
[
1
]
Pensar a questão da representação da marinha grega pode
envolver a análise de diversos tipos de documentação, sendo esta escrita ou não.
Desta forma, foi feita uma escolha, na qual ir-se-á estudar com a iconografia naval
presente em vasos áticos, produzidos entre os séculos VI e V a.C. A escolha da
data e do local não foram arbitrárias: serão estas as datas que correspondem ao
período da tirania em Atenas, cujo início data de 560 a.C. e o fim em cerca de 510
a.C.[
2
] A escolha do suporte também não foi arbitrária: a riqueza da representação
de embarcações é algo que chama a atenção e que a autora não poderia deixar de
lado.
O objetivo será, portanto, notar como a representação de
embarcações em vasos áticos foi feita. Ou seja, a autora quer responder às
questões: como os navios foram representados? Com quem? Qual o significado
disso? Considerando o contexto histórico da época de produção dos vasos, o que
pode ser interpretado acerca destas representações?
Para responder a tais questões, a autora se utilizará da seguinte
estrutura: primeiro ela notará a representação das embarcações nos vasos
escolhidos,[
3
] ou seja, serão estudadas questões de atribuição ao tipo de
embarcação, a história da representação de embarcações, bem como a técnica
usada. Depois disso, será analisado o conjunto de vasos: aqui aparecerá a questão
das embarcações e seus diversos elementos que aparecem junto delas. Por último,
será feita uma análise mais ampla, que envolverá todo o conjunto, numa análise
que envolverá o contexto histórico da época.
Há um interesse cada vez maior no estudo das questões
relacionadas à marinha grega. Uma das justificativas para isso foi dada por Russel
Meiggs: a mudança no interesse em história econômica e social, combinado com
o estímulo da Arqueologia Subaquática, resultou num aumento no interesse por
navios antigos e comércio marítimo”.[
4
] No entanto, uma das maneiras de tais
questões serem estudadas é através da interpretação da iconografia dos vasos
gregos.
Segundo Anne Jacquemin[
5
], a representação de embarcações em
vasos, moedas e relevos eram comuns entre os pintores do século VI a.C. No
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entanto, tal representação vai ficar cada vez mais escassa na época clássica,
quando o tema apenas é retratado quando se refere a mitos ou epopéias. Isto,
sem dúvida, pode explicar a maior concentração de vasos entre os séculos VI e V
a.C., que serão aqui utilizados para análise.
Observando o conjunto de vasos selecionados, nota-se que apenas
três (figuras 8, 10 e 11) não possuem o desenho no interior dos lábios, para o
caso dos dinos e dos lebetes, ou na parte interna, para o caso dos cálices. Tal
posicionamento no interior é bem interessante: as embarcações ficam, justamente
no nível do líquido a ser colocado nos recipientes, integrando, desta forma, líquido
e recipiente. Dos vasos que não representam as embarcações em sua parte
interior, dois (figuras 8 e 10) estão entre olhos, com destaque para sua proa, que
aponta para estes. O último vaso, (figura 11) possui duas embarcações de cada
lado. O significado de ambos os casos serão discutidos mais adiante.
Passemos, portanto, para a questão da atribuição do tipo das
embarcações. Segundo Jacquemin,[
6
] as embarcações de guerra da época clássica
se distinguiam dos mercantes. Embora estudando representações do período
arcaico, ao observarmos os vasos, notamos que todos possuem uma arma em sua
proa: o aríete, que, embora que escondido debaixo d’água, é bem visível nas
pinturas aqui analisadas, ou seja, a representação marca diferenças entre os tipos
de embarcações. Desta forma, pode-se afirmar que as representações aqui
estudadas podem ser entendidas como embarcações de guerra.
Tratarei, agora, daquilo que é comum nos vasos. A primeira
característica é a questão da representação das velas. Segundo Steve Vinson,
“estas representações arcaicas essencialmente a mesma figura de uma vela única
e quadrada, mesmo que as proporções variem”.[
7
] Assim, como se pode notar, a
questão das velas serem quadradas data do início da representação de
embarcações gregas e é algo que foi usado em todas as embarcações analisadas.
Outra característica comum presente nos vasos analisados é a
técnica de desenho. Todos eles são classificados como figuras negras e,
considerando a existência de tal técnica da década de 620 a.C. até a de 480
a.C.,[
8
] pode-se afirmar que o corpus trabalhado corresponde ao final da técnica de
figuras negras. O não aparecimento de embarcações em vasos com técnicas de
figuras vermelhas pode estar condicionado a uma mudança de pensamento em
relação a elas, ocorrida na transição para a democracia, o que será melhor
discutido depois.
Após esta breve análise técnico-atributiva, passarei para a análise
do conjunto dos vasos, que foram separados conforme suas especificidades para
serem analisadas e interpretadas uma a uma. Isso possibilita uma leitura das
“descontinuidades” presentes nos vasos.
Embarcações e Animais
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O caso da figura 1 é especial: as embarcações de guerra são
representadas juntamente com animais. A escolha do javali e do leão nesta
representação pode estar condicionada a duas possíveis interpretações: a primeira
seria uma influência da orientalização dos desenhos.[
9
] A segunda possibilidade de
leitura relaciona-se ao uso destes animais: tanto o javali quanto o leão aparece
em outras cenas aqui analisadas. O javali aparece normalmente na forma da proa
da embarcação e o leão junto a Heracles. Tal disposição pode ser interpretada
como ambos os animais sendo usados em guerra por sua força e por seu ímpeto
destrutivo. Isto reforça a idéia de que as embarcações aqui analisadas são
voltadas à guerra, pois, da mesma forma do leão e do javali, elas são imponentes,
fortes e criadas para destruir.
Cálices com Olhos
A questão dos cálices nos quais apresentam embarcações junto
com olhos (figuras 4, 8, 10 e 12) também traz interpretações igualmente
interessantes. Nas figuras 8 e 10, observa-se que estas estão acompanhadas
apenas dos olhos. Considerando os olhos como um símbolo de boa sorte, tais
representações poderiam estar relacionadas a embarcações que estariam indo
para a guerra e que, por isso, haveria um desejo de sorte para as batalhas.
As figuras 4 e 12, no entanto, além dos olhos e das embarcações,
aparecem figuras míticas, fazendo com que os navios sejam representados na
parte interna do vaso. Tal representação condiciona a interpretação de que, da
mesma forma do caso anterior, as embarcações estão indo para a guerra e há um
desejo de boa sorte por causa dos olhos, mas, aqui, com a representação de
divindades e figuras míticas, há duas possibilidades de leitura: religião e guerra
não são esferas distintas, mas são relacionáveis[
10
] e a representação de
elementos de guerra (guerreiros e navios por exemplo) junto com seres míticos
são uma possibilidade de justificar tal noção. Além disso, há a idéia de que tais
embarcações, além do símbolo de boa sorte que carregam, estão protegidas por
tais seres.
Embarcações Sozinhas
O próximo caso a ser analisado é o da representação das
embarcações sem qualquer outro elemento. O primeiro caso (figura 7) é um dino
cuja borda interna é decorada com embarcações. Estas são embarcações de
guerra, classificadas desta forma pelo aríete da proa. No entanto, por estarem
solitários no vaso, a interpretação fica mais difícil: ele pode significar navios de
guerra sendo usados como transporte de soldados, navios indo para alguma
batalha ou, ainda, retornando de uma. Como a representação dos navios é
solitária, não há, a meu ver, meios de trazer possibilidades interpretativas mais
concisas.
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O outro caso analisado é um cálice que atualmente se encontra no
Louvre (figura 11). Aqui, temos a representação de dois navios de guerra
pareados. Uma possível para isso é que ambas as embarcações estejam em
batalha. Este aspecto torna o vaso muito interessante e único na coleção
analisada. Vale dizer, também, que os navios estão com a proa intacta. Isto pode
nos fornecer duas possibilidades de leitura: a primeira é que o aríete não foi usado
para tentar afundar a outra embarcação e a segunda é que o pintor fez a escolha
desta representação no intuito de demarcar que ambos os navios são bélicos.
Embarcações, Divindades e Guerreiros
Os últimos vasos a serem aqui interpretados foram selecionados
por conter personagens humanas, sendo elas divindades, seres míticos ou
humanos. As figuras as quais a autora fará referência são: 2, 3, 5, 6, 9 e 13. O
que é interessante ressaltar nesta seleção é que, em todos os vasos, as
embarcações aparecem no interior do vaso e seu exterior é sempre decorado com
divindades e/ou guerreiros. Há alguns casos em que há representação de
espectadores (figura 3) e/ou de uma pessoa sentada vestida (figuras 3 e 5), que
poderiam ser interpretadas como civis.
O aparecimento, em todos os vasos, de guerreiros, dos quais estão
lutando, inclusive sobre um guerreio morto ou já saindo da batalha, com os
navios, trazem a possibilidades de questionamentos acerca do uso de
embarcações na guerra em si. No entanto, isto é de difícil constatação: seriam
elas usadas apenas como transporte? Estariam se envolvendo numa batalha
naval? Estariam indo ou voltando de uma? Tais questões, a meu ver, não podem
ser respondidas apenas com a análise dos vasos, que apenas as suscita. Há
necessidade, desta forma, do apoio de outros tipos de fontes, das quais podem ser
arqueológica, histórica ou literária.
A representação, nas figuras 2, 3, 6 e 13, de divindades e seres
míticos em conjunto com as embarcações e cenas de batalha (a exceção da figura
13) também trazem interessantes possibilidades interpretativas. Aqui, a idéia de
José Geraldo Costa Grillo[
11
] de que religião e guerra, para o caso da Grécia antiga,
não são esferas distintas, mas passíveis de relação, torna-se verossímil. A outra
possibilidade de leitura é a questão da proteção divina que, nestes casos, estariam
não apenas nas esferas das batalhas navais, como no caso das figuras 4 e 12, mas
também em batalhas terrestres.
A última possibilidade de interpretação do aparecimento de
divindades e seres míticos em vasos nos quais são representadas embarcações
pode estar relacionada ao significado do mar para os gregos. Segundo Astrid
Lindenlauf,
Para os gregos antigos (...) o mar fazia parte da ordem divina do
universo, o poder do reino de um Deus distinto e definitivamente,
um lugar ambíguo. Ele possuía diversas faces, dentre as quais
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estava a percepção do mar como o lugar do não-retorno. Quando o
mar havia cumprido seu poder de tirar a vida e de fazer as coisas
sumirem permanentemente, ele passou a ser considerado como
perigoso e corrupto.[
12
]
Ou seja, para os gregos o mar era um local divino e a representação de
divindades juntamente com elementos marítimos, tais quais embarcações, no
vasos analisados é uma possibilidade que, a meu ver, torna esta leitura verossímil.
Passarei, agora a analisar um caso especial, que é aquele da figura 13. Neste
vaso, as embarcações aparecem apenas com seres míticos, que estão dançando.
Aqui, tanto as idéias de Grillo quanto de Lindenlauf tornam-se leituras plausíveis
para o caso. No entanto, o fato destes seres estarem dançando também pode
estar representando uma comemoração não apenas pelo final da batalha, mas
pela vitória daqueles que foram favorecidos por estes seres.
Governos tirânicos gregos floresceram, sobretudo, nos séculos VII
e VI a.C.[
13
] No caso de Atenas, a tirania foi de 560 a.C. a 510 a.C.[
14
] Vale notar
que é nesse período e o local que os vasos analisados foram produzidos.
Segundo Jacquemin,
Vasos, moedas e relevos fornecem, contudo, imagens de navios
que devem ser considerados com prudência (...). Na segunda
metade do século VI a.C., triacônteros e pentacônteros são um
motivo particularmente caro aos pintores de crateras e de cálices,
que pintaram navios justamente no nível dos líquidos. A temática
do navio é menos presente na época clássica, se excluirmos os
navios do mito e da epopéia (...).[
15
]
A produção de vasos áticos com representação de navios é comum
justamente no período da tirania e depois praticamente desaparece. Como
interpretar isso?
Segundo Mary White, o período de tiranias foi frutífero tanto
econômica quanto culturalmente. Para a autora, os tiranos:
“Em primeiro lugar, eles conduziram suas cidades para maior
prosperidade material, encorajando a diversidade econômica, na
qual a agricultura continuou a ter um papel importante, mas era
complementada por ofícios em desenvolvimento tais quais
cerâmicas, metais e tecidos e o comércio exterior com as
atividades de construção de navios e mercantilistas, que
deveriam acompanhar isso”.[
16
]
Os navios, segundo Jacquemin, pertenciam ao Estado.[
17
] Assim, o
aparecimento de pinturas de embarcações em objetos de uso comum como os
vasos pode ser um meio de propaganda do regime tirânico, mostrando todo o
esplendor da guerra, da marinha (ambos sob proteção divina), bem como da
questão da dominação.
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Mas por que essas representações praticamente desapareceram?
Com o fim do regime tirânico e o florescimento da democracia, diversos
pensadores passaram a relacionar a questão do poder marítimo e naval com a
tirania. Segundo Arnaldo Momigliano: “[Para] Isócrates, (...) poder terrestre
implica e promove a virtude, mas o poder marítimo é definitivamente
desmoralizante: ele causa injustiça, indolência, ilegalidade, avareza, cobiça e é
equivalente à tirania”.[
18
]
Ao relacionar tirania com navegação, Isócrates nos dá pistas sobre
o quase desaparecimento das representações de embarcações em vasos áticos.
Isto estaria relacionado à associação embarcação/poder naval com a tirania e a
desmoralização. Assim, o que pode ser dito é que uma possível causa para o
quase desaparecimento da representação de embarcações está condicionada à
mudança na perspectiva de significado delas, que passam de objeto de poder e
distinção à sua associação com um tipo de governo que passou a ser visto como
não-desejável, a tirania.
Desta forma, neste presente trabalho, a autora tentou, através de
uma seleção de vasos áticos, mostrar possibilidades de leituras para a iconografia
presente no suporte citado. Tais possibilidades foram condicionadas pelo
reagrupamento da seleção feita em coleções menores, o que possibilitou leituras,
ao mesmo tempo, mas generalizantes, como mais específicas, bem como uma
breve reflexão acerca das condições de produção. Assim, os vasos analisados são
reflexos de seu tempo, não só por aquilo que é representado, mas por aquilo que
eles possivelmente significaram. Essa datação de significado e de leitura é a
mesma que pode ser feita para o trabalho do historiador e do arqueólogo: afinal,
são todos reflexos de seu tempo.
Agradecimentos
Agradeço, primeiramente, aos professores José Geraldo da Costa
Grillo e Pedro Paulo Abreu Funari pela supervisão e orientação neste trabalho.
Agradeço, também, à co-orientação de Gilson Rambelli em minha Iniciação
Científica. Por fim, deixo meus agradecimentos à Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo (FAPESP) pelo apoio financeiro e à Universidade Estadual
de Campinas pelo apoio institucional.
Figuras
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Figura 2
Cálice ático decorado em seu
interior com embarcações e
vgolfinhos, cujo centro mostra
Poseidon cavalgando sua mais
bela criação: o cavalo. A parte
externa do cálice é decorada
com cavalos, bigas e guerreiros.
Atribuído aos Pequenos Mestres,
560-530 a.C. Louvre (F145)
Figura 3
Dino ático com desenho nos lábios. Internamente, nota-se o desenho de
embarcações. Na parte superior externa, nota-se o desenho de Héracles e o Leão;
Atena (?); Teseu e o Minotauro; guerreiros em bigas ou lutando; Espectadores; e
uma pessoa vestida e sentada. Sem atribuição, 550 a.C. Louvre (F62)
Lebete ático com lábio
interno decorado com
navios e parte superior
lábio decorada com
animais (leões e javalis).
Atribuído ao pintor de
Amasis, 560-550 a.C.
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Figura 4
Imagem disponível em:
http://www.beazley.ox.ac.uk/xdb/ASP/browse.asp?tableName=qr
yData&newwindow=&BrowseSession=1&companyPage=Contacts&
newwindowsearchclosefrombrowse=
acessado em 16 de Março de 2010
Cálice ático cujo interior é pintado com embarcações. O exterior mostra,
em um dos lados Apollo e outras deusas entre olhos. No outro, há a
imagem de Leda e Dióscoros, também entre olhos. Atribuído ao pintor de
Lisípides, 530-510 a.C. Museu Real de Bruxelas (A3645)
Figura 5
Imagem disponível em:
http://www.beazley.ox.ac.uk/xdb/ASP/browse.asp?tableName=qryData&ne
wwindow=&BrowseSession=1&companyPage=Contacts&newwindowsearchc
losefrombrowse=, acessado em 16 de Março de 2010
Fragmento de um dino ático cujo interior do lábio possui representação de
embarcações. A parte superior do lábio possui representações de águias,
guerreiros lutando, saindo e caindo e homem vestido sentado. Atribuído ao
pintor de Antímenes. c. 530-510 a.C. Paestum - Museo Archeologico
Nazionale (s/ nº inventário)
Figura 6
Lebete ático com parte interna do lábio pintada com navios. A parte
superior do lábio é decorada com com cenas de batalha, com lutas,
inclusive sobre guerreio morto, bigas; há representação de seres
míticos ou presentes em épicos: Teseu e Minotauro; Heracles e
Nessos; Heracles e o leão entre Iolaos com seu arco e Atena. Atribuído
ao Círculo do Pintor de Antímenes, 530-510 a.C. Museum of Art,
Cleveland (1971.46)
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Figura 7
Dino ático com bordas da boca
interna decoradas com quatro
navios, cuja atribuição de
respresentação no Corpus
Vasorum Antiquorum são de
guerra. Sem atribuição, 530-510
a.C. Museum of Fine Arts, Boston
(90154)
Figura 8
Imagem disponível em:
http://www.beazley.ox.ac.uk/xdb/ASP/browse.asp?tableName=qryData&newwind
ow=&BrowseSession=1&companyPage=Contacts&newwindowsearchclosefrombro
wse=, acessado em 16 de Março de 2010
Parte externa do Cálice ático decorada com um nariz entre olhos, que estão entre
embarcações. Sem atribuição, c. 530-510 a.C. Comércio, Sotheby's, New York
(XXXX14550)
Figura 9
Dino ático cujo lábio, na parte interna, são
decorados com embarcações. A parte
superior do lábio é decarada com guerreios,
sendo sua maioria lutando, além da
respresentação de alguns cavalos. Atribuído
ao Círculo do Pintor de Antímenes, c. 530-
510 a.C. Malibu (92.AE.88)
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Figura 10
Cálice ático com parte externa decorada com
olhos entre embarcações. O interior é decorado
com um GORGONEION. Sem atribuição, 520-510
a.C. Antikenmuseum d. Universitat Leipzig
(T472)
Figura 11
Cálice ático com cena de navegação. A proa de cada um é
pintada com olhos, que indicam boa sorte, e possuem a
forma de um javali. Cada embarcação é seguida por
golfinhos e sereias são pintadas próximos às asas.
Atribuição ao pintor de Nicóstenes, 520-510 a.C. Louvre
(F123)
Figura 12
Imagem disponível em:
http://www.beazley.ox.ac.uk/xdb/ASP/browse.asp?tableName=qryData&newwindow
=&BrowseSession=1&companyPage=Contacts&newwindowsearchclosefrombrowse=,
acessado em 16 de Março de 2010
Cálice ático decorado internamente por embarcações. O exterior é decorado pela
cena de Sátiro carregando Mênade, entre olhos. Atribuído ao Grupo de Leagro, 520-
500 a.C. Basel, Comércio, Munzen und Medaillen A.G. (XXXX275113)
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Bibliografia:
Catálogos:
- Beazley: acessado em 8 de fevereiro de 2009
http://www.beazley.ox.ac.uk/xdb/ASP/browse.asp?tableName=qryData&newwindo
w=&BrowseSession=1&companyPage=Contacts&newwindowsearchclosefrombrowse
=
- Réunion des Musées Nationaux: acessado em 8 de novembro de 2009
http://www.photo.rmn.fr/cf/htm/CSearchT.aspx?V=CSearchT&SID=2K1KTS6TV8V8
V&E=S_2K1KTS6TV8V8V&NoR=500&New=T
- Museu do Louvre: acessado em 8 de novembro de 2009
http://www.louvre.fr/llv/oeuvres/detail_notice.jsp?CONTENT%3C%3Ecnt_id=10134
198673225591&CURRENT_LLV_NOTICE%3C%3Ecnt_id=10134198673225591&FOL
DER%3C%3Efolder_id=9852723696500782&bmLocale=en
Referência das figuras:
- As figuras em Preto e Branco estão disponíveis no CVA Online, acessível
através do catálogo do Beazley.
- A figura 9 está disponível em CLARK, Andrew J.; ELSTON, Maya; HART,
Mary Louise. Understanding Greek vases: a guide to terms, styles, and techniques.
J. Paul Getty Museum, 2002.
- A figura 11 está disponível no site da Réunion des Musées Nationaux.
Figura 13
Fragmento de dino ático decorado, em seu lábio interior com embarcações, uma
acompanhada de um polvo. O lábio apresenta, na parte exterior imagens do retorno de
Héfaso; Dionísio; Sátiros e Mênades dançando. Sem atribuição, c. 500 a.C. Wurzburg,
Universitat, Martin von Wagner Mus. (527)
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Livros:
- BERGHORN, Detlef; HATTSEIN, Markus. Essential Visual History of the
World. Washington: National Geographic Society, 2007.
- BOARDMAN, John. The history of Greek vases: potters, painters and
pictures. London: Thames and Hudson, 2001.
- CLARK, Andrew J.; ELSTON, Maya; HART, Mary Louise. Understanding
Greek vases: a guide to terms, styles, and techniques. J. Paul Getty Museum, 2002.
Artigos:
- GRILLO, José Geraldo Costa. “A GUERRA DE TRÓIA NO IMAGINÁRIO
ATENIENSE: SUA REPRESENTAÇÃO NOS VASOS ÁTICOS DOS SÉCULOS VI-V A.C.”
Conferência apresentada no XIX Ciclo de Debates em História Antiga: “Encontros &
Enfrentamentos”, realizado, entre 31/08 a 04/09 de 2009, pelo Laboratório de
História Antiga da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
- JACQUEMIN, Anne. “La marine”. In PROST, Francis (Org.). Armées et
sociétés de la Grèce classique: aspects sociaux et politiques de la guerre aus Ve et
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- LINDENLAUF, Astrid. “The Sea as a Place of No Return in Ancient Greece”.
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http://www.jstor.org/stable/4128318, acessado em 11/12/2008.
- MEIGGS, Russell. “Review: The Navy; Reviewed work(s): La Marine dans
l'antiquité by Jean Rougé”. The Classical Review, New Series, Vol. 27, No. 2
(1977), pp. 208-209. http://www.jstor.org/stable/712909, acessado em
07/10/2009.
- MOMIGLIANO, Arnaldo. “Sea-Power in Greek Thought”. The Classical
Review, Vol. 58, No. 1 (May, 1944), pp. 1-7. http://www.jstor.org/stable/701960,
acessado em 07/10/2009.
- VINSON, Steve. “Ships in the Ancient Mediterranean”. The Biblical
Archaeologist, Vol. 53, No. 1, An Underwater View of the Ancient World (Mar.,
1990), pp. 13-18. http://www.jstor.org/stable/3210148, acessado em 11/12/2008.
- WHITE, Mary. “Greek Tyranny”. Phoenix, Vol. 9, No. 1 (Spring, 1955), pp.
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[
1
] Aluna de graduação em História pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e bolsista de
iniciação científica com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(FAPESP).
[2] BERGHORN, Detlef; HATTSEIN, Markus. Essential Visual History of the World. Washington:
National Geographic Society, 2007. Pp.58-61
[3] A escolha de vasos deu-se, sobretudo, através da base de dados do Beazley. A seleção foi feita,
principalmente, pela existência de imagens em tal base, bem como pelo grau de integridade dos
desenhos.
[4] MEIGGS, Russell. “Review: The Navy; Reviewed work(s): La Marine dans l'antiquité by Jean
Rougé”. The Classical Review, New Series, Vol. 27, No. 2 (1977), pp. 208-209.
http://www.jstor.org/stable/712909, acessado em 07/10/2009. P.208. “The shift of interest towards
social and economic history, combined with the stimulus of underwater archaeology, has given rise
to a growing interest in ancient shipping and maritime trade”.
[5] JACQUEMIN, Anne. “La marine”. In PROST, Francis (Org.). Armées et sociétés de la Grèce classique:
aspects sociaux et politiques de la guerre aus Ve et IVe s. av. J.-C. Paris: Errance, 1999. Pp. 223-
239.
1
JACQUEMIN, Anne. “La marine”. In PROST, Francis (Org.). Armées et sociétés de la Grèce
classique: aspects sociaux et politiques de la guerre aus Ve et IVe s. av. J.-C. Paris: Errance, 1999.
Pp. 223-239.
[6] Idem. P. 232
[7] VINSON, Steve. “Ships in the Ancient Mediterranean”. The Biblical Archaeologist, Vol. 53, No. 1,
An Underwater View of the Ancient World (Mar., 1990), pp. 13-18.
http://www.jstor.org/stable/3210148, acessado em 11/12/2008. P.16. “These early representations
present essentially the same picture of single square sails, although the proportions of the sails
vary”.
[8] BOARDMAN, John. The history of Greek vases: potters, painters and pictures. London: Thames and
Hudson, 2001. P.79
[9] Idem. P. 28
[
1
0] GRILLO, José Geraldo Costa. “A GUERRA DE TRÓIA NO IMAGINÁRIO ATENIENSE: SUA
REPRESENTAÇÃO NOS VASOS ÁTICOS DOS SÉCULOS VI-V A.C.” Conferência apresentada no XIX
Ciclo de Debates em História Antiga: “Encontros & Enfrentamentos”, realizado, entre 31/08 a 04/09
de 2009, pelo Laboratório de História Antiga da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
[1
1
] Idem.
[
1
2] LINDENLAUF, Astrid. “The Sea as a Place of No Return in Ancient Greece”. World Archaeology, Vol.
35, No. 3, Seascapes (Dec., 2003), pp. 416-433. http://www.jstor.org/stable/4128318, acessado
em 11/12/2008. P.427. For the ancient Greeks (...) the sea was part of the divine order of the
universe, the power realm of a distinct god, and definitely an ambiguous place. It had many different
guises, one of which was the perception of the sea as a place of no return. When the sea fulfilled its
powers to take life away and to make things disappear permanently, it was regarded as dangerous
and corrupting”.
[
1
3] WHITE, Mary. “Greek Tyranny”. Phoenix, Vol. 9, No. 1 (Spring, 1955), pp. 1-18.
http://www.jstor.org/stable/1085948, acessado em 03/11/2009. P.1
[
1
4] BERGHORN, Detlef; HATTSEIN, Markus. Op Cit.
[
1
5] JACQUEMIN, Anne. Op Cit. P.224. vases, monnaies et reliefs fournissent cependant des images de
navires qu’il faut considérer avec prudence (...). Dans la seconde moitié du VIe s., triacontères et
pentacontères sont un motif particulièrement aimé des peintres de cratères et de coupes qui
peignent les navires à l’intérieur juste au-dessus du niveau du liquide. Le thème du navire est moins
présent à l’époque classique, si l’on excepte les navires do mythe et de l’épopée ; (...)”.
[
1
6] WHITE, Mary. Op Cit. P. 10. “In the first place, they led their cities to greater material prosperity, by
encouraging a diversified economy in which agriculture continued to hold an important place but was
supplemented by an ever- increasing development of such crafts as pottery, metal work, and
textiles, and of export trade with the ship-building and mercantile activity which must accompany it”.
[
1
7] Jacquemin, Anne. Op Cit. P.229
[
1
8] MOMIGLIANO, Arnaldo. “Sea-Power in Greek Thought”. The Classical Review, Vol. 58, No. 1 (May,
1944), pp. 1-7. http://www.jstor.org/stable/701960, acessado em 07/10/2009.P.4. “[For] Isocrates,
(...) Land-power implies and fosters virtue, but sea-power is definitely demoralizing: it causes
injustice, indolence, lawlessness, avarice, covetousness, and is equivalent to tyranny”.
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The shift of interest towards social and economic history, combined with the stimulus of underwater archaeology, has given rise to a growing interest in ancient shipping and maritime trade
  • Russell Meiggs
MEIGGS, Russell. "Review: The Navy; Reviewed work(s): La Marine dans l'antiquité by Jean Rougé". The Classical Review, New Series, Vol. 27, No. 2 (1977), pp. 208-209. http://www.jstor.org/stable/712909, acessado em 07/10/2009. P.208. "The shift of interest towards social and economic history, combined with the stimulus of underwater archaeology, has given rise to a growing interest in ancient shipping and maritime trade".
These early representations present essentially the same picture of single square sails
  • Steve Vinson
VINSON, Steve. "Ships in the Ancient Mediterranean". The Biblical Archaeologist, Vol. 53, No. 1, An Underwater View of the Ancient World (Mar., 1990), pp. 13-18. http://www.jstor.org/stable/3210148, acessado em 11/12/2008. P.16. "These early representations present essentially the same picture of single square sails, although the proportions of the sails vary".
The history of Greek vases: potters, painters and pictures
  • John Boardman
BOARDMAN, John. The history of Greek vases: potters, painters and pictures. London: Thames and Hudson, 2001. P.79
Dans la seconde moitié du VIe s., triacontères et pentacontères sont un motif particulièrement aimé des peintres de cratères et de coupes qui peignent les navires à l
  • Anne Jacquemin
  • . P Op Cit
JACQUEMIN, Anne. Op Cit. P.224. "vases, monnaies et reliefs fournissent cependant des images de navires qu'il faut considérer avec prudence (...). Dans la seconde moitié du VIe s., triacontères et pentacontères sont un motif particulièrement aimé des peintres de cratères et de coupes qui peignent les navires à l'intérieur juste au-dessus du niveau du liquide. Le thème du navire est moins présent à l'époque classique, si l'on excepte les navires do mythe et de l'épopée ; (...)".
Land-power implies and fosters virtue, but sea-power is definitely demoralizing: it causes injustice
  • Arnaldo Momigliano
MOMIGLIANO, Arnaldo. "Sea-Power in Greek Thought". The Classical Review, Vol. 58, No. 1 (May, 1944), pp. 1-7. http://www.jstor.org/stable/701960, acessado em 07/10/2009.P.4. "[For] Isocrates, (...) Land-power implies and fosters virtue, but sea-power is definitely demoralizing: it causes injustice, indolence, lawlessness, avarice, covetousness, and is equivalent to tyranny".