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Brazilian Journal of Development
ISSN: 2525-8761
55671
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.6, p. 55671-55691 jun. 2021
A história da educação nos programas de pós graduação em educação
na Amazônia: o estado do conhecimento da produção no campo
The history of education in graduate programs in education in the
Amazon: the state of knowledge of production in the area
DOI:10.34117/bjdv7n6-124
Recebimento dos originais: 07/05/2021
Aceitação para publicação: 07/06/2021
Alberto Damasceno
Doutor em educação
Universidade Federal do Pará
E-mail: albertod@ufpa.br
Monika Reschke
Doutoranda em Educação
Universidade Federal do Pará
E-mail: monikareschke@hotmail.com
Danielly Campos
Doutoranda em Educação
Universidade Federal do Pará
E-mail: danielly.campos@ymail.com
Suellem Pantoja
Doutoranda em Educação
Universidade Federal do Pará
E-mail: smartinspantoja@gmail.com
Gercina Ferreira
Doutoranda em Educação
Universidade Federal do Pará
E-mail: ferreiragercina@gmail.com
Viviane Dourado
Mestranda em Educação
Universidade Federal do Pará
E-mail: vivianedrd2@gmail.com
Jessica Mesquita
Graduanda em História
Universidade Federal do Pará
E-mail: jessica04102000@gmail.com
Joaquina Ianca Miranda
Graduanda em Pedagogia
Universidade Federal do Pará
E-mail: joaquinaianca@gmail.com
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RESUMO
Este trabalho apresenta um breve panorama da pós-graduação em educação na Amazônia
Legal, em especial no que se refere à sua produção no campo da História da Educação.
Para atingir nosso objetivo fizemos um levantamento da produção de dissertações e teses
de 11 (onze) programas de 9 (nove) instituições de educação superior da região por meio
dos indicadores presentes nos seus sites. Mesmo se tratando de um estudo ainda inicial
os resultados apontam que apesar dos inegáveis avanços conquistados por estas
instituições, ainda deixam a desejar na produção historiográfica da educação se
comparada a outras áreas, inclusive em razão das prioridades explicitadas nas linhas de
pesquisa dos programas.
Palavras-Chave: Historiografia da Educação, Pós-Graduação, Amazônia.
ABSTRACT
This paper presents a brief overview of graduate courses in education in the Legal
Amazon, especially regarding its production in History of Education. To achieve our goal,
we surveyed the production of dissertations and theses from 11 (eleven) graduate
programs from 9 (nine) higher education institutions in the region using the indicators on
their websites. Even though this is an initial study, the results show that despite the
undeniable advances achieved by these institutions, they still lack historiographical
production of education when compared to other areas, even due to the priorities specified
in the research lines of the programs.
Keywords: Historiography of Education, Graduate Studies, Amazon region.
1 INTRODUÇÃO
A história e a historiografia da educação e suas interfaces no processo de
construção social, política, econômica e cultural do Brasil, da Amazônia e do Pará têm
importância inegável na educação de nosso povo em sua busca de construir um
entendimento sobre nossa realidade, pois é “a preocupação em compreender o presente e,
consequentemente, resolver os problemas atuais que anima a pesquisa histórica”
(BUFFA, 1990, p. 14). Na área da educação, especialmente na formação de professores,
“as pesquisas sobre os manuais didáticos nos revelam que o ensino sistemático da
disciplina História da Educação constitui elemento imprescindível na construção da
memória da educação” (SAVIANI, 2008, p. 160).
Nela se estudam, além de outros assuntos de elevado mérito, temas como as ideias
pedagógicas, as instituições escolares, as disciplinas escolares, a profissão docente, a
infância escolar, e a imprensa educacional, entre outras temáticas fundamentais para o
processo de formação de estudantes e professores da educação superior e, principalmente,
da educação básica.
Por isso, para Buffa (1990)
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Diante dos problemas atuais, a única coisa que se pode dizer é a sua história.
Ou seja, a única coisa que se pode saber é a história dos homens diante destes
ou de problemas semelhantes, de como eles os enfrentaram, a que ponto
chegaram e quais os resultados obtidos. Assim, de que modo enfrentar o
problema da miséria ou do analfabetismo sem saber como eles são produzidos
numa formação social capitalista e como têm sido resolvidos (ou não) numa
sociedade concreta, a nossa, por exemplo? (BUFFA, 1990, p. 13).
Mas é claro que esta perspectiva tem imensos desafios a enfrentar. No que refere
à educação superior
diferentemente das regiões localizadas no centro-sul brasileiro, a maioria da
população da Região Norte ainda está longe de ter acesso universalizado ao
Ensino Superior. Um dos resultados dessa discrepância é a insuficiência de
pessoal qualificado para a educação básica e superior no contexto amazônico,
revelando o quanto o Brasil ainda está atrasado em termos de educação
(COLARES; MACIEL, 2020, prefácio).
Podemos afirmar que é intuito destas comunidades acadêmicas que seus egressos
disponham de uma formação que lhes garanta competência na elaboração,
desenvolvimento e uso de conhecimentos para a compreensão da realidade como
fenômeno multifacetado em suas dimensões social, econômica, cultural, política e
histórica. Isto tem tanto mais importância se considerarmos um estudo recente sobre a
divulgação da pesquisa desenvolvida nas universidades brasileiras que demonstra que
esta permanece “invisível”, o que viola um dos princípios mais caros a estas instituições
que é a democratização do conhecimento científico.
Segundo o estudo mencionado, não existe uma “cultura de divulgação da pesquisa
nas universidades, o que pode ser percebido em algumas das universidades pesquisadas,
uma vez que não incluem a democratização do conhecimento como uma de suas funções
prioritárias” (BUENO, 2014, p. 14), o que corrobora a relevância deste trabalho,
ressaltando a importância da relação dos programas e de seus docentes/pesquisadores
com a sociedade e a integração entre a universidade, a pesquisa e a vida das pessoas.
Por isso este estudo teve como escopo mapear a produção científica dos programas
de pós-graduação da Amazônia no âmbito dos seus cursos de mestrado e doutorado,
especialmente no que se refere às dissertações e teses do campo da História da Educação.
Para alcançar nosso objetivo, fizemos um levantamento dos trabalhos sobre a História da
Educação nestes programas tendo como base as monografias elaboradas desde sua
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criação até o ano de 2019, destacando os principais temas pesquisados e os períodos
históricos privilegiados pelos seus autores
1
.
O levantamento das dissertações e teses foi realizado junto aos sites dos programas
de pós-graduação da Universidade Federal do Pará - UFPA (PPGED
2
, PPGEDUC
3
e
PPEB
4
), da Universidade Estadual do Pará - UEPA (PPGED
5
), da Universidade Federal
do Amazonas (PPGE
6
), da Universidade Federal do Oeste do Pará (PPGE
7
), da
Universidade Federal do Amapá (PPGED
8
), da Universidade Estadual de Roraima
(PPGE
9
), da Universidade Federal do Acre (PPGE
10
), da Universidade Federal de
Rondônia (PPGE
11
) e da Universidade Federal do Tocantins (PPGE
12
). Em seguida,
fizemos a leitura dos títulos, resumos e palavras-chave tendo em vista uma classificação
temática. Levando em consideração que o ato de “selecionar, organizar e classificar a
posteriori, trabalhos de outrem se reveste de boa dose de arbitrariedade” (FARIA FILHO;
GONÇALVES; CALDEIRA, 2005, p. 224), buscamos identificar e classificar os estudos
situados no campo da História da Educação a partir de três critérios: se fazem uso de uma
teoria da História na análise do objeto; se há menção de conceitos do campo
historiográfico no título e/ou no resumo; se se apresentam de forma explícita como um
estudo acerca da ação do homem no tempo, delimitando o recorte temporal da pesquisa
e; eventualmente, se foram orientados por pesquisadora ou pesquisador com reconhecida
atuação e produção no campo da história da educação. Por outro lado, descartamos a
marcação cronológica no título como um critério, pois a existência pura e simples da
referida marcação no título não garante que se trate de uma pesquisa em História da
Educação.
Nessa perspectiva, este trabalho se constitui em uma iniciativa que visa construir
um estado do conhecimento acerca da História da Educação na pós-graduação amazônida
na perspectiva de Morosini e Fernandes (2014), para quem
1
O Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Roraima não aparecerá em nosso
levantamento por ter sido aprovado pela CAPES somente em dezembro de 2018, não possuindo, portanto,
produção acadêmica de dissertações e teses até o presente momento.
2
Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGED/UFPA)
3
Programa de Pós-Graduação em Educação e Cultura (PPGEDUC/UFPA)
4
Programa de Pós-Graduação em Currículo e Gestão da Escola Básica (PPEB/UFPA)
5
Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGED/UEPA)
6
Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE/UFAM)
7
Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE/UFOPA)
8
Programa de Pós-graduação em Educação (PPGED/UNIFAP)
9
Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE/UERR)
10
Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE/UFAC)
11
Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE/UNIR)
12
Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE/UFT)
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estado de conhecimento é identificação, registro, categorização que levem à
reflexão e síntese sobre a produção científica de uma determinada área, em um
determinado espaço de tempo, congregando periódicos, teses, dissertações e
livros sobre uma temática específica (2014, p. 155).
Este estudo, portanto, se inscreve no rol de pesquisas reconhecidamente de
natureza bibliográfica, que apresentam em comum a tarefa do mapeamento e da
problematização de produções acadêmicas em determinado campo do conhecimento, mas
que também buscam
responder que aspectos e dimensões vêm sendo destacados e privilegiados em
diferentes épocas e lugares, de que formas e em que condições têm sido
produzidas certas dissertações de mestrado, teses de doutorado, publicações
em periódicos e comunicações em anais de congressos e de seminários.
Também são reconhecidas por realizarem uma metodologia de caráter
inventariante e descritivo da produção acadêmica e científica sobre o tema que
busca investigar, à luz de categorias e facetas que se caracterizam enquanto
tais em cada trabalho e no conjunto deles, sob os quais o fenômeno passa a ser
analisado (FERREIRA, 2002, p. 258).
As fontes privilegiadas para este levantamento de dados e informações foram os
“catálogos” situados nos sites dos referidos programas e entendidos como cadastros que
vieram atender o
anseio manifestado pelas universidades de informar sua produção à
comunidade científica e à sociedade, socializando e, mais do que isso,
expondo-se à avaliação. É um sentimento de que trabalhos produzidos ao longo
dos anos não devem ficam restritos às prateleiras das bibliotecas das
universidades (FERREIRA, 2002, p. 260).
Além desta introdução onde apresentamos os propósitos desta pesquisa e a
metodologia adotada para sua realização, fazemos uma apresentação resumida dos
programas no âmbito de suas respectivas instituições e um breve exame de suas linhas de
pesquisa, assim como uma análise sucinta de sua produção científica situada no campo
da História da Educação, considerando o sexo de suas autoras e autores e de orientadoras
e orientadores, as temáticas adotadas e os períodos abordados para, finalmente,
construirmos uma síntese do conjunto das produções em termos da região amazônica.
2 OS PROGRAMAS INVESTIGADOS
Para melhor compreender a produção dos Programas de Pós-Graduação em
Educação na Amazônia, apresentaremos um resumo sobre esses programas destacando,
brevemente, seu histórico e suas linhas de pesquisa.
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Atualmente, o Estado que mais concentra Programas de Pós-graduação em
Educação na região Norte é o Pará, com três programas. Entre eles, o mais antigo é o
Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Pará
13
(PPGED/UFPA) que teve sua primeira proposta de mestrado homologada em 2003 e que
em 2007 iniciou seu doutorado. Está vinculado ao Instituto de Ciências da Educação
(ICED) da UFPA e abrange três linhas de pesquisa: Políticas Públicas Educacionais;
Currículo, Epistemologia e História, e; Educação, Cultura e Sociedade (COELHO;
SILVA, 2016).
A Universidade Federal do Pará possui, ainda, dois Programas de Pós-graduação
em Educação. O Programa de Pós-Graduação em Educação e Cultura,
PPGEDUC/UFPA
14
, vinculado ao Campus Universitário do Tocantins, sediado na
Cidade de Cametá, região Nordeste do Pará, com relevante inserção da Pós-graduação
Stricto Sensu no interior da região Norte. Foi o primeiro Programa de Pós-Graduação em
Educação existente fora da região metropolitana e da sede da UFPA na capital, com
mestrado aprovado em 2014 pelo Conselho Nacional de Educação, além de atuar em duas
linhas de pesquisa: “Culturas e Linguagens” e “Políticas e Sociedades”.
O outro Programa de Pós-Graduação em educação da UFPA denomina-se
Currículo e Gestão da Escola Básica, PPEB/UFPA
15
, que iniciou suas atividades em
junho de 2015 com seu curso de Mestrado Acadêmico vinculado ao ICED/UFPA.
Entretanto, no ano de 2017, com a criação do Núcleo de Estudos Transdisciplinares em
Educação Básica da UFPA (NEB/UFPA) se desvinculou do ICED para se tornar uma
subunidade do NEB. Atualmente possui duas Linhas de Pesquisa: Currículo da Educação
Básica e Gestão e Organização do Trabalho Pedagógico na Escola Básica, mas já está
programando a criação de uma terceira linha voltada à História da Educação.
16
.
13
http://ppgedufpa.com.br/
14
http://ppgeduc.propesp.ufpa.br/index.php/br/
15
http://ppeb.propesp.ufpa.br/index.php/br/
16
De acordo com a proposta de criação a linha terá a intenção de: “Formar, no PPEB, o (a) profissional da
educação básica do Brasil, o/a professor (a) pesquisador (a) do ensino superior, mobilizando categorias de
análise histórica que possibilitem compreender e problematizar a educação básica como uma produção
social, cultural e temporal; Produzir conhecimento em história da educação básica, com base nas teorias,
metodologias e procedimentos próprios ao campo de pesquisa” (proposta encaminhada à coordenação do
programa em dezembro de 2020). Como descritor da linha a proposta se dedicará a: “Estudos e pesquisas,
a partir das diferentes abordagens históricas, sobre o nível de ensino hoje denominado de educação básica,
em diversos tempos e espaços, dando visibilidade aos sujeitos tradicionalmente excluídos da história, como
os (as) empobrecidos (as), as mulheres, os (as) negros (as) e as populações tradicionais. Define enquanto
lócus de pesquisa, preferencialmente, a região amazônica com foco no estado do Pará, em articulação com
a experiência histórica de outros estados e regiões do Brasil. Privilegia estudos sobre: a história do currículo
e das disciplinas escolares, da gestão educacional, das políticas de educação, da formação de professoras e
professores, das modalidades de ensino, dos tipos de escola, dos intelectuais, das ideias e práticas
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O Programa de Pós-Graduação em Educação
17
da Universidade do Estado do Pará
(PPGED/UEPA) vinculado ao Centro de Ciências Sociais e Educação foi criado em 2003
e recomendado em 2005. No ano de 2017, teve sua proposta de doutorado aprovada pela
CAPES e possui duas Linhas de Pesquisa intituladas “Formação de Professores e Práticas
Pedagógicas” e “Saberes Culturais e Educação na Amazônia”. O doutorado deste
programa ofertou a sua primeira turma no ano de 2019 com 10 vagas em um processo
seletivo realizado em 2018; por esse motivo não há produções defendidas neste nível no
período delimitado.
O Programa de Pós-Graduação em Educação
18
da Universidade Federal do Oeste
do Pará (PPGE/UFOPA) foi criado em 2012, sendo aprovado pela Capes em 2013. O
PPGE/UFOPA possui três linhas de pesquisa: História, Política e Gestão Educacional na
Amazônia; Conhecimento e Formação na Educação Escolar e; Dimensões Transversais
da Formação Pessoal na Educação Escolar e Não-Escolar.
O Programa de Pós-Graduação em Educação
19
da Universidade Federal do
Amazonas (PPGE/UFAM) foi criado em 1896 por meio de uma parceria entre sua
Faculdade de Educação (FACED) e o Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL).
Sua primeira turma de mestrado iniciou em 1987 e o programa foi credenciado pelo MEC
em 1995. No ano de 2010 o PPGE/UFAM iniciou seu curso de doutorado e atualmente
possui quatro linhas de pesquisa: “Processos Educativos e Identidades Amazônicas”;
“Educação, Estado, Sociedade e Desenvolvimento Regional”; “Formação e Práxis do(a)
Educador(a) Frente aos Desafios Amazônicos” e “Educação Especial e Inclusão no
Contexto Amazônico”.
O Programa de Pós-Graduação em Educação
20
da Universidade Federal do Amapá
(PPGED/UNIFAP) foi aprovado pela CAPES em 2017 e possui duas linhas de pesquisa
intituladas “Educação, Culturas e Diversidades” e “Políticas Educacionais”.
O Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do
Tocantins (PPGE/UFT) teve seu curso de mestrado aprovado e recomendado pela CAPES
em 2012 com duas linhas de pesquisa denominadas “Currículo, formação de professores
e saberes docentes” e “Estado, sociedade e práticas educativas”.
educativas, das instituições escolares, da organização da educação pública”. (proposta encaminhada à
coordenação do programa em dezembro de 2020).
17
https://ccse.uepa.br/ppged/
18
http://www.ufopa.edu.br
19
https://ppge.ufam.edu.br/
20
https://www2.unifap.br/ppged/
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O Programa de Pós-graduação em Educação
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da Universidade Estadual de
Roraima (PPGE/UERR) em associação ampla com o Instituto Federal de Roraima (IFRR)
foi criado em 2013 e iniciou suas atividades em janeiro de 2014 articulando duas linhas
de pesquisa: “Formação, Trabalho Docente e Currículo” e “Educação do Campo,
Educação Indígena e Interculturalidade”.
O Programa de Pós-Graduação em Educação
22
(PPGE/UFAC) iniciou suas
atividades no ano de 2014 com duas linhas de pesquisa: “Políticas e Gestão Educacional”
e “Formação de Professores e Trabalho Docente.
O Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação (PPGE/UNIR)
23
da
Universidade Federal de Rondônia foi criado em 2005 e recomendado pela CAPES em
2009. O programa possui duas linhas de pesquisa, “Formação Docente” e “Política e
Gestão educacional''.
2 AS LINHAS DE PESQUISA DOS PROGRAMAS
Se considerarmos o conjunto das linhas de pesquisa dos programas de pós-
graduação das instituições estudadas neste trabalho chegamos ao número de 26 (vinte e
seis) linhas que abordam temas que vão desde as políticas educacionais até a formação
pessoal na educação não-escolar. A lista, além de numerosa, portanto, é bastante diversa.
São elas: Políticas públicas educacionais; Currículo, epistemologia e história; Educação
cultura e sociedade; Culturas e linguagens; Políticas e sociedades; Currículo da educação
básica; Gestão e organização do trabalho pedagógico na escola básica; Formação de
professores e práticas pedagógicas; Saberes culturais e educação na Amazônia; Processos
educativos e identidades amazônicas; Educação, estado, sociedade e desenvolvimento
regional; Formação e práxis do educador frente aos desafios amazônicos; Educação
especial e inclusão no contexto amazônico; História, política e gestão educacional na
Amazônia; Conhecimento e formação na educação escolar; Dimensões transversais da
formação pessoal na educação escolar e não escolar; Educação, culturas e diversidades;
Políticas educacionais; Currículo, formação de professores e saberes docentes; Estado,
sociedade e práticas educativas; Formação trabalho docente e currículo; Educação do
campo, educação indígena e interculturalidade; Políticas e gestão educacional; Formação
de professores e trabalho docente; Formação docente e; Política e gestão educacional.
21
https://www.uerr.edu.br/ppge/
22
http://www2.ufac.br/ppge
23
http://www.ppge.unir.br/
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Se fizermos um exercício de síntese, tendo em vista organizar e conjugar os
principais temas de investigação de cada um dos programas investigados neste trabalho
chegamos aos seguintes eixos, consignados a partir das linhas combinadas no quadro a
seguir:
Quadro 1 – Linhas e eixos correspondentes
Políticas públicas educacionais
POLÍTICAS PÚBLICAS EM EDUCAÇÃO E
GESTÃO EDUCACIONAL
Políticas e sociedades
Políticas educacionais
Política e gestão educacional
Políticas e gestão educacional
História, política e gestão educacional na Amazônia
Estado, sociedade e práticas educativas
Currículo epistemologia e história
CURRÍCULO, CONHECIMENTO,
CULTURA E DIVERSIDADE
Currículo da educação básica
Currículo, formação de professores e saberes docentes
Educação cultura e sociedade
Culturas e linguagens
Educação, culturas e diversidades
Saberes culturais e educação na Amazônia
Conhecimento e formação na educação escolar
Educação do campo, educação indígena e interculturalidade
Dimensões transversais da formação pessoal na educação escolar e não escolar
Gestão e organização do trabalho pedagógico na escola básica
FORMAÇÃO DO PROFESSOR E
TRABALHO PEDAGÓGICO
Formação de professores e práticas pedagógicas
Formação e práxis do educador frente aos desafios amazônicos
Formação docente
Formação de professores e trabalho docente
Formação trabalho docente e currículo
Processos educativos e identidades amazônicas
EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO NO
CONTEXTO AMAZÔNICO
Educação, estado sociedade e desenvolvimento regional
Educação especial e inclusão no contexto amazônico
Fonte: elaborado pelos autores a partir das denominações das linhas
Analisando as temáticas de outra forma, se quisermos visualizar os principais
conceitos abordados nas linhas, podemos fazê-lo a partir desta nuvem de palavras
construída por meio dos termos componentes das suas denominações.
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Figura 1 – Nuvem de palavras baseada nas denominações das linhas
Fonte: elaborado pelos autores a partir das denominações das linhas
É claro que não se trata de uma classificação definitiva e totalizante, até porque é
possível perceber algumas interpenetrações temáticas no conjunto das linhas vinculadas
aos grandes eixos; trata-se, sem dúvidas, de uma definição arbitrária, mas é possível
constatar que nos programas de pós-graduação da Amazônia além de um eixo mais
específico, que diz respeito à educação e ao desenvolvimento no contexto da região,
temos como fulcros de produção prioritários as políticas públicas em educação, o
currículo e a formação do professor. Ressalte-se que é visível uma tônica na educação
básica e nenhuma referência explícita à educação superior.
3 A PRODUÇÃO HISTORIOGRÁFICA DA EDUCAÇÃO
Outro aspecto importante de compreender no panorama da produção de
conhecimento na Amazônia é o que está sendo feito quanto à História da Educação na
região. A partir dos dados obtidos em nosso levantamento, evidenciamos sua baixa
representatividade em relação ao total das produções, eixos temáticos
24
e recortes
24
Classificados de acordo com os eixos temáticos do Congresso Brasileiro de História da Educação da
Sociedade Brasileira de História da Educação (SBHE) Políticas e Instituições Educativas; Intelectuais e
Projetos Educacionais; Imprensa e Impressos Educacionais; Formação e Profissão Docente; Educação e
Gerações; Disciplinas Escolares e Ensino de História da Educação; Memória e Patrimônio Educativo;
Teoria da História e Historiografia da Educação; Educação Profissional; Educação, Movimentos Sociais,
Etnias e Gênero; e, Processos Educativos e Práticas de Sociabilidade Não-Escolares
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históricos abordados, assim como a produção historiográfica por sexo do(a) autor(a) e
do(a) orientador(a).).
O Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGED/UFPA) apresenta, no
período de 2005 a 2019, apenas 48 dissertações e teses no campo da História de Educação,
o que representa 9,54% do total de 503 trabalhos produzidos. Dos trabalhos que abordam
o tema, 68,75% (33 teses e dissertações) foram de autoria do sexo feminino, ao passo que
31,25% (15) são do sexo masculino. Esta maior incidência de mulheres também acontece
na orientação das monografias analisadas, representando 75% (36) do total produzido no
campo.
O eixo temático mais abordado foi o de Políticas Públicas e Instituições
Educativas com 20,83% do total (10 trabalhos). Seguido dos eixos Intelectuais e Projetos
Educacionais e Educação e Gerações com o percentual de 18,75% (9); Formação e
Profissão Docente com 12,5% (6); Imprensa e Impressos Educacionais com 10,4% (5);
Teoria da História e Historiografia da Educação com 6,25% (3); Disciplinas Escolares e
Ensino de História da Educação e Memória e Patrimônio Educativo, ambos com 4,16%
(2). Houve apenas 2,08% (1) com o tema Educação Profissional.
Em relação ao período histórico estudado nesses trabalhos, têm-se com maior
quantidade o período da Primeira República, 33,33% (16 trabalhos), seguido pelo período
Imperial com 10,41% (5), e depois a Primeira República, o Populismo Democrático e o
Tempo Presente com 8,33% (4). Em estudos que vão do Império à Primeira República
temos 6,25% (3) trabalhos. Os períodos da Ditadura; da Nova República ao Tempo
Presente; do Populismo Democrático à Ditadura; da Primeira República à Segunda
República e da Segunda República à Ditadura encontramos 4,16% (2). O mesmo ocorre
com a Colônia; da Ditadura ao Tempo Presente; do Império à Ditadura; da Primeira
República à Ditadura; da Primeira República ao Tempo Presente; e com a Segunda
República que perfazem cada um o percentual de 2,08% (1 trabalho).
O Programa de Pós-Graduação em Educação e Cultura (PPGEDUC/UFPA)
possui um percentual menor de trabalhos no campo estudado, com apenas 5,88% (5)
dissertações do total de 85 defendidas no período de 2017 a 2019. Destes, a incidência do
sexo feminino é superior ao masculino e apresenta representação idêntica de 60% (3
trabalhos) orientados. Assim como de autoria de mulheres. Estes trabalhos se concentram
em dois eixos temáticos: Educação, Movimentos Sociais, Etnias e Gênero, com duas
dissertações; Educação Profissional; Memória e Patrimônio Educativo; e, Formação e
Profissão Docente. No que diz respeito aos períodos históricos estudados nas monografias
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defendidas, as mesmas se distribuem da Colônia até o Tempo presente; 1 trabalho na
Ditadura; 1 trabalho da Ditadura até o Tempo Presente; e 1 trabalho sobre o período de
pós-independência do Estado Angolano.
O Programa de Pós-Graduação em Currículo e Gestão da Escola Básica
(PPEB/UFPA) produziu 3,70% (2) dissertações em História da Educação, que perfazem
3,7% do total de 54 dissertações defendidas de 2017 a 2019. Essas monografias foram
orientadas e possuem igual percentual de representatividade do sexo feminino e
masculino, 50% (1), uma trabalha o eixo temático Políticas Públicas e Instituições
Educativas no período histórico da Primeira República, e a outra aborda a temática
Disciplinas Escolares e Ensino de História da Educação durante o Estado Novo.
O Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Pará
(PPGED/UEPA) totaliza 294 dissertações defendidas no período de 2006 a 2019; destas,
apenas 6,80% (20) abordam a História da Educação, orientadas majoritariamente por
pesquisadoras e cujo sexo do autor é predominantemente feminino, com percentual de
60% (12 trabalhos) e representação de 40% (8 trabalhos) do sexo masculino. No que tange
às temáticas, 50% (10) destas monografias estão inseridas no eixo Políticas e Instituições
Educativas; outros 15% (3) abordam o eixo Processos Educativos e Práticas de
Sociabilidade Não-Escolares, e o percentual representativo de 10% (2) dissertações nos
eixos Memória e Patrimônio Educativo e Disciplinas Escolares e Ensino de História da
Educação. O restante das monografias se distribui entre os eixos temáticos Intelectuais e
Projetos Educacionais, Imprensa e Impressos Educacionais e Educação e Gerações.
Em relação aos períodos históricos trabalhados nas dissertações deste programa,
a Primeira República emerge novamente como a de maior representatividade, com 25%
(5 monografias), seguido pelos trabalhos que perfazem a Primeira República até a Era
Vargas e o Período Colonial, com representação de 15% (3), e percentual similar de 10%
(2) nos períodos Império, Primeira República até o Tempo Presente e Segunda República.
As demais se distribuem entre o período ditatorial, Populismo democrático a Ditadura e
da Nova República ao Tempo Presente.
O Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Oeste do
Pará (PPGE/UFOPA) totaliza 78 dissertações produzidas desde a sua criação, sendo
2,56% (2) delas em História da Educação, ambas orientadas pelo mesmo professor e
produzidas por autoras. As duas dissertações estão inseridas no eixo de Políticas e
Instituições Educativas, uma trabalha o recorte histórico da Ditadura ao Tempo Presente
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e outra a Era Vargas. Essas informações foram coletadas da base de dados elaborada pelo
grupo a partir dos registros contidos no site do PPGE.
O Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do
Amazonas (PPGE/UFAM) possui 466 dissertações e 58 teses totalizando 524 trabalhos
defendidos no período de 1991 a 2020. Desse total, apenas 3,05% (16) trabalhos estão
situados no campo da História da Educação, destes 81,25 (13) são de autoria feminina e
87,50% (14) são orientados por mulheres. O eixo temático mais abordado foi o de
Políticas e Instituições Educativas com 37,50% (6) monografias, seguido do tema
Formação Docente que representa 31,25% (5) do percentual total de produção na área,
12,50% (2) estão centradas na temática Disciplinas Escolares e Ensino de História da
Educação, 12,50% (2) trabalhos versam sobre Educação, Movimentos Sociais, Etnias e
Gênero e 1 trata da Educação e Gerações. Seis trabalhos não especificam seu recorte
histórico, o restante se classifica em 1 produção nos recortes: Império, Primeira
República, Populismo Democrático até Nova República, Populismo Democrático ao
Tempo Presente, Era Vargas ao Tempo Presente e Era Vargas ao Tempo Presente. O
período histórico mais trabalho foi o Tempo Presente, com percentual representativo de
25,00% (4).
O Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Amapá
(PPGED/UNIFAP) possui 32 dissertações defendidas desde a aprovação do Programa em
2016 até 2020. Dessas 32 dissertações 6,25% (2) abordam a História da Educação cuja a
autoria é dividida entre uma monografia de sexo feminino e outra de sexo masculino, o
mesmo ocorre com o sexo do orientador. Ambas as dissertações abordam o tema Políticas
e Instituições Educativas no período histórico do populismo democrático e da Era Vargas
ao Populismo Democrático.
O Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Acre
(PPGED/UFAC) totaliza 85 dissertações defendidas até o ano de 2019. Destas, 18,82%
(16) se concentram na História da Educação e 56,25% (9) de seus autores são do sexo
feminino, mesma categoria em que se encaixa o número total de orientadores na área (16).
No que tange às temáticas abordadas, sua maior concentração ocorre no tema Imprensa e
Impressos educacionais, com 37,50% (6) dissertações, seguida pelo eixo Políticas e
Instituições Educativas que perfaz 31,25% (5) do cerne total de produção na área, e o
mesmo quantitativo, 12,50% (2) em dois outros eixos temáticos, Intelectuais e Projetos
Educacionais e Formação e Profissão Docente, o eixo Movimentos Sociais, Etnias e
Gênero representa 6,25% (1) do total. Em relação aos períodos históricos trabalhados,
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18,75% (3) monografias não forneceram esta informação, 25,00% (4) trabalham a
Primeira República e outras 18,75% (3) da Primeira República ao Populismo
Democrático, 12,50% (2) da Era Vargas ao Populismo Democrático e os demais se
distribuem em: Populismo Democrático, Primeira República a Era Vargas, Era Vargas e
Era Vargas a Ditadura.
O Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de
Rondônia (PPGE/UNIR) possui 154 monografias defendidas, mas apenas 1,94% (3) na
área investigada e com apenas 33,3% (1) de autoria feminina e orientação majoritária do
sexo masculino. Duas se concentraram no eixo temático Políticas e Instituições
Educativas e no período histórico do Tempo Presente e uma em Disciplinas Escolares e
Ensino de História da Educação no recorte histórico Império.
Quanto ao Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do
Tocantins (PPGE/UFT), com 30 dissertações defendidas até 2020 e ao da Universidade
Estadual de Roraima (PPGE/UERR), ambos com total de 47 trabalhos produzidos até
2020, não produziram monografias dedicadas ao campo da História da Educação.
Os dados a seguir sumarizam a representação da História da Educação, 6,04 %
(114) trabalhos, em relação a produção total de teses e dissertações dos Programas de
Pós-graduação da Região Amazônica, 1886 monografias. Iniciando pelo Quadro 1, e
seguindo para os gráficos 1 e 2, que juntos indicam a tônica geral dessa produção e, pelo
qual, infere-se a necessidade de estímulos a sua produção por representar um pequeno
cerne da produção total destes programas.
Quadro 1. Teses/Dissertações defendidas e representatividade da História da Educação
PROGRAMA
TOTAL DE
TRABALHOS
HISTÓRIA DA
EDUCAÇÃO
% HISTÓRIA DA
EDUCAÇÃO
UFOPA PPGE
78
2
2,56
UNIFAP PPGED
32
2
6,25
UFPA PPGED
503
48
9,54
UEPA PPGED
294
20
6,80
UFPA PPGEDUC
85
5
5,88
UFPA PPEB
54
2
3,70
UERR PPGE
47
0
0
UFAM PPGE
524
16
3,05
UFAC PPGE
85
16
18,82
UNIR PPGE
154
3
1,95
UFT PPGE
30
0
0
TOTAL
1886
114
6,04
Fonte: elaborado pelos autores a partir dos sites dos programas.
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Gráfico 1. Teses/Dissertações defendidas em História da Educação pelo número total de
defesas
Fonte: elaborado pelos autores a partir dos sites dos programas.
Gráfico 2. Teses/Dissertações em História da Educação por Programa
Fonte: elaborado pelos autores a partir dos sites dos programas.
Os resultados da produção historiográfica amazônica por sexo do autor e
orientador corroboram o estudo de Pinheiro (2019) sobre a formação dos historiadores da
educação brasileira, no qual sugere um possível processo de “feminização” do campo da
história da educação a partir da segunda geração, de 1911 até 1965, e intensificado na
quinta geração de 2001 a 2019. Este processo, na Amazônia, pode ser melhor visualizado
nos gráficos 3 e 4.
78
32
503
294
85
54
47
524
85
154
30
2
2
48
20
5
2
0
16
16
3
0
75% 80% 85% 90% 95% 100%
UFOPA PPGE
UNIFAP PPGED
UFPA PPGED
UEPA PPGED
UFPA PPGEDUC
UFPA PPEB
UERR PPGE
UFAM PPGE
UFAC PPGE
UNIR PPGE
UFT PPGE
TOTAL TESES/DISSERTAÇÕES
TOTAL DE TRABALHOS HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
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Gráfico 3. Sexo do Autor das Dissertações/Teses em História da Educação.
Fonte: elaborado pelos autores a partir dos sites dos programas.
Gráfico 4. Sexo do Orientador das Dissertações/Teses em História da Educação.
Fonte: elaborado pelos autores a partir dos sites dos programas.
No que diz respeito aos períodos abordados nas dissertações e teses, os mais
representativos foram: Primeira República, abordado de forma isolada em 23,68% (27)
trabalhos e Tempo Presente em 8,77% (10) trabalhos. No entanto, estes recortes também
aparecem de forma conjugada a outros períodos históricos, como evidenciado no gráfico
a seguir:
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Gráfico 5. Períodos Históricos abordados nas Dissertações/Teses em História da Educação
Fonte: elaborado pelos autores a partir dos sites dos programas.
No que se refere aos eixos temáticos desenvolvidos nas dissertações e teses,
identificamos uma maior incidência de temas voltados às Políticas e Instituições
Educativas, à Formação e Profissão Docente e a Intelectuais e Projetos Educacionais,
destacando, também, a Imprensa e Impressos Educacionais. Como evidenciado no gráfico
a seguir:
0 5 10 15 20 25 30
Colônia
Colônia-Tempo…
Ditadura
Ditadura-Tempo…
Império
Império-Ditadura
Império-Primeira…
Nova República-…
Populismo…
Populismo…
Populismo…
Populismo…
Primeira República
Primeira República…
Primeira…
Primeira…
Primeira República…
Primeira República …
Segunda República
Segunda República…
Tempo Presente
Era Vargas
Era Vargas-…
Era Vargas- Ditadura
Era Vargas-…
Pós-Independencia…
Estado Novo
Não Informado
UFOPA PPGE UNIFAP PPGED UFPA PPGED UEPA PPGED UFPA PPGEDUC
UFPA PPEB UFAM PPGE UFAC PPGE UNIR PPGE
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Gráfico 6. Eixos Temáticos abordados nas Dissertações/Teses em História da Educação
Fonte: elaborado pelos autores a partir dos sites dos programas.
O que se torna evidente depois da análise dos resultados desse mapeamento é a
baixa produtividade na área da História da Educação, o que impõe a necessidade de
estímulos para o desenvolvimento de pesquisas neste campo. Da mesma forma, notamos
a reincidência de temas que se voltam para as Políticas e Instituições Educativas e
Formação Docente e a preferência por períodos históricos que englobam a Primeira
República e o Tempo Presente.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No que tange às diferenças entre as regiões brasileiras a oferta de cursos e vagas
para a formação de profissionais em nível de pós-graduação é uma das mais evidentes,
com a Amazônia sendo uma das mais frágeis neste campo de atuação governamental em
que pesem as inúmeras oportunidades econômicas para o país como um todo. Ao lado da
irrefutável necessidade de ampliação da formação de recursos humanos de alto nível e a
possibilidade de promoção de maior equilíbrio entre as regiões e estados no que se refere
à pós-graduação, temos vivenciado experiências importantes na produção acadêmica no
campo da educação, o que tem ampliando seu potencial de fixação de pesquisadores e
geração de conhecimento científico.
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Como proposto no início do texto, nosso estudo visava mapear a produção
científica em história da educação de alguns programas de pós-graduação da Amazônia.
Para atingir nosso objetivo tecemos considerações sobre as linhas e o conjunto dos
trabalhos produzidos nestes cursos, tendo como base as dissertações e teses.
Quanto à produção propriamente dita, é verdade que identificamos uma
quantidade significativa de trabalhos, mas se focarmos nosso olhar para o campo da
História da Educação o quadro se caracteriza como de escassez, dada a baixa frequência
de trabalhos neste campo, sobretudo porque a região dispõe de apenas dois programas
que lhe fazem referência, o PPGED da UFPA com a linha “Currículo, epistemologia e
história” e o PPGE da UFOPA com a linha “História, política e gestão educacional na
Amazônia”. Entretanto, talvez por causa desta carência, foi criada em fevereiro de 2021
a primeira linha específica em História da Educação, denominada “História da educação
básica” no PPEB da UFPA.
Estas são sementes que estão a germinar e que deverão se constituir em
importantes referências na formação de mestres e doutores da Amazônia brasileira,
contribuindo para que estes tomem consciência de seu papel de reveladores da realidade
e de agentes da resistência, incorporando a ideia-força de que não há presente sem
pretérito e não há transformação que se sustente sem pensamento crítico.
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