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Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade Biodiversidade Brasileira, 11(1): 1-13, 2021
DOI: 10.37002/biobrasil.v11i1.1824
José Augusto da Silva Santana¹, Adriana Figueredo da Silva Zaccharias1, Amanda Brito da Silva1,
Ageu da Silva Monteiro Freire1 & Eduardo Garcia Zaccharias1
Florística, Fitossociologia e Índices de Diversidade da Caatinga em
Assentamento Rural no Rio Grande do Norte, Brasil
RESUMO – A Caatinga é um bioma localizado na região Nordeste do Brasil, abrangendo cerca de 10%
do território nacional e com elevada população dependente dos produtos oriundos de sua vegetação.
O objetivo deste trabalho foi caracterizar a composição florística, fitossociológica e a diversidade do
componente arbóreo-arbustivo na área dos lotes do Assentamento Rural Lagoa Nova I, localizado no
município de Riachuelo, Rio Grande do Norte/RN. Para tanto, realizou-se o levantamento florístico em
15 unidades amostrais de 20 x 10m (200m²), onde, em cada unidade amostral, foram inventariados
todos os indivíduos arbóreo-arbustivos vivos que apresentaram circunferência a 1,30m do solo
superior ou igual a 15cm (CAP ≥ 15cm). Avaliaram-se os parâmetros fitossociológicos e a estrutura,
além da diversidade florística das espécies através do Índice de Shannon-Weaver, a dominância de
Simpson e a equabilidade de Pielou. Depois de mais de 30 anos após a erradicação do cultivo
de algodão na área, com a vegetação dos lotes sendo mantida em sistema de pousio, observou-se
que a família com maior destaque foi a Fabaceae, com 8 espécies e 186 indivíduos, enquanto as
espécies com maior importância na área de estudo foram Poincianella pyramidalis (15,55%), Bumelia
sartorum (12,46%) e Mimosa tenuiflora (11,25%). A diversidade de espécies na área dos lotes dos
assentados foi considerada acima da média, quando comparada com outros fragmentos florestais de
Caatinga já estudados, com condições edafoclimáticas semelhantes, e se encontra em bom estado de
preservação, estando ainda no estágio inicial de sucessão ecológica.
Palavras-chave: Lagoa Nova I; vegetação; estrutura horizontal.
Floristic, Phytosociology and Diversity Indexes of the Caatinga in Rural Settlement in
the Rio Grande do Norte, Brazil
ABSTRACT – The Caatinga is a biome located in the Northeast region of Brazil covering about 10%
of the national territory and with a high population dependent on products from its vegetation. The
objective of this work was to characterize the diversity, the floristic composition and the phytosociology
of the tree-shrub component in the area of the lots in the Lagoa Nova I Rural Settlement, located
in the municipality of Riachuelo, Rio Grande do Norte/RN. For this purpose, a floristic survey was
carried out in 15 sampling units of 20 x 10m (200m²), where in each sampling unit, all live tree-shrub
forest individuals who had a breast height circumference greater than or equal to 15cm (CAP ≥
15cm) were inventoried and the phytosociological parameters and structure were evaluated, as well
as the floristic diversity of the species through the Shannon-Weaver Index, Simpson’s dominance and
Pielou’s equability. After more than 30 years after the eradication of cotton cultivation in the area, with
the vegetation of the lots being maintained in fallow system, it was observed that the most prominent
family was Fabaceae, with 8 species and 186 individuals, while the species with greater importance
in the study area were Poincianella pyramidalis (15.55%), Bumelia sartorum (12.46%) and Mimosa
tenuiflora (11.25%). The diversity of species in the area of the lots was considered above average
when compared to other forest fragments of Caatinga already studied, with similar edaphoclimatic
conditions, and is in a good state of preservation, still in the initial stage of ecological succession.
Keywords: Lagoa Nova I; vegetation; horizontal structure.
Recebido em 09/11/2020 – Aceito em 05/02/2021
¹ Laboratório de Ecologia Florestal, Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN, Campus de Macaíba/RN. Brasil. <augusto@ufrnet.br,
adriana.figueredos@gmail.com, amandabfloresta@gmail.com, ageufreire@hotmail.com, eduardogarciazaccharias@gmail.com>.
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Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
Santana JA et al.
Biodiversidade Brasileira, 11(1): 1-13, 2021
DOI: 10.37002/biobrasil.v11i1.1824
Introdução
Apesar da significativa extensão, da
importância socioeconômica e de ocupar
significativa área no território nacional, a Caatinga
é o menos protegido dentre os biomas brasileiros,
e, de acordo com Oliveira et al. (2019), possui
apenas 7,7% de sua área destinada a conservação,
sendo que mais de 80% dessa área conservada
está na categoria de uso sustentável, necessitando
assim de expansão na quantidade de unidades de
conservação (UCs). Além da reduzida área sob
proteção e das restritivas condições climáticas,
o impacto da atividade humana sobre o bioma
é descontrolado, danoso e considerável,
aumentando os níveis de degradação do bioma
(Alves et al., 2017).
De acordo com Medeiros Neto et al. (2014),
a Caatinga vem sendo explorada intensivamente
de maneira inadequada, para finalidades energé-
ticas e construções rurais (cercas, currais e
telhados), contribuindo para a escassez da madeira
de algumas espécies nativas e para a degradação
da Caatinga devido à retirada de madeira em
grande quantidade. Ou seja, os desmatamentos,
especialmente para fins energéticos e agrícolas,
são os maiores responsáveis pela modificação
do bioma Caatinga, podendo implicar na
desertificação, processo de degradação ambiental
que ocorre em áreas áridas, semiáridas e
subsumidas secas (Sá et al., 2010).
Machado & Lopes (2003) destacam que,
apesar da grande extensão e considerando a
importância da Caatinga para o nordeste do Brasil,
pouca são ainda as informações ecológicas sobre
esse bioma, havendo carência de publicações
enfocando a biologia e a dinâmica das espécies,
entre outros assuntos relevantes.
Assim, considera-se que há necessidade de
uma política efetiva para a conservação do bioma,
tendo em vista a manutenção do seu alto grau de
endemismo e riqueza de espécies (Queiroz, 2009),
pois, ao longo do processo de uso e ocupação
do espaço semiárido, o mesmo vêm passando
por intensos processos de degradação devido às
práticas agropecuárias e ao extrativismo vegetal,
realizados de forma intensiva, e em muitos casos,
de forma predatória, resultando na perda da
cobertura vegetal (Nascimento et al., 2014).
Apesar da intensa degradação, as
comunidades residentes na região do bioma
apresentam elevada dependência dos recursos
oriundos da floresta, os quais são essenciais para
sustentação e manutenção das comunidades
(Maia, 2012), principalmente na fase inicial de
instalação dos assentamentos rurais quando há
maior necessidade de madeira e produtos da
floresta.
De acordo com Miranda (2003), apesar de se
ter aumentado a preocupação com a conservação
da Caatinga, ainda é muito intensa a pressão sobre
Florística, Fitosociología e Índices de Diversidad de la Caatinga en Asentamiento Rural
en Rio Grande do Norte, Brasil
RESUMEN – La Caatinga es un bioma ubicado en la región Nordeste de Brasil, que cubre alrededor
del 10% del territorio nacional y con una alta población dependiente de los productos derivados de
su vegetación. El objetivo de este trabajo fue caracterizar la composición florística, fitosociológica y la
diversidad del componente árbol-arbusto en la zona de los lotes del Asentamiento Rural Lagoa Nova I,
ubicado en el municipio de Riachuelo, Rio Grande do Norte/RN. Para ello, el estudio florístico se llevó
a cabo en 15 unidades de muestra de 20 x 10m (200m2), donde se inventariaron todos los individuos
vivos árbol-arbusto que presentaran circunferencia a 1,30m del suelo superior o igual a 15cm (CAP
≥ 15cm). Se evaluaron los parámetros fitosociológicos y la estructura, así como la diversidad florística
de la especie utilizando el índice de Shannon-Weaver, la dominancia de Simpson y la igualdad de
Pielou. Después de más de 30 años de la erradicación del cultivo del algodón en la zona, con la
vegetación de los lotes mantenida en sistema de pousio, se observó que la familia más destacada
fue Fabaceae, con 8 especies y 186 individuos, mientras que las especies con mayor importancia en
el área de estudio fueron Poincianella pyramidalis (15,55%), Bumelia sartorum (12,46%) y Mimosa
tenuiflora (11,25%). La diversidad de especies en el área de los lotes de los colonos se consideró por
encima del promedio cuando se compara con otros fragmentos de bosque de Caatinga ya estudiados,
con condiciones edafoclimáticas similares, y se encuentra en buenas condiciones de conservación,
aún en la etapa inicial de sucesión ecológica.
Palabras clave: Lagoa Nova I; vegetación; estructura horizontal.
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os remanescentes, tanto por parte da expansão
da agropecuária, quanto pela exploração dos
produtos florestais que visa atender às demandas
do mercado.
Com isso são fundamentais os estudos da
dinâmica ecológica da vegetação de Caatinga,
principalmente de parâmetros florísticos, fitosso-
ciológicos e sucessionais, pois propiciam informa-
ções relevantes para orientar a recuperação das
áreas degradadas pela exploração irracional de
recursos naturais (Leite, 1999).
Além disso, estudos que proponham a
identificação e a conservação das espécies da
Caatinga são essenciais, e o conhecimento da
composição florística e da estrutura da vegetação
possibilita uma base para a tomada de decisões
em relação aos métodos e técnicas adequadas em
ações futuras de manejo (Araújo, 2007).
Diante disso o presente trabalho teve
como objetivo avaliar a composição florística,
a diversidade e os parâmetros fitossociológicos
da vegetação arbustivo-arbórea de uma área de
Caatinga ocorrente nos lotes dos assentados do
Assentamento Rural Lagoa Nova I, no município
de Riachuelo, Rio Grande do Norte/RN.
Material e Métodos
O estudo foi desenvolvido no Assentamento
Rural Lagoa Nova I, localizado no município de
Riachuelo, no estado do Rio Grande do Norte
(Figura 1), o qual possui 7.234,18 hectares, sendo
localizado nas coordenadas centrais: 5º 48’ 54” S
e 35º 49’ 30” W, estando a uma altitude média de
118m, distando 75km de Natal, capital do estado.
A área foi desapropriada em janeiro de 1998,
sendo efetivamente criado o Assentamento em
março do mesmo ano para assentar 240 famílias.
Figura 1 – Mapa do estado do Rio Grande do Norte com a localização do Projeto de Assentamento Lagoa
Nova I, no município de Riachuelo/RN.
De acordo com a classificação de Köppen, o
clima da região é classificado como Bsh tratando-
se de clima semiárido, sendo a precipitação
inferior a evaporação. Os valores referentes às
chuvas demonstram que a pluviosidade entre os
anos é variável, com a média total anual atingindo
619,55mm, e o período chuvoso se estendendo
de março a julho, enquanto que no trimestre
outubro-dezembro ocorre o período mais seco do
ano (Figura 2). Além disso, a temperatura atinge
a média anual de 27,2ºC, e a umidade relativa
média anual chega a 70% (Climate-Data, 2016).
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O município situa-se em área de domínio do
Embasamento Cristalino, e o solo tem caracterís-
ticas predominantes de Planossolo Solódico com
boa fertilidade natural, textura argilosa e pouco
arenosa, relevo plano a suave ondulado e bem
drenado, com alguma pedregosidade no perfil
(Embrapa, 2014).
A vegetação das parcelas é considerada
como secundária, visto que anteriormente as
áreas dos lotes foram exploradas com atividades
agrícolas, principalmente plantio de algodão,
estando em pousio há mais de 30 anos, não
apresentando sinais intensos de ação antrópica.
Há predominância de Poincianella pyramidalis
Tul., Bumelia sartorum Mart., Piptadenia stipulacea
(Benth.) Ducke e Croton sonderianus Muell. Arg.,
além de cactáceas como Cereus jamacaru D.C. e
Pilosocereus pachycladus Ritter.
Para realizar o levantamento da vegetação
foi utilizado o método das parcelas múltiplas,
com 15 parcelas retangulares medindo 20m x
10m, escolhidas aleatoriamente. De acordo com
Martins (1991), essa metodologia em estudos
fitossociológicos permite avaliar de forma
quantitativa a variabilidade dos parâmetros
estudados e pode, também, fornecer informações
seguras quanto ao padrão espacial de distribuição
dos indivíduos em cada população.
O inventário florístico incluiu todas as
plantas vivas em cada parcela com circunferência
à altura do peito (CAP) superior ou igual a 15cm,
sendo todas identificadas e medidas suas alturas
com auxílio de régua graduada em centímetros.
A identificação botânica foi realizada inicialmente
no campo e, quando necessário, foram feitas con-
sultas ao Herbário da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, através de amostras botânicas de
material fértil, com os quais foram confeccionadas
exsicatas. A lista florística gerada foi organizada
de acordo com sistema de classificação APG IV
(2016).
A diversidade florística e a abundância
relativa das espécies foram analisadas utilizando
o índice de diversidade de Shannon-Weaver (H’)
(Magurran, 1988), de dominância de Simpson
(C) e de equabilidade de Pielou (J) (Brower &
Zar, 1984), enquanto que a caracterização da
estrutura horizontal da comunidade arbustivo-
arbórea foi estimada por meio dos parâmetros
fitossociológicos da frequência, densidade,
dominância e dos índices de valor de importância
de cada espécie amostrada. Os cálculos dos
parâmetros fitossociológicos e das estimativas dos
índices foram realizados utilizando-se o aplicativo
Excel.
Na análise da distribuição diamétrica foram
empregadas amplitudes de classe com 3cm,
enquanto que a caracterização da estrutura verti-
cal foi analisada por meio da distribuição em
classes de altura com amplitudes de 1,0m.
Resultados e Discussão
Nas 15 parcelas inventariadas foram
amostrados 397 indivíduos, representados por 24
espécies, 24 gêneros e 13 famílias (Tabela 1), com
densidade média de 1.323 indivíduos ha-1, sendo
79,2% das espécies de porte arbóreo.
Figura 2 - Distribuição média mensal de precipitação no município de Riachuelo/RN, no período de 2006-2016.
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Tabela 1 – Espécies inventariadas, em ordem alfabética de família, em lotes do Assentamento Rural Lagoa
Nova I, Riachuelo/RN, com nome comum e hábito.
Família/Espécie Nome comum Hábito
Anacardiaceae
Myracrodruon urundeuva M. Allemão Aroeira Árvore
Spondias tuberosa Arruda Umbuzeiro Árvore
Apocynaceae
Aspidosperma pyrifolium Mart. Pereiro Árvore
Burseraceae
Commiphora leptophloeos (Mart.) Gillet Imburana Árvore
Cactaceae
Cereus jamacaru DC. Mandacaru Arbusto
Pilosocereus pachycladus Ritter. Facheiro Arbusto
Caparaceae
Capparis flexuosa Linn. Feijão bravo Arbusto
Combretaceae
Combretum leprosum Mart. Mofumbo Arbusto
Euphorbiaceae
Sapium lanceolatum (Müll. Arger.) Huber. Burra Leiteira Árvore
Manihot glaziovi Müll. Arg. Maniçoba Árvore
Croton sonderianus Müll. Arg. Marmeleiro Arbusto
Fabaceae
Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz Catingueira Árvore
Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan Angico Árvore
Bauhinia cheilantha (Bong.) Stand. Mororó Árvore
Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P. Queiroz Jucá Árvore
Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. Jurema Preta Árvore
Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Jurema Branca Árvore
Amburana cearensis Allemão Cumaru Árvore
Mimosa arenosa (Willd.) Poir. Espinheiro Árvore
Malvaceae
Helicteres mollis K. Schum Guaxuma Árvore
Nictaginaceae
Guapira oppositifolia Vell. João Mole Árvore
Olacaceae
Ximenia americana L. Ameixa Árvore
Rhamnaceae
Ziziphus joazeiro Mart. Juazeiro Árvore
Sapotaceae
Bumelia sartorum Mart. Quixabeira Árvore
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Esse valor de densidade evidencia que a
vegetação estudada pode ser considerada como
mediana em termos de número de indivíduos,
e dentro das variações em níveis florísticos
observados nas diferentes tipologias da Caatinga,
visto que Marangon et al. (2013) registraram 18
espécies arbóreas em uma área com histórico de
perturbação e 1.227 indivíduos ha-1, enquanto
Silva (2009) em estudo de Caatinga com histórico
de diferentes usos no agreste pernambucano,
encontrou 34 espécies na área I e 29 na II, com
densidades de 3.860 e 1.993 indivíduos ha-1,
respectivamente, e Guedes (2010) notificou a
presença de 21 espécies e 1.666 indivíduos ha-1.
As famílias Fabaceae com oito espécies,
Euphorbiaceae com três espécies, e Anacardiaceae
e Cactaceae com duas espécies cada, apresentaram
maior riqueza de espécies, representando 62,5%
das espécies ocorrentes nos lotes, ratificando o
que outros autores como Santana et al. (2009),
Santos et al. (2011), Guedes et al. (2012) e Farias
et al. (2017) constataram em estudos semelhantes
no bioma, assim como Araújo (2007), em uma
área de reserva particular do patrimônio natural
(RPPN) na Fazenda Tamanduá, no município
de Santa Terezinha, estado da Paraíba, a qual
não sofria ação antrópica há pelo menos trinta
anos, onde foram identificadas 27 espécies de 15
famílias botânicas.
Conforme Giulietti et al. (2002) citam,
as espécies: Spondias tuberosa, Aspidosperma
pyrifolium, Commiphora leptophloeos, Cereus
jamacaru, Pilosocereus pachycladus, Capparis
flexuosa, Manihot glaziovi, Poincianella pyramidalis
e Ziziphus joazeiro são consideradas endêmicas
do bioma Caatinga e representam 37,5% do total
de espécies inventariadas na área.
As espécies que apresentaram os maiores
número de indivíduos na área estudada foram
Poincianella pyramidalis, Bumelia sartorum,
Mimosa tenuiflora, Piptadenia stipulacea e
Aspidosperma pyrifolium totalizando 64% dos
indivíduos inventariados (Tabela 2).
Poincianella pyramidalis foi a espécie de
maior destaque na população vegetal estudada,
apresentando o maior número de indivíduos (81)
e, consequentemente, o maior valor de densidade
relativa e também a maior frequência relativa,
ocorrendo em 80% das parcelas. Além disso,
obteve o terceiro maior valor de dominância
relativa, tornando-se, assim, a espécie com maior
VI e VC na vegetação dos lotes.
É uma das espécies mais presentes nos
levantamentos já realizados no bioma Caatinga,
aparecendo em vários locais, normalmente com
número significativo de representantes, porém
raramente ocorre com altura e diâmetros médios
acentuados (Santana & Souto, 2006; Rodal et al.,
2008), tendo já sido registrada nos estados do
Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, sendo
considerada endêmica da Caatinga (Giulietti et al.,
2002).
É também uma das espécies da Caatinga
mais exploradas pela população local como fonte
de lenha e carvão vegetal, para fins medicinais e
também forrageiros. Aurino (2007) considera que,
apesar do crescimento relativamente pequeno no
estádio inicial, a espécie possui grande resistência
à seca e boa capacidade de competição por luz,
tornando-se uma das espécies dominantes nas
etapas posteriores do processo de regeneração.
Outra espécie que se destacou no inventário
florístico foi Bumelia sartorum, sendo a segunda
espécie com maior ocorrência na área dos lotes,
densidade relativa, dominância relativa, valor de
cobertura e valor de importância. Pertencente à
família Sapotaceae apresenta ampla distribuição
geográfica, ocorrendo desde parte da América
Central à América do Sul. No Brasil ocorre em
todas as regiões (Carneiro et al., 2015) e nos bio-
mas Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal,
apresentando grande concentração de indivíduos
no nordeste do Brasil, sendo considerada como
clímax por Scipioni et al. (2013), indicando ser
mais tolerante ao sombreamento.
Bumelia sartorum pode ser considerada
como uma espécie multiuso, já que tem sido
utilizada em projetos de arborização urbana
(Dantas & Souza, 2004) e de recuperação de
mata ciliar (Ribeiro-Filho et al., 2009), além do
uso de sua madeira na construção civil, artesanal
e produção de lenha. Sua casca tem propriedades
terapêuticas, o que tem provocado a escassez da
mesma no semiárido nordestino (Alves et al.,
2008), tornando-a sensível ao desaparecimento,
e por isso é prioritária para a conservação (Melo
et al., 2009). Para agravar ainda mais o problema
da espécie, a predação por caprinos tanto na fase
adulta como na fase de plântula, torna-a uma
planta vulnerável em áreas de caprinocultura
extensiva, conforme comentam Leal et al.
(2007).
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A terceira espécie com maior valor de
importância e de cobertura na área estudada
e que sempre tem sido encontrada nos diversos
levantamentos florísticos realizados no bioma
Caatinga (Santana, 2005) é Mimosa tenuiflora,
considerada uma espécie oportunista e
secundária, estabelecendo-se rapidamente em
áreas antropizadas, além de apresentar grande
amplitude de tolerância as condições edáficas,
ocorrendo tanto em solos rasos como em
profundos.
Camargo-Ricalde (2000) cita que a espécie
ocorre em quase todo o nordeste brasileiro, sendo
encontrada também em El Salvador, Guatemala,
Nicarágua, Honduras, México, Panamá, Colômbia
e Venezuela, onde é usada para produzir um
carvão de alto teor calorífico e ração animal, além
de formar cercas vivas. Apresenta alta durabilidade
e resistência, conforme informa Oliveira (2003), e
por isso é muito utilizada no Assentamento Rural
estudado para fornecer estacas e mourões.
As espécies Amburana cearensis, Capparis
flexuosa, Libidibia ferrea, Ximenia americana,
Mimosa arenosa e Combretum leprosum
ocorreram com apenas um indivíduo, podendo
assim se configurar como rara na população
Tabela 2 – Parâmetros fitossociológicos das espécies ocorrentes em lotes do Assentamento Rural Lagoa Nova I,
Riachuelo/RN, relacionadas por ordem decrescente do valor de importância.
Espécies NI DeR FrR DoR VI VC
------------------------------------------%------------------------------------------
Poincianella pyramidalis 81 20,40 10,81 15,45 15,55 17,93
Bumelia sartorum 56 14,11 5,41 17,88 12,46 16,00
Mimosa tenuiflora 46 11,59 6,31 15,87 11,25 13,73
Pilosocereus pachycladus 27 6,80 9,91 9,57 8,76 8,19
Aspidosperma pyrifolium 35 8,82 8,11 6,20 7,71 7,51
Piptadenia stipulacea 36 9,07 9,01 4,40 7,49 6,74
Guapira oppositifolia 21 5,29 5,41 7,87 6,19 6,58
Sapion lanceolatum 17 4,28 6,31 2,27 4,29 3,28
Helicteres mollis 15 3,78 6,31 2,03 4,04 2,91
Ziziphus joazeiro 11 2,77 5,41 2,40 3,53 2,59
Bauhinia cheilantha 14 3,53 3,60 1,94 3,02 2,74
Anadenanthera macrocarpa 6 1,51 3,60 2,95 2,69 2,23
Cereus jamacaru 7 1,76 3,60 2,28 2,55 2,02
Commiphora leptophloeos 3 0,76 2,70 3,10 2,19 1,93
Myracrodruon urundeuva 4 1,01 2,70 1,98 1,90 1,50
Manihot glaziovii 6 1,51 1,80 1,29 1,53 1,40
Croton sonderianus 4 1,01 1,80 0,47 1,09 0,74
Spondias tuberosa 2 0,50 1,80 0,89 1,06 0,70
Amburana cearensis 1 0,25 0,90 0,42 0,53 0,34
Capparis flexuosa 1 0,25 0,90 0,26 0,47 0,26
Libidibia férrea 1 0,25 0,90 0,20 0,45 0,23
Ximenia americana 1 0,25 0,90 0,10 0,42 0,18
Mimosa arenosa 1 0,25 0,90 0,10 0,42 0,18
Combretum leprosum 1 0,25 0,90 0,08 0,41 0,17
TOTAL 397 100 100 100 100 100
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estudada, apesar de que a última é bastante
comum na área do Assentamento e aparece em
vários inventários já realizados no bioma (Lima &
Coelho, 2018; Santana & Souto, 2006).
Como é comum em algumas áreas do bioma,
observou-se a ocorrência acentuada de espécies da
família Cactaceae, representada por Pilosocereus
pachycladus e Cereus jamacaru, atingindo 8,6% de
todos os indivíduos inventariados. Segundo Taylor
(1997), as Cactaceas podem ser encontradas em
diversas condições ecológicas e climáticas, desde
desertos onde as chuvas são escassas, como
em partes do deserto de Atacama no Chile,
até ambientes úmidos de floresta tropical, e no
Brasil, ocorrem 258 espécies, das quais 184 são
endêmicas. No Assentamento estudado elas são
pouco utilizadas, e isso tem contribuído para sua
conservação e dispersão na área.
O índice de diversidade de Shannon-
Weaver (H’) na área de estudo atingiu 2,54 nats.
ind-1, valor inferior ao obtido por Leite et al.
(2015), que estudaram a vegetação lenhosa da
Caatinga em Teixeira/PB, e encontraram o valor
de 3,06 nats.ind-1 e ao determinado por Leitão et
al. (2014), que pesquisaram uma área de ecótono
entre Caatinga/Mata Atlântica, e verificaram
3,05 nats.ind-1, mas foi superior aos encontrados
por Holanda et al. (2015) em remanescentes de
Caatinga com diferentes históricos de perturbação
em Cajazeirinhas/PB e Dantas et al. (2010) em
um fragmento de Caatinga no município de
Pombal/PB e semelhante ao valor verificado por
Guedes et al. (2012) em fragmento de Caatinga
no município de Upanema/RN, que foi também
de 2,54 nats.ind-1.
Segundo Santos et al. (2017), o índice
de diversidade de Shannon (H’) na Caatinga,
baseado na literatura, pode variar de 1-4 nats.
ind-1. Assim o valor determinado na área dos lotes
do assentamento é considerado acima da média
do bioma, mesmo tendo sido forte ação antrópica
na área, já que até o final da década dos anos 80
foi utilizada para plantio de algodão.
O índice de equabilidade de Pielou
(J’) permite representar a uniformidade da
distribuição dos indivíduos entre as espécies
existentes na área, com os valores variando de 0
a 1, e quanto maior próximo de 1 representa a
máxima equabilidade. Neste estudo foi obtido o
valor de 0,80, bem superior ao quantificado por
Sabino et al. (2016) que foi de 0,63 e 0,62 em dois
fragmentos antropizados na região de Patos/PB e
por Cabral (2014) que atingiu 0,67, na Fazenda
Tamanduá, no município de Santa Terezinha/PB.
Assim, considera-se que existe baixa dominância
de espécies na área dos lotes do Assentamento, o
que pode refletir em alta biodiversidade, mesmo
considerando a ocorrência de P. pyramidalis em
80% das parcelas amostradas. Deve-se observar
que os assentados não realizam exploração
madeireira na área e mantém grande parte dos
seus lotes individuais em sistema de pousio.
O valor estimado do índice de dominância
de Simpson varia de 0 (zero) a 1 (um), sendo
que para valores próximos de 1, a diversidade
é considerada maior. Na área dos lotes do
Assentamento estudado, o índice atingiu 0,90,
enquanto Mendes Junior et al. (2009), em área
que sofreu corte raso há 20 anos no município de
Floresta, Pernambuco/PE, determinou o valor de
0,80 e Silva (2009) quantificou em 0,73 para uma
área abandonada a cerca de 30 anos no Agreste
pernambucano.
Já Calixto Júnior & Drumond (2014), em
estudo realizado em duas áreas de Caatinga em
Petrolina/PE, com cerca de 30 anos em processo
de regeneração, calcularam em 0,97 o índice
de Simpson para aquela que sofreu corte raso
e 0,96 para a outra que sofreu corte seletivo e
foi utilizada esporadicamente como pasto para
alimentação de gado bovino. Do mesmo modo,
Guedes (2010), em estudo de um fragmento que
manteve sua cobertura vegetal por cerca de 30
anos, na Reserva Particular do Patrimônio Natural
da Fazenda Tamanduá, determinou em 0,96 o
índice de Simpson.
A distribuição dos indivíduos por classes
diamétricas (Figura 3) evidencia a conformação de
uma curva em forma de J invertido e inclinada, o
que demonstra a quantidade elevada de indivíduos
posicionados nas menores classes de diâmetro, o
que poderia indicar ausência de problemas de
regeneração.
O diâmetro médio foi considerado pequeno,
atingindo apenas 7,48cm, o que, provavelmente,
é o resultado da lenta reocupação do espaço
físico pelas espécies da Caatinga, após a cultura
do algodão ser erradicada da área na década de
80. De acordo com Nunes et al. (2003), a grande
quantidade de indivíduos pequenos e finos pode
indicar a ocorrência de severas perturbações no
passado recente, como o corte para diversos fins
e queimadas.
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Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
Do total de indivíduos encontrados, 84,89%
se concentraram nas duas primeiras classes infe-
riores de diâmetro, enquanto nas três classes de
maior diâmetro só foram observados seis indiví-
duos, o que representa cerca de 1,50% da popu-
lação. As espécies que apresentaram indivíduos
com DAP superior a 20cm foram G. oppositifolia,
M. tenuiflora, C. leptophloeos, B. sartorum e
A. macrocarpa.
De acordo com Jesus (2010), esta forma
de distribuição dos indivíduos na área tem uma
grande vantagem, pois, assegura que estes
irão colaborar com o processo de regeneração
natural. Alcoforado-Filho et al. (2003) em um
levantamento em Caruaru/PE encontraram cerca
de 89% dos indivíduos com diâmetros abaixo de
12cm e resultados semelhantes foram encontrados
por outros autores em áreas de Caatinga (Santana
& Souto, 2006; Leite et al., 2015).
A altura da vegetação dos lotes do
Assentamento variou entre 2-10m, com a média
atingindo 5,8m, com destaque para dois indivíduos
de Pilosocereus pachycladus que apresentaram
altura de 10m, elevando assim a média da
população inventariada. A média foi inferior ao
observado por Braga; Cavalcante (2007), em
fragmento de Caatinga arbórea em regeneração
no Ceará, que foi de 7,73m, mas bem superior
ao verificado por Leite et al. (2015) na Caatinga
de Teixeira/PB que foi de 5,0m, com os autores
justificando que o parâmetro foi fortemente
influenciado pelo grande número de indivíduos
de Croton sonderianus, espécie que apresentou
elevada frequência no estrato entre 4,05 e 6,16m
de altura.
Ao se analisar a distribuição por classe
de altura, observa-se que a maior quantidade
de indivíduos foi encontrada na quinta classe
(6-6,9m), correspondendo acerca de 37% da
população amostrada nos lotes (Figura 4),
abrangendo 47%, 44% e 40% dos indivíduos
de P. pyramidalis, P. stipulacea e A. pyrifolium,
respectivamente.
A altura média para a comunidade da área
estudada foi bem superior ao obtido por Amorim
et al. (2005), em uma área de Caatinga do Seridó/
RN, encontrando a média de altura de 3,40m e
também ao verificado por Rodal et al. (2008),
estudando a estrutura da vegetação caducifólia
espinhosa de uma área do sertão central de
Pernambuco, onde obtiveram a altura média de
2,37m, e o realizado por Santana & Souto (2006)
estudando a estrutura e diversidade fitossociológica
da Caatinga na Estação Ecológica do Seridó/RN,
obtendo média de altura de 2,65m.
Assim, baseado nessas informações, pode-se
afirmar que o grau de perturbação encontrado
na área de estudo, advindo da introdução da
cultura do algodão, está em fase de superação,
até mesmo porque existe grande preocupação dos
assentados em preservar a vegetação, realizando a
Figura 3 – Distribuição percentual dos indivíduos, em classes de DAP, na área dos lotes no Assentamento Rural
Lagoa Nova I, Riachuelo/RN.
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Santana JA et al.
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exploração seletiva, retirando madeira apenas das
espécies identificadas pelos próprios assentados
como de boa capacidade de regeneração, como
M. tenuiflora, P. stipulacea e Aspidosperma
pyrifolium.
Conclusões
A área dos lotes do Assentamento Rural
Lagoa Nova I se encontra em bom estado de
preservação da vegetação, mesmo considerando
que sofreu corte raso e movimentação do solo
para o plantio de algodão, estando no estágio
inicial de sucessão ecológica.
A composição florística da área dos lotes
é semelhante ao inventariado em outras áreas
de Caatinga com condições edafoclimáticas
semelhantes.
A grande diversidade observada na área
estudada deve-se, em grande parte, as ações
de preservação da floresta desenvolvidas pelos
assentados, especialmente a proibição de corte de
madeira com fins comerciais.
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